Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Chegamos ao final do Evangelho de Lucas, agora veremos o capítulo 24,
parte VI.
VI. OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS EM JERUSALÉM (22.1-24.53) - continuação.
Como já dissemos, estamos vendo agora o
último capítulo do livro do Evangelho de Lucas onde estão registrados os
últimos dias de Jesus em Jerusalém. Lucas relatou, como já observamos, os
acontecimentos dos últimos dias da vida de Jesus - quando o seu ministério
chegou ao clímax. Ele se concentra no sofrimento de Jesus em favor de seu povo,
salientando também a glória de Cristo após sua ressurreição, bem como o futuro
da igreja após a ascensão de Cristo.
Para melhor exploração do conteúdo,
estamos, seguindo a divisão proposta da BEG, a divisão da presente parte em 7
seções: A. A conspiração para trair Jesus (22.1-6) – já vimos; B. O cenáculo (22.7-38) – já vimos; C. O Getsêmani (22.39-53) – já vimos; D. A negação de Pedro (22.54-62) – já vimos; E. Os julgamentos de Jesus (22.63-23.25) – já vimos; F. A crucificação (23.26-56) – já vimos; G. A ressurreição (24.1-49)
– veremos agora; e, H. A ascensão
(24.50-53) – veremos e concluiremos agora.
Breve síntese do capítulo 24.
No capítulo anterior, falamos da traição,
prisão, acusação, julgamento, condenação, sofrimento, castigo, crucificação e
morte de Jesus que ocorreram dentro de um período de mais ou menos 12 horas,
tudo numa sexta-feira daquela época.
Mas agora, a morte que parecia vitoriosa,
teve de perder sua primeira vítima dentre milhares de milhares, milhões de
milhões e bilhões de bilhões daqueles por quem Jesus morreu e ressuscitou.
Jesus ressuscitou! Não, não reencarnou, nem
se misturou, nem se metamorfoseou-se, nem desapareceu... RESSUSCITOU DOS
MORTOS!
Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de
Tiago, SIM, AS MULHERES, foram as que primeiro souberam do acontecido por causa
da sua busca por Jesus e anunciaram aos discípulos que acharam que elas estavam
delirando. Pedro foi o primeiro a acreditar, mas mesmo assim foi investigar e
admirou-se de ter encontrado somente os panos de linho.
Você já imaginou Jesus se aproximar, andar
contigo e você não perceber quem era? Assim, foi com os discípulos no caminho
de Emaus. Ardia-lhes o coração, mas não podiam ver que era Jesus e somente
puderam quando se abriram os seus olhos e viram, quer dizer, não viram mais...
Ainda falavam eles da aventura com Jesus no
caminho de Emaús quando o próprio Jesus aparece no meio deles e qual a primeira
palavra a eles dirigida? “PAZ SEJA CONVOSCO!”. É a paz que o mundo não pode nos
dar que nos dá Jesus...
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
G. A ressurreição (24.1-49).
Dos versos 1 ao 49, veremos a ressurreição
de Jesus Cristo, o primeiro. Cada Evangelho trata da ressurreição à sua própria
maneira, embora nenhum descreva como ela ocorreu. Contudo, alguns detalhes
estão bem claros nos quatro Evangelhos: o túmulo estava vazio, os discípulos
demoraram a acreditar que a ressurreição havia ocorrido e as mulheres se
sobressaíram nos primeiros aparecimentos de Jesus ressurreto.
Porém, cada Evangelho registra algum fato
ou acontecimento que não aparece nos outros. Lucas inclui o relato da caminhada
a Emaús, a incredulidade de Tomé e a ascensão de Jesus aos céus.
Foi bem no começo do primeiro dia da semana,
alta madrugada que as mulheres se dirigiram ao túmulo. Começava ao pôr do sol
do dia de sábado. As mulheres tiveram o período da noite para terminar os preparativos
antes de irem ao túmulo, ao amanhecer.
O sepulcro era lacrado por uma pedra que
era rolada e encaixada na sua abertura; nesse caso, um selo havia sido colocado
nessa pedra (Mt 27.66). As mulheres estavam preocupadas sobre como removeriam a
pedra (Mc 15.46). A BEG recomenda ler nesse momento o seu artigo teológico
"A ressurreição de Jesus", em Lc 24 – reproduzido logo abaixo.
No entanto, encontraram a pedra removida,
mas ao entrarem, não encontraram o corpo. Foi nesse momento que lhes apareceram
dois anjos com vestes resplandecentes e estes lhes comunicaram que ele não
estava ali, mas tinha ressuscitado.
Os anjos as lembraram das profecias de
Jesus acerca de sua morte e ressurreição (18.31-34). O uso do verbo na forma
passiva – vs. 7 “ressuscite” - indica a atividade do Pai, que ressuscitou Jesus
pelo poder do Espírito Santo. Elas então se lembraram das palavras de Jesus e
entenderam o que havia acontecido.
Imediatamente saíram dali para comunicarem
aos onze - Judas não era mais um dos apóstolos, mas os outros haviam
permanecido – e a todos mais - essa expressão indefinida mostra que havia um
grupo grande de seguidores de Jesus em Jerusalém nesse momento. Muitos eram
galileus que estavam em Jerusalém para celebrar a Páscoa.
As mulheres que estavam com Jesus e que
foram as primeiras a anunciarem a ressurreição dos mortos. Os discípulos ao
ouvirem elas parecia-lhes um delírio e não acreditaram nelas – vs. 11.
·Maria
Madalena - essa mulher teve o privilégio de ser a primeira pessoa a ver o
Senhor ressurreto (Jo 20.10-18). Ela é mencionada nos quatro Evangelhos em
conexão com o relato da crucificação e ressurreição; porém, exceto por isso,
ela só é mencionada em 8.2.
·Joana
– ela é mencionada em 8.3.
·Maria
- mãe de Tiago. Talvez seja correto considerar essa segunda Maria como sendo
mãe de Tiago (cf. Mc 15.40), embora Lucas tenha escrito literalmente "a
Maria de Tiago". Ela não era mãe do apóstolo Tiago, filho de Zebedeu,
porque Mt 27.56 traz "e a mulher de Zebedeu", isto é, outra mulher
que não a "mãe de Tiago e de José". Jo 19.25 afirma que pelo menos
três mulheres chamadas Maria estavam presentes: a mãe de Jesus, a esposa de Cleopas
e Maria Madalena.
É
possível que a mãe de Tiago fosse esposa de Cleopas, mas não temos mais
informações disponíveis além da registrada em Jo 19.25, e também não sabemos se
ela teve dois filhos chamados Tiago e José.
Todavia,
a mãe de Jesus teve dois filhos chamados Tiago e José (Mt 13.55; Mc 6.3), e
esse José aqui pode ser o mesmo registrado em Mt 27.56; logo, é possível que
essa Maria, mãe de Tiago, fosse a mãe de Jesus.
·As
demais - Lucas acrescenta a referência "e as demais", indicando que
havia outras mulheres com elas.
O testemunho das mulheres não era
considerado com seriedade entre os judeus do século 1, e por causa disso os
onze, além de outros homens relacionados a eles, se recusaram a acreditar no
que as mulheres estavam dizendo. Jesus sabia disso e mesmo assim escolheu essa
forma justamente para mostrar aos homens que ele é o Senhor e aprovava o
ministério das mulheres nas divulgações das coisas do reino de Deus.
Foi ainda naquele mesmo dia que dois
discípulos estavam no caminho de Emaús. Não se sabe a localização exata dessa
aldeia. Eles conversavam sobre tudo que tinha acontecido nos últimos dias
quando Jesus se aproxima deles e passa a acompanhá-los. Eles nada notaram.
Parece indicar que Deus os estava impedindo de reconhecerem Jesus nesse
momento.
Jesus lhes faz algumas perguntas do que
conversavam e um deles, Cleopas - não se sabe quem era Cleopas, exceto por essa
passagem – até repreende a Jesus por parecer ser o único que de nada sabia e
começa a contar a ele os fatos.
Eles responsabilizaram principalmente seu
próprio povo, e não os romanos, pela morte de Jesus.
Então ele confessa que tinha, juntamente
com os outros certas expectativas de redenção. O termo “redenção’, do verbo
redimir, significa libertar mediante o pagamento de um resgate. É bastante
claro que esses dois discípulos estavam esperando a libertação de sua nação.
Os dois deveriam ter compreendido muito
mais do que na verdade demonstraram, pois era evidente que haviam entendido o
que a Escritura relatou sobre a glória do Messias; no entanto, não
compreenderam o que estava escrito sobre o sofrimento do Messias.
No verso 25, agora é a vez de Jesus de
censurá-los e chamar a atenção deles que estavam néscios e tardos de coração
para crerem tudo o que os profetas disseram em todas as Escrituras. Uma
referência ao Antigo Testamento em sua totalidade.
Jesus então lhes explica que tudo o que
aconteceu era necessário e que convinha que o Cristo padecesse e depois
entrasse na sua glória. Foi nesse momento que Jesus começou a discorrer nesse
assunto – o que contava dele em toas as Escrituras - começando por Moisés.
Já estavam se aproximando da aldeia para
onde iam e Jesus fez menção que iria passar adiante, mas eles o constrangeram a
ficar um pouco mais alegando que já era tarde e o que o dia já ia se
reclinando. Jesus entrou para ficar com eles.
Quando estavam à mesa, no momento do partir
do pão, tomando ele o pão, abençoou e tendo-o partido, deu a eles.
Procedimentos que o anfitrião realizava durante a refeição (cf. 22.19).
Nesse instante, do partir do pão, seus
olhos foram abertos. Aparentemente, outra ação divina (cf. vs. 16). O engraçado
é que eles não o viam e quando puderam vê-lo e o reconheceram, não mais podiam
vê-lo.
Na mesma hora, então, foram para Jerusalém
para contarem aos demais e encontrou os onze reunidos e mais alguns outros que
já afirmavam que o Senhor tinha ressuscitado. Aqueles dois do caminho de Emaús
aproveitaram também para contarem o que tinham visto e presenciado. Os onze não
acreditaram nas mulheres (vs. 11), mas o aparecimento a Simão Pedro transmitiu
convicção.
Eles estavam ali falando disso e repentinamente
Jesus aparece no meio deles e lhes ministra a paz que somente ele pode nos dar.
O aparecimento repentino de Jesus entre eles, embora as portas estivessem
trancadas (Jo 20.19), indica que o corpo ressurreto de Jesus não possui as
mesmas limitações que o nosso.
Eles ficaram muito assustados e até
imaginavam estarem vendo fantasmas ou algum espírito. Jesus os censura
explicando que era ele mesmo. Ofereceu suas mãos e pés para o exame deles, pois
traziam nelas as marcas dos pregos.
Ainda assim, por causa do choque e da
alegria, ainda não acreditaram e Jesus anunciou que tinha fome e eles
apresentaram a ele um pedaço de peixe assado. O corpo ressurreto pode fazer uso
do alimento.
Foi em seguida que Jesus explica para eles
as Escrituras dizendo que importava se cumprisse tudo. Observe a palavra
"importava". Não é por acaso que a Escritura (a Lei de Moisés, os
Profetas e os Salmos) se cumpre: há uma exigência divina para isso. Refere-se à
tripla divisão da Bíblia hebraica (a única passagem em que é explicitamente
mencionada no Novo Testamento). Jesus estava dizendo que toda a Escritura dá
testemunho dele.
O verso 45 é a chave da interpretação
bíblica, pois Jesus lhes abriu o entendimento. Jesus mostrou a seus discípulos
o caminho para entender a Bíblia. A morte de Cristo e sua ressurreição haviam
sido profetizadas nas Escrituras.
Não foi apenas a morte e ressurreição de
Jesus que foram profetizadas, mas também o chamado ao arrependimento e perdão,
baseados na obra redentora de Cristo.
Os pregadores não devem produzir conceitos
baseados em seus próprios entendimentos, mas sim transmitir o que tinha ouvido
e visto Deus fazer.
O Cristo ressurreto enviaria o que o Pai
havia prometido (isto é, o dom do Espírito Santo, JI 2.28-32; At 2.1-4). .
H. A ascensão (24.50-53).
Dos vs. 50 ao 53, veremos a ascensão de
Jesus. Lucas encerra o seu Evangelho com a ascensão de Cristo aos céus e a
alegria dos apóstolos por tudo o que aconteceu. Lucas desejava que seus
leitores tivesse a mesma atitude diante dos fatos que estava lhes relatando.
Aqui Lucas não fornece uma data para esse
acontecimento, mas posteriormente relatou que a ascensão ocorreu quarenta dias
após a ressurreição (At 1.3). Foi Jesus que os levou para a Betânia - uma
aldeia que ficava no monte das Oliveiras, distante cerca de 3 km a leste de
Jerusalém (Jo 11.18) – onde erguendo as suas mãos os abençoou.
Enquanto abençoava ia-se retirando deles. O
relato de Lucas sobre ascensão é breve, mas está de acordo com a conclusão da
primeira obra de Lucas, cuja intenção era fazer um relato de "todas as
coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar até ao dia em que... foi elevado
às alturas" (At 1.1-2). Encontramos um relato mais detalhado sobre a
ascensão na segunda obra de Lucas (At 1.9-11).
A ascensão marca o término da obra que
Jesus veio realizar na Terra e assinala o início do que continua a fazer por
meio da igreja. (A BEG recomenda aqui mais uma leitura de seus excelentes
artigos teológicos: "A ascensão de Jesus", em Hb 8).
Nesse momento os discípulos estavam adorando-o
enquanto subiam. Qualquer que tenha sido a opinião que haviam tido sobre Jesus
antes da ascensão, agora os discípulos o reconheceram por sua divindade e o
adoraram. A separação não trouxe tristeza, mas "grande júbilo".
Lucas encerra o seu Evangelho do mesmo modo
que começou: em Jerusalém, louvando a Deus.
Lc
24:3. Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
Lc 24:4. E,
estando elas perplexas a esse respeito,
eis
que lhes apareceram
dois
varões em vestes resplandecentes;
Lc 24:5. e
ficando elas atemorizadas
e abaixando o
rosto para o chão,
eles
lhes disseram:
Por que
buscais
entre
os mortos
aquele
que vive?
Lc
24:6. Ele não está aqui,
mas
ressurgiu.
Lembrai-vos
de como vos falou,
estando ainda
na Galiléia.
Lc 24:7.
dizendo:
Importa que o
Filho do homem
seja
entregue
nas mãos de
homens pecadores,
e seja
crucificado,
e ao terceiro
dia ressurja.
Lc
24:8. Lembraram-se, então, das suas palavras;
Lc
24:9. e, voltando do sepulcro,
anunciaram
todas estas coisas
aos
onze
e
a todos os demais.
Lc
24:10. E eram
Maria
Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago;
também
as outras que estavam com elas
relataram
estas coisas aos apóstolos.
Lc
24:11. E pareceram-lhes como um delírio
as
palavras das mulheres
e
não lhes deram crédito.
Lc 24:12. Mas
Pedro,
levantando-se,
correu ao sepulcro;
e,
abaixando-se,
viu
somente os panos de linho;
e retirou-se,
admirando
consigo o que havia acontecido.
Lc 24:13.
Nesse mesmo dia,
iam
dois deles para uma aldeia chamada Emaús,
que
distava de Jerusalém sessenta estádios;
Lc 24:14. e
iam comentando entre si
tudo
aquilo que havia sucedido.
Lc 24:15.
Enquanto assim comentavam e discutiam,
o
próprio Jesus se aproximou,
e
ia com eles;
Lc 24:16. mas
os olhos deles
estavam
como que fechados,
de
sorte que não o reconheceram.
Lc 24:17.
Então ele lhes perguntou:
Que
palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?
Eles
então pararam tristes.
Lc 24:18. E
um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe:
És
tu o único peregrino em Jerusalém
que
não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias?
Lc 24:19. Ao
que ele lhes perguntou:
Quais?
Disseram-lhe:
As
que dizem respeito a Jesus,
o
nazareno,
que
foi profeta,
poderoso
em obras e palavras
diante de
Deus e de todo o povo.
Lc
24:20. e como os principais sacerdotes
e
as nossas autoridades
o
entregaram para ser condenado à morte,
e
o crucificaram.
Lc 24:21.
Ora,
nós
esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel;
e,
além de tudo isso,
é
já hoje o terceiro dia desde
que
essas coisas aconteceram.
Lc
24:22. Verdade é, também,
que
algumas mulheres do nosso meio
nos
encheram de espanto;
pois
foram de madrugada ao sepulcro
Lc 24:23. e,
não achando o corpo dele voltaram,
declarando
que tinham tido
uma
visão de anjos
que
diziam estar ele vivo.
Lc
24:24. Além disso,
alguns
dos que estavam conosco foram ao sepulcro,
e
acharam ser assim como as mulheres haviam dito;
a
ele, porém,
não
o viram.
Lc
24:25. Então ele lhes disse:
Ó
néscios, e tardos de coração
para crerdes
tudo o que os profetas disseram!
Lc
24:26. Porventura não importa que o Cristo
padecesse
essas coisas e entrasse na sua glória?
Lc
24:27. E, começando por Moisés, e por todos os profetas,
explicou-lhes
o que dele se achava
em
todas as Escrituras.
Lc
24:28. Quando se aproximaram da aldeia para onde iam,
ele
fez como quem ia para mais longe.
Lc 24:29.
Eles, porém, o constrangeram, dizendo:
Fica
conosco; porque é tarde, e já declinou o dia.
E
entrou para ficar com eles.
Lc
24:30. Estando com eles à mesa,
tomou
o pão e o abençoou;
e,
partindo-o, lho dava.
Lc
24:31. Abriram-se-lhes então os olhos,
e
o reconheceram;
nisto
ele desapareceu de diante deles.
Lc
24:32. E disseram um para o outro:
Porventura
não se nos abrasava o coração,
quando
pelo caminho nos falava,
e
quando nos abria as Escrituras?
Lc
24:33. E na mesma hora
levantaram-se
e
voltaram para Jerusalém,
e
encontraram reunidos os onze
e
os que estavam com eles,
Lc
24:34. os quais diziam:
Realmente
o Senhor ressurgiu,
e
apareceu a Simão.
Lc
24:35. Então os dois
contaram
o que acontecera no caminho,
e
como se lhes fizera conhecer no partir do pão.
Lc 24:36.
Enquanto ainda falavam nisso,
o
próprio Jesus se apresentou no meio deles,
e
disse-lhes:
Paz
seja convosco.
Lc
24:37. Mas eles,
espantados
e atemorizados,
pensavam
que viam algum espírito.
Lc
24:38. Ele, porém, lhes disse:
Por
que estais perturbados?
e por que
surgem dúvidas em vossos corações?
Lc
24:39. Olhai as minhas mãos e os meus pés,
que
sou eu mesmo;
apalpai-me
e
vede;
porque
um espírito não tem
carne
nem ossos,
como
percebeis
que
eu tenho.
Lc
24:40. E, dizendo isso,
mostrou-lhes
as mãos e os pés.
Lc 24:41. Não
acreditando eles ainda
por
causa da alegria,
e
estando admirados, perguntou-lhes Jesus:
Tendes
aqui alguma coisa que comer?
Lc
24:42. Então lhe deram um pedaço de peixe assado,
Lc
24:43. o qual ele tomou
e
comeu diante deles.
Lc
24:44. Depois lhe disse:
São
estas as palavras que vos falei,
estando
ainda convosco,
que
importava que se cumprisse tudo
o
que de mim estava escrito
na
Lei de Moisés,
nos
Profetas
e
nos Salmos.
Lc 24:45.
Então
lhes
abriu o entendimento
para
compreenderem
as
Escrituras;
Lc
24:46. e disse-lhes:
Assim está
escrito que o Cristo padecesse,
e
ao terceiro dia ressurgisse
dentre
os mortos;
Lc
24:47. e que em seu nome
se
pregasse o arrependimento
para
remissão dos pecados,
a
todas as nações,
começando
por Jerusalém.
Lc
24:48. Vós sois testemunhas destas coisas.
Lc
24:49. E eis que sobre vós
envio
a promessa de meu Pai;
ficai
porém, na cidade,
até que do
alto sejais
revestidos
de poder.
Lc
24:50. Então os levou fora,
até
Betânia;
e levantando
as mãos,
os
abençoou.
Lc 24:51. E
aconteceu que,
enquanto
os abençoava,
apartou-se
deles;
e
foi elevado ao céu.
Lc
24:52. E, depois de o adorarem,
voltaram
com grande júbilo
para
Jerusalém;
Lc 24:53. e
estavam continuamente no templo,
bendizendo
a Deus.
Aqui fica claro
que sem o Espírito Santo não podemos entender as Escrituras. Jesus falava-lhes
sobre tudo que está escrito, mas somente vieram a entendê-la depois de ele
mesmo lhes abrir o entendimento. O homem morto em seus delitos e pecados não
pode entender, nem mesmo buscam a Deus... por isso que a salvação é
monergística.
A ressurreição de Jesus: Por que
ele ressuscitou?[2]
Ao longo da história da igreja, a ressurreição física de Jesus sempre
foi considerada uma das doutrinas fundamentais da fé cristã. O Novo Testamento
expressa a certeza da ressurreição física de nosso Salvador como um fato
histórico. Os quatro Evangelhos ressaltam o caráter factual desse
acontecimento, mostrando as muitas testemunhas do túmulo vazio e dos
aparecimentos de Jesus (veja o quadro "Os aparecimentos de Jesus após a
sua ressurreição", em Lc 24). O livro de Atos também insiste no fato de
que a ressurreição realmente ocorreu (At 1.3; 2.24-35; 3.15; 4.10; 5.30-32;
13.33-37). Paulo considera a ressurreição uma prova incontestável da veracidade
da mensagem acerca de Jesus como Juiz e Salvador (At 17.31; 1Co 15.1-11,20).
Na teologia reformada, a ressurreição de Jesus é apreciada com duas
ênfases fundamentais. Em primeiro lugar, é considerada a validação das
declarações de Cristo acerca da eficácia de sua morte expiatória. A
ressurreição de Jesus demonstrou a sua vitória sobre a morte (At 2.24; 1Co
15.54-57), provou a sua justiça ao 16.10) e confirmou a sua divindade (Rm 1.4).
Esse acontecimento, portanto, levou à sua ascensão, entronização (At 1.9-11;
2.33-34; Fp 2.9-11; cf. Is 53.10-12) e atual reinado celestial. A realidade da
ressurreição garante o perdão e a justificação dos cristãos nos dias de hoje
(Rm 4.25; 1Co 15.17; Hb 7.24-25), bem como sua esperança futura da vida
renovada quando Cristo voltar (Jo 11.25-26; Rm 6; Et 1.18-2.10; Cl 2.9-15;
3.1-4).
Em segundo lugar, a ressurreição de Jesus é vista como a transição de
Cristo do julgamento desta era para as glórias da era vindoura. Jesus foi
ressuscitado de entre os mortos para que o seu corpo pudesse receber
glorificação e imortalidade (Fp 3.21; Hb 7.16,24). E nesse corpo e por meio
dele que o Filho de Deus vive eternamente no céu. Em decorrência disso, quando
homens e mulheres são unidos com Cristo pela fé, também são transportados da
era do pecado e da morte para a era da vida renovada (Rrn 6.4-11; veja também
artigo teológico "A união com Cristo", em Cl 6). Hoje, os cristãos
recebem o poder do Espírito que ressuscitou Jesus de entre os mortos (Rm 8.11).
Como Jesus, vivemos em novidade de vida (Rm 6.4). Em resumo, a ressurreição de
Cristo foi tão essencial para a nossa salvação quanto a sua morte, pois é pela
união com a ressurreição de Cristo que o nosso corpo mortal será transformado
num corpo imperecível no último dia (Rm 6.5; 1Co 15.42-57). Sem a ressurreição
de Cristo, a nossa fé seria vã, pois ainda estaríamos mortos sob o julgamento
de Deus, e não poderíamos viver eternamente num corpo renovado (1Co 15.12-20).
Paulo indica que nem todos os cristãos precisarão morrer para receber o
seu novo corpo na ressurreição final. Em 1Co 15.50-54, o apóstolo ensina que os
cristãos que estiverem vivos na terra quando Cristo voltar, passarão por uma
transformação física total e, em 2Co 5.1-5, explica que os cristãos que
morrerem antes da segunda vinda serão "revestidos" (v. 2) com um
corpo novo - uma "casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus"
(v. 1) - como um acontecimento distinto.
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Estamos no capítulo 23, parte VI.
VI. OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS EM JERUSALÉM (22.1-24.53) - continuação.
Estamos vendo agora o penúltimo capítulo do
livro do Evangelho de Lucas onde estão registrados os últimos dias de Jesus em
Jerusalém. Lucas relatou, como já observamos, os acontecimentos dos últimos
dias da vida de Jesus - quando o seu ministério chegou ao clímax. Ele se
concentra no sofrimento de Jesus em favor de seu povo, salientando também a
glória de Cristo após sua ressurreição, bem como o futuro da igreja após a
ascensão de Cristo.
Para melhor exploração do conteúdo,
estamos, seguindo a divisão proposta da BEG, a divisão da presente parte em 7
seções: A. A conspiração para trair Jesus (22.1-6) – já vimos; B. O cenáculo (22.7-38) – já vimos; C. O Getsêmani (22.39-53) – já vimos; D. A negação de Pedro (22.54-62) – já vimos; E. Os julgamentos de Jesus (22.63-23.25) – concluiremos agora; F. A crucificação
(23.26-56) – veremos agora; G. A
ressurreição (24.1-49); e, H. A ascensão (24.50-53).
Breve síntese do capítulo 23.
Lucas 23 narra o julgamento, a condenação,
a crucificação e a morte de Jesus com riqueza de detalhes que impressiona o
leitor.
Até Pilatos e Herodes com Jesus vieram a
reatar a amizade que tinham. Era dever deles e responsabilidade julgá-lo com
justiça, mas essa estava cega e não seguiu a Deus, antes o ventre dos homens que
queriam a sua morte.
O homem tem o senso de justiça nele por
causa da graça soberana de Deus, único justo. A justiça é um atributo da
divindade e se fôssemos personificá-la trazendo à existência entre nós teríamos
de chamá-la de Deus. Deus é justiça e a justiça está com Deus.
Quando apelamos para a justiça, estamos
apelando para Deus. Quando nos queixamos que ela foi torcida, estamos com isso
dizendo ou clamando a Deus que a execute, pois passamos a falar em seu nome.
Ninguém ali queria nada com a justiça, por isso o resultado absurdo de
condenação à morte por crucificação.
Jesus morreu! Sua traição, prisão,
acusação, julgamento, condenação, sofrimento, castigo, crucificação e morte
ocorreram dentro de um período de mais ou menos 12 horas. Foi tudo tão rápido!
Os discípulos perderam o chão e ainda estavam absortos em pensamentos sem
entenderem bem o que estava se sucedendo.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
E. Os julgamentos de Jesus (22.63-23.25) - continuação.
Até o vs. 25, veremos como foram os
julgamentos de Jesus. Lucas registra as injustiças e as insolências cometidas
contra Jesus em seu julgamento.
Levantou-se toda a assembleia para levar
Jesus a Pilatos. Não era necessário que todos comparecessem, mas um grupo grande
impressionaria Pilatos pela sua seriedade e solidariedade.
A acusação de toda essa assembleia era que
Jesus estaria pervertendo a nação – vs. 2. Uma acusação curiosamente vaga. Também
de que estaria vedando pagar tributo a César. Na verdade, Jesus havia dito
exatamente o contrário (20.25). E ainda que estivesse afirmando ser ele o
Cristo, o Rei. Na seção registrada por Lucas, Jesus se recusou explicitamente a
fazer uso desse termo (22.67-68). Contudo, em Mt 16.17, ele confirmou a
confissão de Pedro com relação a isso.
Assim, num certo sentido essa acusação era
verdadeira, porém incorreta no sentido que os judeus estavam apresentando aos
romanos, ou seja, de que Jesus afirmava ser um líder político que rivalizava
com César. Logo, essa acusação, como todas as outras, era falsa.
Pilatos deve ter se impressionado com toda
a assembleia e também lhe fez uma pergunta se seria ele o rei dos judeus. Num
sentido que era crucialmente importante, Jesus era o Rei dos judeus, de modo
que ele não poderia negar. Porém, ele não era rei no sentido que Pilatos
entendia o termo e, portanto, não podia confirmar. Logo, a sua resposta foi
vaga e neutra (cf. Jo 18.33-38), o que foi suficiente para Pilatos perceber que
Jesus não era um revolucionário.
No império Romano, o julgamento geralmente
era realizado na província onde o crime foi cometido, porém podia ser
transferido para a província natal do acusado. Pilatos aproveitou-se dessa
minúcia jurídica para enviar Jesus a Herodes. Somente Lucas registra esse
detalhe.
Ao ver Jesus que tinha sido enviado a
Herodes por Pilatos muito se alegrou com ele e esperava ver ali, pessoalmente,
algum tipo de sinal ou feito extraordinário, mas Jesus nada lhe respondia.
Herodes foi a única pessoa com quem Jesus se recusou a falar.
Herodes fez pouco caso de Jesus e não
considerou com seriedade as acusações contra ele. Além disso, o tratou com
desprezo, escarneceu dele e ainda fê-lo vestir um manto aparatoso e o devolveu
a Pilatos, com quem, a partir desse momento, reateve sua amizade.
Jesus comparece pela segunda vez diante de
Pilatos e este reunindo seus acusadores e todo o povo resolve apenas castigá-lo
e depois soltá-lo. De acordo com a lei romana, uma pessoa poderia receber uma
surra leve como uma advertência para que fosse mais cuidadoso no futuro.
Pilatos esperava que com esse procedimento conseguisse aplacar a ira dos judeus
e ao mesmo tempo libertar um homem que ele sabia ser inocente.
A tradição de libertar um prisioneiro
durante a Páscoa não tem sido comprovada por fontes extra bíblicas, mas esse
tipo de costume era bastante praticado nesse período, e a oferta de Pilatos não
é implausível.
A multidão gritava por Barrabás, um homem
que seria desconhecido não fosse esse registro. Seu nome significa "filho
do pai”, e Lucas relata que seus crimes eram rebelião e assassinato. Barrabás
era visivelmente um criminoso, mas para a multidão de Jerusalém ele pode ter
sido considerado como um herói do movimento da resistência.
Pilatos ainda tentou evitar a condenação de
Jesus, brincando com sua plateia, mas eles insistiam com ele que não soltasse a
Jesus, mas sim a Barrabas. Pilatos então cede ao desejo da multidão e de seus
acusadores, liberta Barrabas e condena Jesus à crucificação.
A máxima autoridade humana que poderia e
deveria cumprir o seu papel diante de Deus, com o próprio Deus, falhou torcendo
e pervertendo toda a justiça.
F. A crucificação (23.26-56).
Até o vs. 56, estaremos vendo a
crucificação. Lucas registrou os detalhes da morte de Jesus para que esse
acontecimento nunca mais fosse esquecido.
Jesus estava conduzindo em seus ombros as
madeiras que seriam usadas para crucificá-lo, mas estava exausto e os próprios
guardas constrangeram um cireneu, chamado Simão a ajudá-lo.
Era costume o condenado carregar a própria
cruz, ou pelo menos a barra horizontal, até o lugar onde seria crucificado.
Jesus começou carregando a sua cruz (Jo 19.17), mas pode ter enfraquecido por
causa dos açoites que levou antes da crucificação (Mc 15.15).
Os soldados recrutaram um homem dentre a
multidão, chamado Simão. Ele era de Cireneu (no norte da África), e
posteriormente os seus filhos ficaram conhecidos na igreja (Mc 15.21).
Somente Lucas registrou esse incidente –
vs. 27 a 30 - das mulheres que se batiam no peito e o lamentavam. Deveria haver
muitos seguidores de Jesus em Jerusalém, mas somente uns poucos devem ter
ajuntado para observar o julgamento mais de perto, uma vez que todo o espaço
estava ocupado pelos opositores de Jesus.
Jesus se dirige a elas como filhas de
Jerusalém. Uma referência às mulheres locais, e não às peregrinas da Galileia.
Jesus estava preocupado com elas (e não com ele mesmo) e chamou-lhes a atenção
para os sofrimentos terríveis que viriam sobre a terra. Ele queria que elas se
arrependessem em vez de simpatizarem com ele.
No vs. 31, Jesus concluiu seu arrazoado
diante delas dizendo que se aquilo tudo estava acontecendo com ele – lenho verde
– imagina com o que fará com o lenho seco – todos eles? Com certeza um dito
proverbial, possivelmente sugerindo que se Jesus (que era inocente) estava
sendo crucificado, coisa muito pior aconteceria com os judeus (que eram
culpados).
No caminho, haviam mais dois que seriam
crucificados juntos com Jesus – vs.32.
Chegaram então ao Calvário. Do latim,
calvaria, de onde provém a nossa palavra "caveira". Os quatro
Evangelhos relatam que Jesus foi crucificado entre dois ladrões; em sua morte
ele "foi contado com os transgressores" (Is 53.12).
Jesus estava sendo crucificado
impiedosamente e mesmo assim orava pedindo perdão aos seus ofensores, tanto os
judeus como os romanos. Os soldados, no
entanto, ali estavam repartindo as suas vestes. Tradicionalmente, as roupas do
condenado eram repartidas entre aqueles que o crucificaram. Assim, esses
soldados cumpriram involuntariamente a profecia de SI 22.18.
As autoridades, e não o povo, é que
zombavam – vs. 35. É curioso que falassem sobre "o Cristo" e "o
escolhido" quando Jesus parece não ter utilizado nenhum desses títulos com
regularidade.
Também os soldados escarneciam dele e o
provocavam a descer ali da cruz pedindo a ele que, pelo menos, salvasse a si
mesmo. Sobre a sua cruz estava escrito em letras gregas, romanas e hebraicas a
frase ESTE É O REI DOS JUDEUS – VS. 38.
Dos versos de 39 a 43, vemos a conversa que
tiveram os três crucificados, pendurados na cruz. Um zombava também, mas o
outro creu no crucificado e Jesus prometeu a ele que naquele mesmo dia estariam
juntos no paraíso. Nesse crente da última hora havia algum grau de confiança,
pois esse homem acreditava que Jesus não seria aniquilado na morte, mas sim que
estava indo para o reino celeste, ou para o paraíso, uma palavra de origem
persa que significa "jardim", e mais tarde veio a indicar o lugar dos
abençoados (2Co 12.4; Ap 2.7).
Já era quase a hora sexta, cerca de
meio-dia. Como não havia relógios nesse tempo, os horários eram aproximados. Jo
19.14 indica que Pilatos pronunciou a sentença de Jesus "cerca da hora
sexta".
A diferença pode se referir à possibilidade
de João ter usado a mesma medição do tempo observada pelos romanos, que
iniciavam a contagem das horas a partir da meia-noite, e não pela manhã como
faziam os judeus.
Em pleno meio-dia acabou tendo trevas
naquele lugar até a hora nona – a hora da morte de Jesus. Não foi um eclipse,
pois era período da lua cheia (ou quase cheia) e a Páscoa ocorria no décimo
quarto dia do mês (Lv 23.5), sendo que os meses eram calculados de acordo com o
calendário lunar.
Durante a lua cheia (ou quase cheia) a
terra está entre o sol e a lua, tornando impossível um eclipse solar, pois este
somente ocorre quando a lua se coloca entre a terra e o sol. Logo, o que
ocorreu aqui foi uma escuridão sobrenatural ligada à morte de Jesus.
Jesus morreu e rasgou-se o véu do
santuário de alto a baixo – vs. 45. O véu fazia separação entre o Santo dos
Santos e o restante do templo. A morte de Jesus forneceu acesso à presença de
Deus.
Os Evangelhos de Mateus e Marcos enfatizam
a terrível natureza da morte de Jesus em favor dos pecadores. O Evangelho de
Lucas não desmente esse aspecto e inclui as palavras de Jesus para demonstrar
que sua morte estava de acordo com a vontade do Pai. Foi nesse momento que Jesus
exclamou em alta voz “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” e expirou. Uma
maneira incomum de se referir à morte. Nenhum dos Evangelhos utiliza uma
terminologia comum para a morte de Jesus, o que pode indicar que seus
escritores consideraram a morte dele como algo extraordinário.
Até o centurião que tudo presenciou ali
pode constatar que havia morrido um justo. O modo como Jesus morreu demonstrou
que era um homem "justo". Mateus e Marcos utilizam a expressão
"Filho de Deus" (Mt 27.54; Mc 15.39). Nesse contexto, as duas
referências transmitem o mesmo sentido (Mc 15.39).
Agora era a hora da multidão também se
lamentar e baterem em seus peitos. Um sinal de lamento. Para a multidão, até
agora a crucificação de Jesus estava sendo um espetáculo de entretenimento;
porém a morte de Jesus deixou-os tristes e pesarosos. O Evangelho de Lucas não
relata qual foi o efeito da morte sobre os discípulos que a testemunharam.
José de Arimatéia é mencionado apenas nos
relatos do sepultamento de Jesus, e os quatro Evangelhos estão de acordo em que
ele tomou a iniciativa.
A localização de Arimatéia é incerta (Mc
15.43), mas de qualquer modo, José parece que fixou residência em Jerusalém (onde
possuía um túmulo naquela vizinhança).
Ele era um membro do Sinédrio e deve ter
estado ausente quando ocorreu a votação sobre a execução de Jesus, pois está
escrito que "todos" concordaram (Mc 14.64). A frase "que
esperava o reino de Deus" (vs. 51) indica que ele era um seguidor de
Jesus.
Foi ele que tomou as primeiras medidas para
liberação do corpo de Jesus. Primeiro ele o envolveu num lençol de linho – vs.
53 - na verdade, uma mortalha (colocada por cima dos "lençóis" citados
em Jo 19.40), pois ele seria colocado num túmulo aberto em rocha. Esse tipo de
túmulo geralmente possuía espaço para vários corpos, porém nenhum havia sido
colocado ali ainda (Mc 15.46).
Esse era conhecido como o dia da
preparação, uma sexta-feira, o dia em que as pessoas se preparavam para o
sábado. Tudo, então, deveria ser acelerado para terem o sábado livre.
Não houve tempo suficiente na sexta-feira
para que os seguidores de Jesus fizessem os preparativos para o sepultamento da
maneira como gostariam. As mulheres observaram onde o corpo foi sepultado,
evidentemente com o objetivo de retornar ao lugar e terminar o sepultamento
após o encerramento do sábado.
José e Nicodemos deixaram no túmulo uma
quantidade considerável de mirra e aloés (Jo 19.39), porém as mulheres também
queriam dar a sua contribuição e prepararam bálsamo e aromas durante o tempo
que ainda restava da sexta-feira.
Já estava começando o sábado e nada foi
feito nesse dia – vs. 56.
Lc 23:1 Levantando-se toda a assembléia,
levaram Jesus
a Pilatos.
Lc 23:2 E ali
passaram a
acusá-lo, dizendo:
Encontramos
este homem pervertendo a nossa nação,
vedando
pagar tributo a César
e
afirmando ser ele o Cristo, o Rei.
Lc 23:3
Então, lhe perguntou Pilatos:
És
tu o rei dos judeus?
Respondeu
Jesus:
Tu
o dizes.
Lc 23:4 Disse
Pilatos aos principais sacerdotes e às multidões:
Não
vejo neste homem crime algum.
Lc 23:5
Insistiam, porém, cada vez mais, dizendo:
Ele
alvoroça o povo,
ensinando
por toda a Judéia, desde a Galiléia, onde começou, até aqui.
Lc 23:6 Tendo
Pilatos ouvido isto,
perguntou
se aquele homem era galileu.
Lc 23:7 Ao
saber que era da jurisdição de Herodes,
estando
este, naqueles dias, em Jerusalém, lho remeteu.
Lc 23:8
Herodes, vendo a Jesus,
sobremaneira
se alegrou,
pois
havia muito queria vê-lo,
por
ter ouvido falar a seu respeito;
esperava
também vê-lo fazer algum sinal.
Lc
23:9 E de muitos modos o interrogava;
Jesus,
porém, nada lhe respondia.
Lc 23:10 Os
principais sacerdotes e os escribas ali presentes
o
acusavam com grande veemência.
Lc 23:11 Mas
Herodes,
juntamente
com os da sua guarda,
tratou-o
com desprezo,
e,
escarnecendo dele,
fê-lo
vestir-se de um manto aparatoso,
e
o devolveu a Pilatos.
Lc 23:12
Naquele mesmo dia,
Herodes
e Pilatos se reconciliaram,
pois,
antes, viviam inimizados um com o outro.
Lc 23:13
Então, reunindo Pilatos
os
principais sacerdotes, as autoridades e o povo,
Lc 23:14
disse-lhes:
Apresentastes-me
este homem como agitador do povo;
mas, tendo-o
interrogado na vossa presença,
nada
verifiquei contra ele dos crimes
de
que o acusais.
Lc
23:15 Nem tampouco Herodes,
pois
no-lo tornou a enviar.
É, pois,
claro que nada contra ele
se
verificou digno de morte.
Lc
23:16 Portanto, após castigá-lo,
soltá-lo-ei.
Lc
23:17 [E era-lhe forçoso soltar-lhes um detento
por
ocasião da festa.]
Lc 23:18 Toda
a multidão, porém, gritava:
Fora
com este!
Solta-nos
Barrabás!
Lc 23:19
Barrabás estava no cárcere
por
causa de uma sedição na cidade
e
também por homicídio.
Lc 23:20
Desejando Pilatos soltar a Jesus,
insistiu
ainda.
Lc 23:21
Eles, porém, mais gritavam:
Crucifica-o!
Crucifica-o!
Lc 23:22
Então, pela terceira vez, lhes perguntou:
Que
mal fez este?
De fato, nada
achei contra ele para condená-lo à morte;
portanto,
depois de o castigar,
soltá-lo-ei.
Lc 23:23 Mas
eles instavam com grandes gritos,
pedindo
que fosse crucificado.
E
o seu clamor prevaleceu.
Lc
23:24 Então,
Pilatos
decidiu atender-lhes o pedido.
Lc 23:25
Soltou aquele que estava encarcerado
por
causa da sedição e do homicídio,
a
quem eles pediam;
e, quanto a
Jesus,
entregou-o
à vontade deles.
Lc 23:26 E, como o conduzissem,
constrangendo
um cireneu,
chamado
Simão, que vinha do campo,
puseram-lhe
a cruz sobre os ombros,
para
que a levasse após Jesus.
Lc 23:27 Seguia-o numerosa multidão de
povo,
e também
mulheres que batiam no peito
e o
lamentavam.
Lc 23:28 Porém Jesus,
voltando-se
para elas, disse:
Filhas
de Jerusalém,
não
choreis por mim;
chorai,
antes,
por
vós mesmas e por vossos filhos!
Lc 23:29
Porque dias virão em que se dirá:
Bem-aventuradas
as estéreis,
que
não geraram,
nem
amamentaram.
Lc 23:30
Nesses dias, dirão aos montes:
Caí
sobre nós!
E aos
outeiros:
Cobri-nos!
Lc 23:31
Porque, se em lenho verde
fazem
isto,
que será no
lenho seco?
Lc 23:32 E também eram levados outros
dois,
que eram
malfeitores, para serem executados com ele.
Lc 23:33 Quando chegaram
ao lugar
chamado Calvário,
ali
o crucificaram,
bem
como aos malfeitores,
um
à direita, outro à esquerda.
Lc 23:34 Contudo, Jesus dizia:
Pai,
perdoa-lhes,
porque
não sabem o que fazem.
Então, repartindo as vestes dele,
lançaram
sortes.
Lc 23:35 O povo estava ali
e a tudo
observava.
Também as autoridades zombavam e diziam:
Salvou os
outros;
a
si mesmo se salve,
se
é, de fato,
o
Cristo de Deus, o escolhido.
Lc 23:36 Igualmente
os soldados o
escarneciam
e,
aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:
Lc
23:37 Se tu és o rei dos judeus,
salva-te
a ti mesmo.
Lc 23:38 Também sobre ele estava esta epígrafe
[em letras
gregas, romanas e hebraicas]:
ESTE
É O REI DOS JUDEUS.
Lc 23:39 Um dos malfeitores crucificados
blasfemava contra ele, dizendo:
Não és tu o
Cristo?
Salva-te
a ti mesmo e a nós também.
Lc 23:40 Respondendo-lhe, porém, o
outro,
repreendeu-o,
dizendo:
Nem
ao menos temes a Deus,
estando
sob igual sentença?
Lc 23:41 Nós,
na verdade, com justiça,
porque
recebemos o castigo
que
os nossos atos merecem;
mas
este
nenhum
mal fez.
Lc
23:42 E acrescentou:
Jesus,
lembra-te de
mim quando vieres no teu reino.
Lc
23:43 Jesus lhe respondeu:
Em
verdade te digo
que
hoje estarás comigo no paraíso.
Lc 23:44 Já era quase a hora sexta,
e,
escurecendo-se o sol,
houve
trevas sobre toda a terra
até
à hora nona.
Lc 23:45 E rasgou-se
pelo meio
o
véu do santuário.
Lc 23:46 Então, Jesus clamou em alta
voz:
Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito!
E, dito isto,
expirou.
Lc 23:47 Vendo o centurião
o que tinha
acontecido,
deu
glória a Deus, dizendo:
Verdadeiramente,
este homem era justo.
Lc 23:48 E todas as multidões
reunidas para
este espetáculo,
vendo
o que havia acontecido,
retiraram-se
a lamentar,
batendo
nos peitos.
Lc 23:49 Entretanto,
todos os
conhecidos de Jesus
e as mulheres
que o tinham seguido desde a Galiléia
permaneceram
a contemplar de longe estas coisas.
Lc 23:50 E eis que certo homem,
chamado José,
membro
do Sinédrio, homem bom e justo
Lc 23:51 (que
não tinha concordado com o desígnio
e
ação dos outros), natural de Arimatéia, cidade dos judeus,
e
que esperava o reino de Deus,
Lc 23:52
tendo procurado a Pilatos,
pediu-lhe
o corpo de Jesus,
Lc 23:53 e,
tirando-o do madeiro,
envolveu-o
num lençol de linho,
e
o depositou num túmulo aberto em rocha,
onde
ainda ninguém havia sido sepultado.
Lc 23:54 Era o dia da preparação,
e começava o
sábado.
Lc 23:55 As mulheres que tinham vindo da
Galiléia com Jesus,
seguindo,
viram
o túmulo
e
como o corpo fora ali depositado.
Lc 23:56
Então,
se
retiraram para preparar aromas e bálsamos.
E, no sábado,
descansaram,
segundo
o mandamento.
O sábado estava
começando e ninguém poderia fazer coisa alguma, assim, deixaram para o dia
seguinte para os preparativos gerais com relação ao corpo de Jesus. No sábado
descansaram, segundo o mandamento. Há pouco Jesus estava com eles e agora não
mais, mas morto.
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