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domingo, 3 de maio de 2015

Ezequiel 34:1-31 - AI DOS PASTORES QUE APASCENTAM A SI MESMO ...

Para nos situarmos na leitura e não perdemos nosso foco, estamos estudando o livro de Ezequiel composto de 48 capítulos. Veremos agora o capítulo 34.
Ressaltamos que já vimos:
·         Os oráculos de advertência sobre a destruição de Jerusalém (caps. 1-24) – preocupação do profeta com o passado e com o presente de Jerusalém.
·         Uma seção de oráculos contra outras nações (caps. 25-32) – com foco na destruição de outras nações.
E agora, estamos na terceira e última parte de nossa divisão proposta para o livro de Ezequiel (com foco nas futuras bênçãos de restauração que Judá gozaria após o exílio):
Parte III - FUTURAS BÊNÇÃOS PARA JUDÁ E JERUSALÉM (31.1-48.35) - continuação.
Também já dissemos que Ezequiel explicou que, depois que o exílio chegasse ao fim, o templo e Jerusalém seriam gloriosamente restaurados e o povo de Deus seria reunido e abençoado como nunca antes. Seriam as futuras bênçãos para Judá e Jerusalém.
Esta parte III, seguindo a estruturação proposta pela BEG, também dividiremos em duas partes principais: A. A queda e a restauração de Judá (33.1-39.29) – estamos vendo agora; e B. A visão de Jerusalém restaurada (40.1-48.35).
A. A queda e a restauração de Judá (33.1-39.29) - continuação.
Falamos que deste até o capítulo 39, estaremos vendo a queda e a restauração de Judá. Ezequiel desenvolverá o tema do futuro de Judá após o exílio em oito seções principais, que serão nossas subdivisões: 1. Ezequiel novamente vocacionado como atalaia (33.1-20) – já vimos;  2. A queda de Judá e dois grupos de israelitas (33.21-33) – já vimos; 3. Pastores do passado e do futuro (34.1-31) – veremos agora; 4. A condenação de Edom (35.1-15); 5. Urna profecia aos montes de Israel (36.1-38); 6. A ressurreição dos ossos secos (37.1-14); 7. Junção de dois pedaços de madeira (37.15-28); e, 8. Vitória na batalha futura (38.1-39.29).
3. Pastores do passado e do futuro (34.1-31).
Até o versículo 31 deste capítulo, veremos uma palavra profética dirigida aos pastores do passado e do futuro. Ezequiel chama a atenção para a terrível liderança do passado e para o plano de Deus de substituí-la pelo seu próprio cuidado direto por meio de um futuro filho de Davi (34.24). Essa profecia foi e será cumprida em Cristo, o grande pastor das ovelhas (Jo 10.11-14).
A palavra do Senhor veio ao seu profeta para se dirigir especificamente aos pastores de Israel. Ele deveria dizer-lhes uma série de exortações que começavam com um “Ai”.
Vamos relembrar o que já dissemos se tratar um “ai”, conforme a BEG:
Quando o julgamento de Deus era particularmente severo, os profetas expressavam ais.
Esses discursos normalmente eram bastante semelhantes aos oráculos de julgamento (identificação do destinatário, acusações e sentenças) com o acréscimo de um clamor de “ai”.
Advertiam sobre coisas terríveis que aconteceriam quando as maldições sobreviessem (Is 3.9-11; 5,8-22; Ez 13.3-18: Os 7.13; Na 3.1).
As ovelhas que estão fracas, machucadas ou doentes são objeto particular da atenção do pastor; é despendido considerável esforço para cuidar delas.
No mundo antigo, um ideal da monarquia era cuidar do povo como um pastor. O pobre e o oprimido eram objeto particular do cuidado real - 22.7. Entretanto, os reis de Jerusalém, em vez de aliviar a opressão e a exploração, com muita frequência eram achados entre os principais opressores.
Vejamos algumas características desses pastores infiéis.
·         Apascentavam a si mesmos!
·         Comiam a gordura, se vestiam da lã e abatiam os melhores animais.
·         A fraca não fortalecia, a doente não curava, a quebrada não ligava, a desgarrada não tornava a trazer, e a perdida não buscava.
·         No entanto, dominavam sobre elas com rigor e dureza.
Em consequência, as ovelhas que eram para ser pastoreadas e cuidadas:
·         Tornavam-se pasto a todas as feras do campo, porquanto se espalhavam.
·         Andavam desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro; espalhadas por toda a face da terra.
·         Não tinham quem as procurasse, ou as buscasse.
Por causa disso, o Senhor jurou, verso oito, que porquanto suas ovelhas tinham sido entregues à rapina, e as suas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e, ainda porque os seus pastores não procuravam as suas ovelhas, pois estavam muito ocupados apascentando-se a si mesmos e não apascentando as suas ovelhas:
·         Deus seria contra os pastores.
·         Deus iria requerer de suas mãos as suas ovelhas.
·         Deus retiraria deles essa função de pastoreio para que assim não se apascentassem mais a si mesmos.
·         Deus iria agir em favor das ovelhas, livrando elas dos pastores vorazes e famintos.
Deus sempre teve cuidado por seu povo, desde o princípio foi assim. No tempo que ele levantou Noé, Abraão, Moisés, seu cuidado sempre foi com o seu rebanho e lhes suscitavam líderes que amavam o rebanho e eram capazes de até morrer por eles em intercessão.
Deus não levantou Moisés por causa de Moisés, mas por causa de seu povo! Já, por exemplo, Saul é um péssimo exemplo de liderança, pois que este desprezava o povo e Deus e somente queria as glórias e honras. Moisés, Josué, Davi e tantos outros são bem diferentes mesmo, pois tinham cuidado do povo de Deus.
Deus também acabou desprezando os pastores que desprezavam o rebanho de Deus e tendo colocado de lado os pastores infiéis, Deus tomou sobre si mesmo o papel de pastor. Compare com a parábola do bom pastor que procurava a sua ovelha perdida (Lc 15.3-7).
Quantos não foram os sermões e pregações, livros e comentários baseados nesse amor tão lindo que ele nos ensina nessa parábola que ele tem por suas ovelhas a ponto de ir atrás da desgarrada e juntá-la novamente ao rebanho.
Eu sempre vou me lembrar de minha mãe que entendeu e procura aplicar a palavra de Deus indo atrás da desgarrada. O Senhor agiria semelhantemente aos pastores de rebanho verdadeiros que cuidam mesmo das suas ovelhas e iria atrás delas livrando-as de todos os lugares por onde foram espalhadas no dia de nuvens e escuridão, ou seja, nuvens e escuridão aqui representam uma linguagem comumente associada ao dia do Senhor (JI 92. Sl 1.5; cf. Ex 25.18,21; Dt 4.11; 5.22-23; 1Rs 8.12: Sl 97.2; Is 60.2: Jr 13.16: 23.21; Am 5.18-20).
No cuidado de Deus, como pastor, ele nos ensina como pastorear o seu rebanho – vs. 13 ao 16:
·         Tirando-as para fora dos povos, e as congregando dos países.
·         Introduzindo-as na sua terra.
·         Apascentando-as sobre os montes de Israel, junto às correntes d'água, e em todos os lugares habitados da terra.
ü  Com bons pastos nos altos montes de Israel.
ü  Com bom curral onde seria ali o seu lugar de segurança e de repouso.
ü  Com bons pastos gordos nos montes de Israel.
Seria Deus mesmo que agora apascentaria as suas próprias ovelhas, o seu próprio rebanho onde também as faria repousar. Ele continua a nos ensinar o que deve um pastor de verdade fazer com as ovelhas dele, do Senhor:
·         Buscar a perdida.
·         Trazer de volta a desgarrada.
·         Curar a quebrada.
·         Fortalecer a enferma.
·         Vigiar a gorda e a forte.
·         Apascentá-las com justiça.
O Senhor diz para as ovelhas – vs. 17 - que o seu julgamento não estava restrito apenas aos pastores, mas incluiria também o rebanho, as suas próprias ovelhas.
Alguns dos que pertenciam ao rebanho haviam maltratado e oprimido outros; estes eram provavelmente os membros da classe poderosa e rica da sociedade de Jerusalém. Compare com a situação na restauração da comunidade (Ne 5).
As ovelhas estavam se ferindo e se atacando e as mais fortes e AS gordas atacavam as mais fracas e magras como que querendo as afastar dali para ficarem só para elas a boa ração. Deus promete então julgar entre ovelhas e ovelhas – vs. 22.
Essa promessa de restauração (6.10-16) do suscitamento de um só pastor para as apascentar olha além, para o reino messiânico que é a essência da mensagem bíblica, desde Gênesis.
O servo de Deus, alguém como Davi – vs. 23 e 24 -, reinaria em paz, justiça e prosperidade além do que fora conhecido durante o reinado do Davi histórico.
Nenhum descendente de Davi no período da restauração cumpriu a descrição profética de Ezequiel sobre o futuro de Israel; os escritores do Novo Testamento identificaram Jesus como sendo esse bom pastor.
Como os profetas repetiram muitas vezes, o futuro de Israel estava diretamente ligado ao futuro da linhagem de Davi. Depois do exílio, o grande Filho de Davi se levantaria e reinaria sobre Israel e, finalmente, sobre toda a terra (cf. Am 9.11-15).
Com elas, ele faria um pacto, uma aliança de paz – vs. 25. Isso, na verdade, era uma simbologia do Paraiso restaurado.
Os versículos que se seguem – vs. 25 em diante - especificam o que essa aliança acarretaria; ela incluiria segurança e abundância de alimento. Essa afiança após o exílio é idêntica a ‘nova aliança’ prometida por Jeremias (Jr 31.13).
Serão novas eras pelas quais temos aguardado há muito tempo e pela qual morreram muitas vidas sem ver o cumprimento dessa promessa de justiça na terra.
A subjugação dos animais selvagens era uma reminiscência do estado original da humanidade no jardim. Os animais selvagens representavam um perigo especial quando as maldições pactuais se realizaram e proteção contra elas era uma importante bênção da aliança (Lv 26.6; Dt 33.20; Jz 14.5-6: 1Sm 17.34-37; 1 Rs 13.24-28; 20.36; 2Rs 2.24; 17.25-26; Sl 7.2; 10.9: 17.12; Pv 28.15; Is 31.4; Jr 5.6; Lm 3.10; Os 13 8; Am 3.4,8 12; 5.19; Mq 5.8; cf. Is 11.6-9; 65.25). O mal então terá sido vencido e derrotado.
A prosperidade no campo (as chuvas a seu tempo; as chuvas de bênçãos; as árvores do campo dando o seu fruto, e a terra dando a sua novidade, e estando seguras na sua terra;) era um tema comum a respeito dos últimos dias (vs. 25-29).[1]
No verso 27, 30 e no verso 34, Deus diz que eles saberão que o Senhor é Deus, quando ele quebrar os canzis do seu jugo, livrando-os das mãos dos que a subjugavam. E promete:
·         Não servirão mais de presa aos gentios.
·         Não serão mais devorados pelos animais da terra.
·         Habitarão com segurança.
·         Ninguém haverá que os espante.
·         Levantará para eles uma plantação de renome.
·         Nunca mais serão consumidos pela fome na terra.
·         Nunca mais levariam sobre si o opróbrio das nações.
A aliança de Deus com os israelitas era de que ele seria o seu Deus e eles seriam o seu povo (11.20; 36.28; Ex 6.7; Lv 26.12; Dt 7.6; 14. 2.21; 27.9; 29.13; Sl 30.7; Is 51.22; Jr 7.23; 11.4; 30.22; Jl 2.27). Amor e lealdade mútuos ligavam Deus ao seu povo arrependido.
Ez 34:1 Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Ez 34:2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel;
profetiza, e dize aos pastores:
Assim diz o Senhor Deus:
Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!
Não devem os pastores apascentar as ovelhas?
Ez 34:3 Comeis a gordura, e vos vestis da lã;
matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
Ez 34:4 A fraca não fortalecestes,
a doente não curastes,
a quebrada não ligastes,
a desgarrada não tornastes a trazer,
e a perdida não buscastes;
mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
Ez 34:5 Assim se espalharam, por não haver pastor;
e tornaram-se pasto a todas as feras do campo,
porquanto se espalharam.
Ez 34:6 As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes,
e por todo alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram
espalhadas por toda a face da terra,
sem haver quem as procurasse, ou as buscasse.
Ez 34:7 Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:
Ez 34:8 Vivo eu, diz o Senhor Deus, que porquanto as minhas ovelhas
foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas
vieram a servir de pasto a todas as feras do campo,
por falta de pastor,
e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas,
pois se apascentaram a si mesmos,
e não apascentaram as minhas ovelhas;
Ez 34:9 portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:
Ez 34:10 Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu estou contra os pastores; d
as suas mãos requererei as minhas ovelhas,
e farei que eles deixem de apascentar as ovelhas,
de sorte que não se apascentarão mais a si mesmos.
Livrarei as minhas ovelhas da sua boca,
para que não lhes sirvam mais de pasto.
Ez 34:11 Porque assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei.
Ez 34:12 Como o pastor busca o seu rebanho,
no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas,
assim buscarei as minhas ovelhas.
Livrá-las-ei de todos os lugares por onde foram espalhadas,
no dia de nuvens e de escuridão.
Ez 34:13 Sim, tirá-las-ei para fora dos povos,
e as congregarei dos países,
e as introduzirei na sua terra,
e as apascentarei sobre os montes de Israel,
junto às correntes d'água,
e em todos os lugares habitados da terra.
Ez 34:14 Em bons pastos as apascentarei,
e nos altos montes de Israel será o seu curral;
deitar-se-ão ali num bom curral,
e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel.
Ez 34:15 Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas,
e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus.
Ez 34:16 A perdida buscarei,
e a desgarrada tornarei a trazer;
a quebrada ligarei,
e a enferma fortalecerei;
e a gorda e a forte vigiarei.
Apascentá-las-ei com justiça.
Ez 34:17 Quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu julgarei entre ovelhas e ovelhas,
entre carneiros e bodes.
Ez 34:18 Acaso não vos basta fartar-vos do bom pasto,
senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés?
e beber as águas limpas,
senão que sujais o resto com os vossos pés?
Ez 34:19 E as minhas ovelhas hão de comer o que haveis pisado,
e beber o que haveis sujado com os vossos pés.
Ez 34:20 Por isso o Senhor Deus assim lhes diz:
Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a ovelha magra.
Ez 34:21 Porquanto com o lado e com o ombro dais empurrões,
e com as vossas pontas escorneais todas as fracas,
até que as espalhais para fora,
Ez 34:22 portanto salvarei as minhas ovelhas,
e não servirão mais de presa;
e julgarei entre ovelhas e ovelhas.
Ez 34:23 E suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar,
o meu servo Davi.
Ele as apascentará, e lhes servirá de pastor.
Ez 34:24 E eu, o Senhor, serei o seu Deus,
e o meu servo Davi será príncipe no meio delas;
eu, o Senhor, o disse.
Ez 34:25 Farei com elas um pacto de paz;
e removerei da terra os animais ruins,
de sorte que elas habitarão em segurança
no deserto, e dormirão nos bosques.
Ez 34:26 E delas e dos lugares ao redor do meu outeiro
farei uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo;
chuvas de bênçãos serão.
Ez 34:27 E as árvores do campo darão o seu fruto,
e a terra dará a sua novidade,
e estarão seguras na sua terra;
saberão que eu sou o Senhor,
quando eu quebrar os canzis do seu jugo
e as livrar da mão dos que se serviam delas.
Ez 34:28 Pois não servirão mais de presa aos gentios,
nem as devorarão mais os animais da terra;
mas habitarão seguramente,
e ninguém haverá que as espante.
Ez 34:29 Também lhes levantarei uma plantação de renome,
e nunca mais serão consumidas pela fome na terra,
nem mais levarão sobre si o opróbrio das nações.
Ez 34:30 Saberão, porém, que eu, o Senhor seu Deus,
estou com elas, e que elas são o meu povo,
a casa de Israel, diz o Senhor Deus.
Ez 34:31 Vós, ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto,
sois homens, e eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus.
Todo pastor que tem um chamado de Deus deve decorar e estudar este capítulo e entendê-lo. Deus ama o seu povo e por ele enviou o seu Filho amado para salvá-lo e conduzi-lo a Deus.
Se você é pastor, negue-se a si mesmo, esqueça-se de si e vá cuidar do rebanho que Deus lhe confiou, buscando a perdida, trazendo de volta a desgarrada, curando a quebrada, fortalecendo a enferma, vigiando a gorda e a forte e as apascentando sempre com justiça.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] A BEG recomenda nesse momento a leitura de seu artigo teológico ''O plano das eras”, em Hb 7.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.