O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 20, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 20
Como é que teremos vida no nome de Jesus? A
resposta é do próprio texto: CRENDO EM JESUS!
Foi no primeiro dia da semana, no domingo,
que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Portanto, ele está vivo e cumprirá o
que disse que voltaria. Estamos aguardando! A morte não pode com o Senhor da
vida e teve de recuar, pela primeira vez, e ceder seu reino e lugar ao Senhor
que ali estava por obra do Pai e para a nossa salvação.
Foi um dia histórico, um dia registrado em
nossa história e testemunhado pelos homens que fazem a história. Assim, também
hoje estamos aguardando um dia na história, um outro “domingo” em que Jesus
voltará para cumprir a sua palavra que disse que voltaria para cá novamente.
Ao terceiro dia ressuscitou! O momento da
ressuscitação não foi testemunhado por homem algum, mas ele levantou homens e
mulheres aos quais lhes apareceu para serem suas testemunhas de que, de fato,
ressuscitou dos mortos. Maria Madalena foi uma delas!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31) - continuação.
Como já dissemos, a morte e a ressurreição
de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias
e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo
20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais
acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
Essa 4ª parte foi dividida em três seções
principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – já vimos; B. A crucificação, a morte e o
sepultamento de Jesus (19.17-42) – já
vimos; e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31) – veremos agora.
C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus (20.1-31).
A ressurreição e as manifestações de Jesus.
Depois de registrar a descoberta do túmulo vazio (vs. 1-9), João relata o
aparecimento de Jesus a Maria Madalena (vs. 10.18), aos discípulos (vs. 19-23)
e a Tomé (vs. 24-31).
Os quatro Evangelhos apresentam relatos de
aparecimentos após a ressurreição que se complementam e que, combinados com At
1.3-8; 1Co 15.5-8, indicam treze manifestações:
üSete
em Jerusalém ou arredores.
üQuatro
na Galileia.
üUma
no monte das Oliveiras.
üUma
na estrada para Damasco.
O túmulo vazio.
João descreve claramente a ressurreição de
Jesus como um acontecimento histórico e físico. Assim como os outros escritores
do Novo Testamento, João acreditava que a ressurreição de Jesus era essencial
para a salvação (cf. 1 Co 15.12ss.).
Essa expressão do vs. 1 de que ainda era
muito escuro, não é necessariamente conflitante com Mc 16.2 (“ao despontar do
sol’”.). E possível que João esteja se referindo ao momento em que partiram, e
Marcos ao momento em que chegaram ao túmulo. Também é possível que Maria
Madalena tenha ido ao túmulo mais cedo do que as mulheres mencionadas em
Marcos.
O fato é que ela foi ao sepulcro para
encontrar o corpo de Jesus, mas encontrou o túmulo vazio e era de madrugada do
domingo. Por ter encontrado vazio o túmulo é que ela correu ao encontro de
Pedro e João.
A primeira pessoa do plural na narrativa
quando disseram que tiraram o Senhor do sepulcro e não sabiam onde o colocaram indica
que várias mulheres foram ao túmulo, conforme afirmam os outros Evangelhos.
São as mesmas mulheres que fizeram vigília
aos pés da cruz, talvez com exceção de Maria, a mãe de Jesus, que não é
mencionada aqui. Apesar do que Jesus havia lhes dito, nem Maria Madalena nem os
discípulos estavam esperando a ressurreição (cf. vs. 9).
Aquilo foi um alvoroço e Pedro e João
correram para ver os fatos e confirmar o que acontecera.
João olhou rapidamente e confirmou que nada
havia sido mudado de lugar dentro do sepulcro; então, Pedro e João
inspecionaram o sepulcro mais detalhadamente.
Os lençóis de linho estavam arrumados (vs.
7). Se alguém tivesse violado o túmulo e retirado o corpo, esses lençóis não
estariam ali, e o que foi usado para cobrir a cabeça de Jesus possivelmente
estaria jogado descuidadamente, e não "deixado num lugar à parte" (vs.
7).
João ao ver aquilo, está escrito que viu e
creu o que significa que aqueles panos que envolviam Jesus mantinham o formato
do corpo, mas ali não havia corpo.
Eles ainda não tinham compreendido a Escritura.
Só mais tarde, como resultado da instrução de Jesus, é que eles compreenderiam
a sua ressurreição como o cumprimento necessário das profecias (Lc
24.26-27,44-47; At 2.25-32; 13.35-37).
Fica evidente que os discípulos não
esperavam uma ressurreição, e que também não tentaram inventá-la para que se
encaixasse em suas próprias preconcepções.
Qualquer ajeitamento aqui iria ser uma
tragédia, mas a verdade não geraria isso, antes deixariam as pessoas perplexas.
Ninguém na terra iria conseguir montar um palco tão grande com atores tão
perfeitos, se não a própria verdade dos fatos. Depois de terem visto e
testemunhado o que viram, voltaram para casa.
O aparecimento de Jesus a Maria Madalena.
Maria, não voltou. Ficou ali como se
esperasse por algo. Jesus apareceu primeiramente a Maria Madalena, sua serva
humilde e amada.
Foi ai que seus olhos foram abertos e ela
pode ver dois anjos vestidos de branco.
Observa-se aqui uma pequena diferença entre
os relatos dos quatro Evangelhos (Mt 28.2 registra um anjo; Mc 16.5, um varão e
Lc 24.4, dois homens, que também são chamados de "anjos" em Lc
24.23).
Não existe necessariamente contradição, uma
vez que os anjos devem ter aparecido em forma humana e que um deles foi
destacado, talvez por ter sido aquele que falou.
O que Maria viu também difere ligeiramente
do que as outras mulheres testemunharam, uma vez que ela ficou sozinha no
túmulo depois de que Pedro e João partiram.
Os anjos conversam com ela e perguntam por
que ela estava chorando e ela responde que o seu Senhor tinha sido levado dali.
Foi nesse momento que ela se virou e viu ali também a Jesus, porém não o
reconheceu.
Mateus diz que Jesus já havia aparecido uma
vez ao grupo de mulheres que estavam a caminho de Jerusalém para avisar os
discípulos sobre o túmulo vazio (Mt 28.8-10).
Os discípulos não creram nas mulheres (Lc
24.11,22-23) e, ao que parece, a própria Maria quase não acreditou.
Em algumas ocasiões, depois de sua
ressurreição, Jesus não foi reconhecido de imediato (vs. 20; 21 4). É possível
que algumas pessoas não o tenham reconhecido devido ao ceticismo e à dor da
perda, ao passo que outras foram sobrenaturalmente impedidas de reconhecê-lo
(Lc 24.16,31).
Além disso, havia tanto semelhanças quanto
diferenças entre o corpo natural e o corpo ressurreto de Jesus, porém outros
diferentes, e é possível que sua aparência tenha passado por uma mudança
qualitativa (1Co 15.35-49).
Como os anjos, Jesus também pergunta por
que ela estaria chorando e o que ela estaria procurando. Ela pensava que aquele
que falava com ela fosse o jardineiro. E ela então apela para ele para, que se
soubesse, logo falasse onde estaria o corpo de Jesus.
Ao que Jesus lhe disse: “Maria!”. Foi ai
que ela o reconheceu e o chamou de Raboni! (Raboni significa Mestre).
A voz de Jesus chamando "Maria"
revelou claramente a sua identidade. Essa forma de tratamento enfatiza o termo
"Rabi" (“meu mestre’”.) e era usada em oração para dirigir-se a Deus.
No entanto, uma vez que João fornece a tradução "Mestre", é pouco
provável que tenha sido usada para se referir à divindade de Jesus.
Ela ficou muito feliz e quis demonstrar
isso ao seu Senhor, porém ele a advertiu que não o retivesse ali.
Mt 28.9 registra que as mulheres abraçaram
os pés de Jesus e, posteriormente, Tomé o tocou (vs. 27), indicando que não era
impróprio tocar no corpo ressurreto de Cristo.
O comentário feito a Maria lembrou-a de que
ele não havia meramente se recuperado, mas sim, verdadeiramente ressuscitado.
Ela não devia "detê-lo" como se fosse
um ser terreno que havia se recuperado de uma enfermidade; antes, devia
reconhecê-lo como aquele cuja ressurreição era o início de sua ascensão ao céu.
Por isso, ela foi impedida de demonstrar a
familiaridade afetuosa que havia demonstrado antes de sua morte.
No entanto, recebeu uma ordem do Senhor
para ir e anunciar aos seus irmãos que ele tinha ressuscitado. Sem dúvida, uma
referência aos seus discípulos (a mesma expressão é usada em Mt 28.10).
Seria para ela dizer a eles que ele estaria
voltando para o seu Pai e vosso Pai, para o seu Deus e vosso Deus. Jesus articulou
uma distinção entre a sua condição única de Filho e a condição de filhos
redimidos e adotados dos discípulos. Do mesmo modo, sua relação com o Pai é
diferente da relação com os seres humanos redimidos.
O aparecimento de Jesus aos discípulos.
Maria Madalena obedeceu ao Senhor e
anunciou aos discípulos.
Ao cair da tarde daquele dia, do primeiro
dia da semana, estando os discípulos com portas fechadas por medo dos judeus,
Jesus entrou e pôs-se no meio deles.
É provável que o grupo incluísse outros
além dos dez apóstolos (os doze menos Judas Iscariotes e Tomé). Veja At 1.14,
onde está registrado que as mulheres, Maria (a mãe de Jesus), seus irmãos e,
provavelmente, outros (Barsabás e Matias; At 1.23) estavam reunidos no cenáculo
depois da ascensão de Jesus.
O relato dizendo que as portas estavam
fechadas dá a impressão de que o Cristo ressurreto podia atravessar portas
fechadas (veja também o vs. 26), e não que ele as destrancou sobrenaturalmente como
em At 12.10.
Esse fato é relevante para as discussões
acerca da natureza do corpo ressurreto (1Co 15.35-49).
A primeira ministração a eles quando surgiu
no meio deles, do nada, foi que a paz estivesse com eles! Uma saudação comum
(repetida no vs. 21) e muito bem recebida, uma vez que talvez esperassem uma
repreensão pela covardia de terem abandonado Jesus no momento de sua prisão.
Ele disse isso e logo lhes mostrou as suas
marcas e feridas da crucificação nas mãos e em seu lado. As marcas deixadas
pelas feridas da crucificação (cf. vs. 25), que identificavam Jesus e
confirmavam que ele não era um fantasma.
Ele novamente lhes ministra a paz e, ato
contínuo, os envia, como o Pai o enviou: “assim como o Pai me enviou, eu também
vos envio”. Essa é uma síntese da comissão dada por Jesus aos discípulos (Mt
28.18-20 e Lc 24.44-53 apresentam a comissão em mais detalhes). Jesus é o
exemplo supremo de evangelismo e missões.
Em seguida, ele sopra neles dizendo para
receberem o Espírito Santo. Não se trata de uma referência ao poder para o
ministério, que foi outorgado no Pentecoste, mas sim à ordenação formal dos
onze discípulos para o apostolado. Quanto ao contexto veterotestamentário do
papel do Espírito Santo em ordenações oficiais, veja a nota sobre SI 51.11.
Ele explica com mais detalhes que se de
alguns perdoarem os pecados, eles estariam perdoados. Palavras semelhantes às
de Mt 16.19; 18.18.
Como fundamento da igreja (Ef 2.20), os
apóstolos deram início ao processo, continuado pela igreja (1Co 5.4), de
declarar em nome de Deus, a retenção e o perdão dos pecados.
Isso ocorre em relação à pregação do
evangelho e à operação da disciplina eclesiástica.
O aparecimento de Jesus a Tomé.
João inclui o aparecimento de Jesus a Tomé
para tratar da questão da dúvida entre os discípulos de Jesus.
Da primeira vez, Tomé não estava presente
quando o Senhor apareceu a todos. Apesar do testemunho de todos, Tomé
continuava cético. Ele desafiava os demais dizendo que somente creria se
colocasse as suas mãos e dedos nas feridas de Jesus.
Passou-se ainda uma semana e Jesus
novamente surge no meio deles, mesmo estando trancadas as portas. Novamente ministra
a paz para eles, em primeiro lugar.
Em seguida, ele chama a Tomé: “Coloque o
seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare
de duvidar e creia" – vs. 28.
Ao que Tomé exclamou: “Senhor meu e Deus
meu!”. Uma das confissões mais claras e singelas da divindade de Cristo no Novo
Testamento.
Os dois termos mais sublimes,
"Senhor" (equivalente à designação "Yahweh" do Antigo Testamento)
e "Deus”, são usados em conjunto e dirigidos inequivocamente a Jesus como
reconhecimento de sua natureza divina. Cristo aceitou esse reconhecimento sem
hesitação. Devemos isso a Tomé!
Jesus viu que crera, mas disse que mais
bem-aventurados são os que não viram e, mesmo assim, creram. Ao mesmo tempo em
que louva a fé de Tomé, Jesus pronuncia uma bênção sobre aqueles que viriam a
crer mediante o testemunho dos discípulos (17.20; cf. 1Pe 1.8-9). Essa bênção
introduz o motivo pelo qual o Evangelho foi escrito (vs. 30-31).
Está escrito que ainda muitos outros sinais
ocorreram. Nenhum dos Evangelhos afirma apresentar um registro exaustivo ou
rigorosamente cronológico (cf. 21.25). Algumas das supostas dificuldades
interpretativas podem ser explicadas tendo-se em mente esse princípio.
Estes, porém, foram registrados para que
creiais – vs. 31. Essa declaração resume sucintamente a teologia desse Evangelho:
os sinais registrados devem conduzir o leitor à fé em Jesus não apenas como um
operador de milagres, mas como "o Cristo, o Filho de Deus", o Verbo
eterno e plenamente divino de Deus. Pela fé, encontramos vida naquele que é a
própria fonte da vida (6.32-58).
Convém observar que a verdadeira fé, por
meio da qual somos abençoados, é suscitada pela leitura dessa narrativa dos
milagres de Jesus, apesar de não termos testemunhado esses fatos pessoalmente.
Jo 20:1 No primeiro dia da semana,
Maria
Madalena foi ao sepulcro de madrugada,
sendo
ainda escuro,
e
viu que a pedra estava revolvida.
Jo 20:2 Então,
correu e foi
ter com Simão Pedro
e com o outro
discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes:
Tiraram
do sepulcro o Senhor,
e
não sabemos onde o puseram.
Jo 20:3 Saiu, pois, Pedro e o outro
discípulo
e foram ao sepulcro.
Jo 20:4 Ambos corriam juntos,
mas o outro
discípulo correu mais depressa do que Pedro
e chegou
primeiro ao sepulcro;
Jo 20:5 e,
abaixando-se,
viu
os lençóis de linho;
todavia,
não entrou.
Jo 20:6 Então, Simão Pedro,
seguindo-o,
chegou
e entrou no sepulcro.
Ele
também viu os lençóis,
Jo
20:7 e o lenço que estivera
sobre
a cabeça de Jesus,
e
que não estava com os lençóis,
mas
deixado num lugar à parte.
Jo 20:8 Então,
entrou também
o outro discípulo,
que
chegara primeiro ao sepulcro,
e
viu,
e
creu.
Jo
20:9 Pois ainda não tinham
compreendido
a Escritura,
que era
necessário ressuscitar
ele
dentre os mortos.
Jo 20:10 E
voltaram os discípulos outra vez para casa.
Jo 20:11 Maria, entretanto,
permanecia
junto à entrada do túmulo, chorando.
Enquanto
chorava,
abaixou-se,
e
olhou para dentro do túmulo,
Jo
20:12 e viu dois anjos vestidos de branco,
sentados
onde o corpo de Jesus fora posto,
um
à cabeceira
e
outro aos pés.
Jo 20:13 Então, eles lhe perguntaram:
Mulher, por
que choras?
Ela lhes respondeu:
Porque
levaram o meu Senhor,
e não sei
onde o puseram.
Jo 20:14 Tendo dito isto,
voltou-se
para trás
e viu Jesus
em pé,
mas
não reconheceu que era Jesus.
Jo 20:15 Perguntou-lhe Jesus:
Mulher, por
que choras?
A quem
procuras?
Ela, supondo ser ele o jardineiro,
respondeu:
Senhor, se tu
o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Jo 20:16 Disse-lhe Jesus:
Maria!
Ela, voltando-se, lhe disse, em
hebraico:
Raboni (que
quer dizer Mestre)!
Jo 20:17 Recomendou-lhe Jesus:
Não me
detenhas;
porque
ainda não subi para meu Pai,
mas
vai ter com os meus irmãos e dize-lhes:
Subo
para meu Pai
e
vosso Pai,
para meu Deus
e
vosso Deus.
Jo 20:18 Então, saiu Maria Madalena
anunciando aos discípulos:
Vi o Senhor!
E
contava que ele lhe dissera estas coisas.
Jo 20:19 Ao cair da tarde daquele dia,
o primeiro da
semana,
trancadas
as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus,
veio
Jesus,
pôs-se
no meio e disse-lhes:
Paz
seja convosco!
Jo 20:20 E,
dizendo isto,
lhes
mostrou as mãos e o lado.
Alegraram-se,
portanto, os discípulos ao verem o Senhor.
Jo
20:21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez:
Paz
seja convosco!
Assim como o
Pai me enviou,
eu também vos
envio.
Jo 20:22 E,
havendo dito isto,
soprou
sobre eles e disse-lhes:
Recebei
o Espírito Santo.
Jo 20:23 Se
de alguns perdoardes os pecados,
são-lhes
perdoados;
se lhos
retiverdes,
são
retidos.
Jo 20:24 Ora, Tomé, um dos doze, chamado
Dídimo,
não estava
com eles quando veio Jesus.
Jo 20:25 Disseram-lhe, então, os outros
discípulos:
Vimos o
Senhor.
Mas ele respondeu:
Se eu não vir
nas suas mãos o sinal dos cravos,
e ali não
puser o dedo,
e não puser a
mão no seu lado,
de
modo algum acreditarei.
Jo 20:26 Passados oito dias,
estavam outra
vez ali reunidos os seus discípulos,
e
Tomé, com eles.
Estando as portas trancadas,
veio Jesus,
pôs-se
no meio e disse-lhes:
Paz
seja convosco!
Jo 20:27 E
logo disse a Tomé:
Põe
aqui o dedo
e
vê as minhas mãos;
chega também
a mão
e
põe-na no meu lado;
não sejas
incrédulo,
mas
crente.
Jo
20:28 Respondeu-lhe Tomé:
Senhor
meu e Deus meu!
Jo 20:29
Disse-lhe Jesus:
Porque
me viste, creste?
Bem-aventurados
os que não viram e creram.
Jo 20:30 Na verdade,
fez Jesus
diante dos discípulos muitos outros sinais
que
não estão escritos neste livro.
Jo 20:31 Estes, porém, foram registrados
para que
creiais que Jesus é o Cristo,
o
Filho de Deus,
e para que,
crendo,
tenhais
vida em seu nome.
E Tomé? Tinha
ficado de fora como parecendo aquele que tinha sido excluído, mas ele estava
era tendo a oportunidade de ser bem-aventurado e desperdiçou por causa da
dúvida ou da incredulidade.
Como iremos ter
vida em seu nome? O próprio texto responde: CRENDO NELE!
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 19, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 19
Aqui temos o dilema de Pilatos que diante
do Senhor tem de tomar uma decisão. Existe uma decisão certa, mas ele não vai
toma-la, antes tomará outra decisão e com isso encaminhará o Senhor para seu
fim.
Era plano de Deus e sua vida estava para
ser derramada em sacrifício pela vida dos homens que Deus preparou de antemão
para serem salvos. Pilatos estava com medo, mas mesmo assim agirá dando
desculpas de que suas mãos estão livres e limpas do sangue de Jesus.
Não aguentando as pressões dos judeus e das
circunstâncias acaba cedendo e entregando Jesus para a crucificação sem nele
achar qualquer crime. Um absurdo! Ele tinha autoridade para tirar Jesus dali
porque tinha recebido essa autoridade de Deus e o Senhor reconheceu isso, mas
mesmo assim, contra o bom-senso e a sua consciência, condenou o inocente.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O MINISTÉRIO ALCANÇA O CLÍMAX (18.1-20.31) - continuação.
Como já dissemos, a morte e a ressurreição
de Jesus foram acontecimentos extraordinários e comprovaram que ele é o Messias
e o Filho de Deus.
Dos versos primeiro ao último do capítulo
20, veremos esse ministério alcançando o seu clímax.
Os quatro Evangelhos relatam os principais
acontecimentos da prisão, do julgamento, da crucificação e da ressurreição de Jesus.
Essa 4ª parte foi dividida em três seções
principais: A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) – concluiremos agora; B. A crucificação, a
morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42) – veremos agora; e, C. A ressurreição e os aparecimentos de Jesus
(20.1-31).
A. A prisão e julgamento de Jesus (18.1-19.16) - continuação.
Essa seção é constituída de três subseções
principais: a. A prisão de Jesus (18.1-18) – já vimos; b. O julgamento perante Anás (18.19-27) – já vimos; e c. O julgamento perante
Pilatos (18.28-19.16) – concluiremos
agora.
c. O julgamento perante Pilatos (1 8.28-19.16) - continuação.
Nós vimos que o Evangelho de João apresenta
um relato do julgamento de Jesus diante das autoridades romanas em três fases
distintas:
(1)Perante
Pilatos (18.28-38).
(2)Perante
Herodes (Lc 23.5-12).
(3)Novamente
perante Pilatos (18.39-19.16).
João relata apenas a primeira e a terceira
fase, mas o faz de modo bem mais detalhado que os outros Evangelhos.
Em seguida, de Caifás os judeus levaram
Jesus para o Pretório - residência oficial do governador romano, Pôncio Pilatos
– vs. 18.28. Eles o levaram lá para não se contaminarem, principalmente por
causa da Páscoa.
O capítulo 19 começa com Pilatos mandando
açoitar Jesus, como se isso fosse resolver todas as coisas. Uma das maiores
autoridades constituídas, ali, entre os homens cometendo um erro brutal ao dar
início à execução da maior autoridade não somente da terra, mas do mundo
inteiro.
O açoite romano era extremamente doloroso,
pois era executado com um chicote de couro com ganchos de metal que rasgavam a
pele. É possível que Pilatos esperasse comover os acusadores de Jesus ao permitir
que testemunhassem esse castigo brutal.
Os soldados demonstraram um prazer sádico
em atormentar Jesus e escarnecer dele como o rei dos judeus. Eles até teceram
uma coroa de espinhos e a puseram na sua cabeça. Vestiram-no com uma capa de
púrpura, e, chegando-se a ele, diziam: "Salve, rei dos judeus! " E
batiam-lhe no rosto.
Com isso esperava Pilatos estar já
agradando aos que queriam aquele homem morto, mas era ledo engano. Pilatos não
via nele os crimes de que o acusavam – vs. 2-4.
Zombando, ao ver Jesus todos desfigurado,
sangrando, ferido e sujo, usando a coroa de espinhos e a capa de púrpura, disse
para eles que ali estava o homem deles, todo humilhado, ou seja, um coitado.
Era esse um modo natural de Pilatos
apresentar o acusado, mas, ao mesmo tempo, uma declaração providencialmente
apropriada: ali estava, de fato, aquele que reúne em si tudo o que a humanidade
poderia e deveria ser. Ele é o último Adão, o cabeça de uma nova humanidade
remida (1Co 15.45).
Ao vê-lo assim, não resistiram e pediram que
fosse crucificado. Eram eles os principais sacerdotes e os guardas. O ódio dos
principais sacerdotes era tanto que eles acabaram se transformando nos líderes
de uma turba.
Pilatos, finalmente, desistiu e disse para
eles que o tomassem e eles mesmos o crucificassem. Pilatos se irritou de tal
modo que não considerou que os judeus não tinham permissão de realizar uma
crucificação, ou então simplesmente ofereceu essa resposta sarcástica ao pedido
dos judeus.
Ele insistiu que não achava nele crime
algum. Pela terceira vez, Pilatos proclamou a inocência de Jesus (18.38;
19.4,6); essa narrativa corresponde ao relato de Lucas (Lc 23.4,14,22).
Os judeus insistiam com ele que Jesus tinha
de morrer, pois se declarou Filho de Deus, o que na verdade era mesmo. A
declaração se refere ao crime de blasfêmia do qual os judeus acusaram Jesus (Lv
24.16).
Diante disso, Pilatos ficou ainda mais
atemorizado. Talvez a mensagem de sua esposa (Mt 27.19) tenha abalado Pilatos;
nesse momento, Jesus foi retratado como uma figura sobrenatural.
O temor em seu coração não o fez agir em
favor do Filho de Deus e Pilatos estava mesmo assustado com o que estava
permitindo que tivesse sequência. Perguntou para Jesus de onde ele era afinal,
mas Jesus não lhe deu resposta.
Fica evidente aqui e ao longo de todo
julgamento que Jesus não estava tentando se libertar. Sua recusa em resistir à
prisão e ao julgamento fazia parte do seu sacrifício voluntário.
Pilatos não gostou desse silêncio de Jesus
e o provocou dizendo que tinha sobre ele autoridade para poder soltá-lo, ou
não. Jesus lhe responde que nenhuma autoridade terias sobre ele, se o seu Pai
não lhe tivesse dado.
Jesus reconhecia o plano soberano de Deus
que inclina até mesmo a perversidade de seus acusadores e a covardia de
Pilatos. Pedro (At 2.23) e a igreja primitiva (At 4.28) também deram testemunho
desse fato.
Diante disso, Pilatos fez de tudo para
soltá-lo, mas seus esforços não eram firmes, pois ele também estava cedendo às
pressões contrárias que sofria naqueles momentos. Os judeus apelaram dizendo
que se ele o livrasse, não estaria sendo ele amigo de César – vs. 12.
Uma declaração extraordinária vinda de
judeus do século 1. O povo judeu havia sido sujeitado à autoridade de uma
sucessão de impérios durante quase seis séculos e em várias ocasiões havia
lutado contra os gregos e romanos para obter sua independência (como voltariam
a fazer no final do século 1). No entanto, em termos comparativos, seu ódio
contra Jesus os torna "amigos de César".
Ouvindo isso, Pilatos trouxe Jesus para
fora e sentou-se na cadeira de juiz.
Estava chegando a parasceve pascal - para
os judeus, o dia de preparação do sábado ou para uma festa que coincidia com o
sábado. Acredita-se, em geral, que se trata de uma referência ao dia de
preparação para a comemoração da Páscoa (ou seja, quinta--feira).
Nesse caso, o Evangelho de João mostra
Jesus sendo crucificado no mesmo dia em que os cordeiros pascais eram
sacrificados (13.1-17.26), mas essa ideia parece conflitante com o registro dos
Evangelhos sinóticos, de acordo com os quais a crucificação de Jesus aconteceu
na sexta-feira.
É provável, porém, que a referência aqui
seja ao dia de preparação para o sábado da Semana de Páscoa (ou seja,
sexta-feira, pois o termo grego para -dia de preparação se refere, em geral, à
sexta-feira antes do sábado semanal).
Eis aqui o vosso rei, dizia Pilatos sentado
naquela cadeira de juiz. Até o último instante, Pilatos se referiu a Jesus como
"rei dos judeus". É possível que essa designação representasse um
esforço final de sua parte de comover os judeus; se era essa a sua intenção, não
foi bem-sucedida.
No verso 16, temos finalmente a sua
anuência entregando Jesus para ser crucificado e ai, os soldados se
encarregaram de Jesus.
Posteriormente, Pilatos ordenou que esse título
fosse escrito e colocado no alto da cruz (vs. 19), talvez como maneira de
insultar os judeus em retaliação por o haverem pressionado a executar Jesus.
Eles o retrucavam dizendo que não tinham
rei, senão César! Vinda dos judeus, essa proclamação representava uma traição a
Deus. Definitivamente, os judeus rejeitaram a Jesus e o rejeitam até ao dia de
hoje, século XXI, e continuarão a rejeitá-lo até reconhecerem que o messias que
estão aguardando é falso, sendo o próprio filho do diabo.
B. A crucificação, a morte e o sepultamento de Jesus (19.17-42).
Veremos dos versos 17 ao 42, a crucificação,
a morte e o sepultamento de Jesus. João registra vários detalhes desses acontecimentos
para mostrar a importância deles e para que os seguidores de Jesus nunca se
esquecessem do que seu Mestre havia feito por eles na cruz.
Jesus agora tinha a cruz para carregar. Foi
o que ele recebeu dos homens: uma cruz para nela ser crucificado. As cruzes
tinham várias formas. O fato de uma inscrição ter sido colocada sobre a cabeça
de Jesus (Mt 27.37) dá certa credibilidade à forma em que ela é normalmente
retratada.
Simão Cireneu foi forçado a carregar a cruz
de Jesus, talvez devido à fraqueza de Jesus depois do açoitamento brutal.
Apesar do que afirma a tradição, as Escrituras não falam que Jesus caiu três
vezes sob o peso da cruz. Ele estava indo para um lugar chamado Caveira, que em
aramaico era Gólgota.
Ao chegar em seu destino, o crucificaram.
A crucificação era um modo de execução
extremamente doloroso, que envolvia grande sofrimento por causa dos pregos nas
mãos e nos pés, da tensão dos músculos e tendões em todo o corpo, da grande
dificuldade de respirar, das dores de cabeça intensas, febre alta e muita sede.
Também envolvia a vergonha de ser exposto nu aos olhos do público.
Jesus foi crucificado ao lado de dois
ladrões. Dois criminosos que mereciam a pena de morte (Lc 23.4), foram
crucificados juntamente com Jesus, um detalhe que cumpriu as profecias (Is
53.12; Lc 22.37) e deu a Jesus a oportunidade de mostrar o seu poder salvador
ao resgatar um homem que estava à beira da morte eterna.
Pilatos então mandou preparar uma placa e
pregá-la na cruz, com a seguinte inscrição: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS –
vs. 19.
Os quatro Evangelhos registram a inscrição
de Pilatos com pequenas variações que devem, talvez, ser atribuídas ao fato de
terem sido escritas em três línguas, aramaico, latim e grego.
A forma apresentada por João - "Jesus
Nazareno" - possui um tom semita. Era costume colocar junto ao criminoso
uma inscrição declarando o motivo da condenação. O mais importante, e mais irônico,
é que essas palavras reconheciam Jesus oficialmente como Rei.
Houve protestos com relação ao que fora
escrito. Os principais sacerdotes diziam que a inscrição era uma ofensa à sua
nação. É possível que fosse justamente essa a intenção de Pilatos, pois ele se
recusou a mudar as suas palavras. Depois de ceder na questão principal, ele se
mostrou inflexível quanto a esse detalhe. Pilatos respondeu: "O que
escrevi, escrevi" – vs. 22.
Tendo sido crucificado, apanharam as vestes
de Jesus. Uma túnica tecida sem costura não era uma vestimenta incomum na
antiguidade. O registro desse detalhe é importante, não pelo valor da túnica,
mas por deixar clara a humilhação profunda de Jesus: ao oferecer-se como
sacrifício, absolutamente tudo lhe foi tirado. Esse fato também cumpre a
profecia de SI 22.18.
A lista apresentada no vs. 25 pode ser
entendida de modo mais apropriado como unia referência a quatro mulheres. Se
considerarmos que a irmã da mãe de Jesus é Maria, mulher de Clopas, obviamente
chegaremos à conclusão que as duas irmãs se chamavam Maria.
E possível que o Clopas citado aqui seja o
mesmo mencionado em Lc 24.18, e também o mesmo homem chamado Alfeu, pai dos
apóstolos Tiago e Mateus (Mt 10.3; Mc 2.14; 3.18; Lc 6.15).
Convém observar a coragem dessas quatro
mulheres. Algumas delas estavam presentes no sepultamento (Mt 27.61; Mc 15.47)
e na ressurreição de Jesus (Mt. 28.1; Mc 16.1; Jo 20.1-18).
Jesus estava na cruz e viu abaixo dele sua
mãe e o discípulo amado, João. Ele diz para ela e para ele. Mulher, eis ai teu
filho; e ao discípulo, eis ai a sua mãe.
Jesus não realizou a sua obra na cruz na
condição de filho de Maria, mas sim, de Mediador da nova aliança. No entanto, é
admirável que num momento de dor física e angústia mental intensas, o Senhor
tenha pensado nos outros, como indicam suas três primeiras declarações na cruz (Lc
23.34.43: Jo 19.26-27).
O cuidado terno de Jesus por sua mãe é
demonstrado na provisão de um lar mais apropriado até do que aquele que ela
teria com seus próprios filhos (Mt 13.55.56; Jo 7.5; 19.26-27).
Passou-se
um tempo e Jesus pode ver que tudo estava concluído, ou tudo já estava
consumado. A quinta e a sexta declarações na cruz foram proferidas pouco antes
da morte de Jesus.
A provação mais angustiante - o ato de
tomar sobre si, de maneira substitutiva, a ira de Deus contra o pecado (Mt
27.46; Mc 15.34), que foi acompanhado de trevas - havia chegado ao fim.
Para que ainda a Escritura se cumprisse ele
disse que tinha sede – vs. 28. É notável que numa situação de aflição extrema o
Senhor se preocupe em cumprir as Escrituras. Na verdade, outras duas das sete
declarações na cruz estão intimamente relacionadas com o Antigo Testamento (Mt
27, 46 é uma citação do SI 22.1 e Lc 23.46 cita o Sl 31.5; cf. Sl 69.21; 22.15).
Assim que provou, Jesus pode dizer que tudo
estava consumado. Corresponde ao que João relatou no vs. 28. Para muitos, o
sepultamento é o início da exaltação de Cristo, uma vez que ele foi poupado do
procedimento romano habitual de deixar o corpo de um criminoso na cruz durante
vários dias.
Deixar os corpos na cruz teria contaminado
a terra (Dt 21.23). É interessante observar que os judeus se aliaram aos
romanos para cometer um homicídio e depois fizeram questão de que se cumprisse
uma lei cerimonial judaica, a preparação.
Esse excesso de dor – o quebrar das pernas
- podia, por si mesmo, causar a morte. Certamente dificultava a respiração, uma
vez que a pessoa não podia mais se apoiar nas pernas para respirar. No caso de
Jesus nem foi necessário. Também isso aconteceu por causa das Escrituras que
diziam que nenhum de seus ossos seriam quebrados.
Para certificar-se da morte de Jesus, o
soldado abriu o lado de Jesus com uma lança. João coloca esse detalhe junto com
a descrição dos preparativos para o sepultamento nos vs. 39-40, e também a
designação específica do sepulcro no v. 41, a fim de eliminar qualquer dúvida
de que Jesus não estivesse morto.
Tanto o ato de traspassar o seu lado quanto
o fato de seus ossos não terem sido quebrados cumpriram as Escrituras do Antigo
Testamento (vs. 36-37).
Sua morte sem ossos quebrados cumpriu as
exigências rituais de Nm 9.12, também prefiguradas em SI 34.20. O
trespassamento cumpriu Zc 12.10.
João inclui o detalhe de sair sangue e água
do lado de Jesus como um depoimento tanto da realidade do corpo físico de Jesus
quanto de sua morte. E possível que também indique uma ruptura do coração que
ocorre somente em casos de agonia extrema.
Alguns comentaristas veem nesse fato um
significado simbólico e associam-no a 1Jo 5.6-8:
Este
é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas
por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a
verdade.
Porque
três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e
estes três são um.
E
três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e estes
três concordam num. (1 João 5:6-8).
Foi depois dessas coisas que aparece José
de Arrematei-a, um simpatizante secreto de Jesus, mencionado nos quatro
Evangelhos como relacionado ao sepultamento de Jesus. Não é citado em nenhuma
outra parte do Novo Testamento. Com a permissão de Pilatos, ele pode ter acesso
ao corpo para poder prepará-lo para o sepultamento.
Também Nicodemos ajudou José na preparação
do corpo. Nicodemos tinha levado cerca de trinta e quatro quilos de uma mistura
de mirra e aloés. Nicodemos fora mencionado anteriormente duas vezes nesse
Evangelho (3.1; 7.50).
Nicodemos providenciou uma grande
quantidade de especiarias aromáticas para a unção do corpo de Jesus. As
mulheres fiéis estavam presentes durante o sepultamento (Mt 27.61; Mc 15.47; Lc
23.55).
Tomando o corpo de Jesus, os dois o
envolveram em faixas de linho, juntamente com as especiarias, de acordo com os
costumes judaicos de sepultamento e o colocaram num jardim, onde havia um
sepulcro novo, onde ninguém jamais fora colocado.
Num jardim, foi criado o primeiro homem à
imagem e à semelhança de Deus.
Num jardim, foi ressuscitado o segundo
homem, o segundo Adão que é o resgate do primeiro.
Era esse o Dia da Preparação para os judeus
e visto que o sepulcro ficava perto, colocaram Jesus ali. A obra de salvação do
homem estava quase completa.
Jo 19:1 Então, por isso, Pilatos
tomou a Jesus
e mandou
açoitá-lo.
Jo 19:2 Os soldados,
tendo tecido
uma coroa de espinhos,
puseram-lha
na cabeça
e
vestiram-no com um manto de púrpura.
Jo 19:3 Chegavam-se a ele e diziam:
Salve, rei
dos judeus!
E davam-lhe
bofetadas.
Jo 19:4 Outra vez saiu Pilatos e lhes
disse:
Eis que eu
vo-lo apresento,
para
que saibais que eu não acho nele crime algum.
Jo 19:5 Saiu, pois, Jesus
trazendo a
coroa de espinhos
e o manto de
púrpura.
Disse-lhes Pilatos:
Eis o homem!
Jo 19:6 Ao verem-no,
os principais
sacerdotes
e os seus
guardas gritaram:
Crucifica-o!
Crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos:
Tomai-o vós
outros
e
crucificai-o;
porque
eu não acho nele crime algum.
Jo 19:7 Responderam-lhe os judeus:
Temos uma
lei,
e, de
conformidade com a lei,
ele
deve morrer,
porque
a si mesmo se fez Filho de Deus.
Jo 19:8 Pilatos,
ouvindo tal
declaração,
ainda
mais atemorizado ficou,
Jo
19:9 e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus:
Donde
és tu?
Mas Jesus não
lhe deu resposta.
Jo 19:10 Então, Pilatos o advertiu:
Não me
respondes?
Não
sabes que tenho autoridade
para
te soltar
e
autoridade para te crucificar?
Jo 19:11 Respondeu Jesus:
Nenhuma
autoridade terias sobre mim,
se
de cima não te fosse dada;
por
isso, quem me entregou a ti
maior
pecado tem.
Jo 19:12 A partir deste momento,
Pilatos
procurava soltá-lo,
mas
os judeus clamavam:
Se
soltas a este,
não
és amigo de César!
Todo aquele
que se faz rei
é
contra César!
Jo 19:13 Ouvindo Pilatos estas palavras,
trouxe Jesus
para fora
e sentou-se
no tribunal,
no
lugar chamado Pavimento, no hebraico Gabatá.
Jo
19:14 E era a parasceve pascal,
cerca
da hora sexta;
e
disse aos judeus:
Eis
aqui o vosso rei.
Jo 19:15 Eles, porém, clamavam:
Fora! Fora!
Crucifica-o!
Disse-lhes Pilatos:
Hei de
crucificar o vosso rei?
Responderam os principais sacerdotes:
Não temos
rei,
senão
César!
Jo 19:16 Então, Pilatos
o entregou
para ser crucificado.
Jo 19:17 Tomaram eles, pois, a Jesus;
e ele
próprio,
carregando
a sua cruz,
saiu
para o lugar chamado Calvário,
Gólgota
em hebraico,
Jo
19:18 onde o crucificaram
e
com ele outros dois,
um
de cada lado,
e
Jesus no meio.
Jo 19:19 Pilatos escreveu
também um
título
e o colocou
no cimo da cruz;
o
que estava escrito era:
JESUS
NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.
Jo 19:20 Muitos judeus leram este
título,
porque o
lugar em que Jesus fora crucificado
era
perto da cidade;
e
estava escrito em
hebraico,
latim e grego.
Jo 19:21 Os principais sacerdotes diziam
a Pilatos:
Não escrevas:
Rei
dos judeus,
e
sim que ele disse:
Sou
o rei dos judeus.
Jo 19:22 Respondeu Pilatos:
O que escrevi
escrevi.
Jo 19:23 Os soldados, pois,
quando
crucificaram Jesus,
tomaram-lhe
as vestes
e
fizeram quatro partes,
para
cada soldado uma parte;
e
pegaram também a túnica.
A
túnica, porém,
era
sem costura,
toda tecida
de alto a baixo.
Jo 19:24 Disseram, pois, uns aos outros:
Não a
rasguemos,
mas
lancemos sortes sobre ela para ver a quem caberá
-
para se cumprir a Escritura:
Repartiram
entre si as minhas vestes
e sobre a
minha túnica lançaram sortes.
Assim, pois,
o fizeram os soldados.
Jo 19:25 E junto à cruz estavam
a mãe de
Jesus,
e a irmã
dela,
e Maria,
mulher
de Clopas,
e Maria
Madalena.
Jo 19:26 Vendo Jesus sua mãe
e junto a ela
o discípulo amado, disse:
Mulher,
eis aí teu filho.
Jo 19:27 Depois, disse ao discípulo:
Eis aí tua
mãe.
Dessa
hora em diante,
o
discípulo a tomou para casa.
Jo 19:28
Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado,
para
se cumprir a Escritura, disse:
Tenho
sede!
Jo 19:29 Estava ali um vaso cheio de
vinagre.
Embeberam de
vinagre uma esponja
e,
fixando-a num caniço de hissopo,
lha
chegaram à boca.
Jo 19:30 Quando, pois, Jesus tomou o
vinagre, disse:
Está
consumado!
E,
inclinando a cabeça,
rendeu
o espírito.
Jo 19:31 Então, os judeus,
para que no
sábado
não
ficassem os corpos na cruz,
visto
como era a preparação,
pois
era grande o dia daquele sábado,
rogaram
a Pilatos
que se lhes
quebrassem as pernas,
e
fossem tirados.
Jo 19:32 Os soldados
foram
e quebraram
as pernas
ao
primeiro
e
ao outro que com ele tinham sido crucificados;
Jo
19:33 chegando-se, porém, a Jesus,
como
vissem que já estava morto,
não
lhe quebraram as pernas.
Jo
19:34 Mas um dos soldados lhe abriu o lado
com
uma lança,
e
logo saiu sangue e água.
Jo 19:35 Aquele que isto viu testificou,
sendo
verdadeiro o seu testemunho;
e ele sabe
que diz a verdade,
para
que também vós creiais.
Jo 19:36 E isto aconteceu para se
cumprir a Escritura:
Nenhum dos
seus ossos será quebrado.
Jo 19:37 E outra vez diz a Escritura:
Eles verão
aquele a quem traspassaram.
Jo 19:38 Depois disto, José de
Arimatéia,
que era
discípulo de Jesus,
ainda
que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus,
rogou
a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo de Jesus.
Pilatos
lho permitiu.
Então, foi José de Arimatéia
e retirou o
corpo de Jesus.
Jo 19:39 E também Nicodemos,
aquele que
anteriormente viera ter com Jesus à noite,
foi,
levando cerca de cem libras de um composto
de
mirra e aloés.
Jo 19:40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus
e o
envolveram em lençóis com os aromas,
como
é de uso entre os judeus
na
preparação para o sepulcro.
Jo 19:41 No lugar onde Jesus fora
crucificado,
havia um
jardim,
e neste, um
sepulcro novo,
no
qual ninguém tinha sido ainda posto.
Jo
19:42 Ali, pois, por causa
da
preparação dos judeus
e
por estar perto o túmulo,
depositaram
o corpo de Jesus.
Jesus morreu! O
inocente que não tinha pecado se fez pecado por nós. O justo morreu pelo
injusto para fazer deste um justificado pelo seu sangue. Deus não nos fez
justos em Cristo Jesus, antes, fomos justificados pelo Justo.
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