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sábado, 6 de fevereiro de 2021

O CORTE (tragédia) e a CORTE (farsa)


Pois é, minha boa gente, agora vemos, em pleno curso de uma pandamia coronavirus, o surgimento do que eu chamaria de "síndrome de Jezebel" -- a mulher de Herodes. 

Que nos diz a Bíblia, a tal  propósito?  Diz-nos que certa rainha, por não suportar o peso das imprecações que o profeta João Batista lhe dirigiu, a titulo de reprovação à sua conduta imoral, em vez de ela refutar com argumentos a saraivada de críticas, passou a exigir de Herodes, seu marido,  a morte do profeta acusador. 

Pois bem, não é que, in caso hodierno,   vê-se  Marx ter razão?  Sim, a história se repetiu -- não por tragédia, mas como farsa; digamos: -- uma espécie de versão tipiniquim do que ocorreu outrora. 

Contemplemos a cena rediviva em  expressão trágíco-bufa. Um eventual  presidente  Supremo Tribunal Federal, fiel a sua notória incompetência jurídica,  sentindo-se molestado pelas críticas que expressiva  parcela da população cidadã dirigia aos seus pares, decidiu cometer missão inconstitucional a um tope incomodado. 

Desse modo abriu investigação  (apenas  cabível à  Procuradoria Geral da República ) para apurar suspeitos crimes. De que tipo? De farta expressão de opinião crítica  ao STF em redes sociais e nas ruas do povo -- do qual emana, em reza constitucional,  "todo poder". 

Tais críticas, de fato verbalmente exasperadas, não excediam o consagrado direito opinião , cuja origem,  multiplicidade per capita e revestimento legal, não justificavam cortes de cabeças dos críticos daquela Corte, nem sua exposição na bandeja do satânico arbítrio. Isto é, em cenário contextual também  farsante, uma espécie de arremedo da conhecida lei dos medos e dos persas: mais olho por olho, dente por dente; ou, digamos: o corte da fonte do pensamento democrático -- feito por iníquo e galopante golpe de Corte. 

Em foco histórico, sim -- corte e Corte.  Eis uma metáfora cruel, que simboliza  o gultural (voz de povo) e o nasal (a escória fétida do arbítrio). De quebra, talvez a tragédia da História seja testemunhar  a presença de um Alexandre, o Grande,  e suportar  a presença de um Alexandre tão pequeno. "Basta, a quem baste/O bastante de lhe bastar".

Autor: Antonio Magno Figueira Netto, com autorizada divulgação.

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