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domingo, 25 de janeiro de 2015

Isaías 59:1-21 - A CHAMADA AO ARREPENDIMENTO E A SALVAÇÃO DE DEUS.

Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 59 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
Entraremos, a partir de agora, na última seção de nossa divisão do livro de Isaías. Com este, faltam apenas 8 capítulos para concluirmos nosso trabalho.
Nessa última seção a temática do livro girará em torno do arrependimento e da restauração decorrentes.
Tendo afirmado que o arrependido e humilde experimentaria as bênçãos de salvação quando Deus restaurasse o seu povo, Isaías encerra o seu livro com dois cenários paralelos de arrependimento que levam à tranquilizadora promessa de restauração. Serão as duas divisões que ainda faremos: a. Arrependimento e resposta 1 -  59:1-63:6; b. Arrependimento e resposta 2 - 63:7-66:24).
Essa estrutura repetida “arrependimento e resposta” encontra suas raízes na tradicional ordem litúrgica de lamento seguido pela proclamação de salvação (na BEG, favor consultar "Introdução a Salmos"; veja também as notas sobre II Cr 20).
Como tal, ela forneceu aos leitores de Isaías um padrão de resposta ao livro como um todo. Os exilados que ouviram a mensagem do profeta deveriam se humilhar em arrependimento e clamar pedindo a ajuda de Deus para uma volta à Terra Prometida e para um mundo de bênçãos de Deus descrito como nada menos que "novos céus e nova terra" (65:17; 66:22).
a. Arrependimento e resposta 1 -  59:1-63:6
Essa primeira seção (59:1-63:6). foi planejada para guiar os leitores na direção de uma resposta às profecias de Isaías.
Ela divide-se em duas seções principais: (1) Um chamado a que o povo se arrependesse (59.1-13) e (2) A resposta de salvação de Deus (59:14-63:6).
(1) Um chamado a que o povo se arrependesse (59.1-13).
Até ao verso 13, estaremos vendo esse chamado ao arrependimento. O profeta abandona a exposição dos pecados do povo de Deus no cativeiro e vai para o chamado ao arrependimento, de modo que eles pudessem voltar do exílio.
Nem a mão do Senhor, nem o seu ouvido estão fechados de modo que não possa salvar o seu povo das suas próprias astúcias quando estes clamarem a ele, no entanto, são os seus pecados e as suas iniquidades que fazem a separação de modo que o Senhor não os ouça, nem o seu braço possa agir.
A permanência do povo de Deus no pecado o havia separado dele, de modo que Deus não estava pronto para salvar o povo. Não por que não fosse capaz, pelo contrário, por causa do próprio povo que preferia o pecado ao arrependimento.
Todo o corpo parecia envolvido como o pecado. As mãos estavam contaminadas de sangue, os dedos de iniquidade, os lábios com a mentira e a língua com a perversidade.
A justiça não era invocada com a retidão, a verdade não era pleiteada, mas preferiam confiar na vaidade e construírem mentiras e assim concebiam o mal e davam à luz a iniquidade.
Nos versos 5 e 6, o profeta emprega metáforas pungentes daqueles em Israel que haviam corrompido e envenenado a nação. As suas estruturas de poder por fim não tinham valor algum (Jó 8:14-15).
Para tais homens o agir honesto e justo era apenas uma questão de conveniência ou não, dependia do momento e das vantagens que poderiam advir. Por que ser honesto e justo quando posso ter o que quero se eu me aliançar com a impiedade? Quem poderia nos julgar se minha escolha fosse maligna? Na mente corrompida, egoísta e vaidosa do ímpio o único ser real seria o “eu”, o resto seria resto e nada importava seu estado conquanto fosse útil ao “eu”.
O ímpio não busca nem se importa com a ideia de Deus. Ele mesmo raciocina: - quanto a Deus? Bem, Deus seria útil também enquanto mantivesse os outros a serviço do meu “eu”; fora disso, totalmente descartável e inútil.
Essas pessoas ímpias haviam quebrado as leis de Deus sem qualquer preocupação (Pv 1:16). Suas ações eram motivadas pela impiedade que havia no coração delas e resultaram em discórdia e caos (Rm 3:15-17).
As suas estradas eram de pura impiedade e o caminho da paz – vs, 8 -, ou seja de pensamentos, atos e palavras que promovem harmonia, daqueles que temem a Deus seria desconhecido. Na justiça severa, aqueles que negam a paz a outros, deixarão eles próprios de conhecê-la (veja 57:21).
Nesse ponto (vs. 9-13), a profecia para de descrever Israel na segunda e na terceira pessoas ("vós", "eles") para fazê-lo na primeira pessoa ("nós", "nossos"). Os leitores foram levados a aceitar o julgamento de Deus e a confessar suas faltas.
A experiência da maldição de Deus (vs. 10; Dt 28:29; cf. Jó 5:14) era severa e já andavam apalpando as paredes como cegos e até no meio-dia tropeçavam, bem assim no crepúsculo e até entre os vivos eram tidos como mortos.
Pelo que seu bramor era como o de ursos – vs. 11 -, numa espécie de expressão de frustração, e os seus gemidos como os de pombas que não se satisfazem. Esperavam por justiça, mas ela desaparecera tornando a salvação distante, senão impossível.
A razão disso tinha sido as transgressões e os pecados que se avolumaram em demasia.
O povo foi levado a confessar o seu pecado (64:5-7), para a glória de Deus e por sua pura graça, conforme se nota no próximo versículo 13:
ü  - “transgredimos, e negamos o Senhor,
ü  e nos desviamos de seguir após o nosso Deus;
ü  falamos a opressão e a rebelião,
ü  concebemos e proferimos do coração palavras de falsidade.”
 (2) A resposta de salvação de Deus (59:14-63:6).
Até 63:6, finalizando essa seção primeira “a” Arrependimento e Salvação 1, veremos como será a resposta de salvação de Deus. Tendo levado os leitores a confessarem o seu pecado, Isaías agora lhes assegura que Deus responderia à sua situação deplorável e libertaria Israel do exílio.
Também dividiremos essa seção “(2)” em quatro partes: a. O mal será vencido – 59:14 – 60:22; b. A proclamação do ano aceitável do Senhor – 61:1-11; c. A gloriosa Jerusalém futura – 62:1-12; e, d. Julgamento das nações – 63:1-6.
a. O mal será vencido – 59:14 – 60:22.
O mal prevalecera sobre os israelitas no exílio a ponto de eles terem sido totalmente vencidos.
Ninguém mais se importava com o direito – vs 16 – nem com a justiça, sendo que a verdade foi deixada para andar sozinha pelas ruas, totalmente cambaleante e tropeçando pelas ruas. Nem ela nem a equidade puderam entrar. A verdade desfalecia e os que se aventuravam a desviar-se do mal arriscavam-se a serem despojados. Isso foi visto pelo Senhor que acabou trazendo-lhe grande desagrado. Desagradou-se Deus em extremo o não haver justiça!
Os israelitas não tinham condição de corrigirem a si mesmos, pelo que foi necessário a intervenção de Deus em seu socorro. Se não fosse Deus mediar em seu favor, eles teriam sido sucumbidos totalmente. Por isso que Deus se maravilhou de que não houvesse um intercessor sendo necessário então o seu próprio braço trazer-lhes a salvação e a sua própria justiça, o sustentar.
Era necessário enfrentar o mal que se espalhara e que a todos contaminava tornando impossível a ordem e o progresso de uma nação.
Vestiu-se Deus, então, de justiça – vs. 17 -, como se ela fosse uma couraça e colocou em sua cabeça o capacete da salvação, também ele vestiu-se de vingança, cobrindo-se de zelo, como de um manto. Era o guerreiro divino provocando a derrota dos seus inimigos e a restauração do seu povo fiel – 42:13; 49:25; 52:10; Ex 15:3.
Entre a primeira e a segunda vindas de Cristo, os cristãos vestem a armadura de Deus enquanto prosseguem na dimensão espiritual da grande batalha descrita aqui – confira com o estudo e a palavra aplicada de Paulo aos Efésios – Ef 6:14-17.
Conforme fossem as suas obras - vs. 18 – assim, seriam eles retribuídos. Furor e recompensa estariam com seus adversários e às ilhas, daria Deus a sua recompensa para que assim viessem a temer o nome do Senhor desde o poente e a sua glória desde o nascente do sol. Tão certa como uma corrente impetuosa que avança sem nada temer, assim seria o assopro do Senhor que ele impeliria contra Israel.
Is 59:1 Eis que a mão do Senhor
                não está encolhida, para que não possa salvar;
                                nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir;
                Is 59:2 mas as vossas iniquidades
                               fazem separação entre vós e o vosso Deus;
                                               e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós,
                                                               de modo que não vos ouça.
                Is 59:3 Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue,
                               e os vossos dedos de iniquidade;
                                               os vossos lábios falam a mentira,
                                                               a vossa língua pronuncia perversidade.
Is 59:4 Ninguém há que invoque a justiça com retidão,
                nem há quem pleiteie com verdade;
                                               confiam na vaidade, e falam mentiras;
                                               concebem o mal, e dão à luz a iniquidade.
                Is 59:5 Chocam ovos de basiliscos, e tecem teias de aranha;
                               o que comer dos ovos deles, morrerá;
                                               e do ovo que for pisado sairá uma víbora.
                Is 59:6 As suas teias não prestam para vestidos;
                               nem se poderão cobrir com o que fazem;
                                               as suas obras são obras de iniquidade,
                                                               e atos de violência há nas suas mãos.
                Is 59:7 Os seus pés correm para o mal,
                               e se apressam para derramarem o sangue inocente;
                                               os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade;
                               a desolação e a destruição acham-se nas suas estradas.
                Is 59:8 O caminho da paz eles não o conhecem,
                               nem há justiça nos seus passos;
                                               fizeram para si veredas tortas;
                               todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz.
                Is 59:9 Pelo que a justiça está longe de nós,
                               e a retidão não nos alcança;
                                               esperamos pela luz, e eis que só há trevas;
                                               pelo resplendor, mas andamos em escuridão.
                Is 59:10 Apalpamos as paredes como cegos;
                               sim, como os que não têm olhos andamos apalpando;
                                               tropeçamos ao meio-dia como no crepúsculo,
                                                               e entre os vivos somos como mortos.
                Is 59:11 Todos nós bramamos como ursos,
                               e andamos gemendo como pombas;
                                               esperamos a justiça, e ela não aparece;
                                                               a salvação, e ela está longe de nós.
                Is 59:12 Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti,
                               e os nossos pecados testificam contra nós;
                                               pois as nossas transgressões estão conosco,
                                                               e conhecemos as nossas iniquidades.
                Is 59:13 transgredimos, e negamos o Senhor,
                               e nos desviamos de seguir após o nosso Deus;
                                               falamos a opressão e a rebelião,
                                                               concebemos e proferimos do coração
                                                                              palavras de falsidade.
                Is 59:14 Pelo que o direito se tornou atrás,
                               e a justiça se pôs longe;
                               porque a verdade anda tropeçando pelas ruas,
                                               e a equidade não pode entrar.
                Is 59:15 Sim, a verdade desfalece; e quem se desvia do mal
                               arrisca-se a ser despojado;
                               e o Senhor o viu, e desagradou-lhe o não haver justiça.
                Is 59:16 E viu que ninguém havia,
                               e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor;
                                               pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação,
                                                               e a sua própria justiça o susteve;
                Is 59:17 vestiu-se de justiça, como de uma couraça,
                               e pôs na cabeça o capacete da salvação;
                                               e por vestidura pôs sobre si vestes de vingança,
                                                               e cobriu-se de zelo, como de um manto.
                Is 59:18 Conforme forem as obras deles,
                               assim será a sua retribuição,
                                               furor aos seus adversários,
                                                               e recompensa aos seus inimigos;
                                                               às ilhas dará ele a sua recompensa.
                Is 59:19 Então temerão o nome do Senhor desde o poente,
                               e a sua glória desde o nascente do sol;
                                               porque ele virá tal uma corrente impetuosa,
                                                               que o assopro do Senhor impele.
                Is 59:20 E virá um Redentor a Sião
                               e aos que em Jacó se desviarem da transgressão,
                                               diz o Senhor.
                Is 59:21 Quanto a mim, este é o meu pacto com eles, diz o Senhor:
                               o meu Espírito, que está sobre ti,
                                               e as minhas palavras, que pus na tua boca,
                                                               não se desviarão da tua boca,
                                                               nem da boca dos teus filhos,
                                                               nem da boca dos filhos dos teus filhos,
                                                                              diz o Senhor,
                                                                              desde agora e para todo o sempre.
O redentor que virá (vs. 20; ensinamento do Novo Testamento) chegará a Jerusalém na pessoa de Jesus Cristo, promessa essa confirmada por Paulo em Rm 11:26,27. Ele virá aos que em Jacó se desviarem da transgressão.
Com eles Deus faria uma aliança, um pacto. A restauração, após o exílio, envolveria a renovação da aliança do Senhor com os arrependidos de Israel.  A aliança seria interiorizada pelo Espírito de Deus – 4:4; 32:15-20; 44:3-4; Jr 31:31-34; Ez 37:1-14; Zc 12:10 -, de modo que a Palavra e o Espírito a aplicariam e a confirmariam de geração a geração, para todo o sempre.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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sábado, 24 de janeiro de 2015

Isaías 58:1-13 - DEUS FALA POR ISAÍAS SOBRE O VERDADEIRO JEJUM QUE O AGRADA.




Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 58 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
Como já dissemos, de 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos Isaías se concentrará na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Nós dividimos esse material em três partes principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8) – já vista; b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21) – já vimos; e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14) – veremos agora.
c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
Nós estamos seguindo a estruturação proposta pela BEG, com ligeiras adaptações, no entanto, este capítulo em especial não deveria ganhar, somente, o nome que ganhou, mas deveria ter um complemento falando do verdadeiro jejum que agrada a Deus.
Dos versos de 1 a 14, veremos o profeta falando, então, do verdadeiro jejum que agrada a Deus e da observância do sábado e a prática da justiça.
Tendo já mencionado as bênçãos concedidas aos gentios e eunucos que observavam o sábado, assim como a importância do arrependimento humilde entre os exilados, Isaías aplica esses temas diretamente aos israelitas ao chamá-los, primeiramente, a prática do verdadeiro jejum que agrada a Deus, e depois a observar o sábado de maneira correta.
O profeta é intimado por Deus a conclamar, a anunciar a plenos pulmões, com todas as suas forças e com todo o poder de sua voz, de modo alto e claro, como se fosse uma trombeta, sobre as suas transgressões e os seus pecados (Ex 19:19; 20:18; Os 8:1; I Co 14:8).
A verdade é que a hipocrisia dos israelitas acabava de ser exposta. Embora parecessem piedosos, eles não o eram. A prevista reclamação dos exilados era que eles já haviam jejuado e se humilhado, mas Deus não lhes respondera com a libertação do exílio.
O profeta, então, por pura graça divina, lhes explica por que jejuaram e nada aconteceu. Eles simplesmente estavam cuidando somente dos seus próprios interesses e sendo exigentes. Eles não estavam preocupados com os direitos dos outros ou com a justiça demonstrada a essas pessoas (cf. 1:15-17; 59:2; Os 6:4-6; Am 5:23-24; Zc 7:8-12).
Em vez de separar o dia de modo que todos pudessem se dedicar ao descanso e à adoração, eles exploravam e surravam o empregado que não trabalhava e se afligiam privando-se de alimentos e água, chamando a isso de jejum e sacrifício ao Senhor.
Não adiantava nada daquilo, pois Deus não recebe favoravelmente a oração que não é pronunciada em espírito de amor e em observância à justiça.
Deus contrastou o seu conceito de jejum com o do ímpio em Israel (1:10-15; Am 5:21-23; Mq 6:7). Deus procurava expressões de humildade e quebrantamento interiores diante deles, não devoção a rituais (cf. Mt 6:16), mas eles insistiam em cerimônias de lamento que acompanhavam o jejum (II Sm 12:16; JI 1:13,14) desacompanhadas da justiça ou do amor.
No verso 6, um exemplo do verdadeiro jejum, uma clara definição do tipo de jejum que uma nação injusta deveria fazer: seus cidadãos deveriam negar a si mesmos para resgatar o oprimido e ajudar o necessitado (cf. Jó 31:17-20; Mt 25:35-36). No entanto, o que fazemos é desprezá-los e deixá-los à mingua.
Repartir o pão com o faminto, recolher em casa os pobres desabrigados, cobrir o nu, deixar livre os oprimidos, despedaçar todo jugo são atitudes a serem praticadas e incentivadas que nos levarão – vs. 8 – ao romper da luz como a alva, à cura, à justiça e à glória do Senhor, sendo esta nossa retaguarda. A glória do Senhor é essa que nos remete à coluna de nuvem e fogo no deserto (4:5,6; Ex 13:21; 14:20).
Um jejum desses de amor e de justiça acompanhado de contrição e arrependimento pelo pecado seria um jejum verdadeiro que Deus atentaria. O glorioso reino de Deus (9:2; 60:1-3; Lc 1:78-79), então, se manifestaria com a bênção e a proteção de Deus (vs. 5; 60:1-3), com transformação (30:26), com o estabelecimento de uma nova ordem (1:21) e com a presença do Deus da glória (4:2).
Sendo assim, sem dúvidas, Deus responderia à oração (30:19; 65:24; cf. vs. 4) dizendo para nós: “Eis-me aqui!”. Pelo contrário, não adianta sacrificar-se tolamente.
Seria necessário, portanto, tirar daquele meio todo o jugo, todo dedo que ameaça, todo falar injurioso e, ato contíguo, abrir a alma ao próximo.
Seria necessário abrir-se ao outro. Vemos aqui no verso 10, um chamado a "abrir a alma" para cuidar dos necessitados (vs. 7) com uma consequente promessa de um alvorecer de uma nova era, com um brilho ainda maior (2:5; 5:30).
As promessas e bênçãos se estendem pelos vs. 11 e 12. Os restaurados do exílio careciam de recursos espirituais e econômicos para a reconstrução (veja 44:26,28; 61:2,4; Ez 36:10; Am 9:14-15; Ag 1:2-9; cf: At 15:15-17), no entanto, seus filhos (obviamente se fizessem o que está escrito no vs. 10) edificariam as antigas ruínas e levantariam os fundamentos de muitas gerações a ponto de serem chamados de reparadores de brechas e de veredas para que o povo de Deus em sua nação se tornasse habitável – vs. 12.
Is 58:1 Clama em alta voz,
                não te detenhas,
                               levanta a tua voz como a trombeta
                                               e anuncia ao meu povo a sua transgressão,
                                                               e à casa de Jacó os seus pecados.
                Is 58:2 Todavia me procuram cada dia,
                               tomam prazer em saber os meus caminhos;
                                               como se fossem um povo que praticasse a justiça
                                               e não tivesse abandonado a ordenança do seu Deus,
                                                               pedem-me juízos retos,
                                                                              têm prazer em se chegar a Deus!,
                Is 58:3 Por que temos nós jejuado, dizem eles,
                               e tu não atentas para isso?
                               por que temos afligido as nossas almas, e tu não o sabes?
                                               Eis que no dia em que jejuais,
                                                               prosseguis nas vossas empresas,
                                               e exigis que se façam todos os vossos trabalhos.
                Is 58:4 Eis que para contendas e rixas jejuais,
                               e para ferirdes com punho iníquo!
                                               Jejuando vós assim como hoje,
                                                               a vossa voz não se fará ouvir no alto.
                Is 58:5 Seria esse o jejum que eu escolhi?
                               o dia em que o homem aflija a sua alma?
                                               Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça
                                                               como junco e em estender debaixo
                                                               de si saco e cinza?
                                               chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor?
                Is 58:6 Acaso não é este o jejum que escolhi?
                               que soltes as ligaduras da impiedade,
                               que desfaças as ataduras do jugo?
                               e que deixes ir livres os oprimidos,
                               e despedaces todo jugo?
                                Is 58:7 Porventura não é também que repartas o teu pão
                                               com o faminto,
                               e recolhas em casa os pobres desamparados?
                               que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
                Is 58:8 Então romperá a tua luz como a alva,
                               e a tua cura apressadamente brotará.
                                               e a tua justiça irá adiante de ti;
                                                               e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
                Is 58:9 Então clamarás, e o Senhor te responderá;
                               gritarás, e ele dirá:
                                               Eis-me aqui.
                               Se tirares do meio de ti o jugo,
                                               o estender do dedo,
                                                               e o falar iniquamente;
                               Is 58:10 e se abrires a tua alma ao faminto,
                                               e fartares o aflito;
                                                               então a tua luz nascerá nas trevas,
                                                               e a tua escuridão será como o meio dia.
                Is 58:11 O Senhor te guiará continuamente,
                               e te fartará até em lugares áridos,
                                               e fortificará os teus ossos;
                               serás como um jardim regado,
                                               e como um manancial, cujas águas nunca falham.
                Is 58:12 E os que de ti procederem edificarão as ruínas antigas;
                               e tu levantarás os fundamentos de muitas gerações;
                                               e serás chamado reparador da brecha,
                                                               e restaurador de veredas para morar.
                Is 58:13 Se desviares do sábado o teu pé,
                               e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia;
                                               se ao sábado chamares deleitoso,
                                                               ao santo dia do Senhor, digno de honra;
                               se o honrares, não seguindo os teus caminhos,
                                               nem te ocupando nas tuas empresas,
                                                               nem falando palavras vãs;
                Is 58:14 então te deleitarás no Senhor,
                               e eu te farei cavalgar sobre as alturas da terra,
                                               e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó;
                                                               porque a boca do Senhor o disse.
Agora, no vs. 13, o jejum geral estava intimamente ligado ao sábado. O Senhor não rejeitava o ritual em si; ele era um sinal da aliança.
No entanto, a condicional atrelada ao prestígio social, ao ganho financeiro e ao poder político (33:15) era o “se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos seus próprios interesses”.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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