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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

I Timóteo 2 1-15 - UM SÓ MEDIADOR: JESUS CRISTO!

Como já dissemos, Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em sua oposição aos falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 2/6.
Breve síntese do capítulo 2.
Diz Paulo que somente há um mediador e este entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem! Assim, minha frase abaixo tem efeito:
  • Deus usa os homens
  • Para falar aos homens
  • A palavra de salvação dos homens (desejada por anjos – I Pe 1:12)
  • Por meio de um mediador, também homem (I Tm 2:5; Hb 9:15)
  • O qual a si mesmo se deu em resgate dos homens (I Tm 2:6)
  • Porque somente um homem, poderia morrer por outro homem (Hb 9:12)
  • E somente um Deus poderia satisfazer a justiça de Deus.
  • Jesus Cristo é este homem, é este Deus (varão aprovado: At 2:22)
ü  Morreu pelos homens
ü  Satisfez a justiça de Deus
O desejo de Deus é de que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade por isso também pregamos o evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A CONDUTA NA IGREJA (2.1-3.16).
Paulo desafiou a desarmonia dos falsos mestres ao resumir suas ideias a respeito da oração, da modéstia no culto e da liderança da igreja. Dos vs. 2.1 ao 3.16, estaremos vendo essa conduta na igreja.
Paulo continuou a orientar Timóteo a respeito de suas responsabilidades em Éfeso ao falar da vida cristã dentro da comunidade da igreja.
É provável que ele tenha continuado a abordar as questões levantadas pelos falsos mestres.
Ele estava preocupado principalmente com três questões: o modo como as orações e o culto deveriam ser conduzidos (2.1-15), as qualificações dos líderes da igreja (3.1-13) e a responsabilidade de Timóteo (3.14-16). Elas formarão nossa divisão proposta, seguindo a BEG: A. Oração e culto (2.1-15) – veremos agora; B. Liderança da igreja (3.1-13); e, C. A responsabilidade de Timóteo (3.14-16).
A. Oração e culto (2.1-15).
A primeira questão importante dessa seção – vs. 1 ao 15 - era a maneira em que deveriam ser feitas as orações e os cultos. Aparentemente, havia surgido alguma confusão na igreja em relação a essas questões.
Sua discussão divide-se em três partes: a prática de orações por todos os homens (vs. 1-7), as orações dos homens (vs. 8) e as orações das mulheres (vs. 9-15). Elas também formarão nossa divisão proposta: 1. Oração por todos os homens (2.1-7) – veremos agora; 2. Homens no culto (2.8) – veremos agora; e, 3. Mulheres no culto (2.9-15) – também veremos agora.
1. Oração por todos os homens (2.1-7).
Paulo começou encorajando os crentes a fazer orações para as diversas autoridades pelo bem do evangelho. Isso o levou a afirmar a ação redentora de Deus em Cristo e a uma digressão sobre o seu próprio chamado como apóstolo aos gentios.
Em resposta à estreita perspectiva dos falsos mestres (vs. 7; cf. 1.7), Paulo abordou a questão daqueles por quem os cristãos deveriam orar.
Como pode ser visto pela frase seguinte ("em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade"), isso não significa que é por “todos os seres humanos", mas sim por "todos os tipos de pessoas", qualquer que seja a sua posição na vida.
Isso não significa que Deus, de modo soberano, deseja que todas as pessoas sejam salvas, pois se assim fosse, a todos salvaria. Pode referir-se à benevolência generalizada de Deus em que de não sente prazer na morte dos perversos, ou pode significar que Deus deseja que todos os tipos de pessoas sejam salvos (ou seja, Deus não exclui certos tipos de pessoas da eleição para a salvação). A BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A vontade de Deus", em Ez 18.
Diante dos fatos, em João 9, após curar um cego de nascença, Jesus explica que viera a este mundo para juízo – Jo 9.39.
A primeira vinda de Cristo não iniciou imediatamente o juízo final (3.17; 12.47), mas confrontou, inevitavelmente, os seres humanos com a obrigação de se posicionarem contra ou a favor de Jesus (Mt 12.30; Lc 11.23).
É necessário e mesmo vital que se faça uma escolha! O filtro de Deus em relação aos homens não é quem é mais inteligente, nem sábio, nem poderoso, nem tolo, nem pobre, nem quem faz mais obras, ou menos, mas o que tem fé! O filtro de Deus em relação aos homens é a fé! Você escolhe dar crédito a Ele ou rejeitá-lo.
Essa afirmação “há um só Deus” – vs. 5 - é fundamental da religião judaica (Dt 6.4; cf. Rm 3.30; 1Co 8.6; GI 3.20; Ef 4.6). Não é o caso de haver um Deus para os judeus e outro para os gentios; existe apenas um único Deus para todos os tipos de pessoas.
Um só Mediador entre Deus e os homens. Existe apenas Um que serve de árbitro entre Deus e o homem e os reconcilia. Cristo Jesus, homem. A plena humanidade de Cristo é essencial para a sua obra como mediador da aliança da graça (Hb 2.9-18).
Por meio de sua morte na cruz - o qual a si mesmo se deu em resgate -, Cristo pagou o preço necessário para livrar o povo de seus pecados (Mt 20.28; Mc 10.45; Tt 2.14; 1Pe 1.18-19); portanto, ele é "um só Mediador (vs. 5) por todos, ou seja, por "todos os tipos de homens".
A salvação não está limitada a nenhum grupo étnico em particular, ou gênero, ou a qualquer outra subdivisão da humanidade. Esse "todos" é usado com frequência para representar "todos os tipos" e pode ser visto com clareza em 6.10, onde a mesma palavra grega foi traduzida como "todos os males".
Embora o valor da morte de Cristo seja infinito, o seu sacrifício na cruz foi totalmente eficaz para obter apenas a salvação dos eleitos (novamente a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Expiação limitada", em Jo 10).
A respeito desse testemunho sobre Cristo, Paulo se tornou apóstolo – vs. 7 - ou "pregador" (2Trn 1.11) e ele afirmava a verdade, sem mentir. Uma declaração curiosa para se fazer a um amigo tão chegado, mas Paulo tinha como propósito que essa carta fosse lida diante de toda a igreja.
Ele mesmo se dizia mestre dos gentios na fé e na verdade – vs. 7. Os falsos mestres que enfatizavam a lei tinham possivelmente questionado o chamado e a missão de Paulo. Paulo insistia que Deus o havia chamado com o propósito de levar a fé de Israel aos gentios. Seu chamado aos gentios apoiava a sua exortação à igreja para que orasse em favor de todos os homens.
2. Homens no culto (2.8).
É provável que Paulo continuasse a manter o foco nas orações e no culto dentro do contexto dos falsos mestres legalistas e da visão deles a respeito dos gentios. Aparentemente, a controvérsia e a divisão na igreja com respeito a essas questões haviam aumentado, e então Paulo tratou delas por meio da orientação sobre os cultos.
Aqui o termo grego “varões”, traduzido "homens" é específico quanto ao sexo (também pode significar "maridos"), para diferenciar das mulheres (ou "esposas") nos vs. 9-15. Paulo tinha em mente os crentes do sexo masculino. Em 1Co 11.5, o apóstolo supôs que as mulheres também faziam orações quando a igreja se reunia para o culto em todo lugar.
E provável que esse versículo sobre o fato de orarem em todo lugar se refira ao culto público. A respeito dessa maneira de orar, levantando mãos santas - veja SI 63.4; 141.2 - sem ira e sem animosidade, Paulo não ordenou uma determinada postura física para a oração, mas assumiu que levantar as mãos faria parte do culto e da oração. Seu interesse principal era incentivar uma postura apropriada (1.5).
Sabendo que os homens em Éfeso teriam o desejo de orar e realizar cultos, Paulo insistiu para que o fizessem sem as discussões nas quais os falsos mestres costumavam se envolver.
Partindo do contexto anterior (vs.1-7), nos parece que pelo menos uma das controvérsias centrais abordadas por Paulo aqui era o relacionamento dos gentios com a lei e com os crentes judeus.
3. Mulheres no culto (2.9-15).
As controvérsias provocadas pelos falsos mestres afetavam tanto a vida das mulheres quanto a dos homens.
Como havia feito com relação aos homens, Paulo chamou as mulheres para que praticassem o culto de maneira a trazer a restauração e não agravar as divisões e discussões.
O foco continua no culto público. em traje decente... não com... vestuário dispendioso. É provável que aqui Paulo estivesse pensando nas mulheres ricas, já que seriam elas as mais propensas a ter vages dispendiosas (cf. a ênfase no lucro financeiro em 6.5).
É provável que os falsos mestres encorajassem a demonstração de prosperidade no culto, embora Paulo certamente talvez estivesse mais preocupado com a atitude de ostentar a prosperidade do que com as joias e o vestuário em si mesmos.
Como 1Co 11.5 indica, Paulo não proibia por completo toda participação verbal das mulheres durante o culto público. Aqui, como em 1Co 14.34, ele impunha o silêncio tendo em vista a unidade da igreja.
Em Corinto, a questão principal era o respeito aos maridos; aqui o problema parece ter sido o respeito pelo ensino e governo autorizados dos líderes da igreja (vs. 12).
Com isso “toda a submissão” – vs. 11 - Paulo não quis dizer que as mulheres tinham de se submeter à doutrina da igreja em todos os casos - a única lei inquestionável da fé é a própria Escritura.
Pelo contrário, ele quis dizer que elas (como os leigos do sexo masculino) não deviam usurpar ou se rebelar contra as autoridades constituídas da igreja. Isso pode bem indicar que os falsos mestres, em suas tentativas de subverter as estruturas e doutrinas corretas da igreja, estavam manipulando as mulheres (cf. 2Tm 3.6).
Aqui – vs. 12 – ao dizer que não permitiria o ensino por parte das mulheres, Paulo exerceu a sua autoridade apostólica para proibir as mulheres de exercerem certo tipo de autoridade e ensino.
A estrutura do grego referente ao “ensine – vs. 12 - implica que não se trata de urna proibição de ensinar aos homens, mas apenas proibição de "ensinar" (embora a frase "ensinar a um homem" seja uma interpretação possível).
Diversas outras passagens bíblicas mostram mulheres exercendo cargos de ensino (p. ex., Jz 4.4; 2Rs 22.14; Pv 1.8; 6.20; At 18.26: Tt 2.3). O melhor é compreender essa proibição não como se fosse contra o ato de ensinar, mas como uma proibição contra o ensino inadequado combinado com uma autoridade imprópria, que algumas mulheres buscavam e talvez exercessem dentro do contexto de Timóteo.
A proibição provavelmente era contra a ordenação das mulheres para cargos de ensino e governo como de bispos/presbíteros.
Também não permitiria ele – vs. 12 - que tivessem autoridade sobre o homem. Essa rara palavra grega, que aqui provavelmente se refere a algum nível de autoridade judicial ou governamental, é usada no Novo Testamento apenas aqui.
Parece que, sob a influência de atitudes contenciosas dos falsos mestres, algumas mulheres haviam assumido posições com autoridade de governo dentro da igreja, o que Paulo proibia (cf. 1 Co 14.34).
Paulo apelou para a criação (vs. 12; Gn 2.7, 21-22) indicando que a sua argumentação não se baseava nos costumes da época em que eles estavam vivendo. Ele fez uso de uma argumentação semelhante em 1Co 11.8-9, mas só a qualificou em 1Co 11.11-12.
Mais uma vez Paulo fez alusão a Gênesis, dessa vez ao relato da queda (Gn 3.1-6). A argumentação pode parecer injusta, já que ambos, Adão e Eva, pecaram.
Na verdade, em outras passagens Paulo não teve qualquer escrúpulo em culpar Adão pela queda (Rm 5.12-19; 1Co 15.21-22). Mas o raciocínio de Paulo está correto: foi Eva que foi "enganada" pela serpente.
A argumentação de Paulo aqui, com ênfase naquela que foi enganada, provavelmente representava o relativo sucesso que os falsos mestres haviam tido em Éfeso em levar as mulheres a se desviarem do caminho (5.11-15; 2Tm 3.6-7), não sendo indicação que ele achava as mulheres mais simplórias do que os homens. No caso da queda, em Gênesis, houve o silêncio de Adão e aqui, não poderia mais acontecer isso.
Paulo usou essa palavra - será preservada através de sua missão de mãe. Ou, "será salva" -, aqui traduzida como "preservada" – vs. 15 -, como ele a usava normalmente, com o sentido de "redimida do pecado", desse modo contrastando o fato de ter sido enganada e levada a pecar (vs. 14) com o fato de ser salva desse pecado.
Essa alusão a Gênesis salienta a declaração de Deus a Eva depois da queda em relação a sua missão de mãe Gn 3.16).
Existem três interpretações relevantes para essa passagem:
(1)     As mulheres são salvas por meio do nascimento de Cristo.
(2)     As mulheres são preservadas ao dar à luz.
(3)     As mães cristãs demonstrarão fé salvadora sendo mães fiéis.
Compare com as palavras de Paulo sobre as viúvas e a criação de filhos (5.10,14). Fica claro que a missão de mãe não é a base para a salvação, mas é o exemplo perfeito de responsabilidade e obra de devoção que deve caracterizar a mulher fiel que "desenvolve" a sua salvação (Fp 2.12).
Essa qualificação - se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso - demonstra que Paulo não estava sugerindo que dar à luz um filho seja um ato que mereça a salvação; isso contradiria a doutrina da justificação pela graça por meio da fé.
Pelo contrário, seu ponto parece ser que aquelas mulheres em Éfeso, as quais tinham sido enganadas pelos falsos mestres, precisavam se concentrar em sua missão apropriada e principalmente em suas atitudes (1.5,19; 2.8-10).
I Tm 2:1 Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de
súplicas,
orações,
intercessões,
ações de graças,
em favor de todos os homens,
I Tm 2:2 em favor dos reis
e de todos os que se acham investidos de autoridade,
para que vivamos
vida tranquila e mansa,
com toda piedade e respeito.
I Tm 2:3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,
I Tm 2:4 o qual deseja
que todos os homens sejam salvos
e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.
I Tm 2:5 Porquanto
há um só Deus
e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem,
I Tm 2:6 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos:
testemunho que se deve prestar
em tempos oportunos.
I Tm 2:7 Para isto fui designado
pregador
e apóstolo (afirmo a verdade, não minto),
mestre dos gentios
na fé
e na verdade.
I Tm 2:8 Quero, portanto, que os varões
orem em todo lugar,
levantando mãos santas,
sem ira e sem animosidade.
I Tm 2:9 Da mesma sorte, que as mulheres,
em traje decente,
se ataviem com modéstia e bom senso,
não com cabeleira frisada
e com ouro,
ou pérolas,
ou vestuário dispendioso,
I Tm 2:10 porém com
boas obras (como é próprio às mulheres
que professam ser piedosas).
I Tm 2:11 A mulher aprenda em silêncio,
com toda a submissão.
I Tm 2:12 E não permito que a mulher
ensine,
nem exerça autoridade de homem;
esteja, porém, em silêncio.
I Tm 2:13 Porque, primeiro, foi formado Adão,
depois, Eva.
I Tm 2:14 E Adão não foi iludido,
mas a mulher,
sendo enganada,
caiu em transgressão.
I Tm 2:15 Todavia, será preservada
através de sua missão de mãe,
se ela permanecer
em fé,
e amor,
e santificação,
com bom senso.
Com relação às mulheres sabemos que todos temos conhecimento, mas que Deus usa e usa as mulheres quer tenham, quer não tenham títulos, ele usa e muitas vezes são mais capazes que os próprios valentões homens! Em Cristo Jesus, está escrito, já não há mais escravo, nem cita, nem grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, livre; porém Cristo é tudo em todos (Cl 3:11).
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. h
...
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

I Timóteo 1 1-18 - VOCÊ FOI DESIGNADO PARA O MINISTÉRIO?

Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em sua oposição aos falsos mestres em Éfeso.
Breve síntese do capítulo 1.
Você também foi designado para o Ministério? Veja bem o que diz Paulo a Timóteo no vs. 12 onde ele agradece aquele que o fortaleceu e que também o considerou fiel, a saber, Jesus Cristo. Quanto honra há em servir o Senhor no evangelho!
Essa epístola é classificada como pastoral e tem o propósito, conforme a BEG, de orientar Timóteo em sua oposição aos falsos mestres em Éfeso.
São verdades fundamentais (BEG):
· Devemos resistir à falsa doutrina na igreja.
· As doutrinas legalistas afastam as pessoas do verdadeiro evangelho.
· O culto e a autoridade da igreja devem ser cuidadosamente ordenados.
· Diversos grupos dentro da igreja têm necessidades especiais.
· O amor pelo dinheiro não tem lugar no ministério do evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
1. SAUDAÇÃO (1.1-2).
Paulo começou essa epístola da maneira habitual, identificando a si mesmo e ao destinatário da carta e pronunciando uma benção. Paulo se identificou como o autor e a Timóteo como o principal destinatário dessa carta. Paulo se identificou ainda como apóstolo de Cristo Jesus por ordem de Deus, nosso Salvador e de Cristo Jesus nossas esperança – vs. 1.
Era, pois, ele, um apóstolo, ou enviado, como representante oficial de Cristo. Normalmente Paulo usava essa expressão “apóstolo” no início de suas cartas para se identificar.
Esse título de Deus como Salvador era usado com frequência na Escritura para designar Deus (2.3; 4.10; Tt 1.3; 2.10; 3.4). E de Cristo Jesus, nossa esperança, como o fundamento da esperança cristã, porque é ele o mediador da aliança da graça (2.5).
Ele chamou Timóteo de seu verdadeiro filho – vs. 2. (Cf. Tt 1.4). Paulo via Timóteo como seu filho espiritual (vs. 18; 1Co 4.17; Fp 2.22; 2Tm 1.2; 2.1) e o cumprimentou com a tríplice bênção de Deus: a graça, a misericórdia e a paz.
Paulo normalmente usava "graça" em lugar do cumprimento mais tradicional "saudações" (cf. Tg 1.1). Era característico que ele acrescentasse a saudação judaica "paz", que significa "saúde, plenitude de vida". Aqui e em 2Tm 1.2 ele também acrescentou "misericórdia".
II. A FALSA DOUTRINA E A LEI (1.3-20).
Paulo desafiou o legalismo dos falsos mestres insistindo em que a lei fora dada para condenar os pecadores, e não os seguidores de Cristo. Veremos dos vs. 3 ao 20, a falsa doutrina e a lei.
Paulo começou o corpo dessa carta tratando de uma das dimensões da falsa doutrina que havia surgido na igreja de Éfeso.
Aqui ele trata de conceitos errados sobre a lei de Moisés; em outras partes o enfoque é o ascetismo 4.1-5.21 e o lucro financeiro (6.3-19).
Sua discussão da lei aqui é dividida em três partes principais: a própria falsa doutrina (vs. 3-7), sua correção (vs. 8-11) e a exortação para Timóteo lidar com a falsa doutrina (vs. 12-20). Elas irão gerar a seguinte divisão, conforme a BEG: A. A falsa doutrina (1 .3-7) – veremos agora; B. O propósito da lei (1.8-11) – veremos agora; e, C. A responsabilidade de Timóteo (1.12-20) – veremos também agora.
A. A falsa doutrina (1 .3-7).
A falsa doutrina baseava-se na interpretação incorreta da lei e na especulação imprópria.
O conflito em Éfeso estava centralizado na doutrina correta (vs. 9-11; 4.1-2; 6.3-5; 2Tm 2.18).
Em Tt 1.14 Paulo falou de "fábulas judaicas" (4.7; 2Tm 4.4), talvez se referindo a certos tipos de lendas sobre personagens do Antigo Testamento que são encontradas em muitos textos judaicos apócrifos.
Talvez essas genealogias sem fim seja uma referência a uma forma primitiva de especulação detalhada (frequentemente combinada com fábulas judaicas), que mais tarde evoluiu para o gnosticismo, acerca das origens do mundo e das incontáveis criaturas espirituais supostamente envolvidas na criação (Tt 3.9).
Por causa do seu amor pelo povo de Deus e do cuidado que tinha para com ele, Paulo insistiu para que a falsa doutrina fosse corrigida – vs. 5.
Essas discussões inúteis que não eram segundo o amor acabaram desviando essas pessoas mais fracas e que mesmo assim queriam ser consideradas mestres da lei. Esses falsos mestres queriam ser conhecidos como especialistas na lei de Moisés.
Paulo não proibia, na verdade até incentivava, o conhecimento da lei mosaica (2Tm 3.14-17). O problema era que os falsos mestres nem compreendiam "o que diziam" ou seja, eles não interpretavam a lei da maneira correta. Paulo explicou os erros deles nos versículos a seguir.
B. O propósito da lei (1.8-11).
O comentário de Paulo a respeito dos falsos mestres o levou a uma digressão sobre o propósito da lei – vs. 8 a 11. A lei é boa. Assim como o próprio Jesus (Mt 5.17ss.), Paulo acreditava que a lei mosaica por si só era um presente maravilhoso de Deus (veja Rm 7.12-13,16).
No entanto, esse bom presente podia ser motivo de abusos e tornar-se maldição.
Paulo tinha em mente um uso específico da lei ao mencionar que a lei não foi feita para quem é justo, mas para transgressores. Aqui ele apresentou a lei como um fardo - o fardo de estar "com lei" (Rm 2.12), lutando para alcançar o seu padrão impossível de perfeição, que revela o pecado e torna evidente a cada pessoa a necessidade de Cristo.
Em outra passagem, Paulo deixou bem claro que os padrões morais da lei mosaica exerciam um papel importante na orientação dos verdadeiros crentes, pois estabelecia os meios para uma vida íntegra (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Os três usos da lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
Aparentemente, alguns falsos mestres em Éfeso promoviam concepções legalistas. Paulo, por outro lado, insistia que a condenação da lei já havia sido encerrada para aqueles que estavam em Cristo.
Em fim, a lei foi feita para tudo quanto se opõe à sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino são". Um tema recorrente em todas as epístolas pastorais (3.9; 4.6; 6.3; 2Tm 1.13-14; 2.2; 4.3; Tt 1.9,13; 2.1-2).
Observe que a transgressão da lei (vs. 8-10) é equiparada a estar em oposição à sã doutrina do apóstolo, que ele também definiu como sendo o evangelho (vs. 11).
Paulo não comparou os padrões morais da lei com seus próprios padrões morais como apóstolo do evangelho.
Essa sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino são" é segundo o evangelho da glória – vs. 11. As boas-novas do que Deus fez em Cristo formam o padrão pelo qual a doutrina, bem como o entendimento que alguém tem da lei, são julgados como sendo sãos.
C. A responsabilidade de Timóteo (1.12-20).
Depois de tecer seus comentários em oposição à falsa doutrina da lei, Paulo incentivou Timóteo a resistir a essa falsa doutrina enquanto estivesse ministrando em Éfeso.
Ele apresentou a responsabilidade de Timóteo relembrando a sua própria experiência da misericórdia de Deus e fundamentou essa exortação na sua experiência pessoal.
Em oposição aos mestres legalistas de Éfeso, Paulo testemunhou que a misericórdia divina, e não as fúteis tentativas de obedecer à lei mediante o esforço humano, haviam lhe dado a salvação e sustentado o seu ministério cristão.
Ele estava muito grato a Deus, pois um dia fora blasfemo, e perseguidor, e insolente. Isso se refere à oposição que Paulo fazia, antes da sua conversão, à igreja e a Cristo (At 8.3; 9.1-5; 22.4-5; 26.9-11; Gl 1.13; Fp 3.6).
O que o consolava era que ele fora daquele jeito na ignorância, na incredulidade, antes de conhecer a Cristo. Paulo não quis sugerir que sua ignorância e incredulidade foram a base para a misericórdia de Deus. Deus concedeu a Paulo aquilo de que ele precisava, e não o que ele merecia (cf. At 3.17-20).
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação – vs. 15. Essa expressão chama a atenção para o fato de que Paulo está prestes a dizer algo importante.
No Novo Testamento, essa expressão é encontrada apenas nas epístolas pastorais (3.1; 4.9; 2Trn 2.11; Tt 3.8).
Paulo refletiu não apenas sobre a perseguição da igreja que ele fazia antes de sua conversão (vs. 12; At 8.1; 9.1-2,13; 1Co 15.9-10), mas também na grandeza do pecado e na oposição a Deus, da qual Deus o havia salvo.
Paulo é um exemplo perfeito da pura graça. Embora oferecesse seu pecado pré-cristão como evidência de sua pecaminosidade (vs. 13), Paulo usou o tempo verbal presente para caracterizar-se cosmo "o principal" entre os pecadores.
Sem a limitação e a influência do Espírito Santo, ele teria retornado às mesmas atrocidades que praticava antes de sua conversão.
Essa auto avaliação se opunha aos mestres legalistas, que aparentemente proclamavam a capacidade de atingir a justificação por meio da própria obediência à lei.
Ele se considerou o principal dos pecadores onde Cristo exibiu longanimidade infinita em relação a Paulo, tanto antes como depois de sua conversão.
O padrão legalista apresentado pelos falsos mestres se opunha à realidade da vida cristã, que dependia da longanimidade de Cristo.
Cristo Jesus demonstrou toda a grandeza da sua paciência, usando ele, Paulo, como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna, que Deus concede a todos os que creem em Cristo; não apenas a vida eterna, mas a vida em toda sua plenitude (4.8; 6.12,19; Jo 10.10,28; 2Tm 1.1,10; Tt 1.2; 3.7).
O reconhecimento do que Cristo havia feito por ele levou Paulo a uma explosão de louvor – vs. 17.
Paulo aplicou a sua própria experiência da graça de Deus ao terna do legalismo (vs. 3-7). Ele chamou Timóteo à fidelidade a Cristo, especialmente em oposição a dois membros (talvez líderes) da igreja em Éfeso que "vieram a naufragar na fé" (vs. 19).
Quando Paulo se dirige a Timóteo dando-lhe aquela instrução, segundo as profecias de que antecipadamente fora objeto, ele estava se referindo a um acontecimento (cf. 4.14; 2Tm 1.6ss.) em que um grupo de presbíteros, juntamente com Paulo, havia imposto as mãos sobre Timóteo (talvez quando 'Timóteo foi separado para o ministério).
Nessa ocasião, Timóteo recebeu um dom espiritual, junto como uma palavra profética, sendo ungido para o serviço (cf. At 13.1-3). Ele deveria as estar seguindo e assim combatendo o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé – vs. 19.
Entre os que assim naufragaram, estavam Himeneu e Alexandre. A menção dos nomes desses dois homens levanta a questão de que talvez eles fossem líderes na igreja.
Himeneu é citado mais adiante como um dos que “se desviaram da verdade" (2Tm 2.17-18).
A relação, se existe alguma, entre o Alexandre desse versículo, o Alexandre citado em At 19.33-34 e o Alexandre citado em 2Tm 4.14-15 não é clara.
É provável que esses homens tenham sido proponentes da falsa doutrina legalista à qual Timóteo deveria opor-se.
Provavelmente, quando ele diz que os entregou a Satanás, ele está se referindo à expulsão desses dois indivíduos da comunhão da igreja e, portanto, de volta para o mundo - o domínio de Satanás (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2). Paulo usou uma expressão semelhante em 1Co 5.5 (cf. Mt 18.17).
O propósito dessa excomunhão era discipliná-los a fim de que os dois reconhecessem seus erros e se arrependessem (2Tm 2.25-26; Tt 3.10). "Blasfêmia" implica uma manifestação verbal e pode apontar para uma falsa doutrina.
I Tm 1:1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
pelo mandato de Deus,
nosso Salvador,
e de Cristo Jesus,
nossa esperança,
I Tm 1:2 a Timóteo,
verdadeiro filho na fé,
graça,
misericórdia
e paz, da parte de
Deus Pai
e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
I Tm 1:3 Quando eu estava de viagem,
rumo da Macedônia,
te roguei permanecesses ainda em Éfeso
para admoestares a certas pessoas,
a fim de que não ensinem outra doutrina,
I Tm 1:4 nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim,
que, antes, promovem discussões
do que o serviço de Deus, na fé.
I Tm 1:5 Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede
de coração puro,
e de consciência boa,
e de fé sem hipocrisia.
I Tm 1:6 Desviando-se algumas pessoas destas coisas,
perderam-se em loquacidade frívola,
I Tm 1:7 pretendendo passar por mestres da lei,
 não compreendendo, todavia,
nem o que dizem,
nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações.
I Tm 1:8 Sabemos, porém,
que a lei é boa,
se alguém dela se utiliza de modo legítimo,
I Tm 1:9 tendo em vista que não se promulga lei
para quem é justo, mas
para transgressores
e rebeldes,
irreverentes
e pecadores,
ímpios e profanos,
parricidas e matricidas,
homicidas,
I Tm 1:10 impuros,
sodomitas,
raptores de homens,
mentirosos,
perjuros
e para tudo quanto se opõe à sã doutrina,
I Tm 1:11 segundo o evangelho da glória do Deus bendito,
do qual fui encarregado.
I Tm 1:12 Sou grato para com aquele que me fortaleceu,
Cristo Jesus, nosso Senhor,
que me considerou fiel,
designando-me para o ministério,
I Tm 1:13 a mim, que, noutro tempo,
era blasfemo,
e perseguidor,
e insolente.
Mas obtive misericórdia,
pois o fiz na ignorância,
na incredulidade.
I Tm 1:14 Transbordou, porém,
a graça de nosso Senhor
com a fé
e o amor que há em Cristo Jesus.
I Tm 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda aceitação:
que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores,
dos quais eu sou o principal.
I Tm 1:16 Mas, por esta mesma razão,
me foi concedida misericórdia,
para que, em mim, o principal,
evidenciasse Jesus Cristo
a sua completa longanimidade,
e servisse eu de modelo
a quantos hão de crer nele
para a vida eterna.
I Tm 1:17 Assim,
ao Rei eterno,
imortal,
invisível,
Deus único,
honra e glória
pelos séculos dos séculos. Amém!
I Tm 1:18 Este é o dever de que te encarrego,
ó filho Timóteo,
segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto:
combate, firmado nelas, o bom combate,
I Tm 1:19 mantendo fé
e boa consciência,
porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência,
vieram a naufragar na fé.
I Tm 1:20 E dentre esses se contam
Himeneu e Alexandre,
os quais entreguei a Satanás,
para serem castigados,
a fim de não mais blasfemarem.
Combater o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência para não naufragarmos na fé é a recomendação que encerra o presente capítulo advertindo Timóteo.
A quarta viagem missionária de Paulo[1]
Entre 60-62 d.C., Paulo passou seu período de prisão domiciliar em Roma. Ele esperava ser posto em liberdade (Fp 1.25; 2.2 4; Fm 22), o que deve ter ocorrido antes de 64 d.C., quando Nero pôs fogo em Roma e acusou os cristãos de terem cometido esse crime.
Após ser libertado, há indícios de que ele tenha feito uma quarta viagem missionária, conforme escritos dos Pais da Igreja e escritos do próprio apóstolo, tanto em cartas anteriores, em que ele indica desejo de visitar certos lugares, como nas cartas pastorais, em que ele menciona as visitas feitas.
Assim, é possível que o apóstolo, antes de ter sido preso em Roma novamente em torno de 67 d.C. e ser morto, tenha visitado os seguintes lugares:
• Roma (At 211.1 6,3 0-31)
• Espanha (Rm 15.2 3-24,2 8)
• Creta (Tt 1.51
• Mileto (2Tm 4.20)
• Colossos (For 22)
• Éfeso (2Tm 1.18; 4.1 2)
• Trôade (2Tm 4.1 3)
• Filipos (Fp 2.23-24; 1Tm 1.3)
• Tessalônica (2Tm 4.1 01
• Nicópolis (Tt 3.1 2)
• Roma (2Tm 1.1 7)
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Quadro falando de uma possível quarta viagem missionária de Paulo – conforme BEG, em I Tm 1.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

II Tessalonicenses 3 1-18 - PAULO TAMBÉM PEDIU ORAÇÕES, MAS CONHEÇA OS MOTIVOS...

Como já falamos, estamos vendo que a segunda epístola aos tessalonicenses foi escrita para complementar a sua carta anterior (1Tessalonicenses), dando aos tessalonicenses instruções adicionais sobre a vinda de Cristo e a importância de um viver diário responsável. Estamos vendo o capítulo 3/3.
Breve síntese do capítulo 3.
Paulo está finalizando a Segunda Epístola aos Tessalonicenses pedindo a eles oração para que a Palavra do Senhor seja propagada como estava sendo propagada entre eles. Também fez questão de pedir para que fossem livres de homens perversos e maus, sabem porquê? Por que a fé não é de todos!
Ora, quem primeiro nos disse que a fé não é de todos foi o próprio Senhor quando nos contou e nos ensinou a parábola do joio e do trigo. Não há dúvida, enquanto estivermos aqui, conviveremos com o joio e ele nos dará certo trabalho, mas não é para desanimarmos como ensinou um pai a seu filho querido em 1 Crônicas 28:20.
I Crônicas 28:20 Disse Davi a Salomão, seu filho: 
· Sê forte e corajoso e faze a obra; 
· não temas, 
· nem te desanimes, 
porque o SENHOR Deus, meu Deus, 
· há de ser contigo; 
· não te deixará, 
· nem te desamparará, 
até que acabes todas as obras para o serviço da Casa do SENHOR.
 Davi, pai de Salomão, está a ensinar a seu filho, como o Pai celeste ensinou a Josué lhe dizendo a mesma coisa quando Josué teve o árduo trabalho de substituir a Moisés na condução do povo de Deus.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. INSTRUÇÕES (2.1-3.15) - continuação.
Como vimos, Paulo tratou de diversos tópicos de importância para os tessalonicenses. O apóstolo os encorajou a rejeitarem os falsos profetas que ensinavam que Cristo já havia voltado.
Estamos seguindo a divisão proposta, conforme a BEG: A. O retorno de Cristo (2.1-17) – já vimos; B. Pedido de oração (3.1-5) – veremos agora; e, C. A importância do trabalho (3.6-15) – também veremos agora.
B. Pedido de oração (3.1-5).
O encorajamento de Paulo aos tessalonicenses o levou a pedir o encorajamento que vem da oração para ele mesmo e para os demais pregadores do evangelho.
Em I Ts 5.25, encontraremos também um versículo no qual Paulo pede orações. Durante os seus anos de ministério, o apóstolo Paulo enfrentou constantes ameaças de perigos físicos.
Essa passagem (juntamente com Rm 15.30-31; 2Co 1.11; Fp 1.19) deixa claro o quanto ele contava com as orações do povo de Deus para a continuação do seu ministério e para a sua própria sobrevivência.
Três pedidos se destacam em seu pedido de oração:
(1)   Que a palavra do Senhor se propague rapidamente.
(2)   Que o Senhor receba a hora merecida.
(3)   Que sejam libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos.
Nota-se a preocupação com a palavra, com a glória devida ao nome do Senhor e o cuidado com as perseguições.
Em contraste com a infidelidade dos homens mencionados no versículo anterior está a inabalável fidelidade do Deus imutável – vs. 3.
Sendo o Senhor fiel, ele tem certeza de que Deus os fortalecerá e os guardará do Maligno. Também confiam no Senhor que eles fariam e continuariam a fazer as coisas que eles tinham ordenado e que era para o bem deles.
Os corações devem viajar para esses seguros refúgios espirituais de meditação. Essa é uma viagem dirigida pelo Senhor. Por isso que ele está a conduzir nossos corações ao amor de Deus e à perseverança de Cristo Jesus.
C. A importância do trabalho (3.6-15).
Do vs. 6 ao 15, veremos a importância do trabalho, pois havia entre eles ociosos que viviam à custa dos outros irmãos. Paulo tomou medidas firmes contra o persistente problema de andar desordenadamente e suas consequências (vs. 10; cf. I Ts 4.11). Embora considerasse séria essa ofensa deles, ainda assim ele tratou os ofensores como irmãos.
Um dos modos de compreender essa frase é que Paulo deve ter tido em mente as instruções de nosso Senhor sobre a disciplina eclesiástica registrada em Mt 18.15-17 (o apóstolo deu ordens semelhantes em 3.14-15; Rm 16.17; 1Co 5.9-13; 2Tm 3.1-5; Tt 3 10-11).
Alternativamente, a intenção de sua instrução pode ter sido simplesmente evitar associação com essas pessoas durante o tempo em que elas estivessem andando desordenadamente, a fim de impedir uma aparência de tolerância ao pecado.
O apóstolo Paulo ensinou de modo coerente que aqueles que trabalham para o evangelho são dignos de receber remuneração (1 Tm 5.17-18). Normalmente, o apóstolo aceitava ajuda financeira para o seu ministério, mas quando ele temia que seus motivos fossem postos em dúvida ou quando, como em Tessalônica, um exemplo forte precisava ser dado para aqueles que eram avessos ao trabalho, ele renunciava ao seu direito e recusava qualquer remuneração (veja 1Co 9.3-18).
Esse versículo 10 pode indicar que o problema de andar desordenadamente havia começado a aparecer antes que Paulo e seus companheiros tivessem deixado a cidade.
Ainda nessa ocasião eles sentiram que era necessário estimular os desordenados a se ocuparem de maneira proveitosa.
Sem trabalhar, as pessoas que andam desordenadamente ficam ociosas e passam a se ocupar da vida alheia. O vs. 12 é muito claro e a ordem de Paulo era no nome do Senhor Jesus Cristo que trabalhassem tranquilamente e comessem o seu próprio pão.
Já a recomendação de fazer o bem sem nunca se cansar disso era para todos e alcança todos.
No entanto, se alguém não fizesse caso dessas palavras e desprezassem esse ensino, Paulo chega a dizer que nem com eles deveríamos mais nos associar para que assim ficassem envergonhados e fossem curados.
A atitude de despertar sentimento de vergonha não tinha a intenção de punir, mas sim de provocar arrependimento e, por fim, restauração da comunhão da igreja. Afinal, não são inimigos, antes precisavam de correções.
IV. BÊNÇÃO FINAL E ASSINATURA (3.16-18).
Paulo finalizou a carta com uma bênção e a assinou. Paulo concluiu com uma bênção e acrescentou uma mensagem de próprio punho para validar a sua epístola.
Esse título “Senhor da paz” era particularmente importante para os tessalonicenses, visto que eles enfrentavam perseguição. Enquanto eles estivessem vivendo neste mundo, Jesus era a fonte de paz dentro de seus corações (Fp 4.7; Cl 3.15).
Além disso, ele era a esperança deles para um mundo futuro no qual a paz substituiria todas as tribulações, tanto as interiores como as exteriores (Rm 14.17).
Embora o apóstolo Paulo tenha feito uso de amanuenses para redigir suas epístolas, ele muitas vezes escrevia uma saudação final ou uma bênção de próprio punho.
Ele chamou a atenção para essa prática como um sinal adicional de autenticidade, para contra-atacar os falsificadores que já tinham aparecido em Tessalônica ou que poderiam vir a aparecer ali no futuro (veja também 1Co 16.21; GI 6.11; Cl 4.18; Fm 19).
Ao fazer isso, Paulo lembrou seus leitores de sua autoridade apostólica, a qual nunca deveria ser contestada na igreja (veja 1Co 14.37).
II Ts 3:1 Finalmente, irmãos, orai por nós,
                para que a palavra do Senhor
                               se propague
                               e seja glorificada, como também está acontecendo entre vós;
                               II Ts 3:2 e para que sejamos livres
dos homens perversos e maus;
                                                               porque a fé não é de todos.
II Ts 3:3 Todavia, o Senhor é fiel;
                ele vos confirmará
                e guardará do Maligno.
II Ts 3:4 Nós também temos confiança em vós no Senhor,
                de que não só estais praticando as coisas que vos ordenamos,
                como também continuareis a fazê-las.
II Ts 3:5 Ora, o Senhor conduza o vosso coração
                ao amor de Deus
                e à constância de Cristo.
II Ts 3:6 Nós vos ordenamos, irmãos,
                em nome do Senhor Jesus Cristo,
                               que vos aparteis de todo irmão
                                               que ande desordenadamente
                                               e não segundo a tradição que de nós recebestes;
II Ts 3:7 pois vós mesmos estais cientes do modo
por que vos convém imitar-nos,
                visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós,
                II Ts 3:8 nem jamais comemos pão à custa de outrem;
                               pelo contrário,
                                               em labor e fadiga,
                                               de noite e de dia,
                                                               trabalhamos, a fim de não sermos pesados
a nenhum de vós;
II Ts 3:9 não porque não tivéssemos esse direito,
                mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos,
                               para nos imitardes.
II Ts 3:10 Porque, quando ainda convosco,
                vos ordenamos isto:
                               se alguém não quer trabalhar,
                                               também não coma.
II Ts 3:11 Pois, de fato, estamos informados de que,
                entre vós, há pessoas
                               que andam desordenadamente,
                               não trabalhando; antes,
                               se intrometem na vida alheia.
II Ts 3:12 A elas, porém, determinamos e exortamos,
                no Senhor Jesus Cristo,
                               que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão.
II Ts 3:13 E vós, irmãos,
                não vos canseis de fazer o bem.
II Ts 3:14 Caso alguém não preste obediência à nossa palavra
dada por esta epístola,
                                notai-o;
                                               nem vos associeis com ele,
                                                              para que fique envergonhado.
II Ts 3:15 Todavia, não o considereis por inimigo,
                mas adverti-o como irmão.
II Ts 3:16 Ora, o Senhor da paz,
                ele mesmo,
                               vos dê continuamente a paz
                                               em todas as circunstâncias.
O Senhor seja com todos vós.
II Ts 3:17 A saudação é de próprio punho:
                Paulo.
                               Este é o sinal em cada epístola;
                                               assim é que eu assino.
II Ts 3:18 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo
                seja com todos vós.
Também vemos ressaltado neste último capítulo que Paulo estava chateado com os “vagabundos”, isso mesmo, com aqueles que não queriam trabalhar. Os tais são apenas consumidores de recursos, mas nunca produtores. São vírus destruidores que somente tem ventre e não coração, nem cérebro, nem alma, contudo não são inimigos. Haja paciência!
Ele finaliza essa Segunda Epístola aos Tessalonicenses falando da paz que está presente em todas as circunstâncias. Realmente não temos paz pela ausência de problemas, mas temos a promessa de paz em todas as circunstâncias. “O próprio Senhor da paz lhes dê a paz em todo o tempo e de todas as formas.” – II Ts 3.16.
Deus abençoe seu dia.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
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