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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

II Coríntios 12 1-21 - QUANDO ESTOU FRACO É QUE SOU FORTE, PODE?

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte IV, cap. 12/13.
Breve síntese do capítulo 12.
Paulo, no capítulo 12, continua suas explicações brilhantes e que nos remetem a reflexões profundas.
Paulo conhecia bem a linguagem da alma e do espírito, por isso era sua espada tão afiada e profunda. A sua glória, diz ele, não está nos feitos extraordinários, nem nas revelações profundas, nem em experiências arrebatadoras, mas na fraqueza!
Por amor de Cristo, portanto, seu prazer estava nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, ... e nós no século XXI, estaria, por exemplo, nos títulos, no reconhecimento, nos bens, na fama? Ele vai ao ápice de seus argumentos quando se compara a algo consumível pelo amor das almas e que isso faria de boa mente – vs. 15.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. DEFESA CONTRA OS FALSOS APÓSTOLOS (10.1-13.10) – continuação.
Como dissemos, veremos doravante de 10.1 a 13.10 como Paulo lidou com o problema dos falsos apóstolos (11.13) que haviam se oposto à sua autoridade.
O assunto foi dividido, conforme a BEG, em três seções: A. Poder espiritual (10.1-12) – já vimos; B. Os motivos de Paulo para gloriar-se (10.13-12.21) – concluiremos agora; e, C. Advertência (13.1-10).
B. Os motivos de Paulo para gloriar-se (10.13-12.21) - continuação.
Nós falamos que dos vs. 10.13 ao 12.21, estaríamos vendo os motivos de Paulo para gloriar-se. Elas também geraram a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: 1. Definição da glorificação adequada (10.13-11.21) – já vimos; 2. Glorificação no sofrimento e na fraqueza (11.22-33) – já vimos; 3. Glorificação na revelação celestial (12.1-10) – veremos agora; e, 4. O cuidado de Paulo pelos coríntios (12.11-21) – veremos agora.
3. Glorificação na revelação celestial (12.1-10).
Paulo continua dizendo ser necessário ele gloriar-se, apesar de não querer isso. Ele passa a falar de suas glórias nas visões celestiais.
Paulo entreteceu o relato de suas extraordinárias experiências espirituais com ironia. Apesar de ser quase espetacular, essa visão do paraíso não acrescentava valor para o ministério a outros (vs. 4).
Em vez de proporcionar mais glória a Paulo, ela lhe havia trazido um "espinho" doloroso na carne mandado por Deus para mantê-lo humilde (vs. 7).
Paulo não se gloriava de modo direto com relação a essa experiência, e o resultado dela significa que é errado usar tais experiências como um critério para avaliar a validade de um ministério.
Paulo está se referindo a si mesmo quando diz que conhece um homem. Paulo estava tão hesitante ao falar de suas experiências - uma vez que ele parecia estar se gabando de si mesmo - que não quis identificar-se explicitamente.
É significativo que, por quatorze anos, Paulo não tivesse feito dessa maravilhosa experiência espiritual o foco do seu ensinamento ou usado isso como uma prova do seu apostolado.
Sua ênfase era a mensagem de Cristo: "não nos pregamos nós mesmos, mas Jesus Cristo como Senhor" (4.5).
O lugar em que Deus habita é o terceiro céu. De acordo com essa enumeração:
·         O "primeiro céu" é a atmosfera na qual podem ser vistos os pássaros e as nuvens.
·         O "segundo céu" é aquele no qual vemos as estrelas e as constelações.
·         O "terceiro céu" é o lugar comumente referido como o lugar da habitação de Deus.
Que ele foi arrebatado ao terceiro céu, ele tem certeza absoluta, mas se foi dentro ou fora do corpo, disso ele não sabe. Ele foi arrebatado ao terceiro céu, ao paraíso – vs. 4. A palavra grega para "paraíso" é usada com vários significados fora do Novo Testamento, mas todas as três ocorrências bíblicas se referem ao "céu", ao lugar em que Deus habita (veja o vs. 2, onde é sinónimo de "terceiro céu"; veja também Lc 23.43; Ap 2.7).
Essa experiência deve ter dado a Paulo encorajamento e força nos sofrimento subsequentes.
Então ele afirma que nesse homem ele se gloriaria, mas não em si mesmo, exceto por suas fraquezas.
Paulo queria – vs. 6 - que as pessoas o avaliassem com base em suas próprias primeiras impressões dele, não com base no que ele ou outros falavam sobre experiências ou ministérios anteriores.
Foi por causa dessa experiência espetacular que ele acabou ganhando um espinho na carne – vs. 7. Várias possibilidades têm sido sugeridas para esse "espinho" na carne:
(1)     Uma deficiência física de algum tipo "na carne".
(2)     Uma perturbação de um demónio ("mensageiro de Satanás").
(3)     A constante perturbação dos perseguidores judeus.
Com base nas informações disponíveis, é impossível determinar com certeza a identidade desse "espinho". Poucos, se houve algum, dos grandes servos de Deus através da História, têm sido livres de algum tipo de obstáculo, fraqueza ou oposição.
Paulo não gostou nadinha do tal espinho e orou ao Senhor por três vezes para que o tirasse dele. Senhor era a maneira usual de Paulo se referir a Cristo, não a Deus o Pai.
Embora as orações no Novo Testamento sejam normalmente direcionadas a Deus o Pai, esse é um exemplo de oração dirigida a Cristo (cf. At 1.24; 7.59; 1Co 16.22; Ap 22.20).
Paulo não ficou sem resposta à sua oração e Jesus o respondeu, dizendo para ele que o poder se aperfeiçoava na fraqueza. Essa expressão revelava um tema dessa epístola: quando os crentes reconhecem a própria fraqueza, o poder de Cristo repousará neles.
A fraqueza nesse sentido aumenta, em vez de diminuir, o poder. Em 13.4, Paulo ligou esse princípio geral à sua fonte: a cruz de Cristo. A resposta de Paulo aos ataques à sua autoridade apostólica era conscientemente modelada no Cristo crucificado, não no assim chamado "Jesus" ou "evangelho diferente" que seus inimigos impingiam aos coríntios (11.4).
A percepção de Paulo sobre a verdadeira natureza dos seus sofrimentos capacitava-o a vê-los como razões para se alegrar. Ele sabia que, por meio deles, o poder de Cristo estava trabalhando.
Quando dificuldades destroem a autoconfiança normal dos crentes, eles precisam confiar mais em Cristo, que dá a eles força além da medida. Interessante observação e estratégia para quando esgotados em batalha, pensamos que é o fim, mas não é, basta confiarmos que virá o reforço, a provisão e a força além do esperado.
A nossa capacitação não vem de nós mesmos, mas de Cristo Jesus, mediante o Espírito Santo de Deus.
4. O cuidado de Paulo pelos coríntios (12.11-21).
Doravante, dos vs. 21 ao 21, veremos o cuidado de Paulo pelos coríntios. Paulo encerrou essa parte de sua epístola repetindo a sua expressão de amor pelos coríntios e a sua intenção de visitá-los.
Paulo teve de "se gloriar" com relação à sua fraqueza apostólica porque os coríntios, que o conheciam muito bem, não o haviam defendido contra os falsos apóstolos.
Em vez disso, eles haviam se deixado seduzir (11.1-3) pelas inflamadas autoafirmações dos falsos apóstolos e pela falsa crítica lançada contra Paulo.
De acordo com o entendimento comum, as "credenciais do apostolado" (ou os "sinais do apostolado") eram feitos espetaculares: "sinais, prodígios e poderes miraculosos", como os que Paulo fez.
Entretanto, ao longo dessa epístola Paulo mencionou outros sinais para confirmar o seu apostolado:
·         A vida transformada dos coríntios (3.2-3).
·         O caráter irrepreensível do seu ministério (6.3-10; 7.2; 8.20-21).
·         Seu amor genuíno pelas igrejas (6.11-12; 7.3; 11.7-11).
·         Sua resistência sacrifical ao sofrimento (6.3-10; 11.23-33).
Essas atividades são provavelmente o que ele tinha em mente quando falou nesse versículo sobre as "credenciais do apostolado", porque elas o distinguiam claramente dos falsos apóstolos.
Infelizmente, os coríntios davam muito mais valor às obras espetaculares ("sinais, prodígios e poderes miraculosos") do que às outras características do apostolado, de modo que Paulo, relutantemente, mencionou que essas obras espetaculares também haviam feito parte do seu ministério entre eles.
Paulo estava pronto para visitá-los pela terceira vez – vs. 14. A primeira visita foi em At 18.1-18 na segunda viagem missionária de Paulo. A segunda visita não é registrada, mas ela deve ter ocorrido algum tempo durante a estada de Paulo em Éfeso (At 19.1-41).
Diferentemente daqueles pregadores cujos objetivos eram sua própria recompensa financeira, Paulo não estava indo atrás dos bens deles, pelo contrário gastaria tudo o que tinha e ainda se deixava gastar por amor a eles – vs. 15; Gl 4.19.
Talvez os inimigos de Paulo estivessem dizendo que a sua aparente humildade era meramente um truque para enganá-los. Paulo respondeu que ele nunca os havia explorado por meio de outros – vs. 17. Nem Tito, recomendado por Paulo, os havia explorado, pois que estavam todos no mesmo espírito e seguindo os mesmos passos – vs. 18.
Paulo novamente enfatiza que ele não tinha falado para a sua própria reputação ou glória, mas para o bem da igreja e a glória de Deus.
Isso novamente revela uma forte consciência da presença de Deus em tudo o que ele escreveu e fez ("perante Deus"). Se os falsos apóstolos não fossem confrontados, Paulo chegaria a Corinto para encontrar uma igreja dividida e onde havia disputas. Paulo temia que houvesse entre eles brigas, invejas, manifestações de ira, divisões, calúnias, intrigas, arrogância e desordem – vs. 20.
Esse versículo - vs. 21 - não significa que Paulo temia uma derrota humilhante diante dos coríntios, porque as suas armas eram divinamente poderosas (10.3,4; veja também 13.3-4,10).
Em vez disso, Paulo se identificava tanto com os crentes coríntios que se ele retornasse e soubesse que alguns deles (seus "filhos"; vs. 14) não haviam se arrependido do pecado, ele seria humilhado, assim como pais são humilhados pelo mau comportamento de seus filhos.
Embora a igreja de Corinto fosse forte, os falsos apóstolos não eram o seu único problema. Algumas pessoas ainda estavam presas a pecados contínuos, e Paulo as advertiu.
II Co 12:1 Se é necessário que me glorie,
ainda que não convém,
passarei às visões
e revelações do Senhor.
 II Co 12:2 Conheço um homem em Cristo que,
há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu
(se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
II Co 12:3 e sei
que o tal homem
(se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
II Co 12:4 foi arrebatado ao paraíso
e ouviu palavras inefáveis,
as quais não é lícito ao homem referir.
II Co 12:5 De tal coisa me gloriarei;
não, porém, de mim mesmo,
salvo nas minhas fraquezas.
II Co 12:6 Pois, se eu vier a gloriar-me,
não serei néscio,
porque direi a verdade;
mas abstenho-me para que ninguém
se preocupe comigo
mais do que em mim vê ou de mim ouve.
II Co 12:7 E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações,
foi-me posto um espinho na carne,
mensageiro de Satanás,
para me esbofetear,
a fim de que não me exalte.
II Co 12:8 Por causa disto,
três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
II Co 12:9 Então, ele me disse:
A minha graça te basta,
porque o poder
se aperfeiçoa na fraqueza.
De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas,
para que sobre mim repouse
o poder de Cristo.
II Co 12:10 Pelo que sinto prazer
nas fraquezas,
nas injúrias,
nas necessidades,
nas perseguições,
nas angústias,
por amor de Cristo.
Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte.
II Co 12:11 Tenho-me tornado insensato;
a isto me constrangestes.
Eu devia ter sido louvado por vós;
porquanto em nada fui inferior
a esses tais apóstolos,
ainda que nada sou.
II Co 12:12 Pois as credenciais do apostolado
foram apresentadas no meio de vós,
com toda a persistência,
por sinais,
prodígios
e poderes miraculosos.
II Co 12:13 Porque, em que tendes vós sido inferiores às demais igrejas,
senão neste fato de não vos ter sido pesado?
Perdoai-me esta injustiça.
II Co 12:14 Eis que, pela terceira vez,
estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado;
pois não vou atrás dos vossos bens,
mas procuro a vós outros.
Não devem os filhos entesourar para os pais,
mas os pais, para os filhos.
II Co 12:15 Eu de boa vontade
 me gastarei
e ainda me deixarei gastar
em prol da vossa alma.
Se mais vos amo,
serei menos amado?
II Co 12:16 Pois seja assim, eu não vos fui pesado;
porém, sendo astuto,
vos prendi com dolo.
II Co 12:17 Porventura, vos explorei por intermédio de algum
daqueles que vos enviei?
II Co 12:18 Roguei a Tito e enviei com ele outro irmão;
porventura, Tito vos explorou?
Acaso, não temos andado no mesmo espírito?
Não seguimos nas mesmas pisadas?
II Co 12:19 Há muito, pensais que nos estamos desculpando convosco.
Falamos em Cristo perante Deus,
e tudo, ó amados,
para vossa edificação.
II Co 12:20 Temo, pois, que, indo ter convosco,
não vos encontre na forma em que vos quero,
e que também vós me acheis diferente do que esperáveis,
e que haja entre vós
contendas,
invejas,
iras,
porfias,
detrações,
intrigas,
orgulho
e tumultos.
II Co 12:21 Receio que,
indo outra vez,
o meu Deus me humilhe no meio de vós,
e eu venha a chorar por muitos que,
outrora, pecaram e não se arrependeram da
impureza,
prostituição
e lascívia que cometeram.
Paulo enfrentava uma situação muito delicada com os coríntios que além das perseguições externas, tinham os problemas internos, como os falsos apóstolos e ainda com o pecado, envolvendo a impureza, a prostituição e a lascívia.
Não somos diferentes dos coríntios. Todos nós estamos expostos aos mesmos problemas e como pastores e líderes, precisamos orientar e pastorear irmãos em crescimento e formação além de termos de vencer em nós mesmos todas as contrariedades.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

II Coríntios 11 1-33 - CUIDADO COM OS FALSOS APÓSTOLOS.

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte IV, cap. 11/13.
Breve síntese do capítulo 11.
Paulo, no capítulo 11, em sua defesa, afirmou que A VERDADE DE CRISTO estava sobre ele – vs. 10 – e que ele tinha anunciado o evangelho de Cristo a eles gratuitamente e que seu anseio seria apresentá-los, como virgens puras, a um só esposo, a Cristo.
Paulo também aproveitou a oportunidade para denunciar os obreiros fraudulentos que até se intitulavam de apóstolos. Contra os tais ele deixou claro que as suas obras os condenariam.
Sempre admirou-me nos estudos das Escrituras o grande amor, zelo, apego que Paulo tinha em sua missão de anunciar o evangelho de Cristo. Ele deixa claro isso, não em forma de segredo destinados a poucos iluminados, mas disponível a todos os cristãos, inclusive você, amado leitor do Jamais Desista.
Veja na segmentação, como as ideias ficam claras:
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. DEFESA CONTRA OS FALSOS APÓSTOLOS (10.1-13.10) - continuação.
Como dissemos, veremos doravante de 10.1 a 13.10 como Paulo lidou com o problema dos falsos apóstolos (11.13) que haviam se oposto à sua autoridade.
O assunto foi dividido, conforme a BEG, em três seções: A. Poder espiritual (10.1-12) – já vimos; B. Os motivos de Paulo para gloriar-se (10.13-12.21) – estamos vendo agora; e, C. Advertência (13.1-10).
B. Os motivos de Paulo para gloriar-se (10.13-12.21) - continuação.
Nós falamos que dos vs. 10.13 ao 12.21, estaríamos vendo os motivos de Paulo para gloriar-se. Elas também geraram a seguinte divisão proposta, conforme a BEG: 1. Definição da glorificação adequada (10.13-11.21) – concluiremos agora; 2. Glorificação no sofrimento e na fraqueza (11.22-33) – veremos agora; 3. Glorificação na revelação celestial (12.1-10); e, 4. O cuidado de Paulo pelos coríntios (12.11-21).
1. Definição da glorificação adequada (10.13-11.21) - continuação.
Falamos também que dos vs. 10.13 ao 11.21, estaríamos vendo essa definição da glorificação apropriada. Paulo cuidadosamente identificou o tipo de glorificação que é aceitável na fé cristã.

Paulo começa o capítulo dizendo que era para eles o suportarem um pouco em sua insensatez – vs. 11 – porque ele tinha zelo por eles.
Paulo desejava do fundo do coração que os coríntios permanecessem leais a ele, não para a sua própria glória, mas porque lealdade a ele significava lealdade a Cristo.
Nesse versículo 2, Paulo usa as metáforas do noivado (durante esta vida) e do casamento (quando Cristo retornar). Se os coríntios seguissem os falsos apóstolos, eles seriam espiritualmente infiéis a Cristo: Então, eles não mais poderiam como uma "virgem pura" encontrar-se com o Senhor.
Para que Paulo pudesse usar essa metáfora, tanto ele quanto os coríntios deveriam assumir que o ideal de Deus para o casamento incluía a ausência de relações sexuais antes do casamento - que a noiva deveria chegar "virgem" para o seu marido.
Paulo reconheceu a possibilidade de os falsos apóstolos desviarem os coríntios, e ele os advertiu contra isso. Ele temia que alguns que professavam ser cristãos na igreja em Corinto demonstrassem não ter exercitado a fé salvadora em Cristo (a BEG recomenda a leitura e reflexão em dois de seus excelentes artigos teológicos "A perseverança e a preservação dos santos", em Fp 1, e “A igreja visível e a invisível", em 1 Pe 4).
Os argumentos e as pretensões dos falsos apóstolos que se opunham à verdadeira sabedoria de Deus (10.4-5) haviam distorcido a verdade de tal modo, que o "Jesus", o "espírito" e o "evangelho" deles diferiam radicalmente do que Paulo pregava (1 Co 1.18-2.16; cf. Cl 1.6-9).
O "evangelho diferente" dos inimigos conformava-se às maneiras mundanas de pensar de tal modo que Paulo e o seu ministério apostólico - um ministério que manifestava a morte de Jesus por meio da adversidade e do sofrimento (4.7-18; 6.4-10; cf. 1 Co 4.8-13) - eram desprezados e rejeitados em favor dos "ministérios" que mais combinavam com os gostos culturais (p. ex., eloquência, sabedoria filosófica e demonstrações espetaculares de poder espiritual; cf. 1Co 1.22-25).
Também poderíamos acrescentar conversas com anjos, guias, seres iluminados, espíritos e outras pretensas entidades celestiais ou de outro mundo, com aparência de piedade, mas desviando-os da simplicidade do evangelho.
Paulo recomendava, claramente, que se alguém lhes pregasse um Jesus que não era aquele que eles pregavam, ou se eles acolhessem um espírito diferente do que acolheram ou um evangelho diferente do que aceitaram, eles o suportam facilmente e, pronto, também facilmente seriam enganados! – vs. 4.
Tais apóstolos “super-apóstolos” - provavelmente o título sarcástico que Paulo havia dado aos falsos apóstolos que estavam perturbando a igreja de Corinto, ou talvez fosse até um nome que eles haviam dado a si mesmos, ou ainda conforme alguns intérpretes também acreditam que esse fosse, era um termo que os inimigos de Paulo usavam para se referir aos apóstolos de Jerusalém -  eram enganadores que tinham eloquência, mas que não eram comprometidos com a verdade simples do evangelho.
Quando Paulo esteve em Corinto, ele trabalhou para se sustentar (At 18.3) e também aceitou ajuda de outras igrejas (vs. 8). Alguns coríntios, entretanto, estavam aparentemente ofendidos pelo fato de Paulo ter recusado suas ofertas, as quais provavelmente haviam sido oferecidas como uma retribuição pelo presente que Paulo lhes havia dado ao pregar o evangelho.
Nas culturas mediterrâneas dos dias de Paulo (assim como em algumas culturas de hoje), a doação e recebimento de presentes era frequentemente a maneira de estabelecer e manter amizades.
Aqueles que viviam sob esse sistema de valores podem ter visto a recusa de Paulo de seu presente como uma afirmação de superioridade.
Porém, o apóstolo via a sua relação com os coríntios não de uma perspectiva de convenção social mundana (5.16), mas de uma "nova criação" (5.7) da qual ele havia sido chamado para ser um apóstolo e pai espiritual.
Como um pai, ele poderia corretamente dar a seus filhos sem esperar receber nada em troca (12.14-15).
Estando ali, Paulo não tinha sido peso para ninguém, pelo contrário, quando teve necessidades fora socorrido pelos irmãos da Macedônia – vs. 19 - provavelmente de Filipos (Fp 4.15-16) – aqueles irmãos pobres do norte da Grécia.
Diferente dos das regiões de Acaia, a área ao redor de Corinto, mais ao sul e mais abastada. Paulo se orgulhava disso e não queria perder essa glória de ter anunciado o evangelho gratuitamente.
Paulo havia ministrado aos coríntios com grande sacrifício e gastos pessoais - diferentemente dos falsos apóstolos, que aparentemente estavam exigindo ser sustentados pela igreja (cf. vs. 7,20).
Paulo ainda alegava que tinha agido assim e continuaria a agir semelhantemente. Paulo estava convencido de que os falsos mestres eram servos de Satanás que se disfarçavam até de anjo de luz (vs. 14), e não verdadeiros seguidores de Cristo. Ele os chamava de falsos apóstolos, obreiros enganosos, fingindo-se apóstolos de Cristo – vs. 13.
Um dos truques de Satanás é declarar fazer o que é bom. Especificamente, Satanás pode enviar à igreja seus servos que fingem ser cristãos, mas que trazem somente divisão, difamação, imoralidade e todos os tipos de destruição (Mt 7.20; cf. At 20.29-30; 2Pe 2.1-22). O fim desses - o julgamento final por Deus – será conforme as suas ações o mereçam.
Como se não bastassem as perseguições contra o evangelho que o mundo ainda se opõe nos dias de hoje, ainda tinham as perseguições traiçoeiras de dentro da igreja, de alguns que se dizendo irmãos ousavam, com suas astúcias, desviar a igreja da verdade.
2. Glorificação no sofrimento e na fraqueza (11.22-33).
Paulo fala em sua defesa dos vs. 22 ao 33 onde passa a glorificar-se no sofrimento e no fraqueza. Paulo descreveu o seu ministério em termos que não poderiam ser equiparados aos dos falsos apóstolos.
Ao gloriar-se a respeito do quanto ele havia sofrido pela causa de Cristo, Paulo empregou grande ironia, "gloriando-se" de coisas normalmente consideradas vergonhosas, como sinais de fraqueza e defeitos.
Sua glória contrastava com a de seus inimigos, que recomendavam-se aos coríntios em discursos de extravagante autoelogio.
Os tópicos nessa seção se sucedem até atingir um clímax no qual Paulo lidou com o que deveria ser o ponto principal na mente dos críticos: as experiências religiosas incomuns (12.1-9).
Os inimigos de Paulo eram judeus que talvez tivessem vindo de Jerusalém dizendo ter o aval dos apóstolos de lá.
Paulo, ao relatar – vs. 23 ao 27 - as características de um verdadeiro servo de Cristo, apontou para o sofrimento e a humilhação, desse modo enfatizando novamente (como ele fez em 1Co 1-4) o Cristo crucificado.
Paulo revelou a sua hesitação extrema em falar em sua própria defesa, mas era necessário e isso nos trouxe edificação.
·         Encarcerado várias vezes.
·         Açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes.
·         Por cinco vezes, ele comenta ter recebido uma quarentena de açoites menos um. Quarenta açoites com um chicote era o máximo que uma pessoa poderia receber, de acordo com Dt 25.3. Essa era a prática judaica de estabelecer um limite mais baixo como segurança contra um erro de contagem. Fazendo-se as contas teremos de 195 a 200 chibatadas.
·         Por três vezes fora fustigado com varas. Uma vez em At 16.22, mais duas outras vezes não mencionadas em Atos.
·         Uma vez apedrejado. Em Listra, na primeira viagem missionária de Paulo (At 14.19); nessa ocasião, a multidão pensou que haviam matado Paulo.
·         Três vezes em naufrágio. Umm naufrágio é descrito em At 27.39-44, mas 2Coríntios foi escrito antes desse incidente (no ponto descrito em At 20.2, quando Paulo estava na Macedônia). Esses três naufrágios devem ter ocorrido durante as suas viagens missionárias anteriores.
·         Uma noite e um dia passei na voragem do mar. Uni episódio não mencionado em Atos.
·         Em contínuas viagens de uma parte pra outra.
·         Em diversas situações de perigos.
O objetivo de Paulo não era a sua segurança pessoal. Muitos dos problemas que ele registrou nessa seção extensa não estão registrados em Atos. É difícil imaginar uma existência mais perigosa do que a de Paulo; no entanto, ele foi obediente a Deus e a sua vida estava nas mãos de Deus.
ü Perigos nos rios.
ü Perigos de assaltantes.
ü Perigos dos meus compatriotas.
ü Perigos dos gentios.
ü Perigos na cidade.
ü Perigos no deserto.
ü Perigos no mar.
ü Perigos dos falsos irmãos. - pessoas que pretendiam ser cristãs, mas que iam para a igreja para causar problemas.
·         Além de tudo isso, uma grande preocupação – vs. 28. Uma pressão interior, a qual era sua preocupação com todas as igrejas.
Paulo sentia profundamente as necessidades e mágoas das igrejas. Embora a sua vida demonstrasse confiança na soberania de Deus, ele não deixava de simpatizar com outros que estavam sofrendo.
Esse incidente – vs. 32, 33 –, em Damasco, é narrado de uma perspectiva diferente em At 9.24-25. Aparentemente, os inimigos judeus de Paulo em Damasco persuadiram o governador a cooperarem com eles em sua trama contra Paulo.
Embora esses dois versículos possam parecer um tanto inusitados no contexto, eles mencionam a primeira experiência de Paulo - e muito humilhante - de ser perseguido (em vez de perseguir outros) por causa do evangelho.
Esse relato aprofunda a demonstração da humilhação de Paulo. O apóstolo foi forçado a fugir (por pouco) como um fugitivo comum de uma autoridade civil relativamente sem importância. Um humor irónico pode estar também presente nesse contexto.
I
I Co 11:1 Quisera eu me suportásseis
um pouco mais na minha loucura.
Suportai-me, pois.
II Co 11:2 Porque zelo por vós
com zelo de Deus;
visto que vos tenho preparado
para vos apresentar
como virgem pura
a um só esposo,  
que é Cristo. II Co 11:3
Mas receio que,
assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também seja corrompida a vossa mente
e se aparte
da simplicidade
e pureza devidas a Cristo.
II Co 11:4 Se, na verdade, vindo alguém,
prega outro Jesus
que não temos pregado,
ou se aceitais espírito diferente
que não tendes recebido,
ou evangelho diferente
que não tendes abraçado,
a esse, de boa mente, o tolerais.
II Co 11:5 Porque suponho em nada ter sido inferior a esses tais apóstolos.
II Co 11:6 E, embora seja falto no falar,
não o sou no conhecimento;
mas, em tudo e por todos os modos,
vos temos feito conhecer isto.
II Co 11:7 Cometi eu, porventura, algum pecado
pelo fato de viver humildemente,
para que fôsseis vós exaltados,
visto que gratuitamente
vos anunciei o evangelho de Deus?
II Co 11:8 Despojei outras igrejas,
recebendo salário,
para vos poder servir,
II Co 11:9 e, estando entre vós,
ao passar privações,
não me fiz pesado a ninguém;
pois os irmãos,
quando vieram da Macedônia,
supriram o que me faltava;
e, em tudo,
me guardei
e me guardarei de vos ser pesado.
II Co 11:10 A verdade de Cristo está em mim;
por isso, não me será tirada esta glória nas regiões da Acaia.
II Co 11:11 Por que razão?
É porque não vos amo? Deus o sabe.
II Co 11:12 Mas o que faço e farei é
para cortar ocasião àqueles que a buscam
com o intuito de serem considerados iguais a nós,
naquilo em que se gloriam.
II Co 11:13 Porque os tais
são falsos apóstolos,
obreiros fraudulentos,
transformando-se em apóstolos de Cristo.
II Co 11:14 E não é de admirar,
porque o próprio Satanás
se transforma em anjo de luz.
II Co 11:15 Não é muito, pois,
que os seus próprios ministros
se transformem em ministros de justiça;
e o fim deles será
conforme as suas obras.
II Co 11:16 Outra vez digo:
ninguém me considere insensato;
todavia, se o pensais,
recebei-me como insensato,
para que também me glorie um pouco.
II Co 11:17 O que falo, não o falo segundo o Senhor,
e sim como por loucura,
nesta confiança de gloriar-me.
II Co 11:18 E, posto que muitos se gloriam segundo a carne,
também eu me gloriarei.
II Co 11:19 Porque, sendo vós sensatos,
de boa mente tolerais
os insensatos.
II Co 11:20 Tolerais
quem vos escravize,
quem vos devore,
quem vos detenha,
quem se exalte,
quem vos esbofeteie no rosto.
II Co 11:21 Ingloriamente o confesso,
como se fôramos fracos.
Mas, naquilo em que qualquer tem ousadia
(com insensatez o afirmo),
também eu a tenho.
II Co 11:22 São hebreus?
Também eu.
São israelitas?
Também eu.
São da descendência de Abraão?
Também eu.
II Co 11:23 São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais:
em trabalhos, muito mais; muito mais
em prisões;
em açoites, sem medida;
em perigos de morte, muitas vezes.
II Co 11:24 Cinco vezes recebi dos judeus
uma quarentena de açoites menos um;
II Co 11:25 fui três vezes fustigado com varas;
uma vez, apedrejado;
em naufrágio, três vezes;
uma noite e um dia passei na voragem do mar;
II Co 11:26 em jornadas, muitas vezes;
em perigos de rios,
em perigos de salteadores,
em perigos entre patrícios,
em perigos entre gentios,
em perigos na cidade,
em perigos no deserto,
em perigos no mar,
em perigos entre falsos irmãos;
II Co 11:27 em trabalhos e fadigas,
em vigílias, muitas vezes;
em fome e sede,
em jejuns, muitas vezes;
em frio e nudez.
II Co 11:28 Além das coisas exteriores,
há o que pesa sobre mim diariamente,
a preocupação com todas as igrejas.
II Co 11:29 Quem enfraquece,
que também eu não enfraqueça?
Quem se escandaliza,
que eu não me inflame?
II Co 11:30 Se tenho de gloriar-me,
gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.
II Co 11:31 O Deus e Pai do Senhor Jesus,
que é eternamente bendito,
sabe que não minto.
II Co 11:32 Em Damasco,
o governador preposto do rei Aretas montou
guarda na cidade dos damascenos,
para me prender;
II Co 11:33 mas, num grande cesto,
me desceram por uma janela da muralha abaixo,
e assim me livrei das suas mãos.
Não é à toa que o apóstolo dos gentios declara em uma de suas epístolas: SEDE MEUS IMITADORES, COMO EU SOU DE CRISTO.
  • I Coríntios 4:16 Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
  • I Coríntios 11:1 Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
  • Efésios 5:1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
  • Filipenses 3:17 Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.
  • I Tessalonicenses 1:6 Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo,
  • I Tessalonicenses 2:14 Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes imitadores das igrejas de Deus existentes na Judéia em Cristo Jesus; porque também padecestes, da parte dos vossos patrícios, as mesmas coisas que eles, por sua vez, sofreram dos judeus,
  • Hebreus 6:12 para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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