Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Estamos ainda
na parte VI, veremos o capítulo 25.
VI. AS MUDANÇAS DO REINO (19.1-25.46) - continuação.
As ações de Jesus, suas parábolas e
respostas a desafios revelaram que o seu reino traz mudanças extraordinárias na
crença e nas práticas do povo de Deus. Jesus condenou fortemente líderes
religiosos de Israel por causa de sua hipocrisia e advertiu-os quanto ao
julgamento divino.
Os caps. 19-25 focalizam essas mudanças
ocasionadas pela vinda do reino em Cristo. O material foi também dividido em duas
seções, seguindo a BEG: A. Narrativa: parábolas e "ais" (19.1-23.39)
– já vimos e B. Sermão: o julgamento
do reino (24.1-25.46) – concluiremos
agora.
B. Sermão: o julgamento do reino (24.1-25.46) - continuação.
Aqui temos outras parábolas sobre o reino
dos céus que são advertências para todos nós e falam principalmente da volta de
Jesus.
Veremos nessa primeira parábola, que pela
prontidão, os sábios se distinguem dos tolos durante a demora do retorno de
Cristo. Estar "pronto" (v. 10) inclui estar preparado para uma longa
espera; o zelo passageiro é inadequado.
Todas as virgens que estavam esperando,
adormecem e quando acordam com o chamado do noivo, 50% delas não tinham mais
azeite em suas lamparinas, nem dava mais para comprar do que vendia.
Conclusão: elas ficaram de fora e não
puderam entrar no gozo do seu Senhor. A advertência é para a vigilância sabendo
que em breve voltará o noivo e se a noiva se descuidar, perderá seu momento e
não entrará no gozo do seu Senhor.
A outra parábola tem a mesma finalidade de
advertir os que esperam o Senhor, mas agora fala de pessoas que receberam
talentos.
Um talento (mais ou menos 34 kg) de ouro
seria o equivalente ao salário de vinte anos de um trabalhador diário. Mesmo um
talento de prata equivaleria ao pagamento de mais de um ano de salário.
Sendo que aqueles que receberam esses
talentos, mas o desprezaram e o enterraram, na vinda de Cristo novamente à
terra, irão se dar muito mal.
Aqueles que receberam cinco e dois
talentos, negociaram com eles e duplicaram o que tinham, mas os que receberam
apenas um talento, foram negligentes.
Eles deveriam ter feito algo, mas nada
fizeram, apenas, depois, quiseram se justificar, mas a justificativa foi
péssima. O terceiro servo não se mostrou disposto a investir seus esforços no
desenvolvimento do talento para o benefício de outros. Sua atitude não foi de
mordomia ou serviço.
Jesus está voltando. O anúncio está sendo
dado em alta voz e por todo o mundo. Muita gente está adormecida e com talentos
enterrados. Conclusão, muitos que caminham conosco não chegarão ao objetivo
principal por falta pura de vigilância que é o desprezo pela palavra de Deus.
Depois, dos versos 31 a 46, Jesus fala do
grande julgamento. Ele disse que quando viesse na sua majestade e junto com ele
todos os anjos, ele se assentará em seu trono de glória para julgar todas as
nações. Literalmente, "eles”. A divisão diz respeito a indivíduos, não
nações, como o pronome grego “eles" deixa claro.
Como verdadeiro pastor separará os cabritos
das ovelhas. A imagem do Cristo eleito como ovelha é baseada em Ez 34 e já
apareceu nos ensinos de Jesus (10.16; 18.12). Para esse contexto, observe Ez
34.17.
Os discípulos de Cristo (cf. 10.42;
12.48-49; 18.1), como opostos a todos os judeus ou os pobres e necessitados em
geral. O julgamento das nações depende de como elas respondem aos cristãos e,
portanto, ao evangelho (10.40-42), não só porque é pelo testemunho desses
cristãos que os gentios podem ouvir e crer (Rm 10.14), mas também porque Cristo
se identifica tão intimamente com o seu povo que o sofrimento deles é o
sofrimento dele, e a compaixão demonstrada a eles é a compaixão mostrada a ele.
Mt 25:1 Então, o reino dos céus
será
semelhante a dez virgens que,
tomando
as suas lâmpadas,
saíram
a encontrar-se com o noivo.
Mt 25:2 Cinco
dentre elas eram néscias,
e
cinco, prudentes.
Mt 25:3 As
néscias,
ao
tomarem as suas lâmpadas,
não
levaram azeite consigo;
Mt 25:4 no
entanto, as prudentes,
além
das lâmpadas,
levaram
azeite nas vasilhas.
Mt 25:5 E,
tardando o noivo,
foram
todas tomadas de sono
e
adormeceram.
Mt 25:6 Mas,
à meia-noite,
ouviu-se
um grito:
Eis
o noivo!
Saí
ao seu encontro!
Mt 25:7
Então, se levantaram
todas
aquelas virgens
e
prepararam as suas lâmpadas.
Mt 25:8 E as
néscias disseram às prudentes:
Dai-nos
do vosso azeite,
porque
as nossas lâmpadas estão-se apagando.
Mt 25:9 Mas
as prudentes responderam:
Não,
para
que não nos falte a nós
e
a vós outras!
Ide,
antes, aos que o vendem
e
comprai-o.
Mt 25:10 E,
saindo elas para comprar,
chegou
o noivo,
e
as que estavam apercebidas
entraram
com ele para as bodas;
e
fechou-se a porta.
Mt 25:11 Mais
tarde,
chegaram
as virgens néscias, clamando:
Senhor,
senhor, abre-nos a porta!
Mt 25:12 Mas
ele respondeu:
Em
verdade vos digo que não vos conheço.
Mt 25:13
Vigiai, pois,
porque
não sabeis o dia nem a hora.
Mt 25:14 Pois
será como um homem que,
ausentando-se
do país,
chamou
os seus servos
e
lhes confiou os seus bens.
Mt 25:15 A um
deu cinco talentos,
a outro, dois
e a outro,
um,
a
cada um segundo a sua própria capacidade;
e,
então, partiu.
Mt
25:16 O que recebera cinco talentos
saiu
imediatamente a negociar com eles
e
ganhou outros cinco.
Mt
25:17 Do mesmo modo,
o
que recebera dois ganhou outros dois.
Mt 25:18 Mas
o que recebera um,
saindo,
abriu uma cova
e
escondeu o dinheiro do seu senhor.
Mt
25:19 Depois de muito tempo,
voltou
o senhor daqueles servos
e
ajustou contas com eles.
Mt
25:20 Então,
aproximando-se
o que recebera cinco talentos,
entregou
outros cinco, dizendo:
Senhor,
confiaste-me cinco talentos;
eis
aqui outros cinco talentos que ganhei.
Mt
25:21 Disse-lhe o senhor:
Muito
bem, servo bom e fiel;
foste
fiel no pouco,
sobre
o muito te colocarei;
entra
no gozo do teu senhor.
Mt
25:22 E, aproximando-se também
o
que recebera dois talentos, disse:
Senhor,
dois talentos me confiaste;
aqui
tens outros dois que ganhei.
Mt
25:23 Disse-lhe o senhor:
Muito
bem, servo bom e fiel;
foste
fiel no pouco,
sobre
o muito te colocarei;
entra
no gozo do teu senhor.
Mt
25:24 Chegando, por fim,
o
que recebera um talento, disse:
Senhor,
sabendo que és homem severo,
que
ceifas onde não semeaste
e ajuntas
onde não espalhaste,
Mt
25:25 receoso,
escondi
na terra o teu talento;
aqui
tens o que é teu.
Mt
25:26 Respondeu-lhe, porém, o senhor:
Servo
mau e negligente,
sabias
que ceifo onde não semeei
e ajunto onde
não espalhei?
Mt
25:27 Cumpria, portanto, que entregasses
o
meu dinheiro aos banqueiros,
e eu, ao
voltar, receberia com juros
o
que é meu.
Mt
25:28 Tirai-lhe, pois, o talento
e
dai-o ao que tem dez.
Mt 25:29
Porque
a
todo o que tem
se
lhe dará, e terá em abundância;
mas ao que
não tem,
até
o que tem lhe será tirado.
Mt
25:30 E o servo inútil,
lançai-o
para fora,
nas
trevas.
Ali
haverá choro
e
ranger de dentes.
Mt 25:31 Quando vier o Filho do Homem
na sua
majestade
e
todos os anjos com ele,
então,
se
assentará no trono da sua glória;
Mt
25:32 e todas as nações
serão
reunidas em sua presença,
e
ele separará uns dos outros,
como
o pastor separa dos cabritos as ovelhas;
Mt 25:33 e
porá as ovelhas à sua direita,
mas
os cabritos, à esquerda;
Mt 25:34
então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
Vinde,
benditos de meu Pai!
Entrai
na posse do reino que vos está preparado
desde
a fundação do mundo.
Mt 25:35
Porque tive fome,
e
me destes de comer;
tive sede,
e
me destes de beber;
era
forasteiro,
e
me hospedastes;
Mt 25:36
estava nu,
e
me vestistes;
enfermo,
e
me visitastes;
preso,
e
fostes ver-me.
Mt 25:37
Então, perguntarão os justos:
Senhor,
quando foi que te vimos com fome
e
te demos de comer?
Ou com sede
e
te demos de beber?
Mt 25:38 E
quando te vimos forasteiro
e
te hospedamos?
Ou nu
e
te vestimos?
Mt 25:39 E
quando te vimos
enfermo
ou preso
e
te fomos visitar?
Mt 25:40 O
Rei, respondendo, lhes dirá:
Em
verdade vos afirmo que,
sempre que o
fizestes a um destes
meus
pequeninos irmãos,
a mim o
fizestes.
Mt 25:41
Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
Apartai-vos
de mim, malditos,
para
o fogo eterno,
preparado
para o diabo e seus anjos.
Mt 25:42
Porque tive fome,
e
não me destes de comer;
tive
sede,
e
não me destes de beber;
Mt
25:43 sendo forasteiro,
não
me hospedastes;
estando
nu,
não
me vestistes;
achando-me
enfermo e preso,
não
fostes ver-me.
Mt
25:44 E eles lhe perguntarão:
Senhor,
quando foi que te vimos
com
fome,
com
sede,
forasteiro,
nu,
enfermo
ou
preso
e
não te assistimos?
Mt
25:45 Então, lhes responderá:
Em verdade vos digo que,
sempre
que o deixastes de fazer a um destes
mais
pequeninos,
a mim o
deixastes de fazer.
Mt
25:46 E irão estes
para
o castigo eterno,
porém
os justos,
para
a vida eterna.
Eu quero estar do lado direito de Jesus
nesta hora por ter feito o que ele me pediu e por estar atento e vigilante
aguardando e falando e pregando sobre a sua volta em breve.
Estamos vendo o Evangelho de Mateus escrito
com o propósito de inspirar os cristãos ao serviço grato e fiel de promover o
reino de Deus ao apresentar Jesus como o tão esperado rei e apresentar o reino
que ele trouxe como o cumprimento do plano da redenção de Deus. Estamos ainda
na parte VI, veremos o capítulo 24.
VI. AS MUDANÇAS DO REINO (19.1-25.46) - continuação.
As ações de Jesus, suas parábolas e
respostas a desafios revelaram que o seu reino traz mudanças extraordinárias na
crença e nas práticas do povo de Deus. Jesus condenou fortemente líderes
religiosos de Israel por causa de sua hipocrisia e advertiu-os quanto ao
julgamento divino.
Os caps. 19-25 focalizam essas mudanças
ocasionadas pela vinda do reino em Cristo. O material foi também dividido em
duas seções, seguindo a BEG: A. Narrativa: parábolas e "ais"
(19.1-23.39) – já vimos e B. Sermão:
o julgamento do reino (24.1-25.46) – começaremos
a ver agora.
B. Sermão: o julgamento do reino (24.1-25.46).
Mateus 24 começa com os discípulos de Jesus
querendo lhes mostrar o templo e sua grandeza e beleza, mas Jesus lhes diz que
nada daquilo ficaria de pé. Ele estava no templo, sendo ele o templo do Deus
vivo. Não poderia haver dois templos, assim ele profetiza que seria destruído
em breve.
Tanto ele mesmo morreria e em três dias
ressurgiria, como também o templo físico seria destruído, mas não seria
reerguido. Hoje não temos um templo físico, mas temos um templo vivo: Jesus
Cristo, nosso Deus!
A resposta provocou curiosidade neles e
perguntaram a Jesus quando aquilo se daria e que sinais haveria de sua vinda.
No monte das Oliveiras, então, assentado, como era de seu costume e com tempo
para um bom bate-papo, lá estava o Mestre e Senhor, pacientemente explicando as
suas ovelhas todas as coisas.
Foram duas as perguntas dos discípulos:
quando ocorreriam essas coisas e que sinais haveria de dois eventos: a volta de
Jesus e a consumação dos séculos.
Amados, estamos esperando A VOLTA DE JESUS!
Os caps. 24-25 compreendem o último dos
cinco grandes sermões de Jesus em Mateus e focaliza julgamento do reino.
Essa seção é geralmente chamada de
"sermão profético" por causa do seu conteúdo. A maior parte dela é
também relatada em Mc 13.
O capítulo é difícil de interpretar porque
a linguagem é simbólica e porque está relacionado com um com um conjunto de
acontecimentos, não somente um único incidente.
Há três abordagens interpretativas básicas,
conforme a BEG:
(1)Todo
o cap. 24 ou a sua maior parte (pelo menos até o vs.. 35) fala exclusivamente
da destruição de Jerusalém, e a “vinda” e a exaltação de Jesus no céu.
(2)Todo
esse sermão se relaciona com a vinda final em julgamento.
(3)Esse
sermão contém uma mistura de acontecimentos de um futuro próximo e de um futuro
distante ou lida com Jerusalém como simbólica do julgamento do mundo de tal
maneira que é difícil separá-los com nitidez.
Essa
terceira interpretação pode explicar melhor a presença de linguagem que
focaliza acontecimentos próximos e distantes.
Jesus estava se retirando do templo quando
os seus discípulos chamaram a atenção dele para a grandeza daquela obra, pela
qual estavam admirados, mas Jesus profetiza ali dizendo que não ficaria ali
pedra sobre pedra. De fato, o templo foi destruído em 70 d.C. Nenhuma pedra foi
deixada sobre outra.
Eles estavam indo para o monte das
Oliveiras e Jesus se achava assentado ali quando, curiosos, os seus discípulos
lhe perguntaram duas coisas, como já dissemos:
(1)Quando sucederiam essas coisas.
(2)Que sinal haveria de sua vinda e
da consumação do século.
Os discípulos estavam certos ao entenderem
de que a destruição de Jerusalém e a vinda de Jesus em julgamento estão
intimamente ligadas, mas assumiram incorretamente que os dois acontecimentos
ocorreriam ao mesmo tempo. Não deveríamos supor que todos os acontecimentos
nesse sermão sejam cronologicamente simultâneos ou necessariamente sequenciais.
A primeira advertência de Jesus sobre o
assunto foi para que eles estivessem atentos, pois poderiam ser enganados por
causa de que muitos iriam vir em seu nome, dizendo ser o Cristo e eles enganariam
a muitos.
Conforme a BEG, guerras, terremotos,
perseguições e falsos mestres são todos "princípios das dores"
messiânicos (vs. 8) ou sinais da volta de Jesus, mas eles são somente
indicações de que Jesus está vindo em julgamento, não indicações de quando ele
vem.
Observe que essas coisas devem acontecer,
mas que "ainda não é o fim” (vs. 6) e que essas coisas são o
"princípio das dores" (vs. 8). Esses sinais caracterizam todo o
período entre a ressurreição de Jesus e a sua vinda em julgamento.
A BEG afirma que saber quando o seu Senhor
retornaria faria com que os discípulos ficassem preguiçosos e se tomassem
negligentes quanto a vigiar. O único “quando” que Jesus dá é orientado em relação
à tarefa deles: depois que o evangelho tiver sido pregado a todo o mundo.
O trecho dos versos de 15 ao 21, embora
alguns intérpretes considerem essa passagem, juntamente com o restante do
sermão, como se referindo exclusivamente à Segunda vinda em julgamento, alguns
elementos contêm referências indiscutíveis com relação à destruição de
Jerusalém em 70 d.C.
Que isso está em pauta é claro a partir do
relato paralelo em Lc 21.20.24. Essa seção lida com a primeira pergunta feita
pelos discípulos (vs. 3).
A destruição de Jerusalém, entretanto, foi
uma amostra típica do julgamento final e, então, serve como um sinal da ira
vindoura. Isso permanece como uma declaração única da aniquilação dos tempos
antigos e é também um específico e unicamente importante "princípio das dores"
(vs. 8).
Quanto ao abominável da desolação, literalmente,
"a abominação da desolação". A expressão poderia ser interpretada
como a abominação que resulta da desolação.
Se for assim, ela talvez pudesse ser lida
sob a luz de 23.38. O abominável cerco de Jerusalém que resultou no fato de
essa cidade ter sido deixada desolada aconteceu por causa da recusa obstinada e
sem arrependimento das pessoas de se submeterem a Deus (cf. Jr 12.7; 22.5).
Essa interpretação concorda de modo apropriado
com Lucas que substitui "o abominável da desolação" pela advertência
"Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos" (Lc 21.20).
Também corresponderia a Dn 8.13, em que a rebelião do povo de Deus resultou na
desolação do templo.
Por outro lado, embora o "lugar
santo" aqui possa significar a cidade, seria mais natural que significasse
a área do templo, e pelo tempo que os romanos permaneceram no templo, já era tarde
demais para fugir.
Então, a maioria entende
"abominável" como se referindo a algum catalisador que ocasionou o
derramamento do julgamento temporal de Deus sobre Jerusalém, não o julgamento
em si.
Talvez a apropriação (e também profanação)
dos arredores do templo pelos zelotes durante a guerra seja a abominação em
vista.
O termo aponta para a expressão
"abominação desoladora" em Dn 11.31 (e termos semelhantes em Dn 8.13;
9.27; 12.11). Dn 9.27 acontece no clímax da visão das setenta semanas; essa
interpretação é controversa.
Dn 11.31 faz referência à abominação pelo
anticristo arquetípico, geralmente considerado como tendo sido Antíoco Epífanes,
que profanou o templo ao oferecer sacrifícios a Zeus no seu interior em 168 a.C.
Dn 12.11 pode se referir à destruição de Jerusalém,
aos atos cruéis do último anticristo ou talvez a ambos.
Provavelmente esse trecho assinalado de “quem
lê entenda” é um comentário feito não por Mateus, mas por Jesus. Qualquer que
seja o caso, o significado não é "que o leitor deste evangelho entenda”,
mas "que o leitor de Daniel entenda sobre o que o profeta estava, em
última análise, falando".
O fato era que quando vissem isso deveriam
fugir, sair de perto daquilo, fugir para os montes. De acordo com o historiador
da igreja primitiva Eusébio, os cristãos fugiram de Jerusalém durante a guerra
dos judeus "em obediência a uma profecia" (História Eclesiástica 3.5).
Aqui fica a ideia de uma perseguição cruel,
rápida e precisa, por isso que Jesus fala do abreviamento desses dias, caso
contrário, ninguém conseguiria escapar. Embora isso seja normalmente tomado
juntamente com os vs. 15.21, é também possível que seja entendido como revertendo
ao "princípio das dores" geral dos vs. 4-14.
Embora o engano dos próprios eleitos seja
intenção dos falsos mestres, trata-se apenas da intenção deles e não uma
possibilidade real. Entretanto, a advertência é ainda real porque as pessoas podem
pensar que são eleitas sem que realmente o sejam.
Se não fosse pelos eleitos, aqueles dias
não seriam abreviados, mas mesmo os eleitos estavam em perigo por causa dos
falsos mestres e dos próprios enganadores.
Não era para acreditar quando dissessem que
o Cristo retornou, pois sua volta seria tão notória como um relâmpago e onde
houvesse um cadáver, ali se ajuntariam os abutres.
A vinda de Cristo será evidente, sem
ambiguidade e clara para todos. Se, portanto, restaram dúvidas, não creia nela.
Onde estiver o cadáver do vs. 28, compare com
Jó 39.30. Assim como o cadáver inevitavelmente resulta no ajuntamento de
pássaros, do mesmo modo a impiedade das pessoas certamente resultará no
julgamento delas. Ou talvez o provérbio simplesmente signifique que o sinal de sua
vinda será tão claro como o fato de que há carne putrefata no local em que
urubus se ajuntam. Compare o paralelo em Lc 17.37.
Conforme a BEG, alguns entenderam que esses
versículos – vs. 29 a 31 - representam a derrota dos seguidores de Satanás, a
vingança do Filho do Homem e a expansão do evangelho a todo o mundo, o que
ocorreu simbolicamente na destruição de Jerusalém.
Mas a linguagem do vs. 31 é paralela a
outras passagens (13.41; 16,27; 25.31: 1Co 15.52; 1Tm 4.14-17). Portanto, é
difícil não interpretar essa passagem como uma referência à vinda final de
Jesus em julgamento.
A vinda do Senhor Jesus Cristo, conforme
anunciado por ele mesmo, em detalhes aqui e em outros trechos dos evangelhos e
em toda a Bíblia confirmando sua volta, é mais do que certíssima, mas não
sabemos, ou melhor, temos problemas com alguns textos, pois cada interpretação
tem suas dificuldades, no entanto, é melhor focalizarmos na mensagem principal
de Jesus nesse capítulo: esteja sempre alerta contra Satanás que tentará enganá-lo
e pronto para o julgamento.
A sua volta, aparecerá no céu o sinal do
Filho do Homem – vs. 30. É a bandeira do exército de Cristo vindo para
conquistar e julgar. O lamento das tribos da terra é uma alusão a Zc 12.10-12,
e a vinda nas nuvens se refere à admissão da soberania de Cristo profetizado em
Dn 7.13-14.
Em seguida, a fim de deixar seus discípulos
mais preparados ele lhes fala de uma nova parábola, da figueira. Nisso ele
afirma que não passaria essa geração sem que tudo isso ocorresse. A BEG diz se
referindo a “esta geração” – vs. 34 – que geralmente isso é entendido como
significando “esta raça" ou "este tipo de pessoas" (p. ex.,
pessoas cruéis e adúlteras; cf 12.39), mas, de modo mais natural, a expressão
significa as pessoas que estavam vivas quando Jesus disse isso.
E o “tudo isto” – vs. 34 - refere-se a
"todas estas coisas" do v 33, que devem ser distinguidas da
consumação propriamente dita. Elas são o princípio das dores e os sinas que levam
e apontam para o retomo final de Cristo, incluindo a grande tribulação, o
domínio e a queda de Jerusalém. Todos as elementos dessa profecia, salvo
somente a consumação propriamente dita, ocorreram de alguma maneira antes da
morte dos discípulos – (veja a nota sobre Lc 21.32).
Conforme a BEG, todas as tentativas de
prever o tempo do retorno de Cristo são aqui condenadas. Se fosse possível
deduzir o tempo a partir das Escrituras, não era Jesus um bom estudioso delas
para apurar isso?
Como Jesus era totalmente humano assim como
inteiramente divino, sem nenhuma mistura entre as duas naturezas, não é de
admirar que a sua mente humana tenha permanecido ignorante a respeito de
algumas questões.
Esse versículo é difícil para aqueles que
negavam que Jesus considerava-se como o "Filho", uma vez que é
extremamente improvável de que a igreja primitiva tivesse inventado um dito que
parecesse limitar o conhecimento de Jesus.
Como começou, ele termina dando seu alerta
máximo de vigilância extrema. Esse é o resumo dos versos de 42 a 51 vigiai e
orai. Mordomia ativa, não uma espera preguiçosa.
Mt 24:1 Tendo Jesus saído do templo,
ia-se
retirando,
quando
se aproximaram dele os seus discípulos
para
lhe mostrar as construções do templo.
Mt 24:2 Ele, porém, lhes disse:
Não vedes
tudo isto?
Em
verdade vos digo
que
não ficará aqui pedra sobre pedra
que
não seja derribada.
Mt 24:3 No monte das Oliveiras,
achava-se
Jesus assentado,
quando
se aproximaram dele os discípulos,
em
particular,
e
lhe pediram:
Dize-nos
quando
sucederão estas coisas
e
que sinal haverá
da
tua vinda
e
da consumação do século.
Mt 24:4 E ele
lhes respondeu:
Vede
que ninguém vos engane.
Mt
24:5 Porque virão muitos em meu nome, dizendo:
Eu
sou o Cristo,
e
enganarão a muitos.
Mt
24:6 E, certamente,
ouvireis
falar de guerras e rumores de guerras;
vede,
não vos assusteis,
porque é
necessário assim acontecer,
mas
ainda não é o fim.
Mt
24:7 Porquanto se levantará
nação
contra nação,
reino
contra reino,
e
haverá fomes e terremotos em vários lugares;
Mt
24:8 porém tudo isto
é
o princípio das dores.
Mt
24:9 Então,
sereis
atribulados,
e
vos matarão.
Sereis
odiados de todas as nações,
por
causa do meu nome.
Mt
24:10 Nesse tempo, muitos
hão
de se escandalizar,
trair
e
odiar uns aos outros;
Mt
24:11 levantar-se-ão muitos falsos profetas
e
enganarão a muitos.
Mt
24:12 E, por se multiplicar a iniqüidade,
o
amor se esfriará de quase todos.
Mt 24:13
Aquele, porém,
que
perseverar até o fim,
esse
será salvo.
Mt
24:14 E será pregado
este
evangelho do reino
por
todo o mundo,
para
testemunho
a
todas as nações.
Então,
virá
o fim.
Mt 24:15
Quando, pois, virdes
o
abominável da desolação
de
que falou o profeta Daniel,
no
lugar santo (quem lê entenda),
Mt 24:16
então,
os
que estiverem na Judéia
fujam
para os montes;
Mt
24:17 quem estiver sobre o eirado
não desça a
tirar de casa alguma coisa;
Mt
24:18 e quem estiver no campo
não volte
atrás para buscar a sua capa.
Mt
24:19 Ai
das
que estiverem grávidas
e
das que amamentarem naqueles dias!
Mt 24:20 Orai
para
que a vossa fuga
não
se dê no inverno,
nem
no sábado;
Mt
24:21 porque nesse tempo
haverá
grande tribulação,
como
desde o princípio do mundo
até
agora não tem havido
e
nem haverá jamais.
Mt
24:22 Não tivessem aqueles dias sido abreviados,
ninguém
seria salvo;
mas,
por causa dos escolhidos,
tais
dias serão abreviados.
Mt
24:23 Então, se alguém vos disser:
Eis
aqui o Cristo!
Ou:
Ei-lo
ali!
Não
acrediteis;
Mt
24:24 porque surgirão
falsos
cristos
e
falsos profetas
operando
grandes sinais
e
prodígios para enganar,
se
possível,
os próprios
eleitos.
Mt
24:25 Vede
que
vo-lo tenho predito.
Mt 24:26
Portanto, se vos disserem:
Eis
que ele está no deserto!,
não
saiais.
Ou:
Ei-lo
no interior da casa!,
não
acrediteis.
Mt
24:27 Porque,
assim
como o relâmpago sai do oriente
e
se mostra até no ocidente,
assim
há de ser
a
vinda do Filho do Homem.
Mt
24:28 Onde estiver o cadáver,
aí
se ajuntarão os abutres.
Mt 24:29 Logo
em seguida à tribulação daqueles dias,
o
sol escurecerá,
a
lua não dará a sua claridade,
as
estrelas cairão do firmamento,
e
os poderes dos céus serão abalados.
Mt
24:30 Então, aparecerá no céu
o
sinal do Filho do Homem;
todos
os povos da terra se lamentarão
e
verão o Filho do Homem
vindo
sobre as nuvens do céu,
com
poder
e
muita glória.
Mt
24:31 E ele enviará os seus anjos,
com
grande clangor de trombeta, os quais reunirão
os
seus escolhidos, dos quatro ventos,
de uma a
outra extremidade dos céus.
Mt
24:32 Aprendei, pois, a parábola da figueira:
quando
já os seus ramos
se
renovam
e
as folhas brotam,
sabeis
que está próximo o verão.
Mt
24:33 Assim também vós:
quando
virdes todas estas coisas,
sabei
que está próximo, às portas.
Mt
24:34 Em verdade vos digo
que
não passará esta geração
sem
que tudo isto aconteça.
Mt
24:35 Passará
o
céu e a terra,
porém
as minhas palavras
não
passarão.
Mt
24:36 Mas a respeito
daquele
dia e hora ninguém sabe,
nem
os anjos dos céus,
nem
o Filho,
senão
o Pai.
Mt
24:37 Pois assim
como
foi nos dias de Noé,
também
será a vinda do Filho do Homem.
Mt 24:38
Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio
comiam
e bebiam,
casavam
e davam-se em casamento,
até
ao dia em que Noé entrou na arca,
Mt
24:39 e não o perceberam,
senão
quando veio o dilúvio
e
os levou a todos,
assim será
também
a vinda do
Filho do Homem.
Mt
24:40 Então,
dois
estarão no campo,
um
será tomado,
e
deixado o outro;
Mt 24:41 duas
estarão trabalhando num moinho,
uma
será tomada,
e
deixada a outra.
Mt 24:42
Portanto,
vigiai,
porque
não sabeis
em que dia
vem o vosso Senhor.
Mt
24:43 Mas considerai isto:
se
o pai de família soubesse
a
que hora viria o ladrão,
vigiaria
e não deixaria
que fosse
arrombada a sua casa.
Mt
24:44 Por isso,
ficai
também vós apercebidos;
porque,
à hora em que não cuidais,
o
Filho do Homem virá.
Mt
24:45 Quem é, pois,
o
servo fiel e prudente,
a
quem o senhor confiou os seus conservos
para dar-lhes
o sustento a seu tempo?
Mt
24:46 Bem-aventurado
aquele
servo a quem seu senhor,
quando
vier,
achar
fazendo assim.
Mt
24:47 Em verdade vos digo
que
lhe confiará todos os seus bens.
Mt 24:48 Mas,
se aquele servo,
sendo
mau, disser consigo mesmo:
Meu
senhor demora-se,
Mt
24:49 e passar
a espancar os
seus companheiros
e a comer e
beber com ébrios,
Mt
24:50 virá o senhor daquele servo
em
dia em que não o espera
e
em hora que não sabe
Mt
24:51 e castigá-lo-á,
lançando-lhe
a sorte com os hipócritas;
ali
haverá
choro
e
ranger de dentes.
A hora em que não cuidarmos, virá o Filho
do Homem! Por isso que ele nos manda estarmos apercebidos. Ora se estivermos
apercebidos e atentos, não seremos surpreendidos porque entenderemos os sinais
da sua vinda como podemos entender e esperar a tempestade que está vindo.
É comparado a servo mau aquele que
negligencia as palavras do Senhor e a desprezam.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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