domingo, 20 de julho de 2014
domingo, julho 20, 2014
Jamais Desista
Jó 10:1-22 - JÓ TERMINA SUA RESPOSTA A BILDADE
Continuamos na parte II, de cinco, de nossa
divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó continua
se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em
seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 –
7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 –
10:22 – estamos vendo em continuidade. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de
Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 – 10:22 – continuação.
Já vimos no capítulo anterior que o
discurso de Bildade mostrou ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível.
Agora é a vez de Jó responder. Já vimos que
para cada discurso, na ordem, Jó fala da amargura de sua alma, do tédio que
está experimentando com seu sofrimento que não parece ter fim.
Você já reparou que nos momentos de grande
alegria o tempo parece voar e nos de tristeza enlarguecer?
Jó estava cansado e não sabia o quanto isso
iria demorar. Ele sabia que em determinado momento de sua vida, tudo estava tão
bom e que, de uma hora para outra, tudo mudou drasticamente e ele agora estava
experimentando algo muito difícil de suportar.
Ele pede licença a Deus por que quer falar
e colocar para fora por meio de sua boca tudo aquilo que estava consumindo ele
por dentro, o qual era o seu amargor. Desabafar é muito bom e importante para
nós em qualquer que seja o momento de nossas vidas.
Ele pede a Deus que não o condene, mas que
o deixe divagar um pouquinho. Seu coração anseia por uma resposta porque quer
ele entender os fatos e saber o que se passa.
O interessante é que sua fala é totalmente
dirigida a Deus. Quem acabou de falar com ele e o detonar em sua fala foi
Bildade e agora ele busca a Deus em seu discurso.
Na sua primeira resposta também ele agiu
assim, primeiro retrucou com o que lhe falara e depois se dirigiu a Deus
buscando algo.
Dos versos 4 ao 7, o dilema visível de Jó
está cheio de ironia: ele reconhece que Deus é onisciente e que não precisa
investigar pecados como um promotor público comum. A única explicação possível
é que o Senhor sabe que Jó é inocente, mas prefere fazer de Jó a sua vítima
indefesa.
Jó reconhece no verso 7 a depravação total
do homem e ele fala que é iníquo. Não porque fosse filho de Belial, pelo
contrário, era um santo homem de Deus, do qual o próprio Deus tinha dado
testemunho dele.
Dos versos 8 ao 12, como o autor de Sal
139:13-16, Jó compreende que Deus o havia formado no ventre materno, lhe dado
vida e o abençoado. Agora ele não conseguia entender como o mesmo Deus bondoso
poderia maltratá-lo de maneira tão insensível.
Por isso que Jó apresenta sua oração a Deus
mostrando a sua fragilidade, temporariedade e pecaminosidade e pede ao Deus
criador, sustentador e mantenedor que aja em favor dele enquanto ainda dá para
socorrê-lo.
Jó reconhece que Deus - e não o diabo, nem o acaso - é que está no controle de tudo e de todas as coisas, por isso que insiste com
Deus apesar de seu aparente silêncio ou inatividade.
Ele verifica que não adianta lutar contra
Deus quando Deus está no controle, mas insiste com ele. Veja que nos versos de
14 a 15, tudo isso parece estar baseado na suposição equivocada de que o
sofrimento se devia à ira punitiva de Deus, por isso que diz “se eu pecar”.
Quando Jó exclama “se eu morrer” ele ai
está se voltando ao mesmo tema deprimente que expressou em 3:11. E dos versos
20 ao 22, ele repete seus sentimentos de 7:17-19.
Jó 10:1 A minha alma tem tédio da minha
vida;
darei
livre curso à minha queixa,
falarei
na amargura da minha alma.
Jó
10:2 Direi a Deus:
Não
me condenes;
faze-me
saber por que contendes comigo.
Jó
10:3 Parece-te bem que me oprimas,
que
rejeites o trabalho das tuas mãos
e
resplandeças sobre o conselho dos ímpios?
Jó
10:4 Tens tu porventura olhos de carne?
Vês
tu como vê o homem?
Jó
10:5 São os teus dias como os dias do homem?
Ou
são os teus anos como os anos de um homem,
Jó
10:6 Para te informares da minha iniquidade,
e
averiguares o meu pecado?
Jó
10:7 Bem sabes tu que eu não sou iníquo;
todavia
ninguém há que me livre da tua mão.
Jó
10:8 As tuas mãos me fizeram e me formaram completamente;
contudo
me consomes.
Jó
10:9 Peço-te que te lembres de que como barro me formaste
e
me farás voltar ao pó.
Jó
10:10 Porventura não me vazaste como leite,
e
como queijo não me coalhaste?
Jó
10:11 De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.
Jó
10:12 Vida e misericórdia me concedeste;
e
o teu cuidado guardou o meu espírito.
Jó
10:13 Porém estas coisas as ocultaste no teu coração;
bem
sei eu que isto esteve contigo.
Jó
10:14 Se eu pecar, tu me observas;
e
da minha iniquidade não me escusarás.
Jó
10:15 Se for ímpio, ai de mim!
E
se for justo, não levantarei a minha cabeça;
farto
estou da minha ignomínia;
e
vê qual é a minha aflição,
Jó
10:16 Porque se vai crescendo;
tu
me caças como a um leão feroz;
tornas
a fazer maravilhas para comigo.
Jó
10:17 Tu renovas contra mim as tuas testemunhas,
e
multiplicas contra mim a tua ira;
revezes
e combate estão comigo.
Jó
10:18 Por que, pois, me tiraste da madre?
Ah!
se então tivera expirado, e olho nenhum me visse!
Jó
10:19 Então eu teria sido como se nunca fora;
e
desde o ventre seria levado à sepultura!
Jó
10:20 Porventura não são poucos os meus dias?
Cessa,
pois, e deixa-me,
para
que por um pouco eu tome alento.
Jó
10:21 Antes que eu vá para o lugar de que não voltarei,
à
terra da escuridão e da sombra da morte;
Jó
10:22 Terra escuríssima, como a própria escuridão,
terra
da sombra da morte
e
sem ordem alguma,
e
onde a luz
é como a escuridão.
Agora Jó encerra seu discurso resposta e o
outro seu amigo, Zofar, toma uso da palavra e baseado no que ouviu de Elifaz,
da resposta de Jó a Elifaz, de Bildade e de sua resposta a Bildade.
Zofar não será diferente dos outros dois. A
ideia ou pressuposto deles estava firmada na cosmovisão de que o sofrimento era
consequência imediata do pecado e se Jó sofria, isso era porque havia pecado em
algum lugar.
...
sábado, 19 de julho de 2014
sábado, julho 19, 2014
Jamais Desista
Jó 9:1-35 JÓ RESPONDE A BILDADE EXALTANDO A SOBERANIA E A JUSTIÇA DE DEUS
Continuamos na parte II, de cinco, de nossa
divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó continua
se defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Jó, aqui em suas palavras iniciais deste
capítulo, parece prever o que em breve irá se suceder, ou seja, a experiência
pela qual passará junto ao seu Criador que lhe fará algumas perguntas que o
deixarão sem respostas.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E
SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em
seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 –
7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1 –
10:22 – veremos agora. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1
– 14:22.
3. Bildade – 8:1 – 22. 4 - continuação.
Já vimos no capítulo anterior que o
discurso de Bildade mostrou ele mesmo como um homem áspero, rude e insensível. Agora
é a vez de Jó responder. Já vimos que para cada discurso, na ordem, há uma
resposta de Jó.
Podemos dividir essa sua resposta em três
partes: começam com discurso sobre o poder e a sabedoria de Deus - vs 1 ao 13;
em seguida para o questionamento a respeito da justiça de Deus – vs 14 ao 29; e,
em seguida, Jó começa a dirigir suas
palavras a Deus - vs 30 ao 10:22.
Percebe-se, em seu discurso, a forte noção
de seu Deus, não dos deuses das nações, mas do verdadeiro Deus. Ele o vê como o
criador e o sustentador de toda a vida.
Ele fala do Deus imanente e transcendente.
Do Deus soberano, sábio e bom.
Dos versos de 1 ao 3, Jó não perde a sua fé
na impressionante soberania e conhecimento de Deus. Ele reconhece a sua humilde
situação diante de Deus e a sua incapacidade de protestar adequadamente.
Dos versos de 4 ao 13, percebe-se a
formação de um poema sobre a onipotência e a justiça de Deus.
Dos versos de 14 ao 29, são feitas perguntas
acerca da justiça de Deus onde Jó reflete se Deus é ou não verdadeiramente
justo em seus caminhos.
No verso 15, Jó afirma ser justo, mas não “o
justo”, nem justo na essência por que ele se reconhece pecador e pelo seu Deus
clama por misericórdia como alguém que necessitasse de um resgatador, de alguém
que poderia ser a sua justiça.
Era esse o clamor de Jó por um mediador
entre Deus e os homens – I Tm 2:5. Esse Mediador necessário e imaginado por Jó
é Jesus Cristo, que faz esse papel.
Dos versos de 21 ao 24, Jó tem uma
depressão em que é tentado ao fatalismo apático, mudando constantemente de opinião
hesitando entre a esperança e a dúvida – vs 22.
Todos nós temos essas tendências à depressão
em certos momentos de nossas vidas e devemos estar preparados para esses
tempos. São os conhecidos tempos maus, onde o peso das circunstâncias pode
colaborar para que seja ainda mais difícil suportar.
Por mais que Jó fosse forte e firme na fé,
ele estava sujeito, como nós, aos dias maus. Sabendo deles, dos dias maus,
devemos, nos dias bons, como fazem as formigas que recolhem mantimentos no
verão para suportarem o inverno, juntarmos forças para esses dias.
Eclesiastes
12:1 Lembra-te do teu
Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;
|
Efésios
5:16 remindo o tempo,
porque os dias são maus.
|
Dos versos de 25 ao 29, Jó sentia-se preso
num dilema insuportável. Considerava-se inocente, mas sabia que lhe pesava a
visão tradicional do sofrimento.
Ele percebia a lógica do interpretar a sua
experiência como evidência de que Deus o julgava culpado e percebe que ele não
poderia justificar-se se esse fosse o caso.
Dos versos 30 ao 10:22, Jó se volta para
Deus onde lhe faz uma série de perguntas expressando as suas dúvidas cadentes
sobre a bondade de Deus para com ele.
Jó 9:1 Então Jó respondeu, dizendo:
Jó
9:2 Na verdade sei que assim é;
porque,
como se justificaria o homem para com Deus?
Jó
9:3 Se quiser contender com ele,
nem
a uma de mil coisas lhe poderá responder.
Jó 9:4 Ele é sábio de coração, e forte
em poder;
quem
se endureceu contra ele, e teve paz?
Jó
9:5 Ele é o que remove os montes, sem que o saibam,
e
o que os transtorna no seu furor.
Jó
9:6 O que sacode a terra do seu lugar,
e
as suas colunas estremecem.
Jó
9:7 O que fala ao sol, e ele não nasce, e sela as estrelas.
Jó
9:8 O que sozinho estende os céus, e anda sobre os altos do mar.
Jó
9:9 O que fez a Ursa, o Órion, e o Sete-estrelo,
e
as recâmaras do sul.
Jó
9:10 O que faz coisas grandes e inescrutáveis;
e
maravilhas sem número.
Jó
9:11 Eis que ele passa por diante de mim, e não o vejo;
e
torna a passar perante mim, e não o sinto.
Jó
9:12 Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir?
Quem
lhe dirá: Que é o que fazes?
Jó
9:13 Deus não revogará a sua ira;
debaixo
dele se encurvam os auxiliadores soberbos.
Jó 9:14 Quanto menos lhe responderia eu,
ou
escolheria diante dele as minhas palavras!
Jó
9:15 Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia;
antes
ao meu Juiz pediria misericórdia.
Jó
9:16 Ainda que chamasse, e ele me respondesse,
nem
por isso creria que desse ouvidos à minha voz.
Jó
9:17 Porque me quebranta com uma tempestade,
e
multiplica as minhas chagas sem causa.
Jó
9:18 Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
Jó
9:19 Quanto às forças, eis que ele é o forte;
e,
quanto ao juízo, quem me citará com ele?
Jó
9:20 Se eu me justificar, a minha boca me condenará;
se
for perfeito, então ela me declarará perverso.
Jó
9:21 Se for perfeito, não estimo a minha alma;
desprezo
a minha vida.
Jó
9:22 A coisa é esta;
por
isso eu digo que ele consome ao perfeito e ao ímpio.
Jó
9:23 Quando o açoite mata de repente,
então
ele zomba da prova dos inocentes.
Jó
9:24 A terra é entregue nas mãos do ímpio;
ele
cobre o rosto dos juízes;
se
não é ele, quem é, logo?
Jó
9:25 E os meus dias são mais velozes do que um correio;
fugiram, e não viram o bem.
Jó
9:26 Passam como navios veleiros;
como
águia que se lança à comida.
Jó
9:27 Se eu disser:
Eu
me esquecerei da minha queixa,
e
mudarei o meu aspecto e tomarei alento,
Jó
9:28 Receio todas as minhas dores,
porque
bem sei que não me terás por inocente.
Jó
9:29 E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?
Jó 9:30 Ainda que me lave com água de
neve,
e
purifique as minhas mãos com sabão,
Jó
9:31 Ainda me submergirás no fosso,
e
as minhas próprias vestes me abominarão.
Jó
9:32 Porque ele não é homem, como eu,
a
quem eu responda, vindo juntamente a juízo.
Jó
9:33 Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos.
Jó
9:34 Tire ele a sua vara de cima de mim,
e
não me amedronte o seu terror.
Jó
9:35 Então falarei, e não o temerei;
porque
não sou assim em mim mesmo.
“Não há entre nós árbitro” significa que há
questões entre ambos que demandam um terceiro que julgue reta e justamente. O
apelo parece indicar um desespero. É como se um estivesse acusando o outro e
reivindicando justiça.
No entanto, Deus é justo! Esse padrão é
inegociável! Ele é o árbitro! Quando ele julga, ele o faz com justiça e
retidão.
Como apelaríamos pela justiça à própria
Justiça? Poderia a justiça ser injusta ou parcial? Jamais! Deus é justo! Ou melhor,
Deus é a justiça! Se temos alguma demanda e ela é contra Deus, com certeza ela
já nasceu morta!
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sexta-feira, 18 de julho de 2014
sexta-feira, julho 18, 2014
Jamais Desista
Jó 8:1-22 - BILDADE, INSENSÍVEL, DISCURSA CONTRA JÓ
Ainda na parte II de cinco de nossa divisão
proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se defendendo
e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em
seis: 1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 –
7:21 – já vista. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4 – veremos agora. A resposta de Jó a
Bildade – 9:1 – 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1
– 14:22.
3. Bildade – 8:1 – 22. 4.
Veremos que a resposta de Bildade mostrara ele
mesmo como um homem áspero, rude e insensível. Ele nem dá ouvidos ao clamor de
Jó por compaixão – 6:13,14, 26 – e sua mensagem é direta: Jó e sua família
estavam recebendo o que mereciam.
Se Jó tão somente se arrependesse dos atos
vergonhosos que levaram a essas desgraças, Jó poderia ser restaurado a uma
prosperidade e felicidade ainda maiores do que as que havia desfrutado antes.
Ainda conforme a BEG, depois de repreender
Jó – vs 1-10 -, com uma linguagem mordaz confrontado Jó e o acusando de não ser justo o suficiente para receber as bênçãos
de Deus, Bildade recitará um poema da sabedoria proverbial – vs 11-22 –que na
tradição dos sábios o poema recorre a analogias e padrões na natureza para apoiar
o seu ponto de vista.
Nós os leitores atuais conhecemos o
contexto que aconteceu nos céus entre Deus e o diabo, mas eles de nada sabiam.
Bildade parece estar mancomunado com os
outros dois, pois seu discurso tem a mesma base que é tentar encontrar culpa em
Jó e procurar defender o que eles criam de Deus.
As suas falas não são ruins e seus
argumentos são interessantes, no entanto, a aplicação deles em Jó é péssima,
por isso que apesar de verdadeiros e interessantes, nada tem a ver com Jó.
Assim, se perdem totalmente e acabam se tornando lixo.
Todo diálogo ou discurso esbarra nesse
problema da aplicabilidade. O conceito nutrido por justo por esses três homens
é diferente do justo Jó!
Na verdade, justo, somente há um justo: o
Justo, sim, ele mesmo Jesus Cristo, o justo; os demais homens jamais serão
justos por si mesmos por causa do pecado em suas vidas.
É por isso que Jó clama e necessita de um
Salvador, de um remidor, como todos nós na vida precisamos de Jesus Cristo que
foi, é e se tornou a nossa justiça.
Deus, em Cristo, não nos tornou justos,
pois isso seria injusto e ele entraria em contradição e teria de negar o seu
próprio nome e passaria a necessitar de um Deus para o redimir. Ele não nos
tornou justos, mas ele se tornou a nossa justiça.
Os pecados e as minhas merecidas punições
deveriam ser pagas para eu poder obter o perdão, mas eu não podia pagá-las, nem
com o sangue de todos os animais deste planeta poderia eu me lavar.
Por isso que Cristo Jesus morreu pelos meus
pecados e pagou a dívida que estava sobre mim. Jó parecia entender isso no
tempo e no espaço, pois que em sua época Cristo nem tinha nascido entre os
homens.
Já Bildade e os outros seus amigos que
discursavam não entendiam isso e usavam a palavra “justo” como se alguém
pudesse ser de fato justo diante de Deus.
Jó 8:1 Então respondendo Bildade o
suíta, disse:
Jó
8:2 Até quando falarás tais coisas,
e
as palavras da tua boca serão como um vento impetuoso?
Jó
8:3 Porventura perverteria Deus o direito?
E
perverteria o Todo-Poderoso a justiça?
Jó
8:4 Se teus filhos pecaram contra ele,
também
ele os lançou na mão da sua transgressão.
Jó
8:5 Mas, se tu de madrugada buscares a Deus,
e
ao Todo-Poderoso pedires misericórdia;
Jó
8:6 Se fores puro e reto, certamente logo despertará por ti,
e
restaurará a morada da tua justiça.
Jó
8:7 O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno,
porém
o teu último estado crescerá em extremo.
Jó
8:8 Pois, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas;
e
prepara-te para a inquirição de seus pais.
Jó
8:9 Porque nós somos de ontem, e nada sabemos;
porquanto
nossos dias sobre a terra são como a sombra.
Jó
8:10 Porventura não te ensinarão eles, e não te falarão,
e
do seu coração não tirarão palavras?
Jó
8:11 Porventura cresce o junco sem lodo?
Ou
cresce a espadana sem água?
Jó
8:12 Estando ainda no seu verdor, ainda que não cortada,
todavia
antes de qualquer outra erva se seca.
Jó
8:13 Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus;
e
a esperança do hipócrita perecerá.
Jó
8:14 Cuja esperança fica frustrada;
e
a sua confiança será como a teia de aranha.
Jó
8:15 Encostar-se-á à sua casa, mas ela não subsistirá;
apegar-se-á
a ela, mas não ficará em pé.
Jó
8:16 Ele é viçoso perante o sol,
e
os seus renovos saem sobre o seu jardim;
Jó
8:17 As suas raízes se entrelaçam, junto à fonte;
para
o pedregal atenta.
Jó
8:18 Se Deus o consumir do seu lugar, negá-lo-á este, dizendo:
Nunca
te vi!
Jó
8:19 Eis que este é a alegria do seu caminho,
e
outros brotarão do pó.
Jó
8:20 Eis que Deus não rejeitará ao reto;
nem
toma pela mão aos malfeitores;
Jó
8:21 Até que de riso te encha a boca, e os teus lábios de júbilo.
Jó
8:22 Os que te odeiam se vestirão de confusão,
e
a tenda dos ímpios não existirá mais.
Jó ouve e se prepara para responder a
Bildade que fora tão cruel e mesmo perverso contra ele quando Jó estava carente
de amor e compaixão.
A intelectualidade, às vezes, pode nos
deixar insensíveis com o nosso próximo, por isso que o amor é o maior dos dons
e Paulo compreendeu e ensinou isso muito bem em I Coríntios 13:2, pois ainda
que eu tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse amor, nada seria.
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quinta-feira, 17 de julho de 2014
quinta-feira, julho 17, 2014
Jamais Desista
AS MINHAS FIRMES RESOLUÇÕES - contendo as 70 resoluções de Jonathan Edwards
A vida que Deus nos deu é uma só e o seu convite é para glorificarmos a ele, por meio dela!
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quinta-feira, julho 17, 2014
Jamais Desista
Jó 7:1-21 - A FORTE NOÇÃO DA SOBERANIA DE DEUS EM JÓ
Continuamos na parte II de cinco de nossa
divisão proposta, que vai tratar do diálogo entre Jó e os seus amigos. Jó se
defendendo e seus amigos o acusando ao invés de consolá-lo – Jó 6:14.
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E
SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
B. O primeiro ciclo de discursos
– 4:1 – 14:22.
Nessa primeira série de discursos, como já
dissemos, se fará referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis
explicações, mas todas serão insuficientes.
Dividimos essa parte “B”, como na BEG, em seis:
1. Elifaz – 4:1 – 5:27 – já vista. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 –
estamos vendo agora. 3. Bildade – 8:1 – 22. 4. A resposta de Jó a Bildade – 9:1
– 10:22. 5. Zofar – 11:1 – 20. 6. A resposta de Jó a Zofar – 12:1 – 14:22.
2. A resposta de Jó a Elifaz – 6:1 – 7:21 - continuação.
Jó, na primeira parte de sua resposta ao
primeiro discurso de seu amigo Elifaz, se defendeu das acusações e se
justificou alegando a sua inocência, ou seja, não via ele, Jó, motivos naturais
para tanto sofrimento.
Vimos que não havia necessidade, como nunca
haverá de tantas explicações, no entanto, elas são boas para o leitor e para
nós que estudamos a Bíblia por conhecer a mente de um homem de fé, que não
abria mão de sua consciência de jeito nenhum.
Tendo falado a Elifaz, agora Jó se volta
para Deus em seu discurso e começa falando da sua temporalidade.
A vida de Jó passava muito rapidamente como
a vida de cada um de nós. De forma mais veloz ainda para os que se envolvem ou
são envolvidos com a guerra que o homem faz sobre a terra desde que é homem e
aprendeu a guerrear.
As disputas das guerras entre os homens sempre
envolvem bens, terras, posses, conquistas, o egoísmo, a vaidade, o orgulho e,
principalmente, a maldade dentro dos corações, pois com a morte do outro, quem
questionará alguma coisa?
Tiago fala porque os homens fazem guerra e
assim tornam sua vida que já é breve, mais breve ainda.
Tiago 4:1 De onde vêm as guerras e pelejas
entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos
vossos membros guerreiam?
|
Tiago 4:2 Cobiçais, e nada tendes; matais,
e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada
tendes, porque não pedis.
|
Tiago 4:3 Pedis, e não recebeis, porque
pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
|
Jó está falando com Deus, em orações, buscando
entender ou saber porque seu sofrimento, mas Deus permanece calado, mudo, nada
lhe diz, nem envia a ele qualquer alívio ou socorro nesse sentido. Jó se sente
só, mas não desiste em momento algum de sua fé, apesar de sua dor grande.
Ele compreende também que os seus dias, que
são breves, são cheios de vaidade e de trabalho para sustentar essa vaidade. É tudo
canseira e enfado, como o autor de Eclesiastes diz que tudo é vaidade e correr
atrás do vento – Ec 1:2.
Para Jó a noção do tempo é de fato relativa
por causa de sua dor. A noite já não dura cerca de 8 horas, mas parece durar
uma eternidade. Para quem está no prazer e na alegria nem vê o tempo passar,
mas para o que está em suspense ou em prova cada segundo tem o peso de horas.
Por um lado, eles são velozes e se acabam
sem esperança, por outro, eles são eternos e trazem muita dor.
Na sua oração, pede ao Senhor que o
contemple e veja que ele passa e sua vida vai se passando diante dele. Pede então
alívio para que possa desfrutar do pouco tempo que lhe resta de forma saudável
e boa.
Pode-se notar que os seus olhos estão
postos no Senhor e sabe que a sua vida, embora não esteja entendendo nada, está
no controle de Deus que tudo tem noção e conhecimento, inclusive de sua dor e
oração diante de sua face.
Jó nos impressiona por essa sua cosmovisão
naquela época, onde muitos já o teriam abandonado certamente. Jó insiste em
permanecer fiel apesar de tudo.
Jó sabe que Deus está no controle de tudo,
por isso insistem em suas orações e em sustentar os eu discurso.
Jó 7:1 Porventura não tem o homem guerra
sobre a terra?
E
não são os seus dias como os dias do jornaleiro?
Jó
7:2 Como o servo que suspira pela sombra,
e
como o jornaleiro que espera pela sua paga,
Jó
7:3 Assim me deram por herança meses de vaidade;
e
noites de trabalho me prepararam.
Jó
7:4 Deitando-me a dormir, então digo:
Quando me levantarei? Mas comprida é a noite,
e
farto-me de me revolver na cama até à alva.
Jó
7:5 A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó;
a
minha pele está gretada, e se fez abominável.
Jó
7:6 Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão,
e
acabam-se, sem esperança.
Jó
7:7 Lembra-te de que a minha vida é como o vento;
os
meus olhos não tornarão a ver o bem.
Jó
7:8 Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais;
os
teus olhos estarão sobre mim, porém não serei mais.
Jó
7:9 Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce
à
sepultura nunca tornará a subir.
Jó
7:10 Nunca mais tornará à sua casa,
nem
o seu lugar jamais o conhecerá.
Jó
7:11 Por isso não reprimirei a minha boca;
falarei
na angústia do meu espírito;
queixar-me-ei
na amargura da minha alma.
Jó
7:12 Sou eu porventura o mar, ou a baleia,
para
que me ponhas uma guarda?Jó 7:13 Dizendo eu:
Consolar-me-á
a minha cama;
meu
leito aliviará a minha ânsia;
Jó
7:14 Então me espantas com sonhos,
e
com visões me assombras;
Jó
7:15 Assim a minha alma escolheria antes a estrangulação;
e
antes a morte do que a vida.
Jó
7:16 A minha vida abomino, pois não viveria para sempre;
retira-te
de mim; pois vaidade são os meus dias.
Jó
7:17 Que é o homem, para que tanto o engrandeças,
e
ponhas nele o teu coração,
Jó
7:18 E cada manhã o visites,
e
cada momento o proves?
Jó
7:19 Até quando não apartarás de mim,
nem
me largarás, até que engula a minha saliva?
Jó
7:20 Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens?
Por
que fizeste de mim um alvo para ti,
para
que a mim mesmo me seja pesado?
Jó
7:21 E por que não perdoas a minha transgressão,
e
não tiras a minha iniqüidade?
Porque
agora me deitarei no pó,
e
de madrugada me buscarás,
e
não existirei mais.
Jó sente o peso do pecado e manifesta em
sua fala a necessidade do Cristo, seu Salvador, que possa não justificá-lo, o
que seria um contrassenso, mas ser o justificador, àquele que se fará justiça
diante de Deus em seu lugar. Jó está pedindo e clamando por um remidor.
O seu apelo nos remete a Cristo e sua
oração já está sendo respondida a ele, embora ainda o Cristo viria muitos anos
depois dele, quase uns dois mil anos depois. É que a salvação e a justificação
em Cristo não é temporal, mas eterna.
Embora somente ocorra no tempo, em um dado
momento da história, o seu alcance é não temporal, ou seja tanto o passado
quanto o presente quanto o futuro são alcançados pelo seu sacrifício eterno,
tornando-se ele a nossa justiça para sempre!
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