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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

I Crônicas 13:1-14 - DAVI FRACASSA EM SUA PRIMEIRA TENTATIVA DE TRANSPORTAR A ARCA

Nossas reflexões se encontram aqui:
Parte II – O REINO UNIDO – 9:35 a II CR 9:31
A. O reinado de Davi – 9:35 a 29:30.
Até o capítulo 29, como já falamos, estaremos nos lembrando de que a função de mostrar o reino unido era dar aos exilados um ideal da unidade, principalmente em Davi, onde o cronista irá procurar valorizar muito mais os sucessos do que os fracassos do rei; enfatizará particularmente o apoio geral recebido por Davi e o seu interesse em construir o templo.
Destarte, a divisão dessa primeira parte se deu também em quatro: 1. Davi se torna rei – 9:35 a 10:14 – já vimos; 2. O amplo apoio a Davi – 11:1 a 12:40 – já vimos; 3. Preparativos para o templo – 13:1 a 29:25 – começaremos a ver agora; e, 4. O fim do reinado de Davi – 29:26 a 30.
3. Preparativos para o templo – 13:1 a 29:25.
O cronista relatará o segundo elemento essencial do reino considerado exemplar de Davi, ou seja, os seus preparativos repletos de entusiasmo para a construção do templo.
Dividiremos esse relato em duas principais partes: a. Davi leva a arca para Jerusalém – 13:1 a 16:43; b. Davi faz preparativos para o templo – 17:1 a 29:25.
a. Davi leva a arca para Jerusalém – 13:1 a 16:43.
Nesta seção, o cronista relatará como Davi conseguiu centralizar o culto em Jerusalém.
Uma comparação com II Sm 5 e 6 indicará que o material em Samuel e Crônicas é organizado topicamente e não estritamente de forma cronológica.
Também aqui dividiremos para melhor compreensão a presente seção em três partes: (1) Davi fracassa na primeira tentativa de transportar a arca – 13:1-14; (2) As bênçãos que distinguem Davi; e, (3) Davi transporta a arca com sucesso – 15:1 a 16:43.
(1) Davi fracassa na primeira tentativa de transportar a arca – 13:1-14.
Por não ter sido manuseada de forma correta, Davi fracassa em sua primeira tentativa de transferir a arca e seu coração fica muito pesaroso.
O texto paralelo desta passagem se encontra em II Sm 6:1-11, pelo que me valerei nas minhas reflexões do mesmo texto por mim já visto ao qual reproduzo aqui e para maiores detalhes ver nota de rodapé[1] a seguir:
Davi já estava se consolidando no governo de Israel e as coisas passadas estavam ficando para trás. Ele tem procurado se preservar e tem perseverado em seguir ao Senhor com todas as suas forças.
Ajuntou, de todos os escolhidos de Israel, trinta mil homens para irem a Baalim de Judá com a intenção de levar dali a arca de Deus pela qual se invoca o nome de Deus.
Ele a estava levando para a cidade onde seria a sede de seu governo e também o lugar do templo, onde ele pretendia construir. No entanto, a construção do templo somente foi executada por seu filho Salomão.
O escritor de II Samuel faz questão ao falar do Senhor de chamá-lo de Deus cujo nome é invocado sendo o Senhor dos Exércitos que se assenta entre os querubins.
Sempre que me lembro do verbo “invocar”, eu me lembro dos outros verbos presentes em Romanos 10 e Deuteronômio 30, os quais são: salvar, enviar, pregar, ouvir, crer.
Eles juntos formam o acróstico EPOCIS e Paulo fala sobre a invocação de que serão salvos todos os que invocarem. No entanto, como invocarão se não crerem e como crerão se não ouvirem e como ouvirão se não há quem pregue e como pregarão se não forem enviados?
Assim, a salvação é um processo circular, sem fim, os salvos são enviados, os enviados pregam, os que ouvem creem, os que creem, invocam e os que invocam são finalmente salvos. Eu chamo isso de o processo da salvação dos homens!
Até aqui tudo ia muito bem e Davi estava feliz porque achava estar fazendo a coisa certa que deveria ter sido feita há muito tempo.
Davi estava certo no seu propósito, mas não estava correto em sua atitude. Sua intenção era boa, mas a forma de levar a arca estava errada e o preço disso sairá caro para todos.
A sensação que temos ao ler a palavra de Deus é de que Deus é real! Parece brincadeira eu dizer isso, mas preciso chamar  a sua atenção para o Senhor! Ele existe e tem suas características próprias que fazem dele o ser que ele, Deus, é.
Em primeiro lugar, somente Deus é, mais ninguém. Por isso que seu nome é EU SOU. Deus é soberano. Deus é sábio. Deus é bom. Deus é amor. Deus é justiça. Nós somente temos, em parte, de Deus, por sua comunicabilidade, mediante a sua graça, a sabedoria, a bondade, o amor, a justiça.
Em todos nós, podem reparar, há o senso inato por exemplo da justiça.
Quando examinamos uma situação e vemos desigualdade de tratamento e condições, logo dizemos, isso não é justo. Essa sensação de justiça é muito forte em nós. As maiores desculpas que damos para fugir de Deus é o apelo de nossa consciência à justiça. Só que estamos falando de justiça com a própria justiça, pois somente Deus é justo.
Como eu sei que por melhor que eu me esforce eu nunca serei justo? Ora, não é por eu me comparar com a própria justiça? Como sei que não sou justo, porque há um justo!
É isso, eu sei que não sou justo porque ao me comparar com quem é justo, vejo que sou falho, pecador e que não consigo atingir o padrão de justiça perfeita. E quem é o padrão? Deus é! Somente Deus é.
Poderíamos seguir o raciocínio e aplicá-lo às demais coisas: bondade, amor, sabedoria, fidelidade, etc... Deus é. Ele é o padrão. Ele, Deus, é. 
Em segundo lugar, o Deus que é, o único que é, nos deixou, ao nos criar,  regras, mandamentos, leis. Ao seguirmos suas instruções seremos sempre bem sucedidos, mas ao querermos inventar coisas em desobediência a ele, nos daremos muito mal.
Aqui nessa história em que Davi queria trazer a Arca do Senhor para Jerusalém havia uma regra e instruções a serem seguidas. Davi estava no início de seu reinado e seu objetivo era restaurar o culto e desenvolver a vida religiosa do povo, conforme Ex 25:10-16.
Não se podia mover a Arca de qualquer modo. Na imaginação de Davi, homem segundo o coração de Deus, e do povo que tinha consigo, cerca de 30 mil, o objetivo era retirar a Arca de Balaá de Judá (ela estava na casa de Abinadabe há quase cem anos) e a levar para cima, para Jerusalém.
A Arca de Deus era a representação, vs 2, sobre a qual se invoca o nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta entre os querubins. Ela representava ou tipificava a Jesus e a sua mediação. Davi então usa carros novos. A intenção era boa, mas era a imitação do mundo. Foram os Filisteus que colocaram a Arca em carros novos quando a quiseram devolver ao povo de Israel.
A igreja não deve imitar os métodos do mundo nem usá-los como ferramentas que poderão, ou não, dar certo.
Eu não creio que Deus se interessa por métodos, mas quer homens obedientes que estejam dispostos a respeitá-lo, a crer que existe, que ele é o único que é e que está disposto a trabalhar por aqueles que nele esperam. “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.” (Is 64:4).
Eu também não sou contra os métodos, técnicas, táticas, planejamento, organização, direção e controles. Acho que Deus capacita os homens e lhes dá dons para servi-lo mais e mais eficaz e eficientemente.
No entanto, o método tem de estar abaixo da obediência. Primeiro, Deus, depois os métodos. Estando debaixo da obediência, os métodos e técnicas serão abençoados. Exemplo de método empregado corretamente: o conselho de Jetro a Moisés na administração do povo de Israel.
Todos os irmãos que estudam, trabalham, fazem treinamentos e se aperfeiçoam em técnicas e métodos estão servindo o Reino de Deus e a sua Justiça. Que isso fique bem claro.
O resultado daquele transporte feito imitando os Filisteus trouxe uma tragédia. Havia uma pedra de tropeço e nela os bois tropeçaram e, instintivamente, Uzá segurou a Arca, colocando a sua mão nela para a proteger, mas Deus o feriu por irreverência.
Davi muito se entristeceu. Aquilo foi demais para ele. Ele mesmo exclamou: como virá a mim a Arca do Senhor? No entanto, como era homem segundo o coração de Deus, não ficou ali prostrado. Levantou-se, ergueu-se, buscou ao Senhor.
A Arca então ficou provisoriamente na casa de Obede-Edom (levita, da família de Corá, da Clã de Coate, autorizado, sim, para cuidar da Arca da Aliança) e por causa da Arca foi ele muito abençoado.
Não vemos no texto de Crônicas a informação do uso de 30 mil homens, mas que Davi tinha reunido todo Israel desde Sior do Egito até à entrada de Hamate para trazer a arca de Deus, de Quiriate-Jearim.
I Cr 13:1 E Davi tomou conselho com os capitães dos milhares,
                e das centenas, e com todos os líderes.
                I Cr 13:2 E disse Davi a toda a congregação de Israel:
                               Se bem vos parece, e se isto vem do SENHOR nosso Deus,
                                               enviemos depressa mensageiros a todos os nossos
                                               outros irmãos em todas as terras de Israel,
                                               e aos sacerdotes, e aos levitas nas suas cidades e nos
                                               seus arrabaldes, para que se reúnam conosco;
                               I Cr 13:3 E tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus;
                                               porque não a buscamos nos dias de Saul.
                I Cr 13:4 Então disse toda a congregação que se fizesse assim;
                               porque este negócio pareceu reto aos olhos de todo o povo.
                I Cr 13:5 Convocou, pois, Davi a todo o Israel desde Sior do Egito
                               até chegar a Hamate; para trazer
                                               a arca de Deus de Quiriate-Jearim.
                I Cr 13:6 E então Davi com todo o Israel subiu a Baalá
                               de Quiriate-Jearim, que está em Judá, para fazer subir dali
                                               a arca de Deus, o SENHOR que habita entre os
                                               querubins, sobre a qual é invocado o seu nome.
                I Cr 13:7 E levaram a arca de Deus, da casa de Abinadabe,
                               sobre um carro novo; e Uzá e Aió guiavam o carro.
                I Cr 13:8 E Davi e todo o Israel, alegraram-se perante Deus
                               com todas as suas forças; com cânticos, e com harpas,
                               e com saltérios, e com tamborins, e com címbalos,
                                               e com trombetas.
                I Cr 13:9 E, chegando à eira de Quidom,
                               estendeu Uzá a sua mão, para segurar a arca,
                                               porque os bois tropeçavam.
                I Cr 13:10 Então se acendeu a ira do SENHOR contra Uzá,
                               e o feriu, por ter estendido a sua mão à arca;
                                               e morreu ali perante Deus.
                I Cr 13:11 E Davi se encheu de tristeza porque o SENHOR
                               havia aberto brecha em Uzá; pelo que chamou aquele lugar
                                               Perez-Uzá, até ao dia de hoje.
                I Cr 13:12 E aquele dia temeu Davi a Deus, dizendo:
                               Como trarei a mim a arca de Deus?
                I Cr 13:13 Por isso Davi não trouxe a arca a si, à cidade de Davi;
                               porém a fez levar à casa de Obede-Edom, o giteu.
                I Cr 13:14 Assim ficou a arca de Deus com a família de Obede-Edom,
                               três meses em sua casa;
                                               e o SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom,
                                                               e tudo quanto tinha.
Era mesmo um grande momento para Davi por isso que havia alegria, euforia, grande júbilo deste que tinha sido aprovado como rei de Israel.
A centralidade do culto em Jerusalém não lhe saia da cabeça e isso podia ele ver como era importante para a nação. Seus esforços e desejo de transportar a arca estavam todos corretos, mas faltava alguns detalhes e por isso que fracassou na sua primeira tentativa.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br




[1] Do livro do mesmo autor: O REINO ETERNO DE DAVI - Reflexões bíblicas em I e II Samuel.
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.