Nós
estamos aqui, no capítulo 24, o último da parte “B”, que continuará a falar do
reinado de Joás.
PARTE
III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
C: A deterioração
decorrente da obediência superficial (25:1 - 28:27).
Estamos
já encerrando a fase do reino dividido e passaremos a ver a deterioração
decorrente da obediência superficial que abrange a última fase desse reino dividido
os quais são os reinados de Amazias (25:1-28), Uzias (26:1-23), Jotão (27:1-9)
e Acaz (28:1-27).
O
que há de comum neles é que não serviram a Deus de todo o coração (veja 25:2; 26:4;
27:2), ou sejam, fizeram o que era reto, mas não com inteireza de coração. Também
veremos a derrota de Acaz diante de Israel (cf: 25:14-24; 28:6:15).
A
história de reis em Israel começou com Saul, reinou 40 anos; depois, com Davi,
também reinou 40 anos; e, depois com Salomão, que também reinou 40 anos. Salomão morreu em 931 a.C. e
o reino foi dividido em Israel (o Reino do Norte) e Judá (o Reino do Sul). Veja
quadro abaixo com as referências bíblicas em Reis[1]:
Referência Bíblica
Reis no Judá
Reis no Israel
Data
I Reis 11:43
Roboão
931 a.C.
I Reis 11:28
Jeroboão
931 a.C.
I Reis 14:31
Abias
913 a.C.
I Reis 15:8-24
*Asa
911 a.C.
I Reis 15:25
Nadabe
910 a.C.
I Reis 15:16-22
Baasa
909 a.C.
I Reis 16:6
Elá
886 a.C.
I Reis 16:15
Zinri
885 a.C.
*Tibni
885 a.C.
I Reis 16:16
Onri
885 a.C.
I Reis 16:29
Acabe
884 a.C.
I Reis 15:24
*Jeosafá
873 a.C.
II Reis 8:16
*Jeorão
853 a.C.
I Reis 22:51
Acazias
853 a.C.
II Reis 1:17
Joroão
852 a.C.
II Reis 8:25
Acazias
841 a.C.
II Reis 11:1
Atalia
841 a.C.
II Reis 10:36
Jeú
841 a.C.
II Reis 11:21
Jeoás
835 a.C.
II Reis 10:35
Jeoacaz
814 a.C.
II Reis 13:10
*Jeoás
798 a.C.
II Reis 14:1
*Amazias
796 a.C.
II Reis 14:23
*Uzias
* Jeroboão II
793 a.C.
II Reis 15:5
*Jotã
750 a.C.
II Reis 15:8
Zacarias
753 a.C.
II Reis 15:38
*Acaz
735 a.C.
Como
estamos seguindo as divisões propostas pela BEG, também dividiremos a parte “C”
em quatro partes, com cada parte sendo resumida em um capítulo e em um reinado:
1:
O reinado de Amazias (25:1-28)
a: O início do reinado de Amazias
(25:1-2)
b: A fidelidade parcial de
Amazias (25:3-12)
c: Amazias enfrenta problemas
causados por Israel (25:13)
d: A infidelidade de Amazias (25:14-24)
e: O final do reinado de Amazias
(25:25-28)
2:
O reinado de Uzias (26:1-23)
a: O início do reinado de Uzias
(26:1-5)
b: A fidelidade e a bênção de
Uzias (26:6-15)
c: A infidelidade e a maldição de
Uzias (26:16-21)
d: O final do reinado de Uzias
(26:22-23)
3:
O reinado de Jotão (27:1-9)
4:
O reinado de Acaz (28:1-27)
a: O início do reinado de Acaz
(28:1-5)
b: A fidelidade do Reino do Norte
a Deus (28:6-15)
c: A infidelidade de Acaz a Deus
(28:16-25)
d: O final do reinado de Acaz (28:26-27)
1: O reinado de
Amazias - 796-767 a.C. - (25:1-28; II Re 14:1-22)
Veremos
que, conforme a BEG, o relato do reinado de Amazias começa e termina com material
tirado de Reis (cf. II Rs 14:1-6 com os vs. 1- 4; de II Rs 14:8-20 com os vs.
17-28). A seção central do relato (vs. 5-16) foi acrescentada pelo cronista
pelo uso de outro(s) documento(s) que não se encontra(m) mais disponível(is).
Para
fins didáticos, poderíamos dividir este reinado primeiro em 5 partes a. O
início do reinado de Amazias (25:1-2); b. A fidelidade parcial de Amazias (25:3-12);
c. Amazias enfrenta problemas causados por Israel (25:13); d. A infidelidade de
Amazias (25:14-24); e. O final do reinado de Amazias (25:25-28)
O
cronista se concentra na maneira como as alianças estrangeiras, a resposta à
instrução profética e o sincretismo afetam a segurança militar de Israel. Seu
relato se divide em fidelidade e infidelidade, de maneira bastante semelhante
ao seu registro dos reinados de Joás e Uzias (22:10-24:27).
O
cronista omite parte da condenação contundente de Amazias encontrada em II Rs
14.3-4, mas reconhece que o rei possuía falhas graves.
Depois
de Joás ter sido assassinado pelos seus próprios oficiais – II Re 12:20,21 –
foi sucedido pelo seu filho Amazias no trono de Judá. Amazias seguiu o exemplo
piedoso de seu pai Joás.
Quando
começou a reinar ele tinha 25 anos e por mais 29 governou Judá. A narrativa
bíblica padrão[2]dos feitos dos reis em Judá e em
Israel fala que este rei fez o que era reto perante o Senhor, isto é, seguiu as
prescrições da aliança, ou seja, teve o zelo de andar nos seus caminhos, para
guardar os seus estatutos e os seus mandamentos, no entanto, não com inteireza
de coração – vs 2.
Foi
dessa forma que Davi exortou seu filho Salomão (I Re 2:1-4) a ser fiel e a
fazer o que era reto aos olhos do Senhor: observando as leis de Deus e,
portanto, experimentando sua bênção – Dt 6:2; 8:6, 11; 10:12-23; 11:22. Se, por
acaso, fosse infiel, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, ele e a nação
sofreriam, inevitavelmente, consequências ainda mais terríveis – Dt 4:40,
44-45.
Este,
igualmente, seu pai, não tirou os altos e o povo ainda ali sacrificava e
queimava incenso. O povo insistia em adorar nos altos, ou seja, repetindo o que
já disse antes e expliquei, os altos eram santuários nos altos das colinas. Ao
entrarem na terra de Canaã, os israelitas deveriam ter abolido todos os altos
dos cananeus – Nm 33:52; Dt 7:5; 12:3 – e construído seus próprios centros de
culto ou altares em locais aprovados por Deus – Ex 20:24; Jz 6:4; 13:19; I Sm
7:17; I Re 9:12-13. Essa adoração, em certos locais sancionados, seria somente
considerada aceitável até o tempo em que o santuário central do qual Dt 12 trata
em detalhes, fosse construído.
Depois
que foi de fato confirmado rei em Judá, tratou de eliminar aqueles servos que
tinham matado a seu pai. Amazias teve o zelo de poupar os filhos daqueles
homens por temor a Deus, pois na lei estava escrito que nem os filhos nem os
pais deveriam pagar pelo pecado um do outro, mas cada um seria responsável pelo
seu próprio pecado – Dt 24:16.
Amazias,
em batalha, vence os edomitas, mas cai diante de Israel por causa de sua
precipitação. Seu desafio impulsivo a Jeoás, rei de Israel, resultou em derrota
para Judá na batalha, bom como na destruição de parte do muro de Jerusalém e no
saque do templo e dos tesouros reais.
Nessa
luta dele contra os edomitas, um profeta conhecido por “certo homem de Deus” o
adverte para que não leve à batalha os efraimitas para não suceder que
perdessem a batalha, antes que lutasse só e o exorta a ser forte e agir dizendo
que Deus tanto tem força para ajudar como para fazer cair – vs 8 -, ou seja, a
batalha pertence ao Senhor e ele a dá a quem ele quiser.
Amazias
então se preocupa com o dinheiro que já dera adiantado para os filhos de Efraim
como paga dos serviços, mas o profeta lhe diz que muito mais tinha Deus para
dar a ele, se quisesse.
Aqui,
então, Deus é o Senhor que vence as batalhas e aquele que sustenta e dá
recursos àqueles que ele quiser.
Infelizmente,
Amazias voltou da matança bem sucedida dos edomitas, trazendo consigo os deuses
dos filhos de Seir – vs 14. Deus então lhe envia um profeta que o censura e lhe
diz que ele estava sendo muito incoerente, pois se os deuses dos edomitas não
lhe puderam livrá-los das mãos dele, como agora Amazias tomava aqueles deuses
para servir?
Naquele
momento, o rei interrompe o profeta para censurá-lo dizendo quem o estava
constituindo como conselheiro do rei. Entendeu o profeta, por causa da dureza
do coração de Amazias que não aceitava a repreensão que o juízo de Deus já
estaria determinado em sua vida, por isso disse para ele que sabia que Deus
tinha decidido já destruí-lo, razão pela qual ele não lhe daria ouvidos. Dito e
feito.
Aprendemos
aqui como funciona a mente de Deus sobre aqueles que repreendidos pelo Espírito
Santo, insistem na prática do pecado.
Amazias
fora forçado a ficar em cativeiro até a morte de Jeoás quando, finalmente, fora
liberto – vs II Re 14:17. Apesar de ter sido derrotado e preso, viveu ainda
mais 15 anos depois da morte do rei de Israel, Jeoás.
Depois
disso, houve uma conspiração contra ele em Jerusalém que o obrigou a fugir para
Laquis, uma cidade importante de Judá, distante uns 24 km a oeste de Hebrom. De
nada adiantou a sua fuga, pois que o alcançaram lá e o mataram. Trouxeram o seu
cadáver e o sepultaram junto a seus pais, na cidade de Davi e o seu filho,
Uzias, com 16 anos, passou a reinar em Judá.
II
Cr 25:1 Era Amazias da idade de vinte e cinco anos,
quando começou a reinar, e
reinou vinte e nove anos em Jerusalém;
e era o nome de
sua mãe Joadã, de Jerusalém.
II Cr 25:2 E fez o que era reto
aos olhos do SENHOR,
porém não com
inteireza de coração.
II Cr 25:3 Sucedeu que,
sendo-lhe o reino já confirmado,
matou a seus
servos que mataram o rei seu pai;
II Cr 25:4 Porém não matou os
filhos deles;
mas fez segundo
está escrito na lei, no livro de Moisés,
como
o SENHOR ordenou, dizendo:
Não morrerão os
pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais;
mas
cada um morrerá pelo seu pecado.
II Cr 25:5 E Amazias reuniu a
Judá e os pôs segundo
as casas dos
pais, sob capitães de cem, por todo o Judá
e
Benjamim; e os contou, de vinte anos para cima,
e
achou deles trezentos mil escolhidos
que
podiam sair à guerra, e manejar lança e escudo.
II Cr 25:6 Também de Israel
tomou a soldo cem mil homens valentes,
por cem talentos
de prata.
II Cr 25:7 Porém um homem de
Deus veio a ele, dizendo:
O rei, não deixes
ir contigo o exército de Israel;
porque
o SENHOR não é com Israel,
a
saber com os filhos de Efraim.
II Cr 25:8 Se quiseres ir,
faze-o assim, esforça-te para a peleja.
Deus, porém, te
fará cair diante do inimigo;
porque
força há em Deus para ajudar
e
para fazer cair.
II Cr 25:9 E disse Amazias ao
homem de Deus:
Que se fará,
pois, dos cem talentos de prata que dei
às
tropas de Israel?
E disse o homem de Deus:
Mais tem o SENHOR
que te dar do que isso.
II Cr 25:10 Então separou
Amazias as tropas que lhe tinham vindo
de Efraim, para
que se fossem ao seu lugar;
pelo
que se acendeu a sua ira contra Judá,
e
voltaram para as suas casas ardendo em ira.
II Cr 25:11 Esforçou-se, pois,
Amazias, e conduziu o seu povo,
e foi ao Vale do
Sal; onde feriu a dez mil dos filhos de Seir.
II Cr 25:12 Também os filhos de
Judá prenderam vivos dez mil,
e os levaram ao
cume da rocha; e do mais alto da rocha
os
lançaram abaixo, e todos se despedaçaram.
II Cr 25:13 Porém os homens das
tropas que Amazias despedira,
para que não
fossem com ele à peleja,
deram
sobre as cidades de Judá desde Samaria,
até
Bete-Horom;
e feriram deles
três mil, e saquearam grande despojo.
II Cr 25:14 E sucedeu que,
depois que Amazias veio da matança
dos edomitas e
trouxe consigo os deuses dos filhos de Seir,
tomou-os
por seus deuses, e prostrou-se diante deles,
e
queimou-lhes incenso.
II Cr 25:15 Então a ira do
SENHOR se acendeu contra Amazias,
e mandou-lhe um
profeta que lhe disse:
Por
que buscaste deuses deste povo, os quais não
livraram
o seu próprio povo da tua mão?
II Cr 25:16 E sucedeu que,
falando ele ao rei, este lhe respondeu:
Puseram-te por
conselheiro do rei? Cala-te!
Por
que haveria de ser ferido?
Então
parou o profeta, e disse:
Bem vejo eu que
já Deus deliberou destruir-te;
porquanto
fizeste isto, e não deste ouvidos
ao
meu conselho.
II Cr 25:17 E,
tendo tomado conselho, Amazias, rei de Judá,
mandou
dizer a Jeoás, filho de Jeoacaz,
filho
de Jeú, rei de Israel:
Vem,
vejamo-nos face a face.
II Cr 25:18 Porém Jeoás, rei de
Israel, mandou dizer a Amazias,
rei de Judá:
O
cardo que estava no Líbano mandou dizer ao
cedro
que estava no Líbano:
Dá
tua filha por mulher a meu filho;
porém
os animais do campo, que estavam
no
Líbano passaram e pisaram o cardo.
II Cr 25:19 Tu dizes:
Eis que tenho
ferido os edomitas; e elevou-se o teu coração,
para
te gloriares; agora, pois, fica em tua casa;
por
que te entremeterias no mal, para caíres
tu
e Judá contigo?
II Cr 25:20 Porém Amazias não
lhe deu ouvidos,
porque isto vinha
de Deus, para entregá-los na mão
dos
seus inimigos;
porquanto
buscaram os deuses dos edomitas.
II Cr 25:21 E Jeoás, rei de
Israel, subiu; e ele e Amazias, rei de Judá,
viram-se face a
face em Bete-Semes, que está em Judá.
II Cr 25:22 E Judá foi ferido
diante de Israel;
e fugiu cada um
para a sua tenda.
II Cr 25:23 E Jeoás, rei de
Israel, prendeu a Amazias, rei de Judá,
filho de Joás, o
filho de Jeoacaz, em Bete-Semes,
e
o trouxe a Jerusalém; e derrubou
o
muro de Jerusalém, desde a porta de
Efraim
até à porta da esquina,
quatrocentos
côvados.
II Cr 25:24 Também tomou todo o
ouro, a prata, e todos os utensílios
que se acharam na
casa de Deus com Obede-Edom,
e
os tesouros da casa do rei, e os reféns;
e
voltou para Samaria.
II Cr 25:25 E viveu Amazias,
filho de Joás, rei de Judá,
depois da morte
de Jeoás, filho de Jeoacaz,
rei
de Israel, quinze anos.
II Cr 25:26 Quanto ao mais dos
atos de Amazias,
tanto os
primeiros como os últimos, eis que, porventura,
não estão
escritos no livro dos reis de Judá e de Israel?
II Cr 25:27 E desde o tempo em
que Amazias se desviou do SENHOR,
conspiraram
contra ele em Jerusalém, porém ele fugiu
para
Laquis;
mas
perseguiram-no até Laquis,
e
o mataram ali.
II Cr 25:28 E trouxeram-no sobre
cavalos
e sepultaram-no
com seus pais na cidade de Judá.
Uzias
edificou Elate e a restituiu a Judá depois que o rei descansou com seus pais.
Elate era um porto marítimo no golfo da Ácaba, usado inicialmente por Salomão
para promover o comércio marítimo com outras nações – I Re 9:26-28.
Uma
vez que Amazias derrotou a Edom – vs 7 -, o seu filho Uzias (também chamado de
Azarias – 15: 30, 32, 34; Is 6:1) pode reconstruir Elate e usá-lo novamente
como porto de Judá – I Re 22:47-50; II Reis 8:20-22; 16:6 – veremos com mais
detalhes no próximo capítulo de Crônicas.
As
histórias dos reis de Judá e de Israel vão se desenrolando a partir de Saul,
primeiro rei, depois Davi, quando seu trono foi estabelecido para sempre no
lugar de Saul que fora rejeitado, em seguida Salomão, filho de Davi, onde
ocorre a divisão do reino, ficando a dinastia de Davi com um trono ao sul e as
outras tribos com Israel ao norte.
São
vários os reis que se vão se sucedendo um ao outro e em cada um o resultado de
seu reinado se preservaram ou não a aliança do Senhor. Em Israel, nenhum rei fez
o que é reto ao Senhor.
[2]Chamo de relato
padrão no livro de Reis por seguir de fato um padrão: 1. Identificação do rei.
2. Tempo de duração de seu reinado. 3. Seus feitos, se retos ou maus. 4. Algum
destaque especial. 5. Sua morte.
Nós
estamos aqui, no capítulo 24, o último da parte “B”, que continuará a falar do
reinado de Joás.
PARTE
III – O REINO DIVIDIDO – 10:1 A 28:27.
B.
A corrupção do norte em Judá – 21:4 – 24:27.
Os
temas comuns entre esses reinados serão, como teremos a oportunidade de
verificar ao longo de todo o livro de Crônicas:
·O
foco sobre a separação do Reino do Norte.
·As
narrativas de batalhas.
·As
reações à palavra de Deus.
Veremos
aqui os reinados de Jeorão, Acazias e Joás os quais são unificados pelo tema da
influência do Reino do Norte sobre Judá.
Essa
parte “B” será dividida em três: 1. O reinado de Jeorão – 21:4-20 – já vista.
2. O reinado de Acazias – 22:1-9 – já vista. 3. O reinado de Joás – 22:10 –
24:27 – concluiremos neste capítulo.
3. O reinado de
Joás (835-796 a.C.) – 22:10 – 24:27;
II Re 12:1 – 21 - continuação.
Repetindo
o que já disse, poderemos ver aqui que o cronista irá se valer e muito dos
textos paralelos em II Re 11 e 12, mas reorganizados e com acréscimos. Também
nós nos valeremos deles, com as devidas adaptações para os presentes capítulos
de II Crônicas.
Aqui,
o cronista altera consideravelmente o relato de II Re 12:1-21 sobre a
restauração do templo realizada por Joás. Seu maior acréscimo se encontra nos
vs de 15 a 22.
Foi
no sétimo ano de Jeú que Joás, em Judá começou a reinar. Assim, a conspiração
de Atalia para matar todos os descendentes de Davi, começou justamente quando
Jeú estava sendo rei em Israel.
Nós
vimos que Joás fora protegido pelo sumo-sacerdote Joiada e sua mulher, Jeoseba,
filha do rei Jorão e irmã de Acazias que esconderam Joás, um bebe, da
sanguinária Atalia, filha de Acabe com Jezabel, mãe de Acazias, que se dedicou
a promover o culto a Baal em Judá – II Re 8:18; 11:18 – e tentou eliminar a
família real quase exterminando a dinastia davídica. Atalia de tão maligna nem
se importou para o fato de ser Joás seu neto, pois era ela mãe de Acazias.
Como
já dissemos, se não fosse a graça, a misericórdia, e a fidelidade de Deus de
acordo com sua aliança com Davi, não teríamos mais a espera do descendente que
iria esmagar a cabeça da serpente. No entanto, não existe acaso nem má sorte,
mas soberania de Deus no controle de todas as coisas.
Joás
governou muito em Jerusalém, chegando a 42 anos. Tendo começado com 7 anos,
morreu sem ao menos atingir os 50.
Este
capítulo resume o longo reinado de Joás que fez “o que era reto aos olhos do
Senhor, todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia” – vs II Cr 24:2; II
Re 12:2. O nome de sua mãe era Zíbia, de Berseba e o de seu pai, Acazias, filho
de Jeorão, rei de Judá – II Re 10:14.
A
única falha deste reinado foram os altos que novamente não foram tirados e o
povo insistia em adorar nos altos, ou seja, eram santuários nos altos das colinas.
Conforme
a BEG, que estamos seguindo, ao entrarem na terra de Canaã, os israelitas
deveriam ter abolido todos os altos dos cananeus – Nm 33:52; Dt 7:5; 12:3 – e
construído seus próprios centros de culto ou altares em locais aprovados por
Deus – Ex 20:24; Jz 6:4; 13:19; I Sm 7:17; I Re 9:12-13.
Essa
adoração em certos locais sancionados seria considerada aceitável até o tempo
em que o santuário central do qual Dt 12 trata em detalhes, fosse construído.
Joás,
mesmo assim, empreendeu uma restauração notável no templo e fez diversas outras
coisas com o apoio sempre presente e eficaz do sacerdote Joiada.
Inclusive
foi dele a ideia de se colocar uma caixa, do lado direito de quem entra, com um
buraco na tampa para que ali fossem depositadas as ofertas que entrariam na
Casa do Senhor. Aqui nascia a ideia do gazofilácio[1]!
Existia
uma certa inocência em Joás ou o narrador foi um pouco ingênuo ao enfatizar a
fidelidade deles na administração de todo dinheiro arrecadado pelo que não
tinham que prestar contas.
Enquanto
o homem for homem e vivermos nos últimos dias, teremos sim de prestar contas de
todas as coisas, mais ainda se formos fieis, como de fato o somos pela graça de
Deus.
Infelizmente,
depois da morte de Joiada, Jeú se desviou do Senhor – vs 17-19; 26:5. Ainda assim,
o cronista volta a ilustrar a importância do apoio mútuo entre rei e sacerdote.
O
trecho acrescentado entre 15 e 22 serviu para ilustrar a seriedade das consequências
da infidelidade de Joás depois da morte de Joiada.
Nesse interim Hazael, novamente ele,
que há muito vem perturbando tanto a Israel como a Judá, vem para pelejar
contra Judá, obrigando a Joás a fazer um verdadeiro saqueamento ao seu próprio
palácio para não ter de enfrentar a força síria. Eles aceitaram o pagamento e
se foram.
Que
pena que Joás tenha agido assim e permitido Hazael fazer este desfalque no
palácio e no templo.
II Cr 24:1
Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar,
e
quarenta anos reinou em Jerusalém;
e
era o nome da sua mãe Zibia, de Berseba.
II
Cr 24:2 E fez Joás o que era reto aos olhos do SENHOR,
todos
os dias do sacerdote Joiada.
II
Cr 24:3 E tomou-lhe Joiada duas mulheres, e gerou filhos e filhas.
II
Cr 24:4 E, depois disto, Joás resolveu renovar a casa do SENHOR.
II
Cr 24:5 Reuniu, pois, os sacerdotes e os levitas, e disse-lhes:
Saí
pelas cidades de Judá, e levantai dinheiro de todo o Israel
para
reparar a casa do vosso Deus de ano em ano;
e
vós, apressai este negócio.
Porém
os levitas não se apressaram.
II
Cr 24:6 E o rei chamou a Joiada, o chefe, e disse-lhe:
Por
que não requereste dos levitas, que trouxessem de Judá
e
de Jerusalém o tributo que Moisés,
servo
do SENHOR, ordenou à congregação
de
Israel, para a tenda do testemunho?
II
Cr 24:7 Porque, sendo Atalia ímpia, seus filhos arruinaram
a casa de Deus, e até todas as
coisas sagradas da casa
do
SENHOR empregaram em Baalins.
II
Cr 24:8 E o rei, pois, deu ordem e fizeram um cofre,
e
o puseram fora, à porta da casa do SENHOR.
II
Cr 24:9 E publicou-se em Judá e em Jerusalém que trouxessem
ao
SENHOR o tributo de Moisés, o servo de Deus,
ordenado
a Israel no deserto.
II
Cr 24:10 Então todos os príncipes e todo o povo se alegraram,
e
o trouxeram e o lançaram no cofre, até que ficou cheio.
II
Cr 24:11 E sucedia que, quando levavam o cofre pelas mãos
dos
levitas, segundo o mandado do rei, e vendo-se que já havia
muito
dinheiro, vinha o escrivão do rei, e o oficial do
sumo
sacerdote, e esvaziavam o cofre, e tomavam-no
e
levavam-no de novo ao seu lugar;
assim
faziam de dia em dia,
e
ajuntaram dinheiro em abundância.
II
Cr 24:12 O qual o rei e Joiada davam aos que tinham
o
encargo da obra do serviço da casa do SENHOR;
e
contrataram pedreiros e carpinteiros,
para
renovarem a casa do SENHOR;
como
também ferreiros e serralheiros,
para
repararem a casa do SENHOR.
II
Cr 24:13 E os que tinham o encargo da obra faziam
com
que o trabalho de reparação fosse crescendo
pelas
suas mãos; e restauraram a casa de Deus no seu
estado,
e a fortaleceram.
II
Cr 24:14 E, depois de acabarem, trouxeram ao rei
e
a Joiada o resto do dinheiro, e dele fizeram utensílios para a
casa
do SENHOR, objetos para ministrar e oferecer,
colheres,
vasos de ouro e de prata.
E
continuamente sacrificaram holocaustos
na
casa do SENHOR, todos os dias de Joiada.
II
Cr 24:15 E envelheceu Joiada, e morreu farto de dias;
era
da idade de cento e trinta anos quando morreu.
II
Cr 24:16 E o sepultaram na cidade de Davi com os reis;
porque
tinha feito bem em Israel, e para com Deus
e
a sua casa.
II
Cr 24:17 Porém, depois da morte de Joiada vieram os príncipes
de
Judá e prostraram-se perante o rei; e o rei os ouviu.
II
Cr 24:18 E deixaram a casa do SENHOR Deus de seus pais,
e
serviram às imagens do bosque e aos ídolos.
Então,
por causa desta sua culpa, veio grande ira
sobre
Judá e Jerusalém.
II
Cr 24:19 Porém enviou profetas entre eles, para os reconduzir
ao
SENHOR, os quais protestaram contra eles;
mas
eles não deram ouvidos.
II
Cr 24:20 E o Espírito de Deus revestiu a Zacarias,
filho
do sacerdote Joiada, o qual se pôs em pé acima do povo,
e
lhes disse: Assim diz Deus:
Por
que transgredis os mandamentos do SENHOR,
de
modo que não possais prosperar?
Porque
deixastes ao SENHOR, também ele vos deixará.
II
Cr 24:21 E eles conspiraram contra ele, e o apedrejaram
por
mandado do rei, no pátio da casa do SENHOR.
II
Cr 24:22 Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada,
pai
de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho,
o
qual, morrendo, disse:
O
SENHOR o verá, e o requererá.
II
Cr 24:23 E sucedeu que, decorrido um ano, o exército da Síria
subiu
contra ele; e vieram a Judá e a Jerusalém,
e
destruíram dentre o povo a todos os seus príncipes;
e
enviaram todo o seu despojo ao rei de Damasco.
II
Cr 24:24 Porque ainda que o exército dos sírios viera com poucos
homens,
contudo o SENHOR entregou na sua mão um
exército
mui numeroso, porquanto deixaram ao
SENHOR
Deus de seus pais.
Assim
executaram juízos contra Joás.
II
Cr 24:25 E, quando os sírios se retiraram, deixaram-no gravemente
ferido;
então seus servos conspiraram contra ele por causa
do
sangue do filho do sacerdote Joiada,
e
o feriram na sua cama, e morreu;
e
o sepultaram na cidade de Davi,
porém
não nos sepulcros dos reis.
II
Cr 24:26 Estes, pois, foram os que conspiraram contra ele;
Zabade,
filho de Simeate, a amonita, e Jeozabade,
filho
de Sinrite, a moabita.
II
Cr 24:27 E, quanto a seus filhos, e à grandeza do cargo
que
se lhe impôs, e à restauração da casa de Deus,
eis
que estão escritos no livro da história dos reis;
e
Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.
Interessante
esse relato da vida de Joás e da importância de se ter um sacerdote fiel a Deus
que ajude o rei a governar.
Enquanto
ele foi vivo, Joás foi fiel e fez a vontade do Senhor e a nação foi beneficiada
e cresceu na graça e na força do Senhor, mas bastou Joiada morrer, com seus 130
anos, que Joás mudou completamente.
Nem
o filho de Joiada, Zacarias – profeta de Deus, homem corajoso – vs 20 a 22 -,
encontrou o coração de Joás para ouvir a palavra de Deus, antes, já totalmente
desviado do Senhor, matou Zacarias. Na sua morte, a sua última profecia: “O
Senhor o verá e requererá” – vs 22.
O
fim de Joás não foi muito bom, pois seus servos - os oficiais de Judá eram
filhos de mulheres estrangeiras e trabalhavam para o governo – II Re 14:5; II
Cr 24:26 - conspiraram contra ele e o mataram. Amazias, seu filho, reinou em
seu lugar. Será que Amazias teve alguma coisa a ver com esse assassinato de
conspiração?
[1]A palavra grega, gazofilácio “γαζοφυλακίου”,
transliterado como gazophulakiou, é encontrada em Mc 12:41, 43; Lc 21:1; Jo
8:20. Seu número na Concordância de Strong é 1049.
Seu significado é lugar para guardar valores. A origem da palavra vem de “gaza
- gazo”(tesouro)
and
“phulaké
- filácio” (lugar de guardar). No entanto, a ideia original dessa caixa com sua
abertura, nasceu aqui, com o sacerdote Joiada que apoiou Joás durante seu
reinado em Judá.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Colabore: faça sua oferta voluntária! Entre em contato conosco para isso: +55-61-995589682
Nosso Projeto 1189 no YouTube começou em 21/04/2016 e foi concluído em 23/07/2019.
Não esqueça de citar a fonte quando for fazer citações, referências em seus posts, pregações e livros. Acompanhe-nos no YouTube e em nossas redes e mídias sociais. Ajude-nos com suas orações!
As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita - com gráficos, tabelas, imagens e textos - e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago
-
É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas
ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de
admiração. ...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...