segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
segunda-feira, janeiro 04, 2016
Jamais Desista
II Coríntios 4 1-18 - JAMAIS DESISTA! NOSSA GLÓRIA (FUTURA) É MAIOR QUE NOSSOS SOFRIMENTOS (PRESENTE).
Ressaltamos que II Coríntios foi escrita
para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e
encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo
a parte II, cap. 4/13.
Breve
síntese do capítulo 4.
O capítulo 4 de II Coríntios é muito interessante em suas ideias,
pensamentos, desenvolvimento de raciocínio, argumentações. Há neste capítulo
verdadeiros mananciais que dariam livros e mais livros explorando cada detalhe.
Dentre tantos, chamou-me a atenção o que fala que cri, por isso falei e que,
portanto, cremos, por isso também falamos.
Isso daria um gancho com Romanos 10 uma vez que o crer ali remete o
ouvinte da pregação à invocação do Senhor onde é salvo por Deus e o crer aqui
gera novos pregadores que somente pregam quando são enviados por Deus. Então,
somente nisso, poderíamos viajar muito no oceano do Espírito Santo, mas tem
muito mais.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios
haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com
uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto
pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a
BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança
de planos (1.12-2.4) – já vimos; C.
Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já
vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) –
estamos vendo; e, F. Alegria pela
chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4,
estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua
ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter
encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a
natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a
BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – já vimos; 3. A nova e excelente aliança
(3.4-4.6) – concluiremos agora; 4.
Vasos de barro (4.7-5.10) – começaremos a
ver agora; 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma
comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) - continuação.
Paulo continuou a descrever a natureza do
seu ministério focalizando a glória associada ao seu trabalho.
Apesar dos retrocessos e fracassos, Paulo
não desistia da esperança, porque o ministério da nova aliança no poder transformador
do Espírito Santo é excelente e muito poderoso.
Paulo nunca atenuaria a Palavra de Deus ou
tentaria modificá-la ou distorcê-la somente para o prazer de seus ouvintes (CF.
Gl 1.10). Ele afirmou que os seus inimigos praticavam esse tipo de fraude e
distorção.
E se o evangelho ainda está encoberto, é
para os que estão perecendo que ele permanece encoberto, sendo que o deus deste
século, Satanás (cf. I Jo 5.19), é quem os cega.
Este mundo está caído e cheio de impiedade
durante essa fase que antecede a volta de Jesus. Quando ele vier, ele trará
completamente “o mundo por vir" (Lc 18.30; cf. Gl 1.4; a BEG recomenda
também a leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "O plano das
eras", em Hb 7).
É o diabo quem cega o entendimento dos
incrédulos para que não lhes resplandeça a glória do evangelho de Cristo, que é
a imagem de Deus.
O texto grego não possui um termo para
"não" como é utilizado aqui. As palavras "não" ou
"talvez não" (expressando propósito) também são traduções aceitáveis.
Os incrédulos não estão totalmente lúcidos ao avaliarem as afirmações do
evangelho (a menos que Deus, por meio do evangelho, os ilumine; 4.6).
Quem disse que nós nos pregamos a nós
mesmos? Não! Não pregamos a nós mesmos. O ponto crucial não era se as pessoas
aceitavam ou rejeitavam Paulo, mas como elas reagiam a Cristo, a quem Paulo
pregava.
Alguns pregadores (como os inimigos de
Paulo) chamavam a atenção tanto para eles mesmos que o seu orgulho próprio e auto
exaltação encobriam a glória de Cristo.
A razão para não pregarmos a nós mesmos é
que somente Deus dá uma vida nova e espiritual. Paulo recorreu à história da
criação (Gn 1.3) para enfatizar o significado da revelação de Cristo.
A vinda de Cristo e a salvação que ele
trouxe deram início à atividade recriadora de Deus, inaugurando a nova criação.
Por essa razão, a "iluminação do conhecimento da glória de Deus" em
Cristo é tão maravilhosa quanto a primeira luz da criação (cf. 5.17; Jo 1.1-10;
Ap 21.1-5).
No Antigo Testamento, a glória de Deus era
a luz brilhante que circundava a presença do próprio Deus. Ela conduziu o povo
para fora do Egito como um pilar de nuvem de dia e um pilar de fogo à noite (ÊX
13.21-22).
Mais tarde, no tempo de Moisés, ela
preencheu o tabernáculo (Ex 33.8-13; 40.34-38) e mais tarde ainda, nos dias de
Salomão, o templo (1Rs 8.10-11). Porém, ela deixou o templo na época de
Ezequiel por causa dos pecados do povo (Ez 10.4,18-19; 11.23).
Ela retornou somente na presença de Jesus
(J0 1.14). Em contraste com a face de Moisés, sobre a qual a glória de Deus se
apagou, a glória brilha eternamente de maneira brilhante "na face de
Cristo".
4. Vasos de barro (4.7-5.10).
Dos vs. 4.7 ao 5.10, veremos Paulo
discorrendo sobre os vasos de barro. Esses versículos expressam a confiança do
apóstolo em Deus. Apesar da condição humilde de sua existência humana, Paulo
experimentou a glória da nova aliança (4.7-18) e manteve seus olhos fixos no
que não é visto e no que é eterno (4.18).
Em consequência disso, ele era capaz de
superar qualquer tipo de desânimo e adversidade.
O tesouro que ele fala é o ministério do
evangelho e a glória da nova aliança do Espírito Santo que o acompanha. O vaso
de barro é a nossa natureza humana fraca, incluindo o nosso corpo físico, mas não
limitada a ele. Isso está em grande contraste com a glória do evangelho. Essa é
a maneira de Deus de trabalhar por intermédio daqueles que são fracos ou
inexpressivos aos olhos humanos (cf. 12.9; 1Co 1.26-31).
Nos vasos de barro, Deus colocou o tesouro
da salvação, o evangelho de Jesus Cristo.
O apóstolo admitiu que o seu ministério
havia sido muito difícil: ele havia sido severamente pressionado, amedrontado,
perseguido e maltratado fisicamente. No entanto, ainda afirmava que, apesar
desses problemas, Cristo não havia deixado de cuidar dele: ele não foi
angustiado, desanimado e nem destruído.
O ministério cristão não é fácil, mas suas
dificuldades trazem glória a Deus na medida em que ele triunfa sobre elas.
Os sofrimentos de Paulo e suas dificuldades
externas eram evidências para todos de que ele não tinha força eficaz nele
mesmo.
Assim conto Cristo morreu, Paulo sabia que
ele era tão bom quanto se estivesse "morto" em termos de sua própria
habilidade para cumprir o seu ministério.
Como Paulo, como todos os crentes, estava
em união com Cristo, ele falou da morte de Cristo e de sua ressurreição como um
padrão pelo qual entender as suas próprias experiências como um apóstolo de
Cristo.
Ele via os seus próprios sofrimentos como
uma parte dos de Cristo (veja 1.5; veja também o excelente artigo teológico da
BEG “A união com Cristo", em Gl 6). Deus usou a fraqueza de Paulo como um
meio de proclamação do poder de Jesus.
Embora Paulo tivesse sofrido muitas
tentações (como Jesus sofreu), o resultado de seu ministério foi o poder da
vida e ressurreição espirituais nos outros.
Os que recebem a mensagem e que se
beneficiam do ministério parecem se sair melhor neste mundo do que a pessoa que
leva a eles esse ministério e que sofre mais pela causa do evangelho. Isso
segue o padrão de Cristo (cf. 8.9).
Se a fé é genuína, ela normalmente se
expressa mediante palavras que afirmam a confiança no que Deus prometeu. Paulo
citou SI 116.10 da Septuaginta (a tradução grega do AT): “Cri, por isso falei”. Com esse mesmo espírito de fé, também nós
cremos, por isso também falamos – vs. 13.
Falamos assim porque sabemos que aquele que
ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus
e nos apresentará com todos eles. Essa é nossa esperança que não falha, mas
gera a fé, pela certeza de quem a prometeu, o qual é fiel para cumpri-la.
Paulo esboçou o objetivo do ministério
cristão, no vs. 15. A glória e a honra de Deus são o objetivo final, mas os
passos para alcançar esse objetivo incluem o benefício daqueles que receberam o
ministério e o aumento do número de pessoas que se beneficiaram. Quanto mais
pessoas são redimidas e quanto mais elas são abençoadas, mais Deus recebe honra.
Era por isso que ele declarava que não se
desanimava – vs. 16. Essa frase repete o vs. 1 onde Deus traria glória a ele mesmo,
mesmo por meio da fraqueza e do desânimo do ministério de Paulo.
O seu homem exterior poderia estar se corrompendo
com a idade, mas o seu homem interior, não. O contraste entre o exterior e o
interior não é simplesmente entre o corpo e a alma, mas também entre a natureza
antiga e caída da humanidade e a renovada.
Embora, segundo uma avaliação comum, as
suas tribulações não fossem leves (4.8-12; 6.4-10: 11.23-33), em comparação com
a glória eterna que seria dele um dia, Paulo as percebia como transitórias e
leves.
Paulo enxergava os problemas como uma
preparação para uma grande recompensa futura para os crentes. A fé e a
obediência de um crente - no sofrimento - são prazerosas e memoráveis para Deus
(Rm 8.17-18; 1 Pe 1.6-7). Nem todo sofrimento é, em si, entretanto, prazeroso
para Deus. Apenas aquele que é suportado em fé ("por causa de Jesus";
vs. 11) receberá o elogio de Deus.
II Co 4:1 Pelo que, tendo este ministério,
segundo a misericórdia que nos foi feita,
não desfalecemos; II Co 4:2
pelo contrário, rejeitamos
as coisas que,
por vergonhosas, se
ocultam,
não andando com astúcia,
nem adulterando a palavra de Deus;
antes, nos recomendamos à
consciência
de todo homem,
na presença de Deus,
pela manifestação da
verdade.
II Co 4:3 Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto,
é para os que se perdem que está encoberto,
II Co 4:4 nos quais o deus deste século
cegou o entendimento
dos incrédulos,
para que lhes não
resplandeça
a luz do evangelho da glória de Cristo,
o qual é a imagem de Deus.
II Co 4:5 Porque não nos pregamos a nós mesmos,
mas a Cristo Jesus como Senhor
e a nós mesmos
como vossos servos,
por amor de Jesus.
II Co 4:6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz,
ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus,
na face de Cristo.
II Co 4:7 Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro,
para que a excelência do
poder
seja de Deus
e não de nós.
II Co 4:8 Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados;
perplexos,
porém não desanimados;
II Co 4:9 perseguidos,
porém não desamparados;
abatidos,
porém não destruídos;
II Co 4:10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus,
para que também a sua vida se manifeste em nosso
corpo.
II Co 4:11 Porque nós, que vivemos,
somos sempre entregues à morte
por causa de Jesus,
para que também a vida de Jesus
se manifeste
em nossa carne mortal.
II Co 4:12 De modo que, em nós,
opera a morte,
mas, em vós,
a vida.
II Co 4:13 Tendo, porém, o mesmo espírito da fé,
como está escrito:
Eu cri;
por isso, é que falei.
Também nós cremos;
por isso, também falamos,
II Co 4:14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos ressuscitará com Jesus
e nos apresentará convosco.
II Co 4:15 Porque todas as coisas existem
por amor de vós,
para que a graça,
multiplicando-se, torne abundantes
as ações de graças
por meio de muitos,
para glória de Deus.
II Co 4:16 Por isso, não desanimamos;
pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se
corrompa,
contudo, o nosso homem
interior
se renova
de dia em dia.
II Co 4:17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós
eterno peso de glória,
acima de toda comparação,
II Co 4:18 não atentando nós
nas coisas que se vêem,
mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem
são temporais,
e as que se não vêem
são eternas.
Como comparar dois padrões tão diferentes
entre si? Por exemplo, um grão de areia com uma montanha. Assim, Paulo via a
questão de nossos sofrimentos atuais com relação à nossa glória futura e breve.
O pior de todos os sofrimentos que o homem
já suportou em vida não se compara ao mínimo da glória que está reservada aos
filhos de Deus que estão em Cristo Jesus.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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domingo, 3 de janeiro de 2016
domingo, janeiro 03, 2016
Jamais Desista
II Coríntios 3 1-18 - A NOVA ALIANÇA E OS CRENTES COMO CARTAS VIVAS DE DEUS!
Ressaltamos que II Coríntios foi escrita
para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e
encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo
a parte II, cap. 3/13.
Breve
síntese do capítulo 3.
O presente capítulo começa de forma
espetacular comparando os crentes a cartas vivas de Deus para os homens!
Nós somos essas cartas vivas, não escritas
com tinta e papel ou em tábuas e pedras, mas com carne e sangue.
Lembro-me de um testemunho de um amado
pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Taguatinga que tinha sido intimado pelos
demais pastores a apresentar seu relatório do ano que estava se findando e ele
não tinha feito nenhum relato.
Os seus colegas, todos, se levantavam e
apresentavam seus enormes relatórios, até que chegou a sua vez.
Ele subiu ao púlpito e sem relatos, começou
a pedir que ficassem de pé tais e tais pessoas e sobre cada uma foi
apresentando algo espetacular que tinha feito. No final, disse ao pastor
presidente: eis ai estão os meus relatórios, todos eles, em forma de cartas
vivas.
Depois Paulo vai falar da nova aliança que
é muito superior à antiga, pois nela a glória de Deus está no Espírito e
naquela, no que se desvanece. No entanto, somente há um jeito de perceber isso:
retirando-se o véu da antiga aliança, por meio somente da fé em Cristo Jesus.
Todos os que derem ouvidos a Deus terão seus
véus retirados, mas os que o resistirem e o rejeitarem por causa de suas
péssimas escolhas e orgulhos, permanecerão com o véu eternamente. Não ouça,
você, os espíritos, mas ouça o Espírito que ele te levará a toda a verdade.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios
haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com
uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto
pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a
BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança
de planos (1.12-2.4) – já vimos; C.
Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já
vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) –
estamos vendo; e, F. Alegria pela
chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4,
estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua
ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter
encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a
natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a
BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – veremos agora; 3. A nova e excelente
aliança (3.4-4.6) – começaremos a ver
agora; 4. Vasos de barro (4.7-5.10); 5. O ministério da reconciliação
(5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
2. A carta viva (3.1-3).
Os inimigos de Paulo usavam cartas de
recomendação para apoiar a própria causa. Paulo reagiu referindo-se aos
próprios coríntios como sendo a sua "carta viva" de recomendação.
Ambas as perguntas nesse versículo primeiro
são retóricas e implicam a resposta "não". De modo geral, Paulo não
fazia pouco das cartas de recomendação (At 15.25-26; 18.27; 1Co 16.10-11), mas
aparentemente seus oponentes haviam apresentado à igreja de Corinto algumas
cartas de recomendação fraudulentas.
Paulo mostrou que a sua carta era muito
superior, porque ele era recomendado pela mudança de vida dos cristãos
coríntios (vs. 2).
Essa afirmação indica que Paulo e seus
companheiros de trabalho tinham grande afeto pela igreja de Corinto. A leitura
alternativa, "seus corações", apesar de apoiada por poucos dos
manuscritos antigos, é também possível e faz sentido no contexto.
Assumindo essa última leitura, Paulo estava
alertando os coríntios a reconhecerem que a existência deles como igreja
constituía uma carta muito mais efetiva de recomendação para ele (2.17; 1Co 9.2).
Eles demonstravam ser uma carta de Cristo,
produzida pelo ministério deles. A igreja de Corinto era uma obra da graça de
Deus na qual Deus havia maravilhosamente usado Paulo e seus companheiros de
trabalho.
Essa "carta" que os coríntios
constituíam era superior às cartas escritas dos inimigos de Paulo porque a obra
do Espírito na vida dos coríntios era indubitavelmente verificável.
Os resultados observáveis na vida dos
coríntios atestaram a validade (cf. "conhecida e lida por todos", vs.
2) e superioridade do ministério de Paulo acima do de seus inimigos (cf.
11.1-5; 12.11).
Eles, como cartas vivas, não foram escritos
em tábuas de pedra – uma referência à lei e os Dez Mandamentos – mas, em tábuas
de carne. A "carta" composta pelas vidas dos coríntios também demonstrava
a validade do ministério de Paulo uma vez que a sua glória ultrapassava a
glória do ministério de Moisés.
Moisés havia dado a Israel os Dez Mandamentos
em tábuas de pedra (Dt 9.10), e Deus pretendia que essa lei fosse escrita no
coração do seu povo (Dt 6.6)- aliás, ela estava escrita no coração de alguns
(p. ex., SI 119.11).
Como um todo, entretanto, o povo de Israel
rejeitou o testemunho de Deus mediado por Moisés e não amou a lei de Deus e nem
a guardou no coração.
Como resultado, eles foram exilados na
Assíria e na Babilônia. Mas Jr 31.33; Ez 11.19; 36.26 falaram de um dia
vindouro quando Deus restauraria o seu povo do exílio. Nesse dia, todos os
povos de Deus obedeceriam a ele em justiça e guardariam a sua lei.
Embora essa promessa não será totalmente
cumprida até que Jesus volte (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em
seu excelente artigo teológico “O plano das eras, em Hb 7”).
Paulo indicou que ela já havia começado a
se cumprir mesmo durante o seu próprio ministério. Por essa razão, o seu
ministério ultrapassava até mesmo o de Moisés (vs. 6-16).
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6).
A partir do vs. 4 ao 4.4.6, veremos a nova
e gloriosa aliança. Paulo continuou a descrever a natureza do seu ministério
focalizando a glória associada ao seu trabalho.
A referência do vs. 4 é à confiança de
Paulo diante de Deus de que o seu ministério era autêntico e de que os
coríntios eram a sua "carta de recomendação" (vs. 1) que provava
isso. Entretanto, a confiança de Paulo não vinha dele mesmo, mas "por
intermédio de Cristo".
Essa palavra “capazes” ou “capacidade”
(NVI) é traduzida como "suficiente" em 2.16. Palavras gregas
semelhantes são usadas para "suficiência" nesse versículo e
"habilitou" no vs. 6.
Paulo aqui respondeu à pergunta de 2.16
("Quem... é suficiente para estas
coisas?"). Antes, ele havia desaprovado qualquer dependência de mera
habilidade humana (1Co 2.1-5).
Infelizmente, os inimigos de Paulo
valorizavam mais a habilidade mundana do que a competência que vem somente de
Deus. A nossa suficiência vem de Deus, ou seja, toda habilidade e todo poder no
ministério vem de Deus.
Por isso que ele nos capacitou, na nova
aliança, a sermos ministros. O novo relacionamento legal que Deus estabeleceu
com o seu povo por meio de Jesus Cristo e por meio da morte de Cristo.
Apesar de Deus não ter dado a lei mosaica
como um mero conjunto de letras para operarem sem o trabalho interior do
Espírito (Dt 6.6), o legalismo judaico havia reduzido a lei a pouco mais do que
um código externo.
Como resultado, os legalistas judeus se
baseavam nas meras leis escritas, as quais exigiam perfeita obediência, mas não
davam poder para obedecer (aqui, novamente a BEG recomenda leitura e reflexão
em seu excelente artigo teológico "Legalismo e antinomismo", em Rm 10).
Embora a lei matasse, por isso; o espírito,
vivificava. A obra do Espírito naqueles que seguem a Cristo não é divorciada
dos padrões morais da lei, porque o Espírito Santo escreve a lei de Deus no
coração do homem (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; 9.13-14), instilando amor pelos
padrões morais de Deus e poder para obedecer a eles (Rm 8.4; 1Co 7.19).
Nesse versículo, Paulo não estava querendo
dizer que não havia vida espiritual durante a antiga aliança, mas simplesmente
enfatizando que a lei escrita, que era característica da antiga aliança, não
poderia, por si só, produzir vida no povo de Deus.
Mas o Espírito Santo, cujo ministério
poderoso e doador de vidas caracteriza a nova aliança, traz nova vida numa
medida muito maior e numa distribuição mais ampla do que a que estava
disponível na antiga aliança.
A lei que deveria gerar vida, no entanto,
foi o ministério da morte. A lei era "para vida" (Rm 7.10-11), mas
ela se tornou um instrumento de morte para aqueles sem fé porque a lei os
condenava quando eles não obedeciam a ela.
Tanto era verdade que os filhos de Israel
não podiam fitar a face de Moisés. Mesmo na antiga aliança, durante o seu
ministério a Israel infiel (Nm 32.13), Moisés tinha a glória radiante de Deus
brilhando na sua face (Êx 34.29-35).
Se a aliança menos importante era, ainda
assim, gloriosa, como não será de maior glória o ministério do Espírito! – vs.
8. Ou seja, não haverá uma manifestação muito mais poderosa da glória de Deus
nestes tempos, quando o Espírito está mais presente e é mais poderoso?
Um dos ministérios trouxe a condenação – o da
lei – e o outro a justiça. Os crentes obtém a justiça na declaração legal
inicial de Deus que os declara justos ("justificação") no início da
vida cristã, no desenvolvimento dos pensamentos e ações justos
("santificação") e, finalmente, na nossa futura perfeição
("glorificação").
São estas as três principais fases na vida
de um cristão: a justificação (fomos justificados); a santificação (estamos
sendo santificados – é um processo que não se conclui na presente era) e
glorificação (seremos glorificados com Cristo Jesus).
Se o que se desvanecia, trouxe glória,
imaginem o que nunca se desvanece. A antiga aliança sempre foi planejada com o
objetivo de ser preliminar ao estágio final do plano de Deus para os tempos: a
era da nova aliança – ela é permanente - ou seja, a nova aliança durará para sempre.
Se assim temos tal esperança, obviamente
deveremos mostrar muito mais confiança. O esplendor da nova aliança, a qual não
falhará ou passará (vs. 11), dava esperança ao apóstolo e aumentava a sua
ousadia.
Paulo absolutamente não se envergonhava de
se posicionar diante do mundo inteiro e proclamar este excelente evangelho.
A referência à ousadia relaciona a
discussão dos vs. 7-11 com a defesa de Paulo do seu apostolado (10.1-2). Ele
foi ousado, não vacilante, enquanto os seus inimigos o acusavam (1.17-2.4).
Nessa epístola, a sua ousadia tomou a forma
de uma sinceridade destemida tão evidente que contrastava com o egoísmo
fraudulento dos seus inimigos (2.17).
Eram diferente Paulo e os cristãos dos
filhos de Israel que colocavam um véu sobre a face para não contemplarem o
rosto do que se desvanecia.
O véu de Moisés não era usado para proteger
os israelitas de serem feridos ou amedrontados pelo brilho de sua face - ele
mostrava o seu rosto quando falava com eles (Ex 34.33).
Moisés usava o véu no intervalo de tempo
entre os seus encontros com Deus para fazer com que os israelitas não vissem
que a sua glória se "desvanecia" ou que era somente temporária (Ex
34.29-35).
Paulo enfatizou que a glória de Moisés como
um ministro da antiga aliança era temporária e evanescente em contraste com a
glória maior da nova aliança.
Paulo não se envergonhava de mostrar ao
mundo toda a glória do novo ministério da nova aliança, porque essa glória não
se desvanecerá.
Assim, o mesmo véu permanece sobre eles.
Mesmo hoje, Paulo disse, muitas pessoas judias não podem ver que, por mais
gloriosa que tivesse sido, a antiga aliança era um precursor temporário da
nova.
O véu permanece somente até a pessoa se
converte a Cristo. Ai, sim, o véu é retirado, pois o Senhor é Espírito e onde
está o Espírito do Senhor, aí há liberdade – vs. 16-17 - ou seja, liberdade da morte,
do pecado e da obediência à lei.
Paulo falou sobre a intima relação entre
Cristo e o Espírito Santo. Pela virtude de sua ressurreição e ascensão, Cristo
e o Espírito doador da vida estão tão intimamente identificados em função (não
em pessoa) que também são idênticos na experiência do crente (1Co 15.45).
Desse modo, ao mesmo tempo, Paulo falou
sobre o crente sendo habitado pelo "Espírito", pelo "Espírito de
Deus", pelo "Espírito de Cristo" e por "Cristo" (Rm
8.9-11; cf. At 16.6-7).
Ao falar sobre esse relacionamento, Paulo
não obscureceu a distinção entre as pessoas da Trindade, mas somente indicou
que elas cooperam em suas funções.
De modo alternativo, esse versículo pode
interpretar o significado de Ex 34.34, indicando que o "Senhor" desse
versículo é o Espírito Santo, que atuou em Moisés de maneira semelhante à
maneira que agora opera naqueles que ministram com base na nova aliança.
Uma experiência característica dos crentes
da nova aliança é descrita aqui.
Diferente de Moisés (vs. 13) que cobria o
seu rosto com o véu a fim de esconder a glória que se desvanecia, Paulo
permanecia descoberto diante das pessoas com o rosto desvendado, sabendo que a
glória da nova aliança nunca iria diminuir, mas somente aumentar, ainda que
ele, na presente fase pudesse se desvanecer completamente.
Do mesmo modo, os crentes agora se mostram
desembaraçadamente diante do mundo, "refletindo" na própria vida a
glória de Cristo.
Longe de manifestarem glória temporária, os
crentes refletem uma glória sempre crescente à medida que são transformados
progressivamente à semelhança de Cristo.
As outras aplicações dessa palavra grega “transformação”
no Novo Testamento se reterem à transfiguração de Cristo (Mt 17.2; Mc 9.2) e à
contínua transformação dos crentes pela renovação de suas mentes (Rm 12.2).
Todos nós contemplamos – vs. 18 - a glória
do Senhor conforme a imagem (como em um espelho) que estamos sendo
transformados, na sua própria imagem. Uma referência ao crescimento da pessoa
ao longo de sua vida à semelhança de Cristo. Trata-se de um crescimento moral e
espiritual que Paulo chamou de "a crescente glória".
Os crentes estão sendo restaurados a uma
semelhança cada vez maior à imagem de Deus, imagem essa que foi desfigurada na
queda de Adão. Em Gl 4.19, Paulo se angustiava mesmo até que pudessem os
cristãos se transformarem em verdadeiros Cristos – como me angustio até que
Cristo seja formado em vós!
II Co 3:1
Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos?
Ou temos
necessidade, como alguns, de cartas de recomendação
para vós outros ou de vós?
II Co 3:2 Vós
sois a nossa carta,
escrita em nosso coração,
conhecida
e lida por todos os homens,
II Co 3:3
estando já manifestos como carta de Cristo,
produzida pelo nosso ministério,
escrita não com tinta,
mas pelo Espírito do Deus vivente,
não em tábuas de pedra,
mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.
II Co 3:4 E é
por intermédio de Cristo
que temos tal confiança em Deus; II Co 3:5
não que, por
nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa,
como se partisse de nós;
pelo contrário,
a nossa suficiência
vem de Deus, II Co 3:6
o qual nos habilitou para sermos
ministros de uma nova aliança,
não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata,
mas o espírito vivifica.
II Co 3:7 E,
se o ministério da morte,
gravado com letras em pedras,
se revestiu de glória,
a ponto de os filhos de Israel não poderem
fitar a face de Moisés,
por causa da glória do seu rosto,
ainda que desvanecente,
II Co 3:8 como não será de maior glória
o ministério do Espírito!
II Co 3:9
Porque, se o ministério da condenação
foi glória, em muito maior proporção será glorioso
o ministério da justiça.
II Co 3:10
Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado,
neste respeito, já não resplandece,
diante da atual sobreexcelente glória.
II Co 3:11
Porque, se o que se desvanecia teve sua glória,
muito mais glória tem o que é permanente.
II Co 3:12
Tendo, pois, tal esperança,
servimo-nos de muita ousadia no falar.
II Co 3:13 E não somos como Moisés,
que punha véu sobre a face,
para que os filhos de Israel
não atentassem na terminação
do que se desvanecia.
II Co 3:14 Mas os sentidos deles se embotaram.
Pois até ao dia de hoje,
quando fazem a leitura da antiga aliança,
o mesmo véu permanece,
não lhes sendo revelado que,
em Cristo, é removido.
II Co 3:15 Mas até hoje, quando é lido Moisés,
o véu está posto sobre o coração deles.
II Co 3:16
Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor,
o véu lhe é retirado.
II Co 3:17
Ora, o Senhor é o Espírito;
e, onde está
o Espírito do Senhor,
aí há liberdade.
II Co 3:18 E
todos nós,
com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor,
somos transformados,
de glória em glória,
na sua própria imagem,
como pelo Senhor,
o Espírito.
No futuro, ninguém poderá alegar que fomos
privilegiados em relação aos demais porque conhecemos ao Senhor e nisso
prosseguimos, pois diante de todos a justiça, o amor e a verdade estão expostos
claramente, mas para poderem ver, é necessário abandonar o que se desvanece e
seguir o novo. A novidade de vida é Cristo Jesus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
sábado, 2 de janeiro de 2016
sábado, janeiro 02, 2016
Jamais Desista
II Coríntios 2 1-17 - O BOM PERFUME DE DEUS!
Ressaltamos que II Coríntios foi escrita
para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e
encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo
a parte II, cap. 2/13.
Breve
síntese do capítulo 2.
Paulo
continua seu discurso justificando-se e apresentando fatos importantes para mudar
a opinião formada a seu respeito com relação à pregação do evangelho de Cristo,
pelo que fora chamado e se sente abençoado em ajudar os irmãos.
Nesse
capítulo, Paulo vai explicar que somos de Deus o bom perfume de Cristo que
estará espalhando a vida em doces fragrâncias por causa da mensagem do
evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios
haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com
uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto
pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a
BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança
de planos (1.12-2.4) – concluiremos agora;
C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – veremos agora; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – veremos agora; E. A maravilha do
ministério da nova aliança (2.14-7.4) – começaremos
a ver agora; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) - continuação.
Como já dissemos, alguns membros da igreja
de Corinto haviam acusado Paulo de falta de integridade porque ele não havia
cumprido seus planos anteriores de visitá-los.
Depois da visita "em tristeza" (vs.
1), Paulo escreveu uma carta de repreensão à igreja de Corinto, enviando-a
pelas mãos de Tito (2.13; 7.6-7,13-14).
Ele a escreveu no meio de muitos
sofrimentos e angústias de coração – vs. 4. Paulo continuou aqui falando sobre
o que muitos têm chamado sua "carta severa" (que não chegou até nós)
que havia sido enviada à igreja de Corinto como uma repreensão depois de sua
rápida e angustiante visita a eles.
O propósito de Paulo ao escrever a carta
severa não era fazer com que os coríntios se sentissem entristecidos, mas
demonstrar que o seu amor por eles era tão profundo que ele sempre procurava o melhor
interesse deles, mesmo quando isso significava causar dor tanto a eles como a
ele próprio.
C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11).
Paulo tocou agora numa questão que envolvia
a disciplina na igreja.
Com frequência, essa passagem – vs. 5 - é
considerada como se referindo ao caso do homem que estava tendo um relacionamento
com a esposa do próprio pai (1Co 5.1-8). Essa identificação é questionável
porque, diferente da má ação considerada aqui, a ofensa em 1Co 5 não havia sido
praticada contra Paulo (vs. 5,10).
E também, 1Co 5 não parece ter sido escrita
com a finalidade de testar a obediência dos coríntios, enquanto aqui Paulo
explicitamente pretendia testar os coríntios com a situação referida (vs. 9).
Aparentemente, depois de Paulo ter deixado
Corinto ou pelo menos depois de Tito ter ido com a "carta severa", os
coríntios haviam exercitado a disciplina da igreja contra o ofensor (cf. Mt
18.15-20).
A disciplina da igreja não deveria continuar
depois de ter havido arrependimento pelo erro.
Esses devem ser os objetivos da disciplina
da igreja:
ü
A
glória de Cristo.
ü
A
pureza da igreja.
ü
A
restauração do pecador.
Quanto ao perdão, Paulo confiava no
julgamento da congregação dos coríntios. A presença de Cristo era um tema comum
nessa epístola. Todas as nossas ações não são realizadas em sigilo, mas na
presença de Cristo, o Senhor da igreja. Se tanto Paulo como Cristo já haviam
perdoado o ofensor, os crentes coríntios deveriam fazer o mesmo (cf. Mt 16.19;
Jo 20.23).
Isso para que Satanás não alcançasse
vantagem sobre nós. Satanás pode obter uma vitória contra nós persuadindo-nos a
não executar a disciplina da igreja de modo algum ou convencendo-nos a
permanecer duros e sem perdoar depois de ter acontecido uma mudança no coração
do pecador.
D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13).
Paulo descreveu de modo breve as suas
viagens a Trôade e Macedônia, que haviam acontecido durante o tempo em que ele
estava esperando a palavra de Corinto.
Trôade era uma cidade ao noroeste da Ásia
Menor (atual Turquia), de onde Paulo velejaria para Filipos (na Europa). Foi em
Trôade que Paulo havia anteriormente tido a visão do homem da Macedônia
implorando que ele fosse e ajudasse (At 16.9).
Deus havia providenciado oportunidades de
pregação do evangelho. Paulo sabia que só o trabalho soberano de Deus tornava o
evangelismo eficaz; a menos que Deus abrisse uma porta, não haveria
possibilidade de nenhum trabalho bem-sucedido.
Paulo afirmava que não estava tranquilo em seu
espírito, literalmente, "Não tive
descanso no meu espírito". Paulo havia esperado que Tito o estivesse
esperando em Trôade com a notícia de que a "carta severa" havia sido
bem recebida. Não encontrando Tito, ficou profundamente perturbado.
Por isso, despediu-se deles e foi para a
Macedônia. Uma tremenda oportunidade para um ministério eficaz não fez que
Paulo deixasse o compromisso principal de cuidar da igreja de Corinto e
ajudá-los a resolver os seus problemas.
Paulo continuava a sentir uma profunda
preocupação por todas as igrejas (11.28-29).
Paulo provavelmente foi para Filipos na
Macedônia e depois talvez para Tessalônica ou Sereia antes de Tito chegar. At
16.8-18.1 descreve a viagem anterior de Paulo ao longo dessa rota. Nesse ponto,
a narrativa sobre o seu relacionamento com a igreja de Corinto é interrompida
até 7.5-16, onde o relato da chegada de Tito é finalizado.
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4).
Dos vs. 14 ao 7.4, veremos a grandeza do
ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja
de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo
se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
A descrição que ele faz do seu ministério
do evangelho é dividida em seis seções: seu ministério evangelístico como um
cortejo triunfal (2.14-17), seus convertidos conto cartas vivas (3.1-3), a
glória do seu ministério da nova aliança (3.4-4.6), o tesouro do evangelho em
jarros de barro (4.7-5.10), o objetivo da reconciliação (5.11-6.13) e a importância
de separar-se do mal (6.14-7.4).
Elas formarão a seguinte divisão proposta
que estaremos seguindo conforme a BEG: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – veremos agora; 2. A carta viva (3.1-3);
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6); 4. Vasos de barro (4.7-5.10); 5. O ministério
da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1
4-7.4)
1. A vitória no ministério (2.14-17).
Paulo iniciou a descrição do seu ministério
em termos de um cortejo triunfal romano. Apesar das dificuldades que ele havia
experimentado como ministro do evangelho viajante, Paulo sabia que o seu
trabalho estava apropriadamente descrito como um cortejo de vitória.
Paulo via a si mesmo como uma parte do cortejo
da vitória de Deus. Assim como um general da Antiguidade liderava uma parada
vitoriosa quando voltava à sua própria cidade, com os cativos que havia
conquistado seguindo atrás, Paulo sabia que Deus o estava usando a fim de
alcançar a vitória por meio do evangelho.
Todos os que participam espalhando as
boas-novas de Cristo marcham no cortejo de triunfo do seu grande Rei, à medida
que as forças do inimigo se desmoronam enquanto ele avança.
Retrocessos momentâneos (como os que Paulo
experimentou em Trôade) são temporais - os olhos da fé veem o progresso
implacável do reino de Deus. Deus sempre "nos conduz em triunfo".
A doçura da sabedoria de Cristo traz
bem-estar ao coração dos crentes. É Deus que sempre está nos conduzindo
vitoriosamente em Cristo e por meio dos crentes, Deus está exalando, em todo
lugar, aquela fragrância do seu conhecimento, sendo nós considerados para com
Deus o bom perfume de Cristo.
O fato de que nós somos uma fragrância doce
para Deus significa que ele se regozija em nós e em nossa vida. Esse é um
cumprimento dos sacrifícios do Antigo Testamento, dos quais a fumaça exalava um
"aroma agradável ao Senhor"
(Lv 1.17).
É esse um aroma de vida. Os crentes verdadeiros
exalam um perfume agradável, não somente em termos de seu relacionamento com
Deus, mas também em suas interações com aqueles ao seu redor.
Por outro lado, a vida dos crentes
amedronta os incrédulos, que reconhecem que falta neles mesmos a doçura do
aroma espiritual - uma advertência a respeito do julgamento iminente (Fp 1.28).
É trágico que, tanto antes como agora,
muitos pregam o evangelho (ou ensinam o Cristianismo) somente conto um meio de
ganhar a vida.
O objetivo de Paulo não era o de obter
benefício próprio ou uma recompensa financeira, mas a glória de Deus, na
presença de Deus.
Todo o ministério de Paulo era realizado na
presença de Deus - um forte motivo para que mantivesse a sua consciência limpa
(1.12; At 23.1; 1Tm 1.5; 2Tm 1.3).
II Co 2:1 Isto deliberei por mim mesmo:
não voltar a encontrar-me convosco em tristeza.
II Co 2:2 Porque, se eu vos entristeço,
quem me alegrará,
senão aquele que está
entristecido por mim mesmo?
II Co 2:3 E isto escrevi para que, quando for,
não tenha tristeza da parte daqueles que deveriam
alegrar-me,
confiando em todos vós de que a minha alegria é
também a vossa.
II Co 2:4 Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração,
vos escrevi, com muitas lágrimas,
não para que ficásseis
entristecidos,
mas para que conhecêsseis o
amor que vos consagro
em grande medida.
II Co 2:5 Ora, se alguém causou tristeza,
não o fez apenas a mim,
mas, para que eu não seja
demasiadamente áspero,
digo que em parte a todos
vós;
II Co 2:6 basta-lhe a punição pela maioria.
II Co 2:7 De modo que deveis, pelo contrário,
perdoar-lhe
e confortá-lo,
para que não seja o mesmo
consumido
por excessiva tristeza.
II Co 2:8 Pelo que vos rogo que confirmeis para com
ele
o vosso amor.
II Co 2:9 E foi por isso também que vos escrevi,
para ter prova de que, em
tudo,
sois obedientes.
II Co 2:10 A quem perdoais
alguma coisa,
também eu perdôo;
porque, de fato, o que tenho
perdoado
(se alguma coisa tenho
perdoado),
por causa de vós o fiz
na presença de Cristo;
II Co 2:11 para que Satanás
não alcance
vantagem sobre nós,
pois não lhe ignoramos os desígnios.
II Co 2:12 Ora, quando cheguei a Trôade
para pregar o evangelho de Cristo,
e uma porta se me abriu no Senhor,
II Co 2:13 não tive,
contudo, tranqüilidade no meu espírito,
porque não encontrei o meu
irmão Tito;
por isso, despedindo-me deles,
parti para a Macedônia.
II Co 2:14 Graças, porém, a Deus, que,
em Cristo,
sempre nos conduz em
triunfo
e, por meio de nós,
manifesta em todo lugar
a fragrância do seu
conhecimento.
II Co 2:15 Porque nós somos para com Deus
o bom perfume de Cristo,
tanto nos que são salvos
como nos que se perdem.II
Co 2:16
Para com estes, cheiro de morte para morte;
para com aqueles,
aroma de vida para vida.
Quem, porém, é suficiente para estas coisas?
II Co 2:17 Porque nós não estamos,
como tantos outros,
mercadejando a palavra de
Deus;
antes, em Cristo
é que falamos
na presença de Deus,
com sinceridade
e da parte do próprio Deus.
Por
exemplo, não posso deixar de observar que Paulo tinha uma grande luta com os
mercadores da palavra de Deus! Será que nos dias atuais ainda existem homens,
apóstolos, pastores, bispos, guias, mestres que mercadejam a palavra de Deus?
Que
possamos como Paulo dizer: “eu, Daniel
Deusdete, em Cristo falo, na presença de Deus, com sinceridade e da parte do
próprio Deus...”
Ao
contrário de muitos (em nossa era presente, em pleno século XXI está cheio),
não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante
de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus – vs. 17.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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