Para nos situarmos na leitura e não perdemos
nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos.
Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que estamos no primeiro capítulo “I”,
na primeira parte “A”, na segunda seção “2”, estamos no capítulo 5:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E JERUSALÉM
(1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – já vimos;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4) – concluiremos agora;
Como já dissemos, até ao verso 5.4,
estaremos vendo os atos simbólicos. Assim, esses atos simbólicos, portanto,
serão igualmente divididos em quatro partes: a. O tijolo de Barro (4.1-3) – já vimos; b. Deitar-se sobre o seu lado
(4.4-8) – já vimos; c. Alimento
racionado cozido sobre excremento (4.9-17) – já vimos; e, d. Cabelos queimados (5.1-4) – veremos agora.
d. Cabelos queimados (5.1-4).
Seguindo, como sempre, as orientações
explícitas de Deus, Ezequiel apanhou uma espada afiadíssima e como navalha de
barbeiro a usou juntando os cabelos de sua cabeça e barba que havia cortado e os
dividiu em três partes, pesados em uma balança:
·Um
terço ele queimou.
·Um
terço picou como restolho.
·Um
terço ele espalhou ao vento, atando alguns fios que haviam restado às abas da
sua túnica.
Mesmo alguns poucos desses fios que
restaram foram, depois, queimados. Esses atos retratavam a severidade com que
Deus logo julgaria Jerusalém.
Deus proibira os homens israelitas de se
barbear ou cortar porções de sua barba (Lv 19.27). Essa lei havia sido
reiterada para os sacerdotes (Lv 21.5), e Ezequiel era um sacerdote (1.1).
Cortar a barba poderia ser motivo de grande vergonha pessoal (2Sm 10.4-5; 1Cr
19.5; Is 7.20; 50.6) ou um sinal de luto e lamentação (Ez 9.3; Is 15.2; Jr
7.29; 41.5; 48.37).
3. Discursos relacionados às profecias de julgamentos (5.5-7.27).
O Senhor concedeu a Ezequiel as palavras
para falar sobre a destruição de Jerusalém que se aproximava.
Essa seção consiste de três oráculos de
julgamento: o primeiro (5.5-17) está intimamente relacionado aos atos
simbólicos precedentes e os outros focalizados na idolatria (6.1 -14; 7.1-27). Assim,
também dividimos essa parte em três seções: a. Profecias explicativas de
julgamento (5:5-17) – veremos agora; b.
A primeira profecia de julgamento contra a idolatria (6:1-14); e. c. A segunda
profecia de Julgamento contra a idolatria (7:1-27)
a. Profecias explicativas de julgamento (5: 5-17).
Dos versos 5 ao 17, terminando este
capítulo, veremos a primeira seção que tratará de oráculos explicativos de
julgamento. O primeiro oráculo estava estreitamente relacionado aos atos
simbólicos que o haviam precedido (cf. vs. I -4 e vs. 10-13).
Deus começa a falar de Jerusalém e que a
pôs no meio das nações. A frase é amplamente responsável pela noção de que Jerusalém
era "o umbigo da terra" (cf. 38.12, ‘meio da terra’). Cartógrafos
antigos e medievais com frequência centralizavam seus mapas ao redor da
localização de Jerusalém.
No entanto, mais dos que as outras nações
ao seu redor, Jerusalém agiu perversamente e se rebelou contra o seu Deus e
Senhor e não andou conforme os seus estatutos, juízos, leis e ordenanças, pelo
contrário, os desprezou.
Em consequência, por se mostrarem ainda
pior que as outras nações, o Senhor, seria e estaria contra ela para executar
nela os seus juízos severos aos olhos de todas as outras nações.
O juízo seria tão severo que eles perderiam
qualquer noção de civilização a ponto de se perderem em canibalismo com pais
comendo seus próprios filhos e filhos comendo seus próprios pais.
O canibalismo era uma consequência frequente
de um cerco demorado; Moisés havia advertido que essa atrocidade ocorreria se a
nação deixasse de obedecer (Dt 28.53-57; 2Rs 6.26-29; Lm 2.20).
Sobre eles seriam executados juízos
terríveis e dos que restassem, eles seriam espalhados a todos os ventos.
A partir do verso 10 ao 13, ele retoma os
versos iniciais das terças partes e as aplica aqui.
Ezequiel interpretou o simbolismo dos vs.
1-4:
·Os
cabelos queimados no fogo representavam o povo que morreria de peste e fome
durante o cerco.
·Os
picados com a espada eram aqueles que morreriam em batalha fora dos muros de
Jerusalém.
·Os
cabelos dispersos ao vento representavam o povo que iria para o exílio.
É intrigante que Ezequiel não tenha
elaborado qualquer conjectura sobre o significado dos poucos cabelos retidos
nas dobras de sua túnica; mas eles simbolizavam os sobreviventes que
permaneceriam em Jerusalém (Jr 40.7-12).
No verso 11, o Senhor chega a jurar por si
mesmo, não havendo alguém maior pelo qual fazer esse juramento, de que assim
como profanaram o seu santuário com todas as coisas detestáveis de suas
práticas abomináveis, também ele os diminuiria e não os perdoaria, nem deles
teria piedade.
Somente assim é que se cumpriria a sua ira
e seria satisfeito o seu furor e consolo – vs. 13 -, onde todos saberiam que
Deus é o Senhor e que em seu zelo falara e neles cumprira todo o seu furor.
Ez 5:1 E tu, ó filho do homem, toma uma
espada afiada;
como navalha
de barbeiro a usarás,
e
a farás passar pela tua cabeça e pela tua barba.
Então
tomarás uma balança e repartirás os cabelos.
Ez 5:2 A
terça parte, queimá-la-ás no fogo,
no meio da cidade,
quando
se cumprirem os dias do cerco;
tomarás outra
terça parte, e com uma espada
feri-la-ás
ao redor da cidade;
e
espalharás a outra terça parte ao vento;
e eu desembainharei
a espada atrás deles.
Ez 5:3 E
tomarás deles um pequeno número,
e
atá-los-ás nas bordas da tua capa.
Ez 5:4 E
ainda destes tomarás alguns e, lançando-os no meio do fogo,
os
queimarás no fogo; e dali sairá um fogo
contra
toda a casa de Israel.
Ez 5:5 Assim diz o Senhor Deus:
Esta é
Jerusalém;
coloquei-a
no meio das nações,
estando
os países ao seu redor;
Ez 5:6 ela,
porém, se rebelou perversamente contra os meus juízos,
mais
do que as nações,
e os meus
estatutos
mais
do que os países que estão ao redor dela;
porque
rejeitaram as minhas ordenanças,
e
não andaram nos meus preceitos.
Ez 5:7 Portanto assim diz o Senhor Deus:
Porque sois
mais turbulentos do que as nações
que
estão ao redor de vós,
e
não tendes andado nos meus estatutos,
nem
guardado os meus juízos,
e tendes
procedido segundo as ordenanças
das
nações que estão ao redor de vós;
Ez 5:8 por isso assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu,
sim, eu, estou contra ti;
e
executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
Ez 5:9 E por
causa de todas as tuas abominações
farei
sem ti o que nunca fiz,
e
coisas às quais nunca mais farei semelhantes.
Ez 5:10
portanto os pais comerão a seus filhos no meio de ti,
e
os filhos comerão a seus pais;
e
executarei em ti juízos,
e
todos os que restarem de ti,
espalhá-los-ei
a todos os ventos.
Ez 5:11
Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor Deus,
pois
que profanaste o meu santuário
com
todas as tuas coisas detestáveis,
e
com todas as tuas abominações,
também
eu te diminuirei;
e
não te perdoarei,
nem
terei piedade de ti.
Ez 5:12 uma
terça parte de ti morrerá da peste,
e
se consumirá de fome no meio de ti;
e outra terça
parte
cairá
à espada em redor de ti;
e a outra
terça parte,
espalha-la-ei
a todos os ventos,
e
desembainharei a espada atrás deles.
Ez 5:13 Assim
se cumprirá a minha ira,
e
satisfarei neles o meu furor,
e
me consolarei;
e
saberão que sou eu, o Senhor,
que
tenho falado no meu zelo,
quando
eu cumprir neles o meu furor.
Ez 5:14
Demais te farei uma desolação,
e
objeto de opróbrio entre as nações que estão em redor de ti,
à
vista de todos os que passarem.
Ez 5:15 E
isso será objeto de opróbrio e ludíbrio,
e
escarmento e espanto, às nações que estão em redor de ti,
quando
eu executar em ti juízos com ira,
e
com furor, e com furiosos castigos.
Eu,
o Senhor, o disse.
Ez 5:16
Quando eu enviar as malignas flechas da fome contra eles,
flechas
para a destruição,
as
quais eu mandarei para vos destruir;
e
aumentarei a fome sobre vós,
e
tirar-vos-ei o sustento do pão.
Ez 5:17 E
enviarei sobre vós a fome e feras,
que
te desfilharão;
e
a peste e o sangue passarão por ti;
e
trarei a espada sobre ti.
Eu,
o Senhor, o disse.
Dos versos de 14 ao 17, concluindo o
capítulo, o Senhor continua a falar da desolação de Jerusalém e não seria mesmo
pequena, mas muito terrível.
Uma desolação estaria sendo feito dela. Um objeto
de opróbrio entre as nações ao seu redor, sendo ela o centro, o ‘umbigo da
terra’, algo que não passaria despercebido e atrairia a atenção de todos.
Objeto de opróbrio e ludíbrio, escarmento e
espanto entre as nações vizinhas seria ela quando o Senhor sobre ela executasse
os seus juízos com ira, com furor e com furiosos castigos. Assim estava dizendo
o Senhor.
Sobre ela, Jerusalém, a cidade no centro do
mundo, estariam vindo – vs. 16 e 17:
·Flechas
malignas da fome para destruição.
·A
fome e com ela a agravação da situação com a retirada do pão.
·A
fome e feras que a desfilhariam.
·A
peste e o sangue que por eles passariam causando muita dor.
Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veja em nosso mapa de leitura, a seguir, que estamos no primeiro
capítulo “I”, na primeira parte “A”, na segunda seção “2”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – já vimos;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4) – começaremos agora;
3. Discursos relacionados
(5.5-7.27).
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4).
Até ao verso 5.4, estaremos vendo os atos
simbólicos. A resposta inicial de Ezequiel à sua vocação por Deus foi a
realização de certo número de ações simbólicas inter-relacionadas que
representavam o julgamento de Deus contra a cidade de Jerusalém.
São registradas quatro fases da ação: a
primeira envolvia um tijolo de barro (4.1-3); na segunda, Ezequiel deitava-se
sobre o seu lado (4.4-8); na terceira o alimento era cozido sobre excremento
(4.9-17) e na quarta o cabelo era queimado (5.1-4). Seguiam-se mensagens
intimamente relacionadas com esses atos (5.5-7.27). Assim, esses atos
simbólicos, portanto, serão igualmente divididos em quatro partes: a. O tijolo
de Barro (4.1-3); b. Deitar-se sobre o seu lado (4.4-8); c. Alimento racionado cozido
sobre excremento (4.9-17); e, d. Cabelos queimados (5.1-4).
a. O tijolo de Barro (4.1-3).
Ezequiel ilustrou a sua mensagem usando um
tijolo de barro; essas lições concretas são chamadas de "atos
simbólicos" (cf. 1Rs 11.30; 22.11; 2Rs 13.17; Is 20.2-4; Jr 13.1-4;
19.1-10).
Reparem que essas ilustrações não foram
iniciativas de Ezequiel, mas estava ele seguindo as orientações de Deus que lhe
falava e lhe chamava de filho do homem.
Escavações em várias localidades da Mesopotâmia
trouxeram à luz tijolos ou tabletes de barro com mapas ou desenhos arquitetônicos
inscritos sobre eles.
Ezequiel retrata o cerco que seria estabelecido
contra Jerusalém em 597 a.C., o qual levaria à sua destruição.
A assadeira de ferro - vs. 3 - tratava-se
de uma grande grelha de ferro sobre a qual se assava pão. Uma vez que Ezequiel
representava Deus nesse drama em miniatura, a assadeira de ferro colocada corno
muro, representava a decisão de Deus de separar-se de Jerusalém.
As orações do seu povo não o alcançariam, e
ele não interviria em favor dele.
b. Deitar-se sobre o seu lado (4.4-8).
Interessante este papel de representação de
Ezequiel e a sua eficácia. Como não partia dele essa ideia, Deus sabia o que
estava fazendo com seu profeta.
Ezequiel deitou-se sobre o seu lado por um
período prolongado de tempo, primeiro sobre um lado – 390 dias, lado esquerdo -
e depois sobre o outro – 40 dias, lado direito -, para ilustrar a duração dos
julgamentos que se aproximavam.
Quando Israel pecou no deserto e aqueles
espias trouxeram um relatório desanimador e desfavorável o que fez o povo
perder a motivação e se afundar no pecado, Deus os puniu severamente da mesma
forma, um dia por um ano que estiveram espiando a terra. Eles demoraram 40 dias
e tiveram que amargar o deserto por 40 anos.
Aqui a soma do amargor está em 390 mais 40,
ou seja, 430 anos.
Cada dia correspondia a um ano (cf. Nm
14.13; Dn 9.24-27). O período ou os períodos correspondentes a esses números
devem ter sido consecutivos (para um total de quatrocentos e trinta anos) ou
coincidentes (trezentos e noventa anos ao todo).
Alguns pensam que o total de trezentos e noventa
anos reflete o julgamento pelo pecado de Israel desde a ocasião em que Israel
ocupou Jerusalém ou desde a data em que o templo foi dedicado até a sua destruição.
Outros consideram o total de quatrocentos e trinta anos como simbólico do tempo
que Israel permaneceu no Egito (Êx 12.40-41).
A questão é ainda mais dificultada pela
tradução da Septuaginta (a tradução grega do AT) que apresenta um total de
apenas cento e cinquenta anos.
Vemos também nesses versos, a dupla
natureza do ofício profético - representar Deus diante do povo e servir como
mediador diante de Deus em favor do povo - é vista na segunda metade desse ato
simbólico. Ezequiel representou o povo e carregou os seus pecados (cf. Êx
:32.30-32; Rm 9.3).
Muito provavelmente, Ezequiel não permaneceu
totalmente imobilizado por quatrocentos e trinta dias, mas apenas por um
período não especificado de tempo durante cada dia; no mínimo, ele se levantava
para alimentar-se (4.8-13) e para atender a outros negócios.
c. Alimento racionado cozido sobre excremento (4.9-17).
Dos versos 9 ao 17, temos o alimento
racionado cozido sobre excremento. Prosseguindo com a sua representação
simbólica da destruição de Jerusalém, Ezequiel subsistiu com rações de fome
durante a sua encenação do cerco de Jerusalém (Dt 28.52-57; 2Rs 6.25; 7.12; Jr
15.2; 19.9).
Ele deveria apanhar trigo, e cevada, e
favas, e lentilhas, e milho miúdo, e espelta (um tipo de grão também conhecido
como trigo vermelho) e metê-los numa só vasilha para com eles fazer pães para
serem comidos em rações diárias conforme o número dos dias que estivesse
deitado sobre o seu lado.
A porção diária seria racionada, vinte
ciclos, cerca de 230 g de pão de farinha mista por dia. E também a água seria a
sexta parte de um him, ou um quartilho, ou 3,47 litros, a serem bebidos de
tempos em tempos.
O processo deveria ser feito na forma de
bolo a ser comido e assado sobre excremento humano. Deus estava dizendo para
eles comerem assim o seu pão imundo entre as nações para onde os tinha lançado.
Os requintes de pureza cerimonial eram
absolutamente impossíveis de serem observados durante um cerco, mesmo para um
sacerdote como Ezequiel.
O excremento humano era considerado impuro
(Dt 23.13), e Ezequiel sentiu-se repugnado com a ordem de Deus, protestando que
ele nunca havia violado as leis dietéticas (44.31; Êx 22.31; Lv 7.19-24;
11.8,39-40; 22.8; Dt 14.3,8).
Deus permitiu que ele aquecesse a sua comida
usando esterco de gado, ainda hoje um combustível amplamente utilizado em
algumas partes do Oriente Próximo; comparar com 2Rs 18.27.
Ez 4:1 Tu pois, ó filho do homem,
toma um
tijolo, e pô-lo-ás diante de ti,
e
grava nele uma cidade, a cidade de Jerusalém;
Ez
4:2 e põe contra ela um cerco,
e
edifica contra ela uma fortificação,
e levanta
contra ela uma tranqueira;
e coloca
contra ela arraiais,
e põe-lhe
aríetes em redor.
Ez 4:3 Toma
também uma sertã de ferro,
e
põe-na por muro de ferro entre ti e a cidade;
e
olha para a cidade, e ela será cercada,
e
tu a cercarás;
isso
servirá de sinal para a casa de Israel.
Ez 4:4 Tu
também deita-te sobre o teu lado esquerdo,
e
põe sobre ele a iniqüidade da casa de Israel;
conforme
o número dos dias em que te deitares
sobre
ele, levarás a sua iniqüidade.
Ez 4:5 Pois
eu fixei os anos da sua iniqüidade,
para
que eles te sejam contados em dias,
trezentos
e noventa dias;
assim levarás
a iniqüidade da casa de Israel.
Ez 4:6 E
quando tiveres cumprido estes dias,
deitar-te-ás
sobre o teu lado direito,
e
levarás a iniqüidade da casa de Judá;
quarenta
dias te dei, cada dia por um ano.
Ez 4:7
Dirigirás, pois, o teu rosto para o cerco de Jerusalém,
com
o teu braço descoberto;
e
profetizarás contra ela.
Ez 4:8 E eis
que porei sobre ti cordas;
assim
tu não te voltarás dum lado para o outro,
até
que tenhas cumprido os dias de teu cerco:
Ez 4:9 E tu
toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho miúdo,
e
espelta, e mete-os numa só vasilha,
e
deles faze pão.
Conforme o
número dos dias que te deitares sobre o teu lado,
trezentos
e noventa dias, comerás disso.
Ez 4:10 E a
tua comida, que hás de comer,
será
por peso, vinte siclos cada dia;
de
tempo em tempo a comerás.
Ez 4:11
Também beberás a água por medida,
a
sexta parte dum him; de tempo em tempo beberás.
Ez 4:12 Tu a
comerás como bolos de cevada,
e
à vista deles a assarás sobre o excremento humano.
Ez 4:13 E disse o Senhor:
Assim comerão
os filhos de Israel o seu pão imundo,
entre
as nações, para onde eu os lançarei.
Ez 4:14 Então disse eu:
Ah Senhor
Deus! eis que a minha alma não foi contaminada:
pois
desde a minha mocidade até agora jamais comi
do
animal que morre de si mesmo,
ou
que é dilacerado por feras;
nem carne
abominável entrou na minha boca.
Ez 4:15 Então me disse:
Vê, eu te dou
esterco de bois em lugar de excremento de homem;
e
sobre ele prepararás o teu pão,
Ez 4:16 Disse-me mais:
Filho do
homem, eis que quebrarei o báculo de pão em Jerusalém;
e
comerão o pão por peso, e com ansiedade;
e
beberão a água por medida, e com espanto;
Ez 4:17 até
que lhes falte o pão e a água,
e
se espantem uns com os outros,
e
se definhem na sua iniqüidade.
A sentença de Deus contra eles era muito
severa e Ezequiel era o profeta que estava levando aquelas palavras, em formas
simbólicas, ao povo no exílio.
Deus estava quebrando o báculo de pão em
Jerusalém, ou seja, ele estava tirando o sustento de pão em Jerusalém e o que
fossem comer, comeriam por peso e com ansiedade; beberiam por medida e com
espanto, certos de que o que estava pouco iria mesmo acabar. Irão se definhar
na fome e na sede; irão se espantar uns com os outros e na iniquidade irão se
definhar.
Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veja em nosso mapa de leitura que estamos no primeiro capítulo “I”,
na primeira parte “A”, na primeira seção “1”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – concluiremos agora;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4);
3. Discursos relacionados
(5.5-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) - continuação.
Como já dissemos, até 3.27, estaremos vendo
a visão impressionante de Ezequiel e sua vocação. O livro inicia com o registro
de Ezequiel a respeito de sua visão da impressionante carruagem de Deus
(1.1-28) e a vocação recebida de Deus (2.1-3.27). Também aqui dividiremos em
duas partes: a. A visão da carruagem de Deus (1.1-28) – já vista; b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) – concluiremos agora.
b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) - continuação.
Estaremos, neste capítulo, concluindo, o
chamado de Ezequiel e como se deu a sua vocação.
Este capítulo continua desenvolver a ideia
apresentada no capítulo anterior, sendo que agora a palavra do Senhor pede a
Ezequiel que coma o rolo do livro ou do que dele achar e, somente depois de
comer, ele poderia estar desimpedido para ir à casa de Israel entregar o recado
de Deus.
Este rolo é a palavra de Deus! Precisamos
dela para nos alimentarmos e para falarmos as palavras de Deus. Quem dela se
alimenta, por ela viverá – Jo 6:57. Não temos liberdade de, em nome do Senhor,
pregar outra coisa senão a sua santa palavra.
Ezequiel abre a sua boca e começa a comê-la
e dá de comer ao seu ventre e se farta dela e enche as suas entranhas daquele
rolo ou do que dele se achou e come e come.
Minha mãe costuma dizer: “Filho, a gente
veve do que come” (“veve”, assim ela pronuncia “vive”). E é verdade. Vivemos do
que comemos ou somos aquilo que comemos. Quem do Senhor se alimenta, será dele
um pregador! Quem se alimenta de psicologia, filosofia, de oratória, de cultura
somente, desprezando a palavra do Senhor ou a colocando em segundo plano, fará
tudo diante de sua igreja, menos pregar.
O Senhor nos chamou para pregarmos a sua
palavra, por isso é importante dela se alimentar todos os dias. Foi essa a
instrução que Moisés passou ao seu sucessor, Josué e que, depois, o Senhor
ratificou pessoalmente para Josué que de dia e de noite não cessasse de falar
do livro da lei – Js 1:8.
Na sua boca quando ele comeu, o rolo era
doce como o mel, mas em suas entranhas amarga como o fel. Assim é a palavra do
Senhor doce como o mel em nossa boca. Um dia desses, há muito tempo, tive uma
experiência singular.
Eu comecei a ler a Bíblia às 7h da manhã e
o tempo foi passando e eu não queria largá-la, de jeito nenhum. Quando dei por
mim, o tempo já se havia passado demais e eram 5h do dia seguinte! Passei 22h
seguidas lendo a Bíblia.
Eu somente parei mesmo por que achei um
versículo, em Provérbios que dizia mais ou menos assim: “Achaste mel, como
apenas o que te basta para que não te enfades dele” – Pv 25:16. E a hora era 5h
da manhã. Ai, então, contrariado, parei e fui dormir.
Ezequiel estava sendo enviado aos de sua
própria casa e deveria anunciar a palavra do Senhor, nada mais além, nem aquém.
Quer o recebessem, quer não.
Uma vez que o mensageiro era um
representante de quem o enviava, rejeitar o mensageiro era rejeitar aquele que
o mandava. Compare com Lc 10.16; Jo 8.42,47; 13.20; 16.18.
Por isso que Deus fez duro o seu semblante.
Ele iria pregar a um povo obstinado e de coração endurecido, mas deveria
pregar. Os vs. 7-8 podem conter um jogo de palavras sobre o nome de Ezequiel,
que em hebraico significa "Deus faz forte, endurece".
Ezequiel estava sendo fortalecido e o
Senhor nisso tinha se empenhado em torná-lo de semblante duro como o esmeril
que possui uma pedra que afia todos os metais e não se desgasta facilmente.
A atitude de Ezequiel deveria ser falar e
não temer, nem se assustar com a reação deles que certamente não seria de nada receptiva,
pelo contrário. Eles eram casas rebeldes e não iriam ouvi-lo, mas Ezequiel
deveria pregar.
Ezequiel recebe ainda mais conselhos para
que recebesse a palavra do Senhor em seu coração e para prestar muita atenção
no que dele, do Senhor, ouviria.
Chama-nos a atenção os órgãos sensoriais de
Ezequiel envolvidos na recepção da palavra de Deus. Visão, olfato, tato,
paladar que envolvia a mente, o seu coração, a sua boca, o seu ouvido e todo o
seu ser. Todo ele deveria estar inteiramente devotado ao Senhor e a sua
palavra. Assim, também não devemos estar envolvidos em pleno século XXI para
anunciar o evangelho a toda criatura – Mc 16:15?
A instrução continua a mesma quer ouçam,
quer deixem de ouvir, não cesse de pregar!
Neste momento, Ezequiel passa por outra
experiência profunda com o Senhor, pois o seu Espírito o apanhou e o levantou e
ele pode ouvir uma voz de grande estrondo – vs. 12. Ezequiel era, com
frequência, transportado pelo Espírito (3.12,14; 8.3; 11.1,24; 40.1-3; cf. 2Rs
2.11,16). Compare com 2Co 12.1-2.
A voz de grande estrondo lhe dizia que
bendita era a glória do Senhor desde o seu lugar – vs. 12, ainda.
Ezequiel ouviu o ruído das asas dos seres
viventes quando estes tocam umas nas outras asas e ouviu o banilho das rodas ao
lado deles, que sempre os acompanhava e ainda o som de um grande estrondo.
Foi aqui que o Espírito o levantou e o
levou e ele foi. Ele estava amargurado na indignação do seu espírito, mas a mão
do Senhor era forte sobre ele.
A impressão que temos é que quem fala as
palavras de Deus espera que quem ouve, obedeça e quando não, ocorrendo o
endurecimento, vem sobre o pregador aquela sensação de que fora rejeitado e
teme pelas consequências advindas dessa estúpida rejeição para ruina deles
mesmos. Isso causa certo amargor no espírito do pregador que sofre o embaque.
O Espírito tinha tele transportado Ezequiel
de onde ele estava para Tel-Abibe – vs. 15. A localização precisa desse lugar
ao longo do canal de Quebar é desconhecida. Apesar da semelhança no nome, esse
local antigo não corresponde à atual Tel Aviv.
Ali, em Tel-Abibe, ele este atônito,
pasmado diante deles. A Bíblia registra períodos semelhantes de silêncio ou
incapacidade da parte de outras pessoas (Ed 9.4; Jó 2.13; Jr 23.9; Dn 8.27; At
9.9).
No final desses sete dias em que ficou
pasmado, veio a ele a palavra do SENHOR – vs. 16. Essa frase ocorre mais de
cinquenta vezes em Ezequiel — mais do que em qualquer outro livro profético,
mais que no próprio livro de Jeremias, onde tivemos a oportunidade de ver quão
frequente era essa palavra.
O Senhor se dirige a ele dizendo que o constituíra
atalaia sobre à casa de Israel. Ezequiel estendeu-se a respeito do seu papel
como atalaia no cap. 33.1-9.
Esse papel envolvia responsabilidade por
aqueles a quem ele ministrava e o dever de adverti-los a respeito de um risco
iminente. A não proclamação dessa advertência o tornaria responsável pelas
mortes que dela resultassem.
Se a admoestação fosse ignorada, Ezequiel
seria isentado de culpa. Era inimaginável que os moradores de uma cidade
ignorassem os gritos de advertência de um atalaia, apesar disso, a palavra de
Ezequiel foi amplamente desprezada (3.6-7; cf. Is 22.1-14).
Dos versos 18 ao 21, Deus explica bem em
detalhes o seu papel profético, de arauto do Senhor, de pregador do evangelho a
toda criatura. Ezequiel não tinha liberdade de escolha, mas era chamado a
pregar a palavra de Deus avisando ao justo e avisando ao ímpio, dos desvios
comportamentais que trariam sobre eles as consequências devidas de seus atos
tresloucados.
Uma vez avisado o ímpio e avisado o justo,
o restante do que acontecesse, não seria demandado de Ezequiel, mas daquele que
ouviu a palavra de Deus; caso contrário, de Ezequiel seriam cobradas as consequências.
Não é nada fácil o papel do pregador. O melhor
a fazer é não reter a palavra de Deus, mas entregá-la assim que a recebe.
Ezequiel utilizou essa frase “a mão do
SENHOR” – vs. 22 - para descrever a sua condição de estar recebendo revelação do
Senhor - 1.3; 3.14; 8.1; 33.22; 37.1; 40.1.
A mão do Senhor esteve sobre ele e lhe
disse para que se levantasse e saísse ao vale para que ali o Senhor pudesse lhe
falar. O vale se refere a uma área aberta entre as montanhas e, portanto pode
ser traduzida tanto por "vale", como aqui, como por
"planície". O termo ocorre outras vezes em Ezequiel, no contexto da
visão do profeta do vale dos ossos secos (37.1); talvez essa visão tenha
ocorrido no mesmo local.
Ele obedece e se levanta e sai ao vale onde
ali a glória do Senhor estava semelhantemente à que estava junto ao rio Quebar
e, novamente, cai Ezequiel com seu rosto em terra.
Foi depois de o Espírito entrar nele, que
ele foi capaz de se por de pé novamente. E somente depois disso, é que pode
Deus lhe falar e a palavra de Deus dizia a ele que entrasse e se encerrasse
dentro da sua casa. Ali dentro, ele fala, chamando-o de filho do homem e o
avisa que sobre ele serão postas cordas de forma que ficará amarrado, sem poder
sair da presença daqueles que o amarrassem.
No entanto, Deus interviria de alguma forma
tornando Ezequiel mudo, incapaz de falar e de servir a eles de repreendedor –
vs. 24-27. A duração e a natureza dessa condição de incapacidade de Ezequiel é
uma das questões mais debatidas desse livro.
Independentemente de quando ela tenha
começado, o profeta ficou mudo até que a notícia a respeito da destruição de
Jerusalém chegou aos exilados (24.27; 33.22; cf. 29.21).
A condição de mudez de Ezequiel deve ter
sido parcial no sentido de que ele permanecia continuamente silencioso (cf.
3.27), mas falava quando recebia uma revelação de Deus.
Ezequiel proclamou muitos oráculos aos
exilados durante os seis anos entre o seu chamado e a destruição de Jerusalém.
Sua mudez comunicava a ideia de que ele não intercederia diante de Deus em
favor da nação — o decreto de destruição era irreversível.
Essa sua condição de mudez somente seria
rompida quando Deus falasse com ele, abrindo a sua boca para dizer somente em
nome do Senhor, a palavra do Senhor, quer ouvissem, quer não ouvissem por que era
casa rebelde - Mt 11.15; 13.9-17,43.
Ez 3:1 Depois
me disse:
Filho do
homem, come o que achares;
come
este rolo,
e
vai, fala à casa de Israel.
Ez 3:2 Então
abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo.
Ez 3:3 E disse-me:
Filho do
homem, dá de comer ao teu ventre,
e
enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou.
Então
o comi, e era na minha boca doce como o mel.
Ez 3:4 Disse-me ainda:
Filho do
homem, vai, entra na casa de Israel,
e
dize-lhe as minhas palavras.
Ez 3:5 Pois
tu não és enviado a um povo de estranha fala,
nem
de língua difícil, mas à casa de Israel;
Ez
3:6 nem a muitos povos de estranha fala,
e
de língua difícil,
cujas
palavras não possas entender;
se
eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos.
Ez 3:7 Mas a
casa de Israel não te quererá ouvir;
pois
eles não me querem escutar a mim;
porque
toda a casa de Israel é de fronte obstinada
e
dura de coração.
Ez 3:8 Eis
que fiz duro o teu rosto contra os seus rostos,
e
dura a tua fronte contra a sua fronte.
Ez
3:9 Fiz como esmeril a tua fronte,
mais
dura do que a pederneira.
Não
os temas pois, nem te assustes com os seus semblantes,
ainda
que são casa rebelde.
Ez 3:10 Disse-me mais:
Filho do
homem, recebe no teu coração todas as minhas palavras
que
te hei de dizer; e ouve-as com os teus ouvidos.
Ez 3:11 E vai
ter com os do cativeiro, com os filhos do teu povo,
e
lhes falarás, e tu dirás:
Assim
diz o Senhor Deus;
quer
ouçam quer deixem de ouvir.
Ez 3:12 Então
o Espírito me levantou,
e
ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo,
que
dizia:
Bendita
seja a glória do Senhor, desde o seu lugar.
Ez 3:13 E
ouvi o ruído das asas dos seres viventes,
ao
tocarem umas nas outras,
e
o banilho das rodas ao lado deles,
e
o sonido dum grande estrondo.
Ez 3:14 Então
o Espírito me levantou, e me levou;
e
eu me fui, amargurado, na indignação do meu espírito;
e
a mão do Senhor era forte sobre mim.
Ez 3:15 E vim
ter com os do cativeiro, a Tel-Abibe,
que
moravam junto ao rio Quebar,
e
eu morava onde eles moravam;
e
por sete dias sentei-me ali, pasmado no meio deles.
Ez 3:16 Ao fim de sete dias, veio a
palavra do Senhor a mim, dizendo:
Ez 3:17 Filho
do homem, eu te dei por atalaia
sobre
a casa de Israel;
quando ouvires uma palavra da minha boca,
avisá-los-ás
da minha parte.
Ez 3:18
Quando eu disser ao ímpio:
Certamente
morrerás;
se
não o avisares, nem falares para avisar o ímpio
acerca
do seu mau caminho,
a
fim de salvares a sua vida,
aquele
ímpio morrerá na sua iniqüidade;
mas
o seu sangue, da tua mão o requererei:
Ez 3:19
Contudo se tu avisares o ímpio,
e
ele não se converter da sua impiedade
e
do seu mau caminho,
ele morrerá
na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma.
Ez 3:20
Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça,
e
praticar a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço,
ele
morrerá; porque não o avisaste,
no seu pecado
morrerá e não serão lembradas
as
suas ações de justiça que tiver praticado;
mas
o seu sangue, da tua mão o requererei.
Ez 3:21 Mas
se tu avisares o justo, para que o justo não peque,
e
ele não pecar, certamente viverá,
porque
recebeu o aviso;
e
tu livraste a tua alma.
Ez 3:22 E a
mão do Senhor estava sobre mim ali,
e
ele me disse:
Levanta-te,
e sai ao vale, e ali falarei contigo.
Ez 3:23 Então
me levantei, e saí ao vale;
e
eis que a glória do Senhor estava ali,
como
a glória que vi junto ao rio Quebar;
e
caí com o rosto em terra.
Ez 3:24 Então
entrou em mim o Espírito,
e
me pôs em pé;
e
falou comigo, e me disse:
Entra,
encerra-te dentro da tua casa.
Ez 3:25 E
quanto a ti, ó filho do homem,
eis
que porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas,
e
tu não sairás por entre eles.
Ez 3:26 E eu
farei que a tua língua se pegue ao teu paladar,
e
ficarás mudo, e não lhes servirás de repreendedor;
pois
casa rebelde são eles.
Ez 3:27 Mas
quando eu falar contigo,
abrirei
a tua boca, e lhes dirás:
Assim
diz o Senhor Deus:
Quem
ouvir, ouça,
e
quem deixar de ouvir, deixe;
pois
casa rebelde são eles.
O principal fato aqui era que eles poderiam
ouvir e se arrepender caso ouvissem Ezequiel pregar, mas Deus já tinha
determinado que isso não ocorresse por que eram casa rebelde e teriam de amargar
as consequências de seus atos, sem misericórdia.
Ou seja, quando o juízo de Deus vem, nada
mais resta a fazer senão se humilhar e buscar ao Senhor e esperar pacientemente
a ira do Senhor passar para poder ver se é possível retornar ao primeiro
estado. Não devemos brincar com o evangelho nem com as coisas sagradas de Deus.
Compreendendo, pela exposição bíblica, os mistérios de Deus.
Autor: DANIEL DEUSDETE
Sinopse:
Este livro, está dividido em duas partes principais que se interligam pelo assunto. Na sua primeira parte, veremos a páscoa e alguns detalhes das festas judaicas. Na segunda parte deste livro, a narrativa já estará apontando para a ressurreição de Cristo, o maior evento da história do homem não testemunhada por homem algum! Ao final, você terá uma breve conclusão do livro e uma pequena bibliografia utilizada. Espero que esta obra seja útil, proveitosa para o ensino, aprendizagem e compartilhamentos. O que você encontrará aqui neste livro além das reflexões e segmentação e dos comentários? Uma palavra de fé, de encorajamento, de certeza e de convicção de que não estamos aqui por acaso, nem somos frutos das circunstâncias aleatórias do universo. Tudo na vida tem um propósito, uma função e você já descobriu a sua ou o seu propósito? Leia este livro que Deus falará contigo em seu coração. A ordem e a organização do texto segue a mesma da narrativa bíblica. Boa leitura!.
Para nos situarmos na leitura e não
perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48
capítulos. Veja em nosso mapa de leitura que estamos no primeiro capítulo “I”,
na primeira parte “A”, na primeira seção “1”:
I. JULGAMENTO SOBRE JUDÁ E
JERUSALÉM (1.1-24.27).
A. A primeira série de visões, a
vocação, os atos simbólicos e os discursos relacionados de Ezequiel (1.1-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) – estamos vendo agora;
2. Os atos simbólicos (4.1-5.4);
3. Discursos relacionados
(5.5-7.27).
1. Visão e vocação (1.1-3.27) - continuação.
Como já dissemos, até 3.27, estaremos vendo
a visão impressionante de Ezequiel e sua vocação. O livro inicia com o registro
de Ezequiel a respeito de sua visão da impressionante carruagem de Deus
(1.1-28) e a vocação recebida de Deus (2.1-3.27). Também aqui dividiremos em
duas partes: a. A visão da carruagem de Deus (1.1-28) – já vista; b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27) – iniciaremos agora.
b. A vocação de Ezequiel (2.1-3.27).
Estaremos, neste capítulo, vendo o chamado
de Ezequiel e como se deu a sua vocação.
Deus chamou Ezequiel para proclamar sua
palavra aos israelitas no exílio, bem como aos que permaneceram em Judá. Ele
instruiu o profeta a proclamar provações e destruição ao povo como evidência
desse julgamento contra eles.
Em outras narrativas de chamado, depois que
o juiz ou profeta tivesse sido iniciado na presença divina, Deus anunciava a
sua vocação, a qual, normalmente incluía a afirmação de que Deus o estava
enviando (2.3; Ex 3.10; Jz 6.14; Is 6.8; Jr 1.7).
Embora a vocação de Moises e de Jeremias
estivesse centralizada ao redor do anúncio do julgamento divino às nações
gentílicas (Ex 3.10; Jr 1.10), Ezequiel foi enviado para anunciar julgamento
contra Israel.
A primeira frase que Deus diz para ele,
depois dessa visão, ou melhor, no meio dela, por causa da voz que ele ouvia, a
segunda voz, sendo a primeira em 1:25, de forma expressa, dizia a ele “Filho do
homem”.
Deus fala a Ezequiel usando essa fórmula de
tratamento mais de noventa vezes. A expressão significa "pessoa, ser
humano", e enfatizava a humanidade e fragilidade de Ezequiel, ainda mais
pronunciada diante dessa proximidade de sua visão da glória de Deus em seu
trono.
Esse emprego da expressão "filho do
homem" difere de sua utilização por mais de setenta e cinco vezes nos
Evangelhos como a autodesignação preferida de Jesus (p. ex., Mt 8.20; 9.6; 10.23;
11.19; 12.8,32,40; 13.37,41 – são 69 delas nos evangelhos sinóticos , sendo 12
somente no evangelho de João).
O emprego dessa expressão por Jesus está
relacionado a Dn 7.13-14, como sendo um ser sobrenatural trazendo o poder dos
céus para a terra.
Ele disse a ele para pôr-se de pé que ele
falaria a ele, no entanto, foi o Espírito que entrou nele que o pôs de pé e
assim pode ouvir aquele que a ele se dirigia em palavras. Deus deu a ordem para
ele ficar de pé, mas sem o Espírito não pode fazê-lo, do mesmo modo, Deus nos
deu a ordem de evangelizar, mas sem o Espírito não podemos evangelizar.
No Antigo Testamento, o Espírito de Deus
era preeminentemente o Espírito de profecia, o Espírito que capacitava o
profeta a tomar-se um canal da revelação (Nm 11.25-26,29; 1Sm 10.6; 19.20; 1 Rs
22.23-24; 2Rs 2.15; JI 2.28; Zc 7.12).
Deus estava comissionando Ezequiel e o
enviando aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra ele,
aos seus próprios pais que tinham transgredido contra ele até aquele dia.
Deus o estava enviando a um povo rebelde,
obstinado e de coração endurecido para a eles pregar a palavra de Deus. Seria
para Ezequiel dizer a eles a sua palavra legítima, quer ouvissem, quer não ouvissem
por que eram casa rebelde, no entanto, independentemente do efeito da pregação,
haveriam de saber que ali estivera diante deles um profeta chamado e
comissionado por Deus.
A tarefa de Ezequiel era duríssima, mas não
deveria temê-los, nem a eles, nem as suas palavras, ou ameaças. Ainda que
contra o profeta estivessem sarças, espinhos e escorpiões - figuras
representando os perseguidores daqueles que comunicavam a palavra santa de Deus
contra os desejos populares (cf. 1 Rs 18.4; Jr 20.7-18; Mt 23.29-31,34,37) –
Ezequiel deveria permanecer firme.
A função de Ezequiel era transmitir-lhes a
sua palavra, quer ouvissem, quer deixassem de ouvi-las – vs. 7. A mesma função
temos hoje, hodiernamente, com a missão de anunciar o evangelho a toda criatura
– Mc 16:15.
No verso 8, Deus aconselha o profeta, o
filho do homem, a não se tornar também casa rebelde e ai lhe oferece um rolo
para comer.
Dos versos 9 ao 3.3, a instrução era para comer
esse rolo. Uma vez que o profeta havia recebido o seu chamado, Deus, com
frequência, dava um sinal para confirmá-la (Êx 3.12; Jz 6.17-22; Jr 1.11-14).
Moisés havia afirmado que Deus poria a sua palavra na boca dos profetas (Dt
18.18), e aqui isso é vividamente retratado. O que o alimento representava para
o corpo, a Palavra de Deus representaria para o ministério de Ezequiel.
Comumente os rolos eram escritos apenas de
um lado, mas compare também com Zc 5.3 e Ap 5.1.
Nesse rolo se achavam lamentações, suspiros
e ais. A primeira parte de Ezequiel contém, quase exclusivamente, oráculos de
julgamento contra Judá (caps. 1-24) e contra nações estrangeiras (caps. 25-32).
Ez 2:1 E disse-me:
Filho do
homem,
põe-te
em pé,
e
falarei contigo.
Ez 2:2 Então, quando ele falava comigo
entrou em mim
o Espírito,
e
me pôs em pé,
e
ouvi aquele que me falava.
Ez 2:3 E disse-me ele:
Filho do homem,
eu
te envio aos filhos de Israel,
às
nações rebeldes que se rebelaram contra mim;
eles
e seus pais têm transgredido contra mim
até
o dia de hoje.
Ez 2:4 E os
filhos são de semblante duro e obstinados de coração.
Eu
te envio a eles, e lhes dirás:
Assim
diz o Senhor Deus.
Ez 2:5 E
eles,
quer
ouçam quer deixem de ouvir
(porque
eles são casa rebelde),
hão
de saber que esteve no meio deles
um
profeta.
Ez 2:6 E tu,
ó filho do homem,
não
os temas,
nem
temas as suas palavras;
ainda
que estejam contigo sarças e espinhos,
e
tu habites entre escorpiões;
não
temas as suas palavras,
nem
te assustes com os seus semblantes,
ainda
que são casa rebelde.
Ez 2:7 Mas tu
lhes dirás as minhas palavras,
quer
ouçam quer deixem de ouvir,
pois
são rebeldes.
Ez 2:8 Mas
tu, ó filho do homem,
ouve
o que te digo;
não
sejas rebelde como a casa rebelde;
abre
a tua boca,
e
come o que eu te dou.
Ez 2:9 E
quando olhei,
eis
que tua mão se estendia para mim,
e
eis que nela estava um rolo de livro.
Ez 2:10 E abriu-o
diante de mim;
e
o rolo estava escrito por dentro e por fora;
e
nele se achavam escritas
lamentações,
e
suspiros
e
ais.
Não fomos chamados para convencer ninguém.
Não fomos chamados para converter ninguém. Não fomos chamados para fazer os
outros mudarem de opinião e serem conforme nós. Não fomos chamados para
pressionar quem quer que seja a mudar de comportamento. Não fomos chamados para
a tarefa de convencimento.
Nós fomos chamados para pregar a palavra
legítima e pura de Deus que os convencerá, que os converterá, que os fará mudarem
de opinião, de comportamento, que os convencerão, pelo Santo Espírito Santo de
Deus que fez com que Ezequiel se colocasse de pé, depois de Deus ter-lhe dado
ordens explicitas de ficar de pé.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
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É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
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A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...