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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Jó 15:1-35 - COMEÇA A SEGUNDA SÉRIE DE DISCURSOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS

Esta é a parte II, de cinco, de nossa divisão proposta, que está tratando do diálogo entre Jó e os seus amigos. 
Parte II - DIÁLOGOS ENTRE JÓ E SEUS AMIGOS – 3:1 a 27:23.
C. O segundo ciclo de discursos – 15:1 – 21:34.
O segundo ciclo de discursos começa agora no capítulo 15 e vai até o capítulo 21. O primeiro ciclo começou no 4 e terminou no 14. Jó e seus amigos novamente trocam entre si palavras na forma de discursos, seguindo uma ordem exata, como na primeira série de discurso. Era como se fosse o direito à réplica, comum nos debates, principalmente nos políticos.
Nós já vimos, na parte “B” a primeira série de discursos que em linhas gerais consiste nas declarações de seus três amigos e nas respostas comoventes que Jó lhes dá.
Para cada discurso de um de seus amigos, uma resposta de Jó à altura da pergunta. Elas começam tímida e receosa por causa do estado em que se encontrava Jó, mas a busca da explicação do fenômeno Jó parecia inquietar as mentes e corações de seus amigos.
Pelo que, conforme já explicamos, elas progrediam em atrevimento e descuidado com a situação de seu amigo que sofria, mais parece que estavam ali querendo achar culpa em Jó ou em serem advogados de Deus do que verdadeiro amigo que consola o outro nas necessidades.
Os discursos fazem referência a muitas perspectivas diferentes e possíveis explicações, mas todas são insuficientes, naturalmente por lhes faltar elementos para isso.
Se destaca em tudo isso, uma outra característica interessante em Jó, além de sua grande fé inabalável e sua imperturbável consciência: a sua perseverante vida de oração e de palavras dirigidas a Deus em desabafo na busca do seu reino e da sua justiça.
Começaremos, agora, essa parte “C”, que estará sendo dividida, como na BEG, em seis partes igualmente: 1. Elifaz – 15:1 – 35. 2. A resposta de Jó a Elifaz – 16:1 – 17:16. 3. Bildade – 18:1 – 21. 4. A resposta de Jó a Bildade – 19:1 – 29. 5. Zofar – 20:1 – 29. 6. A resposta de Jó a Zofar – 21:1 – 34.
1. Elifaz – 15:1 – 35.
Elifaz, agora faz seu segundo discurso. E podemos também dividi-lo em duas partes. 1. Perguntas e Acusações – 15:1-16. 2. A afirmação da sabedoria proverbial – 15:17 – 35.
1. Perguntas e Acusações – 15:1-16.
Afastando-se da abordagem diplomática que tinha mostrado em seu primeiro discurso, Elifaz, o temanita, começa uma série veloz de perguntas e acusações tentando expor com sarcasmo o que considera ser a arrogância de Jó.
São acusações fortes por meio de suas perguntas sarcásticas que faz contra o justo Jó de quem Deus deu testemunho a seu favor. Elifaz parece convencido de seus argumentos, por isso não alivia seus ataques mordazes contra Jó.
No entanto, Jó estava convencido de sua inocência e jamais iria trair a sua consciência por qualquer que fosse o motivo.
Aquela sua confiança em sua inocência fazia Elifaz ranger os dentes de raiva e por isso não poupava em suas palavras, em seus julgamentos e em suas conclusões.
São palavras fortes, duras, contumazes de alguém cujo coração era de gelo e de cinzas o seu sangue. Ele dizia que era a iniquidade quem ensinava a sua boca – boca de Jó - as respostas que dizia.
2. A afirmação da sabedoria proverbial – 15:17 – 35.
Depois de desabafar e deixar seu coração insensato sem freios na fala, Elifaz pede para Jó se lembrar do que os sábios do passado haviam dito.
Depois de uma introdução simples pedindo a Jó que o ouvisse – vs 17 – 19 -, ele recita um poema sobre o destino do ímpio.
Faz uso de inúmeras metáforas para expressar a ideia de que são os ímpios, e não os justos, que sofrem nas mãos de Deus, consequentemente, Jó devia ser um ímpio.
A sua conclusão não deixava alternativas para Jó senão concordar com suas argumentações, mas não era isso que Jó tinha em mente, nem seria isso que ele iria fazer.
Jó estava muito convencido de sua inocência e sua fé em Deus jamais o deixaria trair suas convicções.
Palavras certas na boca de pessoas ímpias não deixam de continuarem certas, mas dão a falsa impressão de que quem fala é certo, quando na verdade não é.
Satanás, muito astuto, poderia anunciar o evangelho da forma correta, mas nunca com a intenção de dar glórias a Deus, antes com a pura intenção de anunciar a todos que quem fala a verdade é maior do que a verdade que ele fala.
Por isso que devemos tomar cuidado com certos discursos e com certas falas inteligentes de pessoas cujos princípios vão de encontro à graça de Deus.
Jó 15:1 Então respondeu Elifaz o temanita, e disse:
                Jó 15:2 Porventura proferirá o sábio vã sabedoria?
                               E encherá do vento oriental o seu ventre,
                Jó 15:3 Arguindo com palavras que de nada servem,
                               e com razões, de que nada aproveita?
                Jó 15:4 E tu tens feito vão o temor,
                               e diminuis os rogos diante de Deus.
                Jó 15:5 Porque a tua boca declara a tua iniquidade;
                               e tu escolhes a língua dos astutos.
                Jó 15:6 A tua boca te condena, e não eu,
                               e os teus lábios testificam contra ti.
                Jó 15:7 És tu porventura o primeiro homem que nasceu?
                               Ou foste formado antes dos outeiros?
                Jó 15:8 Ou ouviste o secreto conselho de Deus
                               e a ti só limitaste a sabedoria?
                Jó 15:9 Que sabes tu, que nós não saibamos?
                               Que entendes, que não haja em nós?
                Jó 15:10 Também há entre nós encanecidos e idosos,
                               muito mais idosos do que teu pai.
                Jó 15:11 Porventura fazes pouco caso das consolações de Deus,
                               e da suave palavra que te dirigimos?
                Jó 15:12 Por que te arrebata o teu coração,
                               e por que piscam os teus olhos?
                Jó 15:13 Para virares contra Deus o teu espírito,
                               e deixares sair tais palavras da tua boca?
                Jó 15:14 Que é o homem, para que seja puro?
                               E o que nasce da mulher, para ser justo?
                Jó 15:15 Eis que ele não confia nos seus santos,
                               e nem os céus são puros aos seus olhos.
                Jó 15:16 Quanto mais abominável e corrupto é o homem
                               que bebe a iniquidade como a água?
Jó 15:17 Escuta-me, mostrar-te-ei; e o que tenho visto te contarei
                Jó 15:18 (O que os sábios anunciaram,
                               ouvindo-o de seus pais, e o não ocultaram;
                Jó 15:19 Aos quais somente se dera a terra,
                               e nenhum estranho passou por entre eles):
                Jó 15:20 Todos os dias o ímpio é atormentado,
                               e se reserva, para o tirano, um certo número de anos.
                Jó 15:21 O sonido dos horrores está nos seus ouvidos;
                               até na paz lhe sobrevém o assolador.
                Jó 15:22 Não crê que tornará das trevas,
                               mas que o espera a espada.
                Jó 15:23 Anda vagueando por pão, dizendo: Onde está?
                               Bem sabe que já o dia das trevas lhe está preparado, à mão.
                Jó 15:24 Assombram-no a angústia e a tribulação;
                               prevalecem contra ele, como o rei
                                               preparado para a peleja;
                Jó 15:25 Porque estendeu a sua mão contra Deus,
                               e contra o Todo-Poderoso se embraveceu.
                Jó 15:26 Arremete contra ele com a dura cerviz,
                               e contra os pontos grossos dos seus escudos.
                Jó 15:27 Porquanto cobriu o seu rosto com a sua gordura,
                               e criou gordura nas ilhargas.
                Jó 15:28 E habitou em cidades assoladas,
                               em casas em que ninguém morava,
                                               que estavam a ponto de fazer-se montões de ruínas.
                Jó 15:29 Não se enriquecerá, nem subsistirá a sua fazenda,
                               nem se estenderão pela terra as suas possessões.
                Jó 15:30 Não escapará das trevas;
                               a chama do fogo secará os seus renovos,
                                               e ao sopro da sua boca desaparecerá.
                Jó 15:31 Não confie, pois, na vaidade, enganando-se a si mesmo,
                               porque a vaidade será a sua recompensa.
                Jó 15:32 Antes do seu dia ela se consumará;
                               e o seu ramo não reverdecerá.
                Jó 15:33 Sacudirá as suas uvas verdes, como as da vide,
                               e deixará cair a sua flor como a oliveira,
                Jó 15:34 Porque a congregação dos hipócritas se fará estéril,
                               e o fogo consumirá as tendas do suborno.
                Jó 15:35 Concebem a malícia, e dão à luz a iniquidade,
                               e o seu ventre prepara enganos.
Veja o que diz Isaías 59:4 - Ninguém há que clame pela justiça, ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam no que é nulo e andam falando mentiras; concebem o mal e dão à luz a iniquidade.
Também Judas, em seu livro diz: Judas 1:14 a 16 - E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.
Paulo, o apóstolo, por duas vezes fala do ventre deles que Elifaz citou:
Romanos 16:18 porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos.
Filipenses 3:19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.
Eles concebem malícia, dão a luz iniquidade e o seu ventre prepara enganos! Ele, Elifaz fala dos ímpios, e não é que está falando de si mesmo? Por isso que a palavra certa pode estar sendo pronunciada de forma até certa, mas com a boca errada, não com o objetivo de dar glórias a Deus, mas de chamar a atenção do ouvinte para o autor da fala, contra Deus.
No presente caso, Jó está certo e Elifaz errado. É por isso que a justiça é do Senhor e não do palrador.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – 
http://www.jamaisdesista.com.br
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No entanto, lembre-se de juntar Cl 3:17 com 1 Co 10:31 :
devemos tudo fazer para a glória de Deus e em nome de Jesus! Deus o abençoe.