Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no
primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”,
alínea “j”, estamos no capítulo 21:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel
(8.1-24.27).
Aqui neste capítulo veremos a Babilônia
como a espada de Deus.
Essa seção consiste de três oráculos
reunidos em torno da imagem de uma espada (21.1-7,8-27,28-32). Com frequência,
o Antigo Testamento descreve Deus como um guerreiro.
O mal vem sobre os justos e os injustos – 21:1-7.
Como comandante do exército celestial, ele
lutou por Israel as suas batalhas e garantiu a sua segurança (Ex 15.3; Nm 10.9,
Dt 7.17-24; Js 6.15-19; Jz 20.28; I Sm 17.47; 2Cr 13.12; 20.15,17; 32.8; S124.8;
Is 9.6; 13.2-6; 31.4; 42.13; 113.9-14; Zc 14.3).
Sua espada havia sido empunhada contra os
inimigos de Israel (Dt 32.41; Is 31.8; 34.5-8; 66.16; Jr 25.31; 50.35-37; Sf
2.12), mas essa espada estava agora nas mãos dos babilônios e seria brandida
contra Judá e Jerusalém (cf. 1 Cr 21.14-16.21).
Foi à palavra do Senhor que veio novamente
ao seu profeta para pronunciar a Jerusalém as suas palavras. Ele deveria
profetizar contra os santuários e contra a terra de Israel de que o Senhor
estava contra eles e, portanto, tiraria a sua espada da bainha para exterminar
do meio dela tanto o justo quanto o ímpio – vs. 3 e 4.
Quando isso viesse a ocorrer, todos haveriam
de saber que do Senhor procedeu tudo isso, exterminando tanto o justo quanto o
ímpio – vs. 4.
Temos de nos lembrar da palavra do Senhor
que diz que a chuva e o sol vêm sobre o justo e o ímpio, assim, muitas vezes, o
próprio juízo. No entanto, cremos e assim pregamos que haverá depois uma
distinção entre um e outro, pois se não qual seria a recompensa ou a punição? –
Ec 9:2; Ml 4:1-3; Mt 5:45.
Embora seja real a realidade do mal na vida
do próprio justo ou daquele que persevera em continuar firme em sua fé, sabemos
que Deus é justo e fará justiça de forma que poderemos dizer que valerá a pena
continuarmos perseverantes em nossa fé – Rm 12:12; Rm 8:22, 23.
A espada, a espada – 21:8-27.
De 8 ao 17, embora o texto não especifique,
é possível que Ezequiel estivesse novamente usando um ato simbólico (4.1-3).
Rodopiando, cortando e golpeando com a espada numa dança dramática como parte
do oráculo.
A palavra do Senhor veio a ele pra
profetizar que a espada estava afiada e polida. Afiada para matar e para reluzir
é que estava polida.
Os versículos 10 e 13 estão relacionados ao
v. 27 em parte por suas alusões ao cetro de Judá (Gn 49.10). Um cetro de
madeira não tinha como competir contra uma espada de ferro. Judá era o alvo de
Nabucodonosor e não era um antagonista à altura da Babilônia.
Seria para Ezequiel gritar e uivar pois que
essa espada seria contra o povo e contra os príncipes de Israel, pois todos
estariam entregues à espada.
Dos versos 18 a 23, a palavra veio mais uma
vez a Ezequiel para propor a eles dois caminhos por onde a espada do rei da
Babilônia viria.
Ezequiel provavelmente desenhou um mapa que
se assemelhava a um Y invertido rabiscado sobre um tablete de cerâmica ou no
chão. Nabucodonosor viria do norte até uma encruzilhada na estrada.
O caminho à esquerda (a leste) seguia a
importante estrada Transjordaniana, comumente denominada Estrada Real, através
de Amom.
A rota à direita (oeste) levaria os
babilônios pela importante estrada internacional, a Via Maris, na planície
costeira não muito longe de Jerusalém.
A encruzilhada no caminho se referia
provavelmente à interseção dessas duas importantes rotas perto de Damasco. Ali,
na encruzilhada estava o rei da Babilônia fazendo suas adivinhações para saber
o caminho a tomar.
Os babilônios utilizavam vários meios para
discernir a vontade dos deuses: É por isso que o rei:
(1)Sacode
as flechas.
(2)Interroga
os ídolos do lar. Os ídolos eram objetos de culto; não se sabe como eles eram
usados para obter oráculos.
(3)Examina
o fígado. A adivinhação mediante o exame do contorno e da saúde assim como das
marcas no fígado de ovelhas e pássaros ("hepatoscopia") é uma prática
amplamente comprovada no antigo Oriente Próximo.
O povo de Jerusalém talvez desejasse que
essas adivinhações fossem falsas (v. 23), mas nesse caso essas sortes estavam
sendo controladas pelo Senhor (Nm 23.23; Pv 16.33), por causa de seus
propósitos.
Na mente de Nabucodonosor, os seus feitiços
é que lhe garantiam boas escolhas, mas mal sabia ele que o Senhor era que
estava por trás de tudo aquilo e deles, depois, demandaria toda iniquidade. Nabucodonosor
armou o cerco contra Jerusalém aproximadamente em Janeiro de 588 a.C. (v. 22).
A partir do vs. 28, Deus orienta o seu
profeta a profetizar e dizer acerca dos filhos de Amon e do opróbrio deles que
a espada, a espada (duplamente mencionada) estava desembainhada, polida para a
matança, para o consumo e para ser como relâmpago.
Ez 21:1 Ainda veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 21:2 Filho
do homem, dirige o teu rosto para Jerusalém,
e
derrama as tuas palavras contra os santuários,
e
profetiza contra a terra de Israel.
Ez 21:3 E dize à terra de Israel:
Assim diz o
Senhor:
Eis
que estou contra ti,
e
tirarei a minha espada da bainha,
e
exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio.
Ez 21:4 E,
por isso que hei de exterminar do meio de ti
o
justo e o ímpio, a minha espada sairá da bainha
contra
toda a carne, desde o sul até o norte.
Ez 21:5 E
saberá toda a carne que eu, o Senhor,
tirei
a minha espada da bainha nunca mais voltará a ela.
Ez 21:6
Suspira, pois, ó filho do homem;
suspira
à vista deles com quebrantamento dos teus lombos
e
com amargura.
Ez 21:7 E
será que, quando eles te disserem:
Por
que suspiras tu dirás:
por
causa das novas, porque vêm;
e todo
coração desmaiará,
e todas as
mãos se enfraquecerão,
e todo
espírito se angustiará,
e todos os
joelhos se desfarão em águas;
eis
que vêm, e se realizarão, diz o Senhor Deus.
Ez 21:8 E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 21:9 Filho
do homem, profetiza, e dize:
Assim
diz o Senhor; dize:
A
espada, a espada está afiada e polida.
Ez 21:10 Para
matar está afiada, para reluzir está polida.
Alegrar-nos-emos
pois?
A
vara de meu filho é que despreza todo o madeiro.
Ez 21:11 E
foi dada a polir para ser manejada;
esta
espada está afiada e polida,
para
ser posta na mão do matador.
Ez 21:12
Grita e uiva, ó filho do homem,
porque
ela será contra o meu povo,
contra
todos os príncipes de Israel.
Estes
juntamente com o meu povo estão entregues à espada;
bate
pois na tua coxa.
Ez 21:13
Porque se faz uma prova;
e
que será se não mais existir a vara desprezadora,
diz
o Senhor Deus.
Ez 21:14 Tu
pois, ó filho do homem, profetiza,
e
bate com as mãos uma na outra;
e
dobre-se a espada até a terceira vez,
a espada dos
mortalmente feridos;
é
a espada para a grande matança, a que os rodeia.
Ez 21:15 Para
que se derreta o coração,
e
se multipliquem os tropeços, é que contra todas as suas
portas
pus a ponta da espada;
ah!
ela foi feita como relâmpago,
e
está aguçada para matar.
Ez 21:16 e
espada, une as tuas forças, vira-te para a direita;
prepara-te,
vira-te para a esquerda,
para
onde quer que o teu rosto se dirigir.
Ez 21:17
Também eu baterei com as minhas mãos uma na outra,
e
farei descansar a minha indignação;
eu,
o Senhor, o disse.
Ez 21:18 De novo veio a mim a palavra de
Senhor, dizendo:
Ez 21:19 Tu
pois, ó filho do homem,
propõe-te
dois caminhos,
por
onde venha a espada do rei de Babilônia.
Ambos
procederão de uma mesma terra;
e
grava um marco,
grava-o
no princípio do caminho da cidade.
Ez 21:20 Um
caminho proporás,
por
onde virá a espada contra Rabá dos filhos de Amom,
e
contra Judá, em Jerusalém, a fortificada.
Ez 21:21 Pois
o rei de Babilônia está parado na encruzilhada,
no
princípio dos dois caminhos, para fazer adivinhações;
ele
sacode as flechas,
consulta
os terafins,
atenta
para o fígado.
Ez 21:22 Na
sua mão direita estava a adivinhação
sobre
Jerusalém, para dispor os aríetes,
para
abrir a boca,
ordenando
a matança,
para levantar
a voz com júbilo,
para pôr os
aríetes contra as portas,
para levantar
tranqueiras,
para edificar
baluartes.
Ez 21:23 Isso
será como adivinhação vã aos olhos
daqueles
que lhes fizerem juramentos;
mas
ele se lembrará da iniqüidade,
para
que sejam apanhados.
Ez 21:24 Portanto assim diz o Senhor
Deus:
Visto que
fizestes ser lembrada a vossa iniqüidade,
descobrindo-se
as vossas transgressões,
aparecendo
os vossos pecados em todos os vossos atos;
visto
que viestes em memória,
sereis
apanhados com a mão.
Ez 21:25 E
tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel,
cujo
dia é chegado no tempo da punição final;
Ez 21:26 assim diz o Senhor Deus:
Remove o
diadema, e tira a coroa; esta não será a mesma:
exalta
ao humilde, e humilha ao soberbo.
Ez 21:27 Ao
revés, ao revés, ao revés o porei;
também
o que é não continuará assim,
até
que venha aquele a quem pertence de direito;
e
lho darei a ele.
Ez 21:28 E
tu, ó filho do homem, profetiza e dize:
Assim
diz o Senhor Deus acerca dos filhos de Amom,
e
acerca do opróbrio deles; dize pois:
A espada, a
espada está desembainhada,
polida
para a matança, para consumir,
para
ser como relâmpago.
Ez 21:29
Enquanto eles têm visões vãs a teu respeito,
e
adivinham mentiras a fim de que seja posta
no
pescoço dos ímpios,
que
estão mortalmente feridos,
cujo dia é
chegado no tempo da punição final.
Ez 21:30 Torne
a tua espada à sua bainha.
No
lugar em que foste criado, na terra do teu nascimento,
eu
te julgarei.
Ez 21:31
Derramarei sobre ti a minha indignação,
assoprarei
contra ti o fogo do meu furor;
entregar-te-ei
nas mãos dos homens brutais,
destros
para destruírem.
Ez 21:32 Ao
fogo servirás de pasto;
o
teu sangue estará no meio da terra;
não
serás mais lembrado;
porque
eu, o Senhor, o disse.
Na seção anterior (vs. 18-23) parecia que
os babilônios atacariam Jerusalém e poupariam Amom. Essa terceira e última
canção da espada corrige esse mal-entendido, pois Amom também provaria a fúria
de Deus por meio dos babilônios (Jr 25.21).
Amom havia se unido a Jerusalém e ao Egito
contra os babilônios em 598 a.C. Entretanto, quando Jerusalém foi atacada, Amom
havia tirado vantagem do seu antigo aliado (Jr 27.3; 40.11,14; 41.10,15; 42.2;
cf. 2Rs 24.2).
Assim, Amon seria entregue ao fogo para
servir de pasto e o seu sangue estaria no meio da terra para não ser mais
lembrada, por causa da palavra do Senhor contra ela.
Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que ainda estamos no
primeiro capítulo “I”, agora na segunda parte “B”, na terceira seção “3”,
alínea “i”, estamos no capítulo 20:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
B. A segunda série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel
(8.1-24.27).
Neste capítulo, veremos a história e o
futuro das nações. Os anciãos se reuniram cerca de um ano depois da última data
mencionada (8 1; cf. 14.1) para buscar instruções de Ezequiel. O profeta explicou
por que Israel se encontrava naquela condição e o que eles poderiam esperar no
futuro.
Alguns anciãos vieram consultar o Senhor
por meio do profeta Ezequiel e se assentaram diante dele, esperando o que ele
iria falar-lhes. Ezequiel especifica, com precisão a data em questão, no sétimo
ano, no mês quinto, aos dez do mês, ou seja, no dia dez de abe, 14 de agosto de
591 a.C., cinco anos antes do dia em que Jerusalém foi queimada (Jr 52.12-13).
Foi nesse momento que veio ao profeta a
palavra do Senhor que dizia que o Senhor não se deixaria consultar por eles.
O Senhor manda o seu profeta dizer a eles
que ele escolheu a Israel e nesse dia de sua escolha tinha levantado a sua mão
em juramento – vs. 5 - se comprometendo com Israel e cumpriria as suas
promessas (veja Ex 3.6-10; 6.2-8). Seria necessário, portanto, que cada um
lançasse fora as coisas abomináveis que encantavam os olhos e não se contaminassem
com os ídolos do Egito, pois somente o Senhor era Deus.
Esta frase “levantei a minha mão para eles,
jurando” será ainda repetida várias vezes nesse capítulo (veja os vs. 5, 6, 15,
23, 28,42).
Era de se esperar que obedeceriam ao
Senhor, principalmente depois de tantas manifestações de seu poder e majestade,
no entanto – vs. 8 – se rebelaram contra o Senhor e não quiseram ouvi-lo. Destarte,
não lançaram de si cada um as suas coisas abomináveis que encantavam os seus
olhos, nem deixaram os ídolos do Egito.
O Pentateuco não relata nenhum detalhe
sobre a vida religiosa dos israelitas durante o seu período de escravidão no
Egito, mas é provável que tenham assimilado a religião da cultura hospedeira
assim como fariam mais tarde em Canaã. O incidente do bezerro de ouro (Êx 32)
refletiu a idolatria no Egito (veja 23.3; Js 24.14).
Por conta disso, sobre eles, o Senhor
derramaria a sua ira, o seu furor na terra do Egito. Ainda assim, por amor ao
seu nome, o Senhor os tirou do Egito para não ser profanado entre as nações no
meio das quais estavam e ele se tinha dado a conhecer. O Senhor então os tira
do Egito e os leva ao deserto – vs. 10.
E ai lhes deu os seus estatutos – vs. 11. A
dádiva graciosa de Deus para Israel; um modo de vida (Dt 4.40; 32.46-47; Js
1.7-8). Seria interessante e produtivo para nosso estudo que fossem lidos,
conforme sugestão da BEG, os artigos teológicos “A lei de Deus”, em Ex 20, e “Os
três usos da lei”, em SI 119.
E também lhes deu os sábados – vs. 12. O
sábado (20.13,16 21.24) era uma lei única e singular de Israel; era um
componente que representava toda a lei e um tema importante em Ezequiel
(22.8,26; 23.38; 44.24; cf. Ne 13.18; Is 56.2,4, 6; Jr 17.19-27).
Ele lhes deu os seus estatutos, e lhes
mostrou as suas ordenanças para o homem viver, se as cumprir e lhes deu o
sábado, para servir de sinal entre Deus e eles; a fim de que soubessem que ele
era o Senhor que os santificava – vs. 11 e 12.
No entanto, Israel se rebelou – vs. 13. A
primeira geração no deserto rebelou-se contra Deus (Ex 17.2; Nm 14.18; 16-17;
20.10,24; 25; 26.9; 27 14; Dt 1.26,43; 9.7; 31.27):
·Não
andando nos seus estatutos.
·Rejeitando
as suas ordenanças.
·Profanando
grandemente os seus sábados.
Seria por isso que Deus derramaria sobre
eles o seu furor no deserto para consumi-los – vs. 13. Mas, não o fez por amor
do seu nome para não ser profanado entre as nações perante as quais os tinha
feito saírem do Egito.
Até ao verso 22, ele continuará falando dessa
rejeição de Israel por ele por parte daqueles daquela geração e por parte da
geração também de seus filhos que imitariam os seus pais e não obedeceriam ao
Senhor que lhes estaria propondo a vida, para ser exemplo às nações.
Para que servissem de sinal entre Deus e o
povo e para que todos soubessem que o Senhor era Deus, sua proposta simples a
eles seria – vs. 19 e 20:
·Que
andassem em seus estatutos.
·Que
guardassem as suas ordenanças e as executassem.
·Que
santificassem os seus sábados.
A proposta tinha sido feita aos pais no
deserto e depois, ainda no deserto, aos filhos, mas ninguém atendeu ou quis
saber.
Foi ai que, no deserto, jurou o Senhor. A
ameaça de exílio já existia antes que o povo entrasse na Terra Prometida (Dt
28.64-67; Lv 26.32-35; veja SI 106.26.) Moisés predisse que, uma vez lá, eles
se rebelariam contra o Senhor Dt 31.27,29; cf. 31.15-29).
Além disso, o Senhor lhes deu estatutos que
não eram bons e ordenanças pelas quais não poderiam viver e os deixou se
contaminarem em seus próprios dons a ponto de fazerem passar pelo fogo os seus
filhos para assolá-los e saberem que o Senhor é que é Deus. Compare com Rm
1.24-32. A lei era uma dádiva graciosa de Deus (vs. 11), mas essa lei, quando
pervertida, trazia a morte.
Ezequiel aparentemente considerava o
sacrifício infantil em Israel como uma perversão das leis relativas aos
primogênitos em Ex 13.1-16; 22.29; 34.19-20; Nm 18.15-16. O primogênito
pertencia ao Senhor e era sacrificado (Nm 18.17-19), embora as crianças e
alguns animais devessem ser redimidos. (16.20-21).
Ele continua a dizer para Ezequiel lhes
falar e dizer como aquela geração de seus pais o blasfemaram, agindo
traiçoeiramente para com o Senhor que os havia introduzido na terra, conforme
suas promessas– vs. 27.
Na Terra Prometida, que Deus os
introduzira, o que fizeram? Olharam para todo outeiro alto e para toda árvore
frondosa para ali oferecerem seus sacrifícios e apresentarem ali suas ofertas
de provocação e ali colocarem os seus cheiros suaves e ainda derramarem suas
libações.
O escritor de Reis avaliava quase todos os
reis de Judá pelo que haviam feito (ou deixado de fazer) a respeito dos lugares
altos ao redor de Jerusalém (p. ex., as reformas de Josias, em 2Rs 23).
Dos versos 29 ao 31, o Senhor elencando
esses motivos, se recusa a ser consultado por eles. Que razão teria para consultá-lo
quando na verdade o haviam rejeitado desde o início? E o Senhor jura que não
permitira ser consultado por eles, pois ali estavam apenas de forma interessada
e descompromissada.
Ainda assim, o Senhor os avisa que o que
veio ao seu espírito de alguma maneira se sucederia. O desejo maligno deles era
de ser como as outras nações, ao invés de serem modelos a elas – vs. 32 ao 38.
Isso reflete 1 Sm 8 20; o povo havia rejeitado a Deus (vs. 7-8). Mas assim como
Deus não abandonara as gerações anteriores do seu povo, de modo que, por meio
de Ezequiel ele prometeu um novo êxodo e um retorno à experiência do deserto.
Assim como somente os fiéis e obedientes
dentre aqueles da geração do deserto atravessaram o rio e entraram na terra (Nm
14.30,38), assim Deus novamente purificaria a nação para levar um povo fiel
para a Terra Prometida.
No verso 33, o Senhor faz um juramento, com
mão forte e com braço estendido e com indignação derramada, de que ainda assim
reinaria sobre eles. Por isso os tiraria dentre os povos e os congregaria dos
países nos quais foram espalhados, novamente, com mão forte, e com braço
estendido, e com indignação derramada e os levaria ao deserto dos povos – vs.
35. Possivelmente o deserto da Arábia, que margeava as nações onde Israel estava
exilado. Israel seria julgado no deserto, assim como acontecera com a geração
do deserto.
E como o Senhor tinha entrado em juízo
contra os seus pais no deserto, na terra do Egito, assim, entraria, no deserto
contra eles onde também faria passá-los debaixo do seu cajado. Uma alusão à
contagem dos animais para a separação do dízimo (Lv 27.32-33); sugere ainda que
um décimo seria poupado (cf. Is 6.13).
Sendo assim, ocorreria a separação entre os
rebeldes e os que transgridem contra ele e à terra de Israel, não voltariam e
somente assim, saberiam que o Senhor é Deus – vs. 38.
O tempo era mesmo de se entregarem ao
pecado porque estavam – vs. 39 - no auge da insensatez e da rebeldia, mas o
Senhor promete que mais tarde haveriam de ouvi-lo e já não mais iriam profanar
o santo nome do Senhor com suas dádivas e ídolos.
O objetivo das catástrofes que
periodicamente atingiram Israel era produzir um remanescente purificado,
purgado e fiel.
Esse remanescente fiel e purificado adoraria
no santo monte de Deus (SI 43.3; 48.1; 87.1; 99.9, Is 11.9; 27.13; 56.7; 57.13;
65.11,25; 66.20; Zc 8.3). A glória e a graça de Deus estão no fato de que ele
lida conosco não de acordo com o que os nossos pecados merecem, mas com
misericórdia (20.44; Ed 9.13; Jó 33.27; SI 103.10; Lm 3.22-23,31-33).
A igreja do Senhor Jesus Cristo é resultado
dessa escolha pelos remanescentes. De um grande total de milhares e milhões,
somente poucos iriam ouvir e obedecer e se tornar, pela graça e misericórdia de
Deus, o seu povo obediente.
Dos versos 45 ao 49, encerrando este
capítulo, ele profetiza contra o sul, ou seja, de forma específica contra
Jerusalém, conforme consta em 21.1-5. Tanto aqui como em 21.4, o desastre vem
"do sul para o norte" e não pode ser impedido (v. 48; 21.5).
A ameaça veio da Babilônia e Israel estava
ao sul. O desastre era comumente retratado como vindo do norte (Jó 37.22; Is
14.31; 41.25; Jr 1.13-15; 4.6; 6.1,22; 10.22; 13.20; 25.9; 47.2; 50.9,41;
51.48; J12. 20; Zc 6.8).
Ez 20:1 Ora aconteceu,
no sétimo
ano, no mês quinto, aos dez do mês,
que
vieram alguns dos anciãos de Israel,
para
consultarem o Senhor;
e
assentaram-se diante de mim.
Ez 20:2 Então veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 20:3 Filho
do homem, fala aos anciãos de Israel,
Ez 20:5 e
dize-lhes:
Assim
diz o Senhor Deus:
Vós
vindes consultar-me,
Vivo
eu, que não me deixarei ser consultado de vós,
diz
o Senhor Deus.
Ez 20:4 Acaso
os julgarás,
faze-lhes
saber as abominações de seus pais; e dize-lhes:
Assim
diz o Senhor Deus:
No dia em que
escolhi a Israel,
levantei
a minha mão para a descendência da casa de Jacó,
e
me deu a conhecer a eles na terra do Egito,
quando
levantei a minha mão para eles, dizendo:
Eu
sou o Senhor vosso Deus.
Ez 20:6
Naquele dia levantei a minha mão para eles,
jurando
que os tiraria da terra do Egito
para
uma terra que lhes tinha espiado,
que
mana leite e mel,
a
qual é a glória de todas as terras.
Ez 20:7 Então lhes disse:
Lançai de
vós, cada um, as coisas abomináveis
que
encantam os seus olhos, e não vos contamineis
com
os ídolos do Egito;
eu
sou o Senhor vosso Deus.
Ez 20:8 Mas
rebelaram-se contra mim, e não me quiseram ouvir;
não
lançaram de si, cada um, as coisas abomináveis
que
encantavam os seus olhos,
nem
deixaram os ídolos de Egito;
então
eu disse que derramaria sobre eles o meu furor,
para
cumprir a minha ira contra eles
no
meio da terra do Egito.
Ez 20:9 O que
fiz, porém, foi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações,
no
meio das quais eles estavam,
a
cujos olhos eu me dei a conhecer a eles,
tirando-os
da terra do Egito.
Ez 20:10
Assim os tirei da terra do Egito, e os levei ao deserto.
Ez 20:11 E
dei-lhes os meus estatutos,
e lhes
mostrei as minhas ordenanças,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir.
Ez 20:12
Demais lhes dei também os meus sábados,
para
servirem de sinal entre mim e eles;
a
fim de que soubessem que eu sou o Senhor
que
os santifica.
Ez 20:13 Mas
a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto,
não
andando nos meus estatutos,
e
rejeitando as minhas ordenanças,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir;
e profanaram
grandemente os meus sábados;
então
eu disse que derramaria sobre eles
o
meu furor no deserto, para os consumir.
Ez 20:14 O
que fiz, porém, foi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações
perante
as quais os fiz sair.
Ez 20:15 E,
contudo, eu levantei a minha mão para eles no deserto,
jurando
que não os introduziria na terra que lhes tinha dado,
que
mana leite e mel,
a
qual é a glória de todas as terras;
Ez 20:16
porque rejeitaram as minhas ordenanças,
e
não andaram nos meus estatutos,
e
profanaram os meus sábados;
pois
o seu coração andava após os seus ídolos.
Ez 20:17 Não
obstante os meus olhos os pouparam
e
não os destruí nem os consumi de todo no deserto.
Ez 20:18 Mas
disse eu a seus filhos no deserto:
Não
andeis nos estatutos de vossos pais,
nem
guardeis as suas ordenanças,
nem
vos contamineis com os seus ídolos.
Ez 20:19 Eu
sou o Senhor vosso Deus;
andai
nos meus estatutos, e guardai as minhas ordenanças,
e
executai-os
Ez 20:20 E
santificai os meus sábados;
e
eles servirão de sinal entre mim e vós
para
que saibais que eu sou
o
Senhor vosso Deus.
Ez 20:21 Mas
também os filhos se rebelaram contra mim;
não
andaram nos meus estatutos
nem
guardaram as minhas ordenanças para as praticarem,
pelas
quais o homem viverá, se as cumprir;
profanaram
eles os meus sábados;
por
isso eu disse que derramaria sobre eles
o
meu furor, para cumprir contra eles
a
minha ira no deserto.
Ez 20:22
Todavia retive a minha mão,
e
procedi por amor do meu nome,
para
que não fosse profanado à vista das nações,
a
cujos olhos os fiz sair.
Ez 20:23
Também levantei a minha mão para eles no deserto,
jurando
que os espalharia entre as nações,
e
os dispersaria entre os países;
Ez 20:24
porque não haviam executado as minhas ordenanças,
mas
rejeitaram os meus estatutos,
e
profanaram os meus sábados,
e
os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais.
Ez 20:25
Também lhes dei estatutos que não eram bons,
e
ordenanças pelas quais não poderiam viver;
Ez 20:26 e os
deixei contaminar-se em seus próprios dons,
nos
quais faziam passar pelo fogo todos
os
que abrem a madre, para os assolar,
a
fim de que soubessem que eu sou o Senhor.
Ez 20:27 Portanto fala à casa de Israel,
ó filho do homem, e dize-lhe:
Assim diz o
Senhor Deus:
Ainda
nisto me blasfemaram vossos pais,
que
procederam traiçoeiramente para comigo;
Ez 20:28 pois
quando eu os havia introduzido na terra
a
respeito da qual eu levantara a minha mão,
jurando
que lha daria,
então olharam
para todo outeiro alto,
e
para toda árvore frondosa,
e
ofereceram ali os seus sacrifícios,
e
apresentaram ali a provocação das suas ofertas;
puseram
ali os seus cheiros suaves,
e
ali derramaram as suas libações.
Ez 20:29 E eu lhes disse:
Que significa
o alto a que vós ides?
Assim
o seu nome ficou sendo Bamá, até o dia de hoje.
Ez 20:30 Portanto dize à casa de Israel:
Assim diz o
Senhor Deus: Acaso vós vos contaminais a vós mesmos,
à
maneira de vossos pais?
e vos prostituís com as suas abominações?
Ez 20:31 E,
ao oferecerdes os vossos dons,
quando
fazeis passar os vossos filhos pelo fogo,
vós
vos contaminais com todos os vossos ídolos, até hoje.
E
eu hei de ser consultado por vós, ó casa de Israel?
Vivo eu, diz
o Senhor Deus,
que
não serei consultado de vós.
Ez 20:32 E o
que veio ao vosso espírito de maneira alguma sucederá,
quando
dizeis:
Sejamos
como as nações, como as tribos dos países,
servindo
ao madeiro e à pedra.
Ez 20:33 Vivo
eu, diz o Senhor Deus, certamente com mão forte,
e
com braço estendido, e com indignação derramada,
hei
de reinar sobre vós.
Ez 20:34 E
vos tirarei dentre os povos,
e
vos congregarei dos países nos quais fostes espalhados,
com
mão forte, e com braço estendido,
e
com indignação derramada;
Ez
20:35 e vos levarei ao deserto dos povos;
e
ali face a face entrarei em juízo convosco;
Ez 20:36 como
entrei em juízo com vossos pais,
no
deserto da terra do Egito,
assim
entrarei em juízo convosco, diz o Senhor Deus.
Ez 20:37
Também vos farei passar debaixo da vara,
e
vos farei entrar no vínculo do pacto;
Ez 20:38 e
separarei dentre vós os rebeldes,
e
os que transgridem contra mim;
da
terra das suas peregrinações os tirarei,
mas
à terra de Israel não voltarão;
e
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 20:39
Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus:
Ide,
sirva cada um os seus ídolos;
contudo
mais tarde me ouvireis e não profanareis
mais o meu
santo nome com as vossas dádivas
e
com os vossos ídolos.
Ez 20:40 Pois
no meu santo monte, no monte alto de Israel,
diz
o Senhor Deus, ali me servirá toda a casa de Israel,
toda
ela, na terra; ali vos aceitarei,
e
ali requererei as vossas ofertas,
e
as primícias das vossas oblações,
com
todas as vossas coisas santas.
Ez 20:41 Como
cheiro suave vos aceitarei,
quando
eu vos tirar dentre os povos
e
vos congregar dos países em que fostes
espalhados;
e serei santificado
em
vós à vista das nações.
Ez 20:42 E
sabereis que eu sou o Senhor,
quando
eu vos introduzir na terra de Israel,
no
país a respeito do qual levantei a minha mão,
jurando
que o daria a vossos pais.
Ez 20:43 Ali
vos lembrareis de vossos caminhos,
e
de todos os vossos atos com que vos tendes contaminado;
e
tereis nojo de vós mesmos,
por causa de
todas as vossas maldades que tendes cometido.
Ez 20:44 E
sabereis que eu sou o Senhor,
quando
eu proceder para convosco por amor do meu nome,
não
conforme os vossos maus caminhos,
nem
conforme os vossos atos corruptos,
ó
casa de Israel, diz o senhor Deus.
Ez 20:45 E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo:
Ez 20:46
Filho do homem, dirige o teu rosto para o caminho do sul,
e
derrama as tuas palavras contra o sul,
e
profetiza contra o bosque do campo do sul.
Ez 20:47 E
dize ao bosque do sul:
Ouve
a palavra do Senhor:
Assim
diz o Senhor Deus:
Eis
que acenderei em ti um fogo que em ti
consumirá
toda árvore verde
e
toda árvore seca;
não
se apagará a chama flamejante,
antes
com ela se queimarão todos os rostos,
desde
o sul até o norte.
Ez 20:48 E
verá toda a carne que eu, o Senhor, o acendi;
não
se apagará.
Ez 20:49 Então disse eu:
Ah Senhor
Deus! eles dizem de mim:
Não
é este um fazedor de alegorias?
O Senhor acabara de falar a ele do mal que
viria contra Jerusalém e que por conta disso haveriam de saber, toda a carne –
vs. 48 – que foi ele o Senhor quem a fez pegar fogo, mas Ezequiel se queixava
ao Senhor de que sua fama era de um alegórico e que por isso estava sendo ridicularizado
e recebendo zombarias – vs. 49. O fato de ser ridicularizado e receber zombaria
eram frequentemente o quinhão do profeta (2Rs 2.23-24; 2Cr 36.16; Mt 20.19;
27.29; 213e 3.3).
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...