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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Isaías 22:1-25 - COMAMOS E BEBAMOS PORQUE AMANHÃ MORREREMOS?

Estamos no capítulo 22/66, na terceira parte do livro de Isaías, na subparte “B”. Como temos dito, a época corresponde ao período entre 740 a.C e 686 a.C que se encontra detalhada em II Re 15:1 a 20:21, envolvendo os públicos de Israel e Judá.
Parte III – A RESPOSTA DE ISAÍAS AO JULGAMENTO ASSÍRIO – 7:1 – 39:8.
B. Levante internacional durante o julgamento assírio – 13:1 a 27:13.
1. Oráculos acerca de nações específicas – 13:1 ao 23:18.
Nessa seção “1”, como já dissemos, estamos apresentando as profecias (oráculos) de Isaías relativas às ações de Deus para com dez nações específicas que desempenharam papéis importantes durante o período do julgamento assírio.
Os oráculos também foram igualmente divididos em 10 partes, envolvendo, portanto, dez nações: a. Babilônia (Assíria) – 13:1 a 14:27 – já vista. b. Filístia – 14:28 – 32 – já vista. c. Moabe – 15:1 – 16:14 – já vista. d. Damasco – 17:1-14 – já vista. e. A Etiópia e o Egito – 18:1 – 20:6 – já vista. f. Babilônia – 21:1-10 – já vista. g. Edom – 21:11-12 – já vista. h. Arábia – 21:13-17 – já vista. i. Jerusalém – 22:1-25 – veremos agora. j. Tiro – 23:1-18.
i. Jerusalém – 22:1-25.
A ocasião desse oráculo foi o cerco de Jerusalém feito por Senaqueribe em 701 a.C. (22.15).
A sentença é clara contra o vale da visão, isto é, contra Jerusalém. Talvez aqui vale da visão era um forma sarcástica de se referir a Jerusalém como um vale que se tem pouca visão da realidade.
Campanha de Senaqueribe contra Judá (701 a.C.)[1]
O reino de Judá tornou-se vassalo assírio ao pedir proteção contra o ataque de Israel e da Síria (2Rs 16.1-9). Assim, quando o rei Ezequias buscou a independência de Judá, a sua ação levou o exército assírio até Judá. O rei assírio sitiou e tomou Laquis e enviou um grande exército contra Jerusalém. Ezequias, por conselho do profeta Isaías, não se rendeu, e os assírios foram obrigados a retroceder (2Rs 18.1-8---19.37).
Judá permaneceu leal à Assíria até que o império foi derrotado pelos babilônios, que tomaram Nínive, a capital assíria, no ano 612 a.C. (Dn 5).
O rei Ezequias e o povo de Deus nutriam de certa forma uma confiança absurda na proteção de outras nações, como o Egito e a Etiópia e criam que mal nenhum poderia sobrevir a eles enquanto  tivessem proteção.
Isaías conhecia o seu Deus e sabia que essa autoconfiança não refletia uma fé séria no Senhor. Ele repreendeu o povo e seus líderes por não levarem a sério a ameaça da Assíria, cuja palavra de Deus advertia.
Os cidadãos de Jerusalém tolamente consideravam-se invencíveis. Eles se reuniam no telhado das casas com o propósito de festejar (vs. 13). Parece que Sebna era líder entre aqueles que comemoravam (vs. 15).   
No verso 2, vemos uma cidade cheia de aclamações, cidade estrepitosa, cidade alegre! Os cidadãos agitados e animados não haviam testemunhado o que o profeta viu. Isaías, pelo contrário, anteviu o que aconteceria a Jerusalém. Muitos morreriam devido a doenças e por causa das dificuldades causadas pelo iminente cerco de Jerusalém pelos assírios. Realmente a cidade não percebia o perigo e as consequências do cerco assírio.
Isaías viu que depois de destruírem grande parte de Judá, os líderes abandonariam o povo. Em outras passagens, o profeta foi um duro crítico da liderança humana e das pessoas que não tinham “visão" do que estava acontecendo ao redor delas – 1:10, 23-26; 3.1-3, 13-15; 7:1-.2; 9:6,14-16; 11:1; 19:13-15; 28:7-11,14; 29:15.
É Deus advertindo e enviando os seus profetas e o povo não fazendo caso. É como nos dias atuais. É como sempre foi e sempre será. Raríssimas vezes, o povo depois de advertido tomou juízo, se arrependeu e Deus mudou o destino previsto para uma nação ou um povo em especial.
Temos o caso famoso de Nínive que fora advertida pelo profeta Jonas e se arrependeu e Deus mudou a sorte daquela nação inteira.
O profeta expressou – vs 4 - o seu desespero diante do perigo que Jerusalém enfrentava.
O dia do Senhor que aconteceria quando os assírios lançassem o cerco a Jerusalém, traria consigo ansiedade desvairada, gritos de angustia, alvoroço, desolação e destruição - Dt 7:23; 28:20: I Sm 5:9; Ez 7:7; 22:5; Am 3:9: Zc 14:13).
No verso 6,  as cidades de Elão e de Quir, situadas a leste da Babilónia, se uniriam à Assina no cerco a Jerusalém, que seria completamente rodeada e não teria qualquer defesa. Os vales seriam cheios de carros e os cavaleiros estariam todos a postos prontos para invadirem – vs 7.
A casa do Bosque, do verso 8, era um complexo adjacente ao templo - I Rs 7:2-6 - que era usado como depósito de armas - 39:.2. Quando ficou claro que a ameaça assina era real, Ezequias preparou-se freneticamente para a chegada dos invasores.
Ezequias, preparando-se para a iminente invasão de Senaqueribe, construiu um açude inferior - conhecido como açude de Selá - Ne 3:15 - ou tanque de Siloé - Lc 13:4; Jo 9:7,11 - o qual era um reservatório de água e um túnel de ligação.
Em relação a esse tanque, temos nos evangelhos a história da cura de um cego por Jesus.
Jesus e os discípulos viram por ali um cego de nascença e seus discípulos o interrogaram perguntando quem tinha pecado. Seria o cego ou os seus pais para que tivesse nascido cego?
Jesus não respondeu a pergunta deles como eles queriam identificando uma culpa ou uma origem para a cegueira, mas disse que aquele cego tinha nascido assim para que nele fosse manifesta a glória de Deus.
Então disse a todos que ele era a luz do mundo – Jo 9:5 – depois, cuspiu no chão, e com a saliva fez lodo e aplicou-o no cego e mandou que este fosse se lavar nesse tanque de Siloé. Foi após ter se lavado, que o cego de nascença voltou vendo claramente!
No verso 10, temos uma preparação sendo feita com relação à fortificação dos muros. Foi feita urna inspeção nas construções de Jerusalém como preparação para a batalha. Algumas foram deliberadamente demolidas e o entulho foi usado para fortificar o muro (II Cr 32:5).
Enquanto se ocupava com o planejamento e a fortificação de Jerusalém - açude velho, provavelmente a fonte de Giom – 7:37. 36:2 -, o povo esqueceu-se do Senhor, justamente daquele que suscitou essas calamidades e que teria poder sobre elas. Deus é tanto o criador de tudo quanto o mantenedor de toda vida que ele formou para a sua glória e louvor. Deus criara a cidade que Ezequias tentava desesperadamente proteger e ele mesmo planejara esse cerco. Portanto, era urna completa tolice ignorar a Deus nesse momento de dificuldade.
Deus chamou o povo ao arrependimento, não a uma preparação frenética para uma inútil defesa contra a ameaça de Senaqueribe. O Senhor exigia que eles se voltassem para ele em vez de confiar em seus próprios planos.
Era necessário chorar, prantear, rapar a cabeça e cingir o cilício – vs 12 – em suma, mostrar-se de fato arrependido. Porém, somente havia gozo e alegria.  Isaías destacou a insensatez e a confiança mal orientada do povo. Em vez disso, as pessoas deveriam voltar-se para o Senhor em humildade.
“Comamos e bebamos que amanhã morreremos” era uma frase que resumia bem o que pensavam aqueles do povo. Era, sem dúvida, uma declaração que evidencia um desprezo insensato pela advertência que o profeta fizera quanto a preparar-se de modo adequado para o julgamento iminente – I Co 15.32: cf. Lc 12.19.
A mentalidade deles era a seguinte: - já que estamos mesmo perdidos com Senaqueribe nos cercando e amanhã haveremos de morrer, então, vamos aproveitar o último momento para comermos e nos divertirmos,  porque amanhã morreremos.
O apóstolo Paulo fazendo a defesa da ressurreição de Cristo, também cita esse versículo como que dizendo que se Cristo não ressuscitou, então que comamos e bebamos que amanhã morreremos.
Mas, Cristo ressuscitou! Aleluias!
Deus, em resposta não quis lhes perdoar essa maldade do coração. Deus não desprezaria a recusa de Jerusalém de voltar-se para ele. A ameaça da destruição de Jerusalém permanecia.
O profeta fala diretamente a Sebna – vs 15 -, que de maneira audaciosa desconsiderou as sérias circunstâncias que Jerusalém enfrentava. Sebna era um estrangeiro, um alto funcionário em Jerusalém que aparentemente não levara a sério a advertência de Isaías em relação ao ataque assírio.
Isaias questionou a razão de Sebna estar tão ocupado consigo mesmo em vez de levar a cidade ao arrependimento. Até uma sepultura na rocha foi feita por que Sebna para ser sua morada eterna. Ele, ironicamente, é considerado um homem forte, sinal de sua presunção.
No entanto, o Senhor ameaçou destituir Sebna (Jr 22:26 ) lançando-o fora do seu posto – vs 19. Durante o período do cerco em si, Sebna já havia sido rebaixado para servir torno secretário e Eliaquim estaria assumindo o antigo cargo de Sebna (36:3.22).
Deus considerava Eliaquim – 36:3, 11,22; 37:2 - seu “servo”, uma designação especial de alguém próximo a Deus. Ele era um pai, ou seja, um líder piedoso que servia bem a seu povo.
Deus estaria pondo a chave da casa de Davi sobre o seu ombro – vs 22. A chave dava acesso a uma audiência com o rei e era, portanto, um símbolo de autoridade – Mt 16:19; Ap 3:7. Com ela, somente ele poderia abrir e fechar e fechar e abrir.
Embora Eliaquím tenha sido fiel naquele momento, até mesmo ele terminaria sendo derrubado do poder.  
Is 22:1 Peso do vale da visão.
                Que tens agora, pois que com todos os teus subiste aos telhados?
                Is 22:2 Tu, cheia de clamores, cidade turbulenta, cidade alegre,
                               os teus mortos não foram mortos à espada,
                                               nem morreram na guerra.
                Is 22:3 Todos os teus governadores juntamente fugiram,
                               foram atados pelos arqueiros; todos os que em ti se acharam,
                                               foram amarrados juntamente, e fugiram para longe.
                Is 22:4 Portanto digo:
                               Desviai de mim a vista, e chorarei amargamente;
                                               não vos canseis mais em consolar-me
                                                               pela destruição da filha do meu povo.
                Is 22:5 Porque dia de alvoroço, e de atropelamento, e de confusão
                               é este da parte do Senhor DEUS dos Exércitos,
                                               no vale da visão;
                               dia de derrubar o muro e de clamar até aos montes.
                Is 22:6 Porque Elão tomou a aljava, juntamente com
                               carros de homens e cavaleiros; e Quir descobriu os escudos.
                Is 22:7 E os teus mais formosos vales se encherão de carros,
                               e os cavaleiros se colocarão em ordem às portas.
                Is 22:8 E ele tirou a coberta de Judá, e naquele dia olhaste
                               para as armas da casa do bosque.
                Is 22:9 E vistes as brechas da cidade de Davi,
                               porquanto já eram muitas, e ajuntastes as águas
                                               do tanque de baixo.
                Is 22:10 Também contastes as casas de Jerusalém,
                               e derrubastes as casas, para fortalecer os muros.
                Is 22:11 Fizestes também um reservatório entre os dois muros
                               para as águas do tanque velho, porém não olhastes acima,
                                               para aquele que isto tinha feito, nem considerastes
                                                               o que o formou desde a antiguidade.
                Is 22:12 E o Senhor DEUS dos Exércitos, chamou naquele dia
                               para chorar e para prantear, e para raspar a cabeça, e cingir
                                               com o cilício.
                Is 22:13 Porém eis aqui gozo e alegria, matam-se bois
                               e degolam-se ovelhas, come-se carne, e bebe-se vinho,
                                               e diz-se:
                               Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.
                Is 22:14 Mas o SENHOR dos Exércitos revelou-se aos meus ouvidos,
                               dizendo:
                                               Certamente esta maldade não vos será expiada
                                                               até que morrais, diz o Senhor DEUS
                                                                              dos Exércitos.
                Is 22:15 Assim diz o Senhor DEUS dos Exércitos:
                               Anda e vai ter com este tesoureiro, com Sebna, o mordomo,
                                               e dize-lhe:
                Is 22:16 Que é que tens aqui, ou a quem tens tu aqui,
                               para que cavasses aqui uma sepultura?
                                               Cavando em lugar alto a sua sepultura, e cinzelando
                                                               na rocha uma morada para ti mesmo?
                Is 22:17 Eis que o SENHOR te arrojará violentamente
                               como um homem forte, e de todo te envolverá.
                Is 22:18 Certamente com violência te fará rolar,
                               como se faz rolar uma bola num país espaçoso; ali morrerás,
                                               e ali acabarão os carros da tua glória, ó opróbrio
                                                               da casa do teu senhor.
                Is 22:19 E demitir-te-ei do teu posto, e te arrancarei do teu assento.
                Is 22:20 E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim,
                               filho de Hilquias;
                Is 22:21 E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto,
                               e entregarei nas suas mãos o teu domínio,
                                               e será como pai para os moradores de Jerusalém,
                                                               e para a casa de Judá.
                Is 22:22 E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro,
                               e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá.
                Is 22:23 E fixá-lo-ei como a um prego num lugar firme,
                               e será como um trono de honra para a casa de seu pai.
                Is 22:24 E nele pendurarão toda a honra da casa de seu pai,
                               a prole e os descendentes, como também todos os vasos
                                               menores, desde as taças até os frascos.
                Is 22:25 Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos,
                               o prego fincado em lugar firme será tirado;
                                               e será cortado, e cairá, e a carga que nele estava
                                                               se desprenderá, porque o SENHOR o disse.
Até que ponto Deus é invisível se suas ações se fazem visíveis na história dos povos? Aqui, no vs 25 ele está fincando Eliaquim, mas ele mesmo iria tirá-lo do poder por causa de suas ações.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Trecho do mapa das campanhas dos assírios contra Israel e Judá, referente ao texto bíblico de II Re 15 - p. 506, da BEG:
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.