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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ezequiel 37:1-28 - O VALE DOS OSSOS SECOS E OS DOIS PEDAÇOS DE PAU

Em nossa leitura, nos encontramos aqui, na terceira e última parte “III”, na seção “A”, na subseção “4”, no capítulo 37, o famoso capitulo dos ossos secos. O livro de Ezequiel é composto de 48 capítulos.
Ressaltamos que já vimos:
·         Os oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·         Uma seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição de outras nações.
E agora, estamos vendo a terceira e última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio).
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35).
A. A queda e a restauração de Judá (33.1-39.29).
Recapitulando, nós falamos que do capítulo 33 até ao capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá a qual foi dividia em oito seções principais, que estão sendo nossas subdivisões: 1. Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos; 2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33) – já vimos; 3. Pastores do passado e do futuro (34.1-31) – já vimos; 4. A condenação de Edom (35.1-15) – já vimos; 5. Uma profecia aos montes de Israel (36.1-38) – já vimos; 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14) – veremos agora; 7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e, 8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14).
Este capítulo falará da ressurreição dos ossos secos e da junção de dois pedaços de pau.
Tudo começou com a mão do Senhor vindo sobre Ezequiel e ele sendo levado no Espírito do Senhor onde foi colocado no meio de um vale que estava cheio de ossos secos e o Espírito o fez andar por aqueles ossos. Ezequiel notou que eles eram muito numerosos e demasiadamente sequíssimos.
Nessa passagem, as palavras sopro, espírito e vento são todas traduções da mesma palavra hebraica, traduzida em cada caso por uma palavra que se enquadre nas exigências do contexto (vs. 1,5, 6,8,9,10,14).
Já a palavra vale que era onde estavam os ossos secos, o mesmo termo é usado em 3.22. Uma vez que o termo é usado apenas nessas duas passagens, o local dessa visão pode ter sido o mesmo daquele onde o profeta recebeu o seu chamado.
Alguns sugerem que o lugar ficaria no entorno de Jerusalém, possivelmente no vale de Cedrom a leste da cidade (47.1-6; JI 3.12; Zc 14.4).
Conforme a BEG, os intérpretes há muito discutem a questão do relacionamento entre a visão de Ezequiel e a ressurreição geral no final dos tempos.
Iremos encontrar alguns relatos de ressurreição de mortos também no Antigo Testamento, mas eles são poucos (1Rs 17.17-24; 2Rs 4.8-37; 13.21) e não vemos nele uma doutrina ou ensinamento específico sobre a ressurreição pessoal ou geral (Jó 14.14; 19.25-26, Dn 12.12).
No entanto, as imagens de Ezequiel claramente pertenciam à situação dos exilados e suas esperanças de restauração (vs. 14); a visão não diz respeito à ressurreição do final dos tempos.
A literatura intertestamentária, que precede o Novo Testamento desenvolveu mais completamente a doutrina da ressurreição e Jesus confirmou que uma ressurreição geral era aguardada no futuro (Jo 5.28-29). A imagem de ressurreição nessa visão de Ezequiel apropriadamente retrata a renovação espiritual do povo de Deus, necessitados como estavam de restauração (cf. Et 2.1-10).
O Senhor perguntou ao seu profeta depois daquele passeio no vale, no meio daqueles ossos secos, dirigindo-se a ele como de costume, o chamando de filho do homem. Ele pergunta a ele se aqueles ossos poderiam viver.
O profeta não responde, mas foge da pergunta devolvendo a Deus a resposta à sua pergunta retórica: “Senhor Deus, tu o sabes”.
Deus então lhe ordena que profetize aos ossos secos. A palavra profética era como a palavra de Deus na criação. Deus falou e uma nova vida foi criada (Gn 1). Do mesmo modo, as palavras de Ezequiel foram eficientes nessa visão, pois eram as palavras de Deus.
Ezequiel então diz aos ossos secos: “ossos secos, ouvi a palavra do Senhor” – vs. 4.
Poderia ossos secos ouvir a palavra? O mesmo poderíamos perguntar dos mortos-vivos (condição do homem sem Cristo), poderiam eles ouvir a palavra? Se não ouvem, como poderiam responder? Eles somente podem fazer alguma coisa depois de o fôlego de vida entrar neles da parte de Deus e não antes. O mesmo se dá ao pregarmos. É a palavra de Deus que gera vida e fôlego neles.
E Deus continua a falar pela boca do profeta a pregar a sua palavra de vida a qual devemos pregar confiando que nela há vida para poder gerar a vida na morte. Deus então diz:
·         Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida,
·         e vivereis.
·         Ez 37:6 E porei nervos sobre vós,
·         e farei crescer carne sobre vós,
·         e sobre vos estenderei pele,
·         e porei em vós o fôlego da vida,
·         e vivereis.
Depois disso diz que então haveriam de saber que o Senhor é Deus.
Ezequiel obedece e profetiza como instruído e ao profetizar, como lhe fora ordenado, um milagre ia acontecendo. Ele ia profetizando e já começava a ver que algo diferente ia acontecendo com aqueles ossos.
Os ossos estavam se achegando um ao outro e se ajuntando, por isso faziam grande reboliço e barulho. Ezequiel continuou a olhar e agora já nervos e carnes começavam a crescer neles e por fim a pele sobre eles por cima, mas não havia fôlego de vida neles, nem eles ainda estavam de pé.
Deus lhe orienta então que profetize também ao fôlego de vida dizendo para ele que assim dizia o Senhor que eles viessem dos quatro ventos e assoprassem sobre os mortos para que vivessem.
Ezequiel obedece e prega e profetiza como tinha sido ordenado e semelhantemente quando pregara aos ossos secos, o fôlego de vida assoprou sobre eles - relembra Gn 2.7 -, isto é, entrou neles e viveram, puseram-se de pé, um exército enorme.
Depois disso veio a Ezequiel a explicação de tudo aquilo. Os ossos secos eram a casa de Israel. Eles se secaram porque tinha secado toda a esperança do povo de Deus por uma salvação. E mais uma vez Deus ordena que ele profetizasse aos que reviveram.
A visão começou com os ossos expostos e não enterrados (vs. 2), mas ampliou-se até a abertura das sepulturas. Deus mandou ele dizer que ele mesmo abriria as suas sepulturas e ele mesmo os faria sair e assim os traria à terra de Israel.
Quando isso acontecesse, eles novamente iriam saber que o Senhor é Deus. A restauração de Israel seria o testemunho de Deus a respeito de seu próprio poder e governo, pois Deus poria neles o seu Espírito para que vivessem e depois os poria na sua terra – vs. 14.
Recapitulando, Ezequiel pregou três vezes:
·         Aos ossos secos.
·         Ao fôlego de vida.
·         Aos ressuscitados.
7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28).
Depois da palavra de profecia aos ossos secos, ao fôlego de vida e aos ressuscitados, ele apanha alegoricamente dois pedaços de pau, escreve neles que um seria por Judá e o outro por Israel e os junta de forma a formarem um só em suas mãos.
Ezequiel encenou outro ato simbólico (4.1-3). Dois pedaços de madeira, um trazendo o nome do Reino do Sul, Judá, e o outro com o nome do Reino do Norte, Efraim (Israel), foram segurados ponta com ponta nas mãos de Ezequiel de modo que pareciam estar unidos (vs. 15-17). Zc 11.7 pode estar baseado nessa passagem.
Isso despertaria neles a curiosidade e quando fossem perguntar o que Ezequiel estava querendo dizer com isso o Senhor lhe orientou a dizer-lhes que estaria juntando os dois povos em um só povo de Deus.
Ezequiel interpretou seu próprio ato (vs. 16-17).
Os descendentes de Efraim, filho de José, haviam dominado o Reino do Norte, o qual era, portanto, às vezes, designado como "Efraim" (2Cr 25.7,10; Is 7.2,9,17; 11.13; 17.3; Jr 31.20; Os 4.17; 5.5; 6.4; 8.9; 9.8; 10.6; Zc 9.13).
O Reino do Norte havia caído diante do exército dos assírios quase um século e meio antes do oráculo de Ezequiel; a maior parte de sua população encontrava-se dispersa entre outras nações e absorvida por elas.
Ezequiel olhava para trás, para o reino unido sob Davi e Salomão e para frente, para uma futura restauração ideal (33.23,24; Jr 3.18; 23.5-6; Os 1.11; Am 9.11).
Ezequiel não havia usado a palavra rei para se referir a qualquer dos governadores históricos de Jerusalém, usando em seu lugar o termo príncipe (vs. 25; 7.27; 12.10,12; 19.1; 21.12,25; 22.6; 34.24).
Aqui, entretanto, ele descreve o futuro soberano davídico como “rei" (vs. 22,24), possivelmente uma maneira sutil de distinguir esse futuro soberano de qualquer outro que Israel tivesse jamais conhecido.
O Novo Testamento identifica esse rei-pastor como Jesus - 34.1-31; 34.2-10. Jesus reina sobre o povo renovado de Deus como o seu rei eterno – vs. 25; Mt 27.44: 26.64; Mc 12.36: 14.62: 16.19; Lc 20.42: 22.69; At 2.33-34; 5.31; 7.56; Rm 8.34; Hb 1.3,13; 12.2; 1Pe 3.22).
O verso 25 fala que eles habitarão na terra para sempre. Ezequiel falou claramente sobre uma reunificação escatológica, evidenciada pelo seu repetido uso da expressão "para sempre" vs. 25-26,28.
Compare a aliança de paz – vs. 26 - com a aliança perpétua 34.25 e ainda com Nm 18.19; 25.12-13. Esta aliança, de paz ou perpétua, é uma expressão usada:
·         Na aliança com Noé (Gn 9.16; Is 24.5).
·         Na aliança abraâmica (Gn 17.7,13,19; 1Cr 16.17; SI 105.10).
·         Na aliança davídica (2Sm 23.5: Is 55.3).
·         Na nova aliança (61.8; Jr 32.40; 50.5: Ez 16.60).
Como estamos falando de alianças, o momento é oportuno e recomendado pela BEG, para lermos o seu artigo teológico - A aliança das obras e a aliança da graça[1] - em Gn 6.
Com a aliança feita, Deus os estabelecerá e os multiplicará pondo o seu santuário no meio deles para sempre. O seu tabernáculo permanecerá com eles e eles serão o seu povo e ele o seu Deus para sempre.
Ezequiel esperava por uma cidade de Deus renovada (caps. 40-48); mais de seiscentos anos depois, João teve uma visão semelhante (Ap 21), mas de uma cidade que não necessitava de um templo (Ap 21.22).
Ez 37:1 Veio sobre mim a mão do Senhor;
e ele me levou no Espírito do Senhor,
e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos;
Ez 37:2 e me fez andar ao redor deles.
E eis que eram muito numerosos sobre a face do vale;
e eis que estavam sequíssimos.
Ez 37:3 Ele me perguntou:
Filho do homem, poderão viver estes ossos?
Respondi:
Senhor Deus, tu o sabes.
Ez 37:4 Então me disse:
Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes:
Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.
Ez 37:5 Assim diz o Senhor Deus a estes ossos:
Eis que vou fazer entrar em vós o fôlego da vida,
e vivereis.
Ez 37:6 E porei nervos sobre vós,
e farei crescer carne sobre vós,
e sobre vos estenderei pele,
e porei em vós o fôlego da vida,
e vivereis.
Então sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 37:7 Profetizei, pois, como se me deu ordem.
Ora enquanto eu profetizava, houve um ruído;
e eis que se fez um rebuliço,
e os ossos se achegaram, osso ao seu osso.
Ez 37:8 E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles,
e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima;
mas não havia neles fôlego.
Ez 37:9 Então ele me disse:
Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem,
e dize ao fôlego da vida:
Assim diz o Senhor Deus:
Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida,
e assopra sobre estes mortos,
para que vivam.
Ez 37:10 Profetizei, pois, como ele me ordenara;
então o fôlego da vida entrou neles e viveram,
e se puseram em pé, um exército grande em extremo.
Ez 37:11 Então me disse:
Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel.
Eis que eles dizem:
Os nossos ossos secaram-se,
e pereceu a nossa esperança;
estamos de todo cortados.
Ez 37:12 Portanto profetiza, e dize-lhes:
Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas,
sim, das vossas sepulturas vos farei sair,
ó povo meu,
e vos trarei à terra de Israel.
Ez 37:13 E quando eu vos abrir as sepulturas,
e delas vos fizer sair, ó povo meu,
sabereis que eu sou o Senhor.
Ez 37:14 E porei em vós o meu Espírito,
e vivereis,
e vos porei na vossa terra;
e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor.
Ez 37:15 A palavra do Senhor veio a mim, dizendo:
Ez 37:16 Tu, pois, ó filho do homem, toma um pau, e escreve nele:
Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros.
Depois toma outro pau, e escreve nele:
Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel,
seus companheiros;
Ez 37:17 e ajunta um ao outro, para que se unam,
e se tornem um só na tua mão.
Ez 37:18 E quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo:
Porventura não nos declararás o que queres dizer
com estas coisas?
Ez 37:19 Tu lhes dirás:
Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu tomarei a vara de José,
que esteve na mão de Efraim,
e as das tribos de Israel, suas companheiras,
e lhes ajuntarei a vara de Judá,
e farei delas uma só vara,
e elas se farão uma só na minha mão.
Ez 37:20 E os paus, sobre que houveres escrito,
estarão na tua mão, perante os olhos deles.
Ez 37:21 Dize-lhes pois:
Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre as nações
para onde eles foram,
e os congregarei de todos os lados,
e os introduzirei na sua terra;
Ez 37:22 e deles farei uma nação na terra,
nos montes de Israel,
e um rei será rei de todos eles;
e nunca mais serão duas nações,
nem de maneira alguma se dividirão
para o futuro em dois reinos;
Ez 37:23 nem se contaminarão mais com os seus ídolos,
nem com as suas abominações,
nem com qualquer uma das suas transgressões;
mas eu os livrarei de todas as suas apostasias
com que pecaram, e os purificarei.
Assim eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
 Ez 37:24 Também meu servo Davi reinará sobre eles,
e todos eles terão um pastor só;
andarão nos meus juízos,
e guardarão os meus estatutos,
e os observarão.
Ez 37:25 Ainda habitarão na terra que dei a meu servo Jacó,
na qual habitaram vossos pais;
nela habitarão, eles e seus filhos,
e os filhos de seus filhos, para sempre;
e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.
Ez 37:26 Farei com eles um pacto de paz,
que será um pacto perpétuo.
E os estabelecerei, e os multiplicarei,
e porei o meu santuário no meio deles para sempre.
Ez 37:27 Meu tabernáculo permanecerá com eles;
e eu serei o seu Deus
e eles serão o meu povo.
Ez 37:28 E as nações saberão que eu sou o Senhor
que santifico a Israel,
quando estiver o meu santuário no meio deles
para sempre.
O verso 28 encerra o capítulo dizendo que as nações saberão que o Senhor é Deus e que santifica a Israel, principalmente quando estiver o seu santuário no meio deles para sempre.
De uma certa vez, conta-se, alguém que não acredita em Deus pediu a um judeu um sinal. Este parou, refletiu e respondeu: o povo judeu!
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Iremos reproduzi-lo aqui, em breve.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.