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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Jó 7:1-21 - A FORTE NOÇÃO DA SOBERANIA DE DEUS EM JÓ

Continuamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – estamos vendo agora. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 - continuação.
Jó, na primeira parte de sua resposta ao primeiro discurso de seu amigo Elifaz, se defendeu das acusações e se justificou alegando a sua inocência, ou seja, não via ele, Jó, motivos naturais para tanto sofrimento.
Vimos que não havia necessidade, como nunca haverá de tantas explicações, no entanto, elas são boas para o leitor e para nós que estudamos a Bíblia por conhecer a mente de um homem de fé, que não abria mão de sua consciência de jeito nenhum.
Tendo falado a Elifaz, agora Jó se volta para Deus em seu discurso e começa falando da sua temporalidade.
Se nos atentarmos ao Salmos 8 e ao Salmos 90:12, veremos, considerando que Jó foi escrito primeiro que Salmos, que ambos os autores se inspiraram nesse capítulo ao escrevê-lo para nós.
A vida de Jó passava muito rapidamente como a vida de cada um de nós. De forma mais veloz ainda para os que se envolvem ou são envolvidos com a guerra que o homem faz sobre a terra desde que é homem e aprendeu a guerrear.
As disputas das guerras entre os homens sempre envolvem bens, terras, posses, conquistas, o egoísmo, a vaidade, o orgulho e, principalmente, a maldade dentro dos corações, pois com a morte do outro, quem questionará alguma coisa?
Tiago fala porque os homens fazem guerra e assim tornam sua vida que já é breve, mais breve ainda.
Tiago 4:1 De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Tiago 4:2 Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Tiago 4:3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Jó está falando com Deus, em orações, buscando entender ou saber porque seu sofrimento, mas Deus permanece calado, mudo, nada lhe diz, nem envia a ele qualquer alívio ou socorro nesse sentido. Jó se sente só, mas não desiste em momento algum de sua fé, apesar de sua dor grande.
Ele compreende também que os seus dias, que são breves, são cheios de vaidade e de trabalho para sustentar essa vaidade. É tudo canseira e enfado, como o autor de Eclesiastes diz que tudo é vaidade e correr atrás do vento – Ec 1:2.
Para Jó a noção do tempo é de fato relativa por causa de sua dor. A noite já não dura cerca de 8 horas, mas parece durar uma eternidade. Para quem está no prazer e na alegria nem vê o tempo passar, mas para o que está em suspense ou em prova cada segundo tem o peso de horas.
Por um lado, eles são velozes e se acabam sem esperança, por outro, eles são eternos e trazem muita dor.
Na sua oração, pede ao Senhor que o contemple e veja que ele passa e sua vida vai se passando diante dele. Pede então alívio para que possa desfrutar do pouco tempo que lhe resta de forma saudável e boa.
Pode-se notar que os seus olhos estão postos no Senhor e sabe que a sua vida, embora não esteja entendendo nada, está no controle de Deus que tudo tem noção e conhecimento, inclusive de sua dor e oração diante de sua face.
Jó nos impressiona por essa sua cosmovisão naquela época, onde muitos já o teriam abandonado certamente. Jó insiste em permanecer fiel apesar de tudo.
Jó sabe que Deus está no controle de tudo, por isso insistem em suas orações e em sustentar os eu discurso.
Jó 7:1 Porventura não tem o homem guerra sobre a terra?
                E não são os seus dias como os dias do jornaleiro?
                               Jó 7:2 Como o servo que suspira pela sombra,
                                               e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
                               Jó 7:3 Assim me deram por herança meses de vaidade;
                                               e noites de trabalho me prepararam.
                Jó 7:4 Deitando-me a dormir, então digo:
                                Quando me levantarei? Mas comprida é a noite,
                                               e farto-me de me revolver na cama até à alva.
                Jó 7:5 A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó;
                               a minha pele está gretada, e se fez abominável.
                Jó 7:6 Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão,
                               e acabam-se, sem esperança.
                Jó 7:7 Lembra-te de que a minha vida é como o vento;
                               os meus olhos não tornarão a ver o bem.
                Jó 7:8 Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais;
                               os teus olhos estarão sobre mim, porém não serei mais.
                Jó 7:9 Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce
                               à sepultura nunca tornará a subir.
                Jó 7:10 Nunca mais tornará à sua casa,
                               nem o seu lugar jamais o conhecerá.
                Jó 7:11 Por isso não reprimirei a minha boca;
                               falarei na angústia do meu espírito;
                                               queixar-me-ei na amargura da minha alma.
                Jó 7:12 Sou eu porventura o mar, ou a baleia,
                               para que me ponhas uma guarda?Jó 7:13 Dizendo eu:
                                               Consolar-me-á a minha cama;
                                                               meu leito aliviará a minha ânsia;
                Jó 7:14 Então me espantas com sonhos,
                               e com visões me assombras;
                Jó 7:15 Assim a minha alma escolheria antes a estrangulação;
                               e antes a morte do que a vida.
                Jó 7:16 A minha vida abomino, pois não viveria para sempre;
                               retira-te de mim; pois vaidade são os meus dias.
                Jó 7:17 Que é o homem, para que tanto o engrandeças,
                               e ponhas nele o teu coração,
                                               Jó 7:18 E cada manhã o visites,
                                                               e cada momento o proves?
                Jó 7:19 Até quando não apartarás de mim,
                               nem me largarás, até que engula a minha saliva?
                Jó 7:20 Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens?
                               Por que fizeste de mim um alvo para ti,
                                               para que a mim mesmo me seja pesado?
                Jó 7:21 E por que não perdoas a minha transgressão,
                               e não tiras a minha iniqüidade?
                                               Porque agora me deitarei no pó,
                                                               e de madrugada me buscarás,
                                                                              e não existirei mais.
Jó sente o peso do pecado e manifesta em sua fala a necessidade do Cristo, seu Salvador, que possa não justificá-lo, o que seria um contrassenso, mas ser o justificador, àquele que se fará justiça diante de Deus em seu lugar. Jó está pedindo e clamando por um remidor.
O seu apelo nos remete a Cristo e sua oração já está sendo respondida a ele, embora ainda o Cristo viria muitos anos depois dele, quase uns dois mil anos depois. É que a salvação e a justificação em Cristo não é temporal, mas eterna.
Embora somente ocorra no tempo, em um dado momento da história, o seu alcance é não temporal, ou seja tanto o passado quanto o presente quanto o futuro são alcançados pelo seu sacrifício eterno, tornando-se ele a nossa justiça para sempre!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

COMO AUMENTAR O TRÁFEGO EM SEU BLOG

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São oito dicas preciosas para aumentar o tráfego em seu Blog.
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O Jamais Desista, por exemplo, há mais de seis anos vem fazendo suas postagens diariamente e de forma inédita. Todos os dias, a visita do usuário no blog, é garantia de encontrar algo novo, diferente, atraente e inteligente.

O tema das postagens é teológico e baseado na Bíblia, a Palavra de Deus, única regra de fé e prática do Jamais Desista. O autor do blog, Daniel Deusdete, vem se empenhando para concluir o seu projeto de segmentação e comentário de toda a Bíblia.

O projeto total deverá ir até o final de 2019. Fique à vontade visitando, conhecendo, aprendendo e compartilhando o nosso site. 

Estamos aprimorando a cada dia e novas melhorias estão para ser implantadas em breve, principalmente na navegabilidade mais leve, prática e ágil do site/blog.

Em breve, toda a Bíblia em infográficos... Que tal?
_________________________
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Jó 6:1-22 - A PRIMEIRA RESPOSTA DE JÓ A SEUS AMIGOS

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Como já dissemos, os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes.
Como na BEG, dividimos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21.
Serão dois capítulos que falarão da resposta de Jó ao primeiro discurso. Para cada discurso de um de seus amigos, haverá uma resposta de Jó.
Teremos a oportunidade de ver que Jó repreenderá Elifaz por dizer palavras presunçosas e insensíveis, além de falsas, a seu respeito 6:1-30. Em seguida, veremos que ele dirigirá a sua queixa a Deus – 7:1-27.
Elifaz foi o primeiro a discursar e agora Jó está respondendo a ele. A suma de sua resposta pode ser notada no vs. 14 que explica nitidamente que um verdadeiro amigo deveria estar consolando e não sendo peso naquele momento tão delicado e de profundas dores.
Nem Jó, nem os seus amigos, eram conhecedores e capazes de dar explicações corretas sobre o que estava acontecendo, por isso que não tinham nem respostas, nem sabiam quais seriam as perguntas certas a se fazer naqueles momentos.
A resposta primeira de Jó é uma defesa das acusações insinuadas e das acusações de forma direta contra ele. Não haveria necessidades, da parte de Jó, em se defender, mas ao se defender, nos possibilitou conhecer a sua mente, sua vida, seus pensamentos e a sua consciência as quais eram retas e perfeitas diante de Deus.
Ninguém tem dúvidas de que Jó era pecador como todos nós também o somos, mas havia algo na vida dele que devemos igualmente viver.
A sua fé era algo muito forte e sua aproximação com Deus algo invejável. Isso é que dava forças a Jó para manter-se íntegro diante de sua consciência a despeito das fortes e bem elaboradas acusações de seus amigos.
Jó rejeitou cabalmente o que Elifaz lhe falou como algo que se aplicaria ao seu sofrimento, principalmente aquele argumento perspicaz e agudo que parecia uma espada afiada de dois gumes que estava penetrando lentamente em suas entranhas, o ferindo gravemente.
Refiro-me àquela fala, nos versos 6 e 7, do capítulo 5, de que nem a aflição brotava da terra, nem a desgraça nascia do chão, isto é, que não haveria sofrimento sem causa. Logo, se Jó estava sofrendo é porque ele tinha dado causa e isso era tão certo como as faíscas das brasas que sempre voam para cima.
No entanto, Jó sabia que sua aflição não estava fora do controle de Deus, por isso que disse que as flechas do Todo-Poderoso estavam sobre ele – vs. 3 e 4.
No vs. 25 ele exclama dizendo como eram persuasivas as palavras retas, ou seja, a diferença entre Jó e seus amigos estava ali resumida.
Quando lemos os discursos dos amigos, percebemos que eles diziam chavões que muitas vezes estavam corretos na esfera abstrata, mas que não se aplicavam necessariamente a Jó. Na verdade, eles o acusavam falsamente de ter levado uma vida pecaminosa pela qual estaria sendo castigado.
Jó insiste em dizer palavras honestas sobre a sua vida. Ele não havia abandonado Deus ou vivido de um modo libertino.
Jó 6:1 Então Jó respondeu, dizendo:
                Jó 6:2 Oh! se a minha mágoa retamente se pesasse,
                               e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança!
                Jó 6:3 Porque, na verdade, mais pesada seria,
                               do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras
                                               têm sido engolidas.
                Jó 6:4 Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim,
                               cujo ardente veneno suga o meu espírito;
                                               os terrores de Deus se armam contra mim.
                Jó 6:5 Porventura zurrará o jumento montês junto à relva?
                               Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?
                               Jó 6:6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido?
                               Ou haverá gosto na clara do ovo?
                Jó 6:7 A minha alma recusa tocá-las,
                               pois são para mim como comida repugnante.
                Jó 6:8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo,
                               e que Deus me desse o que espero!
                Jó 6:9 E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão,
                               e me acabasse!
                Jó 6:10 Isto ainda seria a minha consolação, e me refrigeraria no meu
                               tormento, não me poupando ele;
                                               porque não ocultei as palavras do Santo.
                Jó 6:11 Qual é a minha força, para que eu espere?
                               Ou qual é o meu fim, para que tenha ainda paciência?
                Jó 6:12 E porventura a minha força a força da pedra?
                               Ou é de cobre a minha carne?
                Jó 6:13 Está em mim a minha ajuda?
                                Ou desamparou-me a verdadeira sabedoria?
                Jó 6:14 Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão,
                               ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.
                Jó 6:15 Meus irmãos aleivosamente me trataram, como um ribeiro,
                               como a torrente dos ribeiros que passam,
                Jó 6:16 Que estão encobertos com a geada,
                               e neles se esconde a neve,
                Jó 6:17 No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem,
                               e em se aquentando, desaparecem do seu lugar.
                Jó 6:18 Desviam-se as veredas dos seus caminhos;
                               sobem ao vácuo, e perecem.
                Jó 6:19 Os caminhantes de Tema os vêem;
                               os passageiros de Sabá esperam por eles.
                Jó 6:20 Ficam envergonhados, por terem confiado
                               e, chegando ali, se confundem.
                Jó 6:21 Agora sois semelhantes a eles; vistes o terror, e temestes.
                Jó 6:22 Acaso disse eu:
                               Dai-me ou oferecei-me presentes de vossos bens?
                               Jó 6:23 Ou livrai-me das mãos do opressor?
                               Ou redimi-me das mãos dos tiranos?
                Jó 6:24 Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.
                Jó 6:25 Oh! quão fortes são as palavras da boa razão!
                               Mas que é o que censura a vossa argüição?
                Jó 6:26 Porventura buscareis palavras para me repreenderdes,
                               visto que as razões do desesperado são como vento?
                Jó 6:27 Mas antes lançais sortes sobre o órfão;
                               e cavais uma cova para o amigo.
                Jó 6:28 Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim;
                               e vede se minto em vossa presença.
                Jó 6:29 Voltai, pois, não haja iniquidade; tornai-vos, digo,
                               que ainda a minha justiça aparecerá nisso.
                Jó 6:30 Há porventura iniquidade na minha língua?
                               Ou não poderia o meu paladar distinguir coisas iníquas?
No último verso deste capítulo, Jó falou acerca das palavras dos seus amigos como um alimento ruim e então ele pede a eles que mudem a comida com a qual estavam se alimentando.
No próximo capítulo, Jó se voltará para Deus e a ele apresentará as suas queixas buscando alívio e respostas.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Jó 5:1-27 - ELIFAZ E SEU DISCURSO PROVOCATIVO

Estamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos buscando entender o que aconteceu.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Como já dissemos, os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes. Como na BEG, dividiremos esta extensa parte em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
1. Elifaz – 4:1 – 5:27 - continuação.
Sendo Elifaz o primeiro amigo de Jó a se manifestar, vemos que ele não estava preocupado com a situação de Jó, mas a situação de Jó muito o incomodava e ele queria encontrar uma saída e uma explicação que pudesse entender.
A explicação que ele buscava não estava firmada na verdade, mas em seus pressupostos os quais defendiam a Deus e jogavam a culpa em Jó.
Jó teria de estar em pecado ou algo teria de ter acontecido para que Jó tivesse desagradado muito a Deus e este o estava retribuindo para que ele aprendesse.
Podemos dividir essa sua parte de sua resposta, neste capítulo em três partes:
Primeira, nos versos de 1 a 7, Elifaz faz um poema discursivo sobre o tolo,  muitas vezes usado por Jó e seus conselheiros. Elifaz tem Jó em mente, mas não diz isso de modo explícito.
Eu vejo essa tentativa desses amigos em encontrar respostas um ato de desespero diante de um fato que exigia, assim parece, uma explicação. Por que isso aconteceu e aconteceu assim dessa maneira e com essa pessoa?
Eles buscarão explicações e levantarão hipóteses, mas é como patinar no gelo sem saber. Você se levanta e cai. Novamente se levanta e cai sem ao menos sair do lugar.
Como entender os fatos quanto não temos diante de nós a visão do todo para poder entender e explicar? E como iremos nos relacionarmos com nosso ser depravado que habita em nós e está em nós até o dia final? Eclesiastes fala disso, se não vejamos:
De natureza - eu creio na Depravação Total -, o homem, todo homem, já é depravado, por causa do pecado! Para piorar a sua situação mais ainda, nem sempre – ou quase nunca – é o juízo de Deus executado de imediato sobre ele e assim, seu coração, já maligno, é ainda mais propenso ao mal e à violência, como diz o sábio no verso 11 de Eclesiastes 8.
Graças a Deus que seu fim – o fim do ímpio - está programado e nunca mais será ele achado na face da terra. Esta é uma promessa sempre presente na maioria dos livros e profecias bíblicas, principalmente nos Salmos.
Já no verso 14, desse mesmo capítulo 8 de Eclesiastes, ele afirma algo terrível que é a existência de justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios e, pior ainda, que há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Se juntarmos, então, a este verso, o 11 comentado acima, meu Deus, que terrível!
Ec 8:11 Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra,
por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para fazer o mal.
Ec 8:12 Ainda que o pecador faça o mal cem vezes,
e os dias se lhe prolonguem,
contudo eu sei com certeza,
que bem sucede aos que temem a Deus,
aos que temem diante dele.
Ec 8:13 Porém o ímpio não irá bem,
e ele não prolongará os seus dias,
que são como a sombra;
porque ele não teme diante de Deus.
Ec 8:14 Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra:
que há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios,
e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos.
Digo que também isto é vaidade.
É por isso que creio no juízo de Deus – eu sempre cri nisso, mesmo quando era menino e mal sabia diferenciar a esquerda da direita. Volta logo Senhor! Maranata!
É somente Deus que tem as respostas certas e mesmo as perguntas certas. No caso de Jó a ninguém foi dado conhecimento algum do certo, mas eles estavam vivendo os fatos. Poderiam entender? Deus explicaria? O que eles poderiam fazer diante disso? Como filtrar o pecado em suas vidas para poder estar livre e assim entender e explicar?
Os amigos deveriam estar ali juntos para consolá-lo, abraçá-lo e apoiá-lo nesse momento e não para buscar explicações. Talvez num segundo momento, conforme fosse o caso, sim, buscar as respostas, mas sabendo que somos limitados.
Em nenhum momento do livro de Jó veremos Deus preocupado em querer explicar as coisas para quem quer que seja, nem mesmo para Jó. Deus somente exigia, como desde o início, fé e confiança nele de forma plena e cabal, independentemente de quaisquer circunstâncias, sejam elas boas ou não.
Elifaz dizia, nos versos 6 e 7 que nem a aflição brotava da terra, nem a desgraça nascia do chão, isto é, que não haveria sofrimento sem causa. Logo, se estamos sofrendo é porque o causamos e isso era tão certo como as faíscas das brasas que sempre voam para cima.
Segunda, em seguida, dos vs 8 ao 16, Elifaz faz um hino de louvor e confiança pela bondade de Deus. Isso é muito louvável, mas percebe-se, mesmo aqui, Elifaz tentando provocar a Jó com seu discurso.
Ele fala coisas corretas e bem aplicadas, mas com a intenção de provocar a Jó e cutucá-lo ou lançar-lhe indiretas.
Provérbios 15:23 O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
Provérbios 25:11 Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
É bênção a palavra certa dita na hora certa, mas a certa dita na hora errada, é terrível!
Terceira, depois, Elifaz constrói um louvor pela disciplina divina. Ele alegra-se com o modo pelo qual Deus abençoa aqueles a quem castiga. E ele somente castiga aos que ama e quer corrigir. Já os que sobre eles está determinado o juízo, não há correções, pelo contrário acumula ainda mais a ira de Deus que, no caso, será sem misericórdia.
Essa referência à natureza disciplinadora do sofrimento humano é a única ocorrência nos discursos dos três conselheiros em que o assunto da disciplina divina é tocado. Ninguém quer sofrer! Ninguém quer apanhar! E a disciplina funciona como uma boa surra a fim de nos colocar novamente no caminho certo, no caminho da vida.
Atualmente, em nosso país, existe a lei da palmada que impede o pai de bater corretivamente em seu filho, mas não o impede de corrigi-lo e ai o pai terá de ser criativo para saber lidar com essa nova realidade feita por homens que se dizendo sábios, mal sabem que durante seus míseros 60 anos, produzirão cerca de 6 toneladas de excremento.
Com Deus é diferente e as suas palmadas realmente doem e nos colocam nos eixos novamente. Os que insistem no erro depois de terem sido corrigidos, correm o risco de se tornarem cauterizados e réus do juízo de Deus.
Elifaz acredita que essa disciplina é apenas temporária para os que temem a Deus – vs 18. Com certeza todos cremos nessa temporariedade das correções.
Quão bom é ser repreendido e corrigido pelo Deus, Pai, que nos ama e que nos corrigi como nosso pai o faria. A Bíblia, a Palavra de Deus, está repleta de ensinamentos exaltando as correções e as disciplinas e como isso é bom para nós, pecadores, seres depravados e carentes da glória de Deus.
Salmos 50:17 uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?
Provérbios 3:11 Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão.
Provérbios 5:12 e digas: Como aborreci o ensino! E desprezou o meu coração a disciplina!
Provérbios 5:23 Ele morrerá pela falta de disciplina, e, pela sua muita loucura, perdido, cambaleia.
Provérbios 6:23 Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida;
Provérbios 12:1 Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido.
Provérbios 13:24 O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina.
Provérbios 15:10 Disciplina rigorosa há para o que deixa a vereda, e o que odeia a repreensão morrerá.
Provérbios 15:32 O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.
Provérbios 22:15 A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.
Provérbios 23:13 Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.
Provérbios 29:15 A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe.
Deus, ao contrário  dos homens, nos disciplina com amor; já os homens, por isso a lei das palmadas, as correções são muitas das vezes carregadas com ódio, ignorância e maldade.
Jó 5:1 Chama agora; há alguém que te responda?
                E para qual dos santos te virarás?
                               Jó 5:2 Porque a ira destrói o louco;
                                               e o zelo mata o tolo.
                Jó 5:3 Bem vi eu o louco lançar raízes;
                               porém logo amaldiçoei a sua habitação.
                Jó 5:4 Seus filhos estão longe da salvação;
                               e são despedaçados às portas, e não há quem os livre.
                Jó 5:5 A sua messe, o faminto a devora,
                               e até dentre os espinhos a tira;
                               e o salteador traga a sua fazenda.
                Jó 5:6 Porque do pó não procede a aflição,
                               nem da terra brota o trabalho.
                Jó 5:7 Mas o homem nasce para a tribulação,
                               como as faíscas se levantam para voar.
Jó 5:8 Porém eu buscaria a Deus; e a ele entregaria a minha causa.
                Jó 5:9 Ele faz coisas grandes e inescrutáveis,
                               e maravilhas sem número.
                Jó 5:10 Ele dá a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos.
                               Jó 5:11 Para pôr aos abatidos num lugar alto;
                                               e para que os enlutados se exaltem na salvação.
                Jó 5:12 Ele aniquila as imaginações dos astutos,
                               para que as suas mãos não possam levar
                                               coisa alguma a efeito.
                Jó 5:13 Ele apanha os sábios na sua própria astúcia;
                               e o conselho dos perversos se precipita.
                Jó 5:14 Eles de dia encontram as trevas;
                               e ao meio dia andam às apalpadelas como de noite.
                Jó 5:15 Porém ao necessitado livra da espada, e da boca deles,
                               e da mão do forte.
                Jó 5:16 Assim há esperança para o pobre;
                               e a iniqüidade tapa a sua boca.
Jó 5:17 Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende;
                não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.
                Jó 5:18 Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga;
                               ele fere, e as suas mãos curam.
                Jó 5:19 Em seis angústias te livrará; e na sétima o mal não te tocará.
                               Jó 5:20 Na fome te livrará da morte;
                                               e na guerra, da violência da espada.
                Jó 5:21 Do açoite da língua estarás encoberto;
                               e não temerás a assolação, quando vier.
                Jó 5:22 Da assolação e da fome te rirás,
                               e os animais da terra não temerás.
                Jó 5:23 Porque até com as pedras do campo terás o teu acordo,
                               e as feras do campo serão pacíficas contigo.
                Jó 5:24 E saberás que a tua tenda está em paz;
                               e visitarás a tua habitação, e não pecarás.
                Jó 5:25 Também saberás que se multiplicará a tua descendência
                               e a tua posteridade como a erva da terra,
                Jó 5:26 Na velhice irás à sepultura,
                               como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo.
                Jó 5:27 Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é;
                                ouve-o, e medita nisso para teu bem.
Elifaz acabou esse seu discurso e agora veremos, no próximo capítulo a resposta de Jó. Para cada discurso de seus amigos, basicamente o acusando e defendendo a Deus, uma resposta de Jó se justificando, sem atacar a Deus.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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