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sábado, 12 de março de 2016

Tiago 4 1-18 - POR QUE ÀS VEZES ORAMOS E NÃO RECEBEMOS?

Como falamos, Tiago foi escrito com o objetivo de ensinar a sabedoria de Deus para podermos perseverar em meio às dificuldades até o retorno de Cristo. Ela, provavelmente, foi escrita entre 44-62 d.C. Estamos vendo o capítulo 4/5.
Breve síntese do capítulo 4.
Há tantas coisas que militam em nossa carne querendo nossa atenção. É a cobiça, a inveja, os prazeres, a amizade do mundo...
Ser amigo do mundo significa aqui em Tiago desprezar a Deus porque ele está falando do sistema que há no mundo e não do mundo criado e bendito de Deus. No mundo quem governa e quem está no trono de nossa vida recebendo adoração é o nosso ego e não o nosso Deus.
Quando está sentado no trono da minha vida o meu “eu”, então a minha motivação não é Deus, nem sua lei, nem meu próximo, mas tão-somente meus desejos. Quando eu peço algo a Deus apresentando-me diante de Deus com meu ego entronizado, eu não receberei nada que tenha pedido.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS DISPUTAS (3.13-5.11) - continuação.
Estamos vendo, como dissemos, dos vs. 3.13 ao 5.11, a sabedoria e seus efeitos nas disputas. Tiago retornou explicitamente ao tema da sabedoria. Elas formaram a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) – concluiremos agora; B. Maledicência (4.11-12) – veremos agora; C. Advertências contra a presunção (4.13-17) – veremos agora; D. Advertências aos ricos (5.1-6); e, E. Paciência (5.7-11).
A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) - continuação.
Como falamos, dos vs. 3.13 ao 4.10, estaremos distinguindo a sabedoria proveniente de Deus. Há dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra do mundo. Tiago informou a seus leitores sobre como distinguir uma da outra.
De onde vem o que é mal em nossos corações que nos motivam às práticas erradas? Os maus desejos são as causas das divisões entre os santos. Aqui a inveja está ainda sendo considerada, como um desejo perverso destrutivo. A língua pode ser um instrumento do mal nas discussões, mas os maus desejos encontram-se na fonte.
É a cobiça que desperta em nós os desejos de termos as coisas e ela nos leva até à morte e à inveja para consegui-las, por isso vivemos lutando e em guerras e nada temos, simplesmente porque não pedimos.
A inveja é um pecado contra Deus. Ela procede da falta de confiança de apresentarmos as nossas necessidades a Deus. Tiago não está prometendo aqui que se nós simplesmente orarmos, todos os nossos desejos serão satisfeitos.
Orar pelo que necessitamos e desejamos demonstra sabedoria, mas a oração é muitas vezes o meio pelo qual Deus modela os nossos desejos para que eles se conformem aos desejos dele.
Quando deixamos de nos aproximar de Deus em oração a respeito das nossas necessidades, somos propensos a recorrer à ganância e aos esforços mundanos.
Deus recusa-se a responder aos pedidos que procedem dos maus desejos. Orar pelos motivos errados é orar sem fé (Rm 14.23; Hb 11.6). Por isso que pedimos e não recebemos, pois estamos pedindo por motivos errados, para nos gastarmos em nossos prazeres.
Tiago os chama de adúlteros ou de infiéis - trata-se de infidelidade espiritual – aqueles que tem amizade com o mundo e com Deus ao mesmo tempo.
Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Aqui, ele pode estar se referindo especialmente a Dt 6.15 ou, mais geralmente, à Escritura num sentido amplo (p. ex., Êx 20.3,5; 34.14; Dt 32.21; Js 24.19; Na 1.2).
Em seguida – vs. 5 – ele explica que o Espírito Santo que Deus fez habitar em nós, por Cristo, tem fortes ciúmes. O Espírito de Deus habita nos cristãos, e por essa razão os cristãos estão ligados a Deus na mais profunda intimidade. Portanto, Deus não irá tolerar uma fidelidade que esteja divida entre ele e o mundo. Simplesmente, não dá para agradar ambos: a Deus e ao mundo. Então, ele nos enche de graça e graça maior, como está escrito: "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes" – vs. 6.
Em função do exposto, ele nos exorta primeiro a submetermo-nos a Deus e depois, sim, resistirmos ao diabo.
Tiago empregou a linguagem de adoração do Antigo Testamento para descrever como os cristãos podem obter sabedoria divina e evitar brigas e invejas ao submeter-se a Deus em fé e arrependimento, colocar-se ao lado de Deus e negar-se a obedecer a Satanás.
Tiago também ofereceu a certeza do perdão àqueles que honestamente buscam por ele (cf. Zc 1.3; MI 3.7).
Satanás não tem o mesmo poder ou autoridade que Deus. Embora Satanás continue poderoso, ele não é invencível. Os cristãos devem resistir ao diabo confiando que Deus irá protegê-los.
Quando Deus se aproxima dos cristãos, o diabo foge. Primeiro, devemos nos submeter a Deus e depois disso, sim, resistirmos ao diabo e a consequência certa é a sua fuga, ou seja, ele fugirá de nós – vs. 7.
Os vs. de 8 a 10 são muito interessantes. Ao nos aproximarmos de Deus, ato contínuo, Deus se aproximará de nós! E como é que eu me aproximo dele, se não pelo seu Espírito que está já me conduzindo a ele? O que entendo disso é que quando estou indo a ele, na verdade mesmo, é ele me atraindo com muita força. O melhor a fazer é não resistir, mas aproveitar e ir mesmo.
Como Tiago continua a nos exortar, devemos nessa ida, limpar as mãos, e nós, que temos a mente dividida, devemos purificar o coração. Como? O arrependimento verdadeiro inclui atos que demonstrem contrição, como afligir-se, lamentar e chorar; entristecer-se, lamentar e chorar, trocar o riso por lamento e a alegria por tristeza, humilhando-se diante do Senhor, pois ele, ao seu tempo, nos exaltará.
B. Maledicência (4.11-12).
Em seu raciocínio, Tiago fez uma pausa – vs. 11 e 12 - para focalizar sobre o problema particular dos cristãos briguentos e invejosos.
Num sentido rigoroso, a maledicência é relatar falsidades a respeito de outra pessoa com o propósito de destruir-lhe a reputação.
A maledicência geralmente procede da inveja e sempre reflete a obra de Satanás. Caluniar um companheiro crente destrói o companheirismo cristão e infringe a verdadeira lei do amor (2.8-9), por isso não devemos falar mal uns dos outros.
E, afinal, quem somos nós que julgamos o próximo? Nesse contexto, a palavra "julgamos" indica condenação caluniosa (vs. 11). É apropriado que os cristãos discirnam entre o bem e o mal, até mesmo entre os seus amigos cristãos (p. ex. 1Co 5.12).
C. Advertências contra a presunção (4.13-17).
Dos vs. 13 ao 17, ele faz advertência contra a presunção. O pecado da presunção (pensar muito de si mesmo) está estreitamente relacionado com o pecado da difamação. A sabedoria proveniente de Deus é humilde, e não orgulhosa.
Tiago repreendeu aqueles que estavam desconsiderando de modo arrogante a soberania divina ao viver a vida e fazer planos para o futuro sem levar em consideração a providência de Deus.
A palavra "se" – vs. 15 - refere-se aos acontecimentos futuros que são condicionais ou desconhecidos. Tiago identifica a consideração principal em todos os planos futuros como o reconhecimento de que o controle da nossa vida está nas mãos de Deus. Essa passagem levou ao uso comum da frase "se Deus quiser" entre os cristãos (At 18.21; 1Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).
Gloriar-se de maneira arrogante a respeito das próprias habilidades e conquistas é pecado porque isso demonstra falha em reconhecer o papel de Deus nas nossas realizações. O cristão deve gloriar-se somente no Senhor (2Co 11.30; 12.5,9). É por essa razão que ele fala no vs. 16 que toda vanglória como essa de se vangloriar nas nossas pretensões, é maligna.
Por fim, ele nos submente um princípio - quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado – vs. 17. Esse princípio é amplamente aplicável a todas as áreas da vida. Nesse contexto, Tiago o aplicou a todos aqueles que se recusam a aceitar seus ensinamentos quanto a essas questões ou a modificar o seu comportamento como foi instruído.
Tg 4:1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde,
                senão dos prazeres que militam na vossa carne?
                               Tg 4:2 Cobiçais e nada tendes;
                               matais, e invejais,
e nada podeis obter;
                               viveis a lutar       
e a fazer guerras.
                               Nada tendes, porque não pedis;
Tg 4:3 pedis e não recebeis,
                                               porque pedis mal,
                                                              para esbanjardes em vossos prazeres.
Tg 4:4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo
                é inimiga de Deus?
                               Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo
                                               constitui-se inimigo de Deus.
Tg 4:5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura:
                É com ciúme que por nós anseia o Espírito,
                               que ele fez habitar em nós?
Tg 4:6 Antes, ele dá maior graça;
                pelo que diz:
                               Deus resiste aos soberbos,
                                               mas dá graça aos humildes.
Tg 4:7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus;
                mas resisti ao diabo,
                               e ele fugirá de vós.
Tg 4:8 Chegai-vos a Deus,
                e ele se chegará a vós outros.
Purificai as mãos, pecadores;
                e vós que sois de ânimo dobre,
                               limpai o coração.
Tg 4:9 Afligi-vos, lamentai e chorai.
Converta-se o vosso riso em pranto,
                e a vossa alegria, em tristeza.
Tg 4:10 Humilhai-vos na presença do Senhor,
                e ele vos exaltará.
Tg 4:11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros.
                Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão
                               fala mal da lei e julga a lei;
ora, se julgas a lei,
                não és observador da lei,
                               mas juiz.
Tg 4:12 Um só é Legislador e Juiz,
                aquele que pode salvar e fazer perecer;
tu, porém, quem és,
                que julgas o próximo?
Tg 4:13 Atendei, agora, vós que dizeis:
                Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal,
                e lá passaremos um ano,
                e negociaremos,
                e teremos lucros.
                               Tg 4:14 Vós não sabeis o que sucederá amanhã.
Que é a vossa vida?
                Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.
Tg 4:15 Em vez disso, devíeis dizer:
                Se o Senhor quiser,
                               não só viveremos,
                                               como também faremos isto ou aquilo.
Tg 4:16 Agora, entretanto,
                vos jactais das vossas arrogantes pretensões.
                               Toda jactância semelhante a essa
                                               é maligna.
Tg 4:17 Portanto,
                aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz
                               nisso está pecando.
Entre os versos 7 a 10, Tiago lança-lhes verbos no imperativo, como:
ü  Sujeitar-se a Deus resistindo ao diabo que fugirá de nós.
ü  Chegar-se a Deus para que ele se achegue até nós.
ü  Purificar as mãos.
ü  Limpar o coração para os que são de ânimo dobre.
ü  Afligir, lamentar e chorar.
ü  Converter risos e alegrias em prantos e choros.
ü  Humilhar-se na presença do Senhor.
Há muito no que meditar nessas palavras de Tg 4:7-10. Por exemplo, como Deus se achegará até nós? Não é isso o que queremos? Ele se achegará até nós quando nos achegarmos até ele! E como é que nos achegaremos a ele? Dando ouvidos à sua voz que está nos chamando.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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sexta-feira, 11 de março de 2016

Tiago 3 1-18 - PARE DE QUEIXAR-SE! NÃO FAÇA MAU USO DA LÍNGUA!

Como falamos, Tiago foi escrito com o objetivo de ensinar a sabedoria de Deus para podermos perseverar em meio às dificuldades até o retorno de Cristo. Ela, provavelmente, foi escrita entre 44-62 d.C. Estamos vendo o capítulo 3/5.
Breve síntese do capítulo 3.
Tiago, inspiradíssimo, poeta do Senhor, fala da língua com maestria e deixa o recado pelo Espírito Santo de Deus aos nossos corações. Como será que está a nossa língua e o uso que fazemos dela diante do Senhor que nos deu este instrumento valioso capaz de colocar “navios” na direção certa?
Uma de nossas malditas especialidades é a queixa e as murmurações diante do Senhor. “Nossas orações algumas vezes parecem cópia dessa palavra de Elias: queixas e lamentos diante do Senhor. Precisamos orar para agradecer e louvar, para engrandecer e glorificar, para interceder e suplicar... sem queixas, sem lamentos, porque o Senhor tem o melhor para nós. Assim devemos lançar sobre ele a nossa ansiedade, certos de que ele cuida de nós; só assim, podemos prosseguir dentro do plano que o Senhor tem para nós.[1]
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS PROVAÇÕES (1.2-3.12) - continuação.
Estamos vendo de 1.2 a 3.12 a sabedoria e seus efeitos nas provações. Tiago passou imediatamente para a sua preocupação central: a sabedoria divina em meio às provações e aos sofrimentos.
Estamos seguindo a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Pedindo a Deus por sabedoria (1.2-18) – já vimos; B. Ouvir e fazer (1.19-27) – já vimos; C. Favorecendo o rico (2.1-13) – já vimos; D. Fé e obediência (2.14-26) – já vimos; e, E. O controle da língua (3.1-12) – veremos agora.
E. O controle da língua (3.1-12).
Tiago forneceu ainda outra visão da maneira com que a sabedoria age nas provações e nos conflitos que testam a nossa fé. Ele apontou para a importância de controlar a nossa língua na comunidade cristã.
Ele começa o capítulo desestimulando aqueles que querem se tornar mestres; essa é uma sensata advertência com relação à responsabilidade dos mestres. Os mestres têm tanto a habilidade como a responsabilidade de estudar e conhecer a verdade. Como resultado, Deus os considera responsáveis de acordo com um padrão mais elevado (cf. Lc 12.47-48).
Os mestres também exercem unia influência sobre os alunos confiantes, um relacionamento que torna os alunos vulneráveis a sérios erros da parte dos seus mestres.
Esse julgamento mais severo deveria reprimir os mestres de dizer palavras incorretas ou descuidadas. A igreja antiga dava grande valor aos mestres (Mt 5.19; 18.6).
Ainda assim, Tiago rapidamente ampliou a sua perspectiva além deles para incluir todos os cristãos.
O fato é que mestres e não-mestres, todos tropeçamos. Tiago ainda estava falando principalmente dos mestres, indicando que ensinar algum erro é inevitável.
Assim, o rigoroso julgamento contra o pecado inevitável deveria dissuadir energicamente muitos de se tornarem mestres. Tiago usou esse ponto para prosseguir falando a respeito de ensinamentos que são universalmente aplicáveis ao uso da língua.
Dos vs. 3 ao 5, Tiago fez uso de metáforas da experiência comum para ilustrar o seu argumento principal de que grandes resultados podem ser alcançados por simples ações.
A língua é a menor parte do corpo, mas ela é capaz de criar tanto enormes desastres como fornecer orientações que elevam a vida.
Uma língua desenfreada é como um fogo que devasta sem controle (SI 120.3-4; Pv 16.27). Essa imagem realça o inacreditável prejuízo que pode ser feito com palavras - não somente àqueles aos quais as palavras são direcionadas, mas também aos outros em seu caminho e àqueles que as pronunciaram.
Como as palavras perversas podem causar muito (frequentemente imprevisível) prejuízo, os cristãos especialmente devem ser muito cuidadosos com o que dizem.
O mau uso das palavras (incluindo blasfêmia, fofoca, calúnia, mentiras, falso juramento e assim por diante) tem o poder de destruir, manchar ou corromper todo o caráter de uma pessoa.
O fato de que ela é posta ela mesma em chamas pelo inferno – vs. 6 -, trata-se de uma afirmação exagerada que indique a gravidade dos resultados das palavras perversas, ou uma indicação de que os próprios demônios tentam os cristãos a usar palavras destrutivas.
No vs. 7 quando ele afirma que todas as espécies de animais, aves, répteis e criaturas do mar tem sido domada, Tiago não tinha em vista a domesticação, mas a sujeição que a humanidade exerce sobre o reino animal (Gn 1.28).
No entanto, apesar disso, a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar. A língua é mais difícil de domar do que os animais selvagens, ou seja, o pecado verbal está entre os mais difíceis de serem resistidos, pois que a língua está carregada de veneno mortífero.
A língua é mais cheia de veneno peçonhento do que uma víbora (SI 58.4; 140.3; Rm 3.13-14). Nessa metáfora, Tiago talvez estivesse fazendo referência à serpente no jardim do Éden: suas palavras aparentemente inocentes trouxeram a destruição sobre toda a raça humana (Gn 3).
Embora os pecados verbais sejam fáceis de serem cometidos, eles podem provocar terríveis destruições.
Nos vs. 9 ao falar das bênçãos e maldições, Tiago estava aplicando seus princípios aos relacionamentos humanos. Sua principal preocupação a respeito do controle da língua era que os cristãos deveriam perceber que amaldiçoar a imagem e semelhança de Deus equivale a amaldiçoar o próprio Deus.
Além disso, é totalmente inaceitável que alguém faça declarações piedosas enquanto ignora ou maltrata os outros, especialmente aqueles que são fracos e desamparados.
A consideração apropriada pelas pessoas como portadoras da imagem de Deus nos motivará a falar com elas com a dignidade e a honra que Deus concedeu a elas (veja 1Jo 3.17; 4.8). Veja também o excelente artigo teológico da BEG: "Criados à imagem de Deus", em Gn 1.
Sobre essa imagem e semelhança, podemos ainda nos valer do sermão A ORIGEM DA FAMÍLIA[2] (Pr. Daniel Deusdete), a seguir copiado.
“Adão no hebraico é הָֽאָדָ֗ (Adam) que no original está conectado a duas palavras hebraicas que significam “sangue” (dam) e “solo” ou “terra” (adamah) – essas duas palavras nos remetem à humanidade. Sangue + solo = humanidade. Para se tornar alma vivente, Deus teve de soprar em suas narinas aquilo que é a sua essência, o seu Espírito. Deus jogou para dentro dele aquilo que era a sua própria essência, o seu Espírito.
Em Gn 2.7, nós lemos que o Senhor Deus:
ü  Formou o homem do pó da terra.
ü  Soprou em suas narinas o fôlego de vida.
ü  O homem se tornou um ser vivente.
Assim, Adão não é simplesmente formado a partir da “terra” (adamah), mas a partir de עָפָר֙ (afar) da terra, ou do pó (pó, cinzas ou restos) da terra.
E agora Deus ao criar o homem, o faz à sua imagem (tzelem) e à sua semelhança (demut). Quando Deus disse que iria criar o homem à sua imagem e à sua semelhança ele estava já executando seu plano eterno desde quando nem tempo havia.
A criação do homem por causa da imagem e da semelhança de Deus é algo especial e único no universo. O homem foi a última coisa a ser criada por Deus. E nada da criação se compara ao homem.
Pois a ninguém disse o que disse Deus ao homem quando o criou, nem em criatura alguma criada ele soprou em suas narinas para que se tornasse alma vivente. Deus teve de soprar algo de si mesmo ao homem para torná-lo alma vivente.
Deus soprou nele aquilo que é a sua essência, o seu espírito. Deus jogou para dentro dele aquilo que era a sua essência, seu Espírito.
O homem não foi criado por causa do mundo, mas o mundo foi criado por causa da família!
Calvino fala sobre a imagem e a semelhança como termos sinônimos que não representam características físicas do Criador porque Deus é espírito e não tem aparência física, nem características suas de domínio, mas representam:
·         Retidão e verdadeira santidade
·         Imortalidade
·         Inteligência, razão e afeição.
A Bíblia de Estudo de Genebra fala que a imagem e a semelhança representa aspectos pessoais, criativos, racionais e morais pertencentes a Deus e comunicados aos homens na sua criação. Deus tem atributos que não são comunicáveis como a onipotência, onisciência, onipresença, mas compartilha com o homem de sua imagem e semelhança quanto aos seus atributos comunicáveis como a verdade, a justiça, o amor, a bondade.
Mesmo o homem caído por causa do pecado do primeiro Adão guarda a imagem e a semelhança de Deus por causa dos seus atributos comunicáveis. Certamente que maculada ou deturpada, mas ele a carrega.
No hebraico temos uma construção literária chamada de paralelismo onde a segunda linha (neste caso a palavra “imagem” e “semelhança”) está dizendo basicamente a mesma coisa que a primeira, ampliando assim o significado do primeiro conceito. É o que se chama também de expansão. Por exemplo, eu digo “a” e depois “aa”, o primeiro significado é o de “a” e o segundo é, no mínimo, o dobro do primeiro.
  • (Tzelem) está ligado com a ideia de uma "sombra".
  • (Tzel), uma imagem imperfeita que se assemelha ao que a projeta. Apesar de imperfeita, essa sombra/imagem guarda conexão com aquilo que a projeta.
  • (Dmut) é paralela à (tzelem) e são conectadas com as ideias, "semelhança" e "imaginação".
Tanto "imagem" e "semelhança" usam diferentes prefixos, “bet” (para) e “caf” (como/de acordo com), mas isso é normal no Hebraico e não há um significado peculiar nessa construção.
Cada ser humano que anda por ai, mesmo os ímpios foram criados por Deus e portanto levam de alguma forma a imagem e a semelhança de Deus neles. Destruí-los é afrontar a Deus porque ali está a sua imagem e a sua semelhança.
Vejamos um pequeno trecho de João Calvino falando disso e reforçando em nós o conceito do perdão que Jesus nos ensinou:
“Seja quem for que se apresente a nós como necessitado do nosso auxílio,
não há o que justifique que nos neguemos a servi-lo.
Se dissermos que é um estranho,
o Senhor imprimiu nele uma marca
que deveríamos reconhecer facilmente. 
Se alegarmos que é desprezível e de nenhum valor,
o Senhor nos contestará,
relembrando-nos que o honrou criando-o à Sua imagem.
Se dissermos que não há nada que nos ligue a ele,
o Senhor nos dirá que se coloca no lugar dele
para que reconheçamos nele os benefícios
que Ele nos tem feito.
Se dissermos que ele não é digno de que demos sequer um passo para ajudá-lo,
a imagem de Deus,
que devemos contemplar nele,
é digna de que por ela nos arrisquemos,
com tudo o que temos.
Mesmo que tal homem,
além de não merecer nada de nós
também nos fez muitas injúrias ultrajantes,
ainda assim
isso não é causa suficiente para que deixemos de
amá-lo, agradá-lo e servi-lo.
Porque, se dissermos que ele não merece nada disso de nós,
Deus nos poderá perguntar que é que merecemos dele.
E quando Ele nos ordena
que perdoemos aos homens as ofensas
que nos fizeram ou fizerem,
é como se o fizéssemos a Ele.
 (Mt 6.14,15; 18.35; Lc 17.3)”. (João Calvino).”
Com relação aos vs. 11 e 12, observe a semelhança aqui entre as metáforas de Tiago e as usadas por Jesus em Mt 7.16. Usar a língua para pecar é incompatível com o caráter do cristão e a identidade em Cristo.
III. A SABEDORIA E SEUS EFEITOS NAS DISPUTAS (3.13-5.11).
Num segundo momento, Tiago explicou como a sabedoria divina era necessária para as provações que os seus leitores estavam enfrentando, especialmente a provação dos conflitos entre os cristãos.
A sabedoria proveniente de Deus é humilde, mas a sabedoria terrena é orgulhosa e invejosa. Os cristãos devem evitar falar mal uns dos os outros porque somente Deus é nosso juiz.
Os cristãos devem evitar também o orgulho perante Deus, sabendo que ele controla a nossa vida. O rico que oprime o pobre arrisca-se a receber o eterno castigo de Deus. A paciência é necessária para todos nós porque iremos receber a nossa recompensa quando Cristo retornar.
Veremos, pois, dos vs. 3.13 ao 5.11, a sabedoria e seus efeitos nas disputas. Tiago retornou explicitamente ao tema da sabedoria.
Seus interesses aqui são semelhantes àqueles expressados na primeira metade da sua epístola, mas agora ele focaliza mais na sabedoria manifestada no contexto do conflito.
Sua discussão se divide em cinco partes: humildade e paz como sinais distintivos da sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10), a impropriedade da maledicência (4.11-12), a arrogância (4.13-17), advertências aos os cristãos ricos (5.1-6) e a importância da paciência (5.7-11). Elas formarão a nossa seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10) – começaremos a ver agora; B. Maledicência (4.11-12); C. Advertências contra a presunção (4.13-17); D. Advertências aos ricos (5.1-6); e, E. Paciência (5.7-11).
A. Distinguindo a sabedoria proveniente de Deus (3.13-4.10).
Dos vs. 3.13 ao 4.10, estaremos distinguindo a sabedoria proveniente de Deus. Há dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra do mundo. Tiago informou a seus leitores sobre como distinguir uma da outra.
Assim como Tiago exorta os cristãos a demonstrar a fé por meio das obras, ele também insiste que a sabedoria seja demonstrada mediante uma vida piedosa.
Um sinal de sabedoria é um espírito manso e humilde. Como a arrogância e a insensatez andam juntas, assim também é com a humildade e a sabedoria.
De maneira realista, a sabedoria dá valor à vida e promove a humildade na pessoa sábia. Conquanto até mesmo o exemplo de Jesus demonstre que a passividade recatada nem é sempre apropriada (Jo 2.15-16), as pessoas sábias possuem suficiente conhecimento sobre si mesmas e sobre o mundo no qual vivem para servir a Deus com um espírito de humildade e mansidão.
Abrigar no coração inveja amargurada e sentimento faccioso – vs. 14 – é um péssimo sinal. A inveja e a cobiça envenenam o espírito. Elas estão ligadas à ambição egocêntrica e egoísta. Essas imperfeições surgem da insensatez. Elas são contrárias ao verdadeiro entendimento e ao amor ao próximo.
Aqui – vs. 15 - a verdadeira sabedoria é colocada em nítido contraste com a "sabedoria" deste mundo a qual é terrena, animal e demoníaca. A sabedoria da carne reflete o engano de Satanás e é loucura aos olhos de Deus (veja 1Co 1.19-21).
E onde há inveja e ambição egoísta, haverá confusão e toda espécie de coisas ruins. A inveja e o egoísmo resultam da falta de sabedoria divina. Essa insensatez leva a diferentes tipos de pecados prejudiciais.
No entanto – vs. 17 -, a sabedoria verdadeira vem lá do alto. A sabedoria que é um dom de Deus reflete a pureza do próprio Deus. Novamente a sabedoria é ligada à piedade, uma vez que o próprio Deus é a fonte e o manancial da verdadeira sabedoria a qual é pura; depois pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera – vs. 17.
Assim, ela está livre de qualquer atitude belicosa; é atenciosa e gentil com os sentimentos das outras pessoas; é tratável, isto é, disposta a ouvir e a submeter-se à opinião dos outros quando apropriado; é plena de misericórdia - não avarenta quanto a mostrar misericórdia, mas suficientemente consciente de sua própria necessidade por misericórdia para ser misericordiosa com os outros; é imparcial, sem fingimento; é justa e livre de fraude ou de engano.  
O fruto colhido pelo plantio da sabedoria – vs. 18 - é uma abundante safra de retidão, tanto em si mesmo como naqueles que foram afetados positivamente por atitudes e ações da pessoa.
Tg 3:1 Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres,
                sabendo que havemos de receber maior juízo.
Tg 3:2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas.
Se alguém não tropeça no falar,
                é perfeito varão,
                capaz de refrear também todo o corpo.
Tg 3:3 Ora, se pomos freio na boca dos cavalos,
                para nos obedecerem,
                               também lhes dirigimos o corpo inteiro.
Tg 3:4 Observai, igualmente,
                os navios que,
                               sendo tão grandes e batidos de rijos ventos,
                                               por um pequeníssimo leme são dirigidos
                                                               para onde queira o impulso do timoneiro.
Tg 3:5 Assim, também a língua,
                pequeno órgão,
                               se gaba de grandes coisas.
Vede como uma fagulha
                põe em brasas tão grande selva!
Tg 3:6 Ora, a língua
                é fogo;
                é mundo de iniquidade;
a língua está situada entre os membros de nosso corpo,
e contamina o corpo inteiro,
e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana,
                como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno.
Tg 3:7 Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos
                se doma e tem sido domada pelo gênero humano;
Tg 3:8 a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar;
                é mal incontido,
                carregado de veneno mortífero.
Tg 3:9 Com ela,
                bendizemos ao Senhor e Pai;
                também, com ela, amaldiçoamos os homens,
                               feitos à semelhança de Deus.
Tg 3:10 De uma só boca procede
                bênção e maldição.
Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim.
Tg 3:11 Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar
                o que é doce e o que é amargoso?
Tg 3:12 Acaso, meus irmãos,
                pode a figueira produzir azeitonas
                ou a videira, figos?
                Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce.
Tg 3:13 Quem entre vós é sábio e inteligente?
                Mostre em mansidão de sabedoria,
                               mediante condigno proceder,
                                               as suas obras.
Tg 3:14 Se, pelo contrário, tendes em vosso coração
                inveja amargurada
                e sentimento faccioso,
                               nem vos glorieis disso,
                               nem mintais contra a verdade.
Tg 3:15 Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes,
                é terrena,
                animal
                e demoníaca.
Tg 3:16 Pois, onde há inveja e sentimento faccioso,
                aí há confusão e toda espécie de coisas ruins.
Tg 3:17 A sabedoria, porém, lá do alto
                é, primeiramente, pura;
                depois, pacífica,
                indulgente,
                tratável,
                plena de misericórdia e de bons frutos,
                imparcial,
                sem fingimento.
Tg 3:18 Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça,
                para os que promovem a paz.
Permitam-me uma singela oração. Obrigado Senhor pela língua que me deste para louvá-lo, engrandecer-te, cantar-te louvores e adorá-lo. Perdoe-me o uso insensato que as vezes faço para queixas e lamentos como se o Senhor não cuidasse de mim. Estou envergonhado... perdoe-me!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 


[1] Moraes, Jilton. HOMILÉTICA – do púlpito ao ouvinte. Pg. 204. Ed. Vida Acadêmica.
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quinta-feira, 10 de março de 2016

Vamos Orar pelo Brasil?

Chegou a nossa h(ora) de orar com fé!
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Click e ouça:  Orar-10-3-16 

Manifestação nas ruas em 13 de março de 2016 - Há esperanças para o Brasil... mas você precisa orar!

“Neste próximo domingo 13 eu irei à igreja, celebrarei a Ceia do Senhor e depois irei às ruas. Você meu irmão, deve ir à igreja e à rua também.

Sim, ir à rua pelo Brasil, é uma extensão da adoração. (I Coríntios 10:31). Precisa dizer às raposas que envergonham e achincalham o nosso país que você não concorda com o estado de coisas em que vivemos.

Diga que não aguenta mais ver o pobre sem saúde, a criança sem educação de qualidade, o jovem egresso da Universidade sem rumo e sem chão por falta de emprego e a violência ceifando inocentes.

Grite que está cansado de corrupção, de ironização da nossa Democracia por grupos de raposas (Herodes) que escravizam a nossa nação e que vivem nababescamente, sem escrúpulo, desavergonhadamente.

Este protesto seu, é o espírito do Evangelho. Jesus está na rua, reza Lucas, quando Herodes lhe manda um recado para que se cale e volte para casa.

Jesus envia um recado a Herodes: "Ide dizer a essa raposa que, hoje e amanhã, expulso demônios e curo enfermo e, no terceiro dia, terminarei”. (Lucas 13:32).

Esse estado de coisas precisa findar, a jararaca precisa ter a cabeça esmagada pela justiça, seus filhotes também. Herodes é uma autoridade permitida, mas não é divina.

Quando se corrompe precisa que alguém lhe diga: "Nenhum poder terás mais sobre mim; porquanto, te corrompeste e não és mais digna do meu respeito." (João 19:11).


O mal por si mesmo é o mal. Não falar é falar, não agir é agir. Viva o Brasil, viva a liberdade, viva o Estado de Direito. Ninguém está imune a ele, nem o Barba, nem os seus comparsas.” (Pr. Joel Paulo Sousa Filho).


Meus queridos, sobre a oração quero ainda lembrá-los do que o Pr. Ian Lima, do Ministério Mais de Deus disse: "A pior coisa que aconteceu com a igreja nesse mundo marcado pelo pós-modernismos a meu ver tem sido seu completo abandono da vida de oração. 

Ao relativizarmos a oração, cometemos contra nós mesmos um atentado. O mundo sempre foi hostil à igreja, mas uma igreja que ora sempre terá auxilio dos céus em sua direção. Não importa o pluralismo, a tecnologia e a indiferença onde existe oração, as muralhas são arrebentadas pelo poder de Deus. 

Lembremos que oração não é fuga, nem escapismo, ou ficar alienado, pois quem ora, vence; pois esta ao lado daquele que venceu poderosamente na cruz.

Todos nós subestimamos o valor insubstituível de uma vida cheia de oração. Podemos contextualizar nossos sermões, podemos ser até relevantes, sermos ouvidos e respeitados. Todavia ao abandonarmos a oração, a vida intima com Deus, abandonamos a nossa fonte primaria e única de poder. 

Nós colocamos em uma situação perigosa de independência de pensarmos que sozinhos poderemos enfrentar as forças contraria a nós. 

Sem uma vida dobrada no altar da oração, podemos programar nossas ações evangelísticas e intelectuais para perder essa batalha contra esse sistema atual. Ao abandonarmos a oração ficamos a merce da própria sorte. Nada, digo, nada pode substituir a oração; nada , nada: eloquência alguma , intelecto algum muda os destino de um homem mas uma igreja que ORA vai ter poder dos céus, unção e graça, para ganhar almas. 

Sem oração sem poder" Ou nas palavras de John Piper "A oração faz coisas acontecerem que se não orássemos, não aconteceriam".