Nós
estamos aqui, no capítulo 24, o último da parte “B”, que continuará a falar do
reinado de Joás.
PARTE
III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
C: A deterioração
decorrente da obediência superficial (25:1 - 28:27).
Estamos
já encerrando a fase do reino dividido e passaremos a ver a deterioração
decorrente da obediência superficial que abrange a última fase desse reino dividido
os quais são os reinados de Amazias (25:1-28), Uzias (26:1-23), Jotão (27:1-9)
e Acaz (28:1-27).
O
que há de comum neles é que não serviram a Deus de todo o coração (veja 25:2; 26:4;
27:2), ou sejam, fizeram o que era reto, mas não com inteireza de coração. Também
veremos a derrota de Acaz diante de Israel (cf: 25:14-24; 28:6:15).
A
história de reis em Israel começou com Saul, reinou 40 anos; depois, com Davi,
também reinou 40 anos; e, depois com Salomão, que também reinou 40 anos. Salomão morreu em 931 a.C. e
o reino foi dividido em Israel (o Reino do Norte) e Judá (o Reino do Sul). Veja
quadro abaixo com as referências bíblicas em Reis[1]:
Referência Bíblica
Reis no Judá
Reis no Israel
Data
I Reis 11:43
Roboão
931 a.C.
I Reis 11:28
Jeroboão
931 a.C.
I Reis 14:31
Abias
913 a.C.
I Reis 15:8-24
*Asa
911 a.C.
I Reis 15:25
Nadabe
910 a.C.
I Reis 15:16-22
Baasa
909 a.C.
I Reis 16:6
Elá
886 a.C.
I Reis 16:15
Zinri
885 a.C.
*Tibni
885 a.C.
I Reis 16:16
Onri
885 a.C.
I Reis 16:29
Acabe
884 a.C.
I Reis 15:24
*Jeosafá
873 a.C.
II Reis 8:16
*Jeorão
853 a.C.
I Reis 22:51
Acazias
853 a.C.
II Reis 1:17
Joroão
852 a.C.
II Reis 8:25
Acazias
841 a.C.
II Reis 11:1
Atalia
841 a.C.
II Reis 10:36
Jeú
841 a.C.
II Reis 11:21
Jeoás
835 a.C.
II Reis 10:35
Jeoacaz
814 a.C.
II Reis 13:10
*Jeoás
798 a.C.
II Reis 14:1
*Amazias
796 a.C.
II Reis 14:23
*Uzias
* Jeroboão II
793 a.C.
II Reis 15:5
*Jotã
750 a.C.
II Reis 15:8
Zacarias
753 a.C.
II Reis 15:38
*Acaz
735 a.C.
Como
estamos seguindo as divisões propostas pela BEG, também dividiremos a parte “C”
em quatro partes, com cada parte sendo resumida em um capítulo e em um reinado:
1:
O reinado de Amazias (25:1-28)
a: O início do reinado de Amazias
(25:1-2)
b: A fidelidade parcial de
Amazias (25:3-12)
c: Amazias enfrenta problemas
causados por Israel (25:13)
d: A infidelidade de Amazias (25:14-24)
e: O final do reinado de Amazias
(25:25-28)
2:
O reinado de Uzias (26:1-23)
a: O início do reinado de Uzias
(26:1-5)
b: A fidelidade e a bênção de
Uzias (26:6-15)
c: A infidelidade e a maldição de
Uzias (26:16-21)
d: O final do reinado de Uzias
(26:22-23)
3:
O reinado de Jotão (27:1-9)
4:
O reinado de Acaz (28:1-27)
a: O início do reinado de Acaz
(28:1-5)
b: A fidelidade do Reino do Norte
a Deus (28:6-15)
c: A infidelidade de Acaz a Deus
(28:16-25)
d: O final do reinado de Acaz (28:26-27)
1: O reinado de
Amazias - 796-767 a.C. - (25:1-28; II Re 14:1-22)
Veremos
que, conforme a BEG, o relato do reinado de Amazias começa e termina com material
tirado de Reis (cf. II Rs 14:1-6 com os vs. 1- 4; de II Rs 14:8-20 com os vs.
17-28). A seção central do relato (vs. 5-16) foi acrescentada pelo cronista
pelo uso de outro(s) documento(s) que não se encontra(m) mais disponível(is).
Para
fins didáticos, poderíamos dividir este reinado primeiro em 5 partes a. O
início do reinado de Amazias (25:1-2); b. A fidelidade parcial de Amazias (25:3-12);
c. Amazias enfrenta problemas causados por Israel (25:13); d. A infidelidade de
Amazias (25:14-24); e. O final do reinado de Amazias (25:25-28)
O
cronista se concentra na maneira como as alianças estrangeiras, a resposta à
instrução profética e o sincretismo afetam a segurança militar de Israel. Seu
relato se divide em fidelidade e infidelidade, de maneira bastante semelhante
ao seu registro dos reinados de Joás e Uzias (22:10-24:27).
O
cronista omite parte da condenação contundente de Amazias encontrada em II Rs
14.3-4, mas reconhece que o rei possuía falhas graves.
Depois
de Joás ter sido assassinado pelos seus próprios oficiais – II Re 12:20,21 –
foi sucedido pelo seu filho Amazias no trono de Judá. Amazias seguiu o exemplo
piedoso de seu pai Joás.
Quando
começou a reinar ele tinha 25 anos e por mais 29 governou Judá. A narrativa
bíblica padrão[2]dos feitos dos reis em Judá e em
Israel fala que este rei fez o que era reto perante o Senhor, isto é, seguiu as
prescrições da aliança, ou seja, teve o zelo de andar nos seus caminhos, para
guardar os seus estatutos e os seus mandamentos, no entanto, não com inteireza
de coração – vs 2.
Foi
dessa forma que Davi exortou seu filho Salomão (I Re 2:1-4) a ser fiel e a
fazer o que era reto aos olhos do Senhor: observando as leis de Deus e,
portanto, experimentando sua bênção – Dt 6:2; 8:6, 11; 10:12-23; 11:22. Se, por
acaso, fosse infiel, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, ele e a nação
sofreriam, inevitavelmente, consequências ainda mais terríveis – Dt 4:40,
44-45.
Este,
igualmente, seu pai, não tirou os altos e o povo ainda ali sacrificava e
queimava incenso. O povo insistia em adorar nos altos, ou seja, repetindo o que
já disse antes e expliquei, os altos eram santuários nos altos das colinas. Ao
entrarem na terra de Canaã, os israelitas deveriam ter abolido todos os altos
dos cananeus – Nm 33:52; Dt 7:5; 12:3 – e construído seus próprios centros de
culto ou altares em locais aprovados por Deus – Ex 20:24; Jz 6:4; 13:19; I Sm
7:17; I Re 9:12-13. Essa adoração, em certos locais sancionados, seria somente
considerada aceitável até o tempo em que o santuário central do qual Dt 12 trata
em detalhes, fosse construído.
Depois
que foi de fato confirmado rei em Judá, tratou de eliminar aqueles servos que
tinham matado a seu pai. Amazias teve o zelo de poupar os filhos daqueles
homens por temor a Deus, pois na lei estava escrito que nem os filhos nem os
pais deveriam pagar pelo pecado um do outro, mas cada um seria responsável pelo
seu próprio pecado – Dt 24:16.
Amazias,
em batalha, vence os edomitas, mas cai diante de Israel por causa de sua
precipitação. Seu desafio impulsivo a Jeoás, rei de Israel, resultou em derrota
para Judá na batalha, bom como na destruição de parte do muro de Jerusalém e no
saque do templo e dos tesouros reais.
Nessa
luta dele contra os edomitas, um profeta conhecido por “certo homem de Deus” o
adverte para que não leve à batalha os efraimitas para não suceder que
perdessem a batalha, antes que lutasse só e o exorta a ser forte e agir dizendo
que Deus tanto tem força para ajudar como para fazer cair – vs 8 -, ou seja, a
batalha pertence ao Senhor e ele a dá a quem ele quiser.
Amazias
então se preocupa com o dinheiro que já dera adiantado para os filhos de Efraim
como paga dos serviços, mas o profeta lhe diz que muito mais tinha Deus para
dar a ele, se quisesse.
Aqui,
então, Deus é o Senhor que vence as batalhas e aquele que sustenta e dá
recursos àqueles que ele quiser.
Infelizmente,
Amazias voltou da matança bem sucedida dos edomitas, trazendo consigo os deuses
dos filhos de Seir – vs 14. Deus então lhe envia um profeta que o censura e lhe
diz que ele estava sendo muito incoerente, pois se os deuses dos edomitas não
lhe puderam livrá-los das mãos dele, como agora Amazias tomava aqueles deuses
para servir?
Naquele
momento, o rei interrompe o profeta para censurá-lo dizendo quem o estava
constituindo como conselheiro do rei. Entendeu o profeta, por causa da dureza
do coração de Amazias que não aceitava a repreensão que o juízo de Deus já
estaria determinado em sua vida, por isso disse para ele que sabia que Deus
tinha decidido já destruí-lo, razão pela qual ele não lhe daria ouvidos. Dito e
feito.
Aprendemos
aqui como funciona a mente de Deus sobre aqueles que repreendidos pelo Espírito
Santo, insistem na prática do pecado.
Amazias
fora forçado a ficar em cativeiro até a morte de Jeoás quando, finalmente, fora
liberto – vs II Re 14:17. Apesar de ter sido derrotado e preso, viveu ainda
mais 15 anos depois da morte do rei de Israel, Jeoás.
Depois
disso, houve uma conspiração contra ele em Jerusalém que o obrigou a fugir para
Laquis, uma cidade importante de Judá, distante uns 24 km a oeste de Hebrom. De
nada adiantou a sua fuga, pois que o alcançaram lá e o mataram. Trouxeram o seu
cadáver e o sepultaram junto a seus pais, na cidade de Davi e o seu filho,
Uzias, com 16 anos, passou a reinar em Judá.
II
Cr 25:1 Era Amazias da idade de vinte e cinco anos,
quando começou a reinar, e
reinou vinte e nove anos em Jerusalém;
e era o nome de
sua mãe Joadã, de Jerusalém.
II Cr 25:2 E fez o que era reto
aos olhos do SENHOR,
porém não com
inteireza de coração.
II Cr 25:3 Sucedeu que,
sendo-lhe o reino já confirmado,
matou a seus
servos que mataram o rei seu pai;
II Cr 25:4 Porém não matou os
filhos deles;
mas fez segundo
está escrito na lei, no livro de Moisés,
como
o SENHOR ordenou, dizendo:
Não morrerão os
pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais;
mas
cada um morrerá pelo seu pecado.
II Cr 25:5 E Amazias reuniu a
Judá e os pôs segundo
as casas dos
pais, sob capitães de cem, por todo o Judá
e
Benjamim; e os contou, de vinte anos para cima,
e
achou deles trezentos mil escolhidos
que
podiam sair à guerra, e manejar lança e escudo.
II Cr 25:6 Também de Israel
tomou a soldo cem mil homens valentes,
por cem talentos
de prata.
II Cr 25:7 Porém um homem de
Deus veio a ele, dizendo:
O rei, não deixes
ir contigo o exército de Israel;
porque
o SENHOR não é com Israel,
a
saber com os filhos de Efraim.
II Cr 25:8 Se quiseres ir,
faze-o assim, esforça-te para a peleja.
Deus, porém, te
fará cair diante do inimigo;
porque
força há em Deus para ajudar
e
para fazer cair.
II Cr 25:9 E disse Amazias ao
homem de Deus:
Que se fará,
pois, dos cem talentos de prata que dei
às
tropas de Israel?
E disse o homem de Deus:
Mais tem o SENHOR
que te dar do que isso.
II Cr 25:10 Então separou
Amazias as tropas que lhe tinham vindo
de Efraim, para
que se fossem ao seu lugar;
pelo
que se acendeu a sua ira contra Judá,
e
voltaram para as suas casas ardendo em ira.
II Cr 25:11 Esforçou-se, pois,
Amazias, e conduziu o seu povo,
e foi ao Vale do
Sal; onde feriu a dez mil dos filhos de Seir.
II Cr 25:12 Também os filhos de
Judá prenderam vivos dez mil,
e os levaram ao
cume da rocha; e do mais alto da rocha
os
lançaram abaixo, e todos se despedaçaram.
II Cr 25:13 Porém os homens das
tropas que Amazias despedira,
para que não
fossem com ele à peleja,
deram
sobre as cidades de Judá desde Samaria,
até
Bete-Horom;
e feriram deles
três mil, e saquearam grande despojo.
II Cr 25:14 E sucedeu que,
depois que Amazias veio da matança
dos edomitas e
trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir,
tomou-os
por seus deuses, e prostrou-se diante deles,
e
queimou-lhes incenso.
II Cr 25:15 Então a ira do
SENHOR se acendeu contra Amazias,
e mandou-lhe um
profeta que lhe disse:
Por
que buscaste deuses deste povo, os quais não
livraram
o seu próprio povo da tua mão?
II Cr 25:16 E sucedeu que,
falando ele ao rei, este lhe respondeu:
Puseram-te por
conselheiro do rei? Cala-te!
Por
que haveria de ser ferido?
Então
parou o profeta, e disse:
Bem vejo eu que
já Deus deliberou destruir-te;
porquanto
fizeste isto, e não deste ouvidos
ao
meu conselho.
II Cr 25:17 E,
tendo tomado conselho, Amazias, rei de Judá,
mandou
dizer a Jeoás, filho de Jeoacaz,
filho
de Jeú, rei de Israel:
Vem,
vejamo-nos face a face.
II Cr 25:18 Porém Jeoás, rei de
Israel, mandou dizer a Amazias,
rei de Judá:
O
cardo que estava no Líbano mandou dizer ao
cedro
que estava no Líbano:
Dá
tua filha por mulher a meu filho;
porém
os animais do campo, que estavam
no
Líbano passaram e pisaram o cardo.
II Cr 25:19 Tu dizes:
Eis que tenho
ferido os edomitas; e elevou-se o teu coração,
para
te gloriares; agora, pois, fica em tua casa;
por
que te entremeterias no mal, para caíres
tu
e Judá contigo?
II Cr 25:20 Porém Amazias não
lhe deu ouvidos,
porque isto vinha
de Deus, para entregá-los na mão
dos
seus inimigos;
porquanto
buscaram os deuses dos edomitas.
II Cr 25:21 E Jeoás, rei de
Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de Judá,
viram-se face a
face em Bete-Semes, que está em Judá.
II Cr 25:22 E Judá foi ferido
diante de Israel;
e fugiu cada um
para a sua tenda.
II Cr 25:23 E Jeoás, rei de
Israel, prendeu a Amazias, rei de Judá,
filho de Joás, o
filho de Jeoacaz, em Bete-Semes,
e
o trouxe a Jerusalém; e derrubou
o
muro de Jerusalém, desde a porta de
Efraim
até à porta da esquina,
quatrocentos
côvados.
II Cr 25:24 Também tomou todo o
ouro, a prata, e todos os utensílios
que se acharam na
casa de Deus com Obede-Edom,
e
os tesouros da casa do rei, e os reféns;
e
voltou para Samaria.
II Cr 25:25 E viveu Amazias,
filho de Joás, rei de Judá,
depois da morte
de Jeoás, filho de Jeoacaz,
rei
de Israel, quinze anos.
II Cr 25:26 Quanto ao mais dos
atos de Amazias,
tanto os
primeiros como os últimos, eis que, porventura,
não estão
escritos no livro dos reis de Judá e de Israel?
II Cr 25:27 E desde o tempo em
que Amazias se desviou do SENHOR,
conspiraram
contra ele em Jerusalém, porém ele fugiu
para
Laquis;
mas
perseguiram-no até Laquis,
e
o mataram ali.
II Cr 25:28 E trouxeram-no sobre
cavalos
e sepultaram-no
com seus pais na cidade de Judá.
Uzias
edificou Elate e a restituiu a Judá depois que o rei descansou com seus pais.
Elate era um porto marítimo no golfo da Ácaba, usado inicialmente por Salomão
para promover o comércio marítimo com outras nações – I Re 9:26-28.
Uma
vez que Amazias derrotou a Edom – vs 7 -, o seu filho Uzias (também chamado de
Azarias – 15: 30, 32, 34; Is 6:1) pode reconstruir Elate e usá-lo novamente
como porto de Judá – I Re 22:47-50; II Reis 8:20-22; 16:6 – veremos com mais
detalhes no próximo capítulo de Crônicas.
As
histórias dos reis de Judá e de Israel vão se desenrolando a partir de Saul,
primeiro rei, depois Davi, quando seu trono foi estabelecido para sempre no
lugar de Saul que fora rejeitado, em seguida Salomão, filho de Davi, onde
ocorre a divisão do reino, ficando a dinastia de Davi com um trono ao sul e as
outras tribos com Israel ao norte.
São
vários os reis que se vão se sucedendo um ao outro e em cada um o resultado de
seu reinado se preservaram ou não a aliança do Senhor. Em Israel, nenhum rei fez
o que é reto ao Senhor.
[2]Chamo de relato
padrão no livro de Reis por seguir de fato um padrão: 1. Identificação do rei.
2. Tempo de duração de seu reinado. 3. Seus feitos, se retos ou maus. 4. Algum
destaque especial. 5. Sua morte.
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