INSCREVA-SE!

domingo, 20 de julho de 2014

Jó 10:1-22 - JÓ TERMINA SUA RESPOSTA A BILDADE

Continuamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó continua se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – estamos vendo em continuidade. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – continuação.
Já vimos no capítulo anterior que o discurso de Bildade mostrou ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível.
Agora é a vez de Jó responder. Já vimos que para cada discurso, na ordem, Jó fala da amargura de sua alma, do tédio que está experimentando com seu sofrimento que não parece ter fim.
Você já reparou que nos momentos de grande alegria o tempo parece voar e nos de tristeza enlarguecer?
Jó estava cansado e não sabia o quanto isso iria demorar. Ele sabia que em determinado momento de sua vida, tudo estava tão bom e que, de uma hora para outra, tudo mudou drasticamente e ele agora estava experimentando algo muito difícil de suportar.
Ele pede licença a Deus por que quer falar e colocar para fora por meio de sua boca tudo aquilo que estava consumindo ele por dentro, o qual era o seu amargor. Desabafar é muito bom e importante para nós em qualquer que seja o momento de nossas vidas.
Ele pede a Deus que não o condene, mas que o deixe divagar um pouquinho. Seu coração anseia por uma resposta porque quer ele entender os fatos e saber o que se passa.
Seria tão fácil se nos falassem e se nos explicassem todas as coisas, no entanto nossas vidas não são assim, cheias de explicações, pelo contrário, nenhuma explicação.
O interessante é que sua fala é totalmente dirigida a Deus. Quem acabou de falar com ele e o detonar em sua fala foi Bildade e agora ele busca a Deus em seu discurso.
Na sua primeira resposta também ele agiu assim, primeiro retrucou com o que lhe falara e depois se dirigiu a Deus buscando algo.
Dos versos 4 ao 7, o dilema visível de Jó está cheio de ironia: ele reconhece que Deus é onisciente e que não precisa investigar pecados como um promotor público comum. A única explicação possível é que o Senhor sabe que Jó é inocente, mas prefere fazer de Jó a sua vítima indefesa.
Jó reconhece no verso 7 a depravação total do homem e ele fala que é iníquo. Não porque fosse filho de Belial, pelo contrário, era um santo homem de Deus, do qual o próprio Deus tinha dado testemunho dele.
Dos versos 8 ao 12, como o autor de Sal 139:13-16, Jó compreende que Deus o havia formado no ventre materno, lhe dado vida e o abençoado. Agora ele não conseguia entender como o mesmo Deus bondoso poderia maltratá-lo de maneira tão insensível.
Por isso que Jó apresenta sua oração a Deus mostrando a sua fragilidade, temporariedade e pecaminosidade e pede ao Deus criador, sustentador e mantenedor que aja em favor dele enquanto ainda dá para socorrê-lo.
Jó reconhece que Deus - e não o diabo, nem o acaso - é que está no controle de tudo e de todas as coisas, por isso que insiste com Deus apesar de seu aparente silêncio ou inatividade.
Ele verifica que não adianta lutar contra Deus quando Deus está no controle, mas insiste com ele. Veja que nos versos de 14 a 15, tudo isso parece estar baseado na suposição equivocada de que o sofrimento se devia à ira punitiva de Deus, por isso que diz “se eu pecar”.
Quando Jó exclama “se eu morrer” ele ai está se voltando ao mesmo tema deprimente que expressou em 3:11. E dos versos 20 ao 22, ele repete seus sentimentos de 7:17-19.
Jó 10:1 A minha alma tem tédio da minha vida;
                darei livre curso à minha queixa,
                               falarei na amargura da minha alma.
                Jó 10:2 Direi a Deus:
                               Não me condenes;
                                               faze-me saber por que contendes comigo.
                Jó 10:3 Parece-te bem que me oprimas,
                               que rejeites o trabalho das tuas mãos
                                               e resplandeças sobre o conselho dos ímpios?
                Jó 10:4 Tens tu porventura olhos de carne?
                               Vês tu como vê o homem?
                               Jó 10:5 São os teus dias como os dias do homem?
                               Ou são os teus anos como os anos de um homem,
                                               Jó 10:6 Para te informares da minha iniquidade,
                                                               e averiguares o meu pecado?
                Jó 10:7 Bem sabes tu que eu não sou iníquo;
                               todavia ninguém há que me livre da tua mão.
                Jó 10:8 As tuas mãos me fizeram e me formaram completamente;
                               contudo me consomes.
                Jó 10:9 Peço-te que te lembres de que como barro me formaste
                               e me farás voltar ao pó.
                Jó 10:10 Porventura não me vazaste como leite,
                               e como queijo não me coalhaste?
                Jó 10:11 De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.
                Jó 10:12 Vida e misericórdia me concedeste;
                               e o teu cuidado guardou o meu espírito.
                Jó 10:13 Porém estas coisas as ocultaste no teu coração;
                               bem sei eu que isto esteve contigo.
                Jó 10:14 Se eu pecar, tu me observas;
                               e da minha iniquidade não me escusarás.
                Jó 10:15 Se for ímpio, ai de mim!
                               E se for justo, não levantarei a minha cabeça;
                                               farto estou da minha ignomínia;
                                                               e vê qual é a minha aflição,
                Jó 10:16 Porque se vai crescendo;
                               tu me caças como a um leão feroz;
                                               tornas a fazer maravilhas para comigo.
                Jó 10:17 Tu renovas contra mim as tuas testemunhas,
                               e multiplicas contra mim a tua ira;
                                               revezes e combate estão comigo.
                Jó 10:18 Por que, pois, me tiraste da madre?
                               Ah! se então tivera expirado, e olho nenhum me visse!
                Jó 10:19 Então eu teria sido como se nunca fora;
                               e desde o ventre seria levado à sepultura!
                Jó 10:20 Porventura não são poucos os meus dias?
                               Cessa, pois, e deixa-me,
                                               para que por um pouco eu tome alento.
                Jó 10:21 Antes que eu vá para o lugar de que não voltarei,
                               à terra da escuridão e da sombra da morte;
                Jó 10:22 Terra escuríssima, como a própria escuridão,
                               terra da sombra da morte
                                               e sem ordem alguma,
                               e onde a luz
                                               é como a escuridão.
Agora Jó encerra seu discurso resposta e o outro seu amigo, Zofar, toma uso da palavra e baseado no que ouviu de Elifaz, da resposta de Jó a Elifaz, de Bildade e de sua resposta a Bildade.
Zofar não será diferente dos outros dois. A ideia ou pressuposto deles estava firmada na cosmovisão de que o sofrimento era consequência imediata do pecado e se Jó sofria, isso era porque havia pecado em algum lugar.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

sábado, 19 de julho de 2014

Jó 9:1-35 JÓ RESPONDE A BILDADE EXALTANDO A SOBERANIA E A JUSTIÇA DE DEUS

Continuamos na parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó continua se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – veremos agora. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
3. Bildade – 8:1 – 22. 4 - continuação.
Já vimos no capítulo anterior que o discurso de Bildade mostrou ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível. Agora é a vez de Jó responder. Já vimos que para cada discurso, na ordem, há uma resposta de Jó.
Podemos dividir essa sua resposta em três partes: começam com discurso sobre o poder e a sabedoria de Deus - vs 1 ao 13; em seguida para o questionamento a respeito da justiça de Deus – vs 14 ao 29; e,  em seguida, Jó começa a dirigir suas palavras a Deus - vs 30 ao 10:22.
Jó, aqui em suas palavras iniciais deste capítulo, parece prever o que em breve irá se suceder, ou seja, a experiência pela qual passará junto ao seu Criador que lhe fará algumas perguntas que o deixarão sem respostas.
Percebe-se, em seu discurso, a forte noção de seu Deus, não dos deuses das nações, mas do verdadeiro Deus. Ele o vê como o criador e o sustentador de toda a vida.
Ele fala do Deus imanente e transcendente. Do Deus soberano, sábio e bom.
Dos versos de 1 ao 3, Jó não perde a sua fé na impressionante soberania e conhecimento de Deus. Ele reconhece a sua humilde situação diante de Deus e a sua incapacidade de protestar adequadamente.
Dos versos de 4 ao 13, percebe-se a formação de um poema sobre a onipotência e a justiça de Deus.
Dos versos de 14 ao 29, são feitas perguntas acerca da justiça de Deus onde Jó reflete se Deus é ou não verdadeiramente justo em seus caminhos.
No verso 15, Jó afirma ser justo, mas não “o justo”, nem justo na essência por que ele se reconhece pecador e pelo seu Deus clama por misericórdia como alguém que necessitasse de um resgatador, de alguém que poderia ser a sua justiça.
Era esse o clamor de Jó por um mediador entre Deus e os homens – I Tm 2:5. Esse Mediador necessário e imaginado por Jó é Jesus Cristo, que faz esse papel.
Dos versos de 21 ao 24, Jó tem uma depressão em que é tentado ao fatalismo apático, mudando constantemente de opinião hesitando entre a esperança e a dúvida – vs 22.
Todos nós temos essas tendências à depressão em certos momentos de nossas vidas e devemos estar preparados para esses tempos. São os conhecidos tempos maus, onde o peso das circunstâncias pode colaborar para que seja ainda mais difícil suportar.
Por mais que Jó fosse forte e firme na fé, ele estava sujeito, como nós, aos dias maus. Sabendo deles, dos dias maus, devemos, nos dias bons, como fazem as formigas que recolhem mantimentos no verão para suportarem o inverno, juntarmos forças para esses dias.
Eclesiastes 12:1 Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;
Efésios 5:16 remindo o tempo, porque os dias são maus.
Dos versos de 25 ao 29, Jó sentia-se preso num dilema insuportável. Considerava-se inocente, mas sabia que lhe pesava a visão tradicional do sofrimento.
Ele percebia a lógica do interpretar a sua experiência como evidência de que Deus o julgava culpado e percebe que ele não poderia justificar-se se esse fosse o caso.
Dos versos 30 ao 10:22, Jó se volta para Deus onde lhe faz uma série de perguntas expressando as suas dúvidas cadentes sobre a bondade de Deus para com ele.
Jó 9:1 Então Jó respondeu, dizendo:
                Jó 9:2 Na verdade sei que assim é;
                               porque, como se justificaria o homem para com Deus?
                Jó 9:3 Se quiser contender com ele,
                               nem a uma de mil coisas lhe poderá responder.
Jó 9:4 Ele é sábio de coração, e forte em poder;
                quem se endureceu contra ele, e teve paz?
                Jó 9:5 Ele é o que remove os montes, sem que o saibam,
                               e o que os transtorna no seu furor.
                Jó 9:6 O que sacode a terra do seu lugar,
                               e as suas colunas estremecem.
                Jó 9:7 O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas.
                Jó 9:8 O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar.
                Jó 9:9 O que fez a Ursa, o Órion, e o Sete-estrelo,
                               e as recâmaras do sul.
                Jó 9:10 O que faz coisas grandes e inescrutáveis;
                               e maravilhas sem número.
                Jó 9:11 Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo;
                               e torna a passar perante mim, e não o sinto.
                Jó 9:12 Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir?
                               Quem lhe dirá: Que é o que fazes?
                Jó 9:13 Deus não revogará a sua ira;
                               debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos.
Jó 9:14 Quanto menos lhe responderia eu,
                ou escolheria diante dele as minhas palavras!
                Jó 9:15 Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia;
                               antes ao meu Juiz pediria misericórdia.
                Jó 9:16 Ainda que chamasse, e ele me respondesse,
                               nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz.
                Jó 9:17 Porque me quebranta com uma tempestade,
                               e multiplica as minhas chagas sem causa.
                Jó 9:18 Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
                Jó 9:19 Quanto às forças, eis que ele é o forte;
                               e, quanto ao juízo, quem me citará com ele?
                Jó 9:20 Se eu me justificar, a minha boca me condenará;
                               se for perfeito, então ela me declarará perverso.
                Jó 9:21 Se for perfeito, não estimo a minha alma;
                               desprezo a minha vida.
                Jó 9:22 A coisa é esta;
                               por isso eu digo que ele consome ao perfeito e ao ímpio.
                Jó 9:23 Quando o açoite mata de repente,
                               então ele zomba da prova dos inocentes.
                Jó 9:24 A terra é entregue nas mãos do ímpio;
                               ele cobre o rosto dos juízes;
                                               se não é ele, quem é, logo?
                Jó 9:25 E os meus dias são mais velozes do que um correio;
                                fugiram, e não viram o bem.
                Jó 9:26 Passam como navios veleiros;
                               como águia que se lança à comida.
                Jó 9:27 Se eu disser:
                               Eu me esquecerei da minha queixa,
                                               e mudarei o meu aspecto e tomarei alento,
                Jó 9:28 Receio todas as minhas dores,
                               porque bem sei que não me terás por inocente.
                Jó 9:29 E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?
Jó 9:30 Ainda que me lave com água de neve,
                e purifique as minhas mãos com sabão,
                Jó 9:31 Ainda me submergirás no fosso,
                               e as minhas próprias vestes me abominarão.
                Jó 9:32 Porque ele não é homem, como eu,
                               a quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
                Jó 9:33 Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos.
                Jó 9:34 Tire ele a sua vara de cima de mim,
                               e não me amedronte o seu terror.
                Jó 9:35 Então falarei, e não o temerei;
                               porque não sou assim em mim mesmo.
“Não há entre nós árbitro” significa que há questões entre ambos que demandam um terceiro que julgue reta e justamente. O apelo parece indicar um desespero. É como se um estivesse acusando o outro e reivindicando justiça.
No entanto, Deus é justo! Esse padrão é inegociável! Ele é o árbitro! Quando ele julga, ele o faz com justiça e retidão.
Como apelaríamos pela justiça à própria Justiça? Poderia a justiça ser injusta ou parcial? Jamais! Deus é justo! Ou melhor, Deus é a justiça! Se temos alguma demanda e ela é contra Deus, com certeza ela já nasceu morta!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Jó 8:1-22 - BILDADE, INSENSÍVEL, DISCURSA CONTRA JÓ

Ainda na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4 – veremos agora. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
3. Bildade – 8:1 – 22. 4.
Veremos que a resposta de Bildade mostrara ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível. Ele nem dá ouvidos ao clamor de Jó por compaixão – 6:13,14, 26 – e sua mensagem é direta: Jó e sua família estavam recebendo o que mereciam.
Se Jó tão somente se arrependesse dos atos vergonhosos que levaram a essas desgraças, Jó poderia ser restaurado a uma prosperidade e felicidade ainda maiores do que as que havia desfrutado antes.
Ainda conforme a BEG, depois de repreender Jó – vs 1-10 -, com uma linguagem mordaz confrontado Jó e o acusando de não  ser justo o suficiente para receber as bênçãos de Deus, Bildade recitará um poema da sabedoria proverbial – vs 11-22 –que na tradição dos sábios o poema recorre a analogias e padrões na natureza para apoiar o seu ponto de vista.
Agora é a vez de Bildade falar. Onde será que está Satanás? O narrador bíblico parou de narrar as falas que acontecem nos céus e aqui estamos novamente na terra, agora como eles, sem saber de nada, ou seja, estamos bem melhores do que eles porque conhecemos algo mais que eles nem sonham conhecer.
Nós os leitores atuais conhecemos o contexto que aconteceu nos céus entre Deus e o diabo, mas eles de nada sabiam.
Bildade parece estar mancomunado com os outros dois, pois seu discurso tem a mesma base que é tentar encontrar culpa em Jó e procurar defender o que eles criam de Deus.
As suas falas não são ruins e seus argumentos são interessantes, no entanto, a aplicação deles em Jó é péssima, por isso que apesar de verdadeiros e interessantes, nada tem a ver com Jó. Assim, se perdem totalmente e acabam se tornando lixo.
Todo diálogo ou discurso esbarra nesse problema da aplicabilidade. O conceito nutrido por justo por esses três homens é diferente do justo Jó!
Na verdade, justo, somente há um justo: o Justo, sim, ele mesmo Jesus Cristo, o justo; os demais homens jamais serão justos por si mesmos por causa do pecado em suas vidas.
É por isso que Jó clama e necessita de um Salvador, de um remidor, como todos nós na vida precisamos de Jesus Cristo que foi, é e se tornou a nossa justiça.
Deus, em Cristo, não nos tornou justos, pois isso seria injusto e ele entraria em contradição e teria de negar o seu próprio nome e passaria a necessitar de um Deus para o redimir. Ele não nos tornou justos, mas ele se tornou a nossa justiça.
Os pecados e as minhas merecidas punições deveriam ser pagas para eu poder obter o perdão, mas eu não podia pagá-las, nem com o sangue de todos os animais deste planeta poderia eu me lavar.
Por isso que Cristo Jesus morreu pelos meus pecados e pagou a dívida que estava sobre mim. Jó parecia entender isso no tempo e no espaço, pois que em sua época Cristo nem tinha nascido entre os homens.
Já Bildade e os outros seus amigos que discursavam não entendiam isso e usavam a palavra “justo” como se alguém pudesse ser de fato justo diante de Deus.
Jó 8:1 Então respondendo Bildade o suíta, disse:
                Jó 8:2 Até quando falarás tais coisas,
                               e as palavras da tua boca serão como um vento impetuoso?
                Jó 8:3 Porventura perverteria Deus o direito?
                               E perverteria o Todo-Poderoso a justiça?
                Jó 8:4 Se teus filhos pecaram contra ele,
                               também ele os lançou na mão da sua transgressão.
                Jó 8:5 Mas, se tu de madrugada buscares a Deus,
                               e ao Todo-Poderoso pedires misericórdia;
                Jó 8:6 Se fores puro e reto, certamente logo despertará por ti,
                               e restaurará a morada da tua justiça.
                Jó 8:7 O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno,
                               porém o teu último estado crescerá em extremo.
                Jó 8:8 Pois, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas;
                               e prepara-te para a inquirição de seus pais.
                Jó 8:9 Porque nós somos de ontem, e nada sabemos;
                               porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra.
                Jó 8:10 Porventura não te ensinarão eles, e não te falarão,
                               e do seu coração não tirarão palavras?
                Jó 8:11 Porventura cresce o junco sem lodo?
                               Ou cresce a espadana sem água?
                Jó 8:12 Estando ainda no seu verdor, ainda que não cortada,
                               todavia antes de qualquer outra erva se seca.
                Jó 8:13 Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus;
                               e a esperança do hipócrita perecerá.
                Jó 8:14 Cuja esperança fica frustrada;
                               e a sua confiança será como a teia de aranha.
                Jó 8:15 Encostar-se-á à sua casa, mas ela não subsistirá;
                               apegar-se-á a ela, mas não ficará em pé.
                Jó 8:16 Ele é viçoso perante o sol,
                               e os seus renovos saem sobre o seu jardim;
                Jó 8:17 As suas raízes se entrelaçam, junto à fonte;
                               para o pedregal atenta.
                Jó 8:18 Se Deus o consumir do seu lugar, negá-lo-á este, dizendo:
                               Nunca te vi!
                Jó 8:19 Eis que este é a alegria do seu caminho,
                               e outros brotarão do pó.
                Jó 8:20 Eis que Deus não rejeitará ao reto;
                               nem toma pela mão aos malfeitores;
                Jó 8:21 Até que de riso te encha a boca, e os teus lábios de júbilo.
                Jó 8:22 Os que te odeiam se vestirão de confusão,
                               e a tenda dos ímpios não existirá mais.
Jó ouve e se prepara para responder a Bildade que fora tão cruel e mesmo perverso contra ele quando Jó estava carente de amor e compaixão.
A intelectualidade, às vezes, pode nos deixar insensíveis com o nosso próximo, por isso que o amor é o maior dos dons e Paulo compreendeu e ensinou isso muito bem em I Coríntios 13:2, pois ainda que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES - contendo as 70 resoluções de Jonathan Edwards

A vida que Deus nos deu é uma só e o seu convite é para glorificarmos a ele, por meio dela!
 
 
                Convite feito por Daniel ​Deusdete.
 
 
 #ConhecerAprenderCompartilharSempre - Versão impressa do livro:Clique aqui! 
 
Olá, tudo bem? 
É com muita alegria no coração que faço questão de convidar você para estar presente no pré-lançamento de meu livro. 
Segue, acima, o convite respectivo. Por favor, reserve este dia e horário em sua agenda e venha estar conosco, comemorando, confraternizando e celebrando a Deus por mais esta conquista.
Muito obrigado,
(Agradeço também por sua ajuda na divulgação deste evento!)
. Versão digital do livro, no Amazon: Clique aqui →
______________________________________
Atençãocaso este email tenha chegado a você indevidamente, por favor me avise para eu retirá-lo de meus contatos e evitar aborrecimentos. Grato por sua compreensão.
 
 A FORÇA DE VONTADE SEMPRE DÁ UM JEITO, MAS A FALTA DE VONTADE, DESCULPAS! 
 
Caso não queira mais receber nossos e-mails, acesse aqui..

Jó 7:1-21 - A FORTE NOÇÃO DA SOBERANIA DE DEUS EM JÓ

Continuamos na parte II de cinco de nossa divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos – 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 – estamos vendo agora. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 - continuação.
Jó, na primeira parte de sua resposta ao primeiro discurso de seu amigo Elifaz, se defendeu das acusações e se justificou alegando a sua inocência, ou seja, não via ele, Jó, motivos naturais para tanto sofrimento.
Vimos que não havia necessidade, como nunca haverá de tantas explicações, no entanto, elas são boas para o leitor e para nós que estudamos a Bíblia por conhecer a mente de um homem de fé, que não abria mão de sua consciência de jeito nenhum.
Tendo falado a Elifaz, agora Jó se volta para Deus em seu discurso e começa falando da sua temporalidade.
Se nos atentarmos ao Salmos 8 e ao Salmos 90:12, veremos, considerando que Jó foi escrito primeiro que Salmos, que ambos os autores se inspiraram nesse capítulo ao escrevê-lo para nós.
A vida de Jó passava muito rapidamente como a vida de cada um de nós. De forma mais veloz ainda para os que se envolvem ou são envolvidos com a guerra que o homem faz sobre a terra desde que é homem e aprendeu a guerrear.
As disputas das guerras entre os homens sempre envolvem bens, terras, posses, conquistas, o egoísmo, a vaidade, o orgulho e, principalmente, a maldade dentro dos corações, pois com a morte do outro, quem questionará alguma coisa?
Tiago fala porque os homens fazem guerra e assim tornam sua vida que já é breve, mais breve ainda.
Tiago 4:1 De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Tiago 4:2 Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
Tiago 4:3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Jó está falando com Deus, em orações, buscando entender ou saber porque seu sofrimento, mas Deus permanece calado, mudo, nada lhe diz, nem envia a ele qualquer alívio ou socorro nesse sentido. Jó se sente só, mas não desiste em momento algum de sua fé, apesar de sua dor grande.
Ele compreende também que os seus dias, que são breves, são cheios de vaidade e de trabalho para sustentar essa vaidade. É tudo canseira e enfado, como o autor de Eclesiastes diz que tudo é vaidade e correr atrás do vento – Ec 1:2.
Para Jó a noção do tempo é de fato relativa por causa de sua dor. A noite já não dura cerca de 8 horas, mas parece durar uma eternidade. Para quem está no prazer e na alegria nem vê o tempo passar, mas para o que está em suspense ou em prova cada segundo tem o peso de horas.
Por um lado, eles são velozes e se acabam sem esperança, por outro, eles são eternos e trazem muita dor.
Na sua oração, pede ao Senhor que o contemple e veja que ele passa e sua vida vai se passando diante dele. Pede então alívio para que possa desfrutar do pouco tempo que lhe resta de forma saudável e boa.
Pode-se notar que os seus olhos estão postos no Senhor e sabe que a sua vida, embora não esteja entendendo nada, está no controle de Deus que tudo tem noção e conhecimento, inclusive de sua dor e oração diante de sua face.
Jó nos impressiona por essa sua cosmovisão naquela época, onde muitos já o teriam abandonado certamente. Jó insiste em permanecer fiel apesar de tudo.
Jó sabe que Deus está no controle de tudo, por isso insistem em suas orações e em sustentar os eu discurso.
Jó 7:1 Porventura não tem o homem guerra sobre a terra?
                E não são os seus dias como os dias do jornaleiro?
                               Jó 7:2 Como o servo que suspira pela sombra,
                                               e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
                               Jó 7:3 Assim me deram por herança meses de vaidade;
                                               e noites de trabalho me prepararam.
                Jó 7:4 Deitando-me a dormir, então digo:
                                Quando me levantarei? Mas comprida é a noite,
                                               e farto-me de me revolver na cama até à alva.
                Jó 7:5 A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó;
                               a minha pele está gretada, e se fez abominável.
                Jó 7:6 Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão,
                               e acabam-se, sem esperança.
                Jó 7:7 Lembra-te de que a minha vida é como o vento;
                               os meus olhos não tornarão a ver o bem.
                Jó 7:8 Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais;
                               os teus olhos estarão sobre mim, porém não serei mais.
                Jó 7:9 Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce
                               à sepultura nunca tornará a subir.
                Jó 7:10 Nunca mais tornará à sua casa,
                               nem o seu lugar jamais o conhecerá.
                Jó 7:11 Por isso não reprimirei a minha boca;
                               falarei na angústia do meu espírito;
                                               queixar-me-ei na amargura da minha alma.
                Jó 7:12 Sou eu porventura o mar, ou a baleia,
                               para que me ponhas uma guarda?Jó 7:13 Dizendo eu:
                                               Consolar-me-á a minha cama;
                                                               meu leito aliviará a minha ânsia;
                Jó 7:14 Então me espantas com sonhos,
                               e com visões me assombras;
                Jó 7:15 Assim a minha alma escolheria antes a estrangulação;
                               e antes a morte do que a vida.
                Jó 7:16 A minha vida abomino, pois não viveria para sempre;
                               retira-te de mim; pois vaidade são os meus dias.
                Jó 7:17 Que é o homem, para que tanto o engrandeças,
                               e ponhas nele o teu coração,
                                               Jó 7:18 E cada manhã o visites,
                                                               e cada momento o proves?
                Jó 7:19 Até quando não apartarás de mim,
                               nem me largarás, até que engula a minha saliva?
                Jó 7:20 Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens?
                               Por que fizeste de mim um alvo para ti,
                                               para que a mim mesmo me seja pesado?
                Jó 7:21 E por que não perdoas a minha transgressão,
                               e não tiras a minha iniqüidade?
                                               Porque agora me deitarei no pó,
                                                               e de madrugada me buscarás,
                                                                              e não existirei mais.
Jó sente o peso do pecado e manifesta em sua fala a necessidade do Cristo, seu Salvador, que possa não justificá-lo, o que seria um contrassenso, mas ser o justificador, àquele que se fará justiça diante de Deus em seu lugar. Jó está pedindo e clamando por um remidor.
O seu apelo nos remete a Cristo e sua oração já está sendo respondida a ele, embora ainda o Cristo viria muitos anos depois dele, quase uns dois mil anos depois. É que a salvação e a justificação em Cristo não é temporal, mas eterna.
Embora somente ocorra no tempo, em um dado momento da história, o seu alcance é não temporal, ou seja tanto o passado quanto o presente quanto o futuro são alcançados pelo seu sacrifício eterno, tornando-se ele a nossa justiça para sempre!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
...