quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
quarta-feira, janeiro 27, 2016
Jamais Desista
Filipenses 2 1-30 - TOPA UM DESAFIO DE "NÃO MURMURAR" POR APENAS 21 DIAS?
Como dissemos, Paulo escreveu essa epístola
para agradecer aos filipenses pela solidariedade enquanto esteve na prisão e
animá-los a se unirem e a se ajudarem mutuamente em Cristo. Estamos no capítulo
2/4.
Breve
síntese do capítulo 2.
Fazei tudo sem murmurações. Um dia desses,
em pregação na Primeira Igreja Presbiteriana, o Rev. Sabino Cordeiro Dourado fez
um desafio à igreja, obviamente aos que se sentiram tocados pelo Espírito
Santo, para fazerem uma campanha por 21 dias sem murmurações.
Ele nos ofereceu uma pulseira como lembrete
do compromisso. Eu apanhei a pulseira e a usei para me lembrar de não murmurar.
Sabem o que descobri? Que sou viciado em murmurações! Do momento que apanhei a
pulseira até o momento que cheguei a casa saindo da igreja, eu já havia
murmurado tanto!
A experiência é válida para nos lembrar de
quem somos e de como carecemos do Espírito Santo para continuarmos nossa
jornada nesta vida. Na verdade, eu sou egoísta, orgulhoso, ... pecador! Se a
experiência de não murmurar se constituir em lei para mim: “- não murmurarás”,
eu jamais a vencerei.
Amados, nós não somos capazes de vencer o
pecado, por isso Cristo morreu por nós. Se pudéssemos vencê-lo, não
precisaríamos de Cristo. O segredo então é Cristo. Quer não murmurar? O segredo
é Cristo!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O PROGRESSO DO EVANGELHO (1.12-2.30) - continuação.
Estamos vendo, portanto, nos vs. de 1.12 a
2.30, esse progresso do evangelho. Paulo iniciou a principal parte de sua carta
com uma apresentação positiva dos métodos para o avanço do evangelho.
Assim, foi dividida esta parte também em
duas, conforme a BEG: A. Progressos por meio de Paulo (1.12-26) – já vimos; B. O progresso por meio dos
filipenses (1.27-2.30) – concluiremos agora.
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30) - continuação.
Como dissemos, dos vs. 1.27 ao 2.30, estamos
vendo o progresso por meio dos filipenses. Tendo descrito o evangelho em
relação à sua própria vida, Paulo agora se volta para o papel dele na vida dos
filipenses.
Elas foram divididas, conforme a BEG, do
seguinte modo: 1. Um chamado à unidade (1.27-2.5) – concluiremos agora; 2. O exemplo de Cristo (2.6-11) – veremos agora; 3. Um chamado mais
profundo à unidade (2.12-18) – veremos
agora; e, 4. Dois exemplos de serviço (2.19-30) – veremos agora.
1. Um chamado à unidade (1.27-2.5).
A principal preocupação de Paulo nesse
momento era de que os filipenses vissem a unidade entre os crentes como uma
consequência essencial do evangelho.
Paulo suplicou pelo encorajamento ou esperança
que todos os crentes obtêm do fato de estarem unidos a Cristo por meio da fé (a
BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
união com Cristo", em Cl 6).
A repetição dessa expressão – se há - tornou
as palavras de Paulo especialmente vigorosas. Além disso, as qualidades
mencionadas são verdadeiras para todos os crentes de um nível ou outro.
Como um resultado, o apelo do vs. 1 fornece
a base para as exortações dos vs. 2-4. Se essas condições são realidades em
algum grau (vs. 1), então os resultados (vs. 2-4) devem estar em evidência
também.
Se por estarmos em Cristo, nós temos:
·
Alguma
motivação.
Cristo
nos foi exemplo em tudo e o fato de ele ter sido bem sucedido do início ao fim,
nos motiva a seguirmos os seus exemplos, confiados no seu poder,
·
Alguma
exortação de amor.
Paulo
também apela para o fato de todos os crentes recebem encorajamento tanto do
amor de Cristo por eles quanto do amor deles por Cristo.
·
Alguma
comunhão no Espírito.
A
expressão também pode ser interpretada como "relacionamento produzido pelo
Espírito". A maravilha da obra do Espírito é evidente de alguma maneira na
vida de crente verdadeiro.
·
Alguma
profunda afeição e compaixão
Essas
qualidades têm a sua fonte em Deus, e elas encontram expressão na atitude que
os cristãos têm uns para com os outros (1.8; Cl 3.12). Elas estão intimamente
associadas com o amor, uma qualidade de vida que todo cristão verdadeiro
possui.
Então, Paulo, conclui, completem a minha
alegria, mas como? Paulo fez uma profunda súplica pessoal. Se os filipenses
tivessem até mesmo a menor medida das qualidades mencionadas no vs. 1, então
Paulo queria que eles dessem um passo a mais e o enchessem de alegria.
Respondendo ao como – vs. 2 a 5 – vejamos de
que forma:
·
Tendo
o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
A
ênfase na unidade é forte no versículo (1.27; 2.2). Por meio da unidade na
igreja, Paulo receberia muita alegria.
·
Nada
fazendo nada por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerando
os outros superiores a si mesmos.
Paulo
acrescentou uma proibição contra as atitudes que destroem a unidade cristã. O
orgulho coloca um cristão acima dos outros e, portanto, promove conflitos em
vez de harmonia nos relacionamentos pessoais. Em contraste, a humildade coloca
o cristão abaixo dos outros numa posição de serviço com uma preocupação pelas
necessidades e pelos interesses dos outros (1.27; 2.2,4,14). O amor (vs. 2) é
essencial, uma vez que os crentes devem se relacionar mutuamente com humildade
(também a oração de 1.9; cf. 1Co 13.4-5).
·
Cada
um cuidando, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos
outros.
·
Sendo
a nossa atitude a mesma de Cristo Jesus.
Esse
versículo 5 que fala de mesmo sentimento ou nossa atitude de ser a mesma de
Cristo, conforme a NVI, liga as exortações dos vs. 1-4 com o louvor a Cristo
nos vs. 6-11. Paulo fez a ligação com a mesma palavra grega (aqui traduzida
"sentimento") que ele havia usado duas vezes no vs. 2.
Ao
falar do orgulho que estava na raiz da desunião dos filipenses (1.27-2.4),
Paulo evocou Cristo como o exemplo supremo de humildade.
Para
Paulo, Cristo é primeiramente Senhor e Salvador (v. 11; 3.20), mas ele e
certamente um exemplo também (Rm 15.1-3; 2Co 10.1).
A alegria de Paulo somente estaria completa
diante dos filipenses se ele pudesse contemplar a unidade na vida deles e
Cristo é também exemplo para nós.
2. O exemplo de Cristo (2.6-11).
Dos vs. 6 ao 11, veremos esse exemplo de
Cristo. Paulo escreveu sobre o que deve ter sido um hino que era cantado na
igreja primitiva.
Esse hino de adoração a Cristo pode ser
convenientemente dividido em seis versos. Os primeiros três (vs. 6-8) celebram
a humilhação de Cristo; os três últimos (9-11) a sua exaltação.
Jesus Cristo subsistiu em forma de Deus sem
a isso se apegar, antes de si mesmo esvaziou-se. A palavra "forma"
testemunha a realidade básica. A expressão "forma de Deus" aponta
para a divindade de Jesus.
O verbo "subsistindo" indica não
somente existência, mas também possessão. Cristo possui a divindade, uma
divindade à qual ele não renunciou ao se tornar homem (vs. 7).
Isso indica algo desejável – que ele
poderia ter usurpado - e, nesse caso, de posse da pessoa. Jesus não se apegou à
glória de seu estado celeste de maneira egoísta, mas, em vez disso,
comportou-se da maneira descrita no vs. 7.
Nesse exemplo – o ser igual a Deus -, o artigo
definido “o” aponta para algo anteriormente mencionado (isto é, Cristo
"subsistindo em forma de Deus"). Subsistir "em forma de
Deus" é ser igual a Deus. No entanto, ele não se apegou a isso, mas – vs.
7 - a si mesmo se esvaziou.
Não é dito que Cristo esvaziou-se de seus
atributos divinos. A frase significa que ele se entregou totalmente, que ele se
gastou totalmente ao se tornar um homem.
A natureza do seu esvaziamento é definida
nas três expressões que se seguem ("assumindo... tornando-se...
reconhecido"). Paulo aqui descreve a renúncia de Cristo à sua glória
celestial (veja Jo 17.5), não a abdicação de Cristo de sua natureza divina e de
seus poderes divinos.
Cristo tomou a forma de um escravo sem
abandonar a forma de Deus. Nesse estado encarnado, ele não abandonou, mas
manifestou, a essência e o caráter de Deus.
Assumiu, destarte, a forma de servo. Essa
linguagem expressa vividamente a voluntariedade de Cristo de se privar de sua
glória, tornando-se em semelhança de homens.
Cristo não possuía apenas aparência humana.
Sua encarnação não era uma ilusão. Ele escolheu revelar-se por meio de sua
humanidade, por isso que foi reconhecido em figura humana.
Cristo é verdadeiramente humano. A palavra
"reconhecido" não nega a realidade da sua humanidade. Para que
pudesse morrer (vs. 8), Cristo teria de ser genuinamente humano.
Ao mesmo tempo, Paulo fez uma distinção
entre Cristo e os outros seres humanos normais, comuns. Ao contrário deles,
Cristo não é pecador (2Co 5.21); ele pertence essencialmente (quanto à sua
natureza divina) ao mundo transcendente.
Mesmo ao se esvaziar e se humilhar, ele
permaneceu um ser celestial (aqui a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1).
Ele a si mesmo se humilhou. A linguagem
aqui corresponde à frase "a si mesmo se esvaziou" no vs. 7. Cada ato
aconteceu pelo livre exercício da própria vontade de Cristo. Os leitores de
Paulo deveriam fazer o mesmo.
Assim fazendo e agindo, ele se tornou
obediente até a morte. A submissão à vontade do Pai (Hb 10.5-9) é mais
significativa para aquele que é igual ao Pai (vs. 6) mais do que para aquele
que não é.
As palavras de Paulo infundem toda a vida
de Cristo de obediência incondicional e enfatiza que a suprema expressão dessa
obediência aconteceu na sua morte.
Por isso que sofreu a morte de cruz. O
ponto principal aqui é ter sofrido a morte mais vergonhosa e dolorosa de todas
as mortes, e não no maravilhoso significado desse acontecimento (cf. Rm
3.21-26).
E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! – vs. 8. Pelo
que também Deus o exaltou.
O ato do Pai foi uma resposta direta à obediência
do Filho. Ele o exaltou sobremaneira. O verbo "exaltou" aqui não significa
que Deus proporcionou a Cristo uma situação mais elevada do que antes, mas que
Deus deu a ele a máxima exaltação possível.
Cristo foi restaurado à glória que ele
tinha no início - a glória a que ele voluntariamente renunciou para que pudesse
se tornar um ser humano. Por isso que recebeu o nome que está acima de todo
nome.
Diante do nome de Jesus agora todo joelho
deverá se dobrar e confessar que ele é o Senhor, no céu, na terra e ainda
debaixo da terra.
Essa expressão “ao nome de Jesus” pode
significar "o nome que pertence a Jesus" (ou seja,
"Senhor", como no vs. 11). Porém, é mais provável que Paulo quisesse
dizer que a declaração do nome "Jesus" é o sinal para que "todo
joelho se dobre" para oferecer a ele adoração e para aclamá-lo como
Senhor.
"Jesus" vem da forma grega do
hebraico "Josué", que significa "Javé é salvação". Já a
expressão “nos céus, na terra e debaixo da terra” envolve todo o cosmos, tanto
do mundo físico, natural, quanto do espiritual. A linguagem é compreensiva, mas
a questão dos poderes demoníacos hostis deve estar especificamente em pauta
(cf. Ef 1.19-21; Cl 2.15).
Agora sim toda língua deve confessar que
Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. A ação que deveria
acompanhar o dobrar dos joelhos, que Jesus Cristo é Senhor. A segunda pessoa da
Trindade tomou o nome "Jesus" em sua encarnação.
Consequentemente, nesse contexto o nome
enfatiza a sua humildade. "Cristo" é um título advindo de sua tarefa
humana como Messias ou rei de Israel.
Além disso, é como alguém humilde que
Cristo é exaltado; a sua humildade é a sua glória (cf. Mt 23.12). O "nome
que está acima de todo nome" (vs. 9) é "Senhor".
Na Septuaginta (a tradução grega do AT),
Deus é representado pelo título de "Senhor" (grego, kyrios). Em Is 45.23, é Yahweh diante de quem "se dobrará
todo joelho" e por quem "jurará toda língua".
Em Filipenses, Cristo é então aclamado por
ser quem ele sempre foi: o próprio Deus. Ao confessar que "Jesus Cristo é
Senhor", as criaturas reconhecem tanto o fato quanto o caráter de sua deidade.
A atribuição de adoração enfatiza a
humanidade ("Jesus Cristo") e também a deidade ("Senhor")
de Cristo; ele é adorado como o Deus-homem, para glória de Deus Pai.
Jesus Cristo é, por implicação, o filho do
Pai. Tanto Cristo como o Pai podem receber adoração. Os membros da Trindade são
tão unidos que o próprio ato de adorar o filho glorifica o Pai.
3. Um chamado mais profundo à unidade (2.12-18).
Dos vs. 12 ao 18, depois dessa demonstração
da deidade de Cristo que ganhou o mais excelente nome que se possa nomear,
Paulo volta ao assunto e faz um novo chamado à unidade.
Tendo dado atenção à maravilha da
humilhação de Cristo como um modelo para a vida cristã, Paulo novamente exortou
os filipenses à unidade e ao serviço.
Tendo como base o exemplo supremo de
Cristo, Paulo retomou o seu apelo. A presença do apóstolo incentivava ainda
mais os filipenses a obedecerem, mas a maior motivação vinha do fato de que
"Deus é quem efetu(ava)" neles (vs. 13) para que a obediência deles
se desenvolvesse também na ausência de Paulo (1.27).
Paulo não acreditava que a salvação vem por
meio das obras ao dizer a eles para desenvolverem a salvação deles com temor e
tremor. Isso é evidentemente claro em seus outros escritos (Rm 4.2ss.; 9.2; Cl
2.16; 3.10; 2Tm 1.9). Como em 1.28, Paulo falou aqui sobre a salvação em termos
da obra da salvação inicial na santificação diária dos crentes, que os leva à
eterna salvação que virá com a volta de Cristo.
Todos esses processos são dons totalmente
graciosos de Deus, mas o processo de santificação exige apenas uma contínua
obediência.
Na versão NVI a expressão não seria
desenvolver a salvação, antes, por em ação a salvação já alcançada com temor e
tremor. Refere-se a respeito e reverência em vez de pânico e alarme.
Essas emoções são essenciais para a vida
cristã por muitas razões, e a perspectiva do julgamento que vem sobre aqueles
que provam que eles nunca haviam tido fé salvadora ao se afastarem do
evangelho, não é a menor delas (aqui, novamente, a BEG recomenda a leitura e a
reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação
dos santos", em Fp 1).
Devemos por em ação a nossa salvação com
temor e tremor porque Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar.
O emprego do esforço humano (vs.12), longe de violar a soberana vontade de Deus
(cf. Ef 2.10), é exatamente o que Deus pede para que possamos obter o seu
propósito salvador.
Além disso, a sua obra em nós dá poder aos
crentes para desenvolverem a sua santificação. Tendo apelado para o exemplo de
Cristo, Paulo agora ofereceu a segurança necessária de que os filipenses não
trabalhariam independentemente, mas que seus desejos e ações seriam as próprias
áreas nas quais o próprio poder de Deus se manifestaria (4.13; lTs 2.13).
No vs. 14 ele nos diz para tudo fazermos sem
murmurações nem contendas. Os filipenses deveriam evitar imitar os antigos
israelitas (Ex 15.24; 16.7-9; 1Co 10.10). Observe também a alusão a Dt 32.5 no
vs. 15. Os filipenses podem muito bem ter resmungado a respeito dos líderes da
igreja, como os israelitas haviam feito com relação a Moisés (v. 29; lTs
5.12-13).
Sem queixas e discussões, sem reclamações e
murmurações está em vista o testemunho corporativo de uma igreja unida. Assim,
seriam irrepreensíveis e sinceros, mesmo inculpáveis. Os significados desses
termos se sobrepõem consideravelmente. Paulo descreve a qualidade de vida
requerida dos "filhos de Deus".
Essas pessoas irão resplandecer "como
luzeiros no mundo" - em total contraste com a geração "pervertida e
corrupta" dos seus contemporâneos - mas eles oferecerão esperança aos seus
contemporâneos também (Mt 5.14-16; At 2.40).
A palavra da vida, as Escrituras, deveriam
ser retidas firmemente. Paulo estava preocupado com a fidelidade dos filipenses
ao evangelho de Jesus Cristo (1.27; 2.1-5).
Por sua vez, o fato de os crentes
preservarem o evangelho em amor mútuo constitui-se num poderoso testemunho para
o mundo (Jo 13.34-35). Essa palavra da vida se refere tanto ao evangelho quanto
aos ensinamentos éticos que são baseados nele (1.27; 4.8-9).
O orgulho de Paulo no "dia de
Cristo" (1.6,10) será o desenvolvimento espiritual dos filipenses em vez
do dele próprio (1.9-11).
Paulo aqui – vs. 17 - se referiu não ao
sofrimento que ele enfrentava no momento, mas à possibilidade (embora não a certeza)
do seu martírio.
Como um seguidor de Cristo, o servo (vs.
6-9), Paulo desejava doar-se ao máximo para o seu povo (2Co 12.15). Tanto que
desejava ser uma libação (normalmente vinho, não sangue) que devia acompanhar
um sacrifício ao ser derramado como oferta. O sacrifício e serviço da fé dos
filipenses eram os presentes dos filipenses a Paulo (4.10-12).
O sofrimento em si não é prazeroso, mas
Paulo encontrava razões para ter alegria mesmo em meio ao sofrimento. E assim
deveria ser também com os filipenses (v.18).
4. Dois exemplos de serviço (2.19-30).
A ênfase de Paulo na humilhação e no
serviço como necessidades da vida cristã o levou a mencionar dois importantes
modelos de tais serviços: Timóteo (vs. 19-24) e Epafrodito (vs. 25-30).
Timóteo (vs. 19-24).
Paulo queria enviar Timóteo de Roma para
Filipos (veja 1.1) para levar saudações e obter informações sobre a igreja de
lá. Timóteo havia mostrado grande interesse pelo bem-estar dos filipenses (vs.
20).
Esse versículo é semelhante ao vs. 4, em
que a expressão "propriamente seu" primeiramente ocorre. A vida de
Timóteo era um modelo da humildade para a qual Paulo havia chamado a atenção de
seus leitores assim como uma imagem da humilhação do próprio Cristo (vs. 5-11).
Timóteo trabalhava intimamente com Paulo
para Cristo o Senhor; ambos eram servos de Cristo (1.1).
Em meio às circunstâncias difíceis
(1.12-30), talvez incluindo a provação vindoura, Paulo precisava de uma pessoa
do caráter de Timóteo. Nos vs. 23-24 Paulo reafirmou a confiança que ele havia
expressado em 1.19-26.
Os planos com relação a Timóteo e Paulo
haviam sido submetidos à vontade de Deus (vs. 19).
Epafrodito (vs. 25-30).
Esse companheiro de trabalho de Paulo,
assim como Timóteo, era digno de honra. Como Timóteo, e como o próprio Jesus,
ele era um homem devotado a outros. Ele obedecia a Cristo trabalhando no
serviço de Jesus em prol de outros crentes - tanto para os filipenses (4.18)
quanto para Paulo, por quem ele havia arriscado a vida (vs. 26-27,30).
Epafrodito estava mais preocupado pelo fato
de os filipenses estarem entristecidos pelas notícias de sua doença do que ele
mesmo estava com o seu próprio sofrimento. Paulo considerava a sua atitude como
um exemplo de serviço e humildade cristãos.
Paulo recomenda que sejam bem recebidos e
até mesmo com honras pelo que demonstraram no Senhor. Epafrodito havia estado
perto da morte (vs. 30), então Paulo o enviou para casa em Filipos. Paulo
encorajou os filipenses a honrarem não somente a Epafrodito com também outras
pessoas que serviam Cristo como ele fazia.
alguma
exortação em Cristo,
alguma
consolação de amor,
alguma
comunhão do Espírito,
se
há entranhados afetos
e
misericórdias,
Fp
2:2 completai a minha alegria,
de
modo que penseis a mesma coisa,
tenhais
o mesmo amor,
sejais
unidos de alma,
tendo
o mesmo sentimento.
Fp
2:3 Nada façais por partidarismo ou vanglória,
mas
por humildade,
considerando
cada um os outros
superiores
a si mesmo.
Fp
2:4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu,
senão
também cada qual o que é dos outros.
Fp
2:5 Tende em vós o mesmo sentimento
que
houve também em Cristo Jesus,
Fp
2:6 pois ele, subsistindo em forma de Deus,
não
julgou como usurpação o ser igual a Deus;
Fp
2:7 antes,
a
si mesmo se esvaziou,
assumindo
a forma de servo,
tornando-se
em semelhança de homens;
e,
reconhecido em figura humana,
Fp
2:8 a si mesmo se humilhou,
tornando-se
obediente
até
à morte e morte de cruz.
Fp 2:9 Pelo que também
Deus
o exaltou sobremaneira
e
lhe deu o nome
que
está acima de todo nome,
Fp
2:10 para que ao nome de Jesus
se
dobre todo joelho,
nos
céus,
na
terra
e
debaixo da terra,
Fp
2:11 e toda língua confesse que
Jesus
Cristo é Senhor,
para
glória de Deus Pai.
Fp 2:12 Assim, pois, amados meus,
como
sempre obedecestes,
não
só na minha presença,
porém,
muito mais agora, na minha ausência,
desenvolvei
a vossa salvação
com
temor
e
tremor;
Fp
2:13 porque Deus é quem efetua em vós
tanto
o querer
como o realizar,
segundo
a
sua boa vontade.
Fp 2:14 Fazei tudo
sem
murmurações
nem
contendas,
Fp
2:15 para que vos torneis
irrepreensíveis
e
sinceros,
filhos
de Deus
inculpáveis
no meio de uma geração
pervertida
e
corrupta,
na
qual resplandeceis como luzeiros no mundo,
Fp
2:16 preservando a palavra da vida,
para
que, no Dia de Cristo,
eu
me glorie de que não corri em vão,
nem
me esforcei inutilmente.
Fp 2:17 Entretanto, mesmo que seja eu
oferecido por libação
sobre
o sacrifício
e
serviço da vossa fé,
alegro-me
e,
com todos vós, me congratulo.
Fp 2:18 Assim, vós também, pela mesma
razão,
alegrai-vos
e
congratulai-vos comigo.
Fp 2:19 Espero, porém,
no
Senhor Jesus,
mandar-vos
Timóteo, o mais breve possível,
a
fim de que eu me sinta animado também,
tendo
conhecimento da vossa situação.
Fp 2:20 Porque a ninguém tenho de igual
sentimento
que,
sinceramente, cuide dos vossos interesses;
Fp 2:21 pois todos eles buscam
o
que é seu próprio,
não
o que é de Cristo Jesus.
Fp 2:22 E conheceis o seu caráter
provado,
pois
serviu ao evangelho,
junto
comigo,
como
filho ao pai.
Fp 2:23 Este, com efeito, é quem espero enviar,
tão
logo tenha eu visto a minha situação.
Fp 2:24 E estou persuadido no Senhor de
que também eu mesmo,
brevemente,
irei.
Fp 2:25 Julguei, todavia, necessário
mandar até vós
Epafrodito,
por
um lado, meu irmão,
cooperador
e
companheiro de lutas;
e,
por outro,
vosso
mensageiro
e
vosso auxiliar nas minhas necessidades;
Fp 2:26 visto que ele
tinha
saudade de todos vós
e
estava angustiado porque ouvistes que adoeceu.
Fp
2:27 Com efeito, adoeceu mortalmente;
Deus,
porém, se compadeceu dele
e
não somente dele,
mas
também de mim,
para
que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
Fp 2:28 Por isso, tanto mais
me
apresso em mandá-lo,
para
que, vendo-o novamente,
vos
alegreis,
e
eu tenha menos tristeza.
Fp 2:29 Recebei-o, pois,
no
Senhor,
com
toda a alegria,
e
honrai sempre a homens como esse;
Fp
2:30 visto que, por causa da obra de Cristo,
chegou
ele às portas da morte
e
se dispôs a dar a própria vida,
para
suprir a vossa carência de socorro para comigo.
Precisamos, hodiernamente, de vários
Paulos, Timóteos e Epafroditos que se gastam e se deixam gastar por almas –
pela igreja de Cristo - e cuja glória está no outro ao verem que compeltaram e
cumpriram a fé; mais mesmo se gloriam nos outros que eles levaram a Cristo que
em suas próprias conquistas.
Que nosso Senhor tenha, hoje em dia, muitos
Timóteos e Epafroditos para ele enviar à sua obra com à semelhança das mesmas
recomendações feita por Paulo. Temos muitos deles hoje?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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terça-feira, 26 de janeiro de 2016
terça-feira, janeiro 26, 2016
Jamais Desista
Filipenses 1 1-30 - VOCÊ CONSIDERARIA PRIVILÉGIO SOFRER POR ELE?
Paulo escreveu essa epístola para agradecer
aos filipenses pela solidariedade enquanto esteve na prisão e animá-los a se
unirem e a se ajudarem mutuamente em Cristo. Estamos no capítulo 1/4.
Breve
síntese do capítulo 1.
Filipenses tem as seguintes
características, entre outras:
1.
Filipenses é uma das cartas mais pessoais do apóstolo
Paulo.
2.
Paulo estava escrevendo para um grupo de amigos em
Filipos.
3.
Filipenses é a epístola da ALEGRIA! (16x).
4.
Paulo escreveu aos Filipenses de uma prisão, em Roma.
·
“As
circunstâncias imediatas que circundam um crente não são os fatores que
deveriam determinar sua atitude para com a vida.” (Russel Shedd).
Recomendo aos leitores a leitura e estudo
do sermão: http://pt.scribd.com/doc/33924241/Pregacao-Vivei-de-modo-digno-do-evangelho-de-Cristo
que discorre de Filipenses e fala do capítulo 1:27-30.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. SAUDAÇÕES (1.1-2).
Paulo começou a epístola de sua maneira
usual - apresentando a si mesmo e os seus leitores.
Timóteo, que esteve presente na fundação da
igreja de Filipos (At 16), era conhecido dos leitores, (2.2). Distinguindo os
dois homens, Paulo chamava a si mesmo de "apóstolo" e Timóteo de "irmão"
(2Co 1.1; CI 1.1).
Ambos os homens eram chamados “servos"
(grego, doutos), uma palavra que significa "escravo" aqui. Timóteo
era como um filho para Paulo (2.22), mas ambos se submetiam a Cristo, o Senhor.
Uma das maneiras preteridas de Paulo para
descrever a união dos crentes com Cristo era o uso da expressão “servos de
Cristo Jesus”. Essa expressão (ou a mais resumida "em Cristo Jesus")
apareceu dez vezes em Filipenses.
Além disso, a expressão semelhante "no
Senhor" ocorre nove vezes – a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em
seu excelente artigo teológico – “A união com Cristo”, em Cl 6.
A epístola fora dirigida a todos os santos,
inclusive aos bispos e diáconos. Esses termos designavam a dupla liderança na
igreja de Filipos (1 Tm3.1-13). Episcopos
("superintendente”) é, muitas vezes, traduzido como "bispo", mas
em Tt 1.5-7 Paulo usa esse termo e presbyteros
("ancião") de modo permutável, indicando que ambos se referem ao
mesmo ofício.
Esse dístico – graça e paz, vs. 2 - era uma
expressão concisa da natureza e do efeito da obra salvadora de Cristo, aparece
em todas as treze saudações paulinas. A fonte da união de ambos é "Deus
nosso Pai e o Senhor Jesus Cristo".
II. CONFIANÇA E AFEIÇÃO (1.3-11).
Paulo expressou – vs. 3 ao 11 - a sua
confiança e o seu amor pelos crentes filipenses. Depois desses cumprimentos
iniciais, Paulo imediatamente expressou a sua confiança nos cristãos
filipenses, encorajou-os e falou da preocupação e afeição que tinha por eles.
A lembrança de Paulo do tempo que ele
passou com os filipenses fazia com que ele orasse por eles de maneira constante
("em todas as minhas orações"), inclusiva ("por todos vós")
e com gratidão ("Dou graças ao meu Deus").
Ele dava graças a Deus fazendo isso com alegria
que é um tema dominante em Filipenses (vs. 18,26; 3.1; 4.4,10) pela cooperação
deles no evangelho, desde o primeiro dia.
De modo especial, o apoio financeiro dos
filipenses (4.10-20) foi fundamental para ele no evangelho - a palavra
"evangelho" era a maneira preferida de Paulo descrever a sua mensagem
e ela aparece nove vezes em Filipenses (proporcionalmente mais do que em
qualquer outra carta).
O comprometimento dele com o evangelho (vs.
7) ligava Paulo aos filipenses e estes a ele desde o primeiro dia até agora.
Paulo se lembrava da primeira vez que havia pregado o evangelho em Filipos
(4.15; At 16.12-40).
Paulo estava confiante de que Deus
completaria a salvação dos crentes em Filipos – vs. 6. Em outro lugar, Paulo
enfatiza o papel do esforço humano em perseverar na fé, mas aqui ele ressalta
claramente que a perseverança dos santos depende somente do poder de Deus, que
os preserva pela graça.
O propósito salvador de Deus será consumado
no "Dia de Cristo" (vs. 10; 2.16), quando Jesus retornar em glória
para ressuscitar o seu povo da morte (3.11,20-21) e receber exaltação universal
(2.9-11).
Todas as pessoas que têm exercitado a fé
salvadora em Cristo serão preservadas até aquele dia – novamente a BEG recomenda
neste capítulo a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1 (abaixo reproduzido na
íntegra).
O verbo grego aqui traduzido
"pense" (phroneo) – vs. 7 -
ocorre dez vezes em Filipenses, proporcionalmente muito mais vezes do que em
qualquer outra carta de Paulo.
O termo abrange o pensamento assim como o
sentimento e dá a entender um curso de ação sobre o qual a mente da pessoa está
fixada (observe o seu uso em 2.2,5; 3.15,19).
Era assim que ele pensava acerca deles e os
trazia em seu coração. Essas palavras “vos trago no coração” também poderiam
ter sido interpretadas como "Vocês me têm em seu coração".
Os filipenses "participavam da
graça" de Deus com Paulo mediante o apoio que davam ao seu ministério (vs.
5) e assim o ajudavam na defesa e confirmação do evangelho. Esses termos legais
sugerem testemunho apostólico durante uma provação (cf. v.16; Mc 13.9-11).
O verbo correspondente ao substantivo
"misericórdia" – vs. 8 - é muitas vezes usado nos Evangelhos para
descrever a compaixão de Jesus (p. ex., Mt 9.36; 14.14). Ele indica uma
profunda emoção.
Não somente Paulo disse ao filipenses que
orava por eles (v. 4), mas também transmitiu a eles os pedidos que ele fazia
nessas orações.
Na mente de Paulo, o amor cristão leva a um
aumento gradativo do nível de conhecimento, percepção e discernimento, e
culmina num comportamento que é "sincero e inculpável" (cf. Cl
1.9-11).
A ausência de amor demonstra que o
conhecimento por si só não tem valor (1 Co 13.1-3), enquanto o amor é em si
mesmo conhecimento do tipo mais profundo (1Co 8.1-3).
A seriedade da oração de Paulo — que o amor
aumentasse "mais e mais" entre os filipenses — se tornaria mais
aparente mais tarde (2.1-18).
Não somente é o pecador justificado por
meio da fé em Cristo (3.9), mas "o fruto de justiça", ou a vida justa
que se segue também "vem de Cristo Jesus" mediante a obra do Espírito
Santo (GI 5.22-23), "para a glória e louvor de Deus" o Pai. Todas as
três pessoas da Trindade participam da santificação dos crentes.
O desejo de Paulo era que eles fossem assim
puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto
que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
III. O PROGRESSO DO EVANGELHO (1.12-2.30).
O evangelho havia se expandido em
proporções notáveis por meio de Paulo e dos filipenses. Paulo dedicava todos os
aspectos da sua viria à expansão do evangelho.
Ele estava preso em Roma por causa de
Cristo, regozijava-se nas pregações de seus rivais desde que Cristo fosse
exaltado e expressou confiança de que Cristo seria honrado tanto se ele
morresse quanto se ele continuasse a viver.
Os filipenses precisavam de um lembrete de
como o evangelho tinha de ser passado adiante por meio deles. Deus os havia
chamado à unidade em Cristo e para o serviço mútuo.
Estaremos vendo, portanto, nos vs. de 1.12
a 2.30 esse progresso do evangelho. Paulo iniciou a principal parte de sua
carta com uma apresentação positiva dos métodos para o avanço do evangelho.
Sua discussão é dividida em duas partes: o
evangelho em sua própria vida (1.12-26) e na vida dos filipenses (1.27-2.18).
Assim, dividiremos esta parte também em duas, conforme a BEG: A. Progressos por
meio de Paulo (1.12-26) – veremos agora;
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30) – começaremos a ver agora.
A. Progressos por meio de Paulo (1.12-26).
Em sua apresentação positiva do evangelho,
Paulo descreveu como as boas-novas de Cristo haviam afetado a sua própria vida.
Ele falou sobre o seu próprio encarceramento (vs. 12-14), sobre outros mestres
(vs. 15-18) e sobre as suas perspectivas quanto ao futuro como ministro do
evangelho (vs. 19-26).
Elas geraram as seguintes divisões,
conforme a BEG, que estaremos vendo agora: 1. A prisão de Paulo (1.12-14) – veremos agora; 2. Mensageiros rivais
(1.15-18) – veremos agora; e, 3.
Perspectivas de Paulo (1.19-26) – veremos
agora.
1. A prisão de Paulo (1.12-14).
Paulo revelou que Deus havia usado o seu encarceramento
para promover o evangelho
Podemos ver isso no vs. 12 que diz que o
que aconteceu contribuiu para o progresso do evangelho. Por causa da prisão de
Paulo, o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16), avançou
irresistivelmente por meio da guarda do palácio e além.
Ficou evidente a todos que Paulo estava na
prisão por causa de Cristo Jesus. A prisão de Paulo por causa de Cristo
tornou-se conhecida não só dos soldados que trabalhavam para o imperador, mas
também de toda a família imperial e talvez de todo a população romana.
Seguindo o costume da época, Paulo usava
esse termo “irmãos” para todas as pessoas na igreja visível, independentemente
de serem homens ou mulheres. A designação, entretanto, não significa que fossem
necessariamente salvos ou membros da igreja invisível (a BEG recomenda aqui,
mais uma vez, a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Essa importante expressão de Paulo “no
Senhor”, como já falamos, aponta para a união dos crentes com Cristo e para os
recursos divinos disponíveis por meio de Cristo àqueles que estão unidos a ele
(4.13). A expressão aparece nove vezes em Filipenses (incluindo "no Senhor
Jesus" em 2.19). Por meio do encarceramento de Paulo, Cristo o Senhor
fortalecia e encorajava os "irmãos" a proclamarem o evangelho de modo
destemido.
2. Mensageiros rivais (1.15-18).
O tema não é mensagens rivais, porque ambas
as partes falavam de Cristo, mas as motivações e atitudes dos outros ministros.
Um grupo proclamava a Cristo de "boa vontade" e por "amor"
a ele.
O motivo dominante do outro grupo era
"inveja e porfia". Este grupo pregava sobre Cristo para que eles
mesmos fossem exaltados, uma atitude diferente da de Paulo (vs. 20-21).
Paulo disse que eles reagiam ao seu sucesso
procurando "suscitar tribulação às minhas cadeias". O apóstolo
conclamou os filipenses a seguirem a primeira motivação e a rejeitarem a
segunda. O que Paulo ensinava, ele praticava.
Paulo mostrou boa vontade em relação a seus
rivais porque a exaltação de Cristo por meio da pregação era mais importante
para ele do que enfatizar as motivações dos outros. Isso não significava,
entretanto, que ele simplesmente ignorava os motivos errados deles.
3. Perspectivas de Paulo (1.19-26).
Dos vs. 1.19-26, veremos as perspectivas de
Paulo. Paulo confiou aos filipenses as expectativas que ele tinha quanto ao seu
próprio futuro.
Apesar de tudo, Paulo continuaria a
alegrar-se, pois sabia que o que tinha acontecido a ele resultaria em sua
libertação, graças às orações deles e também devido ao auxílio do Espírito de
Jesus Cristo – vs. 19. Paulo identificou a terceira pessoa da Trindade como o
Espírito de Deus e o Espírito de Cristo (Rm 8.9; GI 4.6).
Paulo esperava ser liberto da prisão, mas
não estava certo de que isso aconteceria (vs. 20-27; 2.24). Deus o livraria
(vs. 25-26) por meio dos seus agentes escolhidos, tanto divinos (a
"provisão do Espírito de Jesus Cristo") como humanos (as orações dos
filipenses).
A paixão de Paulo não era a sua vida ou a
sua morte. Sua vida e sua morte eram secundárias ao seu desejo de ver Cristo
honrado. Ele sabia que esse objetivo maior poderia ser alcançado tanto por meio
da extensão de sua vida (Rm 12.1-2) quanto por meio de sua morte (Fp 2.17).
A morte já não o assustava mais, porquanto,
para ele, o viver era Cristo – vs. 21. Cristo era a razão de viver de Paulo.
Seu coração estava tão cheio de paixão pela glória de Cristo que todas as
outras motivações tornavam-se insignificantes.
O morrer para ele era lucro. Paulo não
considerava passar desta vida para outra uma perda. Longe de interromper a sua
união com Cristo, a morte levaria Paulo a uma maior experiência de Cristo e de
suas bênçãos.
Era por isso que ele se sentia constrangido
de um e de outro lado. Paulo desejava tanto estar com Cristo quanto permanecer
na terra para que pudesse ajudar ainda mais os filipenses e outros. Portanto,
ele enfrentava um verdadeiro dilema.
Todavia, Paulo entendia que essas questões
são determinadas por Deus, e ele estava convencido de que Deus tinha ainda
muito trabalho para ele entre os filipenses (vs. 24-25), embora partir e estar
com Cristo parecia-lhe bem melhor.
A linguagem de Paulo aqui lança luz a
respeito do caráter do estado intermediário (ou seja, a condição da pessoa
entre a morte física e a ressurreição; cf. 2Co 5.6-9).
O fato de esse estado ser
"incomparavelmente melhor" e que o "morrer é lucro" (vs.
21) indicava que Paulo esperava um companheirismo consciente e íntimo com
Cristo. Entretanto, só desfrutaremos a plenitude desse relacionamento na
reunião da alma com o corpo (3.20-21).
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30).
Dos vs. 1.27 ao 2.30, veremos o progresso
por meio dos filipenses. Tendo descrito o evangelho em relação à sua própria
vida, Paulo agora se volta para o papel dele na vida dos filipenses.
Sua discussão é dividida em três partes: um
chamado à unidade (1.27-2.5), o exemplo de Cristo (2.6-11) e outro chamado à
unidade (2.12-18). Elas formarão as seguintes divisões, conforme a BEG: 1. Um
chamado à unidade (1.27-2.5) – começaremos
a ver agora; 2. O exemplo de Cristo (2.6-11); 3. Um chamado mais profundo à
unidade (2.12-18); e, 4. Dois exemplos de serviço (2.19-30).
1. Um chamado à unidade (1.27-2.5).
A principal preocupação de Paulo nesse
momento era de que os filipenses vissem a unidade entre os crentes como uma
consequência essencial do evangelho.
Não importava o que acontecesse e sim o
viver digno do evangelho. Ninguém é digno de receber o evangelho ou consegue
viver em perfeita conformidade a ele.
Entretanto, viver de uma maneira apropriada
para a maravilha do evangelho é o objetivo de todos que possuem a fé salvadora
em Cristo. Nesse contexto, a dignidade ideal de Paulo era expressa de várias
maneiras.
Independentemente do que ocorresse, ele
queria que eles estivessem firmes em um só espírito, como uma só alma. As
palavras gregas para "espírito" e "alma" não significam
partes constituintes da pessoa que estejam separadas.
Uma maneira muito importante de vivermos de
maneira digna do evangelho é lutar pela unidade entre os crentes. Esse tema
aparece repetidas vezes nos escritos de Paulo (Rm 15.5; Ef 4.3,13).
O desejo dele de permanecermos firmes em um
só espírito era para, juntos, lutarmos pela fé evangélica. Paulo também incita
seus leitores a lutarem pela união contra os oponentes não cristãos pela
verdade do evangelho mesmo se as ameaças do mundo forem intimidadoras (vs. 28).
Permanecer em união uns com os outros e
contra o mundo significa que:
(1)
Os
inimigos do evangelho serão destruídos.
(2)
Os
crentes serão salvos.
Paulo agora destaca um privilégio que não é
de todos. Deus dá muitos privilégios aos crentes. Aqui Paulo identificou tanto
a honra de crer em Cristo quanto a de sofrer por ele.
Sofrer por Cristo e seu evangelho é uma
honra porque isso leva a uma grande recompensa e à vida eterna (Rm 8.17-18; Fp
3.10-11). O que temos sofrido – eu e você – aqui no Brasil na pregação do
evangelho? Era uma honra sofrer por Cristo e hoje?
servos de
Cristo Jesus,
a
todos os santos em Cristo Jesus,
inclusive
bispos e diáconos que vivem em Filipos,
Fp 1:2 graça e paz a vós outros,
da parte de
Deus, nosso Pai,
e do Senhor
Jesus Cristo.
Fp 1:3 Dou graças ao meu Deus
por tudo que
recordo de vós,
Fp 1:4 fazendo sempre,
com alegria,
súplicas
por todos vós,
em
todas as minhas orações,
Fp
1:5 pela vossa cooperação no evangelho,
desde
o primeiro dia até agora.
Fp 1:6 Estou plenamente certo de que
aquele que começou boa obra em vós
há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.
Fp 1:7 Aliás, é justo que eu assim pense
de todos vós,
porque vos
trago no coração,
seja
nas minhas algemas,
seja
na defesa
e
confirmação do evangelho,
pois
todos sois participantes da graça comigo.
Fp 1:8 Pois minha testemunha é Deus,
da saudade
que tenho de todos vós,
na
terna misericórdia de Cristo Jesus.
Fp 1:9 E também faço esta oração:
que o vosso
amor aumente mais e mais
em
pleno conhecimento
e toda
a percepção,
Fp
1:10 para aprovardes as coisas excelentes
e
serdes sinceros
e
inculpáveis para o Dia de Cristo,
Fp
1:11 cheios do fruto de justiça,
o
qual é mediante Jesus Cristo,
para a glória
e louvor de Deus.
Fp 1:12 Quero ainda, irmãos, cientificar-vos
de que as
coisas que me aconteceram
têm, antes,
contribuído para o progresso do evangelho;
Fp 1:13 de maneira que as minhas
cadeias,
em Cristo,
se
tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana
e
de todos os demais;
Fp 1:14 e a maioria dos irmãos,
estimulados
no Senhor por minhas algemas,
ousam
falar com mais desassombro
a
palavra de Deus.
Fp 1:15 Alguns, efetivamente,
proclamam a
Cristo por inveja e porfia;
outros,
porém, o fazem de boa vontade;
Fp
1:16 estes, por amor,
sabendo
que estou incumbido
da
defesa do evangelho;
Fp
1:17 aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia,
insinceramente,
julgando suscitar tribulação
às
minhas cadeias.
Fp 1:18 Todavia, que importa?
Uma vez que
Cristo,
de
qualquer modo,
está
sendo pregado,
quer
por pretexto,
quer
por verdade,
também
com isto me regozijo,
sim, sempre
me regozijarei.
Fp 1:19 Porque estou certo de que isto
mesmo,
pela vossa
súplica
e pela
provisão do Espírito de Jesus Cristo,
me
redundará em libertação,
Fp
1:20 segundo a minha ardente expectativa
e
esperança de que em nada serei envergonhado;
antes,
com toda a ousadia, como sempre,
também
agora,
será Cristo
engrandecido no meu corpo,
quer
pela vida,
quer
pela morte.
Fp
1:21 Porquanto, para mim,
o
viver é Cristo,
e
o morrer é lucro.
Fp 1:22 Entretanto, se o viver na carne
traz fruto
para o meu trabalho,
já
não sei o que hei de escolher.
Fp 1:23 Ora, de um e outro lado,
estou
constrangido,
tendo
o desejo de partir
e
estar com Cristo,
o
que é incomparavelmente melhor.
Fp 1:24 Mas,
por vossa causa,
é
mais necessário permanecer na carne.
Fp 1:25 E, convencido disto,
estou certo
de que ficarei
e
permanecerei com todos vós,
para
o vosso progresso
e
gozo da fé,
Fp
1:26 a fim de que aumente,
quanto
a mim,
o
motivo de vos gloriardes
em
Cristo Jesus,
pela
minha presença, de novo, convosco.
Fp 1:27 Vivei, acima de tudo,
por modo
digno do evangelho de Cristo,
para
que, ou indo ver-vos
ou
estando ausente,
ouça,
no tocante a vós outros,
que
estais firmes
em
um só espírito,
como uma só
alma,
lutando
juntos pela fé evangélica;
Fp
1:28 e que em nada estais intimidados
pelos
adversários.
Pois o que é para eles prova evidente de
perdição
é, para vós
outros,
de
salvação,
e
isto da parte de Deus.
Fp 1:29 Porque vos foi concedida
a graça de
padecerdes por Cristo
e não somente
de crerdes nele,
Fp
1:30 pois tendes o mesmo combate
que
vistes em mim
e,
ainda agora, ouvis que é o meu.
“Vivei de modo digno do Evangelho de
Cristo”, “lutando juntos pela fé evangélica”, “privilégio de, não apenas crer
em Cristo, mas também de sofrer por ele” são expressões que Paulo deixa escapar
que revelam que a sua mente estava impregnada disso.
Paulo era um guerreiro em sua época que
defendia o evangelho, lutava por ele e o propagava aonde ia ou onde ficava
(aqui está ele em uma prisão). E você e eu?
A perseverança e a preservação
dos santos: Posso perder minha salvação?[1]
Em geral, a teologia reformada usa os termos perseverança e preservação
dos santos quando trata da questão da segurança eterna em Cristo dos
verdadeiros cristãos. Esses termos representam uma abordagem equilibrada da doutrina
bíblica segundo qual a perseverança na fé cristã é necessária para receber a
recompensa final da salvação eterna, sendo, porém, garantida pelo fato de que
Deus preserva todos aqueles que creram verdadeiramente em Cristo. Os cristãos
perseveram pela persistência em meio ao desanimo e pressão contrária, mas só
são capazes de fazê-lo porque Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo, garante
que todo cristão verdadeiro se manterá firme até o fim.
Várias outras tradições cristãs divergem da teologia reformada tomando
um de dois rumos. Por um lado, há quem ensine a possibilidade de pessoas que
exercitaram fé salvadora e foram genuinamente regeneradas em Cristo perderem a
salvação. Para isso, lançam mão de passagens das Escrituras que advertem acerca
da apostasia e exigem a obediência a fim de receber a recompensa da salvação
eterna (p. ex., SI 69.28; Mt 24.13; Lc 9.62; Jo 2.23-24; 15.6; 1Co 9.27; 2Co
13.5; Hb 3.6; 6.1-8; 10.26-31; 12.14; 2Pe 2.21-22; Ap 2.7,11,17; 22.19). A
teologia reformada reconhece que essas e outras passagens semelhantes exigem
perseverança e indicam que uma pessoa pode exercitar certa medida de fé e
receber muitas bênçãos de Deus, mas sofrer posteriormente o julgamento eterno
por apostasia. A pergunta é: Que tipo de fé e que tipo de bênçãos essas pessoas
têm?
Por outro lado, alguns ramos da igreja ensinam que a única coisa
necessária para a salvação eterna é uma profissão de fé sincera, uma decisão de
receber a Cristo como Salvador. Para isso, se valem de passagens que enfatizam
a justificação somente pela fé e a salvação como dom gratuito que não pode ser
perdido (p. ex., Jo 3.16; 6.37; At 16.31; Rm 3.28; 8.38-39; GI 2.16). As
versões extremas dessa abordagem são chamadas, por vezes, de decisionismo ou fé
fácil, indicando que o único requisito para a salvação é a pessoa ter professado
com sinceridade a fé em Cristo como Salvador, mas não necessariamente como
Senhor. Os adeptos desse ponto de vista — que raramente fazem distinção entre a
fé salvadora e a fé sem poder de salvar, ou entre os verdadeiros cristãos e
aqueles que apenas professam a fé — afirmam que, embora seja possível que uma
pessoa perca as bênçãos temporais devido a um pecado flagrante e habitual,
nenhuma pessoa sincera precisa temer o julgamento eterno de Deus. Alguns chegam
a afirmar que até mesmo se uma pessoa repudiar uma confissão anterior de fé e
rejeitar a Cristo, ela será salva.
A teologia reformada busca o equilíbrio entre essas duas posições,
adotando alguns dos aspectos de ambas e rejeitando outros. Reconhece, por um
lado, a necessidade de perseverança. Por certo, somos justificados só pela fé,
mas a fé salvadora nunca está só. Como Tiago afirma, "a fé, se não tiver
obras, por si só está morta" (Tg 2.17). Assim, Paulo exorta os cristãos
filipenses: "desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor" (Fp
2.12), pois durante a vida do cristão, sua fé é testada para verificar se ele
está verdadeiramente em Cristo (2Co 13.5). Nesse sentido, os teólogos
reformados costumam fazer distinção entre a fé salvadora e a fé aparentemente
sincera, porém temporária, que conduz à hipocrisia e apostasia.
Como a parábola do semeador indica (Mt 13.18-93), existem tipos
diferentes de fé, mas a única fé que produz como fruto uma vida santa é a fé
salvadora. Por isso, o escritor de Hebreus afirma: "sem a [santificação]
ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Aqueles que possuem uma fé temporária
podem experimentar várias bênçãos de Deus devido à sua relação próxima com os
fiéis (Hb 6.1-6; 2Pe 2.21-22), mas perderão essas bênçãos quando abandonarem
Cristo e, um dia sofrerão o julgamento eterno (Hb 10.26-31). Muitos que dizem
"Senhor, Senhor!" não serão reconhecidos (Mt 7.21-23). Somente
aqueles que se mostram regenerados ao buscar a santidade ao longo da vida neste
mundo têm o direito de se considerar seguros em Cristo. O caminho para a glória
consiste em perseverar na fé e no arrependimento, e não apenas no formalismo
cristão.
Não obstante, a teologia reformada também enfatiza que a preservação
pela graça de Deus é essencial para que os verdadeiros cristãos permaneçam
fiéis em Cristo. Os cristãos não começam somente pela fé a andar com Cristo
para depois se estribarem nos seus próprios esforços (GI 3.3). Paulo exorta os
filipenses dizendo "desenvolvei a vossa salvação" (Fp 2.12), mas
acrescenta, "porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). Paulo também os encoraja
declarando que "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até
ao Dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6). O próprio Jesus enfatiza sua preservação
dos verdadeiros cristãos ao dizer que eles "jamais perecerão, e ninguém
[os] arrebatará da minha mão" (Jo 10.28).
Por vezes, cristãos verdadeiramente regenerados apostatam e caem em
pecados graves. Mas, ao fazê-lo, agem de modo contrário ao seu novo caráter e
natureza e experimentam unia tristeza tão profunda que, mais cedo ou mais
tarde, buscam e encontram a restauração. Quando pessoas regeneradas agem
conforme a sua nova natureza, manifestam um desejo humilde e grato de agradar
ao Deus que as salvou e, sabendo que ele prometeu guardá-las em segurança para
sempre, desejam ainda mais ser fiéis ao seu Senhor. Veja CFW 17; CB 24,25; CH
86; CD V.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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...
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