·O
próprio profeta Zacarias é o autor do livro que leva o seu nome. Em Zc 1.1 se identifica
o autor como "Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido".
·A
visão tradicional, a qual estamos adotando, é de que esse homem era um
contemporâneo de Ageu, no século 6. a.C., e que todo o livro foi escrito por
ele.
Propósito:
Encorajar a confiança nas profecias de
Zacarias, não apenas nas referentes ao julgamento, mas, também, nas referentes
às grandes bênçãos prometidas para Jerusalém quando o reino de Deus vier em sua
plenitude.
Data:
520.475 a.C. (ministério de Zacarias).
Verdades
fundamentais:
·Deus
prometeu bênçãos maravilhosas para o seu povo após o exílio, por meio de
Zorobabel, o filho de Davi, e por meio de Josué, seu sumo sacerdote.
·Apesar
das falhas daqueles que retornaram do exílio, Deus não falharia em cumprir as
suas promessas.
·Deus
tem todo o poder para derrotar seus inimigos e o fará algum dia.
·Uma
batalha final trará a vitória absoluta para o povo de Deus.
Contextualização:
O pano de fundo histórico de Zacarias é o
mesmo de Ageu, mas seus ministérios diferem quanto à ênfase.
·O
trabalho de Ageu concentrou-se na reconstrução do templo.
·O
trabalho de Zacarias também estava preocupado com a reconstrução do templo, mas
suas profecias também encorajaram o povo quanto a Jerusalém ser o local, num
futuro de médio prazo, para o reino de Deus.
Visando um melhor entendimento dos acontecimentos
históricos da época, apresentamos, a seguir, um quadro comparativo – conforme a
BEG – entre Ageu, Zacarias e Esdras.
Zacarias contém uma variedade de formas literarias.
As visões contidas na primeira parte são semelhantes às de Ezequiel e Daniel. O
livro é sempre citado como um exemplo de literatura apocalíptica antecipada, e
certamente métodos e temas característicos desse tipo de literatura estão em
evidência.
·No
cap. 14, encontra-se a descrição de uma guerra final contra Jerusalém, na qual
Deus sai como um guerreiro vitorioso para salvar o seu povo de seus inimigos.
·Da
mesma maneira, as visões dos cavalos (1.7-17), dos quatro carros (6.1-8) e da
mulher dentro do efa (5.5-11) também podem ser vistas como formas antecipadas
de literatura apocalíptica.
O bem-estar e o futuro de Jerusalém, como a
cidade santa, é o tema difundido em Zacarias. Muitas das visões desenvolveram
esse tema (1.7-17, 2.1-13; 5.1-4).
O cap. 8 traz o retrato de uma Jerusalém
idílica, e o livro conclui com um capitulo que desenvolve esse tema (cap. 14).
O enfoque de Zacarias sobre Jerusalém
reflete a teologia de Sião que é principalmente encontrada em SI 46-48; 132.
Cristo
em Zacarias:
Zacarias falou tanto do futuro imediato de
Israel como do futuro distante com Cristo.
Como ocorre com a maioria das profecias da
restauração de Israel pós-exílio, as palavras de Zacarias tiveram um
significado imediato para Zorobabel o filho de Davi; para Josué, o sumo
sacerdote, e para Jerusalém.
Ao mesmo tempo, todavia, Zorobabel representava
apenas a continuação e não o fim da linhagem davídica.
Josué também representava a continuação da
linhagem sacerdotal e fazia parte dos homens de presságio (3.8).
Como resultado, o que foi dito sobre
Zorobabel e Josué anteviu o que o último filho de Davi, o Messias, cumpriria um
dia plenamente.
Por exemplo, as profecias sobre a bênção de
Deus sobre Jerusalém (p. ex., 2.5,11) eram ofertas genuínas aos que retornaram
do exílio.
Essas bênçãos poderiam ter sido percebidas
em alguma extensão durante os primeiros anos pós-exílio, mas muitas se arderam
por causa do pecado.
Mas o que foi oferecido a Zorobabel
certamente se cumpriria no Messias, que traria todas as esperanças da dinastia
de Davi e do sacerdócio ao seu pleno cumprimento por meio de sua perfeita
obediência.
Portanto, podemos afirmar com certeza que
Zacarias forneceu muitos vislumbres do Messias, Jesus.
·Zacarias
concentrou-se na família real de Davi (Zorobabel) e no sacerdócio zadoquita
(Josué) como figura centrais na realização das bênçãos de Deus na restauração.
·Não
é de admirar, então, que o cumprimento desses dois papéis em Cristo esteja
ligado às profecias de Zacarias.
·Jesus
é o Rei que entrou em Jerusalém montado num jumento, como foi profetizado em
9.9-10, passagem que foi citada por Mateus para referir-se à entrada triunfal
de Jesus (Mt 21.1-11).
·A
traição e a morte de Cristo são citadas em 13.7.
·Além
do mais, Zacarias desenvolveu a figura messiânica de um ramo de videira que
combina as funções de um sacerdote e do rei (3.8; 6.12).
Embora o Messias não seja especificamente
mencionado em 2.5.10, a promessa da habitação de Deus no meio do seu povo se
realizou em Cristo (Jo 1.14).
Da mesma maneira, a Festa dos Tabernáculos
celebrada em 14.16-20, encontrará sua máxima expressão no estágio final do
reinado do Messias nos novos céus e na nova terra (Ap 21.1-3).
Esboço
de Zacarias – conforme a BEG:
Dividiremos o presente livro em duas
grandes partes, as quais estaremos seguindo. As subdivisões serão vistas à
medida que formos avançando. I. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO IMEDIATA (1.1
-8.23); II. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO NO FUTURO (9.1-14.20).
Zacarias 1 1-21 – Reflexões e segmentação.
Vamos então dar início às nossas reflexões
e segmentação do livro de Zacarias.
I. AS PROFECIAS COM APLICAÇÃO IMEDIATA (1.1 -8.23)
Zacarias trouxe profecias que falaram de um
futuro próximo da comunidade restaurada. O povo respondeu ao chamado de
Zacarias com arrependimento.
O profeta teve oito visões que demonstraram
a importância de Zorobabel e Josué no plano de Deus para os que retornaram do
exílio, Zacarias relembrou os motivos para o exílio de Judá e apresentou a
oferta de Deus de grandes bênçãos para os que retornaram se eles se
arrependessem de suas hipocrisias.
Desde o primeiro versículo até o capítulo oito,
estaremos vendo as profecias com aplicação imediata. Esses capítulos contêm
profecias que foram entregues aos primeiros a retomarem do exílio, enquanto
lutavam com o desafio de reconstruir o templo.
Esse material divide-se em titulo (1.1) e
em quatro partes principais: uma mensagem introdutória (1.2-6), as oito visões
(1.7-6.8), a coroação de Josué e a transformação de Jerusalém (7.1-8.23). Elas
irão formão as subdivisões a seguir: A. Título (1.1) – veremos agora; B. Mensagem Inicial (1.2-6) – veremos agora; C. Ai oito visões noturnas (1.7-6.8) – começaremos a ver agora; D. A
coroação de Josué (6.9-15); e, E. A transformação de Jerusalém (7.1-8.23).
A. Título (1.1).
No título, podemos identificar o profeta e o
período do seu ministério.
Tudo aconteceu no oitavo mês do segundo ano
de Dario, provavelmente em outubro-novembro de 520 a.C.
Zacarias começou o seu ministério dois meses
depois que aqueles que retomaram do exílio retomaram a reconstrução do templo. Zacarias
era filho de Berequias, neto de Ido e seu nome significa “o Senhor se lembra".
B. Mensagem Inicial (1.2-6).
Zacarias começou o seu ministério
conclamando os que haviam retornado do exílio a arrependerem-se dos seus
pecados.
O Senhor havia se irado e muito contra os
antepassados do povo. Embora o povo já tivesse respondido ao chamado de Ageu
para reconstruir o templo, o coração das pessoas ainda estava distante de Deus.
A ira que o Senhor havia demonstrado para
com aquela geração de exilados ainda continuava até esse dia porque o povo
continuou a rebelar-se contra ele.
Quem lê e estuda de forma desatenta pode
imaginar que Deus é muito irascível, mas a sua ira não é como a dos homens
apaixonada e desprovida de bom-senso, antes a sua ira é santa, justa e boa.
Ela é tão santa e boa como é a sua verdade,
o seu amor e a sua justiça. Quando Deus se ira, jamais há nele desejo mal,
antes são seus atributos santos e perfeitos que estão agindo e controlando o
universo.
Por meio de seu profeta, Deus se dirige ao
seu povo como o Senhor dos Exércitos. Essa tradução tradicional do nome do
Senhor foi particularmente relevante para as visões que se seguiram (1.7-6.8).
Deus exigia deles uma atitude de se
voltarem para ele, pois que em sendo assim, ele se voltaria para eles. A
palavra hebraica traduzida por "tornar" também pode significar
"arrepender-se".
O arrependimento envolve dar totalmente as
costas ao pecado e voltar-se para Deus. O retorno de Deus envolveria dar
totalmente as costas ao julgamento e voltar-se para abençoar o seu povo (vs.
16; 2.11).
O fato era que o povo estava caminhando
rumo à perdição até que Deus em sua infinita misericórdia levanta Ageu e Zacarias
para pregar ao povo o arrependimento. Se não houvesse a pregação, estariam até
hoje seguindo outro caminho.
A resposta do povo somente viria por causa
da pregação da palavra de Deus a qual estamos hoje, século XXI, conclamados a
pregar para a nossa geração.
Deus os alerta de que não era para eles serem
como os seus antepassados que não tinham dados ouvidos aos profetas pré-exílio
ou do período do exílio (p. ex., Isaías e Jeremias). Eles não tinham ouvido
(entenda obedecido), nem tinham atendido, uma vez que seus corações estavam
endurecidos pelo engano do pecado. Seus pais demonstraram obstinação e rebelião
(2Rs 17.13-15), consequentemente, as maldições da aliança (Dt 28.15-68) caíram
sobre eles por causa de sua desobediência.
Nada acontece se não pregamos, mas quando
pregamos há dois públicos. Um ouve, entende, se arrepende e se volta para Deus;
outro, endurece seu coração para juízo.
Onde estariam agora os antepassados deles e
os profetas? Todos haviam partido, mas não as palavras e decretos anunciados
pelos servos de Deus, os profetas - Is 44.26. Eles se arrependeram - Ne
9.1-10.39; Dn 9.1-19 – e exclamaram que segundo as suas obras que mereciam,
assim eles estavam recebendo.
Os que retornaram confessaram que seus pais
mereceram o exílio, um tema proeminente entre os primeiros profetas. Além do
mais, confessaram que eles mesmos haviam recebido da parte de Deus o que
mereciam durante os decepcionantes primeiros anos de restauração.
Admitir a justiça do julgamento de Deus era
um elemento crucial do arrependimento deles.
C. Ai oito visões noturnas (1.7-6.8).
Doravante, a partir do verso 7 até o
capítulo 6.8, estaremos vendo as oito visões noturnas que Zacarias recebeu a
respeito do que Deus faria com relação às dificuldades que os que retornaram
enfrentaram.
Esse material divide-se em oito partes: o
homem entre as murteiras (1.7-17), os quatro chifres e os quatro ferreiros
(1.18-21), um cordel de medir (2.1-13), as vestes limpas para o sumo sacerdote
(3.1-10), o candelabro de ouro e as duas oliveiras (4.1-14), o rolo voante
(5.1-4), a mulher dentro do efa (5.5-11) e os quatro carros (6.1-8). Essas oitos
partes formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1. O homem entre as
murteiras (1.7-17) – veremos agora; 2.
Os quatro chifres e os quatro ferreiros (1.18-21) – veremos agora; 3. Um homem com um cordel de medir (2.1-13); 4.
As vestes limpas para o sumo sacerdote (3.1-10); 5. O candelabro de ouro e as
duas oliveiras (4.1-14); 6. O rolo voante (5.1-4); 7. A mulher dentro do efa
(5.5-11); 8. Os quatro carros e o sumo sacerdote (6.1-8).
1. O homem entre as murteiras (1.7-17).
A primeira visão foi a de um homem entre as
murteiras. Esses versículos registram a primeira das oito visões que Zacarias
recebeu no curso de uma noite (v. 8). Interessante e curioso que todas as
visões vieram em uma única noite e que noite essa enfrentada pelo profeta de
Deus!
A primeira visão enfatizou o compromisso de
Deus com o povo da aliança de ser o restaurador de Jerusalém e o protetor da
cidade contra as forças pagãs.
A visão conclamava o povo de Deus a olhar
além das circunstâncias do momento e a colocar a sua confiança nas promessas do
Senhor.
Tarefa difícil para cada um de nós que
temos o costume errôneo de achar que estamos sós e que não há saídas para
nossos dilemas enfrentados, muitas das vezes, pelas nossas próprias astúcias.
·Cavalos
vermelhos, marrons e brancos atrás do homem montado em um cavalo vermelho.
O relato ao anjo do Senhor que estava entre
as murtas, por parte do homem que estava entre as murtas, foi de que toda a
terra estava, agora, repousada e tranquila.
As nações auto-confiantes são comparadas ao
estado judeu que se debatia com o governo persa. No entanto, a segurança que
Deus ofereceu ao seu povo era de que as nações que se sentiam seguras passariam
pelo julgamento – ver, por ex. Ob 3,8,18.
O anjo do SENHOR – vs. 12 - era o
mensageiro de Deus que interpretou as visões para Zacarias (veja o vs. 19; 2.3;
3.1; 4.1 – a BEG recomenda, nesse momento, conhecer o seu excelente artigo
teológico "Anjos"[2],
em Zc 1).
Aquele anjo do Senhor perguntou ao Senhor
dos Exércitos até quando deixaria ele de ter misericórdia de Jerusalém e das
cidades de Judá, pois que já sua ira durava já setenta anos? Uma referência à
profecia de Jr 25.11-12, que anunciou o exílio. O livro das Crônicas associa o
fim dos setenta anos de Jeremias com o decreto de Ciro, em 539 a.C. (2Cr
36.21).
A resposta do Senhor foi boa e acalentadora.
Palavras que refletiam o amor de Deus pelo seu povo e reafirmavam o seu
compromisso de não abandonar os seus filhos - Hb 13.5.
Aquele anjo então passou uma palavra para
Zacarias proclamar. O amor zeloso de Deus pelo seu povo e cidade escolhidos o
levou a agir em favor deles (8.2). Um tema semelhante está expresso em Sf
3.9.20.
Era para ele dizer que tinha sido zeloso
com Jerusalém e Sião, mas estava irado contra as nações que se sentiam seguras.
Observe o contraste com o vs. 2, em que Deus está irado com o seu próprio povo.
Aqui, o amor de Deus pelo que é seu (veja o vs. 14) o levou a proteger o povo
ao trazer julgamento sobre as nações que afligiram seus filhos além da medida.
O Senhor dizia que estaria se voltando para
Jerusalém com misericórdia e afirmava que seu templo seria reconstruído. Um
tema comum nas visões (2.12; 3.2). O fato de Deus ter escolhido o povo e a
capital como seus os distinguiu das outras nações pagãs. O objetivo de sua
escolha era o de trazer a prosperidade ao seu povo. (“As minhas cidades ainda
transbordarão de bens"). Ageu prometeu bênçãos semelhantes aos que retornaram
do exílio mais ou menos nessa mesma época (Ag 2.6-9).
Se o povo reconstruísse o templo e se
arrependesse de seus maus caminhos, Deus concederia muitas bênçãos à
recém-formada comunidade de Jerusalém.
2. Os quatro chifres e os quatro ferreiros (1.18-21).
Zacarias teve outra visão envolvendo os
quatro chifres e os quatro ferreiros.
A segunda visão de Zacarias tratava de
quatro chifres (ou seja, chifres de animal). Os chifres de animais simbolizavam
o poder e o orgulho no antigo Oriente Próximo e em outros locais do Antigo
Testamento (SI 75.4-5).
Nessa visão, os quatro chifres
representavam as quatro nações que oprimiram o povo de Deus; os quatro
ferreiros representavam as nações que destruiriam os chifres.
Quando Zacarias olhou para o alto e viu os
quatro chifres ele perguntou ao anjo que falava com ele o que era aquilo e ele
respondeu a ele tratar-se daqueles que dispersaram Judá, Jerusalém e Israel.
A identificação dos quatro chifres poderia
ser a mesma das profecias de Daniel (Dn 2.36-45; 7.17-28), que no caso
corresponderiam à Babilónia, a Medo-Pérsia, a Grécia e Roma. A menção de Israel
e de Judá pode indicar que as quatro nações opressoras eram a Assíria, a
Babilónia, o Egito e a Pérsia (10.10-11). Também é possível que os quatro
chifres representavam “os quatro cantos da terra” (Ap 20.8); ou seja, nações de
todos os lados.
Depois ainda Zacarias perguntou quem eram
os quatro artesões que o Senhor estava mostrando para ele. Os quatro ferreiros
da segunda visão tinham vindo para derrubar o poder das nações opressoras. Essa
visão simboliza que outras nações destruiriam as nações que afligiram o povo de
Deus, o cumprimento da garantia dada a Abraão de que Deus amaldiçoaria aqueles
que amaldiçoassem os descendentes de Abraão (Gn 12.3).
ZACARIAS
»ZACARIAS [1]
Zc 1:1 No
oitavo mês do segundo ano de Dario
veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias,
filho de Berequias, filho de Ido, dizendo:
Zc 1:2 O Senhor se irou fortemente contra vossos pais.
Zc 1:3 Portanto dize-lhes:
Assim diz o Senhor dos exércitos:
Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos exércitos,
e eu me tornarei para vós,
diz o Senhor dos exércitos.
Zc 1:4 Não sejais como vossos pais,
aos quais clamavam os profetas antigos, dizendo:
Assim diz o Senhor dos exércitos:
Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos
e das vossas más obras;
mas não ouviram, nem me atenderam,
diz o Senhor.
Zc 1:5 Vossos pais, onde estão eles?
E os profetas, viverão eles para sempre?
Zc 1:6 Contudo as minhas palavras e os meus estatutos,
que eu ordenei pelos profetas, meus servos,
acaso não alcançaram a vossos pais?
E eles se arrependeram, e disseram:
Assim como o Senhor dos exércitos fez menção de nos
tratar,
segundo os nossos caminhos,
e segundo as nossas obras,
assim ele nos tratou.
Zc 1:7 Aos
vinte e quatro dias do mês undécimo,
que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario,
veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias,
filho de Berequias, filho de Ido, dizendo:
Zc 1:8 Olhei de noite, e vi um homem montado num
cavalo vermelho,
e ele estava parado entre as murtas que se achavam no
vale;
e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e
brancos.
Zc 1:9 Então perguntei:
Meu Senhor, quem são estes?
Respondeu-me o anjo que falava comigo:
Eu te mostrarei o que estes são.
Zc 1:10 Respondeu, pois, o homem que estava parado
entre as murtas,
e disse:
Estes são os que o Senhor tem enviado
para percorrerem a terra.
Zc 1:11 E eles responderam ao anjo do Senhor,
que estava parado entre as murtas, e disseram:
Nós temos percorrido a terra,
e eis que a terra toda está tranqüila e em descanso.
Zc 1:12 Então o anjo do Senhor respondeu, e disse:
O Senhor dos exércitos,
até quando não terás compaixão de Jerusalém,
e das cidades de Judá,
contra as quais estiveste indignado estes setenta
anos?
Zc 1:13 Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo,
com palavras boas, palavras consoladoras.
Zc 1:14 O anjo, pois, que falava comigo, disse-me:
Clama, dizendo:
Assim diz o Senhor dos exércitos:
Com grande zelo estou zelando por Jerusalém e por
Sião.
Zc 1:15 E estou grandemente indignado contra as nações
em descanso; porque eu estava um pouco indignado,
mas eles agravaram o mal.
Zc 1:16
Portanto, o Senhor diz assim:
Voltei-me, agora, para Jerusalém com misericórdia;
nela será edificada a minha casa,
diz o Senhor dos exércitos,
e o cordel será estendido sobre Jerusalém.
Zc 1:17 Clama outra vez, dizendo:
Assim diz o Senhor dos exércitos:
As minhas cidades ainda se transbordarão de bens;
e o Senhor ainda consolará a Sião,
e ainda escolherá a Jerusalém.
Zc 1:18 Levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro
chifres.
Zc 1:19 Eu perguntei ao anjo que falava comigo:
Que é isto?
Ele me respondeu:
Estes são os chifres que dispersaram
a Judá, a Israel e a Jerusalém.
Zc 1:20 O Senhor mostrou-me também quatro ferreiros.
Zc 1:21 Então perguntei:
Que vêm estes a fazer?
Ele respondeu, dizendo:
Estes são os chifres que dispersaram Judá,
de maneira que ninguém levantou a cabeça;
mas estes vieram para os amedrontarem,
para derrubarem os chifres das nações
que levantaram os seus chifres
contra a terra de Judá,
a fim de a espalharem.
Anjos: Eles estão ao nosso redor?
Nas últimas décadas tem havido um ressurgimento do interesse pelos
anjos. Infelizmente, muitos dos ensinamentos acerca dos anjos são, na melhor
das hipóteses, especulativos. Logo, é importante saber o que as Escrituras
ensinam a esse respeito. A teologia reformada como um todo não enfatiza o assunto
de modo particular, mas os anjos são mencionados em suas Confissões e nos
Catecismos (p. ex., CM 12,13,16,19).
Deus criou dois tipos de seres pessoais: os anjos (do termo grego que significa
"mensageiro") e os seres humanos. Existe um grande número de anjos
(Mt 26.53; Ap 5.11). São agentes morais inteligentes, incorpóreos e,
normalmente invisíveis. Também podem se mostrar para os homens numa forma
aparentemente física (Gn 18.2-19.22; Jo 20.10-14; At 12.7-10). Não se casam e
não estão sujeitos à morte física Mt 22.30; Lc 20.35-36). Podem se mover entre
dois pontos no espaço e um grande número desses seres pode ocupar uma área
pequena (Lc 8.30, uma referência a anjos caídos; veja o artigo
"Demônios", em 1Co 10).
Os anjos habitam no céu (Mt 18.10; 22.30; Ap 5.11), onde adoram a Deus
constantemente (SI 103.20-21; 148.2). Também partem de lá para realizar
diversas tarefas das quais Deus os incumbe (Hb 1.14). Estes são os anjos
"santos" ou "eleitos" (veja Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At
10.22; 1Tm 5.21; Ap 14.10), aos quais a obra da graça de Deus por meio de
Cristo está, no presente, revelando mais da sabedoria divina do que conheciam
antes (Ef 3.10; 1Pe 1.12).
A atividade dos anjos foi mais proeminente nos pontos críticos do plano
divino de salvação (no tempo dos patriarcas, do êxodo e da entrega da lei, no
período do exílio e da restauração, e no nascimento, ressurreição e ascensão de
Jesus Cristo) e voltará a se sobressair quando Cristo voltar (Mt 2 5.3 1; Mc
8.38).
Os anjos santos guardam os fiéis (SI 34.7. 91.11), especialmente os
pequeninos (Mt 18.10), e observam o tempo todo o que se passa na igreja (1Co
11.10). É possível que tenham mais conhecimento das coisas divinas do que os seres
humanos em geral (Mc 13.32), e que ministrem de maneira especial aos cristãos
na hora de sua morte (Lc 16.22). No entanto, as Escrituras não detalham tais
coisas. Os anjos bons observam os cristãos na esperança de verem a graça
triunfar em sua vida.
A figura misteriosa do "anjo do Senhor" ou "anjo de
Deus" aparece com frequência no início do Antigo Testamento. Em algumas
ocasiões, ele é identificado com Deus e, em outras, distinguido dele (Gn
16.7-13; 18.1-33; 22.11-18; 24.7,40; 31.11-13; 32.24-30; 48.15-16; Ex 3.2-6;
14.19; 23.20-23; 32.34-33.5; Nm 22.22-35; Js 5.13-15; Jz 2.1-5; 6.11-23;
9.13-23). Alguns estudiosos concluem que, num certo sentido, o anjo do Senhor é
uma manifestação de Deus na qual ele age como o seu próprio mensageiro; é tido
com frequência como um aparecimento pré-encarnado do Filho de Deus. Outros
acreditam que ele é estreitamente identificado com Deus por ser o representante
de Deus (veja as notas sobre Gn 16.7; Êx 3.2; 14.19; Jz 2.1).
As Escrituras descrevem todos os anjos santos como criaturas gloriosas.
São chamados de "filhos de Deus" (Jo 1.6; 2.1; SI 29.1). É dito que
são radiantes e poderosos (Is 6.1-4; 2Ts 1.7; 1Pe 3.22; 2Pe 2.11; Ap 15.8) e
também que constituem o exército vitorioso de Deus (Ex 14.19). No entanto, as
Escrituras também ressaltam a honra e o esplendor dos seres humanos santos. O
salmista diz que o homem foi criado "por um pouco, menor do que Deus"
(SI 8.5), urna posição honrosa. Porém, o apóstolo Paulo observa que essa não é
a ordem final entre anjos e homens. Diz aos coríntios que, quando Cristo
voltar, os cristãos hão de "julgar os próprios anjos" (1Co 6.3). Um
dia, a raça humana - a imagem de Deus - reinará não apenas sobre a terra e suas
criaturas, mas também sobre os anjos.
[1]Murta
é um género botânico que compreende uma ou duas espécies de plantas com flor,
da família das Myrtaceae, nativo do sudoeste da Europa e do Norte de África. – fonte: wikipedia.
[2]Ele está
reproduzido na íntegra, conforme está na BEG, ao final de nossa reflexão.
Duas
pessoas poderão andar juntas sem que entre elas haja um acordo? Essa foi a
questão levantada. O verbo hebraico também tem conotações de "viver".
O
povo do Senhor deve "andar" (ou seja, "viver") nos seus
caminhos (Sl 119.3). Aqui, implicitamente, o profeta "vive" muito
próximo do Senhor, desejando ser preenchido pela sua santidade e pelo seu
próprio ser (cf. GI 2.20).
Também
o povo de Deus deveria andar do mesmo jeito.
O livro de Ageu foi escrito com a
finalidade de incentivar a reconstrução do templo na esperança de trazer
grandes bênçãos para Israel depois do exílio. Ele consiste, como já dissemos,
de quatro mensagens, sendo que cada uma é encabeçada pela frase "veio a
palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu [ou "a Ageu"]"
(1.1; 2.1; 2.10; 2.20). Estaremos vendo agora o último capítulo deste pequeno
livro fantástico.
II. O TEMPLO MAIOR E AS BÊNÇÃOS DE DEUS (2.1-9).
Ageu explicou que bênçãos viriam sobre o
povo por meio do templo reconstruído.
Quase um mês após a primeira mensagem de
Ageu, o Senhor falou novamente ao povo por intermédio do seu profeta, mas,
dessa vez, ele o fez para incentivar o povo a levar adiante a construção.
Aparentemente, os registros da
magnificência do templo anterior foram uma fonte de desencorajamento,
principalmente quando os construtores viram o estado em que se encontrava o
templo.
Conforme a BEG, ao falar do objetivo do
projeto, Ageu também tranquilizou o povo quanto ao futuro. A glória desse
templo excederia a glória do templo construído por Salomão. Essa construção
conduziria à glória dos últimos dias.
A. O encorajamento pela presença de Deus (2.1-5).
Em primeiro lugar, Deus assegurou aos que
retomaram do exílio a realidade de que ele mesmo estava com eles, por isso que
os encorajou com sua presença certa.
O momento exato é citado, no sétimo mês, ao
vigésimo primeiro do mês, ou seja, em 17 de outubro de 520 a.C. De acordo com
Lv 23.33-43, esse era o último dia da Festa dos Tabernáculos, a festividade em
que o povo celebrava a provisão recebida de Deus durante o período no deserto e
as bênçãos da colheita.
Todavia, parece que havia pouca razão para
celebrar, já que, na melhor das hipóteses, a colheita havia sido reduzida (1.11).
No cap. 1, Ageu dirigiu-se aos líderes porque
cabia a eles iniciar a obra. A essa altura, ele incluiu as pessoas – “ao
restante do povo” porque a mensagem era destinada a incentivá-las a respeito da
obra que haveriam de fazer.
Havia uma inquietação do povo mais antigo
que conhecera o primeiro templo, que comparado com o atual, parecia muito mais
inferior. "Esta casa" designa não apenas a construção, mas, também, a
instituição que a representava.
Salomão também havia dedicado o templo ao
Senhor no sétimo mês, (1 Rs 8.2). Aquelas pessoas arrependidas devem ter ficado
com poucas esperanças quando olharam para aquele segundo templo incompleto e
ostensivamente inferior.
Os vs. 1-3 sugerem que o povo de Deus se
sentiu desencorajado pela falta de esplendor do templo e pela dificuldade da
obra para a qual foi chamado.
No entanto, o próprio Senhor fala por seu
profeta para levar a palavra a Zorobabel para ele ser forte, ter coragem,
disposição. A tripla repetição desse comando (a Zorobabel, a Josué e o povo da
terra) enfatizava a necessidade do povo de Deus não desistir do trabalho do
Senhor (cf. Cl 6.9).
Deus seria com eles, isto é, a presença do
Senhor instigou no povo a confiança de que o trabalho não era em vão. Deus
seria a sua força sustentadora. A cura para desânimo estava em reconhecer a
promessa e a presença de Deus.
Havia uma palavra da aliança, uma promessa
destinada a eles no verso 5, que dizia "Meu espírito está entre vocês – ou habita no meio de vós. Não tenham
medo". Da mesma maneira que Deus havia feito uma aliança com o seu
povo no êxodo do Egito, nesse momento a sua aliança assegurou o povo quanto à
sua presença (cf. Ex 33.12-17; Nm 11.16-17).
A presença especial do Espírito Santo
estimulou a expectativa pela era da restauração após o exílio (veja JI 2.28).
Essas palavras mostraram que o Espírito de Deus estava entre os que retornaram,
do mesmo modo que havia estado entre o seu povo durante a peregrinação pelo
deserto.
Hoje, em Cristo, nós somos a igreja, o povo
de Deus da aliança e a mesma palavra está destinada a nós. Ele nos prometeu,
não somente por essa palavra, mas por tantas outras que estaria conosco o tempo
todo.
B. O encorajamento pela promessa da bênção de Deus (2.6-9).
Dos versos de 6 a 9, um encorajamento pela
promessa da bênção de Deus. Ageu incentivou os que retornaram a reconstruir o
templo ao lembrá-los de que o futuro reservava um glorioso destino para o povo
de Deus, pois as riquezas das nações seriam levadas ao templo de Deus.
Deus dizia que dentro de pouco tempo faria
abalar o céu, a terra, o mar e o continente. O profeta falou de um abalo
universal que incluiria o julgamento dos mundos natural e humano (2.21). A
passagem de Hb 12.26-28 afirma que o abalo final da ordem criada acontecerá no
retorno de Cristo.
Deus irá fazer tremer as nações de tal
forma que eles iriam levar para lá as coisas preciosas de todas as nações e
encheriam de glória o atual templo que estava sendo reconstruído.
A palavra "preciosas",
provavelmente, não é uma referência ao Desejado de todas as nações (ou seja, o
Messias), mas às coisas que são desejadas por todas as nações, que são
preciosas para elas.
Conforme a BEG, o contexto a seguir (v. 8)
fala dessas coisas preciosas e é digno de nota que o decreto do rei Dario, em
cujo reinado Ageu ministrou, faz alusão a esses objetos valiosos que foram
ofertados para o projeto de construção do templo (Ed 6.3-5,8-9).
Parece que o melhor a concluir, conforme
nos dia a BEG, é que Ageu estava repetindo a promessa de Isaías de que Israel
ficaria mais rico após o exílio por causa da riqueza das nações (Is 60.5).
Por causa das falhas dos que retornaram, o
cumprimento dessa profecia foi adiado; ela não se cumprirá até que Cristo
retorne, quando todos os crentes herdarão as riquezas da nova terra (cf. Mt
5.5; 19.23-29; 25.34; 1Co 3.21; 4.8).
A intenção de Deus era de honrar a si mesmo
pela manifestação de sua gloriosa presença diante de "todas as
nações". Quando a presença de Deus enchesse o templo, as nações seriam
atraídas para a luz (Is 2.3-5; 60.3).
Como o soberano possuidor de todas as coisas
(cf. SI 24.1; 50,9-12), Deus realizaria a sua própria glorificação e faria o
seu povo herdar a riqueza das nações (Is 60.5), pois a ele é que pertencem o
ouro e a prata – vs. 8.
Ageu podia afirmar isso com confiança
porque esse seria o templo dos últimos dias. Mas a promessa de uma glória maior
foi finalmente realizada em Cristo, a maior manifestação da presença e da
glória de Deus (Jo 1.14). É por isso que Ef 2.21; 3.20-21 ensinam que a glória
de Cristo é vista em sua igreja, o templo de Deus.
Seria neste lugar que ele finalmente daria
a eles a sua paz. "Paz” implica mais do que a simples ausência de
conflito. Ela tem a conotação de prosperidade e um sentimento de total
bem-estar. A paz era o objetivo dos esforços da restauração.
De acordo com o Novo Testamento, Cristo dá
a paz para os crentes agora (Jo 14.27), mas o pleno cumprimento dessa promessa
aguarda o momento em que o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro serão eles
próprios o templo (Ap 21.22) da nova Jerusalém.
É curioso observar que quando Jesus
ressuscitou dos mortos, naquele domingo, estando as portas fechadas e os
discípulos reunidos ali com medo das autoridades judaicas, Jesus ministrou duas
vezes aos seus corações a paz para tranquilizá-los diante do stress que tinham vivido com a morte do
Senhor e sua aparente derrota. (Jo 20.19,20).
III. A BÊNÇÃO DE DEUS PARA UM POVO CORROMPIDO (2.10-19).
Ageu falou aos que retornaram do exílio
sobre a impureza deles, mas lhes assegurou as futuras bênçãos de Deus.
Dos versos de 10 ao 19, veremos a bênção de
Deus alcançando um povo corrompido.
O terceiro discurso mostrou que antes de o
povo começar a obedecer ao Senhor e colocar a casa dele como prioridade, as
bênçãos haviam se tornado em maldição. Dessa vez, o Senhor prometeu que a
obediência a ele traria grandes e abundantes bênçãos. A partir desse momento, o
Senhor recompensaria abundantemente o trabalho das mãos do povo.
A. A causa da impureza do povo (2.10-14).
Dos versos de 10 ao 14, fica claro a causa
da impureza do povo. Os pecados da comunidade restaurada haviam corrompido o
povo e a sua adoração. Essa era uma questão que o povo não compreendia
plenamente.
Novamente a precisão das datas, aqui, no vigésimo
quarto dia do mês nono. A sequência do tempo é importante para a interpretação,
veja:
·O
povo se arrependeu e retomou a obra em 21 de setembro de 520 a.C. (1.15).
·Ageu
trouxe uma mensagem de encorajamento em 17 de outubro de 520 a.C. (2.1-9).
·Ageu
trouxe outra mensagem de condenação em 18 de dezembro de 520 a.C.
§Essa
mensagem de condenação foi trazida porque o povo ainda não tinha visto o maior
problema: sua impureza diante do Deus santo.
Isso foi coerente com o chamado que
Zacarias fez para que o povo voltasse para o Senhor (Zc 1.3-6), um chamado
feito depois que o povo começou a trabalhar no templo.
Dos versos de 11 ao 13, uma questão a
respeito da lei que o povo já deveria saber. A consagração exigia um ato de
separar algo para Deus (Lv 20.7). As pessoas e os objetos não seriam
consagrados acidentalmente pelo fato de tocarem em outras coisas que já haviam
sido separadas. Em contraste, a impureza era contagiosa; as pessoas e os
objetos se tornavam impuros quando entravam em contato com algo que era
ritualmente imundo Lv. 13; Nm 19.11-13). As duas perguntas nos vs. 12-13 eram
retóricas, e o povo deveria saber as respostas.
A conclusão está no verso 14 que da mesma
forma era este povo. Ageu aplicou aos seus ouvintes a lição aprendida com as
perguntas anteriores. O fato de estarem executando uma obra sagrada não os
eximia dos seus pecados; antes, eles contaminavam a obra do templo e suas
ofertas por estarem mais afastados de Deus do que haviam percebido.
Não podemos servir a Deus de qualquer
maneira, achando que por estarmos no seu trabalho já é suficiente, antes temos
de nos portar adequadamente e com todo respeito, observando cada detalhe,
principalmente por estarmos com Ele no meio de nós, por causa de seu Santo
Espírito Santo.
B. A reação de Deus em enviar maldições e bênçãos (2.15-19).
No passado, Deus havia amaldiçoado o povo
por causa dos seus pecados. Agora, diante do seu arrependimento, Deus iria
abençoar o povo.
Apesar de Deus ter ferido com queimadura, e
com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das suas mãos, não houve entre eles
quem se voltasse para o Senhor – vs. 17.
Esse versículo cita palavras de Am 4.9.
Esses desastres naturais eram instrumentos de Deus para chamar o seu povo ao
arrependimento. Eles foram mencionados em Dt 28.22 como maldições pela
desobediência à aliança do Senhor.
No verso 18, o Senhor roga a eles que
reflitam nos acontecimentos desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde esse
dia em que se fundou o templo do Senhor.
Porventura havia ali semente no celeiro? Não,
não havia. Também a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não tinham dado
os seus frutos – vs. 19. No entanto, ainda assim, o Senhor afirma que iria abençoá-los.
Como no cap. 1, a falta de produtividade na
agricultura era um sinal claro da maldição de Deus sobre o povo, mas mesmo
assim Deus os iria abençoar. A graça de Deus superaria o pecado e a impureza do
povo. Apesar de ter castigado o seu povo, no final a misericórdia triunfaria
sobre o julgamento.
IV. A VITÓRIA PARA O POVO DE DEUS (2.20-23).
Ageu anunciou uma grande vitória sobre as
nações para Zorobabel, como representante da casa de Davi.
Dos versos 20 a 23, veremos a vitória para
o povo de Deus. Quando os que retornaram enfrentaram ameaças de inimigos por
todos os lados, o Senhor prometeu eliminar o poder das nações (vs. 20.22) e
exaltar o seu próprio príncipe davídico, o governante de Israel, o Servo do
Senhor (v. 23).
A. A derrota das nações (2.20-22).
Uma grande guerra contra os que retornaram foi
profetizada (p. ex. Ez 38.2; Zc. 14.13). Ageu anunciou a bênção da derrota
desses inimigos se Israel fosse fiel.
Deus entraria numa guerra santa contra os
seus inimigos, da qual sairia vitorioso. Os poderes militares e políticos das
nações finalmente se submeteriam ao seu senhorio (veja também Dn 2.44; 7.27).
Continua a BEG a comentar que a desobediência
deixou a comunidade restaurada inofensiva diante das outras nações e a deixou
indefesa contra os gregos e os romanos. Somente com Cristo a vitória oferecida
aqui começou a se cumprir.
B. A entronização do Filho de Davi (2.23).
A vitória sobre os inimigos aconteceria por
intermédio da família de Davi.
Essa expressão – naquele dia – no vs. 23,
descreve o tempo da salvação e o julgamento de Deus. Aqui, o foco imediato está
sobre os inimigos que se juntam contra os que retornaram, mas essa promessa encontra
pleno cumprimento em Cristo, no dia do julgamento final (2Pe 3.10; Ap 18.8).
Conforme a BEG, Zorobabel era o
representante escolhido de Deus para cumprir a sua obra. Isaías falou de um
grande servo que viria, de quem Zorobabel era o precursor (Is 42.10). Jesus é o
perfeito descendente de Zorobabel (Mt 1.12) e o último e real Servo de Deus (At
4.27,30).
Deus iria tomar Zorobabel, nos últimos dias
e faria dele como um anel de selar, porque tinha escolhido ele. O anel de selar
aqui era um símbolo de autoridade e poder. O texto de Jr 22.24 usa o mesmo termo
para referir-se a quem é precioso para Deus.
»AGEU [2]
Ag 2:1 No
segundo ano do rei Dario,
no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês,
veio a palavra do Senhor por intermédio do profeta
Ageu,
dizendo:
Ag 2:2 Fala agora ao governador de Judá,
Zorobabel, filho de Sealtiel,
e ao sumo sacerdote Josué,
filho de Jeozadaque,
e ao resto do povo, dizendo:
Ag 2:3 Quem há entre vós, dos sobreviventes,
que viu esta casa na sua primeira glória?
Em que estado a vedes agora?
Não é como nada em vossos olhos?
Ag 2:4 Ora, pois,
esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor,
e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de
Jeozadaque,
e esforçai-vos,
todo o povo da terra, diz o Senhor,
e trabalhai;
porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
Ag 2:5 segundo o pacto que fiz convosco, quando
saístes do Egito,
e o meu Espírito habita no meio de vós;
não temais.
Ag 2:6 Pois
assim diz o Senhor dos exércitos;
Ainda uma vez, daqui a pouco,
e abalarei os céus e a terra, o mar e a terra seca.
Ag 2:7 Abalarei todas as nações;
e as coisas preciosas de todas as nações virão,
e encherei de glória esta casa,
diz o Senhor dos exércitos.
Ag 2:8 Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor
dos exércitos.
Ag 2:9 A glória desta última casa
será maior do que a da primeira,
diz o Senhor dos exércitos;
e neste lugar darei a paz,
diz o Senhor dos exércitos.
Ag 2:10 Ao
vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario,
veio a palavra do Senhor ao profeta Ageu, dizendo:
Ag 2:11 Assim
diz o Senhor dos exércitos:
Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo:
Ag 2:12 Se alguém levar na aba de suas vestes carne
santa,
e com a sua aba tocar
no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite,
ou em qualquer outro mantimento,
ficará este santificado?
E os sacerdotes responderam:
Não.
Ag 2:13 Então perguntou Ageu:
Se alguém, que for contaminado pelo contato
com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas,
ficará ela imunda?
E os sacerdotes responderam:
Ficará imunda.
Ag 2:14 Ao que respondeu Ageu, dizendo:
Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim,
diz o Senhor;
assim é toda a obra das suas mãos;
e tudo o que ali oferecem imundo é.
Ag 2:15 Agora considerai o que acontece desde aquele
dia.
Antes que se lançasse pedra sobre pedra
no templo do Senhor,
Ag 2:16 quando alguém vinha a um montão de trigo
de vinte medidas, havia somente dez;
quando vinha ao lagar para tirar cinqüenta,
havia somente vinte.
Ag 2:17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com
saraiva,
em todas as obras das vossas mãos;
e não houve entre vós quem voltasse para mim,
diz o Senhor.
Ag 2:18 Considerai, pois, eu vos rogo,
desde este dia em diante,
desde o vigésimo quarto dia do mês nono,
desde o dia em que se lançaram os alicerces
do templo do Senhor, sim, considerai essas coisas.
Ag 2:19 Está ainda semente no celeiro?
A videira, a figueira, a romeira, e a oliveira
ainda não dão os seus frutos?
Desde este dia hei de vos abençoar.
Ag 2:20 Veio
pela segunda vez a palavra do Senhor a Ageu,
aos vinte e quatro do mês, dizendo:
Ag 2:21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo:
Abalarei os céus e a terra;
Ag 2:22 e derrubarei o trono dos reinos,
e destruirei a força dos reinos das nações;
destruirei o carro e os que nele andam;
os cavalos e os seus cavaleiros cairão,
cada um pela espada do seu irmão.
Ag 2:23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos,
tomar-te-ei, ó Zorobabel,
servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor,
e te farei como um anel de selar;
porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.
Jesus é a resposta de Deus para o homem.
Quando se reuniram no monte da transfiguração Moisés, representante da lei e
Elias, representante dos profetas, Pedro quis construir uma tenda para cada um
deles, mas uma voz foi ouvida dos céus encerrando a visão com o Pai apontando
para o Filho como quem estava a dizer que ele era quem deveria ser ouvido,
doravante.
Não se tratava de uma anulação da lei nem
dos profetas, mas a confirmação deles mediante o Filho que nos ensinaria e nos
conduziria ao Pai doravante.
Juntos! Quarenta dias meditando na unidade,
em estarmos juntos, em união, na palavra de Deus, crendo que o Senhor tem um
propósito em cada uma de nossas vidas.
Uma coisa boa é o fato de todos estarmos
nos caminhos do Senhor é muita bênção. Que alegria que todos estejamos servindo
ao Senhor, mas que pena que cada um num lugar.
Nosso Senhor jesus Cristo, o que fazer,
então?
Tem como deixar como está e continuarmos
cada um em nossa jornada ou procurar ver se conseguimos estar mais juntos ainda,
quem sabe em um único ministério abençoado? Seria isso possível?
O Senhor é bom o tempo todo e o tempo todo
ele é bom. Tenho certeza que onde cada um se encontra é bênção de Deus! Nenhum de
nós quer servir o seu próprio ventre, como os cretenses, lembram-se de Paulo?
Se eu abrisse mão de tudo, de tudo mesmo,
somente para ter o prazer de estar mais junto, eu alcançaria meu objetivo? Eu estou
buscando o Senhor por causa disso, talvez sozinho, mas estou orando, despertando
de madrugada todos os dias, todos os dias orando e todos os dias dos quarenta
dias produzindo um texto sobre a unidade, sobre estarmos juntos, e você? O que
está fazendo? Acha isso normal? É assim mesmo? Não tem jeito não? Deixa para
lá?
JUNTOS? Vamos conversar? Vamos abrir o
jogo, buscar a Deus, pois entendo que ele tem uma saída para nós e seu nome será
glorificado por meio de nossas vidas.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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