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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

II Crônicas 28:1-27 - ACAZ, UM REI PERVERSO QUE CHEGOU A SACRIFICAR SEUS FILHOS

Nós estamos aqui, no capítulo 28,  da parte “C”, onde veremos hoje o reinado de Acaz.
PARTE III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
C: A deterioração decorrente da obediência superficial (25:1 - 28:27).
Como já dissemos antes, estamos já encerrando a fase do reino dividido e passaremos a ver a deterioração decorrente da obediência superficial que abrange a última fase desse reino dividido os quais são os reinados de Amazias (25:1-28) – já visto, Uzias (26:1-23) – já visto, Jotão (27:1-9) – já vimos; e, Acaz (28:1-27) – veremos e encerraremos agora.
Vimos também que o que há de comum neles é que não serviram a Deus de todo o coração (veja 25:2; 26:4; 27:2), ou sejam, fizeram o que era reto, mas não com inteireza de coração. Também veremos a derrota de Acaz diante de Israel (cf: 25:14-24; 28:6:15).
4: O reinado de Acaz  - 735-715 a.C. - (28:1-27; II Re 16:1-20).
Comparando-se os textos de Reis e de Crônicas, veremos que o cronista segue aproximadamente o registro de Acaz em Reis no começo (vs. 1-4, texto paralelo II Re 16:2-4) e no final (vs. 22-27, texto paralelo II Re 16:10-11,19-20) do seu relato. Ele também acrescenta muito material novo na parte central (vs. 5-21) usando outras fontes que não se encontram mais disponíveis.
O registro do rei Acaz poderia ser dividido didaticamente desta maneira:
a: O início do reinado de Acaz (28:1-5)
b: A fidelidade do Reino do Norte a Deus (28:6-15)
c: A infidelidade de Acaz a Deus (28:16-25)
d: O final do reinado de Acaz (28:26-27)
O reinado de Acaz é contrastado nitidamente com o reinado de seu pai Jotão, e o relato se concentra na maneira como a infidelidade levou à derrota militar.
Acaz foi infiel ao Senhor desde o início. Ele chegou a ser corregente com Jotão, seu pai, dos 20 aos 23 anos, de 735 a 732 a.C.
A apostasia de Acaz foi tão grave que ele chegou a realizar sacrifício humano. Sem escrúpulo algum, queimou a seus próprios filhos. (cf. Lv 18:21; Dt 12:31;18:10; II Re 1 6:3; 17:17; 21:6; 23:10; II Cr 33:6; SI 106:37-38; Is 57:5; Jr 7:30-31; 19:5; 32:35; Ez 16:20-21; Mq 6:7).
O texto hebraico (massorético) tradicional de II Re 16:3 diz "filho", mas alguns manuscritos da Septuaginta (a tradução grega do AT) trazem "filhos" como em Crônicas.
Como é triste ver o reinado e a história desse perverso rei Acaz que ao contrário de seu pai, Jotão, e de seus antepassados, Davi, perpetuou a idolatria em Judá, chegando a colocar um altar pagão no templo em Jerusalém.
Tendo morrido seu pai, Jotão, passou a reinar em seu lugar, seu filho Acaz. O ano era o 17º do reinado de Peca, filho de Remalias. Quando começou a reinar tinha 20 anos e reinou por 16 anos em Jerusalém.
Como nas demais citações de outros reis, neste caso, o autor não revela o nome de sua mãe, como de costume. E dos reis de Judá, este é um dos 12, do total de 20 reis em Judá, que não fizeram o que era reto diante de Deus como fora os seus pais.
A opção de Acaz foi andar nos caminhos de que andaram os reis de Israel, chegando ao cúmulo de sacrificar seus próprios filhos como sacrifício, conforme as abominações dos gentios que o Senhor tinha lançado fora de diante dos filhos de Israel. Além disso, ainda sacrificou e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como ainda debaixo de toda árvore frondosa.
Conforme a BEG, o pecado de Jeroboão I – I Re 12:26-33 -, perpetuado por todos os reis subsequentes de Israel, foi a criação de sua própria religião, que prescrevia a adoração em Betel e Dã em vez de Jerusalém. A tristeza aqui é ver a rejeição dos caminhos do Senhor para tentar alcançá-lo ao seu próprio jeito. Sinceramente, nem faz isso sentido algum.
Esses locais de adoração no norte se tornaram canais para práticas e crenças religiosas pagãs no Reino do Norte. Do mesmo modo, Acaz introduziu um altar estrangeiro em Jerusalém e, como Jeroboão I, oficiou os sacrifícios iniciais nesse novo altar – vs 10-13; I Re 12:32-33. Simplesmente, Acaz desprezou tudo o que seus pais ensinaram a ele e optou pelos maus caminhos proibidos por Deus, conforme se fazia em Israel.
Quanto à atrocidade do sacrifício de crianças, era praticada por algumas das nações vizinhas de Judá, mas esse ritual hediondo era proibido pela Torá – Lv 18:21; Dt 18:10; II Re 3:27. No entanto, Acaz não foi o único rei de Judá a sacrificar seu próprio filho – 17:17; 21:6; 23:10; Jr 7:31; 32:35. A intenção disso era sempre a mesma, ou seja, obter mais poder, mais força e agradar uma divindade por troca de favores com ela. “Eu faço isso para ela e ela faz isso para mim”.
Judá, destarte, estava se tornando indistinguível de Israel e das nações que Deus havia expulsado para que seu povo pudesse habitar na terra. Tornou-se não em exemplo para as demais nações, mas invejosa das outras nações.
Acaz foi atacado e derrotado por Rezim, rei da Síria, Peca, rei de Israel, devido ao julgamento divino sobre sua apostasia manifesta - vs 5 e 6. O profeta Isaias interferiu nessa crise, aconselhando o indeciso Acaz a confiar no Senhor – Is 7:1-17.
Obteve ajuda de Tiglate-Pileser, rei da Assíria, em troca de ouro e prata que se achavam na Casa do Senhor e nos tesouros da casa do rei. Este aceitou os presentes e atacou a Damasco, matou seu rei Rezim, tomou-a e levou cativo o seu povo para Quir. Essa destruição da Síria foi em cumprimento às profecias de Isaias – Is 7:16 e do profeta Amós – Am 1:5.
Depois disso, foi Acaz, demonstrando que não confiava em Deus, para Damasco para se encontrar com o rei da Assíria, Tiglate-Pileser – nesse, ele confiava - e viu ali um altar que fez questão de copiar e imitar. Urias, o sacerdote fez exatamente como lhe pedira Acaz e ao retornar já estava pronto, onde pode fazer seus sacrifícios e usar o altar de bronze que havia sido removido de seu local para práticas de adivinhações.
Dos versos 9 ao 15, vemos uma mudança de foco do cronista que normalmente era direcionado para o Reino do Sul para apontar que alguns cidadãos do Reino do Norte deram ouvidos à repreensão profética. Essas ações contrastaram com a apostasia de Judá nessa época. Esses acontecimentos preparavam o cenário para a avaliação posterior de Ezequias acerca do norte e do sul.
Acaz, simplesmente, não somente foi idólatra e praticou abominações terríveis, como por exemplo o sacrifício de seus próprios filhos, mas foi além, pervertendo e corrompendo o verdadeiro culto do templo, mudando seus costumes e práticas.
Acaz finalmente morreu e foi sepultado junto a seus pais, na cidade de Davi e seu filho, Ezequias reinou em seu lugar.
                II Cr 28:1 Tinha Acaz vinte anos de idade,
                      quando começou a reinar,
                               e dezesseis anos reinou em Jerusalém;
                                               e não fez o que era reto aos olhos do SENHOR,
                                                               como Davi, seu pai.
                II Cr 28:2 Antes andou nos caminhos dos reis de Israel,
                               e, além disso, fez imagens fundidas a Baalins.
                II Cr 28:3 Também queimou incenso no vale do filho de Hinom,
                               e queimou a seus filhos no fogo, conforme as abominações
                                               dos gentios que o SENHOR tinha expulsado
                                                               de diante dos filhos de Israel.
                II Cr 28:4 Também sacrificou, e queimou incenso nos altos
                               e nos outeiros, como também debaixo de toda a árvore verde.
                II Cr 28:5 Por isso o SENHOR seu Deus o entregou na mão
                               do rei dos sírios, os quais o feriram,
                                               e levaram dele em cativeiro uma grande multidão
                                                               de presos, que trouxeram a Damasco;
                                               também foi entregue na mão do rei de Israel,
                                                               o qual lhe infligiu grande derrota.
                II Cr 28:6 Porque Peca, filho de Remalias, matou em Judá,
                               num só dia, cento e vinte mil, todos homens valentes;
                                               porquanto deixaram ao SENHOR Deus de seus pais.
                II Cr 28:7 E Zicri, homem valente de Efraim, matou a Maasias,
                               filho do rei, e a Azricão, o mordomo, e a Elcana,
                                               o segundo depois do rei.
                II Cr 28:8 E os filhos de Israel levaram presos de seus irmãos
                               duzentos mil, mulheres, filhos e filhas;
                                               e também saquearam deles grande despojo,
                                                               que levaram para Samaria.
                II Cr 28:9 Mas estava ali um profeta do SENHOR,
                               cujo nome era Obede, o qual saiu ao encontro do exército
                                               que vinha para Samaria, e lhe disse:
                               Eis que, irando-se o SENHOR Deus de vossos pais
                               contra Judá, os entregou na vossa mão,
                                               e vós os matastes com uma raiva tal,
                                                               que chegou até aos céus.
                II Cr 28:10 E agora vós cuidais em sujeitar a vós os filhos de Judá
                               e Jerusalém, como cativos e cativas;
                                               porventura não sois vós mesmos culpados
                                                               contra o SENHOR vosso Deus?
                II Cr 28:11 Agora, pois, ouvi-me, e tornai a enviar os prisioneiros
                               que trouxestes cativos de vossos irmãos;
                                               porque o ardor da ira do SENHOR está sobre vós.
                II Cr 28:12 Então se levantaram alguns homens dentre os cabeças
                               dos filhos de Efraim, a saber, Azarias, filho de Joanã,
                               Berequias, filho de Mesilemote, Jeizquias, filho de Salum,
                               e Amasa, filho de Hadlai, contra os que voltavam da batalha.
                II Cr 28:13 E lhes disseram:
                               Não fareis entrar aqui estes cativos, porque, além da nossa
                               culpa contra o SENHOR, vós intentais acrescentar mais a
                                               nossos pecados e a nossas culpas, sendo que já
                                                              temos grande culpa, e já o ardor da ira
                                                                              está sobre Israel.
                II Cr 28:14 Então os homens armados deixaram os cativos
                               e o despojo diante dos príncipes e de toda a congregação.
                II Cr 28:15 E os homens que foram apontados por seus nomes
                               se levantaram, e tomaram os cativos, e vestiram do despojo
                                               a todos os que dentre eles estavam nus;
                               e vestiram-nos, e calçaram-nos, e deram-lhes de comer
                                               e de beber, e os ungiram, e a todos os que estavam
                                                               fracos levaram sobre jumentos,
                                               e conduziram-nos a Jericó, à cidade das palmeiras,
                                                               a seus irmãos.
                                                                              Depois voltaram para Samaria.
                II Cr 28:16 Naquele tempo o rei Acaz mandou pedir aos reis
                               da Assíria que o ajudassem. II Cr 28:17 Porque outra vez os
                                               edomitas vieram, e feriram a Judá,
                                                               e levaram presos em cativeiro.
                II Cr 28:18 Também os filisteus deram sobre as cidades da campina
                               e do sul de Judá, e tomaram a Bete-Semes, e a Aijalom,
                               e a Gederote e a Socó, e os lugares da sua jurisdição,
                               e a Timna, e os lugares da sua jurisdição, e a Ginzo,
                               e os lugares da sua jurisdição; e habitaram ali.
                II Cr 28:19 Porque o SENHOR humilhou a Judá por causa de Acaz,
                               rei de Israel; porque este se houve desenfreadamente
                                               em Judá, havendo prevaricado grandemente
                                                               contra o SENHOR.
                II Cr 28:20 E veio a ele Tiglate-Pileser, rei da Assíria;
                               porém o pôs em aperto, e não o fortaleceu.
                II Cr 28:21 Porque Acaz tomou despojos da casa do SENHOR,
                               e da casa do rei, e dos príncipes, e os deu ao rei da Assíria;
                                               porém não o ajudou.
                II Cr 28:22 E ao tempo em que este o apertou,
                               então ainda mais transgrediu contra o SENHOR,
                                               tal era o rei Acaz.
                II Cr 28:23 Porque sacrificou aos deuses de Damasco,
                               que o feriram e disse:
                                               Visto que os deuses dos reis da Síria os ajudam,
                                               eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim.
                                               Porém eles foram a sua ruína, e de todo o Israel.
                II Cr 28:24 E ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus,
                               e fez em pedaços os utensílios da casa de Deus,
                                               e fechou as portas da casa do SENHOR,
                               e fez para si altares em todos os cantos de Jerusalém.
                II Cr 28:25 Também em cada cidade de Judá fez altos para queimar
                               incenso a outros deuses; assim provocou à ira o SENHOR
                                               Deus de seus pais.
                II Cr 28:26 Ora, o restante dos seus atos e de todos os seus caminhos,
                               tanto os primeiros como os últimos,
                                               eis que estão escritos no livro dos reis de Judá
                                                               e de Israel.
                II Cr 28:27 E dormiu Acaz com seus pais, e o sepultaram na cidade,
                               em Jerusalém; porém não o puseram
                                               nos sepulcros dos reis de Israel;
                                                               e Ezequias, seu filho, reinou em seu lugar.
Acaz foi um péssimo exemplo de rei que começou seu reinado ainda jovem, com apenas 20 anos e reinou por 16, sendo depois substituído por seu filho Ezequias. Viveu ao todo 36 anos, mas foi esse exemplo, como já dito, do que não se pode imitar, nem copiar, nem se fazer.
Infelizmente, enquanto estivermos nessa vida teremos muitos Acaz em nossos caminhos e pior na posição de autoridade máxima, apenas sendo instrumento do maligno para destruição e ruina de todos.
Isso acontece por causa dos limites da graça e da misericórdia de Deus terem atingido o grau máximo de tolerância. O surgimento de Acaz em Judá era um prenúncio do que estava por vir para Judá em breve, se não se arrependessem. O fato é que não se arrependeram e foram levados cativos.
PARTE IV - O REINO UNIFICADO
Veremos ao longo desses capítulos finais o reino de Judá e de Israel reunificados e como as bênçãos e os julgamentos divinos se aplicavam.
Estamos entrando numa nova era com o reinado de Ezequias que marca definitivamente uma nova era na história de Israel. O Reino do Norte estava praticamente destruída pelos assírios e somente Judá tinha permanecido.
Ezequias, filho de Acaz, o perverso, sentiu que o momento na história daquela nação apontava para uma liderança única e unida entre os dois reinos do norte e do sul e assim, reuniu representantes dos dois reinos a fim de formar um único reino com um só rei e um só templo em Jerusalém.
Doravante, tudo agora seria em conjunto e não mais provenientes de duas regiões com dois poderes. As experiências de bênçãos e provações, exílio e livramento, seriam agora experiências conjuntas de um povo reunificado, em torno de um só templo.
Estamos vendo que com Ezequias a época do reino dividido iniciada com Roboão e Jeroboão agora estava tendo o seu fim.
Esta última parte IV de  I e de II de Crônicas será, didaticamente, dividida em seis partes.
A. O reinado de Ezequias – 29:1 a 32:33.
B. O reinado de Manassés – 3:1-20.
C. O reinado de Amon – 33:21-25.
D. O reinado de Josias – 34:1 a 35:27.
E. Os últimos anos – 36:1-14.

F. Dificuldades, exílio e esperança – 36:15-23.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

II Crônicas 27:1-8 - O REINADO DE JOTÃO - AVALIAÇÃO POSITIVA PELO CRONISTA

Nós estamos aqui, no capítulo 27,  da parte “C”, onde veremos hoje o reinado de Jotão.
PARTE III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
C: A deterioração decorrente da obediência superficial (25:1 - 28:27).
Como já dissemos antes, estamos já encerrando a fase do reino dividido e passaremos a ver a deterioração decorrente da obediência superficial que abrange a última fase desse reino dividido os quais são os reinados de Amazias (25:1-28) – já visto, Uzias (26:1-23) – já visto, Jotão (27:1-9) – veremos agora; e, Acaz (28:1-27).
O que há de comum neles é que não serviram a Deus de todo o coração (veja 25:2; 26:4; 27:2), ou sejam, fizeram o que era reto, mas não com inteireza de coração. Também veremos a derrota de Acaz diante de Israel (cf: 25:14-24; 28:6:15).
2: O reinado de Jotão  - 750-735 a.C. - (27:1-8; II Re 15:32-38).
Aqui, conforme a BEG, o cronista segue o relato sucinto do reinado de Jotão em Reis (II Rs 15:33-38), mas acrescenta o material dos vs. 3b-6 e omite II Rs 15:37.
Ao contrário dos registros de Joás até Uzias, nos quais cada reinado é contrabalançado pela obediência e pela desobediência, o cronista faz uma avaliação inteiramente positiva de Jotão.
O retrato positivo contrasta com a avaliação inteiramente negativa de Acaz, o rei seguinte (28:1-27). O cronista se concentra na fidelidade a Deus como o caminho para o sucesso em projetos de construção e em conflitos militares.
Poderíamos dividir esses nove versículos em quatro partes: a ascensão de Jotão (vs. 1-2), suas realizações positivas (vs. 3-6) e um resumo do seu reinado e morte (vs. 7-9).
Tendo morrido seu pai, Azarias ou Uzias no isolamento devido a sua doença, passou a reinar em seu lugar, seu filho Jotão. Ele começou a reinar em Judá no segundo ano de Peca, filho de Remalias, rei de Israel.
Visto que Jotão governou apenas por 16 anos, a referência de 2 Reis 15:30 ao “vigésimo ano de Jotão”, evidentemente deve ser entendida como significando o 20.° ano depois de se tornar rei, isto é, o quarto ano de Acaz.
Sua idade era de 25 anos e reinou 16 anos, a mesma idade que seu pai tinha começado a reinar em Judá. A sua mãe se chamava Jerusa, filha de Zadoque. Também, semelhantemente ao seu pai, tinha ele sido corregente por causa da doença que obrigava seu pai ao isolamento.
Seguindo ainda o exemplo de seu pai, este também fez o que era reto diante do Senhor, porém, também não tocou nos altos que o povo estava acostumado, ou seja, não fez o que era reto diante do Senhor com inteireza de coração.
Também, o cronista cita que ele não entrou no templo do Senhor para dizer que ele não transgredira os regulamentos sacerdotais como seu pai tinha feito, mas cita que o povo continuava na prática do mal, ou seja, o cronista explica que a persistência da corrupção se devia ao povo e não a Jotão – II Re 15:35 -, o que é um absurdo!
O reinado de Jotão não fora pacífico. Venceu os amonitas, obrigando eles, durante três anos, pagarem um tributo anual de 100 talentos de prata (US$660.600) e de 10.000 coros (2.200 kl) tanto de trigo como de cevada. (2Cr 27:5)
No tocante às suas obras, o narrador, em Reis, comenta de uma que fez edificando a Porta de Cima da Casa do Senhor, ou seja, a porta superior de Benjamim – Jr 20:2. Essa porta ficava na parte norte da área do templo, voltada para o território de Benjamim. Ele também trabalhou na muralha de Ofel, construiu também cidades na região montanhosa de Judá, bem como fortes e torres nos bosques. — 2Cr 27:3-7.
Aqui, em Crônicas, ao que parece, ele acrescenta os versos de 3 a 6 para mostrar aos da geração pós-exílio, a aprovação divina de Jotão em seus projetos de construção bem-sucedidos.
Ele então morre, é enterrado junto com seus pais e seu filho Acaz começa a reinar em Judá.
Como já estamos vendo em Crônicas, os últimos reis de Judá, é interessante agora colocarmos, a benefício de nossa compreensão dos fatos narrados, uma explicação do mapa das campanhas dos assírios contra Israel e Judá, referente ao texto bíblico de II Re 15 - p. 506, da BEG[1]:
Os assírios entram na história bíblica na época dos últimos reis de Israel (séc. 8º a.C.), quando o profeta Isaias estava se tornando conhecido no reio de Judá. Até esse tempo, ano 840 a.C., a Assíria havia considerado Israel como estado vassalo. O obelisco de pedra negra que documenta as vitórias de Salmaneser III, mostra Jeú, rei de Israel, rendendo tributo (II Rs 9-10).
1-         Campanhas de Tiglate-Pileser III (738-732 a.C.)
Em 745 a.C. Tiglate—Pileser III ascendeu ao trono da Assíria. Ele invadiu Israel e forçou o rei Menaém a renovar o pagamento do tributo (2Rs 15:17-23). Anos mais tarde, o rei assírio voltou a invadir Israel, tomou terras e cidades e exilou muitas pessoas.: (Para evitar problemas posteriores, os assírios tinham por hábito exilar os conquistados, estabelecendo-os em outro país).
2-         Campanha de Salmaneser V (725-722 a.C.)
Oseias, rei de Israel, resistiu aos assírios. Foi derrotado, mas logo se revoltou. Nessa ocasião, o rei assírio Salmaneser V sitiou e tomou Samaria., a capital de Israel. Toda a população foi enviada ao exílio; Samaria foi repovoada com pessoas de outras nações no ano 721 a.C. (2Rs 17; 18.9-12). Sargão II, sucessor de Salmaneser, declarou haver exilado como prisioneiros''... 27.290 de seus habitantes junto com seus carros... e os deuses nos quais confiavam".
3-         Campanha de Senaqueribe contra Judá (701 a.C.)
O reino de Judá tornou-se vassalo assírio ao pedir proteção contra o ataque de Israel e da Síria (2Rs 16.1-9). Assim, quando o rei Ezequias buscou a independência de Judá, a sua ação levou o exército assírio até Judá. O rei assírio sitiou e tomou Laquis e enviou um grande exército contra Jerusalém. Ezequias, por conselho do profeta Isaías, não se rendeu, e os assírios foram obrigados a retroceder (2Rs 18.1-8---19.37).
Judá permaneceu leal à Assíria até que o império foi derrotado pelos babilônios, que tomaram Nínive, a capital assíria, no ano 612 a.C. (Dn 5).
Durante o reinado de Jotão, a terra de Judá começou também a sofrer pressão militar do rei sírio Rezim e do rei israelita Peca. — II Rs 15:37.
II Cr 27:1 Tinha Jotão vinte e cinco anos de idade,
                quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém;
                               e era o nome de sua mãe Jerusa, filha de Zadoque.
                II Cr 27:2 E fez o que era reto aos olhos do SENHOR,
                                conforme a tudo o que fizera Uzias, seu pai,
                                               exceto que não entrou no templo do SENHOR.
                                                               E o povo ainda se corrompia.
                II Cr 27:3 Ele edificou a porta superior da casa do SENHOR,
                               e também edificou muitas obras sobre o muro de Ofel.
                II Cr 27:4 Também edificou cidades nas montanhas de Judá,
                               e castelos e torres nos bosques.
                II Cr 27:5 Ele também guerreou contra o rei dos filhos de Amom,
                               e prevaleceu sobre eles, de modo que os filhos de Amom
                                               naquele ano lhe deram cem talentos de prata,
                                               e dez mil coros de trigo, e dez mil de cevada;
                               isto lhe trouxeram os filhos de Amom também no segundo
                                               e no terceiro ano.
                II Cr 27:6 Assim se fortificou Jotão, porque dirigiu
                               os seus caminhos na presença do SENHOR seu Deus.
                II Cr 27:7 Ora, o restante dos atos de Jotão, e todas as suas guerras
                               e os seus caminhos, eis que estão escritos no livro dos reis
                                               de Israel e de Judá.
                II Cr 27:8 Tinha vinte e cinco anos de idade,
                               quando começou a reinar,
                                               e reinou dezesseis anos em Jerusalém.
                II Cr 27:9 E dormiu Jotão com seus pais,
                               e sepultaram-no na cidade de Davi;
                                               e Acaz, seu filho, reinou em seu lugar.
Jotão foi contemporâneo a Isaías, Oséias e Miquéias (Is 1:1; Os 1:1; Miq 1:1).
Um rei se levanta, é empossado, executa suas ações - as quais são comparadas com as ações de Davi, como padrão - e são classificadas se andaram fazendo o que era reto aos olhos do Senhor de forma total ou parcial, depois morre e outro rei se levanta, repetindo todo o ciclo.
Por isso, vê-se que bastava ao rei ser como foi Davi que já teriam garantido grande prosperidade para toda a nação, no entanto, são tão poucos os reis que conseguiram ser como Davi! Em Israel, nenhum deles se quer chegou aos pés dele, antes todos fizeram o que era mal aos olhos do Senhor. Em Judá, poucos reis conseguiram essa façanha e esses últimos quatro reis que estamos vendo, todos, conseguiram de forma parcial.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] O mesmo mapa se encontra no livro de minha autoria, O REINO DIVIDIDO - Reflexões bíblicas nas histórias dos reis de Judá e de Israel em I e II Reis.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

II Crônicas 26:1-23 - O REINADO DE UZIAS (OU AZARIAS) E A SUA LEPRA NA TESTA

Nós estamos aqui, no capítulo 25,  da parte “C”, onde veremos hoje o reinado de Uzias.
PARTE III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
C: A deterioração decorrente da obediência superficial (25:1 - 28:27).
Estamos já encerrando a fase do reino dividido e passaremos a ver a deterioração decorrente da obediência superficial que abrange a última fase desse reino dividido os quais são os reinados de Amazias (25:1-28) – já visto, Uzias (26:1-23) – veremos agora, Jotão (27:1-9) e Acaz (28:1-27).
Como já disse antes, o que há de comum neles é que não serviram a Deus de todo o coração (veja 25:2; 26:4; 27:2), ou sejam, fizeram o que era reto, mas não com inteireza de coração. Também veremos a derrota de Acaz diante de Israel (cf: 25:14-24; 28:6:15).
2: O reinado de Uzias - 792-740 a.C. - (26:1-23; II Re 14:21-22; II Re 15:1-7).
Em Crônicas, o cronista expande as observações sucintas de Reis sobre Uzias.
Ele inclui a parte do matéria de Reis – vs 1-4, texto paralelo II Re 14:21-22; 15:1-3; vs 21-23, texto paralelo II Re 15:5-7 - e acrescenta uma seção central – vs 5-20 – com base em outras fontes, que não se encontram mais disponíveis.
A disposição do texto, dividido didaticamente ficaria assim:
a: O início do reinado de Uzias (26:1-5)
b: A fidelidade e a bênção de Uzias (26:6-15)
c: A infidelidade e a maldição de Uzias (26:16-21)
d: O final do reinado de Uzias (26:22-23)
Aqui estamos na história de Azarias, rei de Judá, também conhecido como rei Uzias, que começou a reinar no ano 27, do reinado de Jeroboão II. Muito provavelmente, por causa do cativeiro de seu pai, em Israel, ele tenha sido corregente com seu pai por um período em Judá.
Como nas histórias de Juízes, I e II Reis também seguem um determinado padrão, como já dissemos, de literatura ao narrar a história de cada rei de Israel e de Judá, sendo que em Crônicas não vemos a mesma preocupação com o reinado do norte em narrar seus reis, a não ser que se envolvam de alguma forma com o reinado do sul e ai, são citados; do contrário, não há preocupação de narração dos fatos e feitos deles.
Sua idade de início no reinado foi com 16 anos, ainda adolescente e teve um dos reinados mais longos da história de Judá, 55 anos no reinado. Sua mãe se chamava Jecolias, de Jerusalém.
Suas ações, ao contrário dos reis de Israel, foram tidas como retas perante o Senhor, conforme tudo o que fizera o seu pai Amazias. Como também todos os outros, este não mexeu nos altos a que o povo tinha se acostumado e precisava ser retirado de vez de Judá.
Obviamente, por ter ele agido como seu pai, logo não fez o que era reto aos olhos do Senhor com inteireza de coração – II Cr 25:2 -, mas com parcialidade.
O padrão de comparação dos reis de Judá e Israel dos que alcançaram êxito e fizeram o que era reto aos olhos do Senhor com todo o seu coração é Davi, o segundo a ser rei.
Em Reis, não se tem explicação para o fato de ter sido ele acometido de uma doença de pele que o obrigou ao isolamento, provavelmente lepra, mas não necessariamente.
Em II Crônicas, neste capítulo que estamos estudando, vemos que o Senhor o feriu de lepra – vs 19 - e desde esse momento até a sua morte, ficou ele com essa doença.
A ira do Senhor o alcançou por causa de sua exaltação por ter conseguido grandes êxitos em suas empreitadas e orgulhoso de si mesmo, achou-se no direito de queimar incenso ao Senhor, tarefa essa destinada somente aos sacerdotes, filhos de Arão, por serem eles chamados e consagrados para esse fim.
Indignado contra os sacerdotes que se opuseram a ele e explicaram que não poderia fazê-lo, estando ele com o incensário nas mãos, a lepra lhe saiu na testa, perante os sacerdotes, na Casa do Senhor, junto ao Altar de Incenso.
Azarias, o sumo sacerdote àquela época, juntamente com os outros sacerdotes se apressaram a tirá-lo dali, para seu próprio bem, antes que algo pior acontecesse com ele ali.
Assim como seu pai viveu isolado em Israel, este também se isolou em Judá devido a sua doença e seu filho Jotão começou a reinar em seu lugar.
II Cr 26:1 Então todo o povo tomou a Uzias, que tinha dezesseis anos,
                e o fizeram rei em lugar de Amazias seu pai.
                II Cr 26:2 Este edificou a Elote, e a restituiu a Judá,
                               depois que o rei dormiu com seus pais.
                II Cr 26:3 Tinha Uzias dezesseis anos quando começou a reinar,
                               e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém;
                                               e era o nome de sua mãe Jecolia, de Jerusalém.
                II Cr 26:4 E fez o que era reto aos olhos do SENHOR;
                               conforme a tudo o que fizera Amazias seu pai.
                II Cr 26:5 Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias,
                               que era entendido nas visões de Deus;
                                nos dias em que buscou ao SENHOR, Deus o fez prosperar.
                II Cr 26:6 Porque saiu e guerreou contra os filisteus,
                               e quebrou o muro de Gate, o muro de Jabne,
                               e o muro de Asdode; e edificou cidades em Asdode,
                                               e entre os filisteus.
                II Cr 26:7 E Deus o ajudou contra os filisteus e contra os árabes
                               que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas.
                II Cr 26:8 E os amonitas deram presentes a Uzias;
                               e o seu nome foi espalhado até à entrada do Egito,
                                               porque se fortificou altamente.
                II Cr 26:9 Também Uzias edificou torres em Jerusalém,
                               à porta da esquina, e à porta do vale, e à porta do ângulo,
                                               e as fortificou.
                II Cr 26:10 Também edificou torres no deserto, e cavou muitos poços,
                               porque tinha muito gado, tanto nos vales como nas campinas;
                               tinha lavradores, e vinhateiros, nos montes e nos campos
                                               férteis; porque era amigo da agricultura.
                II Cr 26:11 Tinha também Uzias um exército de homens destros
                               na guerra, que saíam à guerra em tropas, segundo o número
                                               da resenha feita por mão de Jeiel, o escrivão,
                                               e Maaséias, oficial, sob a direção de Hananias,
                                                               um dos capitães do rei.
                II Cr 26:12 O total dos chefes dos pais, homens valentes,
                               era de dois mil e seiscentos.
                II Cr 26:13 E debaixo das suas ordens havia um exército guerreiro
                               de trezentos e sete mil e quinhentos homens,
                                               que faziam a guerra com força belicosa,
                                                               para ajudar o rei contra os inimigos.
                II Cr 26:14 E preparou Uzias, para todo o exército, escudos, lanças,
                               capacetes, couraças e arcos, e até fundas para atirar pedras.
                II Cr 26:15 Também fez em Jerusalém máquinas da invenção
                               de engenheiros, que estivessem nas torres e nos cantos, para
                                               atirarem flechas e grandes pedras; e propagou a sua
                                                               fama até muito longe;
                               porque foi maravilhosamente ajudado, até que se fortificou.
                II Cr 26:16 Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração
                               até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR seu Deus,
                                               porque entrou no templo do SENHOR para queimar
                                                               incenso no altar do incenso.
                II Cr 26:17 Porém o sacerdote Azarias entrou após ele,
                               e com ele oitenta sacerdotes do SENHOR, homens valentes.
                II Cr 26:18 E resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram:
                               A ti, Uzias, não compete queimar incenso
                               perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão,
                                               que são consagrados para queimar incenso;
                                                               sai do santuário, porque transgrediste;
                               e não será isto para honra tua da parte do SENHOR Deus.
                II Cr 26:19 Então Uzias se indignou; e tinha o incensário na sua mão
                               para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os
                                               sacerdotes, a lepra lhe saiu à testa perante
                                                               os sacerdotes, na casa do SENHOR,
                                                                              junto ao altar do incenso.
                II Cr 26:20 Então o sumo sacerdote Azarias olhou para ele,
                               como também todos os sacerdotes, e eis que já estava leproso
                                               na sua testa, e apressadamente o lançaram fora;
                                               e até ele mesmo se deu pressa a sair,
                                                               visto que o SENHOR o ferira.
                II Cr 26:21 Assim ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte;
                               e morou, por ser leproso, numa casa separada,
                                               porque foi excluído da casa do SENHOR.
                               E Jotão, seu filho, tinha o encargo da casa do rei,
                                               julgando o povo da terra.
                II Cr 26:22 Quanto ao mais dos atos de Uzias,
                               tanto os primeiros como os últimos, o profeta Isaías,
                                               filho de Amós, o escreveu.
                II Cr 26:23 E dormiu Uzias com seus pais, e o sepultaram com eles
                               no campo do sepulcro que era dos reis; porque disseram:
                                               Leproso é. E Jotão, seu filho, reinou em seu lugar.
São tantos os exemplos bíblicos que o Senhor é fogo consumidor e que é melhor não brincar com ele ou passar os limites se achando importante demais dentro do reino de Deus por causa de seus grandes feitos.
Uzias ia bem e tinha tudo para melhorar ainda mais e deixar na história a sua marca registrada, mas foi humilhado com a lepra e teve de deixar seu filho reinar em seu lugar. Deus lhe poupou a vida, mas lhe tirou tudo que ele tinha e passou para outras mãos para administrar.
Viveu o resto de sua vida leproso e se lamentando. Em vista disso, melhor é temer ao Senhor, respeitar os líderes por ele constituídos e levar uma vida piedosa e tranquila diante do Senhor.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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