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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Colossenses 3 1-25 - BUSCAI AS COISAS LÁ DO ALTO.

Como falamos, o propósito da epístola aos colossenses foi o de afirmar e explicar a supremacia e a suficiência de Cristo em oposição a todos os outros poderes e tentativas para obter a salvação. Estamos no capítulo 3/4.
Breve síntese do capítulo 3.
Paulo fala como se já estivéssemos ressuscitados juntamente com Cristo. Assim falando, nos exorta a buscarmos coisas lá do alto onde Cristo vive assentado à destra de Deus. Ora se estamos buscando as coisas lá do alto devemos, obviamente, pensar nessas coisas e não nas terrenas e sabem por quê?
A própria lógica de sua argumentação nos leva à conclusão, por que estamos mortos e nossa vida oculta com Cristo Jesus, em Deus.
Ele continua a explicar que Cristo irá se manifestar no devido tempo designado por Deus em seus infinitos propósitos e que quando isso ocorrer, seremos, juntamente com ele, manifestados em glória. É muita glória para ficarmos perdendo tempo com coisas terrenas... Veja esta segmentação deste capítulo e contemple a beleza das verdades proclamadas:
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. VIVENDO EM CRISTO (3.1-4.6).
A vida diária dos cristãos requer união permanente e essencial com Cristo. Muitas implicações práticas fluem da dependência dos cristãos em Cristo. Paulo encerrou a carta com saudações finais e palavras de encorajamento.
A maneira de obter a maturidade na vida cristã não é pelo envolvimento com o esoterismo, pela busca de revelações secretas ou pela prática de disciplinas de autopunição.
Os colossenses tinham um foco incorreto na realidade celestial, um foco que ironicamente os levava a esforços infrutíferos no plano terreno.
A discussão de Paulo divide-se em duas partes: a nova e a velha humanidade (3.1-17) e instruções práticas para a vida cristã (3.17-4.6). Elas irão formar a nossa divisão proposta, conforme a BEG: A. Antiga humanidade, nova humanidade (3.1-17) – veremos agora; e, B. Orientação prática (3.18-4.6) – começaremos a ver agora.
A. Antiga humanidade, nova humanidade (3.1-17).
A união com Cristo em sua morte e ressurreição levou os cristãos a uma nova humanidade, e o discernimento e a vida baseados nessa união os capacitam a viver como Deus ordena.
Esse material divide-se em uma descrição da união de Cristo com os cristãos (3.1-4) e discussões sobre a morte da antiga humanidade (vs. 5-9) e a vida na nova humanidade (vs. 10-16). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme segue: 1. União com Cristo (3.1-4) – veremos agora; 2. A morte da antiga humanidade (3.5-9) – veremos agora; e, 3. A nova humanidade em Cristo (3.10-17) – veremos agora.
1. União com Cristo (3.1-4).
A fonte de toda maturidade e crescimento espiritual dos cristãos está na união deles com Cristo (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em Gl 6).  
Você já foi ressuscitado com Cristo? Se sim, busque as coisas do alto. Observe a extensão em que os cristãos estão unidos com Cristo:
·         Eles morreram com ele (vs. 3; cf. 2.11-12.20).
·         Ressuscitaram com ele (vs. 1; cf. 2.12-13).
·         Estão com ele no céu (vs. 3; cf. Ef 2.6).
·         Estarão com ele no seu retorno (vs. 4).
·         Foram "despidos" do "velho homem" (vs. 9).
·         "Revestidos do novo homem" (vs. 10).
A prescrição de Paulo para o comportamento correto segue a sua descrição da redenção que Deus ricamente fez do seu povo.  A obediência se torna uma resposta ao favor de Deus e não um meio de obtê-lo (2.6-7).
As coisas lá do alto que devem ser buscadas estão com Cristo que está assentado à direita de Deus. Um tema exultante, essencial no Novo Testamento (At 2.33-35; 5.31; 7.55-56; Rm 8.34; Ef 1.20; Hb 1.3,13; 8.1; 10.12; 12.2; 1Pe 3.22; Ap 3.21).
Além de buscar – o que significa atividade e não passividade – o pensamento também deve ser mantido lá nas coisas lá do alto e não nas coisas daqui da terra.
Tanto Cristo como seus seguidores (nele) foram elevados (vs. 2); portanto, nossos pensamentos devem estar nas coisas lá do alto, bem como as nossas afeições devem ser direcionadas a elas, e não nas coisas terrenas.
Em muitos aspectos, o falso ensino em Colossos também incentivava a atenção nas questões além deste mundo; porém, como Paulo indicou, na verdade as falsas práticas dos colossenses impediam que eles tivessem o entendimento correto das coisas celestiais.
Somente aqueles que exaltam a Cristo como supremo e suficiente, têm o privilégio de colocar a mente e a vida nas coisas lá do alto, onde Cristo está.
A sua lógica para as orientações dos vs. 1 e 2 é que nós já morremos com Cristo e a nossa vida agora está oculta juntamente com Cristo, em Deus – vs. 3.
Alguns entendem isso como unia afirmação de que a nova vida dos cristãos não é evidente para os outros, sendo, nesse sentido, "oculta". No entanto, a provável ligação com 2.3 indica que há mais em vista.
Embora a realidade e as implicações da nova vida em Cristo não estejam ainda totalmente reveladas, o fato de que a vida dos cristãos "está oculta juntamente com Cristo, em Deus" aponta também para a segurança e a invencibilidade da nova vida em Cristo. O que Deus deu gratuitamente, nem os seres humanos e nem os anjos podem tirar (Jo 10.29).
Quando Cristo, que é nossa vida, se manifestar, em sua vinda, seremos, com ele, manifestados também. A esperança do retorno de Cristo permanece vibrante e fundamental para a ética dessa seção (vs. 5-11).
2. A morte da antiga humanidade (3.5-9).
Paulo dá orientações fortes para que agora sejamos, mediante tudo o que nos falou, os agentes ativos no tocante a fazermos morrer em nós tudo o que pertencia à natureza antiga que era contrária a Deus. Somos nós que devemos fazer morrer nossa antiga humanidade. Ao fazer isso, eles se livram de seus antigos caminhos pecaminosos.
No entanto, como faremos morrer nossas inclinações ao pecado, pertencentes à nossa antiga natureza?
Ao dizer-nos para “fazer morrer” Paulo está usando do imperativo, dando mesmo uma ordem para nós. Essa é a primeira de uma série de imperativos comportamentais que vão até 4.6.
Apesar da rejeição de Paulo do ascetismo legalista, ele apelou para os cristãos se tornarem na prática o que eles são em princípio: mortos para o pecado e vivos para Deus (Rm 6.1-14).
O apóstolo conclamou a um afastamento rigoroso do antigo estilo de vida, o qual é incompatível com o estilo de vida em Cristo.
No vs. 5, Paulo listou cinco pecados - quatro de natureza sexual mais ganância, significativamente identificada com a idolatria.
No vs. 8 ele listou mais cinco pecados, todos os quais têm a ver com ira e palavras abusivas.
Antes que esses cristãos tivessem sido levados "para o reino do Filho do seu amor" (1.13), a prática deles era por essas coisas que atraiam a ira de Deus sobre eles, mas agora, não mais seria assim uma vez que a lógica era que nos despimos - da mesma raiz de "despojamento do corpo da carne" (2.11) e "despojando" (2.15) – do velho homem com suas práticas e nos revestimos do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.
Isso dá a entender que para praticarmos essas coisas contrárias a Deus é necessário uma vestimenta, que é a aquela que ele pede para nos despojarmos dela. Também para andarmos em novidade de vida, é necessário uma outra vestimenta.
Vejamos os vs. 9 e 10, como ficam. Não devemos mais mentir uns aos outros, visto que já nos despimos do velho homem com suas práticas e nos revestimos do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador.
3. A nova humanidade em Cristo (3.10-17).
Dos vs. 10 ao 17, veremos Paulo falando dessa nova humanidade em Cristo. Pensar nas coisas lá do céu (3.2) significa não somente fazer morrer a antiga humanidade, mas também afirmar e viver como parte da nova humanidade em Cristo.
Em Cristo; o segundo Adão de Deus (1Co 15.20-28, 45-49), a raça humana tem sido reconstituída. Não por coincidência, cada um dos atributos listados posteriormente por Paulo no vs. 12 pode ser remontado ao caráter de Deus de modo geral ou de Cristo de modo específico.
Isso demonstra o quão totalmente Paulo havia entendido a ideia de os cristãos terem assumido a "imagem" do seu Criador.
Nessa nova vida não pode haver grego nem judeu. É provável que Paulo estivesse comentando a respeito do elitismo dos falsos mestres colossenses, os quais acreditavam que a condição espiritual deles os tornavam superiores aos outros.
A unidade transcultural de todos os que pertencem a Cristo é uma ideia que aparece com frequência nos escritos de Paulo (p. ex., 1 Co 7; Cl 3.28).
Também não pode haver nem bárbaro, nem cita. Os gregos viam aqueles que não falavam grego como analfabetos e não civilizados, eram os bárbaros. Já os cita, pela reputação, eram uma classe de escravos brutais e desprezíveis provenientes das tribos ao redor do mar Negro. Os citas eram ocasionalmente satirizados na comédia grega por causa dos seus modos de ser e falar incultos.
Também, ainda, nem escravo, nem livre. Dentro do corpo de Cristo, as distinções baseadas na posição social são irrelevantes (1Co 7.17-24).
Ao mesmo tempo, como as instruções separadas de Paulo para os escravos e para os donos dos escravos em 3.22-4.1 tornam claro, a união em Cristo não significa uma uniformidade de função ou capacidade.
É importante reconhecer que "Cristo é tudo e está em tudo". Nas igrejas paulinas, posições sociais diferentes continuavam a existir e não eram sujeitas a um processo indiscriminado de nivelamento.
Em vez disso, elas se tornavam oportunidades para expressar o amor de Cristo além dos limites sociais tradicionais.
Esses versículos – 12 a 14 - esboçam as obrigações mútuas de todos os cristãos, as quais levam à união. Os vs. 3.18-4.2 focalizam nas oportunidades para servir dentro de relacionamentos específicos.
3.12 Revesti-vos. Paulo previu os cristãos assumindo o caráter do próprio Senhor. O "novo homem" (vs. 10) não é algo que os cristãos devem construir pelo seu próprio poder.
A nova identidade do cristão vai tomando forma à medida que ele vai conhecendo melhor a Cristo, a imagem do Deus invisível e Aquele em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos (1.15; 2.3).
O conselho de Paulo era que, portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, deveríamos nos revestir de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência – vs. 12.
Os cristãos desfrutam, por direito, de um claro entendimento de que Deus estabelece e garante o seu relacionamento com eles (Jo 6.37,44,65; 15.16; Ef 1.4-5; Fp 1.6).
Eles podem saber não apenas que foram declarados santos com base numa retidão que não é deles mesmos (Rm 3.21-26; 1 Co 1.2,30), mas também que Deus genuinamente, e até de modo veemente, os ama (Jo 3.16; Rm 8.32; GI 2.20; Tt 3.4; 1Jo 4.9-10).
Embora essas palavras possam ser facilmente atenuadas, elas esclarecem o auto entendimento que motiva a ética de modo correto.
Já a versão ARA fala que devemos nos revestir de:
·         Misericórdia.
Um comprometimento emocional com o ferido e o desalentado (Mt 9.36; 14.14; Rm 12.1).
·         Bondade.
Prontidão para fazer o bem, mesmo quando essa atitude não é merecida pelos favorecidos (Rm 2.4; 11.22; Tt 3.4).
·         Humildade.
Uma postura de inferioridade e serviço (Mc 10.45; Fp 2.1-11).
·         Mansidão.
Um "toque suave" ao oferecer ajuda; uma abordagem não coerciva para incentivar mudança positiva nos outros (Mt 11.29; 2Co 10.1; cf. Cl 6.1; 2Tm 2.25).
·         Longanimidade.
Uma disposição para ser tolerante em vista à fragilidade humana (Rm 2.4; 1Tm 1.16).
Devemos ainda suportar uns aos outros e perdoar as queixas que tivermos uns contra os outros. Perdoar como o Senhor nos perdoou. Sendo que, acima de tudo, porém, devemos nos revestir do amor, que é o elo perfeito.
Em Colossenses 3, vemos muito uso das palavras “vestir”, “revestir”, “despir” com relação ao que devemos e o que não devemos fazer considerando a velha e a nova vida, em Cristo.
Paulo baseava a sua ética de paciência, perdão e amor no exemplo fornecido pelo padrão de redenção da obra de Cristo (veja Ef 4.32-5.2).
Ele apontava a paz de Cristo como o árbitro em nossos corações, visto que fomos chamados para vivermos em paz. Na sua prática do amor, do perdão e da bondade, a nova comunidade deve demonstrar a reconciliação e a paz que Cristo efetuou entre o céu e a terra (1.20-22; 2.15) e entre a humanidade fraturada (3.11,13).
Além disso, deveríamos ser agradecidos. A gratidão é o reconhecimento de que Deus tem cuidado de nós e não somente isso, que está cuidando e ainda cuidará.
A palavra de Cristo deveria motivar tão efetivamente quanto a presença do próprio apóstolo (cf. 1.28). Por isso que devemos nos alimentar dela continuamente, mas não somente isso, mas ensinando e aconselhando uns aos outros com toda sabedoria.
Ele recomenda a eles que cantasse com salmos, e hinos, e cânticos espirituais com gratidão a Deus em nossos corações. Na Septuaginta (a tradução grega do AT), esses termos “salmos, hinos e cânticos” se sobrepõem de maneira ampla, de modo que Paulo pode não ter pretendido distinguir três variedades de canções.
Como essas mesmas palavras descrevem os diferentes tipos de composições no livro de Salmos, alguns veem aqui uma referência ao Saltério (cf. Ef 5.19).
Paulo falou da admoestação na canção porque ele previa uma comunidade que seria repleta de ações de graça e regozijo - desde que os colossenses rejeitassem os falsos mestres e seguissem o seu evangelho.
Paulo ampliou a sua visão da maneira na qual as instruções deveriam ser dadas na comunidade cristã ao conjunto da vida como a nova humanidade.
À luz da supremacia e suficiência de Cristo - um ponto focal nessa carta - todas as coisas (palavras ou ações) devem ser feitas "em nome do Senhor Jesus", ou seja, sob a sua autoridade e para a sua glória.
Além disso, todas as coisas devem ser feitas dando "por ele graças a Deus Pai" porque ele tem dado todas as bênçãos que nós temos em Cristo.
B. Orientação prática (3.18-4.6).
Após ter fornecido uma orientação para a vida cristã, Paulo se voltou para algumas questões práticas. Suas instruções focalizaram nas autoridades da vida (3.17 - 4.1), na oração (4.2-4) e nas interações com os não-cristãos (4.5-6). Elas formarão nossa divisão proposta, conforme a BEG: 1. Autoridade e submissão (3.18-4.1) – começaremos a ver agora; 2. Na oração (4.2-4); 3. Entre os incrédulos (4.5-6).
1. Autoridade e submissão (3.18-4.1).
A primeira área de interesse prático de Paulo foi a dinâmica dos relacionamentos que envolviam a autoridade. Ele vai falar e orientar maridos, mulheres, filhos, pais, escravos.
·         Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como convém a quem está no Senhor. (Sujeitar-se).
·         Maridos, amem suas mulheres e não as tratem com amargura. (Amar).
·         Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor. (Obedecer).
·         Pais, não irritem seus filhos, para que eles não se desanimem. (Não irritar).
·         Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradar os homens quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor. (Obedecer).
Colossenses 3:18-22.
O tratamento mais amplo do escravo e do livre pode ser devido à questão delicada do retorno de Onésimo, o escravo fugitivo, para o seu dono, Filemom.
Onésimo iria junto com Tíquico quando este fosse entregar essa carta aos colossenses, e eles provavelmente também entregariam a carta de Paulo a Filemom.
A presença de Onésimo com Tíquico é um vivo exemplo de sutileza, tato e sabedoria que Paulo esperava que fosse exercitado nos relacionamentos de que essa seção trata.
 Cl 3:1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo,
buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive,
assentado à direita de Deus.
Cl 3:2 Pensai nas coisas lá do alto,
não nas que são aqui da terra;
Cl 3:3 porque morrestes,
e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo,
em Deus.
Cl 3:4 Quando Cristo, que é a nossa vida,
se manifestar,
então, vós também sereis manifestados com ele,
em glória.
Cl 3:5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena:
prostituição,
impureza,
paixão lasciva,
desejo maligno
e a avareza, que é idolatria;
Cl 3:6 por estas coisas é
que vem a ira de Deus
[sobre os filhos da desobediência].
Cl 3:7 Ora, nessas mesmas coisas
andastes vós também,
noutro tempo,
quando vivíeis nelas.
Cl 3:8 Agora, porém,
despojai-vos, igualmente, de tudo isto:
ira,
indignação,
maldade,
maledicência,
linguagem obscena do vosso falar.
Cl 3:9 Não mintais uns aos outros,
uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos
Cl 3:10 e vos revestistes do novo homem
que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou;
Cl 3:11 no qual não pode haver
grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro,
cita,
escravo,
livre;
porém Cristo é tudo em todos.
Cl 3:12 Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus,
santos e amados,
de ternos afetos de misericórdia,
de bondade,
de humildade,
de mansidão,
de longanimidade.
Cl 3:13 Suportai-vos uns aos outros,
perdoai-vos mutuamente,
caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem.
Assim como o Senhor vos perdoou,
assim também perdoai vós;
Cl 3:14 acima de tudo isto, porém,
esteja o amor,
que é o vínculo da perfeição.
Cl 3:15 Seja a paz de Cristo
o árbitro em vosso coração,
à qual, também, fostes chamados em um só corpo;
e sede agradecidos.
Cl 3:16 Habite, ricamente, em vós
a palavra de Cristo;
instruí-vos
e aconselhai-vos mutuamente
em toda a sabedoria,
louvando a Deus,
com salmos,
e hinos,
e cânticos espirituais,
com gratidão, em vosso coração.
Cl 3:17 E tudo o que fizerdes,
seja em palavra,
seja em ação,
fazei-o em nome do Senhor Jesus,
dando por ele graças a Deus Pai.
Cl 3:18 Esposas,
sede submissas ao próprio marido,
como convém no Senhor.
Cl 3:19 Maridos,
amai vossa esposa
e não a trateis com amargura.
Cl 3:20 Filhos,
em tudo obedecei a vossos pais;
pois fazê-lo é grato diante do Senhor.
Cl 3:21 Pais,       
não irriteis os vossos filhos,
para que não fiquem desanimados.
Cl 3:22 Servos,
obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne,
não servindo apenas sob vigilância,
visando tão-somente agradar homens,
mas em singeleza de coração,
temendo ao Senhor.
Cl 3:23 Tudo quanto fizerdes,
fazei-o de todo o coração,
como para o Senhor
e não para homens,
Cl 3:24 cientes de que recebereis do Senhor
a recompensa da herança.
A Cristo, o Senhor,
é que estais servindo;
Cl 3:25 pois aquele que faz injustiça
receberá em troco a injustiça feita;
e nisto não há acepção de pessoas.
Depois desta segmentação agora minha declaração ficou maior. Juntemos I Co 10:31 + Cl 3:17;25 + Fp 2:4 e o que teremos? Que tudo devemos fazer de coração como se ao Senhor estivéssemos fazendo, em nome de Jesus, dando por ele graças a Deus, sem murmurações nem contendas e para a glória de Deus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete. 
...
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domingo, 31 de janeiro de 2016

Colossenses 2 1-23 - ONDE ESTÁ A SABEDORIA E O CONHECIMENTO?

Como falamos, o propósito da epístola aos colossenses foi o de afirmar e explicar a supremacia e a suficiência de Cristo em oposição a todos os outros poderes e tentativas para obter a salvação. Estamos no capítulo 2/4.
Breve síntese do capítulo 2.
Paulo se esforçava em anunciar o mistério de Deus: Cristo! Sabe do que precisamos hoje em dia em pleno século XXI? De Cristo! Onde você acha que está a sabedoria e o conhecimento? Em Cristo!
Cristo é o mistério de Deus em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. Sabedores disso, jamais seremos enganados por raciocínios falazes, enganosos, mentirosos e ilusórios.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. MINISTÉRIO DE PAULO AOS COLOSSENSES (1.24-2.7) – continuação.
Como dissemos, o ministério de Paulo à igreja foi planejado para convencer os colossenses a se afastarem do falso ensino que estava sendo ministrado entre eles. Dos vs. 1.24 a 2.7, estamos vendo o ministério de Paulo aos colossenses.
Embora Paulo não tivesse visitado essa igreja ainda, ele esperava que essa carta fosse lida pelos seus membros (4.16).
Ele afirmava que estava lutando pelos que estavam em Laodiceia e por todos os que ainda não o conheciam pessoalmente. Esforçava-se Paulo para que todos eles:
·         Fossem fortalecidos em seus corações.
·         Fossem unidos em amor.
·         Alcançassem toda a riqueza do pleno entendimento.
O objetivo disso tudo era para que conhecessem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo.
Cristo é o mistério de Deus onde todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos – vs. 3. Os falsos mestres que estavam perturbando os cristãos na região prometiam sabedoria e conhecimento secretos.
Paulo insistia, no entanto, que a sabedoria e o conhecimento só podem ser encontrados em Cristo. Somente por meio da fé na supremacia de Cristo, e pela prática dessa fé, eles conseguiriam penetrar na divina revelação a ser alcançada.
Paulo dizia isso para eles não serem enganados por raciocínios falazes. Paulo admitiu que os seus inimigos eram sofisticados e que ofereciam argumentos elaborados que causavam forte impressão para apoiar os seus pontos de vista, mas aqui e em outras partes ele advertiu contra os perigos de confiar em tais sofisticações (veja 1Co 1.20-25).
Paulo zelava pela fé deles e procurava alertá-los para não serem enganados. Assim como receberam a Cristo, assim deveriam andar nele.
O termo "recebestes" refere-se a aceitar o ensino sobre Cristo bem como a aceitar o próprio Cristo como o único Senhor e Salvador da pessoa, reconhecendo que está unida a ele pela graça de Deus.
Para mais esclarecimentos sobre o entendimento de Paulo de que as boas-novas de Jesus Cristo é uma tradição divinamente ordenada que pode ser recebida, veja 1Co 11.2; 15.1-5 (veja também lTs 2.13; 2Ts 3.6).
Os colossenses tinham recebido o verdadeiro evangelho dos apóstolos, mas eles precisavam perseverar naquela maneira de viver. Somente então eles amadureceriam na fé cristã.
Se já receberam a Jesus como o Senhor, eles deveriam, doravante – vs. 6 e 7:
·         Continuarem a viver nele.
·         Enraizarem-se e edificarem-se nele.
·         Firmarem-se na fé, como foram ensinados.
·         Transbordarem-se de gratidão.
Como seria fundamentada no que eles já conheciam e haviam experimentado da supremacia de Cristo, a obediência adicional dos colossenses deveria ser motivada pela ação de graças (2.7; 3.17), e não pela culpa decepcionante e ansiosa.
IV. A SUPREMACIA E SUFICIÊNCIA DE CRISTO (2.8-23).
Em contraste com os falsos ensinos em Colossos, os benefícios maravilhosos da salvação vinham somente por meio da suficiência e supremacia de Cristo.
Veremos dos vs. 8 ao 23, a supremacia e suficiência de Cristo. Cristo é supremo sobre todos os outros poderes no universo. Ele é suficiente para salvar todos aqueles que confiam nele e para capacitá-los a levar uma vida consagrada.
Para melhor explorarmos o conteúdo deste capítulo, resolvemos dividi-lo, conforme a BEG, nas seguintes partes: A. Advertência contra o falso ensino (2.8) - veremos agora; B. A plenitude da vida na plenitude de Deus (2.9-10) - veremos agora; C. A circuncisão e o batismo em Cristo (2.11-12) - veremos agora; D. Vida nova e perdão em Cristo (2.13-14) - veremos agora; E. Vitória em Cristo sobre os poderes hostis (2.15) - veremos agora; e, F. Liberdade do legalismo e do asceticismo (2.16-23) - veremos agora.
A. Advertência contra o falso ensino (2.8).
Paulo começou essa seção com uma advertência direta ao falso ensino que estava tentando os colossenses. Nesse contexto, o termo "filosofia" – vs. 8 - não se refere à busca racional da verdade, mas a práticas ocultas que têm o objetivo de discernir os mistérios e poderes cósmicos.
Essa difícil terminologia “conforme os rudimentos do mundo” não se refere às leis do Antigo Testamento, como tem sido frequentemente compreendida.
Paulo pode ter usado o termo "rudimentos" para se referir aos poderes cósmicos ou aos deuses associados às estrelas, aos planetas e aos elementos do mundo físico (cf. 2.18-20; Cl 4.8-9).
Na igreja em Colossos, a busca por tais poderes parece ter sido misturada com os costumes judaicos, mas no que se referia à sua orientação básica, o foco permanecia amplamente pagão.
Alternativamente, essa frase pode se referir aos meios mundanos de procurar a salvação e a santidade (cf. 2.20-21; Cl 4.3). O fato era que essas filosofias vãs e enganosas não se apoiavam em Cristo, antes se apoiavam:
·         Em tradições humanas
·         Nos princípios elementares deste mundo.
B. A plenitude da vida na plenitude de Deus (2.9-10).
A plenitude da vida e a plenitude de Deus estão somente em Cristo Jesus. De modo formidável, Paulo refutou os falsos mestres que incentivavam a submissão aos "rudimentos" ou “princípios elementares” – NVI - (vs. 8) como um meio de superar o medo da inadequação diante de Deus.
Como em 1.19, aqui em 2.9, Paulo explica que em Cristo habita toda a plenitude da divindade. Paulo deixou claro que o discernimento dos mistérios divinos são encontrados em Cristo porque ele é Deus encarnado. Ninguém pode oferecer mais do que ele.
Pelo fato de os cristãos colossenses estarem em união com Cristo, que é o próprio Deus, eles estavam "aperfeiçoados", ou completados, totalmente nele.
Se em Cristo habita plenamente toda plenitude da divindade e se estamos nele que é o Cabeça de todo o poder e autoridade, a lógica é que também recebemos a plenitude, ou nele fomos totalmente aperfeiçoados.
Eles não precisavam de nada mais, como, por exemplo, discernimento e poderes cósmicos tais como aqueles prometidos pelos mestres ocultos. (Neste ponto, a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em Gl 6).
C. A circuncisão e o batismo em Cristo (2.11-12).
Paulo continuou a descrever as grandes bênçãos encontradas em Cristo, agora focalizando na circuncisão e no batismo.
Muitas vezes, é especulado que os falsos mestres em Colossos estavam recomendando a circuncisão, como aqueles na Galácia, e que foi por isso que Paulo tratou desse assunto aqui.
Conquanto isso possa ser verdade, o fato de que Paulo não argumentou diretamente contra a circuncisão, como havia feito em Gálatas, sugere algo diferente.
A ênfase desses versículos revela que as filosofias pagãs que estavam perturbando os colossenses haviam sido misturadas com o legalismo judaico, mas Paulo introduziu o tópico da circuncisão para mostrar que um elemento dos que os colossenses estavam procurando dos falsos mestres - poder sobre a carne (v. 23) - já era deles por meio da união deles com Cristo.
Como rito introdutório da antiga aliança, a circuncisão significava eliminar o pecado, transformar o coração e incluir a pessoa na família da fé (Dt 10.16; 30.6; Jr 4.4; 9.25-26; Ez 44.7,9).
De maneira dramática, Paulo mostrou que, ao terem sido batizados em Cristo, esses gentios haviam sido circuncidados. Chamado aqui de "a circuncisão de Cristo", o batismo significa realidades como (At 2.38; Rm 6.4; 1Co 12.13; GI 3.26-29; Cl 2.13; Tt 3.5; 1Pe 3.21):
·         Ter os pecados lavados.
·         Passar por uma renovação pessoal pelo Espírito de Deus.
·         Tornar-se membro do corpo de Cristo.
Essa passagem faz uma declaração muito importante sobre a unidade da administração da aliança de Deus: não era esperado dos cristãos gentios que eles seguissem o antigo modo de se identificar com Deus e seu povo (At 15).
Contudo, a fé que eles tinham em Cristo tornava-os, no entanto, tão filhos de Abraão como o eram os cristãos que eram judeus de nascimento (Rm 2.28-29; Cl 3.26-29; Fp 3.3).
Embora o batismo não seja idêntico à circuncisão, eles têm importantes paralelos pactuais (a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "O batismo de crianças ou de convertidos", em Cl 2 – reproduzido aqui, no final dessa exposição).
Por meio da união deles com Cristo - não por meio da busca de falsas filosofias - os cristãos encontram a plenitude das bênçãos de Deus na sua própria vida. Mais uma vez a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A união com Cristo", em Gl 6.
Nele fomos circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne.
Isso aconteceu quando nós fomos sepultados com ele no batismo, e com ele fomos ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos – vs. 11,12.
D. Vida nova e perdão em Cristo (2.13-14).
Paulo continuou a se opor ao falso ensino ao elaborar sobre o quanto Cristo oferece ao seu povo. É mais característico de Paulo falar da justificação do que do perdão e do pecado individual do que do pecado no plural (cf. Rm 5.12-21).
Aparentemente, Paulo queria enfatizar que Deus não tinha simplesmente conquistado o poder geral do pecado, mas também erradicado a culpa que resulta de atos particulares pelos quais os pecadores ofendem o seu caráter.
Em oposição aos elementos do legalismo judaico, Paulo aplicou essa vívida imagem do mundo comercial que comparava a lei a um certificado de dívida escrito pelas próprias mãos do devedor.
Jesus havia "nascido sob a lei" (Gl 4.4) e foi, portanto, sujeito às suas exigências e maldições. Na cruz, ele foi feito “pecado por nós” (2Co 5.21) e sofreu a "maldição” da lei contra a injustiça (Gl 3.13).
Na sentença da morte que pregou Jesus na cruz, Paulo via o cancelamento da sentença de morte que havia contra os transgressores da lei. O cristão não mais está sob o risco de ser condenado pela lei.
E. Vitória em Cristo sobre os poderes hostis (2.15).
Paulo descreveu – vs. 15 - ainda outra maneira na qual Cristo se mostrou superior aos princípios do falso ensino: nosso Senhor conquistou todos os poderes iníquos ao tirar o poder para acusar (cf. Zc 3.1; Rm 8.33-34,38; Ap 12.10).
Paulo novamente se referiu aos poderes angélicos e demoníacos (veja 2.8). Mediante a morte de Jesus em favor dos pecadores, Satanás (lit., "acusador") foi despojado do seu poder para intimidar e controlar os seres humanos.
A morte de Jesus retirou de nós o medo da morte e do julgamento eterno que o pecado merece e que a lei requer (Ez 18; Rm 5.12; 6.23; Hb 2.14-15).
Embora a luta cósmica com Satanás e suas legiões continuará até o retorno do Senhor em glória (2Co 4.4; Ef 6.10-18; 1Pe 5.8), o poder do mal foi quebrado de modo decisivo e permanente pela morte e ressurreição de Cristo.
Quando ele diz que publicamente os expôs, ele está usando uma imagem de um general romano conquistador fazendo um cortejo com os seus inimigos derrotados e humilhados seguindo atrás de sua carruagem.
Uma batalha cósmica invisível ocorreu na cruz e o príncipe deste mundo foi
·         "Expulso" (Jo 12.31).
·         "Atirado" (Ap 12.9).
·         "Preso" (Ap 20.2).
F. Liberdade do legalismo e do asceticismo (2.16-23).
Dos vs. 16 ao 23, Paulo vai falar da liberdade do legalismo e do asceticismo. Paulo relembrou os colossenses que Cristo os havia libertado das práticas pagãs e do uso incorreto das leis de Deus.
Paulo pode ter pretendido dizer que a observação das celebrações tradicionais judaicas era agora opcional para os cristãos, ou que aqueles que guardavam esses dias do modo correto não deveriam aceitar a condenação daqueles que as corrompiam com práticas pagãs.
Esses termos “comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados” referem-se aos hábitos religiosos judaicos tradicionais.
Alguns estudiosos argumentam que o asceticismo pagão em Colossos (vs. 15) estava misturado com essas celebrações, talvez numa tentativa de aplacar poderes astrais ou angélicos que eram ditos direcionar o curso das estrelas, regular o calendário e determinar o destino humano.
Outros insistem que as celebrações eram simplesmente observadas de uma maneira legalista. Em qualquer caso, essas práticas eram o próprio tipo de escravidão da qual Cristo veio para libertar as pessoas.
Paulo não rejeitava a observância cristã correta das festas ou do quarto mandamento (veja Ex 20.8-11; Rm 7.12-16; 1Tm 1.8), assim como não rejeitava o jejum ou outros observações religiosas praticadas com a motivação correta.
Mas ele afirmava que elas eram sombra do que havia de vir. Até mesmo em sua forma para, as cerimônias do Antigo Testamento haviam sido designadas para apontar para o estágio mais importante do reino de Deus que viria por meio de Cristo (Hb 10.1).
A observância legalista de regulamentos escolhidos do Antigo Testamento, especialmente quando misturados com a filosofia pagã, não poderia fornecer sabedoria, conhecimento ou salvação. Ao dizer isso, no entanto, Paulo não estava se opondo ao uso correto da lei de Deus dada por intermédio de Moisés (Novamente a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "Os três usos da lei", em SI 119).
À luz da menção das visões feita por Paulo – vs. 18 -, alguns intérpretes têm visto nessa frase uma referência a um tipo de piedade encontrado entre alguns místicos judeus.
O objetivo era a participação no culto dos anjos de Deus no trono celestial, e era dito que essa experiência de êxtase era alcançada mediante o asceticismo e a observação rigorosa da Torá.
Nesse caso, a expressão "culto dos anjos" deve ser compreendida como "culto com os anjos". No entanto, parece ser mais provável que os colossenses eram tentados à falsa humildade no sentido de se acovardarem numa veneração ("adoração") imprópria de seres espirituais que eles acreditavam que estavam situados entre Deus e os seres humanos.
Como em todas as suas epístolas, Paulo escreveu para a igreja visível, que inclui mais do que verdadeiros crentes. Paulo os advertia quanto àqueles que queria se fazer de árbitros julgando o que deveriam ou não fazer.
Quando aqueles que confessam ser seguidores de Cristo cometem flagrante apostasia, eles demonstram que não são verdadeiramente regenerados e se desqualificam para o prêmio da salvação em Cristo (outra vez, nova recomendação de leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1).
Aqui – vs. 19 - Paulo não quis dizer que a salvação pode ser possuída e, depois, perdida. Ele ainda estava se referindo aos membros do corpo visível de Cristo (a igreja), os quais tinham uma aliança com Deus, mas não eram, necessariamente, verdadeiramente regenerados.
Ao buscar o favor dos seres angélicos, eles deixavam de dar a Cristo a honra que é apenas dele como "plenitude da Divindade" (2.9), como também deixavam de desfrutar da totalidade da redenção obtida pela morte e ressurreição de Cristo (1.20-22; 2.10-15).
Essa linguagem envolvendo as partes do corpo de Cristo – vs. 19 - volta a 1.18, bem como olha para frente, para o modo como Paulo desenvolveria a ideia da vida cristã sob a autoridade de Cristo no contexto da igreja (3.1-4.6).
A lógica da argumentação de Paulo se baseava no fato de que já morremos com Cristo para os princípios elementares deste mundo. Sendo assim, dessa forma, por que é que eles ainda vivessem como se pertencessem a ele, se submetendo regras: "Não manuseie!” "Não prove!” "Não toque!”?
Paulo explica que todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne – vs. 20 a 23.
 Cl 2:1 Gostaria, pois, que soubésseis
                quão grande luta venho mantendo por vós,
                pelos laodicenses
                e por quantos não me viram face a face;
                               Cl 2:2 para que o coração deles seja confortado
                               e vinculado juntamente em amor,
                               e eles tenham toda a riqueza
                                               da forte convicção do entendimento,
                                                               para compreenderem plenamente
                                                                              o mistério de Deus,
                                                                                              Cristo,
                                               Cl 2:3 em quem todos os tesouros da sabedoria
                                                               e do conhecimento estão ocultos.
Cl 2:4 Assim digo para que ninguém vos engane
                com raciocínios falazes.
Cl 2:5 Pois, embora ausente quanto ao corpo,
                contudo, em espírito,
                               estou convosco,
                                               alegrando-me
                                               e verificando a vossa boa ordem
                                               e a firmeza da vossa fé em Cristo.
Cl 2:6 Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor,
                assim andai nele,
                Cl 2:7 nele radicados,
                e edificados,
                e confirmados na fé,
                               tal como fostes instruídos,
                                               crescendo em ações de graças.
Cl 2:8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar
com sua filosofia e vãs sutilezas,
                                conforme a tradição dos homens,
                conforme os rudimentos do mundo
                                e não segundo Cristo;
Cl 2:9 porquanto, nele,
                habita, corporalmente,
                               toda a plenitude da Divindade.
Cl 2:10 Também, nele,
                estais aperfeiçoados.
Ele é
                o cabeça de todo principado
                e potestade.
Cl 2:11 Nele,
                também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos,
                               mas no despojamento do corpo da carne,
                                               que é a circuncisão de Cristo,
                Cl 2:12 tendo sido sepultados,
                               juntamente com ele,
                                               no batismo,
                                                               no qual igualmente fostes ressuscitados
                                                                              mediante a fé
                                                                              no poder de Deus
                                                                              que o ressuscitou dentre os mortos.
Cl 2:13 E a vós outros, que estáveis mortos
                pelas vossas transgressões
                e pela incircuncisão da vossa carne,
                               vos deu vida juntamente com ele,
                               perdoando todos os nossos delitos;
                               Cl 2:14 tendo cancelado o escrito de dívida,
                                               que era contra nós
                                               e que constava de ordenanças,
                                               o qual nos era prejudicial,
                                                               removeu-o inteiramente,
                                                                              encravando-o na cruz;
                                                               Cl 2:15 e, despojando
                                                                              os principados
                                                                              e as potestades,
                                                                                              publicamente os expôs
                                                                                                              ao desprezo,
                                                                                              triunfando deles na cruz.
Cl 2:16 Ninguém, pois, vos julgue
                por causa de comida e bebida,
                ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
 Cl 2:17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir;
                porém o corpo é de Cristo.
Cl 2:18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros,
                pretextando humildade
                e culto dos anjos,
                               baseando-se em visões, enfatuado,
                                               sem motivo algum, na sua mente carnal,
                                               Cl 2:19 e não retendo a cabeça,
                                                               da qual todo o corpo,
                                                                              suprido e bem vinculado
por suas juntas e ligamentos,
                                                               cresce o crescimento que procede de Deus.
Cl 2:20 Se morrestes com Cristo
                para os rudimentos do mundo,
                               por que, como se vivêsseis no mundo,
                                               vos sujeitais a ordenanças:
                                                               Cl 2:21 não manuseies isto,
                                                               não proves aquilo,
                                                               não toques aquiloutro,
                               Cl 2:22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens?
Pois que todas estas coisas,
                com o uso, se destroem.
Cl 2:23 Tais coisas, com efeito,
                têm aparência de sabedoria,
                               como culto de si mesmo,
                               e de falsa humildade,
                               e de rigor ascético;
                                               todavia, não têm valor algum
                                                               contra a sensualidade.
Paulo parecia ter uma aversão natural contra a lei e regras. Elas tem poder contra nós de nos escravizar e mesmo que as cumpramos, eles tem outro poder o de nos gloriarmos. Você quer cumprir a lei? Não a torne em regra, mas cumpra-a. A lei perde a sua força quando a cumprimos e não quando procuramos cumpri-la. Isso parece complexo.
Batismo de crianças ou de convertidos: Devemos batizar os nossos filhos?[1]
Não há um consenso entre os teólogos reformados quanto a quem deve ser batizado. Devemos batizar somente aqueles que professam a fé em Cristo (a visão batista reformada)? Ou devemos batizar os cristãos e seus filhos (a visão pedobatista reformada)? As diferenças de opinião se refletem nas nossas confissões (comparar CFW 28; CB 34; CBL 29) e persistem há tanto tempo que parece pouco provável que as várias igrejas que aderem à teologia reformada cheguem a um acordo quanto a esta questão. No entanto, é importante que todos nós compreendamos e avaliemos devidamente esses pontos de vista diferentes.
De um modo geral, os batistas reformados baseiam sua argumentação em dois fundamentos. Em primeiro lugar, todos os mandamentos e exemplos de batismo no Novo Testamento são antecedidos de arrependimento e fé. O padrão do Novo Testamento pode ser observado nas palavras de Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... para remissão dos vossos pecados" (At 2.38). Jesus associou o ensino e o batismo ao instruir, "Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os... ensinando-os" (Mt 28.19-20).
Em segundo lugar, os batistas reformados argumentam que na passagem da história bíblica do Antigo Testamento para a nova aliança em Cristo, ocorreu uma purificação do povo de Deus. Ao contrário da comunidade do Antigo Testamento que incluía os fiéis, bem como seus vizinhos, filhos e servos incrédulos, a comunidade da nova aliança se restringe, em princípio, apenas àqueles que creem. Essa questão é ilustrada pela predição de Jeremias acerca da pureza da comunidade da nova aliança: "Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Jr 31.34). Apesar de todos os batistas reformados concordarem que, na verdade, a igreja não é absolutamente pura, argumentam que devemos buscar esse ideal, esforçando-nos ao máximo para garantir que todas as pessoas batizadas na igreja tenham feito uma profissão de fé sincera.
Os pedobatistas reconhecem prontamente que o Novo Testamento não ordena nem ilustra de modo incontestável o batismo de crianças. É possível que as crianças estejam incluídas nas poucas referências ao batismo de famílias inteiras, mas os textos não deixam isso explícito (At 10.44ss; 16.13-15,30-34). Ademais, os pedobatistas afirmam que o padrão de evangelização deve ser "arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado" (At 2.38). No tocante a essas questões, há uma concordância quase geral entre os batistas e pedobatistas.
Não obstante, os pedobatistas argumentam que os filhos dos cristãos devem ser batizados por dois motivos. Em primeiro lugar, afirmam que é impossível a igreja visível ser inteiramente purificada antes da volta de Cristo e que é errado a igreja impedir aqueles que não são puros de se tornarem membros (Mt 13.24-30,36-43). Todos concordam que as alianças veterotestamentárias firmadas com Noé (Gn 9), Abraão (Gn 15; 17), Moisés (Ex 20-24; 34) e Davi (2Sm 7; SI 89; 132) incluíam tanto os crentes quanto os incrédulos. Além disso, todas as alianças do Antigo Testamento reservavam um lugar especial para os filhos dos fiéis, pois havia a expectativa - porém não a garantia - de que seriam herdeiros das promessas da aliança (Gn 9.9; 15.18; 17.7; Dt 7.9; SI 89.28-29; 132.11-12).
No entanto, os pedobatistas acrescentam que, apesar de vivermos na era da nova aliança (Lc 22.20; 2Co 3.6; Hb 9.15; 12.24), as promessas da mesma ainda não se cumpriram de todo. Por exemplo, continua sendo necessário ensinarmos ao nosso próximo, aos nossos irmãos e irmãs dizendo, "Conhece ao Senhor" (Hb 8.11), apesar de Jeremias ter afirmado que isso não aconteceria no período da nova aliança. Essa e outras promessas da nova aliança só se cumprirão plenamente quando Cristo voltar em glória. Aliás, a parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-30,36-43) revela como é perigoso tentar retirar da igreja todos os incrédulos antes do julgamento final, a menos que haja evidências claras de apostasia. Até então, vários padrões da comunidade do Antigo Testamento continuam sendo válidos para a comunidade da nova aliança.
Pedro anunciou um desses padrões no dia de Pentecostes ao dizer, "... para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar" (At 239). A ordem de prioridade é a mesma no Antigo e no Novo Testamento. As promessas de Deus são primeiramente para aqueles que creem, depois para os seus filhos e, por fim, para os que estão longe. Do mesmo modo, Paulo argumenta em favor da santificação dos cônjuges incrédulos casados com cristãos, observando que, "Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos" (1 Co 7.14). Esse padrão veterotestamentário aparece no Novo Testamento porque essa dimensão geracional da vida na aliança só chegará ao fim quando não houver mais novas gerações por vir. Portanto, não é de surpreender que Jesus tenha abençoado crianças e bebês (Lc 18.15) para conceder a eles uma bênção da aliança (Mc 10.16).
Em segundo lugar, os pedobatistas reformados desenvolvem sua argumentação com base em paralelos existentes entre a circuncisão e o batismo. Nas alianças feitas com Israel como nação, Deus ordenou que os filhos dos fiéis fossem circuncidados de modo a simbolizar a sua inclusão sob as sanções das alianças (veja o artigo teológico "As alianças divinas", em Jr 31). A omissão dessa prática representava uma transgressão da aliança (Gn 17.14). Em Cl 2.11-12 Paulo ressalta que o batismo do Novo Testamento tomou o lugar do sinal da circuncisão no Antigo Testamento, ao dizer, "Nele, também fostes circuncidados... tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo". Com base nisso, os pedobatistas batizam não apenas aqueles que professam a fé em Cristo, mas também os seus filhos.
Sem dúvida os dois lados apresentam vários elementos em comum. Todos creem que o batismo não salva, mas que representa a introdução da pessoa numa relação especial de aliança com Deus. Todos creem que os membros adultos da igreja devem professar sua fé antes de receber o batismo. Os batistas e os pedobatistas instruem seus filhos na fé cristã de maneira semelhante: os bebês são consagrados a Deus, quer pelo batismo ou pela cerimônia de dedicação; são criados nos caminhos do Senhor e levados a declarar a sua fé publicamente por meio da profissão de fé ou do batismo.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
 http://www.jamaisdesista.com.br


[1] Artigo teológico referente a Cl 2, extraído da BEG.
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