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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Hebreus 4 1-16 - VOCÊ TERÁ DE PRESTAR CONTAS A DEUS!

Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 4/13.
Breve síntese do capítulo 4.
A advertência é para que temamos não entrarmos no descanso de Deus porque a todos foram anunciados as boas novas do evangelho. É o evangelho, como disse o próprio Senhor, como a semente lançada em terra na esperança de que frutifique para a glória de Deus.
Terrível coisa é endurecer o coração na hora da ministração da palavra de Deus porque é a oportunidade da salvação da alma humana que está sendo desprezada e Deus não irá tolerar a incredulidade.
Quando sou eu quem fala, tudo bem, pode ser desprezada e ignorada, mas quando é Deus quem fala por meio de mim, ou do homem, seja ele quem ele quiser usar, usando a sua palavra, as Escrituras, o desprezo delas poderá custar a própria vida!
Não desprezemos portanto ao que fala em nome do Senhor!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. CRISTO É SUPERIOR A MOISÉS (3.1-4.13) - continuação.
Como dissemos, Cristo, o Filho de Deus, nunca deve ser rejeitado por um retorno a Moisés, o servo de Deus. Veremos dos vs. 3.1 a 4.13 que Cristo é superior a Moisés. O autor não apenas afirmou que o Filho é superior aos anjos, mas também que Cristo é superior a Moisés.
Nós dividimos essa parte em duas seções: A. O Filho e o servo (3.1-6) – já vimos; e, B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13) – concluiremos agora.
B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13) - continuação.
Vimos que dos vs. 3.7 ao 4.13, veremos essa grande exortação a rejeitar a incredulidade. Isso nos parece ativo e não passivo; requer esforço, dedicação, luta e vigilância constante.
Uma promessa de Deus foi deixada para nós e é necessário ter o temor de não conseguir entrar no descanso de Deus. Ele nos fala para que temamos, literalmente "deixe-nos temer". O juízo divino inspira medo (10.27,31; 12.21), mas nós não deveríamos temer pelo que outras pessoas possam fazer (11.27; 13.6).
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, o modo de salvação apresentado é o mesmo: fé nas promessas de Deus. Há, portanto, uma correlação entre a palavra de Deus que Moisés transmitiu aos israelitas do Antigo Testamento enquanto ele caminhavam para a Terra Prometida e o evangelho proclamado aos cristãos da época do Novo Testamento enquanto eles caminhavam na direção da eterna recompensa em Cristo.
Por exemplo, observe o uso de Paulo de Dt 30.14 em Rm 10.8. O escritor não quis dizer que a Palavra dada por intermédio de Moisés não tivesse valor ou que fosse fraca em si mesma quando diz que a palavra a eles não se aproveitou. No entanto, era sem valor porque muitos israelitas do Antigo Testamento não acrescentavam a fé ao que ouviam.
Pela descrença, eles negavam o valor da Palavra. Esse exemplo deveria motivar os cristãos a exercerem a sua fé juntamente com a Palavra de Deus que eles recebem.
Dos vs. 3 ao 5, por três vezes é mencionada a palavra “descanso”. O tema central desses versículos é o "descanso" de Deus, o qual existe desde o sétimo dia da criação (v. 4; Gn 2.2).
A entrada de Israel na Terra Prometida foi um passo importante com respeito à entrada do povo de Deus no descanso divino eterno. O cumprimento final da entrada do descanso de Deus irá ocorrer quando os cristãos se encontrarem na nova criação que Cristo trará quando voltar.
Ao dizer, no vs. 3, que “não entrarão no meu descanso”, o autor citou SI 95.11 por causa do tema do descanso. No vs. 7, ele retornou ao SI 95 para enfatizar o fato de que essa advertência veio muito depois de Josué ter levado Israel para a terra de Canaã. Possuir Canaã, portanto, foi somente uma antecipação, não a realização final, do descanso para o povo de Deus.
Havia uma promessa de entrarem no descanso de Deus e depois houve um juramento que não entrariam no descanso de Deus – vs. 4 ao 6. Ou seja, a porta continua aberta para se entrar nesse descanso pela fé. O texto esclarece que não entraram por causa da desobediência à palavra pregada uma vez que não foi acompanhada pela fé no que ouviram, antes a rejeitaram e escolheram seus próprios caminhos.
Ao se referir ao SI 95.7-8, falando de um novo dia chamado hoje, muito tempo depois – vs. 7 -, o autor observou a advertência de Davi de que a dureza do coração resultaria em ser impedido de entrar no descanso de Deus (veja 4.3).
Os leitores já tinham aprendido que eles viviam num tempo chamado "Hoje" (3.13). O autor usou esse termo de um modo incisivo, que corresponde aproximadamente à noção de "o Dia do Senhor", um dia em que nao haverá mais tempo para adiar uma resposta à misericórdia de Deus por causa do julgamento iminente.
Os cristãos, desde o tempo de Cristo, vivem durante um período que pede por urna decisão ("Hoje") porque o presente período inclui o "dia do juízo", o período no qual o castigo e a bênção de Deus começaram a ser dispensados.
A lógica da argumentação é muito contundente. Se Josué tivesse dado descanso ao povo, não haveria mais descanso algum e assim, Deus não falaria mais a respeito de outro dia. Essa, portanto, é outra indicação (cf. vs. 3-5) de que a terra física de Canaã não cumpria totalmente a promessa do descanso de Deus.
Davi escreveu as palavras do Sl 95 aproximadamente quatrocentos anos depois de Israel ter entrado em Canaã sob a liderança de Josué.
Se a terra para a qual Josué os guiou tivesse cumprido exatamente a promessa do descanso divino, então as advertências do salmo para a geração de Davi seriam sem sentido.
A confiança dos patriarca estava fixada numa pátria melhor, celestial (11.16). Observe argumentos semelhantes a partir do Antigo Testamento em 7.11; 8.7.
A conclusão é assim que ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus. A celebração do dia do descanso final aguarda o povo de Deus no futuro. E todos que entram no descanso de Deus, também descansa de suas obras, como o Senhor descansou – vs. 10.
Isso provavelmente não se refere à conversão, em cuja ocorrência nós trocamos a confiança nas nossas próprias obras pela confiança na obra concluída de Cristo.
A comparação com o fato de Deus ter descansado de suas obras de organizar o mundo primevo e caótico indica que se trata de um descanso de executar boas obras na nossa luta contra o pecado.
Esse descanso vem somente com a nossa libertação final do sofrimento, da provação e do esforço (vs. 11) no retorno de Cristo. Aqueles que morrem no Senhor "descansam das suas fadigas" (Ap 14.13).
Então ele exorta e apela para que nos esforcemos. Embora a salvação seja pela graça divina do começo ao fim, os cristãos devem ativamente fazer uso de todas as suas forças para procurar a santidade, sem a qual a salvação é impossível (12.14). Essa obrigação indica que a "obra" no vs. 10 continua para os cristãos e que o "descanso" ainda está no futuro.
O argumento anterior (3.7-4.11) ilustra como a palavra de Deus expôs a incredulidade da geração do deserto, e como a Escritura (p. ex., o SI 95) penetra e julga aqueles a quem ela adverte a respeito do engano do pecado (3.13) e da possibilidade de não chegar à salvação (vs. 1).
A palavra de Deus, portanto, é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração – vs. 12. Embora alguns encontrem aqui a base para a divisão tripla do ser humano em corpo, alma e espírito, o contexto enfatiza o poder da palavra de Deus de penetrar no mais profundo ser da pessoa, e não a divisão desse ser em suas partes constituintes, separadas.
O autor adverte que, por causa da palavra de Deus que é “viva e eficaz” (vs. 12), todas as pessoas - incluindo a igreja - irão enfrentar o julgamento`final, onde terão de prestar contas ao Criador. Nada permanecerá encoberto (Lc -12.2-5; I Co 4.5; 2 Co 5). Esse fato destaca o quanto é importante procurar com diligência o descanso de Deus.
III. CRISTO É SUPERIOR A ARÃO (4.14-7.28).
O eterno sumo sacerdócio de Cristo é muito superior ao sumo sacerdócio temporário dado a Arão e a sua família.  Dos vs. 4.14 ao 7.28, veremos que Cristo é superior a Arão.
Tendo estabelecido que Cristo é superior aos anjos e a Moisés, o autor voltou-se para a sua terceira principal preocupação: a superioridade de Cristo a Arão. Esse material se divide em quatro partes importantes: Cristo é o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10), a necessidade de crescer na fé (5.11-6.12), o juramento divino que confirma o sumo sacerdócio de Cristo (6.13-20) e a relação entre Cristo e Melquisedeque (7.1-28). Isso formará nossa seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10) – começaremos a ver agora; B. Exortação à maturidade espiritual (5.11-6.12); C. Um sacerdote eterno por juramento divino (6.13-20); e, D. Um sacerdote eterno da ordem de Melquisedeque (7.1-28).
A. Cristo, o eterno sumo sacerdote (4.14-5.10).
Dos vs. 4.14 ao 5.10, veremos que Cristo é o eterno sumo sacerdote. O autor explicou que Jesus su-perou em muito os sacerdotes do Antigo Testamento de diversas maneiras.
Só o fato de pensar em estarmos completamente expostos diante de Deus nos arrasta para o grande e misericordioso sacerdote que, tendo ele mesmo sido tentado, pode nos ajudar em nossa fraqueza (cf. 2.17-18).
Uma exortação para “conservar firmes a nossa confissão" (vs. 14) completa a parte anterior, e um convite para se aproximar do trono de Deus introduz a discussão sobre Cristo como o misericordioso sumo sacerdote.
Cristo ressuscitou, ascendeu e agora está sentado à destra do trono da Majestade nos céus (8.1), onde ministra como o nosso grande e eterno sumo sacerdote (7.26; 9.11,24). Agora, sim, portanto, temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, por isso que ele adverte para que nos apeguemos com toda a firmeza à fé que professamos – vs. 14.
Nosso atual sumo sacerdote não é mais fraco, nem humano, mas o próprio Filho de Deus – vs. 15. Como homem, ele também foi tentado em todas as coisas e pode, eficazmente nos socorrer. Jesus pode nos entender em nossas fraquezas porque ele realmente viveu como um verdadeiro ser humano. Essa é uma clara reafirmação de 2.17-18.
Apesar do seu conhecimento das lutas humanas e em face de tentações muito reais, Cristo continuou "sem pecado". Isso o torna diferente e aprovado para sempre. Seu sacerdócio é por toda a eternidade.
Sendo assim, devemos nos achegarmos confiadamente, com ousadia mesmo e segurança. Nós podemos nos achegar com toda confiança diante de Deus porque Cristo foi adiante de nós e compassivamente intercede por nós.
Foi causa da sua intercessão em nosso favor - porque fomos purificados da poluição do pecado pelo sacrifício de Jesus (7.19; 10.19,22) - podemos oferecer sacrifícios de ações de graças que são agradáveis a Deus (12.28; 13.15-16).
No vs. 16, o autor conclui sua lógica argumentativa dizendo que devemos mesmo nos aproximarmos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade. A misericórdia aponta para a nossa incapacidade de obter uma boa posição perante Deus, e a graça nos dá apoio oportuno nas ocasiões em que estamos enfrentando tentação ou sucumbindo a ela (2.18). Ele é poderoso para nos socorrer, nos livrar e fazer triunfar para a glória de Deus Pai.
HB 4:1 Temamos, portanto, que,
sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus,
suceda parecer que algum de vós tenha falhado.
HB 4:2 Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas,
como se deu com eles; mas a palavra que ouviram
não lhes aproveitou,
visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles
que a ouviram.
HB 4:3 Nós, porém, que cremos,
entramos no descanso, conforme Deus tem dito:
Assim, jurei na minha ira:
Não entrarão no meu descanso.
Embora, certamente, as obras estivessem concluídas
desde a fundação do mundo.
HB 4:4 Porque, em certo lugar, assim disse,
no tocante ao sétimo dia:
E descansou Deus, no sétimo dia,
de todas as obras que fizera.
HB 4:5 E novamente, no mesmo lugar:
Não entrarão no meu descanso.
HB 4:6 Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que,
por causa da desobediência,
não entraram aqueles aos quais
anteriormente foram anunciadas as boas-novas,
HB 4:7 de novo, determina certo dia,
Hoje, falando por Davi,
muito tempo depois, segundo antes fora declarado:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais o vosso coração.
HB 4:8 Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso,
não falaria, posteriormente,
a respeito de outro dia.
HB 4:9 Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.
HB 4:10 Porque aquele que entrou no descanso de Deus,
também ele mesmo descansou de suas obras,
como Deus das suas.
HB 4:11 Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso,
a fim de que ninguém caia,
segundo o mesmo exemplo de desobediência.
HB 4:12 Porque a palavra de Deus
é viva,
e eficaz,
e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes,
e penetra até ao ponto de dividir
alma e espírito,
juntas e medulas,
e é apta para discernir
os pensamentos
e propósitos do coração.
HB 4:13 E não há criatura que não seja manifesta na sua presença;
pelo contrário, todas as coisas estão
descobertas
e patentes aos olhos daquele
a quem temos de prestar contas.
HB 4:14 Tendo, pois, a Jesus,
o Filho de Deus,
como grande sumo sacerdote
que penetrou os céus,
conservemos firmes
a nossa confissão.
HB 4:15 Porque não temos sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
antes, foi ele tentado em todas as coisas,
à nossa semelhança,
mas sem pecado.
HB 4:16 Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente,
junto ao trono da graça,
a fim de recebermos
misericórdia
e acharmos graça
para socorro
em ocasião oportuna.
É a promessa para nós os que cremos e que fomos alcançados pela palavra da pregação e assim nos tornamos também anunciadores dessa palavra: chegar, achegar-se confiadamente ao trono da graça! Antes era muito difícil se achegar a este trono, mas agora, por meio do Filho, de seu sangue, temos livre acesso para alcançarmos duas coisas importantes nas nossas vidas: - misericórdia e graça e isto em tempos oportunos! Glórias a Deus!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Hebreus 3 1-19 - INCREDULIDADE: O CÂNCER DA ALMA!

Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 3/13.
Breve síntese do capítulo 3.
Incredulidade: o câncer da alma! Realmente não sei quem é o pior vilão da nossa história, se a incredulidade, a murmuração, a dúvida, o engano, a ilusão.
Aqui o autor fala claramente que não puderam entrar e gozar das promessas divinas por causa da incredulidade ou seja um perverso coração disposto a ser contra Deus e a favor de seu pecado.
Conta-se a ilustração de uma viúva idosa que iria para um asilo e esta colocou em seu coração que seu quartinho ia ser muito agradável, belo e até sonhava com ele. Quem a conduzia lhe censurou dizendo que como ela poderia gostar de seu quartinho sem antes vê-lo. Ela lhe respondeu que tinha determinado que ia gostar e pronto.
Assim é a questão também da incredulidade, você a escolhe quando resolve rejeitar a Deus!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. CRISTO É SUPERIOR A MOISÉS (3.1-4.13).
Cristo, o Filho de Deus, nunca deve ser rejeitado por um retorno a Moisés, o servo de Deus. Veremos dos vs. 3.1 a 4.13 que Cristo é superior a Moisés. O autor não apenas afirmou que o Filho é superior aos anjos, mas também que Cristo é superior a Moisés.
Sua explicação está dividida em duas partes importantes: a comparação entre Moisés como um servo fiel e Cristo como o Filho fiel (3.1-6) e a necessidade de se agarrar com firmeza à verdade sobre Cristo no Novo Testamento (3.7-4.13). Elas formarão a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: A. O Filho e o servo (3.1-6) – veremos agora; e, B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13) – começaremos a ver agora.
A. O Filho e o servo (3.1-6).
Jesus é superior a Moisés porque ele é o divino e real Filho de Deus, enquanto Moisés era nada mais que um servo de Deus.
Ele estava falando (cap. 2) de Cristo coroado de glória e como sumo sacerdote idôneo e compassivo e ele chama a atenção de todos para algo muito importante.
Ele se direciona ao seus santos irmãos participantes do chamado (vocação) celestial. O termo "irmãos" que era a maneira típica de chamar os que pertenciam à igreja visível (3.12; 10.19; At 1.16; 1Co 3.1), tem aqui um significado todo especial uma vez que Jesus fez dos cristãos seus "irmãos" (e irmãs) "santos" (2.11).
O Senhor clama dos céus, convocando os cristãos a perseverarem na fé (12.25). Ele também chama os cristãos para o reino dos céus (12.26-28; isto é, os novos céus e a nova terra; a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4), que é a melhor pátria (11.16) e a herança eterna daqueles que foram chamados (9.15).
O seu convite ou a sua exortação é a de que deveriam, por isso, considerar atentamente ou fixar os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote que confessamos.
Devido ao fato de Cristo ser capaz de tratar e compreender efetivamente os problemas mais significativos que os cristãos enfrentam, eles deveriam dar maior atenção ao que será dito a seu respeito. Esse título de apóstolo é aplicado a Jesus somente aqui em todo o Novo Testamento. O termo enfatiza a sua autoridade e a realização fiel da missão que o Pai o enviou para cumprir (3.2; cf. 10.5-10; Jo 6.38; 20.21).
O autor de Hebreus continua a exaltá-lo falando de sua fidelidade a Deus, que o constituíra e compara com Moisés que também foi fiel em toda a casa de Deus. Com referência a Nm 12.7, Moisés e Cristo são comparados de modo favorável quanto à fidelidade de ambos, mas contrastado quanto à honra.
Embora tendo tido o privilégio de falar com Deus face a face e ver a sua forma (Nm 12.8), Moisés ainda era somente um servo "em toda a casa de Deus" (vs. 5). Cristo, como criador (1.2,10; Cl 1,16), é digno de honra como o divino construtor de todas as coisas - incluindo o santuário definitivo de Deus (Jo 2.19-20) - e como "Filho, em sua casa" (vs. 6).
Aqui no vs. 3 a implicação necessária é que Jesus, como o construtor da casa, é divino (vs. 4). Essa passagem aponta tanto para a identidade de Cristo como Deus ("o construtor") como para a sua distinção pessoal do Pai (vs. 6). De fato, quem tem mais glória a coisa criada ou o criador da coisa? Os céus e a terra e tudo o que neles há tem sua glória, mas quanto mais glória não tem o próprio Criador de todas as coisas? Assim, era Jesus com relação ao próprio Moisés, pois que este fora criado por aquele.
Pois toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo – vs. 4.
Desde que o autor alude a Nm 12.7, a ênfase está na distinção e na posição do serviço de Moisés. Moisés foi o único ministro da lei, mas o ministério de Jesus ainda é mais importante.
O ministério mais importante de Moisés era testemunhar das coisas que haviam de ser anunciadas, testemunhar a vinda de Cristo (Jo 5.46-47). A lei mosaica era uma sombra que apontava para os "bens" vindouros trazidos por Cristo (9.11; 10.1), porque em suas regulamentações, o Espírito Santo mostrou que o acesso à presença de Deus viria somente quando o tabernáculo terreno fosse substituído por algo melhor (9.8).
Cristo Jesus é fiel como Filho sobre à casa de Deus e a casa de Deus consiste de seu povo (1Sm 2.35; 2Sm 7.16; Ef 2.19-22; 1Tm 3.15; 1Pe 2.5). Ele está presente entre nós e cuida de nós.
Esse versículo – vs. 6, quando nos diz para guardarmos firme a confiança e a esperança - diz aos cristãos como provar que eles verdadeiramente pertencem a Deus. Sua fé deve ser confirmada pela perseverança (vs. 14; 6.11; 10.23). Essa nota de advertência é uma introdução apropriada à citação de SI 95 que vem a seguir (sugere a BEG novamente a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
B. Exortação a rejeitar a incredulidade (3.7-4.13).
Dos vs. 3.7 ao 4.13, veremos essa grande exortação a rejeitar a incredulidade. Isso nos parece ativo e não passivo; requer esforço, dedicação, luta e vigilância constante.
O fato de mencionar a necessidade de perseverar a fim de receber a bênção de Deus, levou o autor a pedir a seus leitores que rejeitassem a descrença.
Ele citou SI 95.7-11 e fez com que ele repercutisse em toda a sua exposição. As palavras-chave dessa parte incluem "Hoje" (3.13,15; 4.7) e "descanso" (4.3,5-6,8-11). O modo de tratar o "descanso" é desenvolvido a partir do ensino sobre o sábado de Gn 2.2.
Correspondendo a esse ensino está a exortação para "entrar naquele descanso" (4.11) e a advertência para não "endurercer o... coração" (3.15; 4.7).
Uma ocasião significativa de tentação ocorreu em Refidim (Ex 17.1-7), onde o povo murmurou contra Moisés e ele feriu a rocha para dar-lhes água.
O período total de quarenta anos de desobediência e resistência enquanto viajavam pelo deserto também pode estar sendo considerado (vs. 9-10; SI 78.40). Assim como Israel no deserto, a vida dos cristãos é um teste de fé (2Co 13.5-7).
Em Nm 14.21-30 há o relato do juramento de Deus de não permitir que aquela geração entrasse na Terra Prometida. Hebreus visualiza o descanso da Terra Prometida como uma antecipação do sábado eterno que virá - um descanso que será experimentado nos novos céus e na nova terra (4.1-11).
O autor dirigiu-se a seus leitores em termos da confissão de fé que eles compartilhavam e o envolvimento que tinham com a igreja. Ainda assim, ele reconheceu que alguns na congregação de cristãos tinham "perverso coração de incredulidade" (cf. 12.15-17) que os levaria à apostasia e ao julgamento.
Cristo salva totalmente os que vão a Deus por meio dele pela fé salvadora (7.25). Contudo, os cristãos devem encorajar-se mutuamente (10.24-25), assim como faz o autor ao longo de sua carta (13.22), a perseverar e demonstrar a fé mediante a fidelidade.
Um coração perverso de incredulidade, quer dizer corações incrédulos como aqueles de seus "pais" (vs. 9), cuja descrença os havia impedido de entrar no descanso de Deus (vs. 19). Deus aceita todo tipo de pessoa, exceto os incrédulos. Por isso que seu filtro em relação aos homens não é classe social, cultura, inteligência, obras, status, mas a fé!
Assim sendo, devemos nos encorajarmo-nos uns aos outros todos os dias, principalmente durante o tempo que se chama "hoje", de modo que nenhum de nós seja endurecido pelo engano do pecado – vs. 13. Há ilusão de que a desobediência fornece mais proteção (Ex 17.3) ou prazer (11.25-26; Ex 16.3) do que o faz a peregrinação da fé.
Isso porque somos participantes de Cristo. Embora o termo grego possa significar "compartilhar com" (no sentido de companhia), aqui – vs. 14 - aponta para a união íntima do cristão com Cristo.
Se somos participantes de Cristo, com certeza, iremos nos apegar até ao fim à confiança que tivemos no princípio. Pode ser que na caminhada haja algum esmorecimento ou mesmo letargia nos afastando do alvo, mas logo voltamos ao Caminho, pois sabemos e temos experimentado Dele.
Por isso é que se diz: "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião". A palavra chave aqui é “hoje” e não amanhã ou outro dia. O dia de nossa morte será também um dia que se chamará “hoje”. A advertência é do Espírito Santo e, sabemos, é melhor obedecer.
Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito? Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? – vs. 16-18.
Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não puderam entrar. Nem a bênção da saída do Egito ou o privilégio de escutar a voz de Deus garantiu à geração que morreu no deserto entrar no descanso de Deus na Terra Prometida.
A rebelião (vs. 16), o pecado (vs. 17) e a desobediência deles (vs. 18; 4.6), tinham raízes na incredulidade - eles não se apegaram com persistência à promessa de Deus (vs. 19; 4.2-3) e provaram por suas ações que não eram verdadeiramente redimidos.
Hb 3:1 Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial,
considerai atentamente o Apóstolo
e Sumo Sacerdote da nossa confissão,
Jesus,
Hb 3:2 o qual é fiel àquele que o constituiu,
como também o era Moisés em toda a casa de Deus.
Hb 3:3 Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória
do que Moisés,
quanto maior honra do que a casa
tem aquele que a estabeleceu.
Hb 3:4 Pois toda casa é estabelecida por alguém,
mas aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus.
Hb 3:5 E Moisés era fiel, em toda a casa de Deus,
como servo,
para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas;
Hb 3:6 Cristo, porém,
como Filho,
em sua casa;
a qual casa somos nós,
se guardarmos firme, até ao fim,
a ousadia
e a exultação da esperança.
Hb 3:7 Assim, pois, como diz o Espírito Santo:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
Hb 3:8 não endureçais o vosso coração
como foi na provocação,
no dia da tentação no deserto,
Hb 3:9 onde os vossos pais me tentaram,
pondo-me à prova,
e viram as minhas obras por quarenta anos.
Hb 3:10 Por isso, me indignei contra essa geração e disse:
Estes sempre erram no coração;
eles também não conheceram os meus caminhos.
Hb 3:11 Assim, jurei na minha ira:
Não entrarão no meu descanso.
Hb 3:12 Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós
perverso coração de incredulidade
que vos afaste do Deus vivo;
Hb 3:13 pelo contrário,
exortai-vos mutuamente cada dia,
durante o tempo que se chama Hoje,
a fim de que nenhum de vós seja endurecido
pelo engano do pecado.
Hb 3:14 Porque nos temos tornado participantes de Cristo,
se, de fato, guardarmos firme,
até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos.
Hb 3:15 Enquanto se diz:
Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais o vosso coração,
como foi na provocação.
Hb 3:16 Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram?
Não foram, de fato,
todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?
Hb 3:17 E contra quem se indignou por quarenta anos?
Não foi contra os que pecaram,
cujos cadáveres caíram no deserto?
Hb 3:18 E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso,
senão contra os que foram desobedientes?
Hb 3:19 Vemos, pois, que não puderam entrar
por causa da incredulidade.
A palavra de Deus é clara para você ao falar que é HOJE e não amanhã o dia de você ouvir a voz de Deus que está te chamando. Não endureça o seu coração a fim de que a palavra pregada da salvação te alcance!
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Hebreus 2 1-18 - O GRANDE TRIUNFO SOBRE A MORTE E SOBRE O DIABO.


Como dissemos, a epístola de Hebreus foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que ele é o novo, último e superior sumo sacerdote. Estamos vendo o capítulo 2/13.
Breve síntese do capítulo 2.
Profundidade e complexidade é o que envolve Hebreus numa linguagem simples, mas tão profunda que nossos ouvidos tornaram-se tardios em compreender e assimilar. É profundo, é complexo e é tão simples... parece contraditório, mas não há contradição se não na alma que perdeu o bom senso.
Navegar nestes escritos não é tarefa para fazer sem a ajuda do Espírito Santo. Temos de orar, meditar, estudar e pedir ao Espírito de Deus para quebrar em nós toda contradição, heresias, preconceitos e inclinações carnais que entorpecem nossa alma nos turvando a vista.
Já os que podem enxergar a beleza do que está escrito, pasma diante da sabedoria de Deus que é loucura para os homens.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS (1.1-2.18) - continuação.
Já dissemos que a revelação feita por Cristo, o filho de Deus, é superior à revelação dada a Moisés pelos anjos. A epístola começa com um enfoque sobre as maneiras em que Cristo é maior que os anjos.
Estamos seguindo a seguinte divisão proposta: A. A última e melhor Palavra de Deus em seu Filho (1.1-4) – já vimos; B. Testemunho bíblico da grande honra do Filho (1.5-14) – já vimos; C. Exortação para apegar-se ao Filho (2.1-4) – veremos agora; D. O Filho e seus irmãos (2.5-18) – veremos agora
C. Exortação para apegar-se ao Filho (2.1-4).
Tendo estabelecido que Cristo é superior aos anjos, o autor exorta seus leitores permanecerem fiéis a Cristo, em vez de colocar a sua fidelidade em outras coisas.
Assim sendo, importava que nos apegássemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas. Compare com exortações semelhantes em 3.12-14; 4.1,11; 6.11-12; 10.22-25; 12.1-13 e especialmente 12.25-29; outro lembrete do Sinai. Não podemos negligenciar o discurso de Deus, sob o risco de morrermos eternamente.
Repare a lógica da argumentação do autor de Hebreus, pois se a mensagem transmitida por anjos tornou firme a palavra e se toda transgressão e desobediência recebeu a devida punição, imagine agora, se negligenciarmos tão grande salvação anunciada por Deus.
O argumento é do menor para o maior, um estilo padrão rabínico de argumentação no qual primeiro é feita uma referência a situações mais simples e menos urgentes, e depois a situações semelhantes, mas mais significativas e circunstâncias importantes.
Se o que os anjos disseram tornou firme, então o que vem Daquele que é superior deve ter tornado muito mais firme. A expressão "tornar firme" é termologia legal, assim como a palavra "testemunho" no vs. 4.
O papel dos anjos no fornecimento das leis é sugerido em Dt 33.2 ("O SENIIOR veio do Sinai... e veio das miríades de santos"). A interpretação de que a lei havia sido dada por intermédio dos anjos era difundida nas comunidades judaicas no século 1 (At 7.53; Cl 3.19).
O justo castigo ou a devida punição – vs. 2 – é também ilustrado em 10.28-29 (cf. 6.4-6). Nem todas as violações da lei de Moisés eram de igual importância, mas os castigos foram estabelecidos apropriadamente para cada uma.
Os transgressores da nova aliança em Cristo serão até mesmo menos capazes de escapar do castigo apropriado do que os transgressores da lei no Antigo Testamento.
O castigo em mente é o castigo eterno. O autor não quis dizer com isso que os verdadeiros cristãos podem perder a salvação (para isso, veja o excelente artigo teológico da BEG: "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1), mas que a comunidade da nova aliança contém incrédulos do mesmo modo que havia na comunidade da antiga aliança (veja outro excelente artigo teológico da BEG: "A igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Na comunidade da nova aliança, os incrédulos serão julgados com mais severidade do que os incrédulos na comunidade da antiga aliança.
A palavra salvação é mencionada pela primeira vez em 1.14, essa salvação inclui basicamente:
ü  A herança do mundo que há de vir (vs. 5; 11.16).
ü  Entrar na glória como filhos de Deus (v.10).
ü  A purificação dos pecados (1.3; 2.11,17).
ü  A liberdade do temor da morte (vs. 14-15).
ü  O privilégio de poder se aproximar de Deus (4.16; 10.22) para oferecer adoração que agrada a ele (12.28; 13.15-16).
Os apóstolos e certamente outros testemunharam as coisas que Jesus disse e fez em seu ministério, morte e ressurreição (At 1.14-15,21-23; 10.39-41; 1Pe 5.1; 2Pe 1.15), sendo os apóstolos testemunhas oficiais (At 1.22).
O autor e seus leitores ouviram o evangelho por intermédio dos apóstolos ou talvez por intermédio de outros que acompanharam os apóstolos e puderam testemunhar sob a autoridade deles.
Esses termos “sinais, prodígios e vários milagres” – vs. 4 - são usados no Novo Testamento para os milagres especiais que Deus usou para autenticar o Salvador (At 2.22), os apóstolos e Estêvão (At 6.8; 14.3; Rm 15.18-19; 2Co 12.12).
Os sinais associados com a revelação no período do Novo Testamento aumentaram a responsabilidade daqueles que rejeitaram o evangelho.
D. O Filho e seus irmãos (2.5-18).
Dos vs. 5 ao 18, veremos o Filho e seus irmãos – Jesus coroado de glória: sumo sacerdote idôneo e compassivo. Tendo chamado seus leitores para seguir o Filho para obter a salvação, o autor descreveu outra dimensão surpreendente da superioridade de Cristo.
Cristo tornou-se humano a fim de levar aqueles que creem nele para a sua glória.
O autor fez uso do contraste entre anjos e seres humanos (vs. 5-8) para mostrar o maravilhoso fato de que Cristo, o Filho real, se tornou um ser humano por completo (vs. 14,17) a fim de restaurar a dignidade da humanidade redimida e o divino lugar dela planejado na criação.
Essa forma na citação bíblica é característica do autor de Hebreus, que enfatizava a inspiração divina dos autores da Escritura em vez de mencionar os autores humanos (p. ex., 1.5,7-8; 2.12,3.7; 4.3; 5.5-6).
A eficiência do método do escritor de citar uma passagem-prova bem conhecida do Antigo Testamento sobre as pessoas na criação (SI 8.4), fornece evidências de que os destinatários eram de descendência judaica.
Vemos na citação do Sl 8 ao falar do homem – vs. 6 ao 8 -, que ele fala dele descrevendo o estado glorioso da raça humana como o ápice de toda a criação como alguém superior
"Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos e o coroaste de glória e de honra; tudo sujeitaste debaixo dos seus pés"
Mas é óbvio que os seres humanos estão longe de desfrutar totalmente desse estado. Os versículos que seguem explicam que Jesus, como precursor da humanidade, corrige essa situação para o bem dos que o seguem.
Foi Deus, o Pai, quem fez isso e ao sujeitar a ele todas as coisas, nada deixou que não lhe estivesse sujeito. Agora, porém, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas – vs. 8.
Embora a humanidade tenha caído, não estamos sem esperança. O homem Jesus tem a coroa da glória e da honra, a qual ele irá compartilhar com aqueles que creem nele (vs. 11-13).
Essa expressão “por um pouco”  pode se referir à posição ("por um pouco") ou ao tempo (cf. "Pouco depois" em Lc 22.58; "por um pouco" em At 5.34).
Se é à posição que está se referindo, mostra que, porque os seres humanos são um pouco menores que os anjos, Jesus, ao se tornar um homem, também se tornou menor que os anjos. Se é ao tempo, indica o caráter temporário da humilhação de Jesus.
Como homem ainda fez com que Jesus, provasse a morte por todo homem. Ressalte-se que o autor não pretendeu afirmar que todos os seres humanos foram salvos pela morte de Cristo. Como na conversa comum, termos como "todos" são definidos com base nos contextos nos quais aparecem.
No seu contexto imediato, a expressão "todo homem" refere-se aos "muitos filhos" (vs. 10) que Deus leva para a glória e os quais Jesus chama de "irmãos" (vs. 11).
Aqueles pelos quais Jesus morreu são feitos santos e perfeitos de uma vez para sempre pelo seu sacrifício (10.10,14); a consciência deles é purificada dos atos que levam à morte (9.14) e eles são salvos do pavor da morte (2.14-15).
Por contraste, há aqueles dentro da igreja que não confiam no Filho, mas o expõe à ignomínia (6.4-6). Para eles, "não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo" (10.26-27).
Assim, "todo homem" aqui inclui todos aqueles - e somente aqueles - que persistem em confiar em Jesus (3.6,14).
Para que os filhos de Deus fossem restaurados à glória descrita no SI 8, o Filho unigênito teve de:
ü  Sofrer a morte em favor deles.
ü  Destruir os seus inimigos.
ü  Libertá-los da escravidão.
ü  Expiar pelos pecados deles.
Laços de parentesco no eterno plano de Deus unem o redimido ao "Autor da sua salvação" (vs. 10,11).
Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles – vs. 10. Esse termo grego “autor” é raro no Novo Testamento (12.2; At 3.15; 5.31) e poderia também ser traduzido como "líder" ou "pioneiro". Ele é usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) para se referir aos líderes tribais e militares (p. ex., Êx 6.14; Nm 10.4; 13.3). Jesus é o nosso guia para a glória porque, na sua humanidade, ele foi pioneiro no caminho do sofrimento em nosso favor.
O autor de hebreus explica que tanto o que santifica como os que são santificados provêm de um só, literalmente "somos do mesmo" ou "têm a mesma origem" (ou seja, Deus).
Alternativamente, alguns intérpretes traduzem como "somos da mesma natureza" (ou seja, a natureza humana). Em vista da glória do Filho, como descrita no cap. 1, deveríamos esperar que Jesus não quisesse se identificar com os seres humanos decaídos, mas ele de modo voluntário nos chama de sua família, seus próprios irmãos e irmãs (vs. 17; 5.1; 7.5).
Está escrito que foi ele quem disse que proclamaria o seu nome a seus irmãos e na assembleia o louvaria. O autor introduziu aqui SI 22.22 para chamar a atenção sobre o relacionamento de irmão e irmã vivido entre os cristãos e Cristo.
Essa passagem é um ponto crucial num salmo que descreve a passagem do sofrimento para a libertação. Desse modo, o contexto das palavras citadas corresponde ao uso delas em Hebreus.
Essa confissão de fé de que poria nele a sua confiança aparece em 2Sm 22.3; Is 8.17; Is 12.2. Nessas três passagens, um servo de Deus expressa confiança diante do perigo.
Que o Filho, que é "o Autor e Consumador da fé" (12.2), tivesse essas palavras nos lábios, demonstra que ele vivia pela fé, assim como nós devemos viver.  
Quando ele se refere ao “eu e os filhos que Deus me deu” – vs. 13 - o autor de Hebreus estava se referindo a Is 8.18, onde o profeta declarou que ele e seus filhos eram sinais do julgamento de Deus contra o rebelde Judá (os rebeldes não eram os seus filhos).
Quanto a isso, Isaías foi um exemplo de Cristo o qual também tinha um círculo de "filhos" dado a ele pelo Pai (Jo 17.6); eles permanecem como manifestações do julgamento de Deus contra os que se rebelam contra ele.
Ao comentar que os filhos são pessoas de carne e sangue – vs. 14 -, ele está usando uma maneira idiomática de dizer "humano" (a mesma expressão grega pode ser traduzida como "homem"; Mt 16.17; CI 1.16; cf. Ef 6.12; 1Co 15.50).
Essa expressão também pode enfatizar as limitações da condição humana - literalmente, "compartilhou das mesmas coisas", uma frase que enfatiza a perfeição da encarnação do Filho. Dessa forma, Deus também participou dessa condição humana, para que por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo!
Jesus Cristo triunfou sobre a morte e o diabo ao suportar o castigo de Deus sobre os pecadores e ao cumprir a justiça requerida dos seres humanos.
Porém, para que ele pudesse fazer isso, foi necessário que compartilhasse da humanidade deles, incluindo carne e sangue (a BEG recomenda, neste ponto, a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A humanidade plena de Jesus", em Lc 3).
Até que ponto o diabo tem o poder da morte? Depois de nos tentar a pecar, o diabo age como acusador (Ap 12.10), exigindo que o justo castigo caia sobre nós: "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23; cf. 1Co 15.56).
Isso me lembra de uma historinha.
Havia um homem que ia passando normalmente por um determinado lugar, quando o diabo lhe soprou aos ouvidos: - olhe, que lindo! Deve ser muito valioso. Pegue-o para si, ninguém está vendo.
Olhando para todos os lados, não viu ninguém (ele se esqueceu de olhar para cima!) e furtivamente roubou um objeto muito importante e escondeu-o em um de seus bolsos.
Passando por alguns vigias esses notaram algo estranho nele, pois parecia muito nervoso e o diabo sussurrou aos ouvidos dos guardas: - ele deve ter feito algo errado, revistem-no antes que escape.
Os guardas fizeram sinais para que o homem parasse e este começou a fugir e foi apanhado em flagrante, sendo conduzido depois à prisão onde teve que cumprir severa pena.
Aí, então, o diabo lhe sussurrou novamente aos ouvidos: - seu trouxa! Está vendo o que fizeste? Acabaste com sua vida e reputação. Que feio! Vá, crie coragem e agora se mate!
O poder dele para impor a morte é destruído somente quando nossos pecados são punidos. Como isso aconteceu com a morte de Cristo, suas acusações não têm mais base (Cl 2.14-15).
O diabo não ficou totalmente sem poder (1Pe 5.8), mas a inauguração do reino com o ministério terreno de Cristo eliminou a sua força repressora de todos os seguidores de Cristo.
Pela sua morte, Jesus derrotou o diabo e libertou aqueles que durante toda a vida estavam escravizados pelo medo da morte. Isso nos lembra de I Coríntios 15.
Como já dissemos quando falamos desse texto. O capítulo 15 de I Coríntios é o capítulo em que Paulo fala da ressurreição de Cristo como sendo o fundamento principal de nossa crença e prática.
Ele até lembra Isaias que citou primeiramente “comamos e bebamos porque amanhã morreremos” para dizer que se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e seria então melhor que comêssemos e bebêssemos uma vez que certa seria a nossa morte.
Foi assim que fez Senaqueribe quando cercou Israel e os israelitas cercados não viam saída alguma por causa do poderoso exército inimigo e já tinham por certa a morte no dia seguinte. Como irão todos morrerem, o que disseram? Que seria melhor comer e beber.
Nós também éramos escravos do pecado por causa de nossa morte iminente e a qualquer tempo. Por temor a ela, éramos escravos de nossos desejos e pecados, mas Cristo, amados ressuscitou!
Agora a morte, morreu! Engraçado não é que a morte que antes prendia a gente no pecado agora está morta!
Era o medo da morte que nos mantinha presos ao pecado, mas agora Jesus nos libertou ao derrotar o diabo.
Esse versículo 16 de que ele não socorre a anjos, mas a descendência de Abraão, resume a expressão do contraste entre os seres humanos e os anjos iniciada nos vs. 5-8.
O pano de fundo é Is 41.8-14, passagem em que o povo de Israel é chamado de "descendente de Abraão" (Is 41.8) o qual o Senhor tomou "pela tua mão" (Is 41.13) e o qual ele prometeu "ajudar" (Is 41.14; cf. Hb 2.18). Eles não precisam mais "temer" (Is 41.10; veja Hb 2.15; 13.5-6). A respeito de Abraão e seus descendentes, veja 6.15-17; 11.8-12 (veja também Rm 4.9-18; 9.6-8; GI 3.29).
Alguns traduzem essa frase relacionado ao socorro dos descendentes de Abraão como "ele toma" ou "ele agarra", como na encarnação.
De qualquer modo, o ponto é o mesmo: o tipo de criaturas que Deus deseja salvar determina o tipo de encarnação descrito no vs. 14. Essas criaturas são seres humanos, e Cristo é, por essa razão, encarnado como um homem.
Foi por isso que ele se tornou semelhante aos seus irmãos. Somente Aquele que foi testado de todas as maneiras, como nós somos, poderia ser um sacerdote misericordioso (4.15; 5.2).
Somente Aquele que respondeu a todos os testes com perfeita obediência, poderia ser um sacerdote fiel sem pecados (4.15; 7.26-28) e digno de oferecer-se em sacrifício sem mácula (9.14).
É ele misericordioso e fiel, o sumo sacerdote perfeito. Repetindo a profecia que anunciou o julgamento na casa de Eli (na família de Arão) e a vinda do fiel sacerdote que ministraria para sempre (1Sm 2.35). A fidelidade (3.6) e a misericórdia de Cristo (5.2) são explicadas no que se segue, ou seja, em, ser apto, capaz e aprovado para fazer propiciação pelos pecados do povo. Ou, "que pudesse desviar a ira de Deus e tirar os" ao suportar a ira e a maldição de Deus contra "o povo" que pecou (veja também Rm 3.25-26).
Isso porque – vs. 18 - tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele agora é plenamente capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados. Tendo, pois, tão grande promessa, esforcemo-nos por sermos fiéis a Cristo em tudo.
Hb 2:1 Por esta razão, importa que nos apeguemos,
com mais firmeza,
às verdades ouvidas,
para que delas jamais nos desviemos.
Hb 2:2 Se, pois, se tornou firme
a palavra falada por meio de anjos,
e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo,
Hb 2:3 como escaparemos nós,
se negligenciarmos tão grande salvação?
A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor,
foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;
Hb 2:4 dando Deus testemunho juntamente com eles,
por sinais,
prodígios
e vários milagres
e por distribuições do Espírito Santo,
segundo a sua vontade.
Hb 2:5 Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir,
sobre o qual estamos falando;
Hb 2:6 antes, alguém, em certo lugar,
deu pleno testemunho, dizendo:
Que é o homem, que dele te lembres?
Ou o filho do homem, que o visites?
Hb 2:7 Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos,
de glória e de honra o coroaste
[e o constituíste sobre as obras das tuas mãos].
Hb 2:8 Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés.
Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas,
nada deixou fora do seu domínio.
Agora, porém, ainda não vemos
todas as coisas a ele sujeitas;
Hb 2:9 vemos, todavia, aquele que, por um pouco,
tendo sido feito menor que os anjos,
Jesus, por causa do sofrimento da morte,
foi coroado de glória e de honra,
para que, pela graça de Deus,
provasse a morte
por todo homem.
Hb 2:10 Porque convinha que aquele,
por cuja causa
e por quem todas as coisas existem,
conduzindo muitos filhos à glória,
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos,
o Autor da salvação deles.
Hb 2:11 Pois, tanto o que santifica como os que são santificados,
todos vêm de um só.
Por isso, é que ele não se envergonha
de lhes chamar irmãos,
Hb 2:12 dizendo:
A meus irmãos declararei o teu nome,
cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
Hb 2:13 E outra vez:
Eu porei nele a minha confiança.
E ainda:
Eis aqui estou eu
e os filhos que Deus me deu.
Hb 2:14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
destes também ele, igualmente, participou,
para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte,
a saber, o diabo,
Hb 2:15 e livrasse todos que,
pelo pavor da morte,
estavam sujeitos à escravidão
por toda a vida.
Hb 2:16 Pois ele, evidentemente,
não socorre anjos,
mas socorre a descendência de Abraão.
Hb 2:17 Por isso mesmo, convinha que,
em todas as coisas,
se tornasse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso
e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus
e para fazer propiciação
pelos pecados do povo.
Hb 2:18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu,
tendo sido tentado,
é poderoso para socorrer os que são tentados.
Medo da morte! O medo da morte nos mantinha presos ao pecado e assim éramos escravos, mas a morte morreu na morte de Cristo... legal, não é?
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel Deusdete. 
...
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