Como dissemos, a primeira epístola de Pedro
foi escrita para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a permanecerem
unidos e firmes na fé. Estamos vendo o capítulo 2/5.
Breve
síntese do capítulo 2.
Você já tem a experiência de que o Senhor é bondoso? Jamais devemos
duvidar da bondade de Deus, mas nunca mesmo. Se duvidarmos disso, estaremos de
mãos dadas com o diabo que sempre quis passar a mensagem falsa de Deus dizendo
que ele não é bom. Amados, Deus é bom!
Primeiro Pedro está nos pedindo para nos despojarmos de algumas coisas e
depois para desejarmos ardentemente outras coisas a fim de que cresçamos para
salvação. Em seguida, para nos achegarmos a ele a pedra viva, eleita e
preciosa.
Não é fácil despojarmos dessas coisas, nem seremos bem sucedidos
facilmente, mas devemos perseverar e não desistir. A ilustração do copo de água
sujo com areia é interessante. Não dá para limparmos o copo sem a água. Toda
tentativa que fizermos para isso será frustrada. Agora quando a água jorra no
copo o enchendo e o lavando a própria água retira toda areia nele depositada.
Curioso que a água tanto simboliza a Palavra de Deus quanto é também um
dos símbolos do Espírito Santo. Assim, portanto, a água neste caso representa a
palavra de Deus ou o Espírito Santo e somente eles podem nos limpar.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. AS IMPLICAÇÕES DA SALVAÇÃO (1.13-3.12)
- continuação.
Já dissemos que estaremos vendo dos vs.
1.13 ao 3.12, essa certeza da salvação dos cristãos. Ao iniciar a epístola,
Pedro encorajou seus leitores perseguidos com a descrição da certa e gloriosa
salvação deles em Cristo.
Elas formaram nossa divisão proposta,
conforme a BEG: A. A santidade pessoal (1.13-16) – já vimos; B. O temor reverente (1.17-21) – já vimos; C. O amor mútuo (1.22-2.3) – concluiremos agora; D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10) – veremos agora; E. Os relacionamentos
sociais (2.11-3.12) – começaremos a ver
agora.
C. O amor mútuo (1.22-2.3) - continuação.
Vimos que dos vs. 1.22
ao 2.3, Pedro estará falando desse amor mútuo. Tendo sido purificado pela fé em
Cristo, os leitores de Pedro precisavam manifestar a fé salvadora por meio do
serviço e do amor mútuos.
Uma vez que os seus leitores haviam
recebido a palavra permanente de que a salvação dos últimos dias havia chegado,
eles não deveriam mais ser como as pessoas que seguiram os caminhos do mundo
ímpio e odioso. Seria necessário, doravante, livrar-se, pois, de toda maldade e
engano, hipocrisias, invejas e toda espécie de maledicência.
Pedro continuou a imagem da regeneração
(1.23). Os cristãos devem mostrar o mesmo anseio pelo alimento espiritual que
uma criança saudável mostra pelo leite da mãe.
Embora as igrejas para as quais Pedro
escreveu sem dúvida incluíam muitos novos convertidos, aqui "leite"
não significa ensino cristão elementar para os espiritualmente imaturos (como
em 1Co 3.2; Hb 5.12-13).
Antes, indica a pertinência e a suficiência
do puro ensinamento cristão (encontrado na palavra de Deus; 1.22-25) como alimento
espiritual para todos os cristãos.
A total salvação é o objetivo do
crescimento e da maturidade do cristão (1.5). A maturidade é medida pela
semelhança com Cristo (Ef 4.13-15). Paulo costuma dizer que muito se angustiava
até que Cristo fosse formado em cada um dos crentes – Gl 4.19.
D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10).
Tendo conclamado seus leitores a amadurecerem
na fé, Pedro traçou um retrato metafórico de como deveria ser a vida deles.
Pedro os incentivou a viverem como um templo e um sacerdócio.
Os cristãos devem se aproximar de Cristo com
a intenção de permanecerem próximos e desfrutar do companheirismo. A ida
inicial deles a Cristo em arrependimento e fé está incluída, junto com o ato da
continua ida.
Ele, Jesus, é a pedra que viva a qual eles
deveriam agora se aproximar. A imagem da rocha/pedra é comum no Antigo
Testamento (p. ex., SI 118.22; Is 8.14; 28.16) e é aplicada por Jesus a si
mesmo (Mt 21.42).
Como o contexto deixa claro, "que
vive" indica que a pedra representa uma pessoa: Cristo. 2.5-10.
Pedro desenvolveu ainda mais a metáfora da
rocha/pedra ao descrever as pedras que formam um edifício. Ao falar das pedras
que vivem, ele novamente revelou que estava falando sobre pessoas.
Os cristãos devem ver a si mesmo juntos,
formando um templo para adorar a Deus. Somos assim casa espiritual. Não uma
casa não material, mas uma casa do Espírito.
O pano de fundo do simbolismo é o templo do
Antigo Testamento como a casa ou o local de habitação de Deus. A igreja, na
qual o Espírito Santo habita, é o verdadeiro templo de Deus (2Co 6.16-18; Ef
2.19-22). Desse modo, nós somos a igreja, o local onde habita o Espírito de
Deus!
Todo verdadeiro cristão é um sacerdote (vs.
9) no sentido de:
·ter
acesso igual e imediato a Deus;
·servi-lo
pessoalmente;
·interceder
pelos outros;
·e
levar outros a receberem o sacrifício definitivo a Deus, Jesus Cristo.
Esses sacrifícios agora seriam espirituais.
Não sacrifícios "imateriais", mas sacrifícios apropriados para a
atual era do Espírito Santo.
Conquanto o sacrifício de expiação de
Cristo na cruz tenha cumprido o sistema sacrifical do Antigo Testamento e
tornado obsoletas suas práticas contínuas (Hb 10.1-18), a pertinência do
sacrifício (resposta agradecida de um povo redimido) permanece.
Esse sacrifício é visto tanto na adoração
do cristão como na sua maneira de viver (Rm 12.1; Fp 4.18; Hb 13.15; Ap 8.3-4;
cf. SI 51.16-19) e devem ser agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.
O sacerdócio de todos os cristãos (vs. 9)
depende do eterno sumo sacerdócio de Cristo. Por meio do seu sacrifício de uma vez
por todas (Hb 7.27) e contínua intercessão (Hb 7.25), os cristãos e seus
sacrifícios são aceitáveis a Deus (11b 13.15-16).
Pedro referiu-se a Is 28.16 ao chamá-lo de
pedra angular, passagem em que o profeta falou sobre Deus reconstruindo o seu
povo como um edifício após o exílio.
Era apropriado que Pedro aplicasse esse
versículo à igreja, uma vez que Deus reconstruiu o seu povo como a igreja, após
o exílio (a BEG recomenda aqui o seu excelente artigo teológico "O plano
das eras", em Hb 7).
A pedra angular era uma grande pedra
colocada para a fundação de um lugar onde duas paredes seriam construídas
juntas. Ela tinha uma importância particular para a estabilidade de toda a
construção. A fundação da igreja é edificada por meio dos profetas e apóstolos,
os quais permaneciam juntos pela principal pedra angular: Cristo (Ef 2.20).
Jesus Cristo – vs. 7 - é a principal pedra.
Pedro recorreu ao SI 118.22, o qual se referiu ao rei de Israel que era
exaltado por Deus enquanto outros o desdenhavam.
Pedro ao dizer que ele também era a
"pedra de tropeço e rocha que faz cair" se referiu a Is 8.14,
passagem em que Deus retrata a si mesmo como uma rocha que faz com que o ímpios
em Israel tropecem.
Os incrédulos tropeçam sobre a própria
esperança da salvação eterna, isto é, Cristo.
Essa terminologia que assim foram postos
para tropeçarem mesmo – vs. 8 - é empregada em outra passagem para falar da
escolha soberana de Deus em eleger para salvar (1Ts 5.9).
Esse versículo ensina tanto a soberania
divina quanto a responsabilidade humana. As pessoas são condenadas porque são
"desobedientes" (tropeçam), mas a desobediência delas não acontece à
parte da vontade soberana e irrepreensível de Deus (Rm 9.16-24). Embora esse
assunto seja muito complexo, veja o excelente artigo teológico da BEG "Predestinação
e presciência", em Rm 8. De algumas coisas jamais poderemos abrir mão
quando assim estudamos o assunto: de que Deus é justo, verdadeiro, sábio,
soberano e bom.
Essas duas breves palavras “Vós, porém” –
vs. 9 - mostram um nítido contraste entre o destino dos incrédulos (vs. 8) e a
posição dos escolhidos.
O tema da soberana escolha de Deus, tanto
de Cristo como da igreja, é proeminente nessa passagem (vs. 6,9).
Ele, Pedro, continua dizendo que nós,
porém, somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa. Aqui Pedro mudou
levemente a sua metáfora.
Os cristãos não são apenas pedras vivas num
templo para Deus, mas também são os sacerdotes que servem nesse templo.
A linguagem de Pedro deriva de Êx 19.6 e Dt
7.6, onde essas metáforas se referem a Israel.
Assim, Pedro enfatizou a continuidade entre
a igreja e a Israel do Antigo Testamento. E assim somos ou estamos postos com
um propósito, ou seja, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz.
O louvor de Deus é a razão pela qual os
cristãos são chamados a serem sacerdotes. Os cristãos adoram a Deus e
testemunham às nações mediante os seus louvores.
No vs. 10, quando ele diz que não éreis
povo e depois agora sois povo de Deus, ele continua a aplicar à igreja
passagens do Antigo Testamento que tratam de Israel, Pedro está recorrendo às
passagens de Os 1.6,9-10; 2.23 segundo a versão Septuaginta, as quais, em seus
contextos originais, eram profecias da aceitação de Israel por Deus depois de tê-la
rejeitado e enviado para o exílio.
Tanto Pedro como Paulo (Rm 9.25-26) viram
paralelos entre a aceitação de Israel após o exílio e a incorporação dos
gentios ao reino de Deus. Para os judeus, tornar-se "Não-Meu-Povo"
era ter a situação dos gentios aos olhos de Deus.
E. Os relacionamentos sociais (2.11-3.12).
Dos vs. 2.11 ao 3.12, estaremos vendo como
devem ser os relacionamentos sociais. Pedro focalizou sobre como a salvação em
Cristo deve influenciar o comportamento e a atitude dos cristãos numa variedade
de relacionamentos sociais.
Ele mencionou o mundo em geral (2.11-12),
as autoridades civis (2.13-17), os relacionamentos familiares (2.18-3.7) e
encerrou com um resumo (3.8-12). Isso fez com que dividíssemos a presente seção
em quatro partes: 1. O mundo em geral (2.11-12) – veremos agora; 2. As
autoridades civis (2.13-17) – veremos agora; 3. Os relacionamentos familiares
(2.18-3.7) – começaremos a ver agora; e, 4. Sumário (3.8-12).
1. O mundo em geral (2.11-12).
Pedro pediu aos seus leitores para evitar
os modos do mundo pagão ao redor deles.
Os desejos do corpo não são errados em si,
mas são corrompidos pela natureza pecaminosa do homem. A expressão “paixões
carnais” que fazem guerra contra nossa alma inclui mais do que desejos sensuais
(Gl 5.19-21) e refere-se aos desejos da nossa natureza caída.
Como peregrinos e forasteiros aqui na
terra, Pedro os exorta a se controlarem e tomarem cuidado com aquilo que falam
contra eles como de malfeitores. Entre as acusações contra os cristãos na época
de Pedro, estavam as seguintes:
·a
de que eles eram desleais ao imperador (Jo 19.12),
·que
propagavam costumes ilegais (At 16.16-21),
·que
difamavam os deuses (At 19.23-27)
·e
desafiavam as autoridades (At 17.7).
O conselho e a orientação de Pedro era para
que se abstivessem daquelas paixões e mantivessem um bom comportamento para que
eles observassem as boas obras neles e glorificassem a Deus no dia da
visitação.
A "visitação" de Deus
aproxima-se, seja para castigar ou para perdoar. Pedro tinha em mente ou o julgamento
ou algumas ocasiões especiais quando a presença de Deus é evidente entre seu
povo.
2. As autoridades civis (2.13-17).
Pedro enfatizou a submissão que os cristãos
devem demonstrar às autoridades civis.
Esse versículo 13 que alude ao sujeitar-se às
instituições humanas, introduz o tema da submissão e obediência voluntária às
pessoas que exercem cargos de autoridades (vs. 18; 3.1). Seria por causa do
Senhor – vs. 13 – que essa submissão deveria ocorrer, pois toda autoridade constituída
entre os homens, seja a quem quer que for, ao rei, às autoridades supremas, aos
governantes, bem como aqueles por ele enviados são de Deus e a ele prestarão
contas de todo abuso e violência.
A submissão às autoridades por temor a Deus
é, em si mesmo, um serviço para Cristo (Ef 6.7-8). Principalmente ao imperador
romano, que naquele tempo era Nero (54-68 d.C.).
O rei era supremo em relação aos
governadores e outros administradores. Embora Pedro não tenha discutido a
origem da autoridade real (cf. Rm 13.1-7), as Escrituras, no entanto, ensinam a
submissão desde que ela não envolva violação das leis de Deus (Mt 22.21; At
4.19; 5.29).
Essas autoridades existem para colocarem
ordem no estado de direito, como também, quando necessário, para punir os que
praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que,
praticando o bem, silenciemos a ignorância dos insensatos – vs. 14 e 15.
A submissão não significa uma negação da
liberdade cristã, mas ela é de fato o ato de pessoas livres. A liberdade dos
cristãos não deve ser usada como licença para pecar (Gl 5.13; 2Pe 2.19-20). A
liberdade dos cristãos não envolve a fuga do serviço; em vez disso, significa
uma mudança de senhor (Rm 6.22).
Assim devemos tratar a todos com honra –
vs. 17. Essa é uma exortação ou para reconhecer valor de cada pessoa como um
portador da imagem de Deus ou para respeitar todos os que ocupam posição de
autoridade.
3. Os relacionamentos familiares (2.18-3.7).
Dos vs. 2.18 ao 3.7, veremos Pedro falando
dos relacionamentos familiares. Pedro voltou-se à questão crucial de como os
cristãos devem se conduzir dentro de seus lares.
No mundo antigo, a economia dependia dos
trabalhos dos servos para o desempenho de muitas atividades necessárias. Paulo
incentivou os servos a buscarem a liberdade por meios legais quando possível
(1Co 7.21-24).
Como outros escritores do Novo Testamento
no entanto, Pedro não condenou todas as formas de servidão. Todavia o Novo
Testamento ordena que os servos sejam tratados com respeito e que os senhores
não os maltratem (Ef 6.9; Cl 4.1).
Além disso, a igualdade espiritual, tanto
dos servos quanto dos livres dentro da comunidade da igreja, é fortemente
enfatizada (1Co 7.22; 12.13; GI 3.28; Cl 3.11).
Esses ensinos, juntamente com a defesa
bíblica geral do pobre e do oprimido (Pv 22.22-23; Lc 6.20-21), a ênfase
bíblica na dignidade da raça humana (Gn 1.26-29) e a proibição contra sequestro
(Dt 24.7), serviu para enfraquecer a instituição da escravatura como era
desenvolvida no mundo ocidental e levou ao fim dela por meio da legislação
civil.
Suportar o sofrimento é uma parte do
chamado dos cristãos nesta vida (Rm 8.17; 2Tm 3.12), assim como era parte do
chamado de Cristo (Jo 15.18-20).
Esse chamado ao sofrimento e à persistência
– vs. 21 - é baseado na experiência e no exemplo de Cristo no sentido de que os
cristãos estão unidos a ele tanto nos sofrimentos quanto na sua ressurreição
(2Co 1.5; 4.10; Fp 3.10-11).
O exemplo de Cristo fornece um padrão de
como cada cristão deve entender a sua própria vida (vs. 21-22). Para isso fomos
chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de cada um de nós, deixando-nos
exemplo, para que sigamos os seus passos – vs. 21. Aqui a BEG recomenda a
leitura e a reflexão de seu excelente artigo teológico "A impecabilidade
de Jesus", em Hb 4.
Ele mesmo, Cristo Jesus, levou em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro – vs. 24; veja também Is 53.12. Cristo é mais
do que um exemplo, ele é quem carrega os pecados. Como o sacrifício perfeito
(1.19; 2.22), Jesus sofreu a maldição do pecado, aceitou o castigo que os
nossos pecados mereciam e forneceu o perdão e a liberdade da servidão do
pecado. Ele levou os nossos pecados sobre o madeiro, a cruz (At 10.39). Essa
palavra do Antigo Testamento enfatiza a natureza de ter suportado a maldição da
morte de Cristo (Dt 21.22-23; GI 3.13).
Assim, éramos como ovelhas desgarradas, mas
agora, porém, nos convertemos. No texto original, isso se referia a inicial
conversão deles a Cristo e sugeria redirecionamento da vida e nova dedicação
pessoal. Jesus Cristo é também chamado de Pastor e Bispo de nossas almas. A
imagem familiar no Antigo Testamento para o cuidado de Deus do seu povo
prometido (p. ex., SI 23.1; Ez 34; 37.24) é aplicada a Cristo (5.4; Jo 10.1-18;
Hb 13.20; Ap 7.17).
I Pe 2:1 Despojando-vos, portanto,
de toda maldade e dolo,
de hipocrisias e invejas
e de toda sorte de maledicências,
I Pe 2:2 desejai
ardentemente,
como crianças
recém-nascidas,
o genuíno leite espiritual,
para que, por ele,
vos seja dado crescimento para salvação,
I Pe 2:3 se é que já tendes
a experiência
de que o Senhor é bondoso.
I Pe 2:4 Chegando-vos para ele,
a pedra que vive,
rejeitada, sim, pelos homens,
mas para com Deus eleita e
preciosa,
I Pe 2:5 também vós mesmos,
como pedras que vivem,
sois edificados casa
espiritual
para serdes sacerdócio
santo,
a fim de oferecerdes
sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus
por intermédio de Jesus
Cristo.
I Pe 2:6 Pois isso está na Escritura:
Eis que ponho em Sião uma pedra angular,
eleita e preciosa;
e quem nela crer não será,
de modo algum,
envergonhado.
I Pe 2:7 Para vós outros, portanto, os que credes,
é a preciosidade;
mas, para os descrentes,
A pedra que os construtores rejeitaram,
essa veio a ser a principal
pedra,
angular
I Pe 2:8 e: Pedra de tropeço
e rocha de ofensa.
São estes os que tropeçam na palavra,
sendo desobedientes,
para o que também foram
postos.
I Pe 2:9 Vós, porém, sois
raça eleita,
sacerdócio real,
nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus,
a fim de proclamardes as
virtudes
daquele que vos chamou das
trevas
para a sua maravilhosa luz;
I Pe 2:10 vós, sim, que, antes, não éreis povo,
mas, agora, sois povo de Deus,
que não tínheis alcançado
misericórdia,
mas, agora, alcançastes
misericórdia.
I Pe 2:11 Amados, exorto-vos,
como peregrinos e forasteiros que sois,
a vos absterdes das paixões
carnais,
que fazem guerra contra a
alma,
I Pe 2:12 mantendo exemplar
o vosso procedimento
no meio dos gentios, para
que, naquilo que falam
contra vós outros como de
malfeitores,
observando-vos em vossas
boas obras,
glorifiquem a Deus no dia
da visitação.
I Pe 2:13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor,
quer seja ao rei, como soberano,
I Pe 2:14 quer às autoridades, como enviadas por
ele,
tanto para castigo dos
malfeitores
como para louvor dos que
praticam o bem.
I Pe 2:15 Porque assim é a vontade de Deus,
que, pela prática do bem,
façais emudecer a
ignorância dos insensatos;
I Pe 2:16 como livres que sois,
não usando, todavia, a
liberdade por pretexto da malícia,
mas vivendo como servos de Deus.
I Pe 2:17 Tratai todos com honra,
amai os irmãos,
temei a Deus,
honrai o rei.
I Pe 2:18 Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor,
não somente se for bom e cordato,
mas também ao perverso;
I Pe 2:19 porque isto é grato, que alguém suporte
tristezas,
sofrendo injustamente, por
motivo de
sua consciência para com
Deus.
I Pe 2:20 Pois que glória há, se,
pecando
e sendo esbofeteados por isso,
o suportais com paciência?
Se, entretanto, quando praticais o bem,
sois igualmente afligidos
e o suportais com paciência,
isto é grato a Deus.
I Pe 2:21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados,
pois que também Cristo sofreu em vosso lugar,
deixando-vos exemplo para
seguirdes os seus passos,
I Pe 2:22 o qual não
cometeu pecado,
nem dolo algum se achou em
sua boca;
I Pe 2:23 pois ele, quando
ultrajado,
não revidava com ultraje;
quando maltratado,
não fazia ameaças,
mas entregava-se àquele que
julga retamente,
I Pe 2:24 carregando ele
mesmo em seu corpo,
sobre o madeiro,
os nossos pecados,
para que nós, mortos para
os pecados,
vivamos para a justiça;
por suas chagas,
fostes sarados.
I Pe 2:25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas;
agora, porém, vos convertestes
ao Pastor e Bispo da vossa
alma.
Ser submisso tanto aos bons quanto aos maus é o desafio que Pedro lança
para nós. Na verdade, queremos ser submissos apenas àqueles que nos são
agradáveis. No entanto, a palavra de Deus é clara quando pede nossa submissão
aos que também são maus por que isso representa que entendemos que o governo
pertence a Deus e não ao homem.
Assim, não sou servo do mau, mas servo de Deus ou, como Paulo que não
era prisioneiro de Roma, mas de Cristo ou, como no meu caso quando digo que sou
empregado de Cristo e não dos Correios.
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A primeira epístola de Pedro foi escrita
para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a permanecerem unidos e
firmes na fé. Estamos vendo o capítulo 1/5.
Breve
síntese do capítulo 1.
Começamos com Pedro agora e ele nos afirma ao final deste capítulo qual
a palavra que nos foi evangelizada. Você sabe qual foi essa palavra?
Pedro escreveu esta epístola para encorajar os cristãos perseguidos e
confusos a fim de que permanecessem unidos e firmes na fé. Nesta epístola ele
apresenta ou se pode notar como verdades fundamentais:
Os cristãos têm o maravilhoso
privilégio de ver a grande salvação de Deus em Cristo.
O privilégio da salvação traz consigo
diversas responsabilidades importantes.
Os cristãos devem ser santos, amar
profundamente uns aos outros e consagrarem-se à glória de Deus.
Os relacionamentos dentro e fora da
igreja devem ser mantidos de acordo com os padrões de Cristo, e não de acordo
com os padrões do mundo.
Os cristãos devem encarar o sofrimento
como seguidores de Cristo da perspectiva correta. (ref.: BEG).
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÃO (1.1-2).
Pedro se identificou como um apóstolo e a seus leitores como forasteiros no mundo.
Pedro se apresentou e identificou os
destinatários de sua carta. Pedro (que significa "rocha") foi o nome
dado por Jesus a esse apóstolo (Mt 16.18; Jo 1.42). Seu nome hebraico
provavelmente era Simeão, do qual o equivalente grego é Simão.
"Cefas" (Jo 1.42; 1Co 1.12) é a transliteração da palavra aramaica para
"rocha".
Ele dirige sua carta aos eleitos. Pedro
lembrou seus leitores da posição segura e privilegiada deles como objeto da
escolha soberana, eterna e graciosa de Deus como seu povo em Jesus Cristo e por
meio dele (2.9-10). O tema da eleição é desenvolvido no vs. 2.
Além de eleitos, os chama de peregrinos ou
forasteiros. Esse termo traduz uma palavra grega (parepidemos) que é também
usada em 2.11; ela enfatiza a natureza temporária da permanência de um viajante
num lugar.
Como os peregrinos, os cristãos vivem no
mundo, mas sua pátria real está no céu (Fp 3.20; Hb 11.13-16), e sua esperança
está ancorada lá. Somos portanto cidadãos dos céus, da família de Deus, filhos
por adoção, por meio de Jesus Cristo.
Essa palavra “dispersão” (grego, diáspora)
era um termo técnico usado entre os gregos que falavam hebraico que era usada
para descrever os judeus que viviam fora da Terra Santa (Jo 7.35).
Os leitores de Pedro não eram, em sua
totalidade, israelitas; por isso, o provável uso do termo figurativo
"dispersão", para descrever todos os cristãos que ainda estavam
esperando pela sua herança total nos novos céus e na nova terra.
Se eram eleitos, eram portanto escolhidos
por algum critério e aqui no vs. 2 ele fala que isso se deu segundo a
presciência de Deus.
Pedro não quis dizer que Deus escolheu soberanamente
alguns para salvação com base no seu conhecimento do que eles escolheriam se
eles mesmos pudessem fazer isso.
A presciência aqui é quanto a pessoas, não
quanto aos acontecimentos; ela implica o seu amor por eles antes de todos os
tempos (para melhor entendimento a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "Predestinação e presciência", em Rm 8).
Veja o verbo relacionado "conhecido" em 1.20.
A escolha tinha se dado de acordo com o
pré-conhecimento de Deus Pai pela obra santificadora do Espírito – vs. 2.
Observe a estreita ligação entre o amor eletivo do Pai e a obra do Espírito em
aplicar a redenção aos escolhidos (2Ts 2.13).
De maneira mais abrangente,
"santificação do Espírito" aqui inclui todas as ações do Espírito em
relação ao pecador para separá-los do pecado (p. ex., regeneração e fé) e
consagrá-los para o serviço de Deus, incluindo a santificação no sentido
progressivo (a BEG recomenda outro artigo teológico "Santificação",
em Tt 3).
Se fomos escolhidos de acordo com o
pré-conhecimento de Deus Pai e pela obra santificadora do Espírito então qual
seria a finalidade ou o propósito? Para a obediência – vs. 2.
O ato inicial da obediência é a fé em
Cristo (Jo 6.28-29), e o elemento fundamental de toda a obediência é a fé
constante. A eleição é "para a" ou "com o objetivo da" fé
(obediência), não um resultado dela (Ef 1.3-4; 2Tm 1.9). Uma vez salvo eu não
produzo a fé ou passo a gerá-la, mas sou salvo para a fé (obediência).
Essa imagem do Antigo Testamento relativa à
aspersão do sangue de Jesus Cristo tem diversas referências possíveis:
(1)A
transferência para o eleito dos méritos e da virtude purificadora da morte de
Cristo (cf. Lv 16.15-16; Hb 9.13-14).
(2)A
seladura na nova aliança e a participação nos benefícios e obrigações (cf. Êx
24.3-8; 1Co 11.25).
(3)A
consagração para o serviço sacerdotal (2.5,9; cf. Êx 29.21; Hb 10.19-22).
A saudação de Pedro “graça e paz lhes sejam
multiplicadas” – vs. 2 - era também uma bênção que tinha uma relevância especial
para os cristãos sofredores.
A graça é o amor de Deus que protege os
pecadores por causa da identificação deles com Cristo. A paz é a condição
objetiva de estar reconciliado com Deus por meio de Cristo (Rm 5.1-2),
juntamente com tudo o que procede desse relacionamento.
II. A CERTEZA DA SALVAÇÃO DOS CRISTÃOS (1.3-12).
Pedro louvou a Deus pelo maravilhoso
privilégio de ver a salvação que Cristo trouxe para o seu povo.
Pedro está enfatizando que a salvação é
totalmente baseada na amorosa iniciativa de Deus que segundo a sua misericórdia
nos regenerou para uma viva esperança.
Embora o verbo (regeneração) que traduz
essa frase ocorra somente aqui e em 1.23 no Novo Testamento, a ideia é
encontrada muitas vezes (p. ex., Jo 1.12-13; 3.3-8; Tt 3.5; Tg 1.18).
Nessa epístola, a esperança é um conceito
importante (1.13,21; 3.5,15). Ela transmite a ideia da confiança e energia que
procede da expectativa de uma bênção futura com base em fatos e promessas. A
palavra "viva" indica a vibração e o caráter vivencial dessa
esperança.
Pedro bendiz a Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo que segundo a sua misericórdia nos gerou para uma viva esperança,
mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma herança
incorruptível.
Esse termo “herança” deriva da terminologia
do Antigo Testamento que identifica a Terra Prometida como herança de Israel (Êx
32.13; Lv 20.24; Nm 26.53-56; Dt 3.28).
A terra de Canaã era um antegosto dos novos
céus e da nova terra que são a herança definitiva dos cristãos. Como filhos de
Deus pelo novo nascimento, os cristãos são herdeiros de Deus e coerdeiros com
Cristo (Rm 8.16-17). Sua herança é explicada no vs. 5 como completa salvação
(cf. Hb 1.14).
A herança incorruptível é:
·Sem
mácula.
·Imarcescível.
·Reservada
nos céus para os que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a
salvação preparada para revelar-se no último tempo.
Esse versículo 5 enfatiza tanto a
prioridade da divina graça quanto a importância da ação humana que resulta de
tal graça.
Embora a fé seja um dom de Deus, os
cristãos ainda são responsáveis por exercitarem a fé (confiança constante) na
batalha espiritual (5.8-9; Ef 6.16; Fp 2.12-13).
O poder da proteção de Deus é transmitido
por meio de um termo militar ("guardados"), que significa defesa
vigilante de uma fortaleza.
Aqui a palavra significa uma futura
libertação completa e final do pecado e posse total da eterna glória (1.9;
4.13-14; 5.1,4).
O último tempo falado é uma terminologia
estreitamente associada com o último dia, ou os últimos dias (a BEG recomenda
aqui o seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
No último dia desse tempo, Cristo retornará
na manifestação final de seu poder e glória. É o que estamos aguardando com
grande expectativa e esperança.
Essas coisas todas devem servir para nos
exultar, mesmo que no presente, concorrentemente, por breve tempo, se
necessário, sejamos contristados por várias provações. Embora Deus nunca tente
ninguém a pecar (Tg 1.13), ele permite ou envia provações para testar e fortalecer
a fé (vs.7).
Essas provações acontecem para que fique
comprovado que a fé que temos, muito mais valiosa do que o ouro que perece,
mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra,
quando Jesus Cristo for revelado
Essa é uma clara afirmação do propósito
divino das provações que está implícito no vs. 6 (cf. Rm 5.3-4; Tg 1.2-4). Assim
como os seres humanos usam o fogo para polir metais preciosos, Deus também faz
uso das provações para distinguir a fé genuína da profissão de fé superficial
e, simultaneamente, fortalecer a fé (Jó 23.10).
Se a fé que temos é genuína, ela resultará
em glórias a Jesus quando ele for revelado. Pedro pode estar se referindo ao
louvor, glória e honra que virão para Cristo no último dia, mas provavelmente
ele tinha em mente a glorificação final dos cristãos (5.1,4) para que todos
vejam, na sua segunda vinda (vs. 5; 4.13; 5.1; 1Co 4.3-5).
Os cristãos já desfrutam de muitas bênçãos
de sua salvação, mas a posse total dela aguarda o retorno de Cristo (vs. 5).
Como ele ainda haverá de ser revelado em
glória, no presente, mesmo não tendo visto, nós o amamos e apesar de não o vermos,
cremos e exultamos com alegria indizível e gloriosa pois que estamos alcançando
o alvo da nossa fé: a salvação de nossas almas. Alma aqui é usada para a pessoa
como um todo; em 3.20 a mesma palavra grega “alma” é traduzida como
"pessoas".
O alvo da nossa fé: a salvação
de nossas almas – vs. 9.
A maioria dos profetas no Antigo Testamento
falou do tempo da misericórdia de Deus depois do exílio de Israel e Judá. Eles
sabiam que Deus tinha prometido não somente a restauração graciosa de Israel,
mas também a inclusão misericordiosa dos gentios entre o povo de Deus (p. ex.,
Is 2.2ss.; Is 65; Am 9.15ss.).
Os profetas não tinham conhecimento sobre
esses acontecimentos em muitos detalhes, mas Pedro disse que eles almejavam
saber mais.
O vs. 10 e 11 falam que os profetas que
falaram da graça destinada a nós investigaram e examinaram as Escrituras
procurando descobrir esse tempo e também as circunstâncias que apontava o
Espírito de Cristo.
Os profetas do Antigo Testamento sabiam que
a salvação viria, mas não precisamente quando ou como. Essa frase “pelo
Espírito de Cristo” aparece somente aqui e em Rm 8.9 (cf. At 16.6-7; CI 4.6; Fp
1.19).
O Espírito Santo é chamado de Espírito de
Cristo porque ele é enviado por Cristo (Jo 15.26) e porque, desde o tempo da
ressurreição, Cristo e o Espírito operam como uma unidade ao aplicar a redenção
aos cristãos (Rm 8.10; 1Co 15.45).
Naqueles profetas o Espírito de Cristo
predizia os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles
sofrimentos – vs. 11.
Os profetas disseram e escreveram muitas coisas
sobre a salvação após o exílio de Israel, coisas que seriam entendidas
profundamente somente pelas gerações futuras.
Os profetas desconheciam muitos dos
detalhes sobre os estágios finais do reino de Deus. Aqueles que proclamavam o
evangelho durante o período apostólico anunciavam como a salvação prometida
pelos profetas havia chegado.
Àqueles profetas foi revelado que estavam
ministrando, não para si próprios, mas para nós, quando falaram das coisas que
agora nos foram anunciadas por meio daqueles que nos pregaram o evangelho pelo
Espírito Santo enviado do céu; coisas que até os anjos anseiam observar
Quem prega a palavra de Deus para nós prega
pelo Espírito Santo enviado do céu. Isso enfatiza a origem divina da mensagem
do evangelho. O mesmo Espírito que inspirou os profetas estava guiando os
mensageiros do evangelho.
Até mesmo os seres celestiais estão
intensamente interessados na redenção final. O plano de Deus é tornado
conhecido a eles por meio da igreja (Ef 3.8-10).
III. AS IMPLICAÇÕES DA SALVAÇÃO (1.13-3.12).
Pedro tratou de diversas implicações
práticas da salvação em Cristo, focalizando especialmente na necessidade da
santidade e nas interações piedosas entre os cristãos e com o mundo.
Estaremos vendo dos vs. 1.13 ao 3.12, essa
certeza da salvação dos cristãos. Ao iniciar a epístola, Pedro encorajou seus
leitores perseguidos com a descrição da certa e gloriosa salvação deles em
Cristo.
Tendo descrito a gloriosa salvação que
Cristo realizou em favor deles, Pedro voltou-se para as responsabilidades dadas
a todos aqueles que seguem Cristo.
Sua discussão se divide em cinco partes: a
necessidade da santidade pessoal (1.13-16), a importância da reverência (1.17-21),
o amor entre os cristãos (1.22-2.3), viver como uns templo e sacerdócio (2.4-10)
e uma variedade de relacionamentos sociais (2.11-3.12). Elas formarão nossa
divisão proposta, conforme a BEG: A. A santidade pessoal (1.13-16) – veremos agora; B. O temor reverente
(1.17-21) – veremos agora; C. O amor
mútuo (1.22-2.3) – começaremos a ver agora;
D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10); E. Os relacionamentos sociais
(2.11-3.12).
A. A santidade pessoal (1.13-16).
Deus deu, e dará, tanto para o seu povo em
Cristo, que eles, por sua vez, devem buscar a santidade pessoal.
Em função do exposto, deveriam eles estarem
com a mente preparada e prontos para a ação. Também que fossem sóbrios e colocassem
toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado
(futuro!).
A mente preparada, literalmente significa "mantendo
cingida a cintura de sua mente". A imagem é retirada da prática do Oriente
Médio de reunir a longa túnica e prendê-la com cinto em preparação para a ação,
deixando as pernas livres para se movimentarem com rapidez. A ênfase aqui é na
preparação ativa para o esforço espiritual vigoroso e constante.
As realizações anteriores de Cristo em
favor de seu povo são maravilhosas, mas o que está por vir é muito mais
formidável. Quando Cristo retornar, ele trará a nossa recompensa final e a
nossa herança: glória eterna nos novos céus e na nova terra.
É por isso que repetimos o trecho bíblico
que diz para colocarmos, em função dessas coisas, toda a esperança na graça que
nos será dada quando Jesus Cristo for revelado. Assim sendo, como filhos
obedientes, não devemos nos deixar amoldar pelos maus desejos de outrora,
quando vivíamos na ignorância. Estamos em guerra ou numa grande corrida com um
grande prêmio à vista.
A iniciativa graciosa de Deus leva
efetivamente as pessoas a uma nova vida de fé, obediência, esperança e
santidade. Assim como é santo aquele que nos chamou, devemos ser santos também
em tudo o que fizermos, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou
santo".
Do mesmo modo que Israel no Antigo
Testamento foi separada por Deus das nações vizinhas para que fosse santa,
assim também a igreja deve se apartar do pecado para o serviço de Deus (2.9; Lv
19.2).
O padrão de santidade dos cristãos, e a
motivação para isso, não é nada menos do que a absoluta perfeição do próprio
Deus (vs. 16; Mt 5.48; Ef 5.1).
B. O temor reverente (1.17-21).
Pedro incentivou os seus leitores a lembrar
o quanto a escolha que eles haviam feito era séria ao relembrá-los do julgamento
de Deus.
Embora os cristãos não serão condenados
pelos seus pecados (2.24), eles serão julgados pelas suas obras conto cristãos
e recompensados adequadamente (Rm 14.10-12; 1Co 3.12-15).
Além disso, Pedro também sabia que nem
todos das igrejas a que ele se dirigia estavam exercitando a fé salvadora; ele
os advertiu que poderiam ser condenados pelos seus pecados se não se
arrependessem (Hb 10.26-29).
Se chamamos por Pai aquele que julga
imparcialmente as obras de cada um, devemos nos portar com temor durante a nossa
peregrinação (jornada terrena) – vs. 17.
Peregrinação é uma palavra grega diferente
daquela utilizada no vs. 1 (traduzida como "forasteiros"). A palavra
'peregrinos" indica aqueles que vivem num lugar do qual não são cidadãos,
realçando a condição de peregrinos dos cristãos neste mundo.
A única maneira de permanecer fiel a Cristo
é se desprender do amor natural pelas coisas deste mundo (1Jo 2.15).
Assim, devemos nos portar com temor. Porque
Deus é tanto Pai quanto juiz, os cristãos devem se aproximar dele com humildade
e respeito (SI 34.11; At 9.31).
Devemos ter em mente, sempre, que não foi
por coisas perecíveis que fomos resgatados de nossa maneira vazia de proceder.
Fomos libertos da escravidão do pecado mediante o pagamento de um preço (Rm 8.2-3;
1Co 7.23; Cl 3.13; Ef 1.7). O preço da redenção é o sangue de Cristo (vs. 19).
Essa maneira vazia de proceder aplicada
àqueles a quem ele dirigiu primeiramente a palavra se refere ao fútil
procedimento deles. A "futilidade" ou "inutilidade" da
adoração do pagão é um tema frequente dos escritores bíblicos (Jr 2.5; At
14.15).
Embora no Novo Testamento haja condenações
das tradições judaicas que acrescentavam às exigências da lei no Antigo
Testamento (Mc 7.8-13; Fp 3.3-71, Pedro aqui parece ter tido como objetivo o
paganismo gentio (1.14; 4.3).
Se não foi por coisas perecíveis que fomos
resgatados de nossa maneira vazia de proceder, como isso se deu, então? A
resposta está no vs. 19. Foi pelo precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo,
revelado nestes últimos tempos em favor de nós – vs. 19,20.
A imagem é do sistema sacrifical do Antigo
Testamento, com referência especial à Páscoa dos judeus (Êx 12.5; Lv 3.6-7; Is
53.7; Jo 1.29). Para que fosse aceitável, um sacrifício tinha que ser livre de
qualquer defeito (Lv 22.20-25). A vida sem pecado de Cristo o qualificou para
morrer pelos pecados dos outros (Hb 7.26-27).
Cristo foi escolhido como Redentor dos
eleitos na eternidade (Jo 17.24; Ap 13.8), mas revelado nestes últimos tempos
em nosso favor. Os últimos tempos inclui todo o período entre a primeira e a
segunda vindas de Cristo (At 2.17; Hb 1.2). A BEG recomenda leitura e reflexão
em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7.
É, portanto, por meio dele (Jesus Cristo) que
nós cremos em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo
que nossa fé e nossa esperança estejam em Deus – vs. 21. Como mediador entre
Deus e o homem, Cristo forneceu o único acesso a Deus (Jo 14.6). Em Cristo, o
Pai é revelado (Jo 1.18). A morte redentora de Cristo abriu o caminho de acesso
a Deus (3.18).
C. O amor mútuo (1.22-2.3).
Dos vs. 1.22 ao 2.3,
Pedro falará desse amor mútuo. Tendo sido purificado pela fé em Cristo, os
leitores de Pedro precisavam manifestar a fé salvadora por meio do serviço e do
amor mútuos.
O verdadeiro e
permanente amor dos cristãos uns pelos outros (vs. 22) é possível somente
porque o amor de Deus foi primeiro revelado a eles ao regenerá-los em Cristo (Jo
13.35; I Jo 4.10-12).
Os cristãos devem
demonstrar a mesma maneira de amar uns aos outros que Deus e Cristo demonstram
pelos cristãos e um pelo outro. Não é um simples comportamento exterior, mas um
sentimento ardente e sincero, um comprometimento que é demonstrado em ações
amorosas.
Agora que estamos
purificados pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, devemos
nos amar sinceramente uns aos outros e de todo o coração – vs. 22. Isso porque
fomos regenerados, mas não de uma semente perecível, pelo contrário,
imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente – vs. 23. Esse
versículo compara e contrasta a reprodução humana com o poder vivificador da
palavra de Deus (cf. Jo 1.12-13) a qual vive e é permanente. A palavra de Deus
no evangelho não se extingue, e nem a salvação que ela traz.
O amor sincero do
cristão é possível porque os cristãos não pertencem mais ao mundo de ódio e
discórdia, mas ao novo mundo de amor e união.
Pedro, no vs. 24-25, se
referiu a Is 40.6-8, uma profecia que compara a vida humana comum e passageira
com a promessa de restauração após o exílio. Essa promessa ou palavra de Deus é
eterna, e a nova criação que ela prediz nunca passará.
Essa, diz Pedro, foi a
palavra que em nós foi evangelizada, anunciada, implantada. Pedro identificou a
mensagem do evangelho cristão com a profética palavra que promete a salvação
final após o exílio. O evangelho anuncia as boas-novas de que o reino prometido
chegou (Is 52.7).
I Pe 1:1 Pedro,
apóstolo de Jesus Cristo,
aos eleitos que são
forasteiros da Dispersão
no Ponto, Galácia,
Capadócia, Ásia e Bitínia,I
Pe 1:2 eleitos,
segundo a presciência de
Deus Pai,
em santificação do
Espírito,
para a obediência
e a aspersão do sangue de
Jesus Cristo,
graça e paz vos sejam multiplicadas.
I Pe 1:3 Bendito o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua
muita misericórdia,
nos regenerou para uma viva
esperança,
mediante a ressurreição
de Jesus Cristo dentre os
mortos,
I Pe 1:4 para uma herança incorruptível,
sem mácula,
imarcescível,
reservada nos céus para vós
outros
I Pe 1:5 que sois guardados
pelo poder de Deus,
mediante a fé,
para a salvação preparada
para
revelar-se
no último tempo.
I Pe 1:6 Nisso exultais, embora,
no presente,
por breve tempo,
se necessário, sejais
contristados
por várias provações,
I Pe 1:7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé,
muito mais preciosa do que o ouro perecível,
mesmo apurado por fogo,
redunde
em louvor,
glória
e honra
na revelação de Jesus
Cristo;
I Pe 1:8 a quem, não havendo visto,
amais;
no qual, não vendo agora,
mas crendo,
exultais com alegria indizível
e cheia de glória,
I Pe 1:9 obtendo o fim da
vossa fé:
a salvação da vossa alma.
I Pe 1:10 Foi a respeito desta salvação
que os profetas indagaram
e inquiriram,
os quais profetizaram
acerca da graça
a vós outros destinada,
I Pe 1:11 investigando, atentamente,
qual a ocasião
ou quais as circunstâncias oportunas,
indicadas pelo Espírito de
Cristo,
que neles estava, ao dar de
antemão testemunho
sobre os sofrimentos
referentes a Cristo
e sobre as glórias que os seguiriam.
I Pe 1:12 A eles foi revelado que,
não para si mesmos, mas para vós outros,
ministravam as coisas que,
agora,
vos foram anunciadas por
aqueles que,
pelo Espírito Santo enviado
do céu,
vos pregaram o evangelho,
coisas essas que anjos
anelam perscrutar.
I Pe 1:13 Por isso, cingindo o vosso entendimento,
sede sóbrios
e esperai inteiramente na graça
que vos está sendo trazida
na revelação de Jesus Cristo.
I Pe 1:14 Como filhos da obediência,
não vos amoldeis às paixões que tínheis
anteriormente
na vossa ignorância;
I Pe 1:15 pelo contrário, segundo é santo aquele
que vos chamou,
tornai-vos santos também
vós mesmos
em todo o vosso
procedimento,
I Pe 1:16 porque escrito
está:
Sede santos, porque eu sou
santo.
I Pe 1:17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas,
julga segundo as obras de cada um,
portai-vos com temor
durante
o tempo da vossa
peregrinação,
I Pe 1:18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados
do vosso fútil procedimento
que vossos pais vos legaram,
I Pe 1:19 mas pelo precioso
sangue,
como de cordeiro sem
defeito
e sem mácula,
o sangue de Cristo,
I Pe 1:20 conhecido, com
efeito,
antes da fundação do mundo,
porém manifestado no fim
dos tempos,
por amor de vós
I Pe 1:21 que, por meio dele,
tendes fé em Deus,
o qual o ressuscitou dentre
os mortos
e lhe deu glória,
de sorte que
a vossa fé
e esperança estejam em
Deus.
I Pe 1:22 Tendo purificado a vossa alma,
pela vossa obediência à verdade,
tendo em vista o amor
fraternal não fingido,
amai-vos, de coração,
uns aos outros
ardentemente,
I Pe 1:23 pois fostes
regenerados
não de semente corruptível,
mas de incorruptível,
mediante a palavra de Deus,
a qual vive e é permanente.
I Pe 1:24 Pois toda carne é como a erva,
e toda a sua glória,
como a flor da erva;
seca-se a erva,
e cai a sua flor;
I Pe 1:25 a palavra do Senhor,
porém, permanece eternamente.
Ora, esta é a palavra que
vos foi evangelizada.
Voltemos a colocação que abriu I Pedro: qual foi a palavra em nós
evangelizada a qual permanece para sempre?
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As mensagens do JAMAIS DESISTA do caminho do Senhor são diárias, inéditas, baseadas na Bíblia e buscando sua conformação máxima à teologia reformada e representam o pensamento do autor na sua contínua busca das coisas pertencentes ao reino de Deus e a sua justiça.
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"OS IDOSOS"
-
"Nascemos nos anos 30-40-50-60-70."
"Nós crescemos nos anos 50-60-70-80."
"Estudamos nos anos 60-70-80-90."
"Estávamos namorando nos anos 70-80-90."...
O Nascimento e a Infância de Jesus
-
*O NASCIMENTO E A INFÂNCIA DE JESUS*
Neste breve sumário iremos ver os fatos relacionados com o nascimento de
Jesus. Eles estão ausentes no Evangelho de...
TRANSTORNANDO O CALVINISMO
-
A doutrina Calvinista é a mais bela expressão do ensino bíblico
transmitida a nós pelo seu maior representante - João Calvino. É claro, a
de se ori...