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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Efésios 3-21 - A SOBERANIA DE DEUS EM PAULO, PRISIONEIRO DE CRISTO, NÃO DO SISTEMA.

Como já dissemos, Paulo escreveu aos efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. Estamos no capítulo 3/6.
Breve síntese do capítulo 3.
Paulo escreveu esta epístola de uma prisão. Ele tinha sido preso e com certeza não foi preso porque fez algo errado e mereceu justo castigo, antes por que pregava o evangelho.
Não se percebe em Paulo raízes de amargura, lamentos, queixas de sua sorte, desconforto, ódio de seus algozes, antes, preocupação em evangelizar, mesmo dentro da prisão. Ele tinha certeza de que Deus governava a sua vida e não podia ser dela administrador, mas confiava que estava sendo administrado por Deus.
Paulo sabia o que é um Deus poderoso e soberano. Nisto, ele é igual a Jesus que em si tinha uma forte noção da soberania de Deus. Quer saber de outro que assim também agia? Davi! Pare de se lamentar! Aprenda com Paulo que você é “prisioneiro de Cristo”! Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. COMPREENDENDO AS BÊNÇÃOS DA IGREJA (2.1-3.21)
Nós estamos vendo que compreender o que Deus fez para os crentes é essencial para fortalecer a igreja. Paulo enfatizou que Deus abençoa a igreja ao dar aos crentes a vida eterna, unindo-os uns aos outros e dando-lhes a capacidade de perseverar na fé.
Seguindo a divisão proposta da BEG, nós dividimos essa parte III em quatro seções: A. Vivificado em Cristo (2.1-10) – já vimos; B. Unidos em Cristo (2.11-22) – já vimos; C. Paulo e o mistério divino (3.1-13) – veremos agora; e, D. Força para a igreja (3.14-21) – veremos agora.
C. Paulo e o mistério divino (3.1-13).
Veremos nos próximos 13 versículos, Paulo e o mistério divino. Paulo já estava pronto para orar para que seus leitores gentios fossem preenchidos com a presença de Cristo e estivessem habilitados a compreender as verdades do cap. 2 sobre o amor e o poder do seu Redentor (vs. 14-21).
Porém, antes de continuar, ele fez uma digressão (vs. 2-13) para explicar a natureza do seu próprio ministério e sua visão da unidade entre judeus e gentios em Cristo.
Ele começa dizendo de si mesmo que era prisioneiro de Cristo Jesus e não uma vítima do sistema. Paulo estava em prisão domiciliar em Roma (At 28.16,30).
Ele entende que isso estava se dando por amor a eles, gentios. Havia na vida de Paulo a graça de Deus a favor deles, por isso expunha ele sua responsabilidade imposta por Deus a ele a favor deles.
A responsabilidade na vida de Paulo imposta pela graça de Deus era o mistério que lhe foi dado conhecer por revelação. Foi o Espírito Santo quem revelou aos santos apóstolos e profetas de Deus. O silêncio do Antigo Testamento sobre o mistério de Paulo - igualdade e unidade radicais entre judeus e gentios na igreja (vs. 6) - era relativo, não absoluto.
Um exemplo notável de sua antecipação é vista em Is 19.25, onde o profeta aguardava um dia em que Deus declararia, "Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança".
Se a ideia de unidade e igualdade entre judeus e gentios estivesse completamente ausente do Antigo Testamento, Paulo não poderia ter insistido, como ele fez em Rm 4, que a aliança de Abraão incluía todos aqueles que tivessem a mesma fé de Abraão (incluindo os gentios).
Paulo também não poderia ter-se colocado diante de Agripa e insistido que a sua proclamação de luz tanto para os judeus como para os gentios nada mais era do que o que havia sido prometido pelos profetas e por Moisés (At 26.22-23), aos seus santos apóstolos e profetas.
O mistério não era uma revelação secreta recebida apenas por Paulo. Lembre-se da experiência de Pedro em At 10-11 e suas implicações para a questão da circuncisão dos gentios em At 15.7-11.
Esse mistério era que mediante o evangelho os gentios são coerdeiros com Israel, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus – vs. 6.
A despeito de eventuais vislumbres de uma raça humana unificada, é apenas sob a luz do verdadeiro sacrifício de Cristo que fica claro que o plano de Deus desde o começo era eliminar, com um golpe magnífico e decisivo, a inimizada entre ele e a humanidade e erradicar as divisões que fraturavam a humanidade (2.14-18).
Em Romanos, Paulo refletiu sobre a maneira não natural pela qual Deus incluiu os gentios entre o povo de Deus: eles eram um ramo bravo enxertado (contrario à prática normal da agricultura) numa oliveira cultivada (Rm 11.11-24).
Ao afirmar que em Cristo os gentios compartilham privilégios idênticos aos dos judeus, Paulo demonstrou a profundidade desse enxerto.
Compare o progresso da descrição que Paulo faz de si mesmo em 1Co 15.9 com Ef 3.8; 1Tm 1.15-16. Paulo se tornou ministro pelo dom da graça de Deus, concedida a ele pela operação de poder divino. Embora ele se achava o menor dos menores dentre todos os santos, a ele foi concedida a graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas – vs. 7 a 9.
A intenção dessa graça de Deus era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais, de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele – vs. 10-12.
Paulo já havia mencionado "o príncipe da potestade do ar" (2.2) e retornaria à batalha dos cristãos contra os seus inimigos celestiais (6.10-17). É útil relembrar a sua controvérsia com os falsos mestres em Colossos.
Ele havia argumentado em sua epístola àquela igreja que Jesus é Senhor de todas as coisas, incluindo o mundo espiritual, e também que é em Jesus, e em Jesus apenas, que céu e terra são reconciliados (Cl 1.15-20; 2.8-23).
Portanto, Paulo via o estabelecimento da paz entre judeus e gentios na igreja como um sinal para os poderes cósmicos.
Do ponto de vista de sua cultura, não havia maior divisão na raça humana do que entre judeus e gentios. O fato de eles poderem ser unificados radicalmente uns com os outros em Cristo era uma demonstração da profunda sabedoria de Deus (Is 55.8-9; 1Co 2.6-10), e servia como prova para os poderes celestiais de que Jesus é realmente Senhor do universo (1.20-23).
Paulo os exorta a não se desanimarem por causa das suas cadeias e tribulações, pois elas eram para o bem deles e do povo de Deus. Nossos olhos não podem mais examinar os fatos históricos apenas humanamente, mas temos de ter a mente de Cristo e entender a soberania de Deus nos governos deste mundo.
D. Força para a igreja (3.14-21).
Dos vs. 14 ao 21, Paulo orou para que o Espírito Santo fortalecesse e iluminasse os crentes efésios para que eles perseverassem na fé e oferecessem louvor maior a Deus.
Paulo se punha de joelhos, mas normalmente, os judeus oravam de pé (Mt 6.5; Mc 11.25; Lc 18.11,13). Aparentemente, ajoelhar-se era uma postura de humildade e urgência maiores que o habitual (Ed 9.5; Mt 26.39; Lc 22.41; At 7.59-60; Fp 2.10).
Esse versículo introduz a oração que Paulo havia quase começado no vs. 1.
As palavras gregas para "pai" e "família" são semelhantes. Então, a tradução no vs. 15 poderia ser "toda paternidade"; se isso for aceito, indica que todos os relacionamentos de paternidade (ou seja, familiares), terrenos e celestiais, têm sua origem num Pai celestial. no céu. A literatura intertestamentária e rabínica dos judeus fazem referência a famílias de anjos.  
A oração de Paulo era para que o Senhor os fortalecesse, por meio do seu Espírito, no homem interior ou no profundo ou íntimo do seu ser. Essa é uma das maneiras mais precisas entre as usadas por Paulo para falar a respeito da obra do Espírito no interior dos indivíduos (2Co 5.17).
Grande parte de Efésios trata do sentido de identidade corporativa dos crentes (1.10-14; 2.14-18,21-22; 3.6,10; 4.3-6,12-16,25; 4.32-5.2; 5.19; 5.21-6.9). Mas Cristo também reside no coração de cada um.
O Cristianismo não é uma confissão geral para a exclusão da experiência individual, nem uma crença privada sem visão corporativa. O Cristianismo, em toda a sua extensão, é tanto uma como outra.
Ele orava para que o Senhor os fortalecesse, por meio do seu Espírito, no homem interior ou no profundo ou íntimo do seu ser para que Cristo habitasse em seus corações mediante a fé.
Também orava para que eles fossem arraigados e alicerçados em amor. Isso provavelmente se refere ao amor dos crentes uns pelos outros e é o ponto de partida para o que se segue.
Sendo assim, poderiam eles, juntamente com todos os santos, compreender – vs. 18 - qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade.
Paulo provavelmente pretendia que essas dimensões espaciais (substantivos em vez de adjetivos em grego) trouxessem a imagem do templo de 2.21 “no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor” viesse à mente dos leitores. Como pedras vivas e unidas em amor, a moradia de Deus cresce e é preenchida pelo próprio Cristo.
E ainda – vs. 19 – para compreender e conhecer o amor de Cristo que excede todo o conhecimento para que todos fôssemos cheios de toda a plenitude de Deus.
Deus usa o amor que é compartilhado "com todos os santos" - judeus e gentios - para construir um todo que é maior que qualquer uma das partes individuais e, nesse cenário, dar a cada um deles uma compreensão maior do amor de Cristo do que eles poderiam obter individualmente.
Alternativamente, Paulo pode ter pretendido que a sua linguagem espacial fosse considerada de maneira menos concreta, talvez como uma oração para que, por meio do amor mútuo, os crentes pudessem compreender ainda mais sobre o amor de Cristo por eles - que ele é inclusivo, inesgotável, dignificante e altruísta.
A primeira metade da carta termina – vs. 20 e 21 – com uma exaltação e glorificação de Deus que é capaz de nos surpreender sempre e fazer infinitamente mais do que tudo o que possamos pedir e mesmo pensar, conforme o seu poder que já opera em nós - veja também 1.19-23; 2.5-6.
Ele descreve o poder impressionante de Deus que realiza o seu plano infinitamente gracioso (2.7) e inquestionavelmente sábio (3.10) para a reconciliação da raça humana.
Enquanto o poder vem de Deus, a glória vai para ele na igreja e em Cristo Jesus. Perceba a relação mútua entre:
·         O corpo e a sua cabeça (1.22-23).
·         O reconciliado e o reconciliador (2.14-18; 4.3).
·         A noiva e seu noivo (5.22-33).
Deus é glorificado em Cristo e na igreja, na História e por toda a eternidade.
Ef 3:1 Por esta causa eu, Paulo,
sou o prisioneiro de Cristo Jesus,
por amor de vós, gentios,
Ef 3:2 se é que tendes ouvido a respeito
da dispensação da graça de Deus
a mim confiada para vós outros;
Ef 3:3 pois, segundo uma revelação,
me foi dado conhecer o mistério,
conforme escrevi há pouco, resumidamente;
Ef 3:4 pelo que, quando ledes, podeis compreender
o meu discernimento do mistério de Cristo,
Ef 3:5 o qual, em outras gerações,
não foi dado a conhecer aos filhos dos homens,
como, agora, foi revelado
aos seus santos apóstolos
e profetas, no Espírito,
Ef 3:6 a saber, que os gentios são
co-herdeiros,
membros do mesmo corpo
e co-participantes da promessa em Cristo Jesus
por meio do evangelho;
Ef 3:7 do qual fui constituído
ministro conforme o dom da graça de Deus
a mim concedida
segundo a força operante do seu poder.
Ef 3:8 A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios
o evangelho
das insondáveis
riquezas de Cristo
Ef 3:9 e manifestar qual seja
a dispensação do mistério,
desde os séculos,
oculto em Deus,
que criou todas as coisas,
Ef 3:10 para que, pela igreja,
a multiforme sabedoria de Deus
se torne conhecida, agora,
dos principados
e potestades nos lugares celestiais,
Ef 3:11 segundo o eterno propósito que estabeleceu
em Cristo Jesus,
nosso Senhor,
Ef 3:12 pelo qual
temos ousadia
e acesso com confiança,
mediante a fé nele.
Ef 3:13 Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós,
pois nisso está a vossa glória.
Ef 3:14 Por esta causa,
me ponho de joelhos diante do Pai,
Ef 3:15 de quem toma o nome toda família,
tanto no céu como sobre a terra,
Ef 3:16 para que, segundo a riqueza da sua glória,
vos conceda que sejais fortalecidos com poder,
mediante o seu Espírito no homem interior;
Ef 3:17 e, assim,
habite Cristo no vosso coração,
pela fé,
estando vós arraigados
e alicerçados em amor,
Ef 3:18 a fim de poderdes compreender,
com todos os santos,
qual é a largura,
e o comprimento,
e a altura,
e a profundidade
Ef 3:19 e conhecer
o amor de Cristo,
que excede todo entendimento,
para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.
Ef 3:20 Ora, àquele que é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós,
Ef 3:21 a ele seja
a glória,
na igreja
e em Cristo Jesus,
por todas as gerações,
para todo o sempre.
Amém!
Paulo constantemente lembrava seus ouvintes de que era um pregador do evangelho, ele que era o menor de todos os santos, lhe foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. Ele entendia esta sua missão não como um fardo, mas como uma graça!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
 http://www.jamaisdesista.com.br
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Efésios 2-22 - ESTÁVAMOS MORTOS, MAS ELE NOS DEU VIDA.

Paulo escreveu aos efésios com o objetivo de ensinar aos cristãos o quanto é maravilhoso ser a igreja de Cristo e quais são as implicações práticas disso. Estamos no capítulo 2/6.
Breve síntese do capítulo 2.
Cristo Jesus nos deu vida estamos nós mortos! É assim que começa o capítulo 2 de Efésios. Se estávamos mortos, como poderíamos responder a qualquer chamado? A vida veio a nós não na ocasião de nossa vida, mas na ocasião da nossa morte.
Quando a Palavra de Deus alcançou os ossos secos do vale de Ezequiel, no capítulo 37, os corpos representativos daqueles ossos não foram restaurados primeiramente para depois receberem a Palavra de Deus que dá vida por meio de Cristo Jesus. Ezequiel 37:4 Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Quem foi que profetizou aos ossos secos? Quem mandou profetizar aos ossos secos? De quem foi a palavra profetizada aos ossos secos? O que aconteceu aos ossos secos quando o profeta profetizou a Palavra de Deus aos ossos secos?
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. COMPREENDENDO AS BÊNÇÃOS DA IGREJA (2.1-3.21)
Compreender o que Deus fez para os crentes é essencial para fortalecer a igreja.
Os crentes foram ressuscitados da morte espiritual para uma nova vida que os levará a bênçãos imensuráveis em tempos futuros. Eles foram unidos por meio da cruz de Cristo para se tomar um templo sagrado no qual o espírito de Deus reside.
Um mistério grandioso e divino é revelado: por meio do evangelho, os gentios, juntamente com os judeus, se tornaram herdeiros plenos das bênçãos de Deus.
Assim como Deus havia planejado, esta igreja internacional deve exibir a sabedoria de Deus para os poderes malignos que têm resistido à expansão do reino dele para todas as nações.
Paulo orou para que Deus fortalecesse os crentes ao capacitá-los a enxergar o quão maravilhosamente haviam sido abençoados. Então, ele louvou a Deus, que tanto faz pela sua igreja.
Compreendendo as bênçãos da igreja, Paulo enfatizou que Deus abençoa a igreja ao dar aos crentes a vida eterna, unindo-os uns aos outros e dando-lhes a capacidade de perseverar na fé.
Seguindo a divisão proposta da BEG, nós dividiremos essa parte III em quatro seções: A. Vivificado em Cristo (2.1-10) – veremos agora; B. Unidos em Cristo (2.11-22) – veremos agora; C. Paulo e o mistério divino (3.1-13); e, D. Força para a igreja (3.14-21).
A. Vivificado em Cristo (2.1-10).
Nós fomos vivificados em Cristo. Esses versículos apresentam de modo condensado o que Paulo expôs detalhadamente em Rm 1-8, isto é, que pela graça de Deus por meio da fé, Deus dá vida espiritual e habilidade moral para pecadores desamparados, libertando-os da condenação futura e fazendo com que eles vivam corretamente por ele.
O estado natural da humanidade é de  mortos que andam. Esse estado, geralmente chamado de morte espiritual, tem cinco dimensões.
(1)   É universal; tanto gentios (vs. 2) quando judeus (vs. 3) são “por natureza, filhos da ira" (vs. 3). Quanto à visão de Paulo de "natureza", veja Rm 1.
(2)   É uma rebelião ativa contra Deus. Observe o uso do verbo "andar" em referência aos gentios no vs. 2 (4.17-19) e em referência aos judeus no vs. 3 (literalmente "conduzir a própria vida").
(3)   É uma prisão à ordem maligna do diabo, que é chamado de "príncipe da potestade do ar" no vs. 2 (veja também Jo 12.31; 2Co 4.4; GI 4.3; Ef 6.12; Cl 1.13; 2.15).
(4)   Traz consigo uma total incapacidade de fazer qualquer coisa a respeito de si mesmo (Rm 8.7; 1Co 12.3; cf. Jo 1.13; 3.3,5; 6.44; 8.43-44).
(5)   Suscita a justa ira de Deus (Rm 1.18-20; 2..5; 9.22; Ef 2.3; 5.6; GI 3.6).
Paulo pintou um retrato tão desolador da condição humana precisamente para destacar o contraste com a resposta graciosa e piedosa de Deus.
O pensamento de Paulo – o grande amor de Deus que nos amou -  segue o padrão de Dt 7.7-8: Deus ama o seu povo por nenhuma outra razão que não a escolha Dele em fazê-lo - certamente não por qualquer virtude que eles possuam.
Homens e mulheres pegos pela teia da morte descritos nos vs. 1-3 não têm meios para se fazerem vivos, para se libertarem da escravidão do diabo ou para evitarem a ira de Deus.
O próprio Deus, Paulo insistiu, traz para a vida os mortos que andam. E ao oferecer o próprio amor de Deus como o fundamento para fazer isso, Paulo excluiu qualquer consideração de mérito, esforço ou habilidade da parte daqueles que são vivificados.
A situação sem esperança dos pecadores separados de Cristo que Paulo descreveu nos vs. 1-3 é o pressuposto para compreender o seu ensinamento sobre a predestinação de Deus em 1.4-6 e sobre o dom amoroso e soberano da vida em 2.4-10. Observe o resumo em Rm 8.29-30.
Esses verbos “dar a vida”, “nos ressuscitar”, “nos fazer assentar” se referem apropriadamente aos acontecimentos históricos da vida de Cristo: sua ressurreição dentre os mortos e entronização à mão direita de Deus.
Mas Paulo supôs uma união entre Cristo e aqueles para os quais ele morreu - aqueles que confiam nele (1.3; Cl 3.1-4) – de modo que o que é dito do Redentor também pode ser dito do redimido.
O que aconteceu historicamente a Jesus também aconteceu aos crentes de uma maneira misteriosa, espiritual. Além disso, essas coisas também acontecerão no devido tempo ao aspecto "externo" dos crentes (2Co 4.16) quando eles ressuscitarem para a glória no retorno de Jesus (Rm 8.11; 1Co 15).
Por enquanto, há uma experiência paralela no interior da pessoa:
·         Uma mente renovada (Rm 12.1-2; Ef 4.23-24; Cl 3.10).
·         Uma nova identidade como filhos e filhas de Deus (Rm 8.14-17).
·         Uma nova habilidade para viver de acordo com a natureza de Deus, livre do controle do diabo (Rm 8.1-4; 2Co 5.17).
No grego, Paulo começou uma frase no versículo, inseriu um parênteses nos vs. 2-4 para deixar claro que ele via os judeus como sendo tão espiritualmente mortos quanto os gentios, e então retomou o pensamento no vs. 5. O resultado é que todo o peso é jogado sobre o verbo principal ("nos deu vida") do vs. 5.
Se o fundamento da nossa salvação é o amor e a misericórdia de Deus, o seu objetivo é a promoção de sua graça e bondade. Por isso que Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, em todos os tempos a incomparável riqueza da sua graça a qual foi demonstrada pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus – vs. 6 e 7.
A nossa salvação é pela graça mediante a fé, não sendo isso oriundo de nós mesmos, mas é dom de Deus. Nas suas primeiras cartas, Paulo costumava se referir à salvação como um acontecimento futuro (Rm 5.9-10) ou como um processo presente (1Co 1.18; 2Co 2.15).
A única exceção foi Rm 8.24, onde Paulo colocou a salvação no passado, mas a qualificou como algo que precisaria ser completado no retorno de Cristo: "Porque, na esperança, fomos salvos".
Ef 2.8 acabou conseguindo um lugar especial no vocabulário da igreja porque afirma dramaticamente que a salvação é uma ação completa que tem um efeito presente.
Isso, mediante a fé, ou seja, o nosso meio de acesso ao dom gracioso de Deus é o exercício da fé em Cristo e em sua obra na cruz.
Muitos acreditam que esse parêntesis “isto não vem de vós, é dom de Deus” se refere a todo o conjunto da salvação pela graça por meio da fé como um dom de Deus. O pensamento é verdadeiro, afirmando o que já está claro na passagem.
Outros, no entanto, tomam a palavra "isto" no parêntesis como referência ao seu antecedente mais próximo ("fé"), ou, mais precisamente, o ato de crer (uma vez que Paulo mudou do gênero feminino de "fé" para o neutro de "isto").
Se essa é a interpretação correta, é uma afirmação poderosa da extensão da provisão de vida de Deus em Cristo. Uma vez que separados de Cristo somos tão impotentes quanto a imagem de mortos que andam sugere (vs. 1-3), até mesmo para uma resposta de fé por Cristo dependemos do dom gracioso de Deus.
Paulo parece estar explicitando aqui o que está implícito em outra parte do Novo Testamento: que Deus é a fonte final de fé salvadora (Jo 6.37,44,65; At 13.48; 14.27; 16.14; Fp 1.29; Cl 1.3-6).
As obras não salvam para que ninguém possa se gloriar diante de outros – vs. 9. Estas não são o fundamento meritório da aceitação por Deus - apenas a fé coloca a pessoa num relacionamento correto com Deus (Rm 3.12-4.8).
Mas as boas obras são uma consequência vital e uma evidência da vida com Deus (Tt 2.14; 3.8,14; Tg 2.14-26). Assim como na eternidade Deus escolheu nos tornar santos e nos escolheu para sermos seus filhos e filhas (1.4-5), ele agora nos moldou para sermos suas obras de arte.
Nós agora somos os portadores de sua imagem (4.24) que estão destinados ao tipo de vida que está de acordo com a natureza de Deus (veja 4.1-6.20).
Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos ou para que andássemos nelas – vs. 10; 4.1; 5.2,8,15. Observe a comparação irônica com o vs. 2; 4.17.
As obras não me garantem, mas a minha fé leva às obras. O resultado da minha fé são as práticas das obras.
B. Unidos em Cristo (2.11-22).
Por meio da união com Cristo os crentes também são unidos uns aos outros. Um resultado dessa união é que  os gentios agora possuem as bênçãos da aliança, anteriormente reservadas aos judeus.
Está implícita a ideia de que existe outro tipo de circuncisão - do coração, não da carne; que é espiritual, não física (Dt 10.16; Jr 4.4); que está disponível tanto para os gentios como para os judeus (Rm 2.28-29; Fp 3.3; Cl 2.11-13).
No vs. 12 ele fala de um tempo que estávamos sem Cristo. Contraste com "mas, agora" do vs. 13; veja também 5.8. Em Rm 9.3-5, Paulo listou os privilégios judeus. Aqui ele citou as cinco desvantagens dos gentios.
Ele fala de um tempo em que estavam sem Cristo, pois que suas várias culturas nada sabiam sobre a espera do Messias. Naquele tempo eles estavam separados da comunidade e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança.
Eles não eram cidadãos da nação com a qual Deus havia se comprometido numa relação de aliança. E embora a relação de Deus com Israel envolvesse uma promessa de abençoar as nações (Gn 12.3), os gentios não tinham conhecimento dessa esperança.
Assim, eles eram sem Deus no mundo. Deus havia se revelado a toda a humanidade por meio da natureza e na consciência. Mas os gentios haviam suprimido a verdade que conheciam, voltando-se para a idolatria (At 14.15-17; 17.22-31; Rm 1.18-2.16).
Mas agora, tudo era diferente, eles que estavam longe agora estavam em Cristo Jesus, mediante o sangue de Cristo. Havia duas dimensões para esses gentios que estavam sendo levados para perto de Deus.
(1)   A primeira era a experiência deles de união com Cristo (vs. 4-10).
(2)   A segunda era o fundamento histórico dessa experiência na morte sacrifical de Cristo (1.7; 2.14-16).
Aos que estavam longe e aos que estavam perto, ele anunciou a paz - veja o vs. 17.
Pois ele mesmo, o Cristo Jesus, é a nossa paz, o qual de ambos os povos, os judeus e os gentios, fez um só e destruiu a barreira, o muro de inimizade ou a parede da separação.
A imagem controladora é a organização física do templo em Jerusalém. Uma parede separava os gentios dos judeus, e inscrições ameaçavam de morte os gentios que entrassem no Santo dos Santos, onde era crido que Deus residia e onde eram oferecidos sacrifícios pelos pecados.
Anulou em seu corpo a lei dos mandamentos na forma de ordenanças. Cristo ofereceu em seu corpo o sacrifício final para o qual os sacrifícios do templo apenas indicavam (veja Cl 2.15 para o impacto da morte de Cristo sobre o poder da lei para condenar).
As cerimônias que a lei exigia sob a antiga administração, a observação das quais separava judeus e gentios, não eram mais apropriadas sob a luz de seu cumprimento em Cristo.
Aproximadamente três anos antes, Paulo havia sido preso em Jerusalém ao pensarem erroneamente que ele havia levado um gentio (um efésio chamado Trófimo) até a área do templo, a qual era reservada aos judeus (At 21.27-33).
Embora Paulo respeitasse os escrúpulos judeus, ele acreditava que a morte de Cristo fez com que o sistema sacrifical que continuava a operar se torna obsoleto.
Embora os pecadores tivessem sido reconciliados com Deus, esse sistema sacrifical continuava a dividir o mundo entre aqueles que podiam se aproximar e aqueles que tinham de se manter a distância.
O objetivo dele, do Espírito Santo, era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade – vs. 15 e 16.
Isaías profetizou que um dia a paz de Deus seria proclamada "para os que estão longe e para os que estão perto" (vs. 17; Is 57.19). Paulo viu o cumprimento da promessa de Isaías no evangelho de Cristo.
Por meio do evangelho, o Espírito leva os gentios ("vós que estáveis longe") e os judeus ("aos que estavam perto") juntos perante o Pai.
Esses versículos – vs. 19 – 22 - descrevem a reversão das desvantagens dos gentios resumidas nos vs. 11-12 (veja 3.6). A construção desse novo templo substitui o templo obsoleto em Jerusalém.
Agora, já não somos mais estrangeiros. O reino de Deus agora é internacional. Somos agora concidadãos dos santos e membros da família de Deus – vs. 19 - veja a expansão do tema da família nas epístolas pastorais, especialmente 1Tm 3.15.
A solidez e a estabilidade da casa de Deus residem em seu fundamento ter sido estabelecido de uma vez por todas pela obra dos apóstolos e profetas da época do Novo Testamento, os quais se guiaram pela pedra fundamental, que é Cristo. Compare com a imagem em 1Co 3.10-11 (cf. Hb 1.1-2; 2.3-4).
Construída sobre esse fundamento o resultado é o crescimento e a edificação – vs. 21 e 22. O dinamismo da casa de Deus reside no fato de que ela ainda está em construção, à medida que pedras vivas continuam a ser acrescentadas e integradas (1 Pe 2.5).
Paulo mudou a imagem de casa para templo para indicar que o próprio Deus reside nessa nova estrutura de pessoas que estão relacionadas organicamente umas com as outras por meio do Espírito.
Embora a glória da shekinah, a verdadeira presença de Deus, há muito tempo tenha abandonado o templo de Jerusalém (Ez 10-11), Deus mais uma vez fez a sua morada entre os seres humanos em sua igreja (1Co 3.16; Ef 3.17; 4.1-16).
 Ef 2:1 Ele vos deu vida,
estando vós mortos
nos vossos delitos
e pecados,
Ef 2:2 nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe da potestade do ar,
do espírito que agora atua
nos filhos da desobediência;
Ef 2:3 entre os quais também todos nós
andamos outrora,
segundo as inclinações da nossa carne,
fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos;
e éramos,
por natureza,
filhos da ira,
como também os demais.
Ef 2:4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia,
por causa do grande amor com que nos amou,
Ef 2:5 e estando nós mortos
em nossos delitos,
nos deu vida
juntamente com Cristo,
- pela graça sois salvos,
Ef 2:6 e, juntamente com ele,
nos ressuscitou,
e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;
Ef 2:7 para mostrar,
nos séculos vindouros,
a suprema riqueza da sua graça,
em bondade para conosco,
em Cristo Jesus.
Ef 2:8 Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé;
e isto não vem de vós;
é dom de Deus;
Ef 2:9 não de obras,
para que ninguém se glorie.
Ef 2:10 Pois somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus
para boas obras,
as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas.
Ef 2:11 Portanto, lembrai-vos de que,
outrora, vós, gentios na carne,
chamados incircuncisão por aqueles
que se intitulam circuncisos,
na carne,
por mãos humanas,
Ef 2:12 naquele tempo,
estáveis sem Cristo,
separados da comunidade de Israel
e estranhos às alianças da promessa,
não tendo esperança
e sem Deus no mundo.
Ef 2:13 Mas, agora,
em Cristo Jesus,
vós, que antes estáveis longe,
fostes aproximados pelo sangue de Cristo.
Ef 2:14 Porque ele é a nossa paz,
o qual de ambos fez um;
e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio,
a inimizade,
Ef 2:15 aboliu,
na sua carne,
a lei dos mandamentos
na forma de ordenanças,
para que dos dois criasse, em si mesmo,
um novo homem,
fazendo a paz,
Ef 2:16 e reconciliasse ambos em um só corpo
 com Deus,
por intermédio da cruz,
destruindo por ela
a inimizade.
Ef 2:17 E, vindo,
evangelizou
paz a vós outros que estáveis longe
e paz também aos que estavam perto;
Ef 2:18 porque, por ele,
ambos temos acesso ao Pai
em um Espírito.
Ef 2:19 Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos,
mas concidadãos dos santos,
e sois da família de Deus,
Ef 2:20 edificados sobre o fundamento
dos apóstolos
e profetas, sendo ele mesmo,
Cristo Jesus,
a pedra angular;
Ef 2:21 no qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para santuário
dedicado ao Senhor,
Ef 2:22 no qual também vós juntamente
estais sendo edificados
para habitação
de Deus no Espírito.
Havia uma preocupação constante em Paulo de evangelização. A evangelização parecia fazer parte de seu sangue ou do oxigênio que respirava. E nós o que estamos fazendo com o evangelho de Cristo Jesus?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete. 
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