INSCREVA-SE!

sábado, 5 de março de 2016

Hebreus 10 1-39 - RETROCEDER E SER DESTRUÍDO - OU - CRER E SER SALVO?

Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 10/13.
Breve síntese do capítulo 10.
Aqui no capítulo 10, estamos diante de uma frase ou citação que eu sou apaixonado, trata-se do verso 19: tendo, pois, irmãos intrepidez, ousadia, entremos com confiança no Santo dos Santos.
No Santos dos Santos, somente poderia entrar o sumo-sacerdote e uma única vez por ano e uma única vez em toda a sua vida! Por causa do Mediador, Jesus Cristo, Nosso Senhor, temos acesso a qualquer momento! Você fecha os seus olhos em oração e pronto está diante do Pai!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. CRISTO É SUPERIOR AO MINISTÉRIO SACERDOTAL (8.1-10.18) - continuação.
Estamos vendo que dos vs. 8.1 ao 10.18, estamos vendo que Cristo é superior ao ministério sacerdotal. A superioridade de Cristo a Arão e ao sacerdócio levítico levou o autor a fazer uma descrição completa do incomparável ministério sacerdotal de Jesus.
Estamos seguindo a divisão desse material em quatro seções, conforme a BEG: A. Uma aliança superior (8.1-13) – já vimos; B. Um tabernáculo superior (9.1-10) – já vimos; C. Um sacrifício superior (9.11-28) – já vimos; e, D. O sacrifício de Cristo foi de uma vez para todo o sempre (10.1-18) – veremos agora.
D. O sacrifício de Cristo foi de uma vez para todo o sempre (10.1-18)
Nos próximos 18 versículos, veremos que o sacrifício de Cristo foi feito de uma vez para sempre. O autor elaborou a respeito da grande importância do sacrifício final de Cristo pelos pecados do povo de Deus.
Ele começa dizendo que a Lei traz somente uma sombra dos bens vindouros e não a sua realidade. Os "bens" eram as perspectivas com respeito à lei, a qual os prenunciava; com a primeira vinda de Cristo, eles se tornaram parcialmente presentes, e serão completamente cumpridos no seu retorno (9.11).
Seria por isso que ela nunca conseguiria aperfeiçoar ou tornar perfeitos os adoradores. Os adoradores não poderiam ser "purificados uma vez por todas" (vs. 2). A lei não poderia eliminar seus pecados nem conceder a eles permanente acesso à presença de Deus (7.11,19; 9.9).
A consequência é que deveria ser repetidos ano a ano para trazer a recordação de pecados. Os sacrifícios do Antigo Testamento eram um anúncio público, diante de Deus e da humanidade, de que as pessoas ainda eram pecadoras (Lv 14.12-28; Nm 5.15; Is 53.10).
Na nova aliança, Deus diz que "dos seus pecados jamais me lembrarei" (8.12; veja 10.17). Esse esquecimento ocorre com respeito às pessoas quando elas recebem a fé salvadora em Cristo, e ocorrerá com o povo de Deus como um todo quando Cristo retornar em glória.
A impropriedade dos sacrifícios do Antigo Testamento não era uma ideia nova, mas uma ideia que foi nitidamente expressa em várias passagens do Antigo Testamento (p. ex., 1Sm 15.22; Is 1.10-17; Am 5.21-24; Mq 6.6-8). A função e a intenção da lei foram frustradas pelo pecado do povo (8.8-12; Rm 8.3-4).
Em SI 40.6-8 é relatado o compromisso de Davi em obedecer à lei de Deus. Jesus cumpriu perfeitamente esse compromisso. Por essa razão, o autor de Hebreus entendeu que o salmo era uma indicação do obediente autossacrifício de Cristo em substituição ao sistema sacrifical do Antigo Testamento.
O texto em hebraico de SI 40.6 citado no vs. 5 “um corpo me formaste” traz: "abriste os meus ouvidos" (ou seja, "fizeste-me pronto a obedecer"; cf. Is 50.5).
Na Septuaginta (a tradução grega do AT), que Hebreus segue, esse salmo fala da prontidão da pessoa como um todo ("o corpo"), não somente de uma parte ("os ouvidos"). Assim, "um corpo me formaste" refere-se à prontidão de Jesus para tornar-se humano e para sofrer a morte em nosso favor (2.14; 5.8).
Então ele disse que ali estaria e no livro estava escrito a seu respeito de que ele estava vindo fazer a vontade de Deus. Provavelmente essa é uma referência aos livros da lei que os reis de Israel tinham de manter para expressar sua submissão a Deus (Dt 17.18-20; 2Rs 11.12).
Primeiro ele disse: "Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste" (os quais eram feitos conforme a Lei) – vs. 8. Esses termos resumem todo o sistema sacrifical levítico. Em contraste com tudo isso (chamado "o primeiro" no vs. 9), Cristo ofereceu outro sacrifício (chamado "o segundo" no vs. 9).
Embora instituído por Deus na lei (2.2; 8.9; 12.18-21,25), o sistema levítico não era o modo desejado por Deus para eliminar o pecado do seu povo.
Por isso que ele acrescentou que ali estaria para fazer a sua vontade. Jesus teria de exercer a obediência por meio do sofrimento (2.10; 5.8) para realizar o supremo ato de obediência: expiar o pecado mediante a própria morte (vs. 10). Remove o primeiro. Ou seja, o sistema sacrifical levítico do Antigo Testamento.
O propósito imutável de Deus, o qual Jesus Cristo de maneira voluntária executou, nos trouxe a salvação (vs. 7-9). Por meio do cumprimento de sua vontade, temos sido santificados. O termo "santificado" significa "separado" ou "consagrado".
Aqui e no vs. 14 o ponto principal não é o processo de santificação que ocorre ao longo de toda a vida (como em 12.14), mas que de uma vez por todas altera a nossa posição, que ocorre quando nos unimos a Cristo pela fé e, desse modo, somos separados da poluição do pecado e qualificados para adorar a Deus. Em Hebreus ser "purificado", "feito santo" e "tornado perfeito" são virtualmente sinônimos.
Os sacrifícios diários, não menos que as ofertas do Dia de Expiação, anunciavam, pela sua repetição, que eles não podiam erradicar a culpa pelo pecado.
Um contraste adicional (estar em pé versus assentar--se) é simbólico da diferença entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio de Cristo. Em contraste com os sacerdotes levitas, que permaneciam em pé por causa dos atos sacrificais que nunca eram completados, Jesus terminou o seu sacrifício e, por essa razão, "assentou-se à destra de Deus", como profetizado em SI 110.1 (1.3,13; 8.1). Repare no vs. 12 que diz que quando este sacerdote, perfeito, acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus.
Doravante, ele está esperando o tempo certo de Deus até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados – vs. 13 e 14. Não há mais necessidade de sacrifícios. A lei foi cumprida em Cristo Jesus.
Agora que disso nos dá testemunho é o próprio Espírito Santo. Como outros livros do Novo Testamento, Hebreus afirma que o Espírito é o autor principal da Escritura (3.7; 9.8; At 4.25). Citações de Jr 31 marcam o início (8.8-12) e o fim (10.16-17) do importante argumento desenvolvido com base em Jr 31.
As citações de Jr 31 (8.8-12; 10.16-17) demonstram que o sacrifício de uma vez por todas de Jesus resulta tanto em transformação interior dos crentes (santificação; vs. 16) como em perdão dos pecados (justificação; vs. 17).
V. CHAMADO A PERSEVERAR NA FÉ (10.19-12.29).
A responsabilidade de permanecer fiel até o fim é intensificada na nova aliança, até mesmo nos tempos mais difíceis.
Dos vs. 10.19 ao 12.29, veremos esse chamado a perseverar na fé. O autor voltou-se para o seu quinto interesse principal: exortar a ser fiel até o fim.
Sua discussão se divide em quatro partes: a responsabilidade maior da nova aliança (10.19-39), exemplos de fé (11.1-40), disciplina divina para os filhos de Deus (12.1-17) e a Jerusalém celestial (12.18-29). Elas formarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. A aliança superior e a responsabilidade maior (10.19-39) – veremos agora; B. Exemplos de vida de fé (11.1-40); C. Os verdadeiros filhos de Deus (12.1-17); e, D. A Jerusalém celestial (12.18-29).
A. A aliança superior e a responsabilidade maior (10.19-39).
A nova e superior aliança revela maior graça divina, mas também requer mais responsabilidade. Mais graça, mais responsabilidades!
Os vs., Hb 10. 18 e 19 dizem que, em função do que acabara o autor de Hebreus de explicar, deveríamos ter agora plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.
O autor incluiu a si mesmo junto com os leitores (veja o vs. 22) num apelo renovado pela confiança, ou intrepidez, para se aproximar de Deus. Essa confiança não é baseada em qualquer mérito que possuímos, mas na pessoa e na obra do nosso grande sumo sacerdote.
Pense nisso! Fazer obras é bom? Sim, excelente, continue a fazê-las sempre e cada vez com mais amor e paciência. Podem também me cobrar, pois sei que quanto mais faço, mais preciso dedicar-me; no entanto, isso é a graça de Deus na minha vida e não créditos que acumulo para ter vantagens e cobrar evoluções diante de Deus... Acorda, querido!
Não somente Jesus está em nosso favor (8.3; 9.12,24), mas também nós mesmos entramos no santuário celestial de Deus mediante os méritos do sacrifício de Cristo.
Essa frase “pelo novo e vivo caminho... pelo véu, isto é, pela sua carne” – vs. 20 - ou compara o corpo de Jesus ao véu, ou declara que o seu corpo é o caminho para atravessar o véu.
Se o véu é uma metáfora para o corpo de Cristo, a analogia encontra-se no fato de que, assim como o véu do templo foi rasgado para abrir o caminho para o Santo dos Santos (6.19; 9.3; MT 27.51), também o corpo de Cristo foi rasgado para que o seu sangue fosse derramado para abrir o caminho para o santuário celeste (vs. 19).
O paralelo é figurativo e não deve ser forçado. Se o corpo de Jesus for identificado como "o caminho... pelo véu", a frase repete a ideia encontrada no vs. 19.
Agora, nós temos, pois, um grande sacerdote sobre a casa de Deus – vs. 21 – e por sua causa e, como explicado, devemos nos aproximar dele em plena certeza de fé. O chamado para a fé é o que sugere o assunto do cap. 11, que veremos em seguida.
Que bênção de Deus, agora com o coração sincero e em plena certeza de fé, tendo o coração sido purificado e o corpo lavado com água pura, devemos nos apegar com firmeza à esperança que professamos, pois quem nos prometeu é fiel.
A purificação interior da consciência que torna a morte de Jesus superior aos sacrifícios sob a lei (9.13-14) é claramente simbolizada no batismo (Ef 5.26). Como o sumo sacerdote lavava o seu corpo com água em preparação para entrar no Santo dos Santos (Ex 29.4; Lv 16.4) do mesmo modo os cristãos purificados por Cristo podem entrar agora como sacerdotes na presença de Deus.
Se somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano e uma única vez em toda a sua vida, para dar lugar aos outros sacerdotes, agora, em Cristo, somos convidados pelo Espírito Santo a entrar no Santo dos Santos a qualquer momento. A minha leitura disso é que, em Cristo, agora também nós somos sacerdotes de Deus e como eles e ele, devemos, não mais oferecer sacrifícios, mas interceder a Deus a favor de seu povo.
Assim, guardemos firme a confissão da esperança – vs. 23. Em 3.1-14, outra passagem que menciona a "casa de Deus" (3.5; cf. v. 21), há uma exortação semelhante para "guardamos firme" (3.14) e uma garantia semelhante de que Cristo é fiel (3.6; cf. v. 23).
"A confiança que, desde o princípio, tivemos" (3.14), como a "confissão da esperança" (vs. 23), provavelmente se refere ao tempo do nosso batismo (observe o termo "água" no vs. 22) e a entrada na igreja (vs. 32).
O dever de encorajar um ao outro à prática de boas obras – vs. 24 - pode encontrar expressão ao congregar-nos na igreja (vs. 25). O "amor" (vs. 24) completa a trindade familiar com a "fé" (vs. 22) e "esperança" (vs. 23). Essa trindade parece ter desempenhado um papel proeminente no ensinamento da igreja primitiva (1 Co 13.13; Cl 1.4-5; lTs 1.3).
A partir do momento que os cristãos foram severamente perseguidos (vs. 32-34), eles podem ter sido tentados a abandonar suas reuniões normais, por isso o autor os exorta a não deixarem de congregarem, principalmente por causa do dia da vinda do Senhor, ou seja, o dia do retorno de Jesus para trazer salvação para aqueles que por ele esperam (9.28; 12.26-27).
Em função de tudo o que fora exposto e que nos concede um tão grande privilégio de estarmos diante de Deus como sacerdotes, ele adverte os crentes para terem muito cuidado com o pecado.
Os cristãos que dizem não ter pecado estão iludindo a si mesmos (I Jo 1.8,10), mas aqueles que pecam não devem se desesperar, porque a graça e o perdão são acessíveis (4.16; 1Jo 1.9; 2.1-2).
No entanto, aqui o autor advertiu toda a igreja a não se desviar do evangelho (veja 6.4-8). Ele tinha em mente as formas mais graves do pecado - atos feitos "deliberadamente" ou "atrevidamente" (veja Nm 15.30) - bem como estilos de vida inflexivelmente pecaminosos, como opostos aos deslizes temporários na dúvida ou no pecado.
Portanto, se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus – vs. 26,27. Essa palavra deixa claro que o autor tinha mais do que a disciplina temporária em mente. Ele estava pensando no castigo eterno de Deus.
Nós todos sabemos que quem rejeitava a lei de Moisés (aqueles que se desviaram de Deus para os ídolos - Dt 17.2-7) morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. E agora, quão mais severo castigo, julgam vocês – pergunta o escritor -, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, que profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? – vs. 28,29.
Nesse vs. 29 ele se referiu a calcar aos pés o Filho de Deus (ou seja, tratar o seu sangue sacrifical como impuro e insultar o Espírito gracioso de Deus), indicando que o pecado que ele tinha em mente era, ou acompanhava, a rejeição do evangelho.
Já não resta sacrifício pelos pecados. Desde que Deus anulou o sistema levítico de sacrifícios de animais (v. 9), aqueles que abandonam sua confissão da verdade em Cristo não terão para onde se voltar para receber o perdão.
Esse argumento – vs. 29 - do menor (a lei) para o maior (o evangelho) também é encontrado em 2.2-3. Se a violação insolente da lei dada por intermédio de Moisés o servo (3.5), autorizava a punição pela morte, então o desprezo pelo Filho de Deus (1.2-3; 3.6; 6.6; 2Pe 2.1), pelo seu sangue sacrifical (9.20; cf. Êx 24.8; Mc 14.24) e pelo o Espírito da graça mediante o qual ele ofereceu a si mesmo (9.14) merece nada menos que "fogo vingador prestes a consumir os adversários" (vs. 27).
Essa descrição do sangue da aliança com o qual foi santificado indicava que os apóstatas estavam incluídos entre as pessoas da aliança (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4) e assim separados pelo sangue de Cristo - mas de uma maneira não salvadora. Compare com descrições semelhantes em 6.4-6.
As duas citações da canção de Moisés no vs. 30 (Dt 32.35-36 - "A mim pertence a vingança; eu retribuirei"; e "O Senhor julgará o seu povo") mostram que Deus está pronto para julgar aqueles que estão na aliança com ele.
Esse princípio do Antigo Testamento se aplica igualmente à nova aliança. Deus irá separar aqueles que são verdadeiramente seus dos apóstatas (cf. 1 Pe 4.17). A BEG recomenda novamente seu excelente artigo teológico "A igreja visível e a invisível”, em 1 Pe 4. É preciso muito cuidado, pois terrível coisa é cair nas mãos do Deus Vivo – vs. 31.
Dos vs. 10.32-39, ele faz um apelo para o passado e afirma que a recompensa não tarda. Como em 6.9-12, aqui o autor equilibrou a sua severa advertência com um lembrete encorajador de que os seus leitores originais tinham mostrado os frutos da graça, especialmente pela ajuda mútua diante do sofrimento anterior.
Mesmo como cristãos recentes, esses cristãos haviam sofrido perseguição e até foram expostos como em espetáculo. A prisão e o confisco de propriedades (mas não o martírio; 12.4) estavam entre as formas de perseguição que os leitores originais sofreram. Essas perseguições podem ter refletido as condições após o decreto de Cláudio (49 d.C.) que expulsou os judeus de Roma
Ao invés de se esmorecerem, eles se compadeceram de seus colegas que estavam presos e aceitaram alegremente o confisco de seus bens. Um incentivo para que os leitores originais se lembrassem da solidariedade e da alegria que eles haviam compartilhado apesar da perseguição.
O patrimônio terrestre poderia estar sendo confiscado, mas o patrimônio superior e durável estava a eles garantido por toda a eternidade. A cidade celestial e a nação de Deus (11.10,16; 12.22) que permanecerão porque eles não podem ser derrubados pelo trauma que irá abalar a presente ordem criada (12.27-28).
Em comparação com essa eterna herança (9.15), a propriedade perdida por causa de Deus não tem valor. E você leitor aceitaria alegremente o confisco de seus bens por amor a Cristo? É preciso ter uma consciência profunda de que não somos os donos das coisas, mas que elas estão, ou não, em nosso poder por um tempo determinado, conforme os propósitos de Deus.
Como Moisés – vs. 35 -, os leitores deveriam fixar os olhos no futuro galardão (11.26) e não nas coisas presentes.
As leis de Deus estavam escritas no coração deles (8.10; 10.16), de modo que eles tinham de seguir os passos de Jesus, que veio para fazer a vontade de Deus (vs. 9-10; 13.21). Seria necessário perseverar, de modo que, quando tivermos feito a vontade de Deus, recebamos o que ele nos prometeu – vs. 36 – e assim, alcancemos a promessa.
O autor fala que em breve aquele que deve vir, virá! – vs. 37. O autor referiu-se a Hc 2.34, do qual ele derivou princípios de uma vida fiel.
"Aquele que vem virá, e não demorará. Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele". (Hb 10:37,38).
O cap. 11 indicará três características que surgiram na vida do povo de fé no Antigo Testamento - qualidades que devem aparecer na vida de todos os cristãos.
A fé salvadora
(1)     Ela fixa o seu olhar naquele que deve vir, tendo esperança em seu futuro aparecimento (11.1,7,10,13,20,22,27).
(2)     Recebe a sentença da retidão de Deus (11.4,7; 12.23).
(3)     Não retrocede em face do sofrimento (11.24-26,35-38).
Ele conclui essa parte dizendo que nós não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos. A base desse encorajamento é como a de 6.9-10. Aqui o autor inclui a si mesmo ao usar "nós" em vez de "vocês".
Hb 10:1 Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros,
                não a imagem real das coisas,
                               nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes,
                                               com os mesmos sacrifícios que, ano após ano,
                                                               perpetuamente, eles oferecem.
Hb 10:2 Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos,
                porquanto os que prestam culto,
                               tendo sido purificados uma vez por todas,
                                               não mais teriam consciência de pecados?
Hb 10:3 Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação
de pecados todos os anos,
                Hb 10:4 porque é impossível que
o sangue de touros e de bodes remova pecados.
Hb 10:5 Por isso, ao entrar no mundo, diz:
                Sacrifício e oferta não quiseste;
                               antes, um corpo me formaste;
                Hb 10:6 não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado.
                               Hb 10:7 Então, eu disse:
                                               Eis aqui estou
(no rolo do livro está escrito a meu respeito),
                                                               para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Hb 10:8 Depois de dizer, como acima:
                Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações
pelo pecado,
                               nem com isto te deleitaste (coisas que se oferecem
segundo a lei),
                                               Hb 10:9 então, acrescentou:
Eis aqui estou para fazer, ó Deus,
                                                                               a tua vontade.
Remove o primeiro para estabelecer o segundo.
                Hb 10:10 Nessa vontade é que temos sido santificados,
                               mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo,
                                               uma vez por todas.
Hb 10:11 Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia,
                a exercer o serviço sagrado
                e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios,
                               que nunca jamais podem remover pecados;
Hb 10:12 Jesus, porém, tendo oferecido,
                para sempre, um único sacrifício pelos pecados,
                               assentou-se à destra de Deus,
                                               Hb 10:13 aguardando, daí em diante,
                                                               até que os seus inimigos sejam postos
por estrado dos seus pés.
Hb 10:14 Porque, com uma única oferta,
                aperfeiçoou para sempre
                               quantos estão sendo santificados.
Hb 10:15 E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo;
                porquanto, após ter dito:
                               Hb 10:16 Esta é a aliança que farei com eles,
                                               depois daqueles dias, diz o Senhor:
                                                               Porei no seu coração as minhas leis
                                                               e sobre a sua mente as inscreverei,
Hb 10:17 acrescenta:
                Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados
                e das suas iniquidades, para sempre.
Hb 10:18 Ora, onde há remissão destes,
                já não há oferta pelo pecado.
Hb 10:19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez
                para entrar no Santo dos Santos,
                               pelo sangue de Jesus,
                               Hb 10:20 pelo novo e vivo caminho
                                               que ele nos consagrou pelo véu,
                               isto é, pela sua carne,
                               Hb 10:21 e tendo grande sacerdote
                                               sobre a casa de Deus,
                                               Hb 10:22 aproximemo-nos, com sincero coração,
                                                               em plena certeza de fé,
                                                               tendo o coração purificado
                                                                              de má consciência
                                                                              e lavado o corpo com água pura.
                               Hb 10:23 Guardemos firme a confissão da esperança,
                                               sem vacilar, pois
                                                               quem fez a promessa é fiel.
                               Hb 10:24 Consideremo-nos também uns aos outros,
                                               para nos estimularmos
                                                ao amor
                                               e às boas obras.
                               Hb 10:25 Não deixemos de congregar-nos,
                                               como é costume de alguns;
                                                               antes, façamos admoestações
                                                                               e tanto mais quanto vedes
que o Dia se aproxima.
Hb 10:26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado,
                depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade,
                               já não resta sacrifício pelos pecados;
                                               Hb 10:27 pelo contrário, certa expectação horrível
                                                               de juízo e fogo vingador prestes
a consumir os adversários.
Hb 10:28 Sem misericórdia morre pelo depoimento
de duas ou três testemunhas
                quem tiver rejeitado a lei de Moisés.
Hb 10:29 De quanto mais severo castigo julgais vós
                será considerado digno aquele que
                               calcou aos pés o Filho de Deus,
                               e profanou o sangue da aliança
                                               com o qual foi santificado,
                               e ultrajou o Espírito da graça?
Hb 10:30 Ora, nós conhecemos aquele que disse:
                A mim pertence a vingança;
                               eu retribuirei.
E outra vez:
                O Senhor julgará o seu povo.
                               Hb 10:31 Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.
Hb 10:32 Lembrai-vos, porém, dos dias anteriores,
                em que, depois de iluminados,
                               sustentastes grande luta e sofrimentos;
Hb 10:33 ora expostos como em espetáculo,
                tanto de opróbrio
                quanto de tribulações,
ora tornando-vos co-participantes
                com aqueles que desse modo foram tratados.
Hb 10:34 Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados,
                como também aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens,
                               tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável.
Hb 10:35 Não abandoneis, portanto,
                a vossa confiança;
                               ela tem grande galardão.
Hb 10:36 Com efeito,
                tendes necessidade de perseverança,
                               para que, havendo feito a vontade de Deus,
                                               alcanceis a promessa.
Hb 10:37 Porque, ainda dentro de pouco tempo,
                aquele que vem virá
                e não tardará;
                               Hb 10:38 todavia, o meu justo
                                               viverá pela fé; e:
                                                               Se retroceder,
                                                                              nele não se compraz a minha alma.
Hb 10:39 Nós, porém,
                não somos dos que retrocedem
                               para a perdição;
                somos, entretanto, da fé,
                               para a conservação da alma.
Jesus está vindo como prometeu! E sabemos que será em breve por causa do Espírito Santo que em nós testifica isso. Então, o escritor de Hebreus adverte cada um para não retroceder e se retroceder, então não está nele o seu prazer. Como devemos viver este momento de transição em que aguardamos a vinda do Senhor: pela fé!
Ou você é de um ou de outro (de qual você é?):
ü  Dos que retrocedem e são destruídos?
ü  Dos que creem e são salvos?
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Hebreus 9 1-28 - DESPERTA: NÃO EXISTE REENCARNAÇÃO! JESUS ESTÁ VOLTANDO!

Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 9/13.
Breve síntese do capítulo 9.
Meu Deus! Como digerir tudo isso? Que explicações e que profundidade, estou realmente estupefato, perplexo, sem palavras. Espírito Santo de Deus como és lindo e maravilhosa a tua sabedoria! Ai dos homens que ignoram a palavra de salvação de suas almas!
Houve uma primeira aliança que tinha os preceitos do serviço sagrado sobre os tipos e as sombras, mas que não eram capazes de aperfeiçoar nem os sacrificadores nem os que necessitavam dos sacrifícios.
Tudo isso era uma figura, um apontamento do Espírito Santo para os homens de que seria necessário algo superior, vindo dos céus, vindo da terra, vindo do abismo – “Romanos 10:6 Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; Romanos 10:7 ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.”. Trata-se do MEDIADOR!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. CRISTO É SUPERIOR AO MINISTÉRIO SACERDOTAL (8.1-10.18) - continuação.
Cristo é superior ao culto sacerdotal e aos sacrifícios do Antigo Testamento por causa da superioridade de sua aliança, seu templo e seu sacrifício.
Dos vs. 8.1 ao 10.18, estaremos vendo que Cristo é superior ao ministério sacerdotal. A superioridade de Cristo a Arão e ao sacerdócio levítico levou o autor a fazer uma descrição completa do incomparável ministério sacerdotal de Jesus.
Esse material foi dividido em quatro seções, conforme a BEG: A. Uma aliança superior (8.1-13) – já vimos; B. Um tabernáculo superior (9.1-10) – veremos agora; C. Um sacrifício superior (9.11-28) – veremos agora; e, D. O sacrifício de Cristo foi de uma vez para todo o sempre (10.1-18).
B. Um tabernáculo superior (9.1-10).
O autor explicou especificamente como a nova aliança trouxe consigo um foco superior de adoração e sacrifício.
Esse versículo primeiro começa com uma extensa comparação entre os sacrifícios do Antigo Testamento e os sacrifícios de Cristo.
A primeira parte resume o santuário do Antigo Testamento e suas atividades.
A primeira aliança tinha regras para a adoração e também um tabernáculo terreno, sendo que na parte da frente, chamada Lugar Santo, estavam o candelabro, a mesa e os pães da Presença. Por trás do segundo véu, havia a parte chamada Santo dos Santos – vs. 1-3.
Esse véu isolava o Santo dos Santos, onde a presença de Deus entre seu povo era revelada mais intensamente (6.19).
Com a morte de Jesus, esse véu se partiu em dois, de cima para baixo (10.20; Mt 27.51), ampliando o lugar da santa habitação de Deus a partir de uma localização geográfica e dando início ao processo da santificação de toda a criação - um processo que será completado somente na volta de Cristo (Ap 21.1-27).
Por trás desse segundo véu era que se encontravam um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, totalmente revestida de ouro. Embora o altar de incenso estivesse exatamente na parte exterior do véu (Êx 40.26), a sua função era tão estreitamente associada com o propiciatório e a arca no interior (Êx 30.26) que ele era considerado como se pertencesse a esse lugar (1 Rs 6.22).
Quando o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, ele levava o incenso com ele. A nuvem de incenso cobria o propiciatório (que estava sobre a arca do Testemunho) e o protegia da pureza abrasadora do Senhor (Lv 16.12-13).
Na arca estavam o vaso de outro contendo o maná, o bordão de Arão que floresceu e as tábuas da aliança. O bordão floresceu para mostrar que o privilégio sacerdotal vem somente peia designação de Deus (Nm 17.10; veja 5.4-5).
Acima da arca haviam querubins de glória. A cobertura do propiciatório, ou a tampa da arca, tinha sobre ela dois querubins de frente um para o outro. Eles representavam os cortesãos celestiais de Deus, que servem constantemente em sua presença.
A respeito dessas coisas, o autor de Hebreus, todavia, tinha resolvido nada falar naquele momento – vs. 5. Os escritores judeus século 1, como Filo, deram grande atenção ao simbolismo do mobiliado do santuário. O autor de Hebreus, no entanto, quis falar sobre o que acontecia no tabernáculo e não disse mais nada sobre o seu mobiliário, por mais valor simbólico que as peças pudessem ter.
Estando tudo assim preparado (a substituição do pão da proposição (Êx 25.30; Lv 24.5-9), a manutenção da lâmpada acesa (Ex 27.20-21; Lv 24.1-4) e a queima do incenso aromático duas vezes ao dia, simbolizando a oração do povo (Êx 30.7-9; Lc 1.8-10; Ap 8.3)), os sacerdotes entravam regularmente no Lugar Santo do tabernáculo, para exercer o seu ministério.
No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos. O fato de somente uma pessoa, somente uma vez ao ano e somente com preparação especial, pudesse entrar no Santo dos Santos era a revelação do Espírito Santo por meio da lei de que o santuário terreno era somente uma etapa e não o cumprimento, a extensão da presença de Deus através do mundo para que todas as pessoas pudessem ter pleno acesso a ele.
A promessa da nova aliança de que "todos me conhecerão" (8.11) não poderia ser cumprida por meio da tenda terrena.
Diferente do nosso santo sacerdote, Jesus (5.3; 7.26-27), os sacerdotes levitas tinham, eles mesmos, necessidade de expiação. Por isso que nunca entravam lá sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.
Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Santo dos Santos enquanto ainda permanecia o primeiro tabernáculo.
O acesso muito limitado do sumo sacerdote ao santuário interior revela que as suas oferendas não tiravam permanentemente a culpa. Embora por um momento eles oferecessem os meios que faziam com que Deus concedesse o perdão para o seu povo, eles não tinham mérito em si mesmos.
Eles apenas refletiam o mérito do sacrifício de Cristo que seria oferecido no templo celestial. A incapacidade dessas ofertas de eliminar de modo permanente a culpa fica mais clara ao observamos a ênfase do autor sobre como elas tinham de ser perpetuamente repetidas (10.1).
C. Um sacrifício superior (9.11-28).
 Dos vs. 11 ao 28, veremos um sacrifício superior, ou seja, o autor declara a obra sacrifical de Cristo como sendo melhor que os sacrifícios do Antigo Testamento.
Enquanto o santuário e os sacrifícios da primeira aliança estavam em vigor (10.1), a purificação da consciência e a confiança para se aproximar de Deus estavam por vir, mas agora isso em parte havia chegado por meio de Cristo.
O autor de Hebreus considerava as bênçãos que serão dadas em abundância quando Cristo retornar como já parcialmente experimentas pela igreja (6.5; 12.22-24). A BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7.
Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Era ela aquela realidade celestial por trás da cópia terrena de Moisés (8.5; 9.24).
Jesus adentrou no Santo dos Santos não com sangue de bodes e bezerros. Usado pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação (uma vez ao ano) para purificar o Santo dos Santos (Lv 16.11-16).
Ele, por meio de seu próprio sangue, entrou de uma vez para todo o tempo, em contraste com a repetição de sacrifícios pelos sacerdotes levitas (10.2-3,10-14).
Essa palavra enfática “uma vez por todas” antecipa a afirmação climática nos vs. 26-28. Ao fazer isso, ele obteve eterna salvação. Salvação é urna compra feita mediante o pagamento de um preço ou resgate. O efeito da salvação de Cristo é permanente porque foi efetuada pelo seu próprio sangue.
Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! (vs. 13, 14).
Esse resíduo – a cinza de uma novilha - era usado com água para purificar pessoas que tinham tocado num cadáver (Nm 19.9,17-18). Essas pessoas eram consideradas imundas no sentido cerimonial, não no sentido moral. Elas se tornavam novamente qualificadas para as obrigações de culto.
Como em 2.2-3, o autor argumentou do menor para o maior. O menor é o sangue dos animais oferecido pelo sumo sacerdote na terra; o maior é o sangue derramado por Cristo. O menor tinha poder cerimonial, o maior pode libertar a consciência da culpa.
Era esse sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada - para poder ser um substituto expiatório para os pecadores, um sacrifício deve ser sem mácula (Nm 6.14; 1Pe 1.19) – que purificaria essa nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que agora podemos servir ao Deus vivo!
Essa ordem levítica aponta para a perfeição exigida do sacrifício definitivo, o próprio Jesus. As obras mortas, ou seja, obras que levam à morte não eram as obras da lei que nada valeriam para a justificação (Cl 3.1-14), mas obras pecaminosas que mereceriam a maldição pactual da morte (6.1).
O objetivo do perdão não era somente a nossa alegria, mas também a glória de Deus (12.28; 13.15-16,21).
Por essa razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança – vs. 15.
A remissão era um pagamento para libertar alguém da servidão. A palavra grega relacionada está traduzida como "redenção" no vs. 12. A violação da aliança de Deus leva à condenação que somente pode ser satisfeita pela morte do transgressor ou pela redenção mediante um substituto.
A palavra grega usada para "testamento" no vs. 16 também pode ser traduzida como "aliança". O autor empregou esse termo com dois sentidos para comparar um testamento com uma aliança e para destacar que ambos são em algum sentido ativados pela morte.
Uma aliança não é idêntica ao testamento, mas ela tem validade somente enquanto as partes estão ainda vivas. Um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo aquele que o fez. Por isso, nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue – vs. 17, 18.
A referência imediata relativa aos vs. 19-22, é Êx 24.4-8, mas o autor incluiu coisas não mencionadas lá (p. ex., hissopo). O que está sendo considerado são os sacrifícios em geral do Antigo Testamento, como evidenciado pelo vs. 22. Nessa cerimônia, tanto o povo, como Deus, o autor da carta, eram submetidos ao juramento quanto às provisões e penalidades da aliança.
Referindo-se a Ex 24.9 – vs. 20 -, quando a aliança no Sinai entrou em vigor, o autor enfatizou que a aliança foi escrita num documento e ratificada com o oferecimento de sangue.
Esse sangue foi derramado não por aqueles que poderiam ter quebrado a aliança, mas pelos animais que assumiram o lugar deles (cf. Gn 15.9-18; Jr 34.18-20). Tudo isso demonstrava de maneira vívida a penalidade suprema pela violação flagrante da aliança: a morte.
O santuário - o lugar de encontro do santo Deus com os seres humanos pecaminosos - deve ser ele mesmo purificado por meio do sangue sacrifical porque "sem derramamento de sangue, não há remissão" (vs. 22). Isso era verdade não somente do tabernáculo da antiga aliança (vs. 21-22), mas também da realidade celestial (vs. 23-24), que foi purificada pelo sacrifício de Cristo na cruz.
De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão – vs. 22. O tabernáculo e sua mobília eram tão estreitamente identificados com os adoradores que encontravam Deus ali que o sangue sacrifical derramado pelo perdão dos adoradores (10.18) era também empregado para a purificação dos utensílios e do local da adoração (Lv 16.16).
Esse princípio fundamental (sem derramamento de sangue, não há remissão - Lv 17.11) é reafirmado após ter sido apresentado nos vs. 16-18. Essa norma não era absoluta na lei (p. ex., Lv 5.11-13), mas era a regra, salvo alguma exceção.
Tendo estabelecido a importância do sangue para o perdão, o autor voltou-se do santuário terreno para o santuário celestial.
Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores – vs. 23.
O pecado humano contamina todas as coisas na terra, mas o templo celestial está além da corrupção da humanidade pecadora. Já sendo imaculado pelo pecado, o santuário celestial não precisava de limpeza ou purificação.
Era apropriado, no entanto, que o sangue de Cristo o consagrasse, dedicasse-o a Deus e o separasse para uso sagrado. Para que os seres humanos pecadores fossem perdoados e recebidos na presença de Deus, o sangue sacrifical de Cristo tinha que ser oferecido no templo celestial em favor deles (10.19-22; 12.24).
Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; ele entrou no próprio céu, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor (do mesmo modo que o sumo sacerdote comparecia em favor de Israel no Dia da Expiação - Lv 16.32-33); não, porém, para se oferecer repetidas vezes à semelhança do sumo sacerdote que entra no Santo dos Santos todos os anos, com sangue alheio – vs. 24, 25.
Essa expressão grega “muitas vezes” aparece no vs. 26 e em 10.11. A repetição dos sacrifícios confirma a ineficiência deles para retirar a culpa de modo permanente (10.2) e servia como um lembrete recorrente do pecado (10.3) e da necessidade de um sacrifício final, definitivo.
O vs. 7 enfatiza que a cerimônia do Dia da Expiação acontecia somente uma vez ao ano, com ênfase no fato que eles eram oferecidos "ano após ano" e "perpetuamente" (10.1) com sangue alheio. A oferta do sumo sacerdote é contrastada com a oferta de Cristo de si mesmo. Como alguém que também precisava de expiação (vs. 7), o sumo sacerdote levita nunca poderia oferecer-se a si mesmo como um substituto sem mácula pelos outros (vs. 14).
Essas frases – vs. 26 “desde a fundação do mundo” e “cumprirem-se os tempos” - emolduram um vasto período, durante o qual Cristo teve de oferecer a si mesmo somente uma vez. O "cumprirem os tempos" é equivalente aos "últimos dias" (1.2), um período que foi introduzido pela morte, ressurreição e ascensão de Cristo (A BEG recomenda aqui, novamente, a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Tanto a reencarnação quanto a crença de que a morte física é o fim da existência estão excluídas no vs. 17 “Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo”. Cristo sofreu o destino humano comum da morte e do castigo (vs. 28), mas para ele o castigo foi seguido pela ressurreição e justificação (1Tm 3.16).
Essa justificação será totalmente manifestada quando ele vier novamente (lTs 1.10). A nossa expectativa é que esses tempos estão chegando.
Como ele estava falando no vs. Hb 9.27, da mesma forma que aos homens está ordenado morrerem uma só vez (não existe reencarnação nem o fim da existência humana com a morte) e depois disso o juízo, assim também Cristo foi oferecido uma única vez para tirar os pecados de muitos (literalmente "suportar os pecados de muitos", uma referência direta ao servo sofredor de Is 53.12) e aparecerá segunda vez, não mais para tirar pecados – como foi na primeira vez – mas para trazer salvação aos que o aguardam!
Hb 9:1 Ora, a primeira aliança
                também tinha preceitos de serviço sagrado
                e o seu santuário terrestre.
Hb 9:2 Com efeito, foi preparado o tabernáculo,
                cuja parte anterior, onde estavam
                               o candeeiro,
                               e a mesa,
                               e a exposição dos pães,
                                               se chama o Santo Lugar;
Hb 9:3 por trás do segundo véu,
                se encontrava o tabernáculo
                               que se chama o Santo dos Santos,
                               Hb 9:4 ao qual pertencia
                                               um altar de ouro para o incenso
                                               e a arca da aliança totalmente coberta de ouro,
                                                               na qual estava uma urna de ouro contendo
                                                                              o maná,
                                                                              o bordão de Arão, que floresceu,
                                                                              e as tábuas da aliança;
                               Hb 9:5 e sobre ela,
                                               os querubins de glória, que, com a sua sombra,
                                                               cobriam o propiciatório.
Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente.
Hb 9:6 Ora, depois de tudo isto assim preparado,
                continuamente entram no primeiro tabernáculo
                               os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados;
                Hb 9:7 mas, no segundo, o sumo sacerdote,
                               ele sozinho,
                                               uma vez por ano, não sem sangue,
                                                               que oferece por si
                                                               e pelos pecados de ignorância do povo,
Hb 9:8 querendo com isto dar a entender o Espírito Santo
                que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou,
                               enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido.
Hb 9:9 É isto uma parábola para a época presente;
e, segundo esta,
                se oferecem tanto dons como sacrifícios,
                               embora estes, no tocante à consciência,
                               sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto,
                               Hb 9:10 os quais não passam de ordenanças da carne,
                                               baseadas somente
                                                               em comidas,
                                                              e bebidas,
                                                               e diversas abluções,
                                                               impostas até ao tempo oportuno de reforma.
Hb 9:11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados,
                mediante o maior e mais perfeito tabernáculo,
                               não feito por mãos, quer dizer,
                                               não desta criação,
                               Hb 9:12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros,
                                               mas pelo seu próprio sangue,
                                               entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas,
                                                               tendo obtido eterna redenção.
Hb 9:13 Portanto,
                se o sangue de bodes e de touros
                e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados,
                               os santificam, quanto à purificação da carne,
                Hb 9:14 muito mais o sangue de Cristo,
                               que, pelo Espírito eterno,
                               a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus,
                                               purificará a nossa consciência de obras mortas,
                                                               para servirmos ao Deus vivo!
Hb 9:15 Por isso mesmo,
                ele é o Mediador da nova aliança,
                               a fim de que, intervindo a morte
para remissão das transgressões
                                               que havia sob a primeira aliança,
                                                               recebam a promessa da eterna herança
                                                                              aqueles que têm sido chamados.
Hb 9:16 Porque, onde há testamento,
                é necessário que intervenha a morte do testador;
Hb 9:17 pois um testamento
                só é confirmado no caso de mortos;
                               visto que de maneira nenhuma tem força de lei
                                               enquanto vive o testador.
Hb 9:18 Pelo que nem a primeira aliança
                foi sancionada sem sangue;
Hb 9:19 porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos
                segundo a lei a todo o povo, tomou
                               o sangue dos bezerros e dos bodes,
                               com água,
                               e lã tinta de escarlate,
                               e hissopo
                               e aspergiu não só o próprio livro,
                                               como também sobre todo o povo, Hb 9:20 dizendo:
                                                               Este é o sangue da aliança,
                                                               a qual Deus prescreveu para vós outros.
                               Hb 9:21 Igualmente também aspergiu com sangue
                                               o tabernáculo
                                               e todos os utensílios do serviço sagrado.
Hb 9:22 Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei,
                se purificam com sangue;
                               e, sem derramamento de sangue,
                                               não há remissão.
Hb 9:23 Era necessário, portanto,
                que as figuras das coisas que se acham nos céus
                               se purificassem com tais sacrifícios,
                                               mas as próprias coisas celestiais,
                                                               com sacrifícios a eles superiores.
Hb 9:24 Porque Cristo
                não entrou em santuário feito por mãos,
                               figura do verdadeiro, porém no mesmo céu,
                                               para comparecer, agora, por nós, diante de Deus;
                Hb 9:25 nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes,
                               como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos
                                               com sangue alheio.
                               Hb 9:26 Ora, neste caso,
                                               seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes
                                                               desde a fundação do mundo;
                agora, porém, ao se cumprirem os tempos,
                               se manifestou uma vez por todas,   para aniquilar,
                                               pelo sacrifício de si mesmo,
                                                               o pecado.
Hb 9:27 E, assim como aos homens
                está ordenado morrerem uma só vez,
                               vindo, depois disto, o juízo,
Hb 9:28 assim também Cristo,
                tendo-se oferecido uma vez para sempre
                               para tirar os pecados de muitos,
                                               aparecerá segunda vez,
                                                               sem pecado,
                                                                              aos que o aguardam
                                                                                              para a salvação.
Cristo o MEDIADOR da nova aliança! Eterna! Moisés disse: este é o sangue da aliança, a qual Deus prescreveu para vós outros e aspergiu todos os utensílios e as coisas terrestres, mas Cristo, disse: este é o sangue “da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós.” (Lc 22:20). Glórias a Deus!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.