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terça-feira, 15 de março de 2016

I Pedro 2 1-25 - A PARÁBOLA DO COPO SUJO - COMO LIMPÁ-LO?


Como dissemos, a primeira epístola de Pedro foi escrita para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a permanecerem unidos e firmes na fé. Estamos vendo o capítulo 2/5.
Breve síntese do capítulo 2.
Você já tem a experiência de que o Senhor é bondoso? Jamais devemos duvidar da bondade de Deus, mas nunca mesmo. Se duvidarmos disso, estaremos de mãos dadas com o diabo que sempre quis passar a mensagem falsa de Deus dizendo que ele não é bom. Amados, Deus é bom!
Primeiro Pedro está nos pedindo para nos despojarmos de algumas coisas e depois para desejarmos ardentemente outras coisas a fim de que cresçamos para salvação. Em seguida, para nos achegarmos a ele a pedra viva, eleita e preciosa.
Não é fácil despojarmos dessas coisas, nem seremos bem sucedidos facilmente, mas devemos perseverar e não desistir. A ilustração do copo de água sujo com areia é interessante. Não dá para limparmos o copo sem a água. Toda tentativa que fizermos para isso será frustrada. Agora quando a água jorra no copo o enchendo e o lavando a própria água retira toda areia nele depositada.
Curioso que a água tanto simboliza a Palavra de Deus quanto é também um dos símbolos do Espírito Santo. Assim, portanto, a água neste caso representa a palavra de Deus ou o Espírito Santo e somente eles podem nos limpar.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. AS IMPLICAÇÕES DA SALVAÇÃO (1.13-3.12) - continuação.
Já dissemos que estaremos vendo dos vs. 1.13 ao 3.12, essa certeza da salvação dos cristãos. Ao iniciar a epístola, Pedro encorajou seus leitores perseguidos com a descrição da certa e gloriosa salvação deles em Cristo.
Elas formaram nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. A santidade pessoal (1.13-16) – já vimos; B. O temor reverente (1.17-21) – já vimos; C. O amor mútuo (1.22-2.3) – concluiremos agora; D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10) – veremos agora; E. Os relacionamentos sociais (2.11-3.12) – começaremos a ver agora.
C. O amor mútuo (1.22-2.3) - continuação.
Vimos que dos vs. 1.22 ao 2.3, Pedro estará falando desse amor mútuo. Tendo sido purificado pela fé em Cristo, os leitores de Pedro precisavam manifestar a fé salvadora por meio do serviço e do amor mútuos.
Uma vez que os seus leitores haviam recebido a palavra permanente de que a salvação dos últimos dias havia chegado, eles não deveriam mais ser como as pessoas que seguiram os caminhos do mundo ímpio e odioso. Seria necessário, doravante, livrar-se, pois, de toda maldade e engano, hipocrisias, invejas e toda espécie de maledicência.
Pedro continuou a imagem da regeneração (1.23). Os cristãos devem mostrar o mesmo anseio pelo alimento espiritual que uma criança saudável mostra pelo leite da mãe.
Embora as igrejas para as quais Pedro escreveu sem dúvida incluíam muitos novos convertidos, aqui "leite" não significa ensino cristão elementar para os espiritualmente imaturos (como em 1Co 3.2; Hb 5.12-13).
Antes, indica a pertinência e a suficiência do puro ensinamento cristão (encontrado na palavra de Deus; 1.22-25) como alimento espiritual para todos os cristãos.
A total salvação é o objetivo do crescimento e da maturidade do cristão (1.5). A maturidade é medida pela semelhança com Cristo (Ef 4.13-15). Paulo costuma dizer que muito se angustiava até que Cristo fosse formado em cada um dos crentes – Gl 4.19.
D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10).
Tendo conclamado seus leitores a amadurecerem na fé, Pedro traçou um retrato metafórico de como deveria ser a vida deles. Pedro os incentivou a viverem como um templo e um sacerdócio.
Os cristãos devem se aproximar de Cristo com a intenção de permanecerem próximos e desfrutar do companheirismo. A ida inicial deles a Cristo em arrependimento e fé está incluída, junto com o ato da continua ida.
Ele, Jesus, é a pedra que viva a qual eles deveriam agora se aproximar. A imagem da rocha/pedra é comum no Antigo Testamento (p. ex., SI 118.22; Is 8.14; 28.16) e é aplicada por Jesus a si mesmo (Mt 21.42).
Como o contexto deixa claro, "que vive" indica que a pedra representa uma pessoa: Cristo. 2.5-10.
Pedro desenvolveu ainda mais a metáfora da rocha/pedra ao descrever as pedras que formam um edifício. Ao falar das pedras que vivem, ele novamente revelou que estava falando sobre pessoas.
Os cristãos devem ver a si mesmo juntos, formando um templo para adorar a Deus. Somos assim casa espiritual. Não uma casa não material, mas uma casa do Espírito.
O pano de fundo do simbolismo é o templo do Antigo Testamento como a casa ou o local de habitação de Deus. A igreja, na qual o Espírito Santo habita, é o verdadeiro templo de Deus (2Co 6.16-18; Ef 2.19-22). Desse modo, nós somos a igreja, o local onde habita o Espírito de Deus!
Todo verdadeiro cristão é um sacerdote (vs. 9) no sentido de:
·         ter acesso igual e imediato a Deus;
·         servi-lo pessoalmente;
·         interceder pelos outros;
·         e levar outros a receberem o sacrifício definitivo a Deus, Jesus Cristo.
Esses sacrifícios agora seriam espirituais. Não sacrifícios "imateriais", mas sacrifícios apropriados para a atual era do Espírito Santo.
Conquanto o sacrifício de expiação de Cristo na cruz tenha cumprido o sistema sacrifical do Antigo Testamento e tornado obsoletas suas práticas contínuas (Hb 10.1-18), a pertinência do sacrifício (resposta agradecida de um povo redimido) permanece.
Esse sacrifício é visto tanto na adoração do cristão como na sua maneira de viver (Rm 12.1; Fp 4.18; Hb 13.15; Ap 8.3-4; cf. SI 51.16-19) e devem ser agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.
O sacerdócio de todos os cristãos (vs. 9) depende do eterno sumo sacerdócio de Cristo. Por meio do seu sacrifício de uma vez por todas (Hb 7.27) e contínua intercessão (Hb 7.25), os cristãos e seus sacrifícios são aceitáveis a Deus (11b 13.15-16).
Pedro referiu-se a Is 28.16 ao chamá-lo de pedra angular, passagem em que o profeta falou sobre Deus reconstruindo o seu povo como um edifício após o exílio.
Era apropriado que Pedro aplicasse esse versículo à igreja, uma vez que Deus reconstruiu o seu povo como a igreja, após o exílio (a BEG recomenda aqui o seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
A pedra angular era uma grande pedra colocada para a fundação de um lugar onde duas paredes seriam construídas juntas. Ela tinha uma importância particular para a estabilidade de toda a construção. A fundação da igreja é edificada por meio dos profetas e apóstolos, os quais permaneciam juntos pela principal pedra angular: Cristo (Ef 2.20).
Jesus Cristo – vs. 7 - é a principal pedra. Pedro recorreu ao SI 118.22, o qual se referiu ao rei de Israel que era exaltado por Deus enquanto outros o desdenhavam.
Pedro ao dizer que ele também era a "pedra de tropeço e rocha que faz cair" se referiu a Is 8.14, passagem em que Deus retrata a si mesmo como uma rocha que faz com que o ímpios em Israel tropecem.
Os incrédulos tropeçam sobre a própria esperança da salvação eterna, isto é, Cristo.
Essa terminologia que assim foram postos para tropeçarem mesmo – vs. 8 - é empregada em outra passagem para falar da escolha soberana de Deus em eleger para salvar (1Ts 5.9).
Esse versículo ensina tanto a soberania divina quanto a responsabilidade humana. As pessoas são condenadas porque são "desobedientes" (tropeçam), mas a desobediência delas não acontece à parte da vontade soberana e irrepreensível de Deus (Rm 9.16-24). Embora esse assunto seja muito complexo, veja o excelente artigo teológico da BEG "Predestinação e presciência", em Rm 8. De algumas coisas jamais poderemos abrir mão quando assim estudamos o assunto: de que Deus é justo, verdadeiro, sábio, soberano e bom.
Essas duas breves palavras “Vós, porém” – vs. 9 - mostram um nítido contraste entre o destino dos incrédulos (vs. 8) e a posição dos escolhidos.
O tema da soberana escolha de Deus, tanto de Cristo como da igreja, é proeminente nessa passagem (vs. 6,9).
Ele, Pedro, continua dizendo que nós, porém, somos raça eleita, sacerdócio real, nação santa. Aqui Pedro mudou levemente a sua metáfora.
Os cristãos não são apenas pedras vivas num templo para Deus, mas também são os sacerdotes que servem nesse templo.
A linguagem de Pedro deriva de Êx 19.6 e Dt 7.6, onde essas metáforas se referem a Israel.
Assim, Pedro enfatizou a continuidade entre a igreja e a Israel do Antigo Testamento. E assim somos ou estamos postos com um propósito, ou seja, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
O louvor de Deus é a razão pela qual os cristãos são chamados a serem sacerdotes. Os cristãos adoram a Deus e testemunham às nações mediante os seus louvores.
No vs. 10, quando ele diz que não éreis povo e depois agora sois povo de Deus, ele continua a aplicar à igreja passagens do Antigo Testamento que tratam de Israel, Pedro está recorrendo às passagens de Os 1.6,9-10; 2.23 segundo a versão Septuaginta, as quais, em seus contextos originais, eram profecias da aceitação de Israel por Deus depois de tê-la rejeitado e enviado para o exílio.
Tanto Pedro como Paulo (Rm 9.25-26) viram paralelos entre a aceitação de Israel após o exílio e a incorporação dos gentios ao reino de Deus. Para os judeus, tornar-se "Não-Meu-Povo" era ter a situação dos gentios aos olhos de Deus.
E. Os relacionamentos sociais (2.11-3.12).
Dos vs. 2.11 ao 3.12, estaremos vendo como devem ser os relacionamentos sociais. Pedro focalizou sobre como a salvação em Cristo deve influenciar o comportamento e a atitude dos cristãos numa variedade de relacionamentos sociais.
Ele mencionou o mundo em geral (2.11-12), as autoridades civis (2.13-17), os relacionamentos familiares (2.18-3.7) e encerrou com um resumo (3.8-12). Isso fez com que dividíssemos a presente seção em quatro partes: 1. O mundo em geral (2.11-12) – veremos agora; 2. As autoridades civis (2.13-17) – veremos agora; 3. Os relacionamentos familiares (2.18-3.7) – começaremos a ver agora; e, 4. Sumário (3.8-12).
1. O mundo em geral (2.11-12).
Pedro pediu aos seus leitores para evitar os modos do mundo pagão ao redor deles.
Os desejos do corpo não são errados em si, mas são corrompidos pela natureza pecaminosa do homem. A expressão “paixões carnais” que fazem guerra contra nossa alma inclui mais do que desejos sensuais (Gl 5.19-21) e refere-se aos desejos da nossa natureza caída.
Como peregrinos e forasteiros aqui na terra, Pedro os exorta a se controlarem e tomarem cuidado com aquilo que falam contra eles como de malfeitores. Entre as acusações contra os cristãos na época de Pedro, estavam as seguintes:
·         a de que eles eram desleais ao imperador (Jo 19.12),
·         que propagavam costumes ilegais (At 16.16-21),
·         que difamavam os deuses (At 19.23-27)
·         e desafiavam as autoridades (At 17.7).
O conselho e a orientação de Pedro era para que se abstivessem daquelas paixões e mantivessem um bom comportamento para que eles observassem as boas obras neles e glorificassem a Deus no dia da visitação.
A "visitação" de Deus aproxima-se, seja para castigar ou para perdoar. Pedro tinha em mente ou o julgamento ou algumas ocasiões especiais quando a presença de Deus é evidente entre seu povo.
2. As autoridades civis (2.13-17).
Pedro enfatizou a submissão que os cristãos devem demonstrar às autoridades civis.
Esse versículo 13 que alude ao sujeitar-se às instituições humanas, introduz o tema da submissão e obediência voluntária às pessoas que exercem cargos de autoridades (vs. 18; 3.1). Seria por causa do Senhor – vs. 13 – que essa submissão deveria ocorrer, pois toda autoridade constituída entre os homens, seja a quem quer que for, ao rei, às autoridades supremas, aos governantes, bem como aqueles por ele enviados são de Deus e a ele prestarão contas de todo abuso e violência.

A submissão às autoridades por temor a Deus é, em si mesmo, um serviço para Cristo (Ef 6.7-8). Principalmente ao imperador romano, que naquele tempo era Nero (54-68 d.C.).
O rei era supremo em relação aos governadores e outros administradores. Embora Pedro não tenha discutido a origem da autoridade real (cf. Rm 13.1-7), as Escrituras, no entanto, ensinam a submissão desde que ela não envolva violação das leis de Deus (Mt 22.21; At 4.19; 5.29).
Essas autoridades existem para colocarem ordem no estado de direito, como também, quando necessário, para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, silenciemos a ignorância dos insensatos – vs. 14 e 15.
A submissão não significa uma negação da liberdade cristã, mas ela é de fato o ato de pessoas livres. A liberdade dos cristãos não deve ser usada como licença para pecar (Gl 5.13; 2Pe 2.19-20). A liberdade dos cristãos não envolve a fuga do serviço; em vez disso, significa uma mudança de senhor (Rm 6.22).
Assim devemos tratar a todos com honra – vs. 17. Essa é uma exortação ou para reconhecer valor de cada pessoa como um portador da imagem de Deus ou para respeitar todos os que ocupam posição de autoridade.
3. Os relacionamentos familiares (2.18-3.7).
Dos vs. 2.18 ao 3.7, veremos Pedro falando dos relacionamentos familiares. Pedro voltou-se à questão crucial de como os cristãos devem se conduzir dentro de seus lares.
No mundo antigo, a economia dependia dos trabalhos dos servos para o desempenho de muitas atividades necessárias. Paulo incentivou os servos a buscarem a liberdade por meios legais quando possível (1Co 7.21-24).
Como outros escritores do Novo Testamento no entanto, Pedro não condenou todas as formas de servidão. Todavia o Novo Testamento ordena que os servos sejam tratados com respeito e que os senhores não os maltratem (Ef 6.9; Cl 4.1).
Além disso, a igualdade espiritual, tanto dos servos quanto dos livres dentro da comunidade da igreja, é fortemente enfatizada (1Co 7.22; 12.13; GI 3.28; Cl 3.11).
Esses ensinos, juntamente com a defesa bíblica geral do pobre e do oprimido (Pv 22.22-23; Lc 6.20-21), a ênfase bíblica na dignidade da raça humana (Gn 1.26-29) e a proibição contra sequestro (Dt 24.7), serviu para enfraquecer a instituição da escravatura como era desenvolvida no mundo ocidental e levou ao fim dela por meio da legislação civil.
Suportar o sofrimento é uma parte do chamado dos cristãos nesta vida (Rm 8.17; 2Tm 3.12), assim como era parte do chamado de Cristo (Jo 15.18-20).
Esse chamado ao sofrimento e à persistência – vs. 21 - é baseado na experiência e no exemplo de Cristo no sentido de que os cristãos estão unidos a ele tanto nos sofrimentos quanto na sua ressurreição (2Co 1.5; 4.10; Fp 3.10-11).
O exemplo de Cristo fornece um padrão de como cada cristão deve entender a sua própria vida (vs. 21-22). Para isso fomos chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de cada um de nós, deixando-nos exemplo, para que sigamos os seus passos – vs. 21. Aqui a BEG recomenda a leitura e a reflexão de seu excelente artigo teológico "A impecabilidade de Jesus", em Hb 4.
Ele mesmo, Cristo Jesus, levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro – vs. 24; veja também Is 53.12. Cristo é mais do que um exemplo, ele é quem carrega os pecados. Como o sacrifício perfeito (1.19; 2.22), Jesus sofreu a maldição do pecado, aceitou o castigo que os nossos pecados mereciam e forneceu o perdão e a liberdade da servidão do pecado. Ele levou os nossos pecados sobre o madeiro, a cruz (At 10.39). Essa palavra do Antigo Testamento enfatiza a natureza de ter suportado a maldição da morte de Cristo (Dt 21.22-23; GI 3.13).
Assim, éramos como ovelhas desgarradas, mas agora, porém, nos convertemos. No texto original, isso se referia a inicial conversão deles a Cristo e sugeria redirecionamento da vida e nova dedicação pessoal. Jesus Cristo é também chamado de Pastor e Bispo de nossas almas. A imagem familiar no Antigo Testamento para o cuidado de Deus do seu povo prometido (p. ex., SI 23.1; Ez 34; 37.24) é aplicada a Cristo (5.4; Jo 10.1-18; Hb 13.20; Ap 7.17).
I Pe 2:1 Despojando-vos, portanto,
de toda maldade e dolo,
de hipocrisias e invejas
e de toda sorte de maledicências,
I Pe 2:2 desejai ardentemente,
como crianças recém-nascidas,
o genuíno leite espiritual, para que, por ele,
vos seja dado crescimento para salvação,
I Pe 2:3 se é que já tendes a experiência
de que o Senhor é bondoso.
I Pe 2:4 Chegando-vos para ele,
a pedra que vive,
rejeitada, sim, pelos homens,
mas para com Deus eleita e preciosa,
I Pe 2:5 também vós mesmos,
como pedras que vivem,
sois edificados casa espiritual
para serdes sacerdócio santo,
a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus
por intermédio de Jesus Cristo.
I Pe 2:6 Pois isso está na Escritura:
Eis que ponho em Sião uma pedra angular,
eleita e preciosa;
e quem nela crer não será, de modo algum,
envergonhado.
I Pe 2:7 Para vós outros, portanto, os que credes,
é a preciosidade;
mas, para os descrentes,
A pedra que os construtores rejeitaram,
essa veio a ser a principal pedra,
angular
I Pe 2:8 e: Pedra de tropeço
e rocha de ofensa.
São estes os que tropeçam na palavra,
sendo desobedientes,
para o que também foram postos.
I Pe 2:9 Vós, porém, sois
raça eleita,
sacerdócio real,
nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus,
a fim de proclamardes as virtudes
daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz;
I Pe 2:10 vós, sim, que, antes, não éreis povo,
mas, agora, sois povo de Deus,
que não tínheis alcançado misericórdia,
mas, agora, alcançastes misericórdia.
I Pe 2:11 Amados, exorto-vos,
como peregrinos e forasteiros que sois,
a vos absterdes das paixões carnais,
que fazem guerra contra a alma,
I Pe 2:12 mantendo exemplar o vosso procedimento
no meio dos gentios, para que, naquilo que falam
contra vós outros como de malfeitores,
observando-vos em vossas boas obras,
glorifiquem a Deus no dia da visitação.
I Pe 2:13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor,
quer seja ao rei, como soberano,
I Pe 2:14 quer às autoridades, como enviadas por ele,
tanto para castigo dos malfeitores
como para louvor dos que praticam o bem.
I Pe 2:15 Porque assim é a vontade de Deus,
que, pela prática do bem,
façais emudecer a ignorância dos insensatos;
I Pe 2:16 como livres que sois,
não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia,
mas vivendo como servos de Deus.
I Pe 2:17 Tratai todos com honra,
amai os irmãos,
temei a Deus,
honrai o rei.
I Pe 2:18 Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor,
não somente se for bom e cordato,
mas também ao perverso;
I Pe 2:19 porque isto é grato, que alguém suporte tristezas,
sofrendo injustamente, por motivo de
sua consciência para com Deus.
I Pe 2:20 Pois que glória há, se,
pecando
e sendo esbofeteados por isso,
o suportais com paciência?
Se, entretanto, quando praticais o bem,
sois igualmente afligidos
e o suportais com paciência,
isto é grato a Deus.
I Pe 2:21 Porquanto para isto mesmo fostes chamados,
pois que também Cristo sofreu em vosso lugar,
deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos,
I Pe 2:22 o qual não cometeu pecado,
nem dolo algum se achou em sua boca;
I Pe 2:23 pois ele, quando ultrajado,
não revidava com ultraje;
quando maltratado,
não fazia ameaças,
mas entregava-se àquele que julga retamente,
I Pe 2:24 carregando ele mesmo em seu corpo,
sobre o madeiro,
os nossos pecados,
para que nós, mortos para os pecados,
vivamos para a justiça;
por suas chagas,
fostes sarados.
I Pe 2:25 Porque estáveis desgarrados como ovelhas;
agora, porém, vos convertestes
ao Pastor e Bispo da vossa alma.
Ser submisso tanto aos bons quanto aos maus é o desafio que Pedro lança para nós. Na verdade, queremos ser submissos apenas àqueles que nos são agradáveis. No entanto, a palavra de Deus é clara quando pede nossa submissão aos que também são maus por que isso representa que entendemos que o governo pertence a Deus e não ao homem.
Assim, não sou servo do mau, mas servo de Deus ou, como Paulo que não era prisioneiro de Roma, mas de Cristo ou, como no meu caso quando digo que sou empregado de Cristo e não dos Correios.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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segunda-feira, 14 de março de 2016

I Pedro 1 1-25 - AQUI, SOMOS PEREGRINOS OU FORASTEIROS, MAS LOGO CHEGAREMOS EM NOSSA CASA.

A primeira epístola de Pedro foi escrita para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a permanecerem unidos e firmes na fé. Estamos vendo o capítulo 1/5.
Breve síntese do capítulo 1.
Começamos com Pedro agora e ele nos afirma ao final deste capítulo qual a palavra que nos foi evangelizada. Você sabe qual foi essa palavra?
Pedro escreveu esta epístola para encorajar os cristãos perseguidos e confusos a fim de que permanecessem unidos e firmes na fé. Nesta epístola ele apresenta ou se pode notar como verdades fundamentais:
  1. Os cristãos têm o maravilhoso privilégio de ver a grande salvação de Deus em Cristo.
  2. O privilégio da salvação traz consigo diversas responsabilidades importantes.
  3. Os cristãos devem ser santos, amar profundamente uns aos outros e consagrarem-se à glória de Deus.
  4. Os relacionamentos dentro e fora da igreja devem ser mantidos de acordo com os padrões de Cristo, e não de acordo com os padrões do mundo.
  5. Os cristãos devem encarar o sofrimento como seguidores de Cristo da perspectiva correta. (ref.: BEG).
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÃO (1.1-2).
Pedro se identificou como um apóstolo e a seus leitores como forasteiros no mundo.
Pedro se apresentou e identificou os destinatários de sua carta. Pedro (que significa "rocha") foi o nome dado por Jesus a esse apóstolo (Mt 16.18; Jo 1.42). Seu nome hebraico provavelmente era Simeão, do qual o equivalente grego é Simão. "Cefas" (Jo 1.42; 1Co 1.12) é a transliteração da palavra aramaica para "rocha".
Ele dirige sua carta aos eleitos. Pedro lembrou seus leitores da posição segura e privilegiada deles como objeto da escolha soberana, eterna e graciosa de Deus como seu povo em Jesus Cristo e por meio dele (2.9-10). O tema da eleição é desenvolvido no vs. 2.
Além de eleitos, os chama de peregrinos ou forasteiros. Esse termo traduz uma palavra grega (parepidemos) que é também usada em 2.11; ela enfatiza a natureza temporária da permanência de um viajante num lugar.
Como os peregrinos, os cristãos vivem no mundo, mas sua pátria real está no céu (Fp 3.20; Hb 11.13-16), e sua esperança está ancorada lá. Somos portanto cidadãos dos céus, da família de Deus, filhos por adoção, por meio de Jesus Cristo.
Essa palavra “dispersão” (grego, diáspora) era um termo técnico usado entre os gregos que falavam hebraico que era usada para descrever os judeus que viviam fora da Terra Santa (Jo 7.35).
Os leitores de Pedro não eram, em sua totalidade, israelitas; por isso, o provável uso do termo figurativo "dispersão", para descrever todos os cristãos que ainda estavam esperando pela sua herança total nos novos céus e na nova terra.
Se eram eleitos, eram portanto escolhidos por algum critério e aqui no vs. 2 ele fala que isso se deu segundo a presciência de Deus.
Pedro não quis dizer que Deus escolheu soberanamente alguns para salvação com base no seu conhecimento do que eles escolheriam se eles mesmos pudessem fazer isso.
A presciência aqui é quanto a pessoas, não quanto aos acontecimentos; ela implica o seu amor por eles antes de todos os tempos (para melhor entendimento a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Predestinação e presciência", em Rm 8). Veja o verbo relacionado "conhecido" em 1.20.
A escolha tinha se dado de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai pela obra santificadora do Espírito – vs. 2. Observe a estreita ligação entre o amor eletivo do Pai e a obra do Espírito em aplicar a redenção aos escolhidos (2Ts 2.13).
De maneira mais abrangente, "santificação do Espírito" aqui inclui todas as ações do Espírito em relação ao pecador para separá-los do pecado (p. ex., regeneração e fé) e consagrá-los para o serviço de Deus, incluindo a santificação no sentido progressivo (a BEG recomenda outro artigo teológico "Santificação", em Tt 3).
Se fomos escolhidos de acordo com o pré-conhecimento de Deus Pai e pela obra santificadora do Espírito então qual seria a finalidade ou o propósito? Para a obediência – vs. 2.
O ato inicial da obediência é a fé em Cristo (Jo 6.28-29), e o elemento fundamental de toda a obediência é a fé constante. A eleição é "para a" ou "com o objetivo da" fé (obediência), não um resultado dela (Ef 1.3-4; 2Tm 1.9). Uma vez salvo eu não produzo a fé ou passo a gerá-la, mas sou salvo para a fé (obediência).
Essa imagem do Antigo Testamento relativa à aspersão do sangue de Jesus Cristo tem diversas referências possíveis:
(1)      A transferência para o eleito dos méritos e da virtude purificadora da morte de Cristo (cf. Lv 16.15-16; Hb 9.13-14).
(2)      A seladura na nova aliança e a participação nos benefícios e obrigações (cf. Êx 24.3-8; 1Co 11.25).
(3)      A consagração para o serviço sacerdotal (2.5,9; cf. Êx 29.21; Hb 10.19-22).
A saudação de Pedro “graça e paz lhes sejam multiplicadas” – vs. 2 - era também uma bênção que tinha uma relevância especial para os cristãos sofredores.
A graça é o amor de Deus que protege os pecadores por causa da identificação deles com Cristo. A paz é a condição objetiva de estar reconciliado com Deus por meio de Cristo (Rm 5.1-2), juntamente com tudo o que procede desse relacionamento.
II. A CERTEZA DA SALVAÇÃO DOS CRISTÃOS (1.3-12).
Pedro louvou a Deus pelo maravilhoso privilégio de ver a salvação que Cristo trouxe para o seu povo.
Pedro está enfatizando que a salvação é totalmente baseada na amorosa iniciativa de Deus que segundo a sua misericórdia nos regenerou para uma viva esperança.
Embora o verbo (regeneração) que traduz essa frase ocorra somente aqui e em 1.23 no Novo Testamento, a ideia é encontrada muitas vezes (p. ex., Jo 1.12-13; 3.3-8; Tt 3.5; Tg 1.18).
Nessa epístola, a esperança é um conceito importante (1.13,21; 3.5,15). Ela transmite a ideia da confiança e energia que procede da expectativa de uma bênção futura com base em fatos e promessas. A palavra "viva" indica a vibração e o caráter vivencial dessa esperança.
Pedro bendiz a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que segundo a sua misericórdia nos gerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma herança incorruptível.
Esse termo “herança” deriva da terminologia do Antigo Testamento que identifica a Terra Prometida como herança de Israel (Êx 32.13; Lv 20.24; Nm 26.53-56; Dt 3.28).
A terra de Canaã era um antegosto dos novos céus e da nova terra que são a herança definitiva dos cristãos. Como filhos de Deus pelo novo nascimento, os cristãos são herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo (Rm 8.16-17). Sua herança é explicada no vs. 5 como completa salvação (cf. Hb 1.14).
A herança incorruptível é:
·         Sem mácula.
·         Imarcescível.
·         Reservada nos céus para os que são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo.
Esse versículo 5 enfatiza tanto a prioridade da divina graça quanto a importância da ação humana que resulta de tal graça.
Embora a fé seja um dom de Deus, os cristãos ainda são responsáveis por exercitarem a fé (confiança constante) na batalha espiritual (5.8-9; Ef 6.16; Fp 2.12-13).
O poder da proteção de Deus é transmitido por meio de um termo militar ("guardados"), que significa defesa vigilante de uma fortaleza.
Aqui a palavra significa uma futura libertação completa e final do pecado e posse total da eterna glória (1.9; 4.13-14; 5.1,4).
O último tempo falado é uma terminologia estreitamente associada com o último dia, ou os últimos dias (a BEG recomenda aqui o seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
No último dia desse tempo, Cristo retornará na manifestação final de seu poder e glória. É o que estamos aguardando com grande expectativa e esperança.
Essas coisas todas devem servir para nos exultar, mesmo que no presente, concorrentemente, por breve tempo, se necessário, sejamos contristados por várias provações. Embora Deus nunca tente ninguém a pecar (Tg 1.13), ele permite ou envia provações para testar e fortalecer a fé (vs.7).
Essas provações acontecem para que fique comprovado que a fé que temos, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado
Essa é uma clara afirmação do propósito divino das provações que está implícito no vs. 6 (cf. Rm 5.3-4; Tg 1.2-4). Assim como os seres humanos usam o fogo para polir metais preciosos, Deus também faz uso das provações para distinguir a fé genuína da profissão de fé superficial e, simultaneamente, fortalecer a fé (Jó 23.10).
Se a fé que temos é genuína, ela resultará em glórias a Jesus quando ele for revelado. Pedro pode estar se referindo ao louvor, glória e honra que virão para Cristo no último dia, mas provavelmente ele tinha em mente a glorificação final dos cristãos (5.1,4) para que todos vejam, na sua segunda vinda (vs. 5; 4.13; 5.1; 1Co 4.3-5).
Os cristãos já desfrutam de muitas bênçãos de sua salvação, mas a posse total dela aguarda o retorno de Cristo (vs. 5).
Como ele ainda haverá de ser revelado em glória, no presente, mesmo não tendo visto, nós o amamos e apesar de não o vermos, cremos e exultamos com alegria indizível e gloriosa pois que estamos alcançando o alvo da nossa fé: a salvação de nossas almas. Alma aqui é usada para a pessoa como um todo; em 3.20 a mesma palavra grega “alma” é traduzida como "pessoas".
O alvo da nossa fé:  a salvação de nossas almas – vs. 9.
A maioria dos profetas no Antigo Testamento falou do tempo da misericórdia de Deus depois do exílio de Israel e Judá. Eles sabiam que Deus tinha prometido não somente a restauração graciosa de Israel, mas também a inclusão misericordiosa dos gentios entre o povo de Deus (p. ex., Is 2.2ss.; Is 65; Am 9.15ss.).
Os profetas não tinham conhecimento sobre esses acontecimentos em muitos detalhes, mas Pedro disse que eles almejavam saber mais.
O vs. 10 e 11 falam que os profetas que falaram da graça destinada a nós investigaram e examinaram as Escrituras procurando descobrir esse tempo e também as circunstâncias que apontava o Espírito de Cristo.
Os profetas do Antigo Testamento sabiam que a salvação viria, mas não precisamente quando ou como. Essa frase “pelo Espírito de Cristo” aparece somente aqui e em Rm 8.9 (cf. At 16.6-7; CI 4.6; Fp 1.19).
O Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo porque ele é enviado por Cristo (Jo 15.26) e porque, desde o tempo da ressurreição, Cristo e o Espírito operam como uma unidade ao aplicar a redenção aos cristãos (Rm 8.10; 1Co 15.45).
Naqueles profetas o Espírito de Cristo predizia os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos – vs. 11.
Os profetas disseram e escreveram muitas coisas sobre a salvação após o exílio de Israel, coisas que seriam entendidas profundamente somente pelas gerações futuras.
Os profetas desconheciam muitos dos detalhes sobre os estágios finais do reino de Deus. Aqueles que proclamavam o evangelho durante o período apostólico anunciavam como a salvação prometida pelos profetas havia chegado.
Àqueles profetas foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios, mas para nós, quando falaram das coisas que agora nos foram anunciadas por meio daqueles que nos pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado do céu; coisas que até os anjos anseiam observar
Quem prega a palavra de Deus para nós prega pelo Espírito Santo enviado do céu. Isso enfatiza a origem divina da mensagem do evangelho. O mesmo Espírito que inspirou os profetas estava guiando os mensageiros do evangelho.
Até mesmo os seres celestiais estão intensamente interessados na redenção final. O plano de Deus é tornado conhecido a eles por meio da igreja (Ef 3.8-10).
III. AS IMPLICAÇÕES DA SALVAÇÃO (1.13-3.12).
Pedro tratou de diversas implicações práticas da salvação em Cristo, focalizando especialmente na necessidade da santidade e nas interações piedosas entre os cristãos e com o mundo.
Estaremos vendo dos vs. 1.13 ao 3.12, essa certeza da salvação dos cristãos. Ao iniciar a epístola, Pedro encorajou seus leitores perseguidos com a descrição da certa e gloriosa salvação deles em Cristo.
Tendo descrito a gloriosa salvação que Cristo realizou em favor deles, Pedro voltou-se para as responsabilidades dadas a todos aqueles que seguem Cristo.
Sua discussão se divide em cinco partes: a necessidade da santidade pessoal (1.13-16), a importância da reverência (1.17-21), o amor entre os cristãos (1.22-2.3), viver como uns templo e sacerdócio (2.4-10) e uma variedade de relacionamentos sociais (2.11-3.12). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. A santidade pessoal (1.13-16) – veremos agora; B. O temor reverente (1.17-21) – veremos agora; C. O amor mútuo (1.22-2.3) – começaremos a ver agora; D. Um templo e o sacerdócio (2.4-10); E. Os relacionamentos sociais (2.11-3.12).
A. A santidade pessoal (1.13-16).
Deus deu, e dará, tanto para o seu povo em Cristo, que eles, por sua vez, devem buscar a santidade pessoal.
Em função do exposto, deveriam eles estarem com a mente preparada e prontos para a ação. Também que fossem sóbrios e colocassem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado (futuro!).
A mente preparada, literalmente significa "mantendo cingida a cintura de sua mente". A imagem é retirada da prática do Oriente Médio de reunir a longa túnica e prendê-la com cinto em preparação para a ação, deixando as pernas livres para se movimentarem com rapidez. A ênfase aqui é na preparação ativa para o esforço espiritual vigoroso e constante.
As realizações anteriores de Cristo em favor de seu povo são maravilhosas, mas o que está por vir é muito mais formidável. Quando Cristo retornar, ele trará a nossa recompensa final e a nossa herança: glória eterna nos novos céus e na nova terra.
É por isso que repetimos o trecho bíblico que diz para colocarmos, em função dessas coisas, toda a esperança na graça que nos será dada quando Jesus Cristo for revelado. Assim sendo, como filhos obedientes, não devemos nos deixar amoldar pelos maus desejos de outrora, quando vivíamos na ignorância. Estamos em guerra ou numa grande corrida com um grande prêmio à vista.
A iniciativa graciosa de Deus leva efetivamente as pessoas a uma nova vida de fé, obediência, esperança e santidade. Assim como é santo aquele que nos chamou, devemos ser santos também em tudo o que fizermos, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".
Do mesmo modo que Israel no Antigo Testamento foi separada por Deus das nações vizinhas para que fosse santa, assim também a igreja deve se apartar do pecado para o serviço de Deus (2.9; Lv 19.2).
O padrão de santidade dos cristãos, e a motivação para isso, não é nada menos do que a absoluta perfeição do próprio Deus (vs. 16; Mt 5.48; Ef 5.1).
B. O temor reverente (1.17-21).
Pedro incentivou os seus leitores a lembrar o quanto a escolha que eles haviam feito era séria ao relembrá-los do julgamento de Deus.
Embora os cristãos não serão condenados pelos seus pecados (2.24), eles serão julgados pelas suas obras conto cristãos e recompensados adequadamente (Rm 14.10-12; 1Co 3.12-15).
Além disso, Pedro também sabia que nem todos das igrejas a que ele se dirigia estavam exercitando a fé salvadora; ele os advertiu que poderiam ser condenados pelos seus pecados se não se arrependessem (Hb 10.26-29).
Se chamamos por Pai aquele que julga imparcialmente as obras de cada um, devemos nos portar com temor durante a nossa peregrinação (jornada terrena) – vs. 17.
Peregrinação é uma palavra grega diferente daquela utilizada no vs. 1 (traduzida como "forasteiros"). A palavra 'peregrinos" indica aqueles que vivem num lugar do qual não são cidadãos, realçando a condição de peregrinos dos cristãos neste mundo.
A única maneira de permanecer fiel a Cristo é se desprender do amor natural pelas coisas deste mundo (1Jo 2.15).
Assim, devemos nos portar com temor. Porque Deus é tanto Pai quanto juiz, os cristãos devem se aproximar dele com humildade e respeito (SI 34.11; At 9.31).
Devemos ter em mente, sempre, que não foi por coisas perecíveis que fomos resgatados de nossa maneira vazia de proceder. Fomos libertos da escravidão do pecado mediante o pagamento de um preço (Rm 8.2-3; 1Co 7.23; Cl 3.13; Ef 1.7). O preço da redenção é o sangue de Cristo (vs. 19).
Essa maneira vazia de proceder aplicada àqueles a quem ele dirigiu primeiramente a palavra se refere ao fútil procedimento deles. A "futilidade" ou "inutilidade" da adoração do pagão é um tema frequente dos escritores bíblicos (Jr 2.5; At 14.15).
Embora no Novo Testamento haja condenações das tradições judaicas que acrescentavam às exigências da lei no Antigo Testamento (Mc 7.8-13; Fp 3.3-71, Pedro aqui parece ter tido como objetivo o paganismo gentio (1.14; 4.3).
Se não foi por coisas perecíveis que fomos resgatados de nossa maneira vazia de proceder, como isso se deu, então? A resposta está no vs. 19. Foi pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de nós – vs. 19,20.
A imagem é do sistema sacrifical do Antigo Testamento, com referência especial à Páscoa dos judeus (Êx 12.5; Lv 3.6-7; Is 53.7; Jo 1.29). Para que fosse aceitável, um sacrifício tinha que ser livre de qualquer defeito (Lv 22.20-25). A vida sem pecado de Cristo o qualificou para morrer pelos pecados dos outros (Hb 7.26-27).
Cristo foi escolhido como Redentor dos eleitos na eternidade (Jo 17.24; Ap 13.8), mas revelado nestes últimos tempos em nosso favor. Os últimos tempos inclui todo o período entre a primeira e a segunda vindas de Cristo (At 2.17; Hb 1.2). A BEG recomenda leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7.
É, portanto, por meio dele (Jesus Cristo) que nós cremos em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que nossa fé e nossa esperança estejam em Deus – vs. 21. Como mediador entre Deus e o homem, Cristo forneceu o único acesso a Deus (Jo 14.6). Em Cristo, o Pai é revelado (Jo 1.18). A morte redentora de Cristo abriu o caminho de acesso a Deus (3.18).
C. O amor mútuo (1.22-2.3).
Dos vs. 1.22 ao 2.3, Pedro falará desse amor mútuo. Tendo sido purificado pela fé em Cristo, os leitores de Pedro precisavam manifestar a fé salvadora por meio do serviço e do amor mútuos.
O verdadeiro e permanente amor dos cristãos uns pelos outros (vs. 22) é possível somente porque o amor de Deus foi primeiro revelado a eles ao regenerá-los em Cristo (Jo 13.35; I Jo 4.10-12).
Os cristãos devem demonstrar a mesma maneira de amar uns aos outros que Deus e Cristo demonstram pelos cristãos e um pelo outro. Não é um simples comportamento exterior, mas um sentimento ardente e sincero, um comprometimento que é demonstrado em ações amorosas.
Agora que estamos purificados pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, devemos nos amar sinceramente uns aos outros e de todo o coração – vs. 22. Isso porque fomos regenerados, mas não de uma semente perecível, pelo contrário, imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente – vs. 23. Esse versículo compara e contrasta a reprodução humana com o poder vivificador da palavra de Deus (cf. Jo 1.12-13) a qual vive e é permanente. A palavra de Deus no evangelho não se extingue, e nem a salvação que ela traz.
O amor sincero do cristão é possível porque os cristãos não pertencem mais ao mundo de ódio e discórdia, mas ao novo mundo de amor e união.
Pedro, no vs. 24-25, se referiu a Is 40.6-8, uma profecia que compara a vida humana comum e passageira com a promessa de restauração após o exílio. Essa promessa ou palavra de Deus é eterna, e a nova criação que ela prediz nunca passará.
Essa, diz Pedro, foi a palavra que em nós foi evangelizada, anunciada, implantada. Pedro identificou a mensagem do evangelho cristão com a profética palavra que promete a salvação final após o exílio. O evangelho anuncia as boas-novas de que o reino prometido chegou (Is 52.7).
I Pe 1:1 Pedro,
apóstolo de Jesus Cristo,
aos eleitos que são forasteiros da Dispersão
no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia,I
Pe 1:2 eleitos,
segundo a presciência de Deus Pai,
em santificação do Espírito,
para a obediência
e a aspersão do sangue de Jesus Cristo,
graça e paz vos sejam multiplicadas.
I Pe 1:3 Bendito o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia,
nos regenerou para uma viva esperança,
mediante a ressurreição
de Jesus Cristo dentre os mortos,
I Pe 1:4 para uma herança incorruptível,
sem mácula,
imarcescível,
reservada nos céus para vós outros
I Pe 1:5 que sois guardados
pelo poder de Deus,
mediante a fé,
para a salvação preparada para
revelar-se
no último tempo.
I Pe 1:6 Nisso exultais, embora,
no presente,
por breve tempo,
se necessário, sejais contristados
por várias provações,
I Pe 1:7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé,
muito mais preciosa do que o ouro perecível,
mesmo apurado por fogo, redunde
em louvor,
glória
e honra
na revelação de Jesus Cristo;
I Pe 1:8 a quem, não havendo visto,
amais;
no qual, não vendo agora, mas crendo,
exultais com alegria indizível
e cheia de glória,
I Pe 1:9 obtendo o fim da vossa fé:
a salvação da vossa alma.
I Pe 1:10 Foi a respeito desta salvação
que os profetas indagaram
e inquiriram,
os quais profetizaram acerca da graça
a vós outros destinada,
I Pe 1:11 investigando, atentamente,
qual a ocasião
ou quais as circunstâncias oportunas,
indicadas pelo Espírito de Cristo,
que neles estava, ao dar de antemão testemunho
sobre os sofrimentos referentes a Cristo
e sobre as glórias que os seguiriam.
I Pe 1:12 A eles foi revelado que,
não para si mesmos, mas para vós outros,
ministravam as coisas que, agora,
vos foram anunciadas por aqueles que,
pelo Espírito Santo enviado do céu,
vos pregaram o evangelho,
coisas essas que anjos
anelam perscrutar.
I Pe 1:13 Por isso, cingindo o vosso entendimento,
sede sóbrios
e esperai inteiramente na graça
que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.
I Pe 1:14 Como filhos da obediência,
não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente
na vossa ignorância;
I Pe 1:15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou,
tornai-vos santos também vós mesmos
em todo o vosso procedimento,
I Pe 1:16 porque escrito está:
Sede santos, porque eu sou santo.
I Pe 1:17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas,
julga segundo as obras de cada um,
portai-vos com temor durante
o tempo da vossa peregrinação,
I Pe 1:18 sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis,
como prata ou ouro, que fostes resgatados
do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,
I Pe 1:19 mas pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito
e sem mácula,
o sangue de Cristo,
I Pe 1:20 conhecido, com efeito,
antes da fundação do mundo,
porém manifestado no fim dos tempos,
por amor de vós
I Pe 1:21 que, por meio dele,
tendes fé em Deus,
o qual o ressuscitou dentre os mortos
e lhe deu glória,
de sorte que
a vossa fé
e esperança estejam em Deus.
I Pe 1:22 Tendo purificado a vossa alma,
pela vossa obediência à verdade,
tendo em vista o amor fraternal não fingido,
amai-vos, de coração,
uns aos outros ardentemente,
I Pe 1:23 pois fostes regenerados
não de semente corruptível,
mas de incorruptível,
mediante a palavra de Deus,
a qual vive e é permanente.
I Pe 1:24 Pois toda carne é como a erva,
e toda a sua glória,
como a flor da erva;
seca-se a erva,
e cai a sua flor;
I Pe 1:25 a palavra do Senhor,
porém, permanece eternamente.
Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.
Voltemos a colocação que abriu I Pedro: qual foi a palavra em nós evangelizada a qual permanece para sempre?
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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