INSCREVA-SE!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Amós 3 1-13 - DEUS REVELA OS SEUS PLANOS AOS SEUS SERVOS.

Como já dissemos, o livro de Amós é um livro que revela a severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e em Judá e declara a esperança de grande restauração depois da destruição e do exílio que estava se aproximando.
Começaremos agora a ver a parte III.
III. ORÁCULOS CONTRA ISRAEL (3.1 6.14).
Nesta parte que ocupará três capítulos, veremos Amos entregando oráculos de Deus que justificavam o julgamento de Israel, revelando quão horrível ele seria e como Deus estava determinado a executá-los.
Após Deus, por intermédio de Amós, ter colocado Judá e Israel em igualdade com as outras nações como objetos de sua ira, o profeta proclamou vários oráculos que explicaram a ação judicial contra Israel (3.1; 4.13), assim como a horrível natureza (5.1-6.7) e a certeza do julgamento por vir (6.8-14).
Destarte, dividiremos a presente parte em 3 seções. A. A acusação de Israel (3.1 a 4.13) – começaremos a ver agora; B. A severidade do julgamento (5.1 6.7); e, C. A certeza do juramento divino (6.8-14).
A. A acusação de Israel (3.1 4.13).
Até ao capítulo 4, estaremos vendo a acusação de Israel. O profeta estabeleceu seus argumentos sobre duas ações judiciais contra a nação (3.1-15; 4 1-13), que, justamente, formará nossa subdivisão didática: 1. O primeiro processo da aliança (3.1-15) – veremos agora; 2. O segundo processo da aliança (4.1-13).
1. O primeiro processo da aliança (3.1-15).
Neste capítulo de apenas quinze versículos, veremos a primeira ação judicial da aliança. Amós relatou o que ouviu no tribunal celestial de Deus, onde Deus era tanto o acusador como o juiz, e Israel o réu.
Essa ação judicial estabeleceu a acusação de Deus para a decisão da bem-sucedida agressão assíria contra Israel.
O capítulo começa com o imperativo “ouvi” dirigida aos filhos de Israel, a saber, toda a família que o Senhor fez subir do Egito.
Essa ordem solene chamou os israelitas a ouvirem o que havia sido dito sobre eles no tribunal de Deus (veja 4.1; 5.1; veja também Is 1.2; Jr 2.4; Os 4.1).
O Senhor imediatamente fez a acusação e pronunciou a sentença preliminar. Ele começa dizendo que de todas as famílias da terra somente a eles Deus os tinha conhecido.
O verbo conhecer (ver BEG) tem uma grande variedade de significados no hebraico bíblico, fazendo referência, entre outras coisas:
1.      As relações sexuais ("Coabitou o homem com Eva" [ou, "conheceu Adão a Eva"]; Gn 4.1).
2.      Conhecimento (p. ex., "não sei"; Gn 4.9).
3.      Preocupação, em especial a preocupação de Deus pelo seu povo como seus vassalos (p. ex. "Eu te conheci no deserto"; Os 13.5).
A aplicação do terceiro significado aqui é confirmada pela presença do advérbio "somente".
As palavras de Oseias refletem as implicações de Dt 7.7-8: "Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos... mas porque O SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais".
Certamente o Deus que tudo sabe conhece (tem informações completas) cada família da terra, mas ele conheceu (preocupou-se de maneira única e relacionada ao juramento) a semente de Abraão entre todas as famílias da terra.
No entanto, o amor do Senhor por Israel foi recusado pela desobediência do seu povo. Consequentemente, o fato de ele ter escolhido Israel tornou-se a base do seu julgamento (cf. Os 11.1-7).
Dos versos 3 ao 6, Deus explicará por que Amós anunciou essa ação judicial contra Israel. Aqui há uma série de questões lógicas, de causa e efeito, cujas respostas são tão claras que qualquer pessoa poderia entender.
Dá para se notar uma sequência nas apresentações dos exemplos de forma a se chegar a uma conclusão de que o mal vem do Senhor, como juízo.
·         Assim como para andarem duas pessoas juntas, precisam estar de acordo.
Duas pessoas poderão andar juntas sem que entre elas haja um acordo? Essa foi a questão levantada. O verbo hebraico também tem conotações de "viver".
O povo do Senhor deve "andar" (ou seja, "viver") nos seus caminhos (Sl 119.3). Aqui, implicitamente, o profeta "vive" muito próximo do Senhor, desejando ser preenchido pela sua santidade e pelo seu próprio ser (cf. GI 2.20).
Também o povo de Deus deveria andar do mesmo jeito.
·         Assim como o leão não brame sem ter a presa.
·         Assim como fará ouvir a sua voz o leãozinho no seu covil.
·         Assim como não cairá a ave no laço em terra, se não houver armadilha para ela.
Provavelmente o significado original da palavra é "isca" (portanto, "armadilha"). O ponto é que nenhum pássaro cairia numa armadilha sem isca. Compare com Ec 9.12.
·         Assim como não se levantará da terra o laço sem que tenha apanhado alguma coisa.
·         Assim como a trombeta tocada na cidade faz o povo dela se estremecer do pavor por vir.
A trombeta ou o shofar, como em 2.2, era soprada pelo inimigo que estava atacando ou (como aqui) como uma advertência aos sitiados.
Um cerco era uma probabilidade temerosa no mundo antigo, pois frequentemente resultava em fome para muitos do povo sitiado, seguido por todos os horrores da conquista: estupro, pilhagem, massacre e incêndios.
·          Assim, também, não sucederá qualquer mal à cidade, sem que o Senhor o tenha feito.
O Antigo Testamento claramente ensina que o Senhor é o Criador do bem e do mal (Is 45.7).
No entanto, não se trata do mal no sentido de erro moral, mas sim no sentido de "desastre" ou "adversidade" (como aqui), os quais o Senhor pode soberanamente infligir como punição sobre indivíduos ou nações.
O modelo bíblico desse "mal" que vem do Senhor é visto nos oráculos de maldição em Gn 3.14-19.
O mal vem e da parte do Senhor, porém não vem sem os devidos avisos para todos se prepararem, ou melhor, se houver tempo, para se arrependerem, por isso que certamente – vs. 7 - o SENHOR Soberano não faz coisa alguma sem revelar o seu plano aos seus servos, os profetas.
O Senhor revelou o seu plano para os profetas e por intermédio deles. Ele fez isso graciosamente para que as pessoas pudessem ser avisadas e se arrependessem.
Por exemplo, ele revelou a Abraão seus planos para Sodoma e Gomorra (Gn 18.17), que era um profeta (veja Gn 20.7).
No entanto, quem são esses seus servos, os profetas, aos quais ele nada faz sem antes a eles revelar?
Moisés, o profeta supremo do Antigo Testamento, era chamado de "servo do SENHOR" (Dt 34.5), e os profetas subsequentes eram caracterizados pela frase "seus servos, os profetas" (Dn 9.10; veja também Jr 7.25, Ez 38.17). Em alguns contextos, o termo servo tem conotação de "oficial". Aplicada aos profetas, ela pode indicar emissários oficiais do tribunal de Deus.
Aproveitando o gancho do próprio texto, agora no verso 8, rugiu o leão (vs. 4). A frase reflete 1.2 “O Senhor rugirá de Sião...”. O Leão da tribo de Judá (veja Ap 5.5) rugiu. Ou seja, Deus ameaçou atacar o seu povo por causa dos seus pecados de tal maneira que Amós o ouviu.
Sendo assim, quem não profetizará? Amós foi de Tecoa para Judá. Ele não profetizou contra o Reino do Norte por razões pessoais ou políticas. Ele falou porque Deus rugiu. Como verdadeiro profeta, ele era obrigado a repetir o que Deus o mandou dizer (Dt 18.18; cf. Jo 7.16; 14.24).
O Senhor convocou testemunhas ao tribunal – vs. 9. A ordem está no plural, pois se trata de uma orientação para o conselho celestial. O Juiz real ordenou que sua corte chamasse nações gentias para testemunhar os procedimentos contra Israel (cf. Is 40.1-2; Jr 5.1,10,20).
Ironicamente, a nobreza dessas cidades pagãs foi chamada (por meio de um artifício poético) a olhar para a injustiça que reinava na Samaria, como se eles fossem mais justos do que Israel. Ainda assim, Israel, a destinatária da lei de Deus, deveria ser mais justa do que eles.
Aos espectadores foi pedido que olhassem para Samaria dos montes que a cercavam para verem duas coisas terríveis que havia ali. O grande tumulto, ou "desordens" - a palavra aparece como o oposto de paz em 2Cr 15.5 – sendo a causa dos tumultos, o pecado. E a opressão no meio do povo de Deus.
Israel não sabia como agir direito. A acusação foi feita contra a Samaria, onde imperavam  a violência e a devastação. Por meio de uma figura de linguagem, Amós descreveu o povo como um amontoado de "violência e devastação"; ele estava se referindo aos "roubos e saques" obtidos por esses meios. Os ricos saqueavam os pobres.
Portanto – vs. 11 -, em consequência, o profeta relatou a sentença divina para Israel (vs. 11-15).
Um inimigo estaria cercando o país e ele derrubaria as suas fortalezas e saquearia os seus palácios. O pensamento ecoa a maldição da aliança que o Senhor havia ameaçado lançar sobre o seu povo se ele fosse desobediente (Dt 28.52).
Um bom pastor protege as suas ovelhas (1Sm 17.34-37). No antigo Oriente Próximo, os reis eram considerados os pastores dos seus povos. O Senhor, o grande Rei, geralmente também é caracterizado dessa maneira (Gn 48.15; SI 23.1; Is 40.11).
Mas agora, em meio a um violento ataque, as ovelhas de Israel, que se desviaram do caminho, somente seriam salvas num estado de mutilação. Na verdade, a nação seria destruída; apenas alguns poucos restariam.
A ordem aqui (no plural – “ouçam isto e testemunhem”) pode ser para os pagãos que foram chamados como testemunhas ou para os mensageiros do Senhor que receberam a ordem para convocar as testemunhas pagãs (vs. 9).
O Senhor iria punir Israel, por causa de suas transgressões - essa fraseologia do vs. 14 nos remete aos documentos originais da aliança (Êx 32.34). Nesse mesmo dia também iria destruir os altares de Betel.
Aqueles que Jeroboão I havia feito com dois bezerros de ouro para Israel adorar em Betel, como uma alternativa à adoração em Jerusalém (1 Rs 12.25-33). Ele instalou um altar ali (1 Rs 13.1). Em seus esforços na reforma, Josias havia destruído os altares e o santuário (2Rs 23.15-16).
Também ainda nesse mesmo dia, seriam cortadas as pontas do altar. Agarrar as pontas do altar era um meio pelo qual um fugitivo podia receber asilo (cf. 1 Rs 1.49-51), embora essa impunidade nem sempre fosse respeitada (1 Rs 2.28-35). Aqui as pontas seriam cortadas, de modo que até mesmo esse último recurso seria negado à pecadora Israel.
»AMÓS [3]
Am 3:1 Ouvi esta palavra que o Senhor fala
contra vós, filhos de Israel, contra toda a família
que fiz subir da terra do Egito, dizendo:
Am 3:2 De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido;
portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades.
Am 3:3 Acaso andarão dois juntos,
se não estiverem de acordo?
Am 3:4 Bramirá o leão no bosque,
sem que tenha presa?
Fará ouvir a sua voz o leão novo no seu covil,
se nada tiver apanhado?
Am 3:5 Cairá a ave no laço em terra,
se não houver armadilha para ela?
levantar-se-á da terra o laço,
sem que tenha apanhado alguma coisa?
Am 3:6 Tocar-se-á a trombeta na cidade,
e o povo não estremecerá?
Sucederá qualquer mal à cidade,
sem que o Senhor o tenha feito?
Am 3:7 Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma,
sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Am 3:8 Bramiu o leão,
quem não temerá?
Falou o Senhor Deus,
quem não profetizará?
Am 3:9 Proclamai nos palácios de Asdode,
e nos palácios da terra do Egito, e dizei:
Ajuntai-vos sobre os montes de Samária,
e vede que grandes alvoroços nela há,
e que opressões no meio dela.
Am 3:10 Pois não sabem fazer o que é reto, diz o Senhor,
aqueles que entesouram nos seus palácios
 a violência e a destruição.
Am 3:11 Portanto, o Senhor Deus diz assim:
um inimigo cercará a tua terra;
derrubará a tua fortaleza,
e os teus palácios serão saqueados.
Am 3:12 Assim diz o Senhor:
Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas,
ou um pedacinho da orelha, assim serão livrados
os filhos de Israel que habitam em Samária,
junto com um canto do leito e um pedaço da cama.
Am 3:13 Ouvi, e protestai contra a casa de Jacó,
diz o Senhor Deus, o Deus dos exércitos:
Am 3:14 Pois no dia em que eu punir as transgressões de Israel,
também castigarei os altares de Betel;
e as pontas do altar serão cortadas,
e cairão por terra.
Am 3:15 Derribarei a casa de inverno
juntamente com a casa de verão;
as casas de marfim perecerão,
e as grandes casas terão fim, diz o Senhor.
Se não bastasse isso tudo, também seria derrubada a casa de inverno, junto com a casa de verão. A posse de uma casa de verão e uma casa de inverno era um grande luxo, acessível apenas aos reis e aos muito ricos.
O Senhor iria destruir essas múltiplas casas e mansões excessivamente decoradas. Seu instrumento de julgamento, Assíria, era perita nesse tipo de destruição e saque, como a vasta riqueza de Nínive testemunhou amplamente.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
...


1 comentários:

como tenho lido muitos estudos, tem sido uma grande benção

Postar um comentário

Fique à vontade para tecer seus comentários.
No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.