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sexta-feira, 20 de março de 2015

Jeremias 47:1-7 - PROFECIA CONTRA A FILÍSTIA - A ESPADA DO SENHOR.

Estamos na décima sétima parte – a penúltima -, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 47.
XVII. ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (46.1-51.64).
Como já dissemos, Jeremias anunciou uma série de profecias contra outras nações. Muitas já haviam se cumprido, mostrando que as outras predições também se cumpririam. Essa seção do livro de Jeremias, de 46.1 a 51.64, é constituída de uma série de mensagens de julgamento contra nações vizinhas.
Assim, dividimos nosso estudo em 9 seções: A. Contra o Egito (46.1-28) – já vista; B. Contra a Filístia (47.1-7) – veremos agora; C. Contra Moabe (48.1-47); D. Contra Amom (49.1-6); E. Conta Edom (49.7-22); E. Contra Damasco (49.23-27); G. Contra as tribos árabes (49.28-33); H. Contra Elão (49.34-39); I. Contra a Babilônia (50.1-51.64).
B. Contra a Filístia (47.1-7).
Neste pequeno capítulo de apenas sete versos, veremos as palavras proféticas de Jeremias contra a Filístia, antes que Faraó – não se sabe a qual Faraó o profeta se referia - ferisse a Gaza.
As palavras de condenação de Jeremias dirigidas à Filístia se cumpriram pelas mãos dos egípcios antes da redação desse livro de Jeremias (cf. Is 14.28-32; Ez 25.15-17; Am 1.6-8; Sf 2.4-7).
Os filisteus são, provavelmente, parte de uma confederação de grupos de povos, originária da região do Mar Egeu e de Creta (Caftor - Am 9.7; Jr 47.4). Chegaram na Palestina e se estabeleceram ali por volta dos séculos XIII e XII a.C., depois de trabalharem como mercenários para governantes hititas, cananeus e egípcios, e serem derrotados pelos últimos.[1]
Viria do Norte uma torrente transbordante de destruição que alagaria a terra e tudo o que nele houvesse e também a cidade, seus habitantes de forma que os homens haveriam de clamar e de uivar diante do estrepitoso som das unhas dos fortes cavalos, do som de seus carros, do estrondo de suas rodas.
Jeremias fala de um fenômeno natural que quando acontece causa muita destruição e associa-o ao invasor do Norte que igualmente destruiria como uma inundação todos os seus habitantes.
A destruição seria tão forte que os próprios pais haveriam de se desanimar em socorrer os seus filhos por causa da fraqueza de suas próprias mãos – vs. 3 – e por causa desse dia que viria para destruição dos filisteus e para cortar de Tiro e de Sidom qualquer possibilidade de socorro a eles.
Essas cidades fenícias serviam de proteção natural para os filisteus nas regiões costeiras mais ao sul, embora não se saiba se havia alguma aliança entre esses dois povos.
A destruição viria aos filisteus, ao resto da ilha de Caftor, o lugar de origem dos filisteus, normalmente identificado como Creta. Paulo, apóstolo, falava deles como sendo aqueles que somente se preocupavam com o seu próprio ventre.
O texto de Tito 1.12 diz: Um dentre eles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
É admirável a cultura enciclopédica de Paulo. Clemente de Alexandria e Jerônimo atribuem a devastadora caracterização a um poeta e reformador cuja data fornecida varia entre 630 e 500 a.C. Seu nome era Epimênides, natural de Cnossos, nas proximidades de Iráklion na costa norte de Creta, onde ainda hoje se pode visitar o museu que contém os tesouros extraordinários da era minóica.
Os antigos consideravam Epimênides um profeta, “um homem divinamente inspirado” (segundo Platão), “um homem querido dos deuses” (segundo Plutarco). Paulo não tenciona dizer que o poeta cretense é realmente um profeta no sentido bíblico. Quer dizer “um homem que, por eles e outros, era considerado profeta, um porta-voz dos deuses”.
Sobre a referência à atividade supostamente profética de Epimênides, Platão escreveu o seguinte:
“Esse homem divinamente inspirado, Epimênides.. nasceu em Creta, e dez anos antes da guerra persa, de acordo com o oráculo de deus, foi a Atenas…; e quando os atenienses se viram tomados de temor em razão das forças expedicionárias dos persas, fez esta profecia: Eles não virão por dez anos, e quando vierem, voltarão outra vez, não havendo realizado nada do que esperavam (realizar), e havendo sofrido dores do que terão infligido”.
Foi esse Epimênides que, segundo Diógenes Laércio, aconselhou aos atenienses que fizessem sacrifícios “ao deus mais conveniente”, conselho que pode ter levado à edificação do famoso altar “ao deus desconhecido”, que proporcionou a Paulo o ponto de partida para a proclamação do Deus vivo (At 17.23).
A citação de Epimênides, aqui em Tito 1.12, é um poema que consiste em seis pés métricos (verso hexâmetro).
A representação dos cretenses como enganadores e mentirosos pode ter surgido da pretensão deles de terem em sua ilha o túmulo de Zeus. Mas a reputação dos cretenses de serem mentirosos a fim de lograr fins egoístas (o contexto do vs 11) era tão amplamente difundida que origem ao substantivo “cretismo”, que quer dizer “conduta cretense” ou “falar como cretense”, significando: “dizer a mentira”, “enganar”.
A expressão “bestas ruins”, demonstra o caráter selvagem e cruel dos cretenses dos dias de Epimênides e dos dias de Paulo e Tito. Costumavam arredar todos de seu caminho para obterem vantagem pessoal.
“Ventres inativos”, estigmatiza os cretenses como glutões, indolentes e ávidos por sexo. Os cretenses, pois, são falsos, egoístas e amantes dos prazeres.
Nele, que se fez conhecido por seu Filho.[2]
Dos versos 5 ao 7, Jeremias concluiu suas palavras falando de destruições e assolações que estariam vindo sobre Gaza, Asquelom e o restante do seu vale.
A espada do Senhor, um dos seus três terrores (a fome, a espada e a peste), não se sossegava, antes tinha sede e saia a cumprir aquilo que o Senhor tinha determinado a ela.
Jr 47:1 A palavra do Senhor que veio a Jeremias, o profeta,
acerca dos filisteus, antes que Faraó ferisse a Gaza.
Jr 47:2 Assim diz o Senhor:
Eis que do Norte se levantam as águas,
e tornar-se-ão em torrente trasbordante,
e alagarão a terra e quanto há nela,
a cidade e os que nela habitam;
os homens clamarão, e todos os habitantes da terra uivarão,
Jr 47:3 ao ruído estrepitoso das unhas dos seus fortes cavalos,
ao barulho de seus carros, ao estrondo das suas rodas;
os pais não atendem aos filhos,
por causa da fraqueza das mãos,
Jr 47:4 por causa do dia que vem para destruir a todos os filisteus,
para cortar de Tiro e de Sidom todo o resto que os socorra;
pois o Senhor destruirá os filisteus,
o resto da ilha de Caftor.
Jr 47:5 A calvície é vinda sobre Gaza;
foi desarraigada Asquelom, bem como o resto do seu vale;
até quando te sarjarás?
Jr 47:6 Ah espada do Senhor! até quando deixarás de repousar?
volta para a tua bainha; descansa, e aquieta-te.
Jr 47:7 Como podes estar quieta,
se o Senhor te deu uma ordem?
Contra Asquelom, e contra o litoral,
é que ele a enviou.
Não estaria o Senhor sendo mau e rude com os povos da terra, mas antes exercendo o seu juízo e correções. O homem tinha sido advertido, mas não fizeram caso de sua palavra e antes buscaram seus próprios conceitos e explicações sobre as coisas e inventaram caminhos de religiões que não aproximavam o homem dele, pelo contrário, os expulsavam ainda mais de sua presença.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[2] Texto de autoria do Pr. Mar delo de Oliveira: “Paulo e a citação de Epimênides – Tito 1.12” - http://davarelohim.com.br/?p=106 -

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