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domingo, 20 de setembro de 2015

Lucas 3.1-38 - ESTÁ NA HORA DE SUA ESCOLHA POR JESUS.

Como já dissemos o evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações.
II. PREPARAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.5-4.13) – continuação.
Como já dissemos, veremos até o capítulo 4, verso 13, que Lucas registrou acontecimentos importantes antes do início do ministério público de Jesus; salientou que os papéis de João e de Jesus estavam interligados, e que Deus estava intervindo para trazer salvação a seu povo.
Destarte, essa segunda parte, conforme a BEG, foi dividida em três: A. Duas mães, duas crianças (1.5-2.52) – já vimos; B. O ministério de João como o precursor (3.1-20) – veremos agora; e, C. A iniciação de Jesus (3.21-4.13) – começaremos a ver agora.
Lucas, neste capítulo 3 de seu evangelho, tal qual um cirurgião diz exatamente o momento em que a palavra de Deus veio a João Batista, filho de Zacarias.
Ele também percorria as áreas vizinhas e pregava a palavra de Deus. A sua principal pregação e o cume dela seria o momento exato em que ele apontasse para o Cristo e dissesse: - eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo!
É por isso que toda pregação enviada por Deus e dada aos homens para anunciar aos homens deve, obrigatoriamente, passar por Jesus Cristo. Muitos líderes religiosos e respeitadas autoridades e gurus do mundo inteiro sempre tem uma “boa” palavra para dizer, mas nenhuma delas aponta para Cristo.
Se não apontar para onde João Batista apontava e o Pai apontou e igualmente o Espírito Santo e ainda o próprio Jesus, o Filho de Deus, e mais ainda, os seus fieis discípulos, apóstolos e seguidores, a palavra não terá sido nada além de meras palavras sem poder algum de transformação do homem.
Somente o evangelho - e o evangelho é Jesus Cristo - pode tirar o homem de sua prisão do pecado, por isso que Jesus veio para destruir as obras do diabo. Ele, João, em I Jo 3:8, quando diz “as obras do diabo” não estava falando de enfermidades, nem de escassez, mas das obras do diabo que significam a escravidão do pecado.
Vejamos os fatos em maiores detalhes, com a boa ajuda da BEG.
B. O ministério de João como o precursor (3.1-20).
Dos versos de 1 a 20, veremos o ministério precursor de João. Tendo relatado os acontecimentos ocorridos na infância de Jesus, Lucas prossegue para considerar a ligação do ministério de João como precursor de Jesus.
A datação elaborada de Lucas é colocada no início do ministério de João, e não no início do ministério de Jesus; isso demonstra a importância que Lucas deu a João em seu Evangelho.
Essa data era provavelmente 27-29 d.C. Lucas especifica o ano e as principais autoridades à época. O ano era o décimo quinto do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes (em seu testamento, Herodes, o Grande, deixou a administração da Judeia para Arquelau e as tetrarquias para Filipe e Antipas. Porém, Arquelau fez um governo tão ruim que os romanos o retiraram do cargo e indicaram o seu próprio governador, Pôncio Pilatos), tetrarca da Galiléia e seu irmão Filipe tetrarca da Itureia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene (um tetrarca era, tecnicamente, um governador que administrava a quarta parte, porém o termo acabou sendo usado para designar regentes insignificantes).
O Herodes relatado aqui é Herodes Antipas. A região que Filipe governava ficava a nordeste do mar da Galileia. Não se tem nenhuma outra informação quanto ao governador Lisânias, mas se sabe que Abilene era uma área mais ao norte das regiões mencionadas aqui.
Embora Lucas – vs. 2 – cite como sumos sacerdotes Anás e Caifás, os judeus tinham apenas um sumo sacerdote de cada vez. Os romanos depuseram Anás e indicaram em seu lugar Caifás, genro de Anás, como sumo sacerdote.
Apesar da imposição romana para que Caifás exercesse a função oficialmente, muitos judeus ainda consideravam Anás como o verdadeiro sumo sacerdote.
Foi dentro desse contexto e época que veio a palavra de Deus, no deserto, ao João, filho de Zacarias. A mensagem de João não era dele mesmo, mas a diligente palavra do próprio Deus.
Por isso que saiu João a percorrer toda a terra ao redor do Jordão pregando o batismo de arrependimento, para perdão de pecados – vs. 3.
Nessa época, o ritual de lavar associado com a adoração no templo (p. ex., Êx 30.18-21; Nm 19.9ss.) havia sido estendido para no mínimo outros dois usos.
ü  Primeiro, os judeus batizavam os gentios que desejavam ser circuncidados e integrados à comunidade da aliança de Israel.
ü  Segundo, alguns grupos judaicos radicais exigiam a purificação com água para aqueles que desejassem ingressar em suas comunidades remanescentes.
João chamava os remanescentes de Israel para que o seguisse e fosse batizado para demonstrar arrependimento, conforme o que estava preconizado nas Escrituras, em especial Isaías 40.3-5.
Os quatro Evangelhos aplicam Is 40.3 a João e seu ministério. Somente o Evangelho de Lucas inclui Is 40.4-5 (citado em Lc 3.5-6), que focaliza o fato de que toda a humanidade verá a salvação que Deus trará para o seu povo. O tema da consciência de Cristo dos gentios era muito importante para Lucas (p. ex., 2.32; 4.24-27; 24.47).
A pregação de João era muito contundente e nada pacífica ou meiga. Ele chamava a atenção do povo para Deus com veemência e convicção. Uma forte advertência foi dirigida àqueles que se diziam filhos de Abraão. O fato de ser judeu não os pouparia da ira vindoura.
Ele dizia, entre outras coisas, que já estava posto o machado à raiz. Essa frase indica um julgamento infalível e veloz contra aqueles que não derem bom fruto, os quais seriam lançados no fogo - um símbolo de julgamento (p. ex., Dt 32.22; Is 26.11). Do mesmo modo que seus conterrâneos, João esperava que o Messias trouxesse, simultaneamente, salvação para o povo de Deus e julgamento contra os seus inimigos.
Quando Jesus não cumpriu essa expectativa, sérias dúvidas começaram a surgir na mente de João (Mt 11.3). Jesus explicou que o reino de Deus estava vindo de um modo que não havia sido previsto.
A multidão começou a se assustar com ele e lhe perguntavam o que deveriam fazer e ele as instruía para repartirem as suas túnicas - a túnica era uma roupa de baixo. Normalmente, as pessoas usavam uma só. João sugeriu que o homem que tivesse duas deveria entregar a segunda para alguém que não tinha nenhuma. Ele também aplicou o mesmo princípio ao alimento – vs. 11.
Até publicanos chegaram a João para serem batizados. Também conhecidos como cobradores de impostos para Roma (homens que cobravam os impostos devidos pelos habitantes da cidade), os publicanos pagavam aos romanos a quantia que estes exigiam, mas muitas vezes cobravam das pessoas uma quantia maior, guardando para si mesmos a diferença. Para eles, era uma forte tentação enriquecer por meio da cobrança indevida.
João os advertiu para todos serem honestos. Os quatro Evangelhos incluem um relato do ministério de João chamando as pessoas para se arrependerem em preparação para a vinda de Jesus. Mas somente Lucas relata as respostas que João deu para aqueles que tinham dúvidas sobre o que a mensagem implicaria para eles.
Ainda se achegavam a ele, soldados que queriam saber o que fazer e ele não reprimia sua atividade principal, mas pedia que fossem honestos no desempenho delas, além de andarem contentes com o soldo que recebiam – vs. 14.
Havia especulações messiânicas por toda parte, mas João afirmou claramente que ele não era o Messias, pois alguém maior do que ele estava vindo.
Ele João deixou claro que estava batizando com água somente, mas o Cristo batizaria com o Espírito Santo e com fogo.
O Espírito Santo representa a bênção de Deus, assim como o fogo representa o julgamento (vs. 9). Conforme a BEG, a pá (forcado) também implicava julgamento, pois era usada para jogar os grãos no ar após terem sido pisoteados pelo boi, com o objetivo de separar a palha (que era queimada) dos grãos.
João mesmo nem se considera digno de ao menos desatar as sandálias dele de seus pés.
Nas escolas rabínicas, o estudante não pagava o professor, mas por outro lado era exigido que prestasse serviços. Contudo, desatar as sandálias era um serviço que nem os alunos faziam, pois era considerado muito humilhante. Desse modo, João colocou-se numa posição de humildade.
O verso 17 deixa claro que não dá para brincar com aquele que nos visitou e nos deixou o arrependimento de João e o perdão de nossos pecados por meio de seu sangue. É dele as ações com a pá que servirá para limpar a sua eira e separar o trigo da palha. O trigo, ele recolherá em seu celeiro, mas a palha, queimará em fogo inextinguível. Você é trigo ou você é palha?
João foi um pregador que precisamos hodiernamente. Por causa de sua palavra de pregação, ele acabou sendo preso. Herodes Antipas divorciou-se de sua mulher para casar-se com sua sobrinha Herodias, que por sua vez era casada com o irmão dele, Filipe. João passou a denunciar esse relacionamento imoral, de modo que Herodes o colocou na prisão da fortaleza de Maquero, localizada a leste do mar Morto.
C. A iniciação de Jesus (3.21-4.13).
Veremos, doravante, dos versos de 21 ao 4.13, a iniciação de Jesus. Lucas relata que Jesus, antes de iniciar o seu ministério público, submeteu-se ao batismo de João e à tentação no deserto. Esses acontecimentos o prepararam para a obra pública que realizaria a seguir.
Os quatro Evangelhos relatam que o Espírito Santo desceu sobre Jesus por ocasião do seu batismo. A pomba era geralmente considerada um símbolo de Israel, porém aqui representou o sinal externo da vinda do Espírito Santo sobre Jesus. A voz celestial aprovou Jesus no início do seu ministério público.
Naquele batismo de Jesus por João para se cumprir as Escrituras identificamos os testemunhos dos homens e de Deus. Dos homens por causa de João Batista e das testemunhas oculares ali presentes. De Deus por causa da palavra do Pai e da descida do Espírito Santo sobre ele.
Em seguida, Lucas o identifica na genealogia.
A genealogia de Lucas difere da registrada em Mateus, em parte porque Mateus retrocede até Abraão, enquanto Lucas recua até Adão.
Os relatos também diferem porque alguns nomes são diferentes. Alguns sugerem que Mateus registra a linhagem de José, enquanto Lucas registra a de Maria. Porém, Lucas começa especificamente com "José, filho de Eli" (vs. 23).
Pode ser que a genealogia de Lucas represente a descendência física de José, enquanto a de Mateus se refira à linhagem legítima do trono de Davi; contudo, não há como ter certeza disso. O que está claro é que ambos os Evangelhos afirmam que Jesus era descendente de Davi.
Lc 3:1 No décimo quinto ano do reinado de Tibério César,
sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia,
Herodes, tetrarca da Galiléia,
seu irmão Filipe, tetrarca da região da Ituréia
e Traconites, e Lisânias, tetrarca de Abilene,
Lc 3:2 sendo sumos sacerdotes
Anás e Caifás,
veio a palavra de Deus a João,
filho de Zacarias,
no deserto.
Lc 3:3 Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão,
pregando batismo de arrependimento
para remissão de pecados,
Lc 3:4 conforme está escrito
no livro das palavras do profeta Isaías:
Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas.
Lc 3:5 Todo vale será aterrado,
e nivelados todos os montes
e outeiros;
os caminhos tortuosos
serão retificados,
e os escabrosos, aplanados;
Lc 3:6 e toda carne
verá a salvação de Deus.
Lc 3:7 Dizia ele, pois, às multidões que saíam para serem batizadas:
Raça de víboras,
quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
Lc 3:8 Produzi, pois,
frutos dignos de arrependimento
e não comeceis a dizer entre vós mesmos:
Temos por pai a Abraão;
porque eu vos afirmo que destas pedras
Deus pode suscitar filhos
a Abraão.
Lc 3:9 E também já está posto o machado à raiz das árvores;
toda árvore, pois, que não produz bom fruto
é cortada
e lançada ao fogo.
Lc 3:10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo:
Que havemos, pois, de fazer?
Lc 3:11 Respondeu-lhes:
Quem tiver duas túnicas,
reparta com quem não tem;
e quem tiver comida,
faça o mesmo.
Lc 3:12 Foram também publicanos
para serem batizados e perguntaram-lhe:
Mestre, que havemos de fazer?
Lc 3:13 Respondeu-lhes:
Não cobreis mais do que o estipulado.
Lc 3:14 Também soldados lhe perguntaram:
E nós, que faremos?
E ele lhes disse:
A ninguém maltrateis,
não deis denúncia falsa
e contentai-vos com o vosso soldo.
Lc 3:15 Estando o povo na expectativa,
e discorrendo todos no seu íntimo a respeito de João,
se não seria ele, porventura, o próprio Cristo,
Lc 3:16 disse João a todos:
Eu, na verdade,
vos batizo com água,
mas vem o que é mais poderoso do que eu,
do qual não sou digno de desatar-lhe
as correias das sandálias;
ele vos batizará
com o Espírito Santo
e com fogo.
Lc 3:17 A sua pá,
ele a tem na mão,
para limpar completamente a sua eira
e recolher o trigo no seu celeiro;
porém queimará
a palha em fogo inextinguível.
Lc 3:18 Assim, pois, com muitas outras exortações
anunciava o evangelho ao povo;
Lc 3:19 mas Herodes, o tetrarca,
sendo repreendido por ele,
por causa de Herodias,
mulher de seu irmão,
e por todas as maldades
que o mesmo Herodes havia feito,
Lc 3:20 acrescentou ainda sobre todas
a de lançar João no cárcere.
Lc 3:21 E aconteceu que,
ao ser todo o povo batizado,
também o foi Jesus;
e, estando ele a orar,
o céu se abriu,
Lc 3:22 e o Espírito Santo
desceu sobre ele
em forma corpórea como pomba;
e ouviu-se uma voz do céu:
Tu és o meu Filho amado,
em ti me comprazo.
Lc 3:23 Ora, tinha Jesus
cerca de trinta anos ao começar o seu ministério.
Era, como se cuidava,
filho de José,
filho de Eli;
Lc 3:24 Eli, filho de Matate,
Matate, filho de Levi,
Levi, filho de Melqui,
este, filho de Janai,
filho de José;
Lc 3:25 José, filho de Matatias,
Matatias, filho de Amós,
Amós, filho de Naum,
este, filho de Esli,
filho de Nagai;
Lc 3:26 Nagai, filho de Maate,
Maate, filho de Matatias,
Matatias, filho de Semei,
este, filho de José,
filho de Jodá;
Lc 3:27 Jodá, filho de Joanã,
Joanã, filho de Resa,
Resa, filho de Zorobabel,
este, de Salatiel,
filho de Neri;
Lc 3:28 Neri, filho de Melqui,
Melqui, filho de Adi,
Adi, filho de Cosã,
este, de Elmadã,
filho de Er;
Lc 3:29 Er, filho de Josué,
Josué, filho de Eliézer,
Eliézer, filho de Jorim,
este, de Matate,
filho de Levi;
Lc 3:30 Levi, filho de Simeão,
Simeão, filho de Judá,
Judá, filho de José,
este, filho de Jonã,
filho de Eliaquim;
Lc 3:31 Eliaquim, filho de Meleá,
Meleá, filho de Mená,
Mená, filho de Matatá,
este, filho de Natã,
filho de Davi;
Lc 3:32 Davi, filho de Jessé,
Jessé, filho de Obede,
Obede, filho de Boaz,
este, filho de Salá,
filho de Naassom;
Lc 3:33 Naassom, filho de Aminadabe,
Aminadabe, filho de Admim,
Admim, filho de Arni,
Arni, filho de Esrom,
este, filho de Perez,
filho de Judá;
Lc 3:34 Judá, filho de Jacó,
Jacó, filho de Isaque,
Isaque, filho de Abraão,
este, filho de Tera,
filho de Naor;
Lc 3:35 Naor, filho de Serugue,
Serugue, filho de Ragaú,
Ragaú, filho de Faleque,
este, filho de Éber,
filho de Salá;
Lc 3:36 Salá, filho de Cainã,
Cainã, filho de Arfaxade,
Arfaxade, filho de Sem,
este, filho de Noé,
filho de Lameque;
Lc 3:37 Lameque, filho de Metusalém,
Metusalém, filho de Enoque,
Enoque, filho de Jarede,
este, filho de Maalalel,
filho de Cainã;
Lc 3:38 Cainã, filho de Enos,
Enos, filho de Sete,
e este, filho de Adão,
filho de Deus.
Desde Jesus Cristo até Adão são 77 gerações, ou seja, 11 x 7 gerações. Em Mateus temos 42 gerações, ou seja, 6 x 7 gerações, ou, 3 x 14 gerações, mas somente contadas de Abraão até Cristo.
“Todas as histórias e as lições do AT, de Adão até Cristo, são para, entre outras coisas, demonstrar mais especificamente a linhagem messiânica a qual Deus falou em Gênesis 3 para a mulher, ao homem e a Satanás.” (http://www.jamaisdesista.com.br/2015/08/mateus-1-1-25-genealogia-de-jesus-o.html).
A BEG expõe neste capítulo um artigo teológico muito interessante sobre a questão da humanidade de Cristo ao qual reproduzimos abaixo, na íntegra:
A humanidade plena de Jesus: Que tipo de homem ele foi?[1]
As Escrituras apresentam Jesus de maneira clara como um ser plenamente humano e plenamente divino. Ele é uma só pessoa, mas possui duas naturezas: uma humana e outra divina.
A declaração da humanidade plena de Cristo é essencial para a fé cristã. Tanto que o apóstolo João condena severamente aqueles que negam "que Jesus Cristo veio em carne" (1Jo 4.2; veja também 2 Jo 7). Essas palavras foram dirigidas a uma forma antiga da heresia conhecida como docetismo (do termo grego dokeo, "parecer"). Os docetistas ensinavam que Jesus era divino (porém não o próprio Deus), mas que apenas parecia humano. Alegavam que era uma espécie de fantasma, um mestre que, na verdade, não viveu e morreu como ser humano.
As Escrituras deixam claro que Jesus era um homem. Ele experimentou limitações humanas como a fome (Mt 4.2), o cansaço (Jo 4.6) e o desconhecimento de certos fatos (Mc 13.32; Lc 8.4547). Experimentou a dor do choro (Jo 11.35,38), da aflição (Mc 14.32-42; Lc 12.50; Hb 5.7-10) e do sofrimento na cruz (Mt 27.46; Mc 15.34). Uma vez que era divino, Jesus não podia pecar (veja o artigo teológico "A impecabilidade de Jesus", em Hb 4); mas, uma vez que era humano, ainda podia ser verdadeiramente tentado (Hb 4.15). Jesus também precisava lutar contra as tentações, mas sempre resistia até vencê-las (Mt 4.1-11). Podemos inferir pela experiência no Getsêmani que as suas lutas foram, por vezes, mais intensas e agonizantes do que jamais conseguiremos imaginar (Mt 26.36ss).
O livro de Hebreus enfatiza que se a humanidade de Jesus não fosse plena, ele não seria qualificado para nos ajudar a atravessar as tribulações da existência humana (Hb 2.17-18; 4.15-16; 5.2,7-9). Mas, devido à sua experiência humana, ele garante que em todas as nossas dificuldades, podemos estar certos de sua intercessão compassiva por nós diante do Pai (Hb 7.25).
Infelizmente, muitos cristãos bem-intencionados se concentram de modo excessivo na divindade de Jesus, a ponto de quase excluírem a sua humanidade crendo que, com isso, estão honrando ao Senhor. Formas atuais da heresia antiga do monofisitismo (a ideia de que Jesus possuía apenas uma natureza) também tendem a minimizar o fato de que Jesus foi plenamente humano. Há quem suponha que Jesus apenas fingiu ignorar certos fatos; afinal, ele era divino e onisciente (sabia todas as coisas). Do mesmo modo, há quem negue que Jesus de fato sentia fome e cansaço, crendo que sua divindade energizava o seu corpo humano de modo contínuo e sobrenatural.
No entanto, a doutrina bíblica da encarnação afirma que o Filho de Deus viveu sua vida divina-humana na sua mente e no seu corpo humano e por meio deles em todas as áreas, maximizado a sua identificação com aqueles que ele havia vindo para salvar, bem como a sua empatia.
A ideia de que Jesus alternava essas duas naturezas, ora agindo em sua humanidade, ora em sua divindade, também é equivocada. Ele suportou todo o seu sofrimento, incluindo a agonia da cruz, e morreu na unidade de sua pessoa divina-humana. Não obstante, alguns atos e características de Jesus podem ser atribuídos corretamente à sua natureza divina, e outros à sua natureza humana. O Concílio de Calcedônia (451 d.C.) expressou essa doutrina como "a propriedade peculiar de cada natureza preservada e unida em uma só pessoa e subsistência" (PNPN 2, vol. 14, p. 265). Por exemplo, enquanto em sua humanidade Jesus desconhecia certos fatos, em sua divindade ele era, ao mesmo tempo, onisciente — por mais difícil que seja de entendermos como isso era possível.
O reconhecimento da humanidade plena de Jesus é essencial para a fé cristã devido ao papel especial conferido por Deus aos seres humanos como portadores de sua imagem. A humanidade foi designada como o meio pelo qual aprouve a Deus demonstrar a sua glória e estender o seu reino sobre toda a terra (veja o artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4). Mesmo depois da queda em pecado, Deus ainda declarou que os descendentes de Eva esmagariam os descendentes da serpente sob os seus pés (Gn 3.15). Essa promessa antiga se cumpriu em Jesus, pois ele foi um ser plenamente humano que serviu a Deus fielmente e recebeu como recompensa um nome que está acima de todo nome. Por meio de Cristo, a vitória da humanidade sobre o mal está assegurada.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Texto originário da Biblia de Estudo de Genebra referente ao capítulo 3 de Lucas.
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sábado, 19 de setembro de 2015

Lucas 2.1-52 - ANJOS ANUNCIAM O NASCIMENTO DE JESUS

Estamos estudando, com a ajuda valiosa da BEG, o evangelho de Lucas cujo propósito principal foi o de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações.
II. PREPARAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS (1.5-4.13) – continuação.
Como já dissemos, veremos até o capítulo 4, verso 13, que Lucas registrou acontecimentos importantes antes do início do ministério público de Jesus; salientou que os papéis de João e de Jesus estavam interligados, e que Deus estava intervindo para trazer salvação a seu povo.
Destarte, essa segunda parte, conforme a BEG, foi dividida em três: A. Duas mães, duas crianças (1.5-2.52) – concluiremos agora; B. O ministério de João como o precursor (3.1-20); e, C. A iniciação de Jesus (3.21-4.13).
A. Duas mães, duas crianças (1.5-2.52) – continuação.
A história cristã sobre as origens de Jesus está relacionada com o nascimento milagroso de João Batista, precursor de Jesus. João já havia nascido e era muito formoso.
Ali estava Maria com seu esposo José para se alistarem por causa do recenseamento decretado por César Augusto. Maria estava grávida! Que coisa mais linda e fofa não seria ver a mãe de Jesus naquele estado. A semente da vida dos homens ali no corpo frágil de uma mulher num ambiente que parecia até hostil.
Por ocasião disso, chegou a hora de nascer o menino e este veio ao mundo numa estrebaria porque não havia entre as instalações dos homens lugar para nascer o Rei e o Senhor. Seu nascimento é uma lição para nós que queremos viver e estar em berço de ouro ou achando que Deus nos deve algo por que está preso à sua palavra.
Seu nascimento foi anunciado pelos anjos! Quais dos homens estaria a fazer isso? Talvez, unicamente João Batista, seus seguidores e os magos do oriente. Se fizeram isso, nada está registrado. Também seu nome JESUS foi anunciado por Gabriel a Maria.
Quando lemos e meditamos nas Escrituras, os céus, Deus, o Espírito Santo, o Pai, o Filho, os anjos, demônios se tornam tão reais nas narrativas que a presença do sobrenatural parece-nos palpável. Por que hoje nos tornamos tão racionais e menos crédulos?
O dia do natal é o dia em que se comemora o nascimento de Cristo, embora seu verdadeiro aniversário, deve, provavelmente ser 1 de abril de 4 AC (entre 4 AC e 8 AC. Também o dia 1 de abril é uma data incerta). Com certeza, a data está errada para o aniversário de Jesus, mas a comemoração ficou sendo aceita e os povos se cumprimentam com Feliz Natal!
Vejamos em maiores detalhes como foi registrado este capítulo, por Lucas.
Conforme a BEG, não se tem informações adicionais sobre o imperador mundial decretado por César Augusto, porém sabermos que esse imperador reorganizou a administração do império e realizou vários censos. Lucas parece se referir a uma instrução administrativa do imperador.
Quirino era o governador da Síria quando ocorre o censo em 6 d.C. Ele já atuava naquela área por volta de 10-7 a.C. Parece que naquela época era costume realizar o censo a cada quatorze anos, de modo que Quirino deveria estar presente naquela região na ocasião desse episódio relatado por Lucas.
E, por causa disso, todos iam se alistar. As pessoas deveriam ir a seus lugares de origem para se registrarem. Como José era descendente de Davi, o seu lugar de origem era no lar tradicional da família de Davi. Ele foi com Maria, sua esposa. Não há indicação de que Maria também fosse obrigada a registrar-se. Talvez José não quisesse deixá-la sozinha em Nazaré nesse momento.
Foi justamente ali, naqueles dias, que ela sentiu as dores de parto. O nascimento de Jesus é descrito de modo simples:
·         A própria Maria o vestiu, o que sugere que ela não teve o auxílio de uma parteira.
·         Os panos que usou para enfaixá-lo eram longas tiras de tecido geralmente utilizadas para esse fim.
·         O fato de ter colocado o bebê numa manjedoura pode indicar que o nascimento ocorreu num estábulo.
Uma tradição antiga diz que Jesus nasceu numa caverna (que também poderia ser usada como estábulo). A manjedoura geralmente ficava em lugares abertos, então é possível que Jesus tenha nascido ao ar livre.
Outra sugestão é que o lugar pertencia a uma família pobre, onde os animais se abrigavam debaixo do mesmo teto que a família. Eles estavam ali. No estábulo, porque não havia lugar par eles na hospedaria. Pode indicar que o dono do hotel não quis hospedá-los, ou que José chegou tarde demais para conseguir alojamento.
Naquele momento espetacular do nascimento do Messias, alguns pastores estavam no campo, trabalhando e cuidando de seu rebanho.
O fato de o rebanho estar sendo cuidado a céu aberto não significa que não era inverno, pois os animais usados para os sacrifícios no templo eram mantidos nos campos dessa região, mesmo no inverno.
Não temos nenhuma informação que indique em que mês ou dia do ano aconteceu o nascimento. Os pastores eram uma classe desprezada, pois o seu trabalho os impedia de guardarem a lei cerimonial. Como eles viajavam pelo país, era comum que alguns se tornassem ladrões. Por isso, eram considerados suspeitos e não se aceitava o testemunho deles no tribunal.
Pois foi ali, justamente diante deles, que o Senhor resolveu, mediante o seu anjo, fazer uma aparição teofânica eles, cercando-os com sua glória e resplendor, tanto foi magnífico que tiveram grande temor, mas logo foram apaziguados e ministrados com a paz do Senhor.
O anjo inicia ao estilo tradicional, tranquilizando os homens atemorizados (cf. 1.13,30), e então passa a fazer uso de termos grandiosos para declarar a alegria e as boas-novas que anunciava.
Essas boas novas não eram somente deles, mas de todo o povo. Um termo geralmente utilizado para indicar o povo de Israel. Embora essas boas-novas fossem alcançar o mundo inteiro, chegaram primeiro à nação da aliança divina.
Na cidade de Davi, naquele momento, tinha nascido o Salvador – vs. 11. Jesus é chamado de "Salvador" apenas em duas ocasiões nos quatro Evangelhos (veja também Jo 4.42). O Salvador é Cristo, o Senhor, disseram aos pastores. O termo Cristo significa "Messias", um termo hebraico para "ungido" e o termo Senhor, era usado com frequência na Septuaginta (a tradução grega do AT) para se referir a Deus.
Como se não bastasse tudo isso àqueles simples pastores, foi lhes dado um sinal que possibilitaria que encontrassem a criança e verificassem a veracidade das palavras do anjo.
Ainda não era o fim daquele espetáculo de visão, pois ainda apareceu uma multidão da milícia celestial. "Milícia" é um termo militar para designar um exército. O exército angelical anunciou paz, porém a paz só é alcançada depois que o inimigo é derrotado.
O anúncio de paz que os anjos trouxeram pressupõe que essa paz se refere principalmente ao término da hostilidade entre Deus e os homens. Todavia, a restauração do reino sob o comando de Jesus também inclui paz interior (Fp 4.6-7) e paz uns com os outros (Mc 9.50). Reparem, no entanto, que a paz do Messias não é para todos, mas somente para aqueles a quem Deus escolheu, ou seja, seu povo. A Bíblia confirma isso dizendo que para o ímpio não haverá paz, ou descanso – Is 57:21; Hb 4:9.
Dos versos de 15 a 20, veremos as reações deles diante de tudo isso. Os pastores foram procurar a criança e a encontraram conforme disse o anjo; depois retornaram, louvando ao Senhor. Lucas menciona com frequência louvores a Deus (5.25-26; 7.16; 13.13) com o objetivo de inspirar os seus leitores a apreciarem esses acontecimentos extraordinários.
É para refletirmos o fato de que diante de todos os homens (doutores, líderes, estudiosos, filósofos, religiosos, estudados ou não, ricos ou não, poderosos ou não), Deus escolheu simples pastores que, no momento de sua aparição teofânica com uma miríade de anjos, estavam trabalhando cuidando de seus rebanhos. Também não foi uma simples aparição, mas algo muito forte e tremendo.
Desde aquele dia, já haviam se passado oito dias e conforme à Lei, Jesus foi circuncidado, como prescrevia a lei (Gn 17.12; cf. GI 4.4-5). A necessidade de purificação surgiu do fato que a mãe era considerada cerimonialmente impura por sete dias após o parto de um menino (Lv 12.2).
Durante outros trinta e três dias, ela deveria ficar distante das coisas sagradas (esses períodos de tempo seriam dobrados caso nascesse uma menina; Lv 12.1-5). Após esse tempo, ela deveria oferecer o sacrifício de uma ovelha e um pombo ou rola; se fosse pobre, deveria oferecer dois pombos ou rolas (Lv 12.6-8). A oferta de Maria foi à de uma mulher pobre. Somente o primeiro filho homem de cada mulher era apresentado ao Senhor (Êx 13.2).
Havia ali um homem chamado Simeão, já idoso, mas justo e temente a Deus, que esperava a consolação de Israel. Pelo Espirito Santo havia para ele uma promessa de que não morreria sem primeiro ver o Messias. Essa consolação de Israel é uma expressão que se refere ao consolo que o Messias traria. Guiado pelo Espírito, Simeão entrou no templo nesse momento, tomou Jesus nos braços e cantou uma canção (cf. Is 52.8-10).
Ele já poderia ir em paz desta vida porque ele tinha visto e tocado na salvação de seu povo. Jesus personificava a salvação de Deus para o seu povo. Também ele seria a salvação preparada perante a face de todos os povos – vs. 31. Esse termo no plural refere-se às nações gentias e a Israel (cf. o v. 32). Simeão compreendeu que nos últimos dias da História a salvação alcançaria os confins da terra. Lucas, que provavelmente era um gentio, se apegou com firmeza a essa verdade.
Lucas já havia registrado anteriormente a concepção virginal de Jesus (1.35-37); logo, essa referência do vs. 33 é à posição de José como pai para efeitos legais (cf. o vs. 27).
Simeão ainda os abençoou e disse a Maria, sua mãe que Jesus seria posto para queda ou ruína e elevação ou levantamento de muitos. Se "ruína e levantamento" se referem a um grupo, então as pessoas desse grupo devem se humilhar e se arrepender antes de serem levantadas para a salvação.
Caso se refira a dois grupos, então haverá aqueles que rejeitarão a Jesus e consequentemente cairão eternamente, e haverá aqueles que o aceitarão e serão levantados para estarem com Deus (veja o tema semelhante na canção de Maria; 1.52).
A imagem da espada – vs. 35 - prediz que todos esses acontecimentos teriam um custo para Maria, pois ela veria o seu filho ser rejeitado e crucificado.
Ali também estava uma profetiza chamada Ana. Era raro encontrar profetas em Israel nesses dias, mas a idosa Ana era uma profetisa (veja At 21.9). Lucas não específica pelo quê ela deu graças, porém o seu louvor parecia estar ligado com a redenção que a criança traria para Israel.
De modo consciente, Lucas observou com atenção o papel que as mulheres desempenhavam na história que ele estava contando (p. ex. 1.42; 7.37-50; 8.1-3,43-56; 10.38-42; 11.27-28; 13.11-21; 21.23; 23.27-29,49-56; 24.1-24).
Todos os homens judeus deveriam celebrar a Páscoa em Jerusalém (Ex 23.14-15; 34.23).
Quem foram os primeiros evangelistas? O próprio Senhor que enviou seus anjos para anunciarem eventos importantes do nascimento do Messias; os pastores de Israel que estavam por ali apascentando; Simeão, um ancião e Ana, profetiza.
Quando seus pais cumpriram tudo que tinham de cumprir, voltaram para Galiléia, para a sua cidade de Nazaré, onde a criança crescia e se fortalecia no Senhor.
Doze anos já haviam se passado. É possível que Jesus tivesse ido a Jerusalém com seus pais todos os anos. Na tradição judaica, era comum o menino ser levado à festa uma ou duas vezes antes de completar treze anos de idade. Aos treze anos, o garoto se tornaria um "filho da aliança", e passaria a ser considerado um adulto.
Lucas não relata o motivo que levou Jesus a ficar para trás ou como José e Maria o deixaram; porém, viajando numa caravana era fácil perder um menino. Caso estivessem observa o costume da época, as mulheres e as crianças pequenas iam à frente e os homens seguiam atrás. Cada um dos pais deve ter pensando que Jesus estava com o outro.
O fato é que três dias já haviam passado e somente foi achado no templo, assentado no meio dos doutores os ouvindo e os interrogando. O pátio do templo era comumente usado para o ensino, Jesus ouviu e fez perguntas, o que demonstra uma determinação para aprender.
Na educação judaica havia uma ênfase na discussão de problemas, o que talvez esteja por trás da referência ao seu entendimento e respostas. Contudo, José e Maria não compreenderam, como demonstra o tom de repreensão nas palavras de Maria.
Jesus se justifica dizendo que estava na casa de seu Pai, ou seja, no templo de Herodes - Herodes o Grande, reconstruiu o templo de Zorobabel. Iniciou os trabalhos em 20 a.C. e finalizou as obras em 64 d.C. Era um dos edifícios mais importantes do mundo antigo; foi totalmente destruído pelos exércitos romanos em 70 d.C.
Já aos doze anos Jesus estava consciente do relacionamento especial que tinha com o Pai celestial. Nem José, nem Maria compreenderam bem o que ele disse sobre o seu pai.
Apesar da compreensão de seu relacionamento com o Pai, Jesus era um filho respeitoso e obediente a seus pais. Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas no seu coração. Essa menção de Lucas a respeito das coisas que Maria não esqueceu pode indicar que ela, ou alguém próximo a ela, tenha dado a Lucas essa informação (1.2).
 E continuava Jesus a crescer em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. Lucas encerra o registro sobre a infância de Jesus observando o seu desenvolvimento saudável — pessoal, intelectual, físico e espiritual. Ao mencionar que ele havia se desenvolvido em todas essas áreas, Lucas indica a natureza verdadeiramente humana de Jesus. Sua divindade já havia sido indicada em 1.76.
Lc 2:1 Naqueles dias,
foi publicado um decreto de César Augusto,
convocando toda a população do império para recensear-se.
Lc 2:2 Este, o primeiro recenseamento, foi feito
quando Quirino era governador da Síria.
Lc 2:3 Todos iam alistar-se,
cada um à sua própria cidade.
Lc 2:4 José também subiu da Galiléia,
da cidade de Nazaré, para a Judéia,
à cidade de Davi, chamada Belém,
por ser ele da casa e família de Davi,
Lc 2:5 a fim de alistar-se com Maria,
sua esposa,
que estava grávida.
Lc 2:6 Estando eles ali,
aconteceu completarem-se-lhe os dias,
Lc 2:7 e ela deu à luz o seu filho primogênito,
enfaixou-o
e o deitou numa manjedoura,
porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Lc 2:8 Havia, naquela mesma região,
pastores que viviam nos campos
e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.
Lc 2:9 E um anjo do Senhor
desceu aonde eles estavam,
e a glória do Senhor brilhou ao redor deles;
e ficaram tomados de grande temor.
Lc 2:10 O anjo, porém, lhes disse:
Não temais;
eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria,
que o será para todo o povo:
Lc 2:11 é que hoje vos nasceu,
na cidade de Davi,
o Salvador,
que é Cristo, o Senhor.
Lc 2:12 E isto vos servirá de sinal:
encontrareis uma criança envolta em faixas
e deitada em manjedoura.
Lc 2:13 E, subitamente, apareceu com o anjo
uma multidão da milícia celestial,
louvando a Deus e dizendo:
Lc 2:14 Glória a Deus nas maiores alturas,
e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem.
Lc 2:15 E, ausentando-se deles os anjos para o céu,
diziam os pastores uns aos outros:
Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos
que o Senhor nos deu a conhecer.
Lc 2:16 Foram apressadamente
e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
Lc 2:17 E, vendo-o,
divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino.
Lc 2:18 Todos os que ouviram
se admiraram das coisas referidas pelos pastores.
Lc 2:19 Maria, porém,
guardava todas estas palavras,
meditando-as no coração.
Lc 2:20 Voltaram, então, os pastores
glorificando e louvando a Deus
por tudo o que tinham ouvido e visto,
como lhes fora anunciado.
Lc 2:21 Completados oito dias para ser circuncidado o menino,
deram-lhe o nome de JESUS,
como lhe chamara o anjo,
antes de ser concebido.
Lc 2:22 Passados os dias da purificação deles
segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém
para o apresentarem ao Senhor,
Lc 2:23 conforme o que está escrito na Lei do Senhor:
Todo primogênito ao Senhor será consagrado;
Lc 2:24 e para oferecer um sacrifício,
segundo o que está escrito na referida Lei:
Um par de rolas ou dois pombinhos.
Lc 2:25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão;
homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel;
e o Espírito Santo estava sobre ele.
Lc 2:26 Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte
antes de ver o Cristo do Senhor.
Lc 2:27 Movido pelo Espírito,
foi ao templo;
e, quando os pais trouxeram o menino Jesus
para fazerem com ele o que a Lei ordenava,
Lc 2:28 Simeão
o tomou nos braços
e louvou a Deus, dizendo:
Lc 2:29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo,
segundo a tua palavra;
Lc 2:30 porque os meus olhos
já viram a tua salvação,
Lc 2:31 a qual preparaste diante de todos os povos:
Lc 2:32 luz para revelação aos gentios,
e para glória do teu povo de Israel.
Lc 2:33 E estavam o pai e a mãe do menino
admirados do que dele se dizia.
Lc 2:34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino:
Eis que este menino está destinado
tanto para ruína
como para levantamento de muitos
em Israel
e para ser alvo de contradição
Lc 2:35 (também uma espada traspassará
a tua própria alma),
para que se manifestem
os pensamentos de muitos corações.
Lc 2:36 Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser,
avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos
desde que se casara
Lc 2:37 e que era viúva de oitenta e quatro anos.
Esta não deixava o templo,
mas adorava noite e dia em jejuns e orações.
Lc 2:38 E, chegando naquela hora,
dava graças a Deus
e falava a respeito do menino
a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Lc 2:39 Cumpridas todas as ordenanças
segundo a Lei do Senhor,
voltaram para a Galiléia,
para a sua cidade de Nazaré.
Lc 2:40 Crescia o menino e se fortalecia,
enchendo-se de sabedoria;
e a graça de Deus estava sobre ele.
Lc 2:41 Ora, anualmente iam seus pais a Jerusalém,
para a Festa da Páscoa.
Lc 2:42 Quando ele atingiu os doze anos,
subiram a Jerusalém,
segundo o costume da festa.
Lc 2:43 Terminados os dias da festa,
ao regressarem, permaneceu o menino Jesus em Jerusalém,
sem que seus pais o soubessem.
Lc 2:44 Pensando, porém, estar ele entre os companheiros de viagem,
foram caminho de um dia
e, então, passaram a procurá-lo entre os parentes
e os conhecidos;
Lc 2:45 e, não o tendo encontrado,
voltaram a Jerusalém à sua procura.
Lc 2:46 Três dias depois,
o acharam no templo,
assentado no meio dos doutores,
ouvindo-os
e interrogando-os.
Lc 2:47 E todos os que o ouviam
muito se admiravam da sua inteligência
e das suas respostas.
Lc 2:48 Logo que seus pais o viram,
ficaram maravilhados; e sua mãe lhe disse:
Filho, por que fizeste assim conosco?
Teu pai e eu, aflitos,
estamos à tua procura.
Lc 2:49 Ele lhes respondeu:
Por que me procuráveis?
Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?
Lc 2:50 Não compreenderam, porém,
as palavras que lhes dissera.
Lc 2:51 E desceu com eles para Nazaré;
e era-lhes submisso.
Sua mãe, porém,
guardava todas estas coisas no coração.
Lc 2:52 E crescia Jesus
em sabedoria,
estatura
e graça,
diante de Deus
e dos homens.
Crescia Jesus em estatura e graça diante dos homens e diante de Deus. E você, leitor, está crescendo também diante dos seus pais, diante da sua sociedade, diante da igreja, dos amigos, de Deus? Se não, o que há de errado? Medite que Deus o ajudará.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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