Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
D. O caminho de arrependimento e restauração que Israel precisava
percorrer para poder desfrutar da restauração (56:1 – 66:24).
Esta é a última seção da parte IV, o que
significa que nos aproximamos do final deste livro maravilhoso, parecendo mesmo
ser uma minibíblia dentro da Bíblia, com seus 66 capítulos, como representando
os 66 livros da Bíblia toda.
Veremos nesses 9 capítulos restantes, tendo
por base a estruturação da BEG: o pecado, o arrependimento e a restauração de
Israel. Todos na verdade somos pecadores, mas a diferença crucial entre
pecadores e pecadores está no fato de que alguns irão ter reconhecimento de
seus erros e buscar o perdão, enquanto outros, nem irão querer saber o que é
pecado.
O profeta encerrará o seu livro com
mensagens que ele proferiu em diferentes períodos de seu ministério, todas se
concentrando na necessidade de arrependimento de Israel como a única maneira de
experimentar a gloriosa restauração após o exílio.
Esses capítulos resumem, portanto, a
mensagem do profeta aos exilados. Os exilados precisavam reconhecer a
importância da justiça e da retidão, e sua esperança de uma gloriosa restauração
mundial dependia de seu humilde arrependimento.
Dividiremos, conforme já propusemos, esta
seção “D” em duas partes principais: 1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14)
e 2. O arrependimento que leva à restauração (59:1-66:24).
1. A importância do sábado da justiça (56:1-58:14).
De 56:1 a 58:14, desta parte “1”, veremos a
ênfase na importância do sábado da justiça, não pelo sábado em si, mas por
causa da palavra de Deus e do senso da justiça. Nesses capítulos Isaías se
concentra na guarda do sábado como uma provisão de justiça e retidão de Israel.
Esse material divide-se em três partes
principais: a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56:1-8); b. A
divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21); e, c. A necessidade de
guardar o sábado como um dia de justiça (58:1-14).
a. Os judeus e os gentios e o sábado e a justiça (56.1-8).
A decisiva importância da guarda do sábado
e da sua mão de cometer o mal – vs. 2.
Para enfatizar a importância do
arrependimento para os exilados, Isaías indica que a justiça e a retidão
deveriam estar presentes entre o povo de Deus.
Essa exigência é tão fundamental que até
mesmo os gentios e os eunucos que guardavam o sábado, por estar ele ligado à
justiça, seriam incluídos nas bênçãos da restauração após o exílio.
O que é guardar o sábado ou observar o sabá?
Certamente, não consiste em regras humanas de fazer ou deixar de se fazer algo,
mas em viver esse dia na consciência clara de que o dia pertence ao Senhor,
para a glória de seu nome e que assim estabeleceu Deus para ser observado por
todos os homens.
Não necessariamente o sabá deve coincidir
com o sábado, mas foi no sétimo dia que Deus entrou em seu descanso e dos sete
dias de sua criação, um foi dedicado ao descanso e portanto ao sabá.
Shabat
(do hebraico שבת, shabāt; shabos ou shabes na pronúncia asquenazita,
"descanso/inatividade"), também grafado como sabá (português
brasileiro) ou sabat (português europeu), é o nome dado ao dia de descanso
semanal no judaísmo, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após os seis dias de
Criação. Segundo hillel 2º; Antes o Shabat era originalmente dependente do
ciclo lunar (Holiday universal jewish enciclopedia. p.410) Apesar de ser
comumente dito ser o sábado de cada semana, é observado a partir do pôr-do-sol
da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. O exato momento de início e final do
shabat varia de semana para semana e de lugar para lugar, de acordo com o
horário do pôr-do-sol. O shabat é observado tanto por judeus quanto por
cristãos, como por exemplo adventistas do sétimo dia e batistas do sétimo dia.
O
shabat é observado tanto por mandamentos positivos, como as três refeições
festivas (jantar de sexta-feira, almoço de sábado e refeição de final de tarde
no sábado), e restrições. As atividades proibidas no Shabat derivam de trinta e
nove ações básicas (melachot, livremente traduzido como "trabalhos")
que são descritas pelo Talmud a partir de fontes bíblicas.
(...)
Segundo
o Talmude (Mishná Shabat 7,2), são 39 as atividades que são proibidas de se
fazer durante todo o Shabat. Excepcionalmente, contudo, em caso de risco de
morte, quaisquer das proibições podem ser deixadas de lado, eis que o valor
mais caro ao judaísmo é a vida. Dizem os sábios que tais tarefas foram aquelas
realizadas durante a construção do Tabernáculo..[1]
Devemos guardar e observar o sabá? Sim,
devemos e bem o fazemos se ensinarmos que se deve guardar e observar, mas não
como fazem os homens, nem segundo as tradições humanas, mas como Cristo nos
ensinou e Paulo nos demonstrou em sua palavra sobre o assunto.
Cada um deve estar bem seguro quanto a
isso, pois alguns fazem distinção entre dias e dias e outros, não. Quem faz,
para o Senhor faz, mas quem não faz, para o Senhor não faz. (Rm 14:6). Eu ouso
a dizer que agora em Cristo, sendo nós nova criatura, todos os dias devem ser
dedicados ao Senhor para honra e glória de seu nome – I Co 10:31.
Fica claro no texto que Deus observará
aqueles que amam e seguem a justiça e que observam o seu sabá. Não é um ou o
outro, mas ambos.
Manter a retidão e fazer a justiça – vs. 1
- é uma ordem para todos os homens, filhos de Adão. O juízo - o tratamento
justo e piedoso dispensado aos outros - era uma preocupação central para
Isaías.
Por meio do seu profeta, Deus condenou Judá
ao exílio por causa da injustiça e enfatizou a justiça como uma característica
do período de restauração (1:21,27; 5:7,16,23; 9:7; 10:2; 11:4; 16:5; 28:6,17,21;
29:21; 30:18; 32:1,16; 33:5; 42:1,3-4; 51:4-5; 56:1; 59:4,8-9,11,14-15; 61:8). Em
todas as Escrituras iremos notar que Deus abomina a injustiça e a impiedade,
sendo que todos os que a buscarem estarão fazendo as obras de Deus.
Ele pediu a justiça e a observação do
sábado por causa da sua justiça que estaria preste a se manifestar. Deus usou o
arrependimento pela injustiça como um critério para determinar quem entraria na
era de bênçãos posterior ao exílio.
A salvação não é por obras, mas pela fé, no
entanto, obviamente ela não alcançará aquele coração que anda insistentemente
de encontro ao que é justo. O candidato à salvação, digamos assim, é aquele que
reconhece que é pecador, que é falho, mas que se sente atraído pela justiça, ao
contrário do ímpio, que também reconhece o pecado, mas que o prefere no lugar
da justiça.
Embora esse termo - minha salvação está
prestes a vir (na perspectiva dos exilados) - seja uma referência à restauração
do exílio que Deus promovera em 539 a.C., o estágio final da salvação de Deus
vem somente em Cristo.
No verso 2, o profeta não propôs a salvação
por meio do cumprimento da lei ,mas apontou aqueles que seriam alcançados pela
palavra da pregação da fé salvadora. Ele simplesmente falou da guarda do sábado
da justiça como uma expressão fundamental da fé salvadora.
Guardar esse sinal da aliança, o sabá, (Ex
31:13-17) significava lealdade ao Senhor e à sua aliança (58:13; Ez 20:20). Uma
vez que o sábado era observado como um benefício aos seres humanos (Dt 5:4-5),
ele estava intimamente associado à justiça, à retidão e à prática da piedade
(58:7-9).
Nem o estrangeiro, nem o eunuco, normalmente
excluído da plena participação na comunidade da aliança no Antigo Testamento
(Dt 23:1), deveriam dizer que o Senhor os estaria excluindo como imprestáveis,
como separados do povo e como uma árvore seca. Pelo contrário, todos os que
tanto observam o sabá quanto os que escolhem o que agrada ao Senhor e que ainda
abraçam o seu pacto, Deus lhes daria na sua casa e dentro dos seus muros um
memorial, com um nome melhor do que o de filhos e filhas, um nome eterno que
nunca será apagado, ou seja, a vida eterna no templo de Deus (vs. 7; 2:2; At 8:27,38-40).
Os estrangeiros que se unirem ao Senhor
para o servirem e o amarem, escolhendo ser servos do Deus vivo, que escolhem o
seu sabá para o observar e não profanar e que abraçam o seu pacto, seriam
aceitos por Deus. Deus queria incluir os gentios fiéis na comunhão consigo mesmo
(2:2-4; Sl 15:1; I Re 8:41-43; Mc 11:17).
O Senhor é aquele que congrega os dispersos,
que depois do exílio reuniria tanto judeus quanto não judeus numa única
comunidade (11:11-12; Jo 10:16).
b. A divisão entre justos e ímpios em Israel (56:9-57:21).
De 56:9 a 57:21 veremos o justo e o ímpio
em Israel. Depois de enfatizar a justiça (e o sábado) ao indicar que os gentios
que mostrassem ter compromisso com esse ideal receberiam salvação, Isaías
adverte que, entre os israelitas no exílio, haveria os justos e os ímpios.
O arrependimento seria a chave para
determinar o destino individual dos israelitas. Também é a chave que distingue
os que são ou não salvos, pois ímpio algum haverá de se arrepender, como foi o
caso de Judas, ímpio, que não se arrependeu, apesar de ter convivido com o
Senhor por três anos e meio.
Um convite é feito a partir do verso 9 aos
animais do campo e do bosque, ou seja, trata-se de uma metáfora para indicar as
nações hostis (18:6; Jr 12:8-9; Ez 34:5,8,25; I Co 15:32) que estariam sendo
convidadas a comerem.
Todos os seus atalaias, ou vigias, que
advertiam a cidade quanto à aproximação de perigo são acusados de cegueira. Embora
estivessem ali para verem e darem o alarme, nada viam, portanto, alarme nenhum
seria soado avisando a cidade do perigo real. No presente contexto, essa seria uma
representação dos profetas (21:6; 57:11; Jr 6:17; Ez 3:.17; 33:2-7) que serviam
na qualidade de líderes (vs. 11). Até mesmo os profetas de Israel
frequentemente se recusavam a ver o que deveriam ter visto.
São também acusados – vs 11 – de serem preguiçosos
e gostarem de dormir. Em hebraico, a palavra que significa "dormir"
tem um som parecido com a palavra "vidente" nessa língua (um termo
antigo para "profeta").
No mundo de Isaías, os cães – vs 11 - eram
animais bravos e carniceiros que representavam a impureza. O cão é usado aqui
como uma ilustração da ganância insaciável.
Is 56:1 Assim diz o Senhor:
Mantende
a retidão, e fazei justiça;
porque
a minha salvação está prestes a vir,
e
a minha justiça a manifestar-se.
Is
56:2 Bem-aventurado o homem que fizer isto,
e
o filho do homem que lançar mão disto:
que
se abstém de profanar o sábado,
e
guarda a sua mão de cometer o mal.
Is
56:3 E não fale o estrangeiro, que se houver unido ao Senhor,
dizendo:
Certamente
o Senhor me separará do seu povo;
nem
tampouco diga o eunuco:
Eis
que eu sou uma árvore seca.
Is
56:4 Pois assim diz o Senhor a respeito dos eunucos
que
guardam os meus sábados, e escolhem as coisas
que
me agradam, e abraçam o meu pacto:
Is
56:5 Dar-lhes-ei na minha casa
e
dentro dos meus muros um memorial
e
um nome melhor do que o de filhos e filhas;
um
nome eterno darei a cada um deles,
que
nunca se apagará.
Is
56:6 E aos estrangeiros, que se unirem ao Senhor,
para
o servirem, e para amarem o nome do Senhor,
sendo
deste modo servos seus,
todos
os que guardarem o sábado, não o profanando,
e
os que abraçarem o meu pacto,
Is
56:7 sim, a esses os levarei ao meu santo monte,
e
os alegrarei na minha casa de oração;
os
seus holocaustos e os seus sacrifícios
serão
aceitos no meu altar;
porque
a minha casa será chamada
casa
de oração para todos os povos.
Is
56:8 Assim diz o Senhor Deus,
que
ajunta os dispersos de Israel:
Ainda
outros ajuntarei a ele, além dos que
já
se lhe ajuntaram.
Is
56:9 Vós, todos os animais do campo,
todos
os animais do bosque, vinde comer.
Is
56:10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem;
todos
são cães mudos, não podem ladrar; deitados,
sonham
e gostam de dormir.
Is
56:11 E estes cães são gulosos, nunca se podem fartar;
e
eles são pastores que nada compreendem;
todos
eles se tornam para o seu caminho,
cada
um para a sua ganância,
todos
sem exceção.
Is
56:12 Vinde, dizem,
trarei
vinho, e nos encheremos de bebida forte;
e
o dia de amanhã será como hoje,
ou
ainda mais festivo.
Os pastores são aqui uma ilustração dos
governadores (vs. 10; 40:11; Ez 34:1-6) que nada compreendem e que se tornam
para o seu caminho de ganância insaciável.
Estes são os que dizem para trazerem mais
vinho e se encherem de bebida forte, porque o dia de amanhã seria ainda mais
festivo que o dia de hoje.
Eram semelhantes, ou protótipos, dos
israelitas que estariam cercados por Senaqueribe que desesperados pelas suas
vidas diriam: comamos e bebamos, pois que amanhã morreremos. Era mesmo um
tributo à morte e uma ofensa ao Deus da salvação. Ou seja, sua preocupação com
o povo de Deus era nenhuma e somente queriam banquetearem-se em seus próprios
deleites, totalmente aversos ao reino de Deus, à sua justiça e aos seus
sábados.
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 55 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado
– 52:13 – 53:12 – já vista; g.
Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17 – já
vimos; h. O convite para ir – 55:1-13 –
veremos agora.
h. O convite para ir – 55:1-13.
Como no Salmo 23:1 está escrito que o
Senhor é meu pastor e ele não me faltará, isto é, ele será a minha bênção que
não me faltará (e não que porque ele é o meu Deus nada me faltará), à luz das
promessas reafirmadas anteriormente, Isaías relata que Deus estava chamando o
ser povo a encontrar a bênção nele.
Deus é a bênção do povo de Deus e nele
todas as coisas são benditas. Não são as coisas que importam, mas Deus que
torna as coisas importantes nele. Quem busca as coisas e não ele, logo o
imagina como um daqueles deuses das nações e não como o Senhor Deus, criador de
tudo e de todos.
A oferta gratuita do evangelho estende-se –
vs. 1 - a todos os que ouvem a palavra de salvação. A todos os que têm sede e
mesmo a todos os que não têm nem dinheiro para comprá-las. Ao necessitado, que
tem sede e fome do que o dinheiro não pode comprar (Dt 8:3; SI 42:2; 63:1; Pv 9:5-6;
Mt 5:6; Jo 4:10-11; 7:37-38; Ap 21:6; 22:17).
Isaías usa várias vezes a imagem da água
quando fala da era da salvação e do reino, bem como das bênçãos divinas após o
exílio. As águas aqui estão mais no sentido de fontes, no caso fontes de vida
para quem se encontra à morte.
A água tanto serve para aliviar a sede,
como para lubrificar nossas juntas e medulas. Ela também pode ter diversas
funções conforme a sua temperatura. Pode ser refrescante, quente, fria, morna,
é totalmente maleável e resiliente. Como não vivemos sem nosso precioso ar,
também não vivemos sem água. Três dias sem ela e as consequências poderão ser
fatais.
Comprar sem dinheiro é mesmo um paradoxo
que explica que a salvação é um dom gratuito para aqueles que a desejam (52:3;
Dt 8:3; Rm 6:23). Ai de nós se tivéssemos que pagar por ela, estaríamos todos
ainda perdidos. Já o vinho e leite, são símbolos de satisfação plena.
Quem nos convida nos conhece e sabe o que
andamos fazendo. Nosso dinheiro não pode ser empregado em qualquer coisa que
não satisfaz. Se trabalhamos, em primeiro lugar visamos nosso sustento e
satisfação. Onde encontrá-lo? Ele nos pede para ouvi-lo que ele tem o que é bom
para nos deleitarmos com o melhor dele – vs. 2.
Na aliança davídica, Deus prometeu a Davi
uma descendência, o trono e o reino eternos (II Sm 7:12-16; I Re 8:23-26; Sl 89:27-37;
Jr 31:21-22; cf: Gn 9:16; 17:7,13,19; Nm 18:19). A casa de Davi governaria
sobre as nações (cf. Zc 9:10). Essas promessas são cumpridas em Cristo (4:2; 7:14;
9:6; 11:1-3).
As promessas da aliança davídica são agora
estendidas a todos aqueles que "vão" – na verdade, ninguém vai a
Deus, antes Deus os atrai por sua graça - a Deus por meio de Cristo (At 13:34).
Especialmente ao ressuscitar Jesus Cristo,
da casa de Davi, de entre os mortos (43:10,12; 44:8; At 13:34), o Senhor o deu
como testemunha aos povos e como príncipe e governador de todos eles – 42:6; 59:6;
Dn 9:25; Hb 2:10; 12:2.
Nações que não o conheceram serão chamadas
e correrão ao seu encontro por amor do Senhor Deus, do Santo de Israel por causa
de sua obra na qual glorificou o seu filho em sua missão.
Assim, ele exorta a que o busquemos
enquanto ainda o podemos achar e que o invoquemos enquanto ainda está perto
para salvar, pois os tempos mudarão e já não haverá mais salvação e sim juízo.
O tempo da salvação é agora. Hoje ainda
vivemos o dia oportuno que pode mudar a vida e a história de qualquer um. Basta
que nos inclinemos, venhamos a ele, ouçamos sua mensagem e nossa alma viverá – vs.
3 – por causa de sua aliança para conosco na qual fará um pacto eterno,
conforme prometido a Davi.
Não vamos nos importar com os que querem
viver longe do Senhor, por isso que somos exortados a deixar o ímpio em sua
impiedade e o maligno com seus maus pensamentos. É como também podemos ver nos
conselhos de João no apocalipse para deixarmos cada um em seu caminho, mas nós
nos voltaremos ainda mais ao Senhor porquanto o dia se aproxima muito
velozmente – Ap 22:11.
Deus exige fé viva, o que inclui atos de
arrependimento. Apesar da exigência de arrependimento, a salvação é totalmente
um ato de misericórdia divina, à parte de qualquer mérito humano.
Dos versos de 8 a 11, Deus explica pelo
profeta que os seus caminhos e os seus pensamentos estão muito acima dos
humanos. Embora tenhamos sido criados à sua imagem e à sua semelhança, somos
apenas capazes de termos noções vagas e imprecisas de entendimento das coisas
celestes.
A sua palavra é explicada em termos de
agricultura envolvendo a terra, a chuva, as sementes e as estações próprias de
plantio e colheita.
Do mesmo modo, sua palavra entra em nossos
corações que são os terrenos preparados para recepcioná-las e cumprirem aquilo
pelo qual foram designadas.
Elas não somente não voltarão atrás, como
também cumprirão o que apraz ao Criador.
Seria com alegria que haveriam de sair da
Babilônia e levando presentes como foi quando saíram do Egito. Embora o êxodo
da Babilônia deu início à restauração do povo de Deus, o cumprimento da
libertação do exílio é somente realizado em Cristo (48:20-21; 52:11-12).
Is 55:1 Ó vós, todos os que tendes sede,
vinde
às águas,
e
os que não tendes dinheiro,
vinde,
comprai, e comei; sim,
vinde
e comprai, sem dinheiro e sem preço,
vinho
e leite.
Is
55:2 Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão!
e o produto do vosso trabalho
naquilo
que
não pode satisfazer?
ouvi-me
atentamente, e comei o que é bom,
e
deleitai-vos com a gordura.
Is
55:3 Inclinai os vossos ouvidos,
e
vinde a mim;
ouvi,
e
a vossa alma viverá;
porque
convosco farei um pacto perpétuo,
dando-vos
as firmes beneficências
prometidas
a Davi.
Is
55:4 Eis que eu o dei como testemunha aos povos,
como
príncipe e governador dos povos.
Is
55:5 Eis que chamarás a uma nação que não conheces,
e
uma nação que nunca te conheceu a ti correrá,
por
amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel;
porque
ele te glorificou.
Is
55:6 Buscai ao Senhor enquanto se pode achar,
invocai-o
enquanto está perto.
Is
55:7 Deixe o ímpio o seu caminho,
e
o homem maligno os seus pensamentos;
volte-se
ao Senhor, que se compadecerá dele;
e
para o nosso Deus,
porque
é generoso em perdoar.
Is
55:8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem
os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
Is
55:9 Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra,
assim
são os meus caminhos mais altos
do
que os vossos caminhos,
e
os meus pensamentos mais altos
do
que os vossos pensamentos.
Is
55:10 Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus
e
para lá não tornam, mas regam a terra,
e
a fazem produzir e brotar,
para
que dê semente ao semeador, e pão ao que come,
Is
55:11 assim será a palavra que sair da minha boca:
ela
não voltará para mim vazia,
antes
fará o que me apraz,
e
prosperará naquilo para que a enviei.
Is
55:12 Pois com alegria saireis,
e
em paz sereis guiados;
os
montes e os outeiros romperão em cânticos
diante
de vós,
e
todas as árvores de campo baterão palmas.
Is
55:13 Em lugar do espinheiro crescerá a faia,
e
em lugar da sarça crescerá a murta;
o
que será para o Senhor por nome,
por
sinal eterno,
que
nunca se apagará.
A alegria da criação diante dos atos
redentores de Deus (44.23; 49.13; SI 96.11-13) parece manifestar-se nos montes
e nos outeiros e em todas as árvores que se curvariam e bateriam palmas com
seus galhos, folhas e frutos.
Até no lugar do espinheiro, cresceria a
faia e no lugar da sarça, a murta. Essa forma de linguagem é uma ilustração da
substituição do julgamento pela salvação (5:6; 32:13; 41:19).
Na verdade, na verdade, são duas expressões
da natureza: alegria diante da salvação dos homens e pesar diante da condenação
dos outros homens, os quais a Bíblia chama de filhos do diabo.
Quando a restauração for completada na
volta de Cristo em glória, entre as bênçãos concedidas ao povo de Deus estará a
da renovação permanente da natureza nos novos céus e na nova terra (Ap 21:1).
Compare com o arco-íris (Gn 9:8-17).
Em nossa leitura, meditação e reflexão, capítulo
por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 54 e nas seguintes partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – já vimos; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – já vimos; f. O servo sofredor e exaltado
– 52:13 – 53:12 – já vista; g.
Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17 – veremos
agora; g. O convite para ir – 55:1-13.
g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17.
Veremos, a partir de agora e ocupará todo o
capítulo 54, o chamado para que Jerusalém louve ao Senhor. Isaías chama
Jerusalém a se regozijar em louvor a Deus pela salvação que ele traria.
A estéril que não deu a luz, nem sofreu as
dores de parto, é a mulher solitária, convidada aqui a exultar-se de prazer e a
cantar alegremente. Enquanto estivessem no exílio, Judá e Israel seriam
esquecidos por Deus e não desfrutariam de sua bênção, embora fossem assistidos
por sua graça que é sobre todos neste planeta.
O Novo Testamento aplica esse versículo à
"Jerusalém celestial" (Hb 12:22), "nossa mãe" (GI 4:26). Mais
são os filhos – 49:21; 53:10 - da desolada do que as da casada.
O alargamento da tenda é uma metáfora de
grandes bênçãos (26:15; 33:20); em contraste, veja Jr 10:20, num grande lamento
por Judá, onde a tenda tinha sido destruída, as cordas rompidas, os filhos já
se foram sem deixar ninguém que levante a tenda e erga as lonas.
A expansão para a esquerda e para a direita
seria tão grande que eles possuiriam as cidades de seus inimigos (Gn 22:17; 28:14),
como já deveria ter ocorrido nos tempos de Josué que deixaram pendências de
conquistas na Terra Prometida e com os povos daquela terra se aliançaram e
foram infiéis ao Senhor.
A promessa seria para não temerem porque
não seriam mais envergonhadas e não se envergonharem porque não sofreriam mais
afrontas – vs 4 -, antes disso tudo, haveriam de esquecer. Esqueceriam da infidelidade
de Israel que levou à sua opressão pelo Egito na juventude da nação (52:4; Jr
31:19; Ez 16:1-6). Os exílios assírio e babilônio vieram depois que Israel e
Judá já eram maduros.
O versículo 5 em seguida explica porque não
deveriam temer, nem se envergonhar. Por causa do Criador, do seu marido, do
Senhor dos Exércitos, do Santo de Israel, do seu Redentor, do Deus de toda a
terra. A grande quantidade de títulos atribuídos a Deus demonstrava que Israel
e Judá não foram para o exílio por causa de uma fraqueza de Deus (50:1-3),
muito pelo contrário.
Foi o Senhor quem a chamou como uma mulher
desamparada da mocidade, repudiada, triste de espírito – 40:27; 49:14; 50:1 –
que por um breve momento a deixou,
mas que com grande compaixão a recolheu. Por uns instantes, escondeu-se dela,
mas com benignidade eterna se compadeceu
dela.
Veja o contraste “breve momento” x “benignidade
eterna” e compare com outro contraste no Novo Testamento, com Paulo: “leve e
momentânea tribulação” x “peso eterno de glória mui excelente”.
Ou seja, as tribulações e lutas e
contrariedades desta vida não são para comparar com nossa vida eterna que já
começou para a glória de Deus! Quem se perde ou se deixa perder-se nas gotas de
sofrimento pelas quais passamos não imagina que já tem diante de si um mar
aberto de novas e infinitas oportunidades para a glória de Deus!
Tenha paciência que está chegando a hora
para você como chegou para Paulo, Pedro, Tiago, João, o Senhor, os apóstolos,
nossos pais e muitos de nossos irmãos do presente século.
Quando o Senhor renovou a sua aliança com a
sua criação, ato simbolizado pelo arco-íris (Gn 9:1-17), nas águas de Noé, ele
jurou que jamais inundariam novamente a terra. As negativas expressam o enfático
compromisso do Senhor em cumprir a aliança que havia feito com o seu povo.
Vejam que incrível: o compromisso do Senhor
em suas alianças com Israel é maior do que aquele de sua aliança com toda a sua
criação (51:6; Sl 46:2-3; 114:4,6). Isaías tinha em mente aqui a renovação da
aliança com Israel depois do exílio (42:6; 53:5; Ez 34:25; 37:26), que também é
conhecida como a "nova aliança" (Jr 31:31).
A cidade de Jerusalém sofreu severamente
durante o exílio.
Ela foi afligida e arrojada com a tormenta
e desconsolada, mas fora assentada em suas colunas com antimônio e seus
alicerces fundados com safiras, sendo seus baluartes de rubis, as portas de
carbúnculos e todas as suas muralhas de pedras preciosas.
Até os seus filhos serão ensinados do
Senhor onde a paz reinará perpetuamente, sendo a justiça estabelecida para
sempre, estando longe da opressão, porque não temerá – vs. 14 – e também do
terror, porque não chegará a ela.
O que estava acontecendo com Jerusalém era
como uma boa e forte sacudida de um vento que soprava sobre ela retirando dela
os galhos podres, as folhas secas, os frutos bichados para que permanecendo sua
base e voltasse a ter suas folhas renovadas, produzir e a tornar-se bela,
formosa, frutífera e renovada.
É também aqui Jerusalém um tipo do crente
que às vezes precisa passar pelo mesmo processo para tirar de si as sujidades e
escórias do mundo que ele insistentemente persiste em preservar para sua
própria ruína e prejuízo à causa do evangelho e da pregação.
Ainda que se levantem contendas, os que
contenderem com ela cairão. Deus criou o ferreiro e até o assolador para
destruir, no entanto, não prosperará nenhuma arma forjada contra ela e toda
língua que se levantar contra ela em juízo, ela mesmo a condenará – vs. 17.
Essa é a herança dos servos do Senhor! Ela é
uma referência à aliança e às promessas, especialmente à promessa da proteção
de Deus e da sua "vindicação".
Is 54:1 Canta, alegremente, ó estéril, que não deste à
luz;
exulta
de prazer com alegre canto, e exclama,
tu
que não tiveste dores de parto;
porque
mais são os filhos da desolada,
do
que os filhos da casada, diz o Senhor.
Is
54:2 Amplia o lugar da tua tenda,
e
estendam-se as cortinas das tuas habitações;
não
o impeças;
alonga
as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas.
Is
54:3 Porque trasbordarás para a direita e para a esquerda;
e
a tua posteridade possuirá as nações
e
fará que sejam habitadas as cidades assoladas.
Is
54:4 Não temas, porque não serás envergonhada;
e
não te envergonhes, porque não sofrerás afrontas;
antes
te esquecerás da vergonha da tua mocidade,
e
não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez.
Is
54:5 Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos
é
o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor,
que
é chamado o Deus de toda a terra.
Is
54:6 Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada
e
triste de espírito; como a mulher da mocidade,
que
fora repudiada, diz o teu Deus:
Is
54:7 Por um breve momento te deixei,
mas
com grande compaixão te recolherei;
Is
54:8 num ímpeto de indignação escondi de ti
por
um momento o meu rosto;
mas
com benignidade eterna me compadecerei de ti,
diz
o Senhor, o teu Redentor.
Is
54:9 Porque isso será para mim como as águas de Noé;
como
jurei que as águas de Noé não inundariam mais a terra,
assim
também jurei que não me irarei mais contra ti,
nem
te repreenderei.
Is
54:10 Pois as montanhas se retirarão,
e
os outeiros serão removidos;
porém
a minha benignidade não se apartará de ti,
nem
será removido ao pacto da minha paz,
diz
o Senhor, que se compadece de ti.
Is
54:11Ó tu aflita arrojada com a tormenta e desconsolada
eis
que eu assentarei as tuas pedras com antimônio,
e
lançarei os teus alicerces com safiras.
Is
54:12 Farei os teus baluartes de rubis,
e
as tuas portas de carbúnculos,
e
toda a tua muralha de pedras preciosas.
Is
54:13 E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor;
e
a paz de teus filhos será abundante.
Is
54:14 Com justiça serás estabelecida;
estarás
longe da opressão, porque já não temerás;
e
também do terror, porque a ti não chegará.
Is
54:15 Eis que embora se levantem contendas,
isso
não será por mim; todos os que contenderem contigo,
por
causa de ti cairão.
Is
54:16 Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas,
e
que produz a ferramenta para a sua obra;
também
criei o assolador, para destruir.
Is
54:17 Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti;
e
toda língua que se levantar contra ti em juízo,
tu
a condenarás;
esta
é a herança dos servos do Senhor,
e
a sua justificação que de mim procede,
diz
o Senhor.
O que garante ela livre da opressão é o
fato de que os seus filhos serão ensinados do Senhor que conhecerá a paz de
Deus, a justiça e o seu estabelecimento e assim longe estará da opressão porque
já não mais temerá e também do terror porque não chegará a ela que conhece o
seu Senhor que cuida dela – vs. 13 e 14.
Sentir ódio hoje e querer vingança na mesma
moeda dos que odeiam o cristianismo e destroem igrejas, escolas e tudo que se
liga ao Senhor e que executam os fiéis numa demonstração insana de poder e de
terror é perder a batalha para quem já foi derrotado cujo fim está próximo
quanto mais o dia do Senhor se aproxima.
A violência, as armas, a guerra, o terror
pelo terror, a vingança e o ódio, a ira e a ostentação de poder não são o
caminho que devemos tomar e se essa for a nossa escolha, já estamos derrotados
ainda que vençamos o mal, pois seremos do mal agentes de terror.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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