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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Isaías 57:1-21 - A DIVISÃO ENTRE JUSTOS E ÍMPIOS EM ISRAEL (PARA OS ÍMPIOS NÃO HÁ PAZ!).

Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui, no capítulo 57 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
Como já dissemos, de 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos, Isaías se concentrará na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Nós dividimos esse material em três partes principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8) – já vista; b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21) – em continuação, concluiremos agora; e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21) - continuação.
Dos versos 56:9 a 57:21, conforme falamos no capítulo anterior, estaremos vendo o justo e o ímpio em Israel. Depois de enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios que mostrassem ter compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías adverte que, entre os israelitas no exílio, haveriam os justos e os ímpios.
Perece o justo, mas quem se importa com isso? Assim começa este capítulo falando do arrebatamento do justo, dos compassivos, dos que andam na retidão que entrarão em paz e descansarão nas suas camas. Há um tempo determinado por Deus para esse propósito e todos os outros de sua vontade soberana!
Já não será da mesma forma com os filhos da agoureira, da linhagem da prostituta, da adúltera - uma alusão aos rituais de fertilidade dos cananeus (cf. Ez 16:3,45).
No verso 4, perguntas retóricas (27:7; 40:12) aos filhos da transgressão, à estirpe da falsidade, aos ímpios que estão cheios de sarcasmo e crítica (cf. 5:18-19; 28:9-10; 37:3). São esses que debaixo de toda árvore frondosa e “sagrada” – Dt 12:2; Ez 6:13 - sacrificavam seus filhos.
Na adoração a Moloque era praticado o sacrifício de crianças (vs. 9; cf. II Re 23:10; Sl 106:37-38; Jr 7:31; Ez 20:28,31; Mq 6:7). Ao invés de o Senhor ser o seu quinhão e a sua porção (Dt 4:19-20; 9:26; Sl 16:5; 142:5; Jr 10:16), os ídolos haviam se tornado seus parceiros de aliança, para desgraça deles.
Era bem ali, sobre os montes altos e elevados que punham o seu leito para práticas imorais e idólatras nos lugares sagrados (Os 4:13) e, também era ali, por detrás das portas e dos umbrais – vs. 8 - que colocavam seu memorial, numa espécie de aliança com a imoralidade e a luxúria.
Isso, para oferecerem ao rei - Moloque, um deus amonita (vs. 5) - óleo, tendo seu corpo sido banhado em perfumes. Eram esforços extremos que eram feitos numa área extensa para aplacar os deuses e nisso se submetiam até o Seol, ou seja, em sua idolatria e servidão religiosa, estavam dispostos a irem o máximo que podiam. O Seol aqui trata-se de uma hipérbole para expressar até que ponto essas pessoas haviam caído.
No verso 10, podemos ver que o ímpio encontrou uma vida falsa na imoralidade e na idolatria que o satisfez, que lhe concedeu renovação de suas forças, mas que, no final, levava à morte. O que adianta então essa satisfação que nos leva ao fim à morte e ao Lago de Fogo para passarmos a eternidade com o diabo e os seus anjos?
Em resposta, o Senhor se calou, mas a opção deles foi a mentira e o esquecimento com a consequente falta de temor. A justiça deles não era genuína (58:2-3; 64:6), nem suas obras aproveitáveis.
Haveriam também de clamarem, mas quem os livraria? Seus ídolos de vento? O próprio vento os levaria e um assopro os arrebataria. Somente os que confiam no Senhor é que possuirão a terra e herdarão o seu santo monte – vs. 13.
No vs. 14, Isaías lembrou Israel que um tempo de restauração estava para chegar. E num imperativo duplo, com efeito de ênfase, como em 40:1; 51:9,17; 52:1,11; 62:10; 65:1 ele dizia para aplainar, aterrar e preparar o caminho do seu povo.
Por que o Alto, o Sublime - um epíteto para o Senhor (6:1) – que habita na eternidade, cujo nome é santo também, da mesma forma, habita com o contrito e também com o abatido de espírito.
Tendo exposto a pecaminosidade dos exilados, Isaías deixa claro que Deus viveria com aqueles que humildemente se arrependessem (Sl 34:17-18; 51:17; I Pe 5:6) e estaria presente com todo aquele que caminhasse de maneira prudente diante dele (Mq 6:8). Este era o segredo, a chave para a vitória, para ser abençoado pelo Senhor e estar totalmente seguro e restaurado.
Até ao dia de hoje esse segredo de prosperidade não mudou. Somente os que se arrependerem é que serão alcançados para salvação e restauração de suas vidas.
Não seria para sempre que Deus contenderia com toda a carne, nem com ela ficaria irado por toda a eternidade – vs. 16. Em vez disso, em sua graça soberana, Deus concederia perdão e salvação para os arrependidos no exílio (54:9; 57:19; Gn 8:21-22; Sl 130:3-4) e para todos os que ouviriam a mensagem do evangelho e se arrependessem. Ela tem alcançado vidas em todas as eras e continuará a alcançar até a volta gloriosa do Senhor nas nuvens onde todo olho o verá – At 1:11; Ap 1:7.
Foi por causa de sua iniquidade e de sua avareza que o Senhor se indignou, o feriu e se escondeu. Rebelando-se ele contra o Senhor, seguiu seu próprio caminho de destruição e morte de seu coração enfermo pelo pecado.
Apesar disso, nos vs 18 e19 o Senhor promete que o sarará, que lhe dará consolação. O Senhor é o médico (30:26), o mestre (49:10) e o consolador perfeito (12:1; 40:1; Jo 14:26; 15:26). O Senhor tem visto os seus caminhos que são caminhos de morte, mas ainda assim o sarará, o guiará e o consolará.
É o Senhor quem cria o fruto dos lábios que concede a paz ao que está longe e ao que está perto, o que sara aquele que sofre com seu caminho errado, de rebeldia e de morte. Onde quer que os exilados se encontrassem, o humilde e o arrependido, entre eles, seria restaurado (At 2:39; Ef 2:13,17) para a glória de Deus.
Agora quanto aos ímpios e aos perversos – vs. 20 e 21 – são como o mar agitado que não pode estar quieto e cujas águas lançam de si lama e lodo – Jd 13 - e nada mais. O fim do ímpio em Israel é contrastado com o daqueles que humildemente haviam servido a Deus.
Is 57:1 Perece o justo, e não há quem se importe com isso;
                os homens compassivos são arrebatados,
                               e não há ninguém que entenda.
                                               Pois o justo é arrebatado da calamidade,
                Is 57:2 entra em paz; descansam nas suas camas todos
                               os que andam na retidão.
                Is 57:3 Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da agoureira,
                               linhagem do adúltero e da prostituta.
                Is 57:4 De quem fazeis escárnio? Contra quem escancarais a boca,
                               e deitais para fora a língua?
                                               Porventura não sois vós filhos da transgressão,
                                                               estirpe da falsidade,
                               Is 57:5 que vos inflamais junto aos terebintos,
                                               debaixo de toda árvore verde, e sacrificais os filhos
                                               nos vales, debaixo das fendas dos penhascos?
                Is 57:6 Por entre as pedras lisas do vale está o teu quinhão;
                               estas, estas são a tua sorte; também a estas derramaste
                                               a tua libação e lhes ofereceste uma oblação.
                                                               Contentar-me-ia com estas coisas?
                Is 57:7 sobre um monte alto e levantado puseste a tua cama;
                               e lá subiste para oferecer sacrifícios.
                Is 57:8 Detrás das portas e dos umbrais colocaste o teu memorial;
                               pois te descobriste a outro que não a mim,
                                               e subiste, e alargaste a tua cama;
                                               e fizeste para ti um pacto com eles;
                                                               amaste a sua cama, onde quer que a viste.
                Is 57:9 E foste ao rei com óleo, e multiplicaste os teus perfumes,
                               e enviaste os teus embaixadores para longe,
                                               e te abateste até o Seol.
                Is 57:10 Na tua comprida viagem te cansaste; contudo não disseste:
                               Não há esperança; achaste com que renovar as tuas forças;
                                               por isso não enfraqueceste.
                Is 57:11 Mas de quem tiveste receio ou medo, para que mentisses,
                               e não te lembrasses de mim, nem te importasses?
                                               Não é porventura porque eu me calei,
                                                               e isso há muito tempo, e não me temes?
                Is 57:12 Eu publicarei essa justiça tua; e quanto às tuas obras,
                               elas não te aproveitarão.
                Is 57:13 Quando clamares, livrem-te os ídolos que ajuntaste;
                               mas o vento a todos levará, e um assopro os arrebatará;
                                               mas o que confia em mim possuirá a terra,
                                                               e herdarão o meu santo monte.
                Is 57:14 E dir-se-á:
                               Aplanai, aplanai, preparai e caminho,
                                               tirai os tropeços do caminho do meu povo.
                Is 57:15 Porque assim diz o Alto e o Excelso,
                               que habita na eternidade e cujo nome é santo:
                                               Num alto e santo lugar habito,
                                               e também com o contrito e humilde de espírito,
                                                               para vivificar o espírito dos humildes,
                                                               e para vivificar o coração dos contritos.
                Is 57:16 Pois eu não contenderei para sempre,
                               nem continuamente ficarei irado;
                                               porque de mim procede o espírito,
                                                               bem como o fôlego da vida que eu criei.
                Is 57:17 Por causa da iniquidade da sua avareza me indignei e o feri;
                               escondi-me, e indignei-me; mas, rebelando-se,
                                               ele seguiu o caminho do seu coração.
                Is 57:18 Tenho visto os seus caminhos, mas eu o sararei;
                               também o guiarei, e tornarei a dar-lhe consolação,
                                               a ele e aos que o pranteiam.
                Is 57:19 Eu crio o fruto dos lábios;
                               paz, paz, para o que está longe, e para o que está perto
                                               diz o Senhor; e eu o sararei.
                Is 57:20 Mas os ímpios são como o mar agitado;
                               pois não pode estar quieto,
                                               e as suas águas lançam de si lama e lodo.
                                Is 57:21 Não há paz para os ímpios,
                                               diz o meu Deus.
Novamente a declaração enfática de que para o ímpio não há paz, ou seja, não há salvação. Se não nos arrependermos de nossos pecados, estaremos como os ímpios, sem a paz do Senhor, sem a sua salvação e com nossos dias contados para passarmos a eternidade no Lago de Fogo, junto com o diabo e seus anjos, junto com o inferno e todos os ímpios.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Isaías 56:1-12 - ISAÍAS, O SÁBADO, A JUSTIÇA, OS JUDEUS, OS GENTIOS E O ARREPENDIMENTO.

Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
Esta é a última seção da parte IV, o que significa que nos aproximamos do final deste livro maravilhoso, parecendo mesmo ser uma minibíblia dentro da Bíblia, com seus 66 capítulos, como representando os 66 livros da Bíblia toda.
Veremos nesses 9 capítulos restantes, tendo por base a estruturação da BEG: o pecado, o arrependimento e a restauração de Israel. Todos na verdade somos pecadores, mas a diferença crucial entre pecadores e pecadores está no fato de que alguns irão ter reconhecimento de seus erros e buscar o perdão, enquanto outros, nem irão querer saber o que é pecado.
O profeta encerrará o seu livro com mensagens que ele proferiu em diferentes períodos de seu ministério, todas se concentrando na necessidade de arrependimento de Israel como a única maneira de experimentar a gloriosa restauração após o exílio.
Esses capítulos resumem, portanto, a mensagem do profeta aos exilados. Os exilados precisavam reconhecer a importância da justiça e da retidão, e sua esperança de uma gloriosa restauração mundial dependia de seu humilde arrependimento.
Dividiremos, conforme já propusemos, esta seção “D” em duas partes principais: 1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14) e 2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
De 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos Isaías se concentra na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Esse material divide-se em três partes principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8); b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21); e, c. A necessidade de guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56.1-8).
A decisiva importância da guarda do sábado e da sua mão de cometer o mal – vs. 2.
Para enfatizar a importância do arrependimento para os exilados, Isaías indica que a justiça e a retidão deveriam estar presentes entre o povo de Deus.
Essa exigência é tão fundamental que até mesmo os gentios e os eunucos que guardavam o sábado, por estar ele ligado à justiça, seriam incluídos nas bênçãos da restauração após o exílio.
O que é guardar o sábado ou observar o sabá? Certamente, não consiste em regras humanas de fazer ou deixar de se fazer algo, mas em viver esse dia na consciência clara de que o dia pertence ao Senhor, para a glória de seu nome e que assim estabeleceu Deus para ser observado por todos os homens.
Não necessariamente o sabá deve coincidir com o sábado, mas foi no sétimo dia que Deus entrou em seu descanso e dos sete dias de sua criação, um foi dedicado ao descanso e portanto ao sabá.
Shabat (do hebraico שבת, shabāt; shabos ou shabes na pronúncia asquenazita, "descanso/inatividade"), também grafado como sabá (português brasileiro) ou sabat (português europeu), é o nome dado ao dia de descanso semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de Criação. Segundo hillel 2º; Antes o Shabat era originalmente dependente do ciclo lunar (Holiday universal jewish enciclopedia. p.410) Apesar de ser comumente dito ser o sábado de cada semana, é observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. O exato momento de início e final do shabat varia de semana para semana e de lugar para lugar, de acordo com o horário do pôr-do-sol. O shabat é observado tanto por judeus quanto por cristãos, como por exemplo adventistas do sétimo dia e batistas do sétimo dia.
O shabat é observado tanto por mandamentos positivos, como as três refeições festivas (jantar de sexta-feira, almoço de sábado e refeição de final de tarde no sábado), e restrições. As atividades proibidas no Shabat derivam de trinta e nove ações básicas (melachot, livremente traduzido como "trabalhos") que são descritas pelo Talmud a partir de fontes bíblicas.
(...)
Segundo o Talmude (Mishná Shabat 7,2), são 39 as atividades que são proibidas de se fazer durante todo o Shabat. Excepcionalmente, contudo, em caso de risco de morte, quaisquer das proibições podem ser deixadas de lado, eis que o valor mais caro ao judaísmo é a vida. Dizem os sábios que tais tarefas foram aquelas realizadas durante a construção do Tabernáculo..[1]
Devemos guardar e observar o sabá? Sim, devemos e bem o fazemos se ensinarmos que se deve guardar e observar, mas não como fazem os homens, nem segundo as tradições humanas, mas como Cristo nos ensinou e Paulo nos demonstrou em sua palavra sobre o assunto.
Cada um deve estar bem seguro quanto a isso, pois alguns fazem distinção entre dias e dias e outros, não. Quem faz, para o Senhor faz, mas quem não faz, para o Senhor não faz. (Rm 14:6). Eu ouso a dizer que agora em Cristo, sendo nós nova criatura, todos os dias devem ser dedicados ao Senhor para honra e glória de seu nome – I Co 10:31.
Fica claro no texto que Deus observará aqueles que amam e seguem a justiça e que observam o seu sabá. Não é um ou o outro, mas ambos.
Manter a retidão e fazer a justiça – vs. 1 - é uma ordem para todos os homens, filhos de Adão. O juízo - o tratamento justo e piedoso dispensado aos outros - era uma preocupação central para Isaías.
Por meio do seu profeta, Deus condenou Judá ao exílio por causa da injustiça e enfatizou a justiça como uma característica do período de restauração (1:21,27; 5:7,16,23; 9:7; 10:2; 11:4; 16:5; 28:6,17,21; 29:21; 30:18; 32:1,16; 33:5; 42:1,3-4; 51:4-5; 56:1; 59:4,8-9,11,14-15; 61:8). Em todas as Escrituras iremos notar que Deus abomina a injustiça e a impiedade, sendo que todos os que a buscarem estarão fazendo as obras de Deus.
Ele pediu a justiça e a observação do sábado por causa da sua justiça que estaria preste a se manifestar. Deus usou o arrependimento pela injustiça como um critério para determinar quem entraria na era de bênçãos posterior ao exílio.
A salvação não é por obras, mas pela fé, no entanto, obviamente ela não alcançará aquele coração que anda insistentemente de encontro ao que é justo. O candidato à salvação, digamos assim, é aquele que reconhece que é pecador, que é falho, mas que se sente atraído pela justiça, ao contrário do ímpio, que também reconhece o pecado, mas que o prefere no lugar da justiça.
Embora esse termo - minha salvação está prestes a vir (na perspectiva dos exilados) - seja uma referência à restauração do exílio que Deus promovera em 539 a.C., o estágio final da salvação de Deus vem somente em Cristo.
No verso 2, o profeta não propôs a salvação por meio do cumprimento da lei ,mas apontou aqueles que seriam alcançados pela palavra da pregação da fé salvadora. Ele simplesmente falou da guarda do sábado da justiça como uma expressão fundamental da fé salvadora.
Guardar esse sinal da aliança, o sabá, (Ex 31:13-17) significava lealdade ao Senhor e à sua aliança (58:13; Ez 20:20). Uma vez que o sábado era observado como um benefício aos seres humanos (Dt 5:4-5), ele estava intimamente associado à justiça, à retidão e à prática da piedade (58:7-9).
Nem o estrangeiro, nem o eunuco, normalmente excluído da plena participação na comunidade da aliança no Antigo Testamento (Dt 23:1), deveriam dizer que o Senhor os estaria excluindo como imprestáveis, como separados do povo e como uma árvore seca. Pelo contrário, todos os que tanto observam o sabá quanto os que escolhem o que agrada ao Senhor e que ainda abraçam o seu pacto, Deus lhes daria na sua casa e dentro dos seus muros um memorial, com um nome melhor do que o de filhos e filhas, um nome eterno que nunca será apagado, ou seja, a vida eterna no templo de Deus (vs. 7; 2:2; At 8:27,38-40).
Os estrangeiros que se unirem ao Senhor para o servirem e o amarem, escolhendo ser servos do Deus vivo, que escolhem o seu sabá para o observar e não profanar e que abraçam o seu pacto, seriam aceitos por Deus. Deus queria incluir os gentios fiéis na comunhão consigo mesmo (2:2-4; Sl 15:1; I Re 8:41-43; Mc 11:17).
O Senhor é aquele que congrega os dispersos, que depois do exílio reuniria tanto judeus quanto não judeus numa única comunidade (11:11-12; Jo 10:16).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21).
De 56:9 a 57:21 veremos o justo e o ímpio em Israel. Depois de enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios que mostrassem ter compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías adverte que, entre os israelitas no exílio, haveria os justos e os ímpios.
O arrependimento seria a chave para determinar o destino individual dos israelitas. Também é a chave que distingue os que são ou não salvos, pois ímpio algum haverá de se arrepender, como foi o caso de Judas, ímpio, que não se arrependeu, apesar de ter convivido com o Senhor por três anos e meio.
Um convite é feito a partir do verso 9 aos animais do campo e do bosque, ou seja, trata-se de uma metáfora para indicar as nações hostis (18:6; Jr 12:8-9; Ez 34:5,8,25; I Co 15:32) que estariam sendo convidadas a comerem.
Todos os seus atalaias, ou vigias, que advertiam a cidade quanto à aproximação de perigo são acusados de cegueira. Embora estivessem ali para verem e darem o alarme, nada viam, portanto, alarme nenhum seria soado avisando a cidade do perigo real. No presente contexto, essa seria uma representação dos profetas (21:6; 57:11; Jr 6:17; Ez 3:.17; 33:2-7) que serviam na qualidade de líderes (vs. 11). Até mesmo os profetas de Israel frequentemente se recusavam a ver o que deveriam ter visto.
São também acusados – vs 11 – de serem preguiçosos e gostarem de dormir. Em hebraico, a palavra que significa "dormir" tem um som parecido com a palavra "vidente" nessa língua (um termo antigo para "profeta").
No mundo de Isaías, os cães – vs 11 - eram animais bravos e carniceiros que representavam a impureza. O cão é usado aqui como uma ilustração da ganância insaciável.
Is 56:1 Assim diz o Senhor:
                Mantende a retidão, e fazei justiça;
                               porque a minha salvação está prestes a vir,
                                               e a minha justiça a manifestar-se.
                Is 56:2 Bem-aventurado o homem que fizer isto,
                               e o filho do homem que lançar mão disto:
                                               que se abstém de profanar o sábado,
                                                               e guarda a sua mão de cometer o mal.
                Is 56:3 E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor,
                               dizendo:
                                               Certamente o Senhor me separará do seu povo;
                               nem tampouco diga o eunuco:
                                               Eis que eu sou uma árvore seca.
                Is 56:4 Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos
                               que guardam os meus sábados, e escolhem as coisas
                                               que me agradam, e abraçam o meu pacto:
                Is 56:5 Dar-lhes-ei na minha casa
                               e dentro dos meus muros um memorial
                                               e um nome melhor do que o de filhos e filhas;
                                               um nome eterno darei a cada um deles,
                                                               que nunca se apagará.
                Is 56:6 E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor,
                               para o servirem, e para amarem o nome do Senhor,
                                               sendo deste modo servos seus,
                               todos os que guardarem o sábado, não o profanando,
                                               e os que abraçarem o meu pacto,
                               Is 56:7 sim, a esses os levarei ao meu santo monte,
                                               e os alegrarei na minha casa de oração;
                                               os seus holocaustos e os seus sacrifícios
                                                               serão aceitos no meu altar;
                                               porque a minha casa será chamada
                                                               casa de oração para todos os povos.
                Is 56:8 Assim diz o Senhor Deus,
                               que ajunta os dispersos de Israel:
                                               Ainda outros ajuntarei a ele, além dos que
                                                               já se lhe ajuntaram.
                Is 56:9 Vós, todos os animais do campo,
                               todos os animais do bosque, vinde comer.
                Is 56:10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
                               todos são cães mudos, não podem ladrar; deitados,
                                               sonham e gostam de dormir.
                Is 56:11 E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar;
                               e eles são pastores que nada compreendem;
                                               todos eles se tornam para o seu caminho,
                                                               cada um para a sua ganância,
                                                                              todos sem exceção.
                Is 56:12 Vinde, dizem,
                               trarei vinho, e nos encheremos de bebida forte;
                                               e o dia de amanhã será como hoje,
                                                               ou ainda mais festivo.
Os pastores são aqui uma ilustração dos governadores (vs. 10; 40:11; Ez 34:1-6) que nada compreendem e que se tornam para o seu caminho de ganância insaciável.
Estes são os que dizem para trazerem mais vinho e se encherem de bebida forte, porque o dia de amanhã seria ainda mais festivo que o dia de hoje.
Eram semelhantes, ou protótipos, dos israelitas que estariam cercados por Senaqueribe que desesperados pelas suas vidas diriam: comamos e bebamos, pois que amanhã morreremos. Era mesmo um tributo à morte e uma ofensa ao Deus da salvação. Ou seja, sua preocupação com o povo de Deus era nenhuma e somente queriam banquetearem-se em seus próprios deleites, totalmente aversos ao reino de Deus, à sua justiça e aos seus sábados.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/Shabat em 22/01/2015.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Isaías 55:1-13 - O CONVITE PARA COMPRAR SEM DINHEIRO...

Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3 – já vista; c. O salmo de confiança do servo – 50:4 – 11 – já vista; d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado – 52:13 – 53:12 – já vista; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17 – já vimos; h. O convite para ir – 55:1-13 – veremos agora.
h. O convite para ir – 55:1-13.
Como no Salmo 23:1 está escrito que o Senhor é meu pastor e ele não me faltará, isto é, ele será a minha bênção que não me faltará (e não que porque ele é o meu Deus nada me faltará), à luz das promessas reafirmadas anteriormente, Isaías relata que Deus estava chamando o ser povo a encontrar a bênção nele.
Deus é a bênção do povo de Deus e nele todas as coisas são benditas. Não são as coisas que importam, mas Deus que torna as coisas importantes nele. Quem busca as coisas e não ele, logo o imagina como um daqueles deuses das nações e não como o Senhor Deus, criador de tudo e de todos.
A oferta gratuita do evangelho estende-se – vs. 1 - a todos os que ouvem a palavra de salvação. A todos os que têm sede e mesmo a todos os que não têm nem dinheiro para comprá-las. Ao necessitado, que tem sede e fome do que o dinheiro não pode comprar (Dt 8:3; SI 42:2; 63:1; Pv 9:5-6; Mt 5:6; Jo 4:10-11; 7:37-38; Ap 21:6; 22:17).
Isaías usa várias vezes a imagem da água quando fala da era da salvação e do reino, bem como das bênçãos divinas após o exílio. As águas aqui estão mais no sentido de fontes, no caso fontes de vida para quem se encontra à morte.
A água tanto serve para aliviar a sede, como para lubrificar nossas juntas e medulas. Ela também pode ter diversas funções conforme a sua temperatura. Pode ser refrescante, quente, fria, morna, é totalmente maleável e resiliente. Como não vivemos sem nosso precioso ar, também não vivemos sem água. Três dias sem ela e as consequências poderão ser fatais.
Comprar sem dinheiro é mesmo um paradoxo que explica que a salvação é um dom gratuito para aqueles que a desejam (52:3; Dt 8:3; Rm 6:23). Ai de nós se tivéssemos que pagar por ela, estaríamos todos ainda perdidos. Já o vinho e leite, são símbolos de satisfação plena.
Quem nos convida nos conhece e sabe o que andamos fazendo. Nosso dinheiro não pode ser empregado em qualquer coisa que não satisfaz. Se trabalhamos, em primeiro lugar visamos nosso sustento e satisfação. Onde encontrá-lo? Ele nos pede para ouvi-lo que ele tem o que é bom para nos deleitarmos com o melhor dele – vs. 2.
Na aliança davídica, Deus prometeu a Davi uma descendência, o trono e o reino eternos (II Sm 7:12-16; I Re 8:23-26; Sl 89:27-37; Jr 31:21-22; cf: Gn 9:16; 17:7,13,19; Nm 18:19). A casa de Davi governaria sobre as nações (cf. Zc 9:10). Essas promessas são cumpridas em Cristo (4:2; 7:14; 9:6; 11:1-3).
As promessas da aliança davídica são agora estendidas a todos aqueles que "vão" – na verdade, ninguém vai a Deus, antes Deus os atrai por sua graça - a Deus por meio de Cristo (At 13:34).
Especialmente ao ressuscitar Jesus Cristo, da casa de Davi, de entre os mortos (43:10,12; 44:8; At 13:34), o Senhor o deu como testemunha aos povos e como príncipe e governador de todos eles – 42:6; 59:6; Dn 9:25; Hb 2:10; 12:2.
Nações que não o conheceram serão chamadas e correrão ao seu encontro por amor do Senhor Deus, do Santo de Israel por causa de sua obra na qual glorificou o seu filho em sua missão.
Assim, ele exorta a que o busquemos enquanto ainda o podemos achar e que o invoquemos enquanto ainda está perto para salvar, pois os tempos mudarão e já não haverá mais salvação e sim juízo.
O tempo da salvação é agora. Hoje ainda vivemos o dia oportuno que pode mudar a vida e a história de qualquer um. Basta que nos inclinemos, venhamos a ele, ouçamos sua mensagem e nossa alma viverá – vs. 3 – por causa de sua aliança para conosco na qual fará um pacto eterno, conforme prometido a Davi.
Não vamos nos importar com os que querem viver longe do Senhor, por isso que somos exortados a deixar o ímpio em sua impiedade e o maligno com seus maus pensamentos. É como também podemos ver nos conselhos de João no apocalipse para deixarmos cada um em seu caminho, mas nós nos voltaremos ainda mais ao Senhor porquanto o dia se aproxima muito velozmente – Ap 22:11.
Deus exige fé viva, o que inclui atos de arrependimento. Apesar da exigência de arrependimento, a salvação é totalmente um ato de misericórdia divina, à parte de qualquer mérito humano.
Dos versos de 8 a 11, Deus explica pelo profeta que os seus caminhos e os seus pensamentos estão muito acima dos humanos. Embora tenhamos sido criados à sua imagem e à sua semelhança, somos apenas capazes de termos noções vagas e imprecisas de entendimento das coisas celestes.
A sua palavra é explicada em termos de agricultura envolvendo a terra, a chuva, as sementes e as estações próprias de plantio e colheita.
Do mesmo modo, sua palavra entra em nossos corações que são os terrenos preparados para recepcioná-las e cumprirem aquilo pelo qual foram designadas.
Elas não somente não voltarão atrás, como também cumprirão o que apraz ao Criador.
Seria com alegria que haveriam de sair da Babilônia e levando presentes como foi quando saíram do Egito. Embora o êxodo da Babilônia deu início à restauração do povo de Deus, o cumprimento da libertação do exílio é somente realizado em Cristo (48:20-21; 52:11-12).
Is 55:1 Ó vós, todos os que tendes sede,
                vinde às águas,
                               e os que não tendes dinheiro,
                                               vinde, comprai, e comei; sim,
                                               vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço,
                                                               vinho e leite.
                Is 55:2 Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão!
                                e o produto do vosso trabalho naquilo
                                               que não pode satisfazer?
                               ouvi-me atentamente, e comei o que é bom,
                                               e deleitai-vos com a gordura.
                Is 55:3 Inclinai os vossos ouvidos,
                               e vinde a mim;
                               ouvi,
                               e a vossa alma viverá;
                                               porque convosco farei um pacto perpétuo,
                                                               dando-vos as firmes beneficências
                                                                              prometidas a Davi.
                Is 55:4 Eis que eu o dei como testemunha aos povos,
                               como príncipe e governador dos povos.
                Is 55:5 Eis que chamarás a uma nação que não conheces,
                               e uma nação que nunca te conheceu a ti correrá,
                                               por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel;
                                                               porque ele te glorificou.
                Is 55:6 Buscai ao Senhor enquanto se pode achar,
                               invocai-o enquanto está perto.
                Is 55:7 Deixe o ímpio o seu caminho,
                               e o homem maligno os seus pensamentos;
                                               volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele;
                                                               e para o nosso Deus,
                                                                              porque é generoso em perdoar.
                Is 55:8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
                               nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
                Is 55:9 Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra,
                               assim são os meus caminhos mais altos
                                               do que os vossos caminhos,
                               e os meus pensamentos mais altos
                                               do que os vossos pensamentos.
                Is 55:10 Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus
                               e para lá não tornam, mas regam a terra,
                                               e a fazem produzir e brotar,
                               para que dê semente ao semeador, e pão ao que come,
                Is 55:11 assim será a palavra que sair da minha boca:
                               ela não voltará para mim vazia,
                                               antes fará o que me apraz,
                                                               e prosperará naquilo para que a enviei.
                Is 55:12 Pois com alegria saireis,
                               e em paz sereis guiados;
                                               os montes e os outeiros romperão em cânticos
                                                               diante de vós,
                                               e todas as árvores de campo baterão palmas.
                Is 55:13 Em lugar do espinheiro crescerá a faia,
                               e em lugar da sarça crescerá a murta;
                                               o que será para o Senhor por nome,
                                                               por sinal eterno,
                                                                              que nunca se apagará.
A alegria da criação diante dos atos redentores de Deus (44.23; 49.13; SI 96.11-13) parece manifestar-se nos montes e nos outeiros e em todas as árvores que se curvariam e bateriam palmas com seus galhos, folhas e frutos.
Até no lugar do espinheiro, cresceria a faia e no lugar da sarça, a murta. Essa forma de linguagem é uma ilustração da substituição do julgamento pela salvação (5:6; 32:13; 41:19).
Na verdade, na verdade, são duas expressões da natureza: alegria diante da salvação dos homens e pesar diante da condenação dos outros homens, os quais a Bíblia chama de filhos do diabo.
Quando a restauração for completada na volta de Cristo em glória, entre as bênçãos concedidas ao povo de Deus estará a da renovação permanente da natureza nos novos céus e na nova terra (Ap 21:1). Compare com o arco-íris (Gn 9:8-17).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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