Como já falamos, estamos vendo que a segunda epístola aos
tessalonicenses foi escrita para complementar a sua carta anterior
(1Tessalonicenses), dando aos tessalonicenses instruções adicionais sobre a
vinda de Cristo e a importância de um viver diário responsável. Estamos vendo o
capítulo 2/3.
Breve
síntese do capítulo 2.
Paulo fala aqui da volta de Jesus e da nossa união com ele. Que
maravilha! Não é aquela união patética e sem graça de filosofias que excluem a
pessoalidade das pessoas tornando-as um com Deus, sem qualquer individualidade.
Nós também somos um com Deus, mas permanecemos sendo pessoas individuais.
A preocupação de Paulo, como sempre, era de que não fossem enganados e
todo seu trabalho fosse feito em vão. Ele zela por suas ovelhas e geme por elas
até que Cristo nelas seja formado. Alerta então os irmãos para não serem
enganados por eventos que ainda dependem de outros para que ocorram.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. INSTRUÇÕES (2.1-3.15).
Paulo tratou de diversos tópicos de
importância para os tessalonicenses. O apóstolo os encorajou a rejeitarem os
falsos profetas que ensinavam que Cristo já havia voltado.
Ele relembrou seus primeiros ensinos de que
a apostasia e o homem da iniquidade precederão a vinda de Cristo. Paulo pediu
aos tessalonicenses para orarem por ele e pelo ministério de pregação do
evangelho.
Ele escreveu sobre o problema contínuo de
andar desordenadamente, e que os cristãos devem ser fiéis em suas
responsabilidades diárias nesta vida.
Nesse ponto, Paulo deu início à parte
principal de sua epístola, instruindo os tessalonicenses sobre diversas
questões importantes. Ele tratou da volta de Cristo (2.1-17), pediu orações
(3.1-5) e insistiu que os crentes deveriam evitar o problema de andar
desordenadamente com base numa interpretação incorreta da mensagem do evangelho
(3.6-15). Elas gerarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. O
retorno de Cristo (2.1-17) – veremos
agora; B. Pedido de oração (3.1-5) e, C. A importância do trabalho (3.6-15).
A. O retorno de Cristo (2.1-17).
Sobre a volta de Cristo, Paulo rebateu os
falsos profetas que anunciavam que Cristo já havia voltado.
Quando Paulo se referiu à vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo e ao nosso reencontro com ele, ele estava falando do
"arrebatamento" dos santos (veja 1Ts 4.17). O apóstolo Paulo não
separou em múltiplas fases a reunião dos crentes com Cristo, como algumas
perspectivas sobre a segunda vinda sugerem.
Nessa sentença, o apóstolo equiparou o
momento da vinda de Cristo com o arrebatamento na expressão "Dia do
Senhor". Em outras passagens, a cena de todos os crentes reunidos diante
do Senhor acontece "na sua vinda" (1Co 15.23; 1Ts 2.19) e no
"Dia do Senhor" Jesus (lTs 5.2; cf. 1Co 1.7-8; 2Co 1.14; Fp 2.16).
Como a "apostasia" deve vir e o
"homem da iniquidade" (vs. 3) deve ser revelado antes que chegue o
Dia do Senhor, os dois sinais devem também ocorrer antes do arrebatamento dos
santos.
Se os falsos mestres estavam alegando que o
Dia do Senhor já havia acontecido (vs. 2) e estavam desse modo antecipando o
arrebatamento para qualquer momento, o erro deles poderia ser desmascarado pela
ausência desses sinais.
É possível que epístolas falsificadas que
usavam o nome de Paulo já estivessem em curso, pois o uso de pseudônimos era
uma prática comum no mundo mediterrâneo daquela época. Com o objetivo de marcar
essa epístola como genuína, o apóstolo a finalizou com sua própria assinatura
(3.17-18).
A ordem de Paulo tinha a intenção de
assegurar que nenhum meio de ensino - até mesmo aquele pretensamente vindo dele
- deveria ser acatado se afirmasse que o Dia do Senhor já tinha chegado.
No Antigo Testamento, o Dia do Senhor
refere-se ao dia em que Deus destrói definitivamente seus inimigos e abençoa o
seu povo (JI 3.14-21).
Embora seja possível dizer que esse dia
teve início durante o ministério terreno de Cristo, o Novo Testamento geralmente
reserva o termo para o dia em que Cristo retornará, quando esse acontecimento
profético será consumado em toda a sua plenitude.
Paulo os alerta para que não fossem
enganados, mas antes do evento de Cristo vira a apostasia e depois seria
revelado o homem do pecado, o filho da perdição – vs. 3.
Isso deve se referir ao abandono da fé de
muitos dentro da igreja (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-9; Jd 17-19), ou a uma rebelião
mundial contra Deus e contra a ordem.
Essa apostasia está ligada ao "homem
da iniquidade". As Escrituras não dão detalhes sobre essa expressão, porém
parece mais fácil compreendê-la aplicando-a a um homem em particular que
incorpora a impiedade, sobretudo na esfera da religião (cf. 1Jo 2.22).
Ele afastará aqueles que já se encontram
inclinados contra o verdadeiro Deus (vs. 10) e cometerá, por fim, a mais
abominável profanação de impor a si mesmo sobre a humanidade como seu objeto de
culto (vs. 4).
Ele virá segundo a eficácia de Satanás,
como o oposto de Cristo, que veio segundo o poder de Deus (vs. 9); ele operará
milagres fraudulentos, em contraste com Cristo, que operou os verdadeiros (v.
9; cf. At 2.22).
Paulo retratou esse impostor como uma
paródia vil do verdadeiro Cristo - como a sua antítese. Embora o apóstolo mesmo
não tenha usado esse termo, "anticristo" (1Jo 2.18,22; 4.3) é um
sinônimo apropriado. O destino desse impostor está selado; ele será destruído
na vinda de Cristo.
Ele se levantará contra tudo que se chama
Deus – vs. 4. Essa descrição do homem da iniquidade ecoa aquela feita por
Daniel sobre o "chifre" pequeno (Dn 7.8,20,24; 8.9-12; cf. Dn
11.31,36) e prenuncia a descrição de João sobre a besta que emergiu do mar (Ap
13.1-8).
Tanto se opõe como se exalta acima de tudo
o que se chama Deus ou é objeto de adoração e ele vai ao extremo de assentar-se
no santuário de Deus.
Alguns têm concluído desse versículo que o
santuário de Jerusalém, ainda existente quando Paulo escreveu essa carta, mas
destruído em 70 d.C., deve ser reconstruído antes da vinda de Cristo a fim de
servir homem da iniquidade.
No entanto, isso parece improvável já que
Cristo pôs fim ao santuário do Antigo Testamento (Jo 2.19-22). Outros acreditam
que a palavra "santuário" aqui diz respeito a um de seus significados
no Novo Testamento: a igreja (Ef 2.19-22; 1Pe 2.5).
A referência pode ser hiperbólica. Assim
como o rei da Babilônia (Is 14.13-14) ambicionou colocar o seu trono no céu
(cf. o rei de Tiro em Ez 28.2), este homem da iniquidade ostentará ser o
possuidor do santuário celestial de Deus (Ap 13.6).
Não deixa de ser essa, conforme a BEG, uma
opção interessante às existentes e esperadas pelo povo de Deus. Destarte, não
seria necessária a reconstrução do templo, embora seja essa reconstrução uma
grande expectativa de todo judeu ortodoxo que aguarda o seu messias.
A religião judaica é uma religião cruenta,
mas somente podem ser oferecidos sacrifícios de animais no local onde hoje se
encontra a mesquita muçulmana de Omar e em nenhum outro lugar da terra. Para eles
não basta apenas o seu messias, mas o templo e uma vaca vermelha para o
sacrifício.
Reconhecendo eles o seu messias e existindo
uma vaca toda vermelha, de pelos vermelhos que seria examinada por um sacerdote,
com certeza, eles invadiriam e fariam de tudo para tomarem aquele local onde
está hoje o templo muçulmano, em Jerusalém.
Ao que parece – vs. 6 -, o apóstolo Paulo
acreditava que os tessalonicenses tinham entendido a identidade daquele que tem
a capacidade de deter o mistério da iniquidade - talvez ele os houvesse
ensinado sobre esse assunto anteriormente.
Esse poder refreador é visto por Paulo
tanto como algo impessoal, no vs. 6 ("o que o detém"), e como
pessoal, no vs. 7 ("aquele que agora o detém"). Essa variação pode
indicar que ele é uma instituição que pode ser representada por uma única
pessoa.
Algumas sugestões viáveis quanto à
identidade desse poder refreador tem sido propostas:
(1)O
Estado romano e seu imperador.
(2)O
Estado judeu e seu sumo sacerdote ou outro representante judeu.
(3)Sêneca
como tutor de Nero, fazendo deste o homem da iniquidade.
(4)O
ministério universal da mensagem do evangelho e o Espírito Santo como sua
personificação particular.
(5)O
ministério universal da mensagem do evangelho e seu ministro principal, Paulo.
(6)Um
ser angélico com instituições sob o seu controle (cf. Dn 10.20-21).
Outros têm sugerido que a passagem e a
história são simplesmente muito vagas para justificar especulações. Porém,
qualquer que seja a interpretação, a vontade de Deus repousa de modo evidente
por trás da instituição e da pessoa cujo propósito é deter o iníquo.
Embora o homem da iniquidade ainda não
tivesse aparecido, o apóstolo não queria que seus leitores baixassem a guarda,
pois o mesmo poder satânico que, por fim, geraria esse indivíduo já estava
presente e exercendo influência.
A advertência de Paulo foi semelhante à de
João (1Jo 2.18). O mistério da iniquidade já estava em operação nos dias de
Paulo, assim como está em nossos dias. O fato de ele ainda estar detido é sem
dúvida um sinal urgente para a igreja cumprir a sua missão.
A metáfora dizendo que ele seria revelado e
o Senhor o destruirá com o sopro de sua boca – vs. 8 - é de Is 11.4, e ela
reaparece na descrição da destruição final da besta e do seu falso profeta (Ap
19.15,21).
A vinda de Cristo deve ser precedida pelo “aparecimento
do iníquo". E será segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais
e com maravilhas enganadoras – vs. 9 – onde muita gente desavisada, ou melhor,
desatenta e que claramente rejeitaram ao Senhor, será ludibriada.
Ele fará uso de todas as formas de engano
da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade
que os poderia salvar. Por isso que Deus lhes manda a operação do erro.
Aqui, são afirmadas tanto a soberania
divina como a responsabilidade humana. Deus faz com que aqueles que estão
perecendo recebam a "operação do erro" e deem crédito à
mentira".
Essa linguagem afirma de modo decisivo a
soberania divina sobre o injusto. Porém esse juízo da parte de Deus é uma
resposta à culpa daqueles que estão perecendo: "porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" –
vs. 10.
Os vs. 11 e 12 explicam que o poder da
mentira será muito sedutor para justamente darem mesmo crédito a ela e serem
condenados, simplesmente porque não creram na verdade, mas antes tiveram prazer
na injustiça. Isso é muito terrível! Se você de fato busca a verdade, você a
encontrará, mas se ela é uma desculpa para encobrir os seus pecados e sua vida
contrária às leis de Deus, você também encontrará, mas não a verdade, e sim a
mentira, para sua própria condenação.
Há um tesouro teológico embutido nesses
dois versículos – vs. 13 e 14. A maior parte das noções fundamentais da
doutrina bíblica da salvação - eleição, vocação, fé, santificação e
glorificação - estão presentes em suas relações mútuas nessa passagem.
Observe o trabalho harmonioso das três
pessoas da trindade: Deus Pai, escolhendo e chamando; Deus Filho, executando as
boas novas do evangelho e compartilhando a sua glória com seu povo; e Deus
Espírito Santo, transmitindo sua graça santificadora (1 Pe 1.2).
Com essa palavra “entretanto” – vs. 13 - Paulo
começou a assegurar seus leitores sobre o contraste entre eles e aqueles que
ele havia acabado de mencionar nos vs. 11,12 (aqueles que, pela sua recusa em
amar a verdade, seriam presas fáceis do erro).
O objetivo da eleição divina era que eles
pudessem "ser salvos" quando Cristo voltar. O caminho que leva da
eleição para a salvação final é "a santificação do Espírito" (1Ts
1.4).
Foi para a salvação por meio da
santificação pelo Espírito e da crença na verdade (vs. 13) que ele nos chamou mediante
o evangelho.
O evangelho, que diz respeito ao filho de
Deus (Rm 1.3), é o meio empregado por Deus para chamar pecadores à glória e
assim alcançar também a glória de nosso Senhor Jesus Cristo – essa é outra
maneira de falar sobre a salvação para a qual Deus chamou os crentes (Rm 8.30;
lTs 2.12; 1 Pe 5.10).
Aqui, Paulo destacou o fato de as bênçãos
da salvação pertencerem inteiramente a Cristo e àqueles que tomam parte nelas,
somente porque Cristo compartilha com eles essas bênçãos. Quando Cristo voltar,
todos os que o têm seguido até o fim serão exaltados e glorificados nos novos
céus e na nova terra (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "A ascensão de Jesus", em Hb 8).
Em virtude de tudo o que fora dito, Paulo
os exorta a guardar as tradições. Paulo usou o vocabulário de
"tradição" como os rabinos comumente faziam: para identificar o
conjunto de ensinos que eles transmitiam aos seus alunos.
A fé cristã é construída com base nas
"tradições" ou "ensinamentos" de Cristo e de seus apóstolos
(1 Co 11.2; 15.1ss.; Ef 2.20). Essa terminologia não apoia a ideia de que a
tradição da igreja está no mesmo nível que as Escrituras.
Paulo transmitiu tradições práticas e
doutrinárias dignas de crédito, tanto oralmente como por meio de epístolas (Rm
6.17; 1Co 11.2,23; 15.3; 2Tm 1.13), mas somente suas palavras escritas foram
preservadas para nós nas Escrituras.
Alegações modernas de que alguns ainda
possuem a tradição oral de Paulo que seja digna de crédito são frágeis e não
comprovadas.
Ele encerra o presente capítulo orando com
objetivo de que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus Pai, que os tinha amado e
dado a eles eterna consolação e boa esperança pela graça, desse ainda ânimo aos
seus corações e os fortalecessem para assim fazerem sempre o bem, tanto em atos
como em palavras – vs. 16 e 17.
II Ts 2:1 Irmãos, no que diz respeito
à
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo
e
à nossa reunião com ele,
nós
vos exortamos
II
Ts 2:2 a que não vos demovais da vossa mente,
com
facilidade,
nem
vos perturbeis,
quer
por espírito,
quer
por palavra,
quer
por epístola,
como
se procedesse de nós,
supondo
tenha chegado
o Dia do
Senhor.
II Ts 2:3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane,
porque
isto não acontecerá
sem
que primeiro venha a apostasia
e
seja revelado o homem da iniqüidade,
o
filho da perdição,
II
Ts 2:4 o qual se opõe
e
se levanta contra tudo
que
se chama Deus
ou
é objeto de culto,
a
ponto de assentar-se no santuário de Deus,
ostentando-se
como se fosse o próprio Deus.
II Ts 2:5 Não vos recordais de que, ainda convosco,
eu costumava dizer-vos estas coisas?
II Ts 2:6 E, agora, sabeis o que o detém,
para
que ele seja revelado somente em ocasião própria.
II Ts 2:7 Com efeito,
o
mistério da iniqüidade
já
opera
e
aguarda somente que seja afastado
aquele
que agora o detém;
II Ts 2:8 então, será, de fato, revelado
o
iníquo,
a
quem o Senhor Jesus
matará
com o sopro de sua boca
e
o destruirá pela manifestação de sua vinda.
II Ts 2:9 Ora, o aparecimento do iníquo
é
segundo a eficácia de Satanás,
com
todo poder,
e
sinais,
e
prodígios da mentira,
II
Ts 2:10 e com todo engano de injustiça
aos
que perecem,
porque
não acolheram
o
amor da verdade para serem salvos.
II Ts 2:11 É por este motivo, pois,
que
Deus lhes manda a operação do erro,
para
darem crédito à mentira,
II
Ts 2:12 a fim de serem julgados
todos
quantos não deram crédito
à
verdade;
antes,
pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.
II Ts 2:13 Entretanto, devemos
sempre
dar graças a Deus por vós,
irmãos
amados pelo Senhor,
porque
Deus vos escolheu
desde
o princípio para a salvação,
pela
santificação do Espírito
e
fé na verdade,
II
Ts 2:14 para o que também vos chamou
mediante
o nosso evangelho,
para
alcançardes a glória
de nosso Senhor Jesus Cristo.
II Ts 2:15 Assim, pois, irmãos,
permanecei
firmes
e
guardai as tradições que vos foram ensinadas,
seja
por palavra,
seja
por epístola nossa.
II Ts 2:16 Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo
e Deus, o nosso Pai,
que
nos amou
e
nos deu eterna consolação
e
boa esperança,
pela
graça,
II
Ts 2:17 consolem o vosso coração
e
vos confirmem
em
toda boa obra
e
boa palavra.
Com mais informações, claras e objetivas, Paulo
tranquiliza os irmãos de Tessalônica sobre a volta de Jesus. Repare nos vs. 13
e 14 Paulo falando da escolha para salvação e do chamamento mediante o
evangelho para alcançarmos a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
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A segunda epístola aos tessalonicenses foi escrita para complementar a
sua carta anterior (1Tessalonicenses), dando aos tessalonicenses instruções
adicionais sobre a vinda de Cristo e a importância de um viver diário
responsável. Estamos vendo o capítulo 1/3.
Breve
síntese do capítulo 1.
Na primeira epístola aos Tessalonicenses ficou uma espécie de mal
entendido entre os irmãos que ingenuamente estavam esperando ali, para aquela
hora, a volta iminente de Jesus. Paulo então, juntamente com Silvano e Timóteo
esclarecem mais o assunto e tranquilizam os irmãos para não viverem enganados.
Ele começa elogiando os irmãos e a sua fé e amor que vai aumentando dia
após dia. Ele elogia a constância deles em meio as muitas perseguições e
tribulações que estão suportando por amor de Cristo o que para Paulo já era
sinal evidente do reto juízo de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÃO (1.1-2).
O apóstolo Paulo saudou
e abençoou a igreja de Tessalônica. Como na primeira epístola, Paulo, Silvano e Timóteo é que se dirigem à
igreja dos Tessalonicenses visando levar-lhes uma palavra de esperança e
maiores esclarecimentos sobre a vinda de Jesus.
Como de costume, eles ministram no início da carta a graça e a paz da
parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. Somos assim mordomos de Deus,
ministros seus a seu serviço e da nossa casa celestial, no nome de Deus,
ministramos o que recebemos e o que temos. Quem não nos recebe ou nos rejeita,
aquilo que ministramos volta para nós; nesse caso eles ministraram-lhe a famosa
graça e paz que somente há mesmo nas mansões celestiais. (Veja também Mt
10.11-13).
II. AÇÕES DE GRAÇAS E ENCORAJAMENTO (1.3-12).
Paulo relatou que continuava a dar graças a
Deus pelo amor e pela constância dos tessalonicenses diante da perseguição. Ele
os lembrou da recompensa que virá quando Cristo retornar para o julgamento, e
os encorajou a perseverar até esse dia.
Dos vs. 3 ao 12, veremos ações de graças e
encorajamento. Paulo expressou sua gratidão a Deus pela fidelidade dos
tessalonicenses e os encorajou a uma constância ainda maior na fé.
Aqui ele fala a eles que a fé que eles
tinham crescia mais e mais, crescia sobremaneira. Também elogiou o crescimento
do amor deles uns pelos outros. A salvação e as recompensas vêm somente pela
graça de Deus, com base na justiça de Cristo (vs. 2; Tt 3.5-7).
Nossa vida subsequente à ação do poder do
Espírito Santo nos conforma com a santidade de Deus e confirma a genuinidade da
nossa união com Cristo.
Por isso, Paulo e os demais, se orgulhavam
deles. Diante das perseguições e tribulações – e não eram poucas – neles sobejava
perseverança e fé. Um exemplo de perseguição está registrado em At 17.1-9 (onde
está registrado aquela passagem que fala “estes
que tem transtornado o mundo chegaram também aqui...”), e a carta aos
tessalonicenses revela que essa hostilidade não havia desaparecido (lTs 1.6;
2.14; 3.3).
As perseguições aqui se davam por causa dos
judeus que tinham inveja do progresso do evangelho.
Por isso, pela paciência, pela perseverança
e fé que demonstravam, eles os consideravam dignos do reino (não no sentido de
mérito, mas no sentido da graça. A graça cooperou para que eles suportassem e
não suportaram porque eram melhores). Em outras passagens Paulo falou sobre
vivermos uma vida digna de Deus (1Ts 2.12), da vocação de Deus (1.11; Ef 4.1),
de Cristo (Cl 1.10) e do evangelho (Fp 1.27-28).
Com isso ele não quis dizer que as pessoas,
por si mesmas, são capazes de se tomarem dignas de receber as bênçãos de Deus.
Pelo contrário, ele falou sobre os estilos de vida apropriados para os que
recebem essas bênçãos.
Pela graça de Deus, nós somos capacitados a
viver de maneiras que são apropriadas ao povo de Deus. Nesse caso, Paulo tinha
em mente a capacidade de suportar perseguição.
O reino aqui – vs. 5 - refere-se à
consumação do reino universal de Deus sobre toda a terra, que acontecerá quando
Cristo voltar (a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico
“O reino de Deus", em Mt 4).
Mesmo quando estão desfrutando dos
benefícios da cidadania deste reino celestial (1Ts 2.12), os cristãos ainda
sofrem em nome dele (At 14.22), pois esse reino inevitavelmente enfrenta
oposição diabólica e mundana.
A certeza do crente quanto a receber a recompensa
eterna em Cristo está baseada nos atributos imutáveis de Deus. Nessa passagem,
Paulo enfocou a justiça divina, a qual traz juízo sobre aqueles que não estão
cm Cristo.
Em Rm 2.9, a mesma palavra grega para
"tribulação" é usada para a tribulação e a angústia que virão sobre o
malfeitor no juízo final.
O apóstolo Paulo parece ter falado sobre o
mesmo juízo nessa passagem, visto que os versículos seguintes dizem respeito à alegria
e ao tormento finais.
O apóstolo fez alusão a uma promessa
semelhante que foi dada a Abraão, aplicando-a aos crentes tessalonicenses, que
eram descendentes de Abraão em Cristo (CI 3.29).
Quando o Senhor Jesus for revelado lá do
céu, com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes, ele punirá os
que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor
Jesus – vs. 7-8.
O evangelho não é apenas uma mensagem para
ser recebida, ou crida; é também uma mensagem para ser obedecida (1Pe 4.17).
Ele carrega consigo o mandamento divino de rendição total a Deus por meio da graça
e da paz tornada disponível por Jesus Cristo. Obedecer ao evangelho é conhecer
a Deus e ter comunhão íntima com ele.
A temível doutrina do castigo eterno (Is
66.24; Mt 25.46; Mc 9.43,48), tremenda como ela é, assegurava os perseguidos
cristãos tessalonicenses sobre a justiça final e perfeita. Eles deveriam evitar
qualquer tipo de vingança pessoal (Rm 12.17-21; lTs 5.15) pelas atrocidades
cometidas contra eles (vs. 4), e deveriam depositar sua confiança em Deus, que
julga retamente (Jr 17.10; At 17.31; Rm 2.6,11,16; 1 Pe 2.23; Ap 22.12). Novamente,
a BEG recomenda o artigo teológico "O inferno", em Ap 19.
Naquele dia – vs. 10 – no “Dia do Senhor” (2.2;
1 Ts 5.2); quando Cristo voltar para os seus santos (2.2; lTs 5.2); no dia que
ele vier para ser glorificado em seus santos e ser admirado em todos os que
creem – o juízo final do ímpio ocorrerá e eles sofrerão a pena de destruição
eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder – vs. 9.
Por isso, ao perceber como era importante
que os tessalonicenses suportassem seus sofrimentos, Paulo lhes contou sobre
suas orações em favor deles.
Ele orava para que Deus os sustentasse em
suas lutas e os fizesse dignos da vocação a que foram chamados e, com poder,
cumprisse todo bom propósito e toda obra que procede da fé – vs. 11. Veja lTs
2.12, uma passagem que descreve Deus como aquele que chama os crentes para o
seu reino e glória (2.14).
Paulo apontou para a interconexão entre os
crentes glorificando a Cristo e Cristo glorificando os crentes. À medida que os
crentes suportam as tribulações, eles trazem mais honra a Deus.
Porém, a capacidade deles de suportar
também os conduz à glorificação deles mesmos (2.14; a BEG recomenda aqui também
a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A glória de
Deus", em Ez 1).
No texto do vs. 12 “Assim o nome de nosso Senhor Jesus será glorificado em vocês, e vocês
nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.”, o texto
grego não contém o segundo "do" e pode, portanto, ser traduzido como
"do nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo", o que constituiria um uso
distinto do termo "Deus" para Jesus Cristo.
Há ainda outras aplicações do termo
"Deus" a Cristo no Novo Testamento (cf. Rm 9.5; Tt 2.13; 2Pe 1.11).
Paulo habitualmente fala de Cristo e de
Deus Pai juntos numa unidade íntima em outras passagens dessas cartas (p. ex.,
1.1-2; 2.16; 1Ts 1.1; 3.11), e afirma de modo claro que os atributos da
divindade pertencem a Cristo.
Em ambas as traduções, a dignidade conjunta
do Pai e do Filho está manifesta. A BEG recomenda afinal para melhores esclarecimentos
a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Jesus Cristo,
Deus e homem", em Jo 1.
II Ts 1:1 Paulo, Silvano e Timóteo,
à
igreja dos tessalonicenses,
em
Deus, nosso Pai,
e
no Senhor Jesus Cristo,
II Ts 1:2 graça e paz a vós outros,
da
parte de Deus Pai
e
do Senhor Jesus Cristo.
II Ts 1:3 Irmãos, cumpre-nos
dar
sempre graças a Deus
no tocante a vós outros,
como
é justo,
pois
a vossa fé cresce sobremaneira,
e
o vosso mútuo amor de uns
para com os
outros
vai
aumentando,
II
Ts 1:4 a tal ponto que nós mesmos
nos
gloriamos de vós nas igrejas de Deus,
à
vista da vossa constância e fé, em
todas as vossas perseguições
e
nas tribulações que suportais,
II Ts 1:5 sinal evidente do reto juízo de Deus,
para
que sejais considerados
dignos
do reino de Deus,
pelo
qual, com efeito,
estais
sofrendo;
II Ts 1:6 se, de fato, é justo para com Deus
que
ele dê em paga
tribulação
aos que vos atribulam
II
Ts 1:7 e a vós outros, que sois atribulados,
alívio
juntamente conosco,
quando
do céu se manifestar o Senhor Jesus
com
os anjos do seu poder,
II
Ts 1:8 em chama de fogo,
tomando vingança
contra
os que não conhecem a Deus
e
contra os que não obedecem ao evangelho
de
nosso Senhor Jesus.
II Ts 1:9 Estes sofrerão
penalidade
de eterna destruição,
banidos
da face do Senhor
e
da glória do seu poder,
II
Ts 1:10 quando vier para ser glorificado
nos
seus santos
e
ser admirado em todos
os
que creram,
naquele
dia (porquanto foi crido entre vós
o nosso
testemunho).
II Ts 1:11 Por isso, também
não
cessamos de orar por vós,
para
que o nosso Deus vos torne
dignos
da sua vocação
e
cumpra
com
poder
todo
propósito
de
bondade
e
obra de fé,
II Ts 1:12 a fim de que
o
nome de nosso Senhor Jesus
seja
glorificado em vós,
e
vós, nele,
segundo
a graça
do
nosso Deus
e
do Senhor Jesus Cristo.
Paulo conclui este capítulo falando do nome do
Senhor ser glorificado neles e eles sejam glorificados nele. É assim mesmo que
acontece: primeiro damos toda a glória a Deus e Deus nos glorifica nele
aprovando a sua obra que é feita pelo Espírito Santo.
Quando reconhecemos que nossa suficiência vem de
Deus e somente dele, reconhecemos que o homem nada é, mas Deus o usa e o
glorifica ao usá-lo diante dos outros homens. Deus é de mais.
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Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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