sábado, 13 de fevereiro de 2016
sábado, fevereiro 13, 2016
Jamais Desista
I Timóteo 3 1-15 - AOS QUE ASPIRAM O EPISCOPADO
Como já dissemos, Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em
sua oposição aos falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 3/6.
Breve
síntese do capítulo 3.
Aqui Paulo fala aos que aspiram a excelente
obra, ou seja, o episcopado. Ele enumera uma série de virtudes que devem ser
característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de Deus. Também
fala dessas mesmas características aos diáconos homens e mulheres.
Não existe maior honra do que servir ao
Senhor. Você consegue enxergar maior obra a ser feita enquanto vivo aqui na
terra? Não há! É muita glória!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A CONDUTA NA IGREJA (2.1-3.16).
Como dissemos, Paulo desafiou a desarmonia
dos falsos mestres ao resumir suas ideias a respeito da oração, da modéstia no
culto e da liderança da igreja. Dos vs. 2.1 ao 3.16, estaremos vendo essa
conduta na igreja.
Estamos seguindo nossa divisão proposta,
conforme a BEG: A. Oração e culto (2.1-15) – já vimos; B. Liderança da igreja (3.1-13) – veremos agora; e, C. A responsabilidade de Timóteo (3.14-16) – veremos também agora.
B. Liderança da igreja (3.1-13).
Paulo voltou ao tópico da liderança na
igreja. Seu foco nas qualidades pessoais daqueles que serviriam nesses cargos,
em vez de frisar seus deveres, indica a sua preocupação de que pessoas certas
ocupassem tais cargos.
Talvez alguns falsos mestres houvessem
ocupado posições de liderança, ou estivessem em busca delas. Ele discutiu as
qualificações dos bispos (vs. 1-7) e a seguir as dos diáconos (vs. 8-13).
Aos bispos/presbíteros – vs. 1-7.
Paulo tratou primeiro das qualificações dos
bispos ou presbíteros.
O uso dessa expressão “Fiel é a palavra” aqui
reflete a importância que Paulo associava à tarefa do bispo. Se alguém
desejasse servir a Cristo como epíscopo, estaria desejando uma nobre função.
O bispo era aquele homem, dentro de um
grupo, responsável pelo cuidado geral da igreja (vs. 5; Fp 1.1). A palavra é
usada de maneira intercambiável com "presbítero" (At 20.17,28; Tt
1.5-7).
Dos vs. 2 ao 7, ele elenca esses atributos
desejáveis em um bispo:
ü
Irrepreensível.
Um
título genérico para as qualificações do bispo. Essa expressão não significa
"sem pecado", o que desqualificaria todos os homens, mas "acima
de qualquer repreensão escandalosa".
A
preocupação maior de Paulo era que os presbíteros gozassem de um bom conceito
tanto entre os não cristãos (vs. 7) como entre os cristãos (veja também Tt
1.6-9).
ü
Marido
de uma só mulher.
Essa
expressão difícil (vs. 12; 5.9; Tt 1.6) pode ser compreendida como proibição à
poligamia, outro casamento depois de um divórcio sem embasamento bíblico, ou
infidelidade conjugal. O presbítero poderá ser solteiro.
ü
Sóbrio.
ü
Prudente.
ü
Respeitável.
ü
Hospitaleiro.
ü
Apto
para ensinar.
A
menção do aspecto de ensinar dentre as tarefas do presbítero é importante dado
o problema vivido em Éfeso (5.17).
Deve-se
lembrar também das responsabilidades pastorais dos presbíteros, o que inclui o
ensino (At 20.28; 1 Pe 5.1-4).
ü
Não
apegado ao vinho.
ü
Não
violento.
ü
Amável.
ü
Pacífico.
ü
Não
apegado ao dinheiro.
ü
Que
governe bem sua própria família.
O
primeiro teste de seu episcopado é a sua família. Ela é a sua primeira igreja e
criar os filhos nos caminhos do Senhor é um grande desafio.
Paulo
chega a dizer que se não soubesse governar a sua própria casa, estaria já
reprovado.
ü
Não
pode ser recém-convertido.
O
fato de um recém-convertido a Cristo ocupar o ofício de presbítero pode levar à
soberba e assim incorrer na condenação do diabo. Paulo não contemplava de modo
brando a queda de um presbítero, talvez porque alguns presbíteros estivessem
envolvidos com a falsa doutrina.
ü
Ter
boa reputação perante os de fora.
Dos vs. 3.8 ao 3.13, Paulo passou dos
presbíteros para o segundo escalão da igreja: os diáconos. Sobre eles e o seu
ofício ele fala no vs. 13 que os que servirem bem alcançarão uma excelente
posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus.
Do mesmo modo, dos vs. 8 ao 13, ele elenca
esses atributos desejáveis em um bispo:
ü
Devem
ser dignos.
ü
Homens
de palavra.
ü
Não
amigos de muito vinho nem de lucros desonestos.
ü
Devem
apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa.
Em
outras passagens, Paulo usa o termo "mistério" para referir-se à
verdade revelada por meio do evangelho (vs. 16; Rm 16.25-26; 1Co 2.7; 4.1; Ef
1.9; 3.3-9; 6.19; Cl 1.26-27; 2.2; 4.3). Talvez alguns dos diáconos em Éfeso
tivessem sido enganados pela falsa doutrina.
ü
Devem
ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que
atuem como diáconos.
Essa
provavelmente não é referência a um período específico de teste, mas, na
verdade, um cuidadoso exame da conduta e compromisso com a sã doutrina.
Paulo
usou essa mesma palavra grega quando se referiu aos bispos/presbíteros em Tt
1.6-7.
ü
As
mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em
tudo.
Literalmente,
"as mulheres devem ser". Três identificações principais dessas
mulheres foram fornecidas:
(1)
As
esposas de diáconos (e, por implicação, dos presbíteros).
(2)
As
assistentes do sexo feminino dos diáconos.
(3)
As
mulheres que exerciam a função de diácono (ou diaconisas).
As
duas últimas sugestões são mais prováveis que a primeira. É provável que a
aparente aspereza da declaração direta a respeito das mulheres reflita a
preocupação de Paulo com as mulheres em especial, as quais não haviam
conseguido se desvencilhar dos falsos mestres (2.14; 5.11-15).
ü
O
diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua
própria casa.
É clara a referência aqui aos oficiais da
igreja que trabalhavam lado a lado com os presbíteros (cf. Fp 1.1). As
incumbências precisas do diácono não foram enumeradas nessa passagem.
A igreja tem visto o ministério dos
diáconos em termos dos sete escolhidos para ajudar os apóstolos em At 6.1-6,
embora o termo "diácono" não tenha sido usado nessa passagem.
Dos vs. 14 ao 16, Paulo está desejoso em
vê-lo, em breve, mas fala dessa responsabilidade de Timóteo. Paulo esclareceu
pela segunda vez a responsabilidade de Timóteo em Éfeso (veja 1.12-20).
Paulo resumiu a sua discussão sobre a
conduta na vida da igreja. Havia regras e orientações a serem seguidas
(2.1-3.16).
A casa de Deus, a igreja do Deus vivo, era
e é a coluna e fundamento da verdade. Coluna vem do grego stylos - a igreja sustenta a verdade.
Ela é também um baluarte. Não é apenas
sinônimo de coluna, pois traduz outra palavra com significado diferente (hedraioma). Expressa a ideia de estabilidade
e permanência.
A intenção de Paulo era enfatizar, em
contraste com os falsos mestres, que a verdade do evangelho é encontrada e
sustentada por meio da igreja de Deus.
O que se segue quando ele fala que sem
dúvida grande era o mistério da piedade, pode ser parte de um antigo hino
cristão.
ü
Aquele
que foi manifestado na carne.
Uma
referência à encarnação, com indicação da preexistência de Cristo.
ü
Foi
justificado em Espírito.
Uma
referência à ressurreição de Cristo (Rm 1.4).
ü
Contemplado
por anjos.
Uma
referência à ascensão (At 1.10-11).
ü
Pregado
entre os gentios.
Uma
referência ao ministério universal de Cristo abrangendo todos os povos.
ü
Crido
no mundo.
Uma
referência aos que receberam o evangelho, tanto judeus como gentios.
ü
Recebido
na glória.
Uma
referência à exaltação de Cristo na glória.
I Tm 3:1 Fiel é a
palavra:
se
alguém aspira ao episcopado,
excelente
obra almeja.
I Tm 3:2 É necessário, portanto,
que
o bispo seja irrepreensível,
esposo
de uma só mulher,
temperante,
sóbrio,
modesto,
hospitaleiro,
apto
para ensinar;
I
Tm 3:3 não dado ao vinho,
não
violento, porém cordato,
inimigo
de contendas,
não
avarento;
I
Tm 3:4 e que governe bem a própria casa,
criando
os filhos sob disciplina,
com
todo o respeito
I
Tm 3:5 (pois, se alguém não sabe governar a própria casa,
como
cuidará da igreja de Deus?);
I
Tm 3:6 não seja neófito,
para
não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.
I
Tm 3:7 Pelo contrário, é necessário
que
ele tenha bom testemunho dos de fora,
a
fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.
I Tm 3:8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é
necessário
que
sejam respeitáveis,
de
uma só palavra,
não
inclinados a muito vinho,
não
cobiçosos de sórdida ganância,
I
Tm 3:9 conservando o mistério da fé
com
a consciência limpa.
I
Tm 3:10 Também sejam estes primeiramente experimentados;
e,
se se mostrarem irrepreensíveis,
exerçam
o diaconato.
I
Tm 3:11 Da mesma sorte, quanto a mulheres,
é
necessário que sejam elas respeitáveis,
não
maldizentes,
temperantes
e
fiéis em tudo.
I
Tm 3:12 O diácono seja marido de uma só mulher
e
governe bem seus filhos e a própria casa.
I Tm 3:13 Pois os que desempenharem bem o
diaconato
alcançam
para si mesmos justa preeminência
e
muita intrepidez
na
fé em Cristo Jesus.
I Tm 3:14 Escrevo-te estas coisas,
esperando
ir ver-te em breve;
I
Tm 3:15 para que, se eu tardar,
fiques
ciente de como se deve proceder na casa de Deus,
que
é a igreja do Deus vivo,
coluna
e
baluarte da verdade.
I Tm 3:16 Evidentemente, grande é o mistério
da piedade:
Aquele
que foi manifestado na carne
foi
justificado em espírito,
contemplado
por anjos,
pregado
entre os gentios,
crido
no mundo,
recebido
na glória.
Ele conclui o capítulo falando do mistério da
piedade o que parecia ser uma canção que entoavam quando a igreja estava
vivendo sua primeira fase.
Sobre alguns dos mistérios que Paulo e outros
profetas falam na Bíblia:
ü Da fé. I Tm 3.9.
ü Da piedade. I Tm 3.16.
ü De Deus. I Co 4.1; Cl 2.2; Ap 10.7.
ü Da sua vontade. Ef 1.9.
ü Entre os gentios. Cl 1.27.
ü De Cristo. Ef 3.4; Cl 4.3.
ü Da iniquidade. II Ts 2.7
ü Da mulher. Ap 17.7.
ü Das sete estrelas. Ap 1.20.
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete.
...
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
sexta-feira, fevereiro 12, 2016
Jamais Desista
I Timóteo 2 1-15 - UM SÓ MEDIADOR: JESUS CRISTO!
Como já dissemos, Paulo escreveu essa epístola para orientar Timóteo em
sua oposição aos falsos mestres em Éfeso. Estamos no capítulo 2/6.
Breve
síntese do capítulo 2.
Diz Paulo que somente há um mediador e este entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem! Assim, minha frase abaixo tem efeito:
- Deus usa os homens
- Para falar aos homens
- A palavra de salvação dos homens (desejada por anjos – I Pe 1:12)
- Por meio de um mediador, também homem (I Tm 2:5; Hb 9:15)
- O qual a si mesmo se deu em resgate dos homens (I Tm 2:6)
- Porque somente um homem, poderia morrer por outro homem (Hb 9:12)
- E somente um Deus poderia satisfazer a justiça de Deus.
- Jesus Cristo é este homem, é este Deus (varão aprovado: At 2:22)
ü Morreu pelos
homens
ü Satisfez a justiça
de Deus
O desejo de Deus é de que todos sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade por isso também pregamos o evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes,
conforme ajuda da BEG:
III. A CONDUTA NA IGREJA (2.1-3.16).
Paulo desafiou a desarmonia dos falsos
mestres ao resumir suas ideias a respeito da oração, da modéstia no culto e da
liderança da igreja. Dos vs. 2.1 ao 3.16, estaremos vendo essa conduta na
igreja.
Paulo continuou a orientar Timóteo a
respeito de suas responsabilidades em Éfeso ao falar da vida cristã dentro da
comunidade da igreja.
É provável que ele tenha continuado a
abordar as questões levantadas pelos falsos mestres.
Ele estava preocupado principalmente com
três questões: o modo como as orações e o culto deveriam ser conduzidos
(2.1-15), as qualificações dos líderes da igreja (3.1-13) e a responsabilidade
de Timóteo (3.14-16). Elas formarão nossa divisão proposta, seguindo a BEG: A.
Oração e culto (2.1-15) – veremos agora;
B. Liderança da igreja (3.1-13); e, C. A responsabilidade de Timóteo (3.14-16).
A. Oração e culto (2.1-15).
A primeira questão importante dessa seção –
vs. 1 ao 15 - era a maneira em que deveriam ser feitas as orações e os cultos.
Aparentemente, havia surgido alguma confusão na igreja em relação a essas
questões.
Sua discussão divide-se em três partes: a
prática de orações por todos os homens (vs. 1-7), as orações dos homens (vs. 8)
e as orações das mulheres (vs. 9-15). Elas também formarão nossa divisão
proposta: 1. Oração por todos os homens (2.1-7) – veremos agora; 2. Homens
no culto (2.8) – veremos agora; e, 3. Mulheres no culto (2.9-15) – também veremos agora.
1. Oração por todos os homens (2.1-7).
Paulo começou encorajando os crentes a
fazer orações para as diversas autoridades pelo bem do evangelho. Isso o levou
a afirmar a ação redentora de Deus em Cristo e a uma digressão sobre o seu
próprio chamado como apóstolo aos gentios.
Em resposta à estreita perspectiva dos
falsos mestres (vs. 7; cf. 1.7), Paulo abordou a questão daqueles por quem os
cristãos deveriam orar.
Como pode ser visto pela frase seguinte
("em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de
autoridade"), isso não significa que é por “todos os seres humanos",
mas sim por "todos os tipos de pessoas", qualquer que seja a sua
posição na vida.
Isso não significa que Deus, de modo
soberano, deseja que todas as pessoas sejam salvas, pois se assim fosse, a
todos salvaria. Pode referir-se à benevolência generalizada de Deus em que de
não sente prazer na morte dos perversos, ou pode significar que Deus deseja que
todos os tipos de pessoas sejam salvos (ou seja, Deus não exclui certos tipos
de pessoas da eleição para a salvação). A BEG recomenda aqui a leitura e a
reflexão em seu excelente artigo teológico "A vontade de Deus", em Ez
18.
Diante dos fatos, em João 9, após curar um
cego de nascença, Jesus explica que viera a este mundo para juízo – Jo 9.39.
A primeira vinda de Cristo não iniciou
imediatamente o juízo final (3.17; 12.47), mas confrontou, inevitavelmente, os
seres humanos com a obrigação de se posicionarem contra ou a favor de Jesus (Mt
12.30; Lc 11.23).
É necessário e mesmo vital que se faça uma
escolha! O filtro de Deus em relação aos homens não é quem é mais inteligente,
nem sábio, nem poderoso, nem tolo, nem pobre, nem quem faz mais obras, ou
menos, mas o que tem fé! O filtro de Deus em relação aos homens é a fé! Você
escolhe dar crédito a Ele ou rejeitá-lo.
Essa afirmação “há um só Deus” – vs. 5 - é fundamental
da religião judaica (Dt 6.4; cf. Rm 3.30; 1Co 8.6; GI 3.20; Ef 4.6). Não é o
caso de haver um Deus para os judeus e outro para os gentios; existe apenas um
único Deus para todos os tipos de pessoas.
Um só Mediador entre Deus e os homens.
Existe apenas Um que serve de árbitro entre Deus e o homem e os reconcilia.
Cristo Jesus, homem. A plena humanidade de Cristo é essencial para a sua obra
como mediador da aliança da graça (Hb 2.9-18).
Por meio de sua morte na cruz - o qual a si
mesmo se deu em resgate -, Cristo pagou o preço necessário para livrar o povo
de seus pecados (Mt 20.28; Mc 10.45; Tt 2.14; 1Pe 1.18-19); portanto, ele é
"um só Mediador (vs. 5) por todos, ou seja, por "todos os tipos de
homens".
A salvação não está limitada a nenhum grupo
étnico em particular, ou gênero, ou a qualquer outra subdivisão da humanidade.
Esse "todos" é usado com frequência para representar "todos os
tipos" e pode ser visto com clareza em 6.10, onde a mesma palavra grega
foi traduzida como "todos os males".
Embora o valor da morte de Cristo seja
infinito, o seu sacrifício na cruz foi totalmente eficaz para obter apenas a
salvação dos eleitos (novamente a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "Expiação limitada", em Jo 10).
A respeito desse testemunho sobre Cristo,
Paulo se tornou apóstolo – vs. 7 - ou "pregador" (2Trn 1.11) e ele
afirmava a verdade, sem mentir. Uma declaração curiosa para se fazer a um amigo
tão chegado, mas Paulo tinha como propósito que essa carta fosse lida diante de
toda a igreja.
Ele mesmo se dizia mestre dos gentios na fé
e na verdade – vs. 7. Os falsos mestres que enfatizavam a lei tinham
possivelmente questionado o chamado e a missão de Paulo. Paulo insistia que
Deus o havia chamado com o propósito de levar a fé de Israel aos gentios. Seu
chamado aos gentios apoiava a sua exortação à igreja para que orasse em favor
de todos os homens.
2. Homens no culto (2.8).
É provável que Paulo continuasse a manter o
foco nas orações e no culto dentro do contexto dos falsos mestres legalistas e
da visão deles a respeito dos gentios. Aparentemente, a controvérsia e a
divisão na igreja com respeito a essas questões haviam aumentado, e então Paulo
tratou delas por meio da orientação sobre os cultos.
Aqui o termo grego “varões”, traduzido
"homens" é específico quanto ao sexo (também pode significar
"maridos"), para diferenciar das mulheres (ou "esposas")
nos vs. 9-15. Paulo tinha em mente os crentes do sexo masculino. Em 1Co 11.5, o
apóstolo supôs que as mulheres também faziam orações quando a igreja se reunia
para o culto em todo lugar.
E provável que esse versículo sobre o fato
de orarem em todo lugar se refira ao culto público. A respeito dessa maneira de
orar, levantando mãos santas - veja SI 63.4; 141.2 - sem ira e sem animosidade,
Paulo não ordenou uma determinada postura física para a oração, mas assumiu que
levantar as mãos faria parte do culto e da oração. Seu interesse principal era
incentivar uma postura apropriada (1.5).
Sabendo que os homens em Éfeso teriam o
desejo de orar e realizar cultos, Paulo insistiu para que o fizessem sem as
discussões nas quais os falsos mestres costumavam se envolver.
Partindo do contexto anterior (vs.1-7), nos
parece que pelo menos uma das controvérsias centrais abordadas por Paulo aqui
era o relacionamento dos gentios com a lei e com os crentes judeus.
3. Mulheres no culto (2.9-15).
As controvérsias provocadas pelos falsos
mestres afetavam tanto a vida das mulheres quanto a dos homens.
Como havia feito com relação aos homens,
Paulo chamou as mulheres para que praticassem o culto de maneira a trazer a
restauração e não agravar as divisões e discussões.
O foco continua no culto público. em traje
decente... não com... vestuário dispendioso. É provável que aqui Paulo
estivesse pensando nas mulheres ricas, já que seriam elas as mais propensas a
ter vages dispendiosas (cf. a ênfase no lucro financeiro em 6.5).
É provável que os falsos mestres
encorajassem a demonstração de prosperidade no culto, embora Paulo certamente
talvez estivesse mais preocupado com a atitude de ostentar a prosperidade do
que com as joias e o vestuário em si mesmos.
Como 1Co 11.5 indica, Paulo não proibia por
completo toda participação verbal das mulheres durante o culto público. Aqui,
como em 1Co 14.34, ele impunha o silêncio tendo em vista a unidade da igreja.
Em Corinto, a questão principal era o
respeito aos maridos; aqui o problema parece ter sido o respeito pelo ensino e
governo autorizados dos líderes da igreja (vs. 12).
Com isso “toda a submissão” – vs. 11 - Paulo
não quis dizer que as mulheres tinham de se submeter à doutrina da igreja em
todos os casos - a única lei inquestionável da fé é a própria Escritura.
Pelo contrário, ele quis dizer que elas
(como os leigos do sexo masculino) não deviam usurpar ou se rebelar contra as
autoridades constituídas da igreja. Isso pode bem indicar que os falsos
mestres, em suas tentativas de subverter as estruturas e doutrinas corretas da
igreja, estavam manipulando as mulheres (cf. 2Tm 3.6).
Aqui – vs. 12 – ao dizer que não permitiria
o ensino por parte das mulheres, Paulo exerceu a sua autoridade apostólica para
proibir as mulheres de exercerem certo tipo de autoridade e ensino.
A estrutura do grego referente ao “ensine –
vs. 12 - implica que não se trata de urna proibição de ensinar aos homens, mas
apenas proibição de "ensinar" (embora a frase "ensinar a um
homem" seja uma interpretação possível).
Diversas outras passagens bíblicas mostram
mulheres exercendo cargos de ensino (p. ex., Jz 4.4; 2Rs 22.14; Pv 1.8; 6.20;
At 18.26: Tt 2.3). O melhor é compreender essa proibição não como se fosse
contra o ato de ensinar, mas como uma proibição contra o ensino inadequado combinado
com uma autoridade imprópria, que algumas mulheres buscavam e talvez exercessem
dentro do contexto de Timóteo.
A proibição provavelmente era contra a
ordenação das mulheres para cargos de ensino e governo como de
bispos/presbíteros.
Também não permitiria ele – vs. 12 - que
tivessem autoridade sobre o homem. Essa rara palavra grega, que aqui provavelmente
se refere a algum nível de autoridade judicial ou governamental, é usada no
Novo Testamento apenas aqui.
Parece que, sob a influência de atitudes
contenciosas dos falsos mestres, algumas mulheres haviam assumido posições com
autoridade de governo dentro da igreja, o que Paulo proibia (cf. 1 Co 14.34).
Paulo apelou para a criação (vs. 12; Gn
2.7, 21-22) indicando que a sua argumentação não se baseava nos costumes da
época em que eles estavam vivendo. Ele fez uso de uma argumentação semelhante
em 1Co 11.8-9, mas só a qualificou em 1Co 11.11-12.
Mais uma vez Paulo fez alusão a Gênesis, dessa vez ao relato da queda (Gn
3.1-6). A argumentação pode parecer injusta, já que ambos, Adão e Eva, pecaram.
Na verdade, em outras passagens Paulo não teve qualquer escrúpulo em
culpar Adão pela queda (Rm 5.12-19; 1Co 15.21-22). Mas o raciocínio de Paulo
está correto: foi Eva que foi "enganada" pela serpente.
A argumentação de Paulo aqui, com ênfase naquela que foi enganada,
provavelmente representava o relativo sucesso que os falsos mestres haviam tido
em Éfeso em levar as mulheres a se desviarem do caminho (5.11-15; 2Tm 3.6-7),
não sendo indicação que ele achava as mulheres mais simplórias do que os
homens. No caso da queda, em Gênesis, houve o silêncio de Adão e aqui, não
poderia mais acontecer isso.
Paulo usou essa palavra - será preservada através de sua missão de mãe.
Ou, "será salva" -, aqui traduzida como "preservada" – vs.
15 -, como ele a usava normalmente, com o sentido de "redimida do
pecado", desse modo contrastando o fato de ter sido enganada e levada a
pecar (vs. 14) com o fato de ser salva desse pecado.
Essa alusão a Gênesis salienta a declaração de Deus a Eva depois da queda
em relação a sua missão de mãe Gn 3.16).
(1)
As
mulheres são salvas por meio do nascimento de Cristo.
(2)
As
mulheres são preservadas ao dar à luz.
(3)
As
mães cristãs demonstrarão fé salvadora sendo mães fiéis.
Compare com as palavras de Paulo sobre as viúvas e a criação de filhos
(5.10,14). Fica claro que a missão de mãe não é a base para a salvação, mas é o
exemplo perfeito de responsabilidade e obra de devoção que deve caracterizar a
mulher fiel que "desenvolve" a sua salvação (Fp 2.12).
Essa qualificação - se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com
bom senso - demonstra que Paulo não estava sugerindo que dar à luz um filho
seja um ato que mereça a salvação; isso contradiria a doutrina da justificação
pela graça por meio da fé.
Pelo contrário, seu ponto parece ser que aquelas mulheres em Éfeso, as
quais tinham sido enganadas pelos falsos mestres, precisavam se concentrar em
sua missão apropriada e principalmente em suas atitudes (1.5,19; 2.8-10).
I Tm 2:1 Antes de tudo, pois, exorto
que se use a prática de
súplicas,
orações,
intercessões,
ações de graças,
em favor de
todos os homens,
I Tm 2:2 em
favor dos reis
e de todos os
que se acham investidos de autoridade,
para que
vivamos
vida tranquila
e mansa,
com toda
piedade e respeito.
I Tm 2:3 Isto é bom e aceitável diante de Deus,
nosso Salvador,
I Tm 2:4 o qual deseja
que todos os
homens sejam salvos
e cheguem ao
pleno conhecimento da verdade.
I Tm 2:5 Porquanto
há um só Deus
e um só Mediador entre Deus e os
homens,
Cristo Jesus,
homem,
I Tm 2:6 o qual a si mesmo se deu em
resgate por todos:
testemunho
que se deve prestar
em tempos
oportunos.
I Tm 2:7 Para isto fui designado
pregador
e apóstolo (afirmo a verdade, não
minto),
mestre dos gentios
na fé
e na verdade.
I Tm 2:8 Quero, portanto, que os varões
orem em todo lugar,
levantando mãos santas,
sem ira e sem
animosidade.
I Tm 2:9 Da mesma sorte, que as mulheres,
em traje decente,
se ataviem
com modéstia e bom senso,
não com cabeleira frisada
e com ouro,
ou pérolas,
ou vestuário dispendioso,
I Tm 2:10
porém com
boas obras
(como é próprio às mulheres
que professam
ser piedosas).
I Tm 2:11 A mulher aprenda em silêncio,
com toda a submissão.
I Tm 2:12 E não permito que a mulher
ensine,
nem exerça autoridade de homem;
esteja, porém, em silêncio.
I Tm 2:13
Porque, primeiro, foi formado Adão,
depois, Eva.
I Tm 2:14 E Adão não foi iludido,
mas a mulher,
sendo
enganada,
caiu em
transgressão.
I Tm 2:15
Todavia, será preservada
através de
sua missão de mãe,
se ela
permanecer
em fé,
e amor,
e
santificação,
com bom senso.
Com relação às mulheres sabemos que todos temos
conhecimento, mas que Deus usa e usa as mulheres quer tenham, quer não tenham
títulos, ele usa e muitas vezes são mais capazes que os próprios valentões
homens! Em Cristo Jesus, está escrito, já não há mais escravo, nem cita, nem
grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, livre; porém Cristo é
tudo em todos (Cl 3:11).
A Deus toda glória! p/ pr. Pr. Daniel
Deusdete. h
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
quinta-feira, fevereiro 11, 2016
Jamais Desista
I Timóteo 1 1-18 - VOCÊ FOI DESIGNADO PARA O MINISTÉRIO?
Breve
síntese do capítulo 1.
Você também foi designado para o Ministério? Veja bem o que diz Paulo a
Timóteo no vs. 12 onde ele agradece aquele que o fortaleceu e que também o
considerou fiel, a saber, Jesus Cristo. Quanto honra há em servir o Senhor no
evangelho!
Essa epístola é classificada como pastoral e tem o propósito, conforme a
BEG, de orientar Timóteo em sua oposição aos falsos mestres em Éfeso.
São verdades fundamentais (BEG):
· Devemos
resistir à falsa doutrina na igreja.
· As
doutrinas legalistas afastam as pessoas do verdadeiro evangelho.
· O culto
e a autoridade da igreja devem ser cuidadosamente ordenados.
· Diversos
grupos dentro da igreja têm necessidades especiais.
· O amor
pelo dinheiro não tem lugar no ministério do evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
1. SAUDAÇÃO (1.1-2).
Paulo começou essa epístola da maneira
habitual, identificando a si mesmo e ao destinatário da carta e pronunciando
uma benção. Paulo se identificou como o autor e a Timóteo como o principal
destinatário dessa carta. Paulo se identificou ainda como apóstolo de Cristo
Jesus por ordem de Deus, nosso Salvador e de Cristo Jesus nossas esperança –
vs. 1.
Era, pois, ele, um apóstolo, ou enviado,
como representante oficial de Cristo. Normalmente Paulo usava essa expressão “apóstolo”
no início de suas cartas para se identificar.
Esse título de Deus como Salvador era usado
com frequência na Escritura para designar Deus (2.3; 4.10; Tt 1.3; 2.10; 3.4).
E de Cristo Jesus, nossa esperança, como o fundamento da esperança cristã,
porque é ele o mediador da aliança da graça (2.5).
Ele chamou Timóteo de seu verdadeiro filho
– vs. 2. (Cf. Tt 1.4). Paulo via Timóteo como seu filho espiritual (vs. 18; 1Co
4.17; Fp 2.22; 2Tm 1.2; 2.1) e o cumprimentou com a tríplice bênção de Deus: a graça,
a misericórdia e a paz.
Paulo normalmente usava "graça"
em lugar do cumprimento mais tradicional "saudações" (cf. Tg 1.1).
Era característico que ele acrescentasse a saudação judaica "paz",
que significa "saúde, plenitude de vida". Aqui e em 2Tm 1.2 ele
também acrescentou "misericórdia".
II. A FALSA DOUTRINA E A LEI (1.3-20).
Paulo desafiou o legalismo dos falsos
mestres insistindo em que a lei fora dada para condenar os pecadores, e não os
seguidores de Cristo. Veremos dos vs. 3 ao 20, a falsa doutrina e a lei.
Paulo começou o corpo dessa carta tratando
de uma das dimensões da falsa doutrina que havia surgido na igreja de Éfeso.
Aqui ele trata de conceitos errados sobre a
lei de Moisés; em outras partes o enfoque é o ascetismo 4.1-5.21 e o lucro
financeiro (6.3-19).
Sua discussão da lei aqui é dividida em três
partes principais: a própria falsa doutrina (vs. 3-7), sua correção (vs. 8-11) e
a exortação para Timóteo lidar com a falsa doutrina (vs. 12-20). Elas irão
gerar a seguinte divisão, conforme a BEG: A. A falsa doutrina (1 .3-7) – veremos agora; B. O propósito da lei
(1.8-11) – veremos agora; e, C. A
responsabilidade de Timóteo (1.12-20) – veremos
também agora.
A. A falsa doutrina (1 .3-7).
A falsa doutrina baseava-se na
interpretação incorreta da lei e na especulação imprópria.
O conflito em Éfeso estava centralizado na
doutrina correta (vs. 9-11; 4.1-2; 6.3-5; 2Tm 2.18).
Em Tt 1.14 Paulo falou de "fábulas
judaicas" (4.7; 2Tm 4.4), talvez se referindo a certos tipos de lendas
sobre personagens do Antigo Testamento que são encontradas em muitos textos
judaicos apócrifos.
Talvez essas genealogias sem fim seja uma
referência a uma forma primitiva de especulação detalhada (frequentemente
combinada com fábulas judaicas), que mais tarde evoluiu para o gnosticismo,
acerca das origens do mundo e das incontáveis criaturas espirituais
supostamente envolvidas na criação (Tt 3.9).
Por causa do seu amor pelo povo de Deus e
do cuidado que tinha para com ele, Paulo insistiu para que a falsa doutrina
fosse corrigida – vs. 5.
Essas discussões inúteis que não eram
segundo o amor acabaram desviando essas pessoas mais fracas e que mesmo assim
queriam ser consideradas mestres da lei. Esses falsos mestres queriam ser
conhecidos como especialistas na lei de Moisés.
Paulo não proibia, na verdade até incentivava,
o conhecimento da lei mosaica (2Tm 3.14-17). O problema era que os falsos
mestres nem compreendiam "o que diziam" ou seja, eles não
interpretavam a lei da maneira correta. Paulo explicou os erros deles nos
versículos a seguir.
B. O propósito da lei (1.8-11).
O comentário de Paulo a respeito dos falsos
mestres o levou a uma digressão sobre o propósito da lei – vs. 8 a 11. A lei é
boa. Assim como o próprio Jesus (Mt 5.17ss.), Paulo acreditava que a lei
mosaica por si só era um presente maravilhoso de Deus (veja Rm 7.12-13,16).
No entanto, esse bom presente podia ser
motivo de abusos e tornar-se maldição.
Paulo tinha em mente um uso específico da
lei ao mencionar que a lei não foi feita para quem é justo, mas para
transgressores. Aqui ele apresentou a lei como um fardo - o fardo de estar
"com lei" (Rm 2.12), lutando para alcançar o seu padrão impossível de
perfeição, que revela o pecado e torna evidente a cada pessoa a necessidade de
Cristo.
Em outra passagem, Paulo deixou bem claro
que os padrões morais da lei mosaica exerciam um papel importante na orientação
dos verdadeiros crentes, pois estabelecia os meios para uma vida íntegra (a BEG
recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico
"Os três usos da lei", em SI 119 – pedagógico, civil e moral).
Aparentemente, alguns falsos mestres em
Éfeso promoviam concepções legalistas. Paulo, por outro lado, insistia que a
condenação da lei já havia sido encerrada para aqueles que estavam em Cristo.
Em fim, a lei foi feita para tudo quanto se
opõe à sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino são". Um tema recorrente em
todas as epístolas pastorais (3.9; 4.6; 6.3; 2Tm 1.13-14; 2.2; 4.3; Tt 1.9,13;
2.1-2).
Observe que a transgressão da lei (vs. 8-10)
é equiparada a estar em oposição à sã doutrina do apóstolo, que ele também
definiu como sendo o evangelho (vs. 11).
Paulo não comparou os padrões morais da lei
com seus próprios padrões morais como apóstolo do evangelho.
Essa sã doutrina – vs. 10 - ou "ensino
são" é segundo o evangelho da glória – vs. 11. As boas-novas do que Deus
fez em Cristo formam o padrão pelo qual a doutrina, bem como o entendimento que
alguém tem da lei, são julgados como sendo sãos.
C. A responsabilidade de Timóteo (1.12-20).
Depois de tecer seus comentários em
oposição à falsa doutrina da lei, Paulo incentivou Timóteo a resistir a essa
falsa doutrina enquanto estivesse ministrando em Éfeso.
Ele apresentou a responsabilidade de
Timóteo relembrando a sua própria experiência da misericórdia de Deus e
fundamentou essa exortação na sua experiência pessoal.
Em oposição aos mestres legalistas de
Éfeso, Paulo testemunhou que a misericórdia divina, e não as fúteis tentativas
de obedecer à lei mediante o esforço humano, haviam lhe dado a salvação e
sustentado o seu ministério cristão.
Ele estava muito grato a Deus, pois um dia
fora blasfemo, e perseguidor, e insolente. Isso se refere à oposição que Paulo
fazia, antes da sua conversão, à igreja e a Cristo (At 8.3; 9.1-5; 22.4-5;
26.9-11; Gl 1.13; Fp 3.6).
O que o consolava era que ele fora daquele
jeito na ignorância, na incredulidade, antes de conhecer a Cristo. Paulo não
quis sugerir que sua ignorância e incredulidade foram a base para a misericórdia
de Deus. Deus concedeu a Paulo aquilo de que ele precisava, e não o que ele
merecia (cf. At 3.17-20).
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação
– vs. 15. Essa expressão chama a atenção para o fato de que Paulo está prestes
a dizer algo importante.
No Novo Testamento, essa expressão é
encontrada apenas nas epístolas pastorais (3.1; 4.9; 2Trn 2.11; Tt 3.8).
Paulo refletiu não apenas sobre a
perseguição da igreja que ele fazia antes de sua conversão (vs. 12; At 8.1;
9.1-2,13; 1Co 15.9-10), mas também na grandeza do pecado e na oposição a Deus,
da qual Deus o havia salvo.
Paulo é um exemplo perfeito da pura graça.
Embora oferecesse seu pecado pré-cristão como evidência de sua pecaminosidade
(vs. 13), Paulo usou o tempo verbal presente para caracterizar-se cosmo "o
principal" entre os pecadores.
Sem a limitação e a influência do Espírito
Santo, ele teria retornado às mesmas atrocidades que praticava antes de sua
conversão.
Essa auto avaliação se opunha aos mestres
legalistas, que aparentemente proclamavam a capacidade de atingir a
justificação por meio da própria obediência à lei.
Ele se considerou o principal dos pecadores
onde Cristo exibiu longanimidade infinita em relação a Paulo, tanto antes como
depois de sua conversão.
O padrão legalista apresentado pelos falsos
mestres se opunha à realidade da vida cristã, que dependia da longanimidade de
Cristo.
Cristo Jesus demonstrou toda a grandeza da
sua paciência, usando ele, Paulo, como um exemplo para aqueles que nele
haveriam de crer para a vida eterna, que Deus concede a todos os que creem em
Cristo; não apenas a vida eterna, mas a vida em toda sua plenitude (4.8;
6.12,19; Jo 10.10,28; 2Tm 1.1,10; Tt 1.2; 3.7).
O reconhecimento do que Cristo havia feito
por ele levou Paulo a uma explosão de louvor – vs. 17.
Paulo aplicou a sua própria experiência da
graça de Deus ao terna do legalismo (vs. 3-7). Ele chamou Timóteo à fidelidade
a Cristo, especialmente em oposição a dois membros (talvez líderes) da igreja
em Éfeso que "vieram a naufragar na fé" (vs. 19).
Quando Paulo se dirige a Timóteo dando-lhe
aquela instrução, segundo as profecias de que antecipadamente fora objeto, ele
estava se referindo a um acontecimento (cf. 4.14; 2Tm 1.6ss.) em que um grupo
de presbíteros, juntamente com Paulo, havia imposto as mãos sobre Timóteo
(talvez quando 'Timóteo foi separado para o ministério).
Nessa ocasião, Timóteo recebeu um dom
espiritual, junto como uma palavra profética, sendo ungido para o serviço (cf.
At 13.1-3). Ele deveria as estar seguindo e assim combatendo o bom combate, mantendo
a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé –
vs. 19.
Entre os que assim naufragaram, estavam Himeneu
e Alexandre. A menção dos nomes desses dois homens levanta a questão de que
talvez eles fossem líderes na igreja.
Himeneu é citado mais adiante como um dos
que “se desviaram da verdade" (2Tm 2.17-18).
A relação, se existe alguma, entre o
Alexandre desse versículo, o Alexandre citado em At 19.33-34 e o Alexandre
citado em 2Tm 4.14-15 não é clara.
É provável que esses homens tenham sido
proponentes da falsa doutrina legalista à qual Timóteo deveria opor-se.
Provavelmente, quando ele diz que os
entregou a Satanás, ele está se referindo à expulsão desses dois indivíduos da
comunhão da igreja e, portanto, de volta para o mundo - o domínio de Satanás (Jo
12.31; 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2). Paulo usou uma expressão semelhante em
1Co 5.5 (cf. Mt 18.17).
I Tm 1:1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
pelo mandato de Deus,
nosso Salvador,
e de Cristo Jesus,
nossa
esperança,
I Tm 1:2 a Timóteo,
verdadeiro
filho na fé,
graça,
misericórdia
e paz, da parte
de
Deus Pai
e de Cristo
Jesus, nosso Senhor.
I Tm 1:3 Quando eu estava de viagem,
rumo da Macedônia,
te roguei
permanecesses ainda em Éfeso
para
admoestares a certas pessoas,
a fim de que
não ensinem outra doutrina,
I Tm 1:4 nem se ocupem com fábulas e
genealogias sem fim,
que, antes,
promovem discussões
do que o
serviço de Deus, na fé.
I Tm 1:5 Ora, o intuito da presente admoestação
visa ao amor que procede
de coração puro,
e de consciência boa,
e de fé sem hipocrisia.
I Tm 1:6 Desviando-se algumas pessoas destas
coisas,
perderam-se em loquacidade frívola,
I Tm 1:7 pretendendo passar por mestres
da lei,
não compreendendo, todavia,
nem o que
dizem,
nem os assuntos
sobre os quais fazem ousadas asseverações.
I Tm 1:8 Sabemos, porém,
que a lei é boa,
se alguém dela
se utiliza de modo legítimo,
I Tm 1:9 tendo
em vista que não se promulga lei
para quem é
justo, mas
para
transgressores
e rebeldes,
irreverentes
e pecadores,
ímpios e profanos,
parricidas e matricidas,
homicidas,
I Tm 1:10 impuros,
sodomitas,
raptores de homens,
mentirosos,
perjuros
e para tudo quanto se opõe à sã
doutrina,
I Tm 1:11 segundo o evangelho da glória
do Deus bendito,
do qual fui encarregado.
I Tm 1:12 Sou grato para com aquele que me
fortaleceu,
Cristo Jesus, nosso Senhor,
que me
considerou fiel,
designando-me
para o ministério,
I Tm 1:13 a
mim, que, noutro tempo,
era blasfemo,
e perseguidor,
e insolente.
Mas obtive
misericórdia,
pois o fiz na ignorância,
na
incredulidade.
I Tm 1:14 Transbordou, porém,
a graça de nosso Senhor
com a fé
e o amor que há
em Cristo Jesus.
I Tm 1:15 Fiel é a palavra e digna de toda
aceitação:
que Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores,
dos quais eu
sou o principal.
I Tm 1:16 Mas, por esta mesma razão,
me foi concedida misericórdia,
para que, em
mim, o principal,
evidenciasse
Jesus Cristo
a sua completa
longanimidade,
e servisse eu
de modelo
a quantos hão
de crer nele
para a vida
eterna.
I Tm 1:17 Assim,
ao Rei eterno,
imortal,
invisível,
Deus único,
honra e glória
pelos séculos
dos séculos. Amém!
I Tm 1:18 Este é o dever de que te encarrego,
ó filho Timóteo,
segundo as
profecias de que antecipadamente foste objeto:
combate,
firmado nelas, o bom combate,
I Tm 1:19
mantendo fé
e boa
consciência,
porquanto alguns, tendo rejeitado a boa
consciência,
vieram a
naufragar na fé.
I Tm 1:20 E dentre esses se contam
Himeneu e Alexandre,
os quais
entreguei a Satanás,
para serem
castigados,
a fim de não
mais blasfemarem.
Combater o bom combate, mantendo a fé e a boa
consciência para não naufragarmos na fé é a recomendação que encerra o presente
capítulo advertindo Timóteo.
A quarta viagem missionária de
Paulo[1]
Entre 60-62 d.C., Paulo passou seu período de prisão domiciliar em
Roma. Ele esperava ser posto em liberdade (Fp 1.25; 2.2 4; Fm 22), o que deve
ter ocorrido antes de 64 d.C., quando Nero pôs fogo em Roma e acusou os
cristãos de terem cometido esse crime.
Após ser libertado, há indícios de que ele tenha feito uma quarta
viagem missionária, conforme escritos dos Pais da Igreja e escritos do próprio
apóstolo, tanto em cartas anteriores, em que ele indica desejo de visitar
certos lugares, como nas cartas pastorais, em que ele menciona as visitas
feitas.
Assim, é possível que o apóstolo, antes de ter sido preso em Roma
novamente em torno de 67 d.C. e ser morto, tenha visitado os seguintes lugares:
• Roma (At 211.1 6,3 0-31)
• Espanha (Rm 15.2 3-24,2 8)
• Creta (Tt 1.51
• Mileto (2Tm 4.20)
• Colossos (For 22)
• Éfeso (2Tm 1.18; 4.1 2)
• Trôade (2Tm 4.1 3)
• Filipos (Fp 2.23-24; 1Tm 1.3)
• Tessalônica (2Tm 4.1 01
• Nicópolis (Tt 3.1 2)
• Roma (2Tm 1.1 7)
...
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