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domingo, 3 de janeiro de 2016

II Coríntios 3 1-18 - A NOVA ALIANÇA E OS CRENTES COMO CARTAS VIVAS DE DEUS!

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 3/13.
Breve síntese do capítulo 3.
O presente capítulo começa de forma espetacular comparando os crentes a cartas vivas de Deus para os homens!
Nós somos essas cartas vivas, não escritas com tinta e papel ou em tábuas e pedras, mas com carne e sangue.
Lembro-me de um testemunho de um amado pastor na Primeira Igreja Presbiteriana de Taguatinga que tinha sido intimado pelos demais pastores a apresentar seu relatório do ano que estava se findando e ele não tinha feito nenhum relato.
Os seus colegas, todos, se levantavam e apresentavam seus enormes relatórios, até que chegou a sua vez.
Ele subiu ao púlpito e sem relatos, começou a pedir que ficassem de pé tais e tais pessoas e sobre cada uma foi apresentando algo espetacular que tinha feito. No final, disse ao pastor presidente: eis ai estão os meus relatórios, todos eles, em forma de cartas vivas.
Depois Paulo vai falar da nova aliança que é muito superior à antiga, pois nela a glória de Deus está no Espírito e naquela, no que se desvanece. No entanto, somente há um jeito de perceber isso: retirando-se o véu da antiga aliança, por meio somente da fé em Cristo Jesus.
Todos os que derem ouvidos a Deus terão seus véus retirados, mas os que o resistirem e o rejeitarem por causa de suas péssimas escolhas e orgulhos, permanecerão com o véu eternamente. Não ouça, você, os espíritos, mas ouça o Espírito que ele te levará a toda a verdade.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – já vimos; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – já vimos; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – já vimos; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – estamos vendo; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) - continuação.
Como já dissemos, dos vs. 2.14 ao 7.4, estamos vendo a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
Assim, dividimos essa seção “E”, conforme a BEG, igualmente em seis: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – já vimos; 2. A carta viva (3.1-3) – veremos agora; 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6) – começaremos a ver agora; 4. Vasos de barro (4.7-5.10); 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
2. A carta viva (3.1-3).
Os inimigos de Paulo usavam cartas de recomendação para apoiar a própria causa. Paulo reagiu referindo-se aos próprios coríntios como sendo a sua "carta viva" de recomendação.
Ambas as perguntas nesse versículo primeiro são retóricas e implicam a resposta "não". De modo geral, Paulo não fazia pouco das cartas de recomendação (At 15.25-26; 18.27; 1Co 16.10-11), mas aparentemente seus oponentes haviam apresentado à igreja de Corinto algumas cartas de recomendação fraudulentas.
Paulo mostrou que a sua carta era muito superior, porque ele era recomendado pela mudança de vida dos cristãos coríntios (vs. 2).
Essa afirmação indica que Paulo e seus companheiros de trabalho tinham grande afeto pela igreja de Corinto. A leitura alternativa, "seus corações", apesar de apoiada por poucos dos manuscritos antigos, é também possível e faz sentido no contexto.
Assumindo essa última leitura, Paulo estava alertando os coríntios a reconhecerem que a existência deles como igreja constituía uma carta muito mais efetiva de recomendação para ele (2.17; 1Co 9.2).
Eles demonstravam ser uma carta de Cristo, produzida pelo ministério deles. A igreja de Corinto era uma obra da graça de Deus na qual Deus havia maravilhosamente usado Paulo e seus companheiros de trabalho.
Essa "carta" que os coríntios constituíam era superior às cartas escritas dos inimigos de Paulo porque a obra do Espírito na vida dos coríntios era indubitavelmente verificável.
Os resultados observáveis na vida dos coríntios atestaram a validade (cf. "conhecida e lida por todos", vs. 2) e superioridade do ministério de Paulo acima do de seus inimigos (cf. 11.1-5; 12.11).
Eles, como cartas vivas, não foram escritos em tábuas de pedra – uma referência à lei e os Dez Mandamentos – mas, em tábuas de carne. A "carta" composta pelas vidas dos coríntios também demonstrava a validade do ministério de Paulo uma vez que a sua glória ultrapassava a glória do ministério de Moisés.
Moisés havia dado a Israel os Dez Mandamentos em tábuas de pedra (Dt 9.10), e Deus pretendia que essa lei fosse escrita no coração do seu povo (Dt 6.6)- aliás, ela estava escrita no coração de alguns (p. ex., SI 119.11).
Como um todo, entretanto, o povo de Israel rejeitou o testemunho de Deus mediado por Moisés e não amou a lei de Deus e nem a guardou no coração.
Como resultado, eles foram exilados na Assíria e na Babilônia. Mas Jr 31.33; Ez 11.19; 36.26 falaram de um dia vindouro quando Deus restauraria o seu povo do exílio. Nesse dia, todos os povos de Deus obedeceriam a ele em justiça e guardariam a sua lei.
Embora essa promessa não será totalmente cumprida até que Jesus volte (a BEG recomenda aqui a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico “O plano das eras, em Hb 7”).
Paulo indicou que ela já havia começado a se cumprir mesmo durante o seu próprio ministério. Por essa razão, o seu ministério ultrapassava até mesmo o de Moisés (vs. 6-16).
3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6).
A partir do vs. 4 ao 4.4.6, veremos a nova e gloriosa aliança. Paulo continuou a descrever a natureza do seu ministério focalizando a glória associada ao seu trabalho.
A referência do vs. 4 é à confiança de Paulo diante de Deus de que o seu ministério era autêntico e de que os coríntios eram a sua "carta de recomendação" (vs. 1) que provava isso. Entretanto, a confiança de Paulo não vinha dele mesmo, mas "por intermédio de Cristo".
Essa palavra “capazes” ou “capacidade” (NVI) é traduzida como "suficiente" em 2.16. Palavras gregas semelhantes são usadas para "suficiência" nesse versículo e "habilitou" no vs. 6.
Paulo aqui respondeu à pergunta de 2.16 ("Quem... é suficiente para estas coisas?"). Antes, ele havia desaprovado qualquer dependência de mera habilidade humana (1Co 2.1-5).
Infelizmente, os inimigos de Paulo valorizavam mais a habilidade mundana do que a competência que vem somente de Deus. A nossa suficiência vem de Deus, ou seja, toda habilidade e todo poder no ministério vem de Deus.
Por isso que ele nos capacitou, na nova aliança, a sermos ministros. O novo relacionamento legal que Deus estabeleceu com o seu povo por meio de Jesus Cristo e por meio da morte de Cristo.
Apesar de Deus não ter dado a lei mosaica como um mero conjunto de letras para operarem sem o trabalho interior do Espírito (Dt 6.6), o legalismo judaico havia reduzido a lei a pouco mais do que um código externo.
Como resultado, os legalistas judeus se baseavam nas meras leis escritas, as quais exigiam perfeita obediência, mas não davam poder para obedecer (aqui, novamente a BEG recomenda leitura e reflexão em seu excelente artigo teológico "Legalismo e antinomismo", em Rm 10).
Embora a lei matasse, por isso; o espírito, vivificava. A obra do Espírito naqueles que seguem a Cristo não é divorciada dos padrões morais da lei, porque o Espírito Santo escreve a lei de Deus no coração do homem (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12; 9.13-14), instilando amor pelos padrões morais de Deus e poder para obedecer a eles (Rm 8.4; 1Co 7.19).
Nesse versículo, Paulo não estava querendo dizer que não havia vida espiritual durante a antiga aliança, mas simplesmente enfatizando que a lei escrita, que era característica da antiga aliança, não poderia, por si só, produzir vida no povo de Deus.
Mas o Espírito Santo, cujo ministério poderoso e doador de vidas caracteriza a nova aliança, traz nova vida numa medida muito maior e numa distribuição mais ampla do que a que estava disponível na antiga aliança.
A lei que deveria gerar vida, no entanto, foi o ministério da morte. A lei era "para vida" (Rm 7.10-11), mas ela se tornou um instrumento de morte para aqueles sem fé porque a lei os condenava quando eles não obedeciam a ela.
Tanto era verdade que os filhos de Israel não podiam fitar a face de Moisés. Mesmo na antiga aliança, durante o seu ministério a Israel infiel (Nm 32.13), Moisés tinha a glória radiante de Deus brilhando na sua face (Êx 34.29-35).
Se a aliança menos importante era, ainda assim, gloriosa, como não será de maior glória o ministério do Espírito! – vs. 8. Ou seja, não haverá uma manifestação muito mais poderosa da glória de Deus nestes tempos, quando o Espírito está mais presente e é mais poderoso?
Um dos ministérios trouxe a condenação – o da lei – e o outro a justiça. Os crentes obtém a justiça na declaração legal inicial de Deus que os declara justos ("justificação") no início da vida cristã, no desenvolvimento dos pensamentos e ações justos ("santificação") e, finalmente, na nossa futura perfeição ("glorificação").
São estas as três principais fases na vida de um cristão: a justificação (fomos justificados); a santificação (estamos sendo santificados – é um processo que não se conclui na presente era) e glorificação (seremos glorificados com Cristo Jesus).
Se o que se desvanecia, trouxe glória, imaginem o que nunca se desvanece. A antiga aliança sempre foi planejada com o objetivo de ser preliminar ao estágio final do plano de Deus para os tempos: a era da nova aliança – ela é permanente - ou seja, a nova aliança durará para sempre.
Se assim temos tal esperança, obviamente deveremos mostrar muito mais confiança. O esplendor da nova aliança, a qual não falhará ou passará (vs. 11), dava esperança ao apóstolo e aumentava a sua ousadia.
Paulo absolutamente não se envergonhava de se posicionar diante do mundo inteiro e proclamar este excelente evangelho.
A referência à ousadia relaciona a discussão dos vs. 7-11 com a defesa de Paulo do seu apostolado (10.1-2). Ele foi ousado, não vacilante, enquanto os seus inimigos o acusavam (1.17-2.4).
Nessa epístola, a sua ousadia tomou a forma de uma sinceridade destemida tão evidente que contrastava com o egoísmo fraudulento dos seus inimigos (2.17).
Eram diferente Paulo e os cristãos dos filhos de Israel que colocavam um véu sobre a face para não contemplarem o rosto do que se desvanecia.
O véu de Moisés não era usado para proteger os israelitas de serem feridos ou amedrontados pelo brilho de sua face - ele mostrava o seu rosto quando falava com eles (Ex 34.33).
Moisés usava o véu no intervalo de tempo entre os seus encontros com Deus para fazer com que os israelitas não vissem que a sua glória se "desvanecia" ou que era somente temporária (Ex 34.29-35).
Paulo enfatizou que a glória de Moisés como um ministro da antiga aliança era temporária e evanescente em contraste com a glória maior da nova aliança.
Paulo não se envergonhava de mostrar ao mundo toda a glória do novo ministério da nova aliança, porque essa glória não se desvanecerá.
Assim, o mesmo véu permanece sobre eles. Mesmo hoje, Paulo disse, muitas pessoas judias não podem ver que, por mais gloriosa que tivesse sido, a antiga aliança era um precursor temporário da nova.
Sobre eles ainda, o véu – vs. 15 - está posto sobre o coração deles. Aqui a metáfora muda de alguma maneira (como é sempre o caso nos escritos de Paulo). O véu não mais cobre a face de Moisés, mas o coração dos israelitas. Mesmo assim, o efeito é o mesmo: eles não conseguem enxergar a natureza temporária da antiga aliança.
O véu permanece somente até a pessoa se converte a Cristo. Ai, sim, o véu é retirado, pois o Senhor é Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade – vs. 16-17 - ou seja, liberdade da morte, do pecado e da obediência à lei.
Paulo falou sobre a intima relação entre Cristo e o Espírito Santo. Pela virtude de sua ressurreição e ascensão, Cristo e o Espírito doador da vida estão tão intimamente identificados em função (não em pessoa) que também são idênticos na experiência do crente (1Co 15.45).
Desse modo, ao mesmo tempo, Paulo falou sobre o crente sendo habitado pelo "Espírito", pelo "Espírito de Deus", pelo "Espírito de Cristo" e por "Cristo" (Rm 8.9-11; cf. At 16.6-7).
Ao falar sobre esse relacionamento, Paulo não obscureceu a distinção entre as pessoas da Trindade, mas somente indicou que elas cooperam em suas funções.
De modo alternativo, esse versículo pode interpretar o significado de Ex 34.34, indicando que o "Senhor" desse versículo é o Espírito Santo, que atuou em Moisés de maneira semelhante à maneira que agora opera naqueles que ministram com base na nova aliança.
Uma experiência característica dos crentes da nova aliança é descrita aqui.
Diferente de Moisés (vs. 13) que cobria o seu rosto com o véu a fim de esconder a glória que se desvanecia, Paulo permanecia descoberto diante das pessoas com o rosto desvendado, sabendo que a glória da nova aliança nunca iria diminuir, mas somente aumentar, ainda que ele, na presente fase pudesse se desvanecer completamente.
Do mesmo modo, os crentes agora se mostram desembaraçadamente diante do mundo, "refletindo" na própria vida a glória de Cristo.
Longe de manifestarem glória temporária, os crentes refletem uma glória sempre crescente à medida que são transformados progressivamente à semelhança de Cristo.
As outras aplicações dessa palavra grega “transformação” no Novo Testamento se reterem à transfiguração de Cristo (Mt 17.2; Mc 9.2) e à contínua transformação dos crentes pela renovação de suas mentes (Rm 12.2).
Todos nós contemplamos – vs. 18 - a glória do Senhor conforme a imagem (como em um espelho) que estamos sendo transformados, na sua própria imagem. Uma referência ao crescimento da pessoa ao longo de sua vida à semelhança de Cristo. Trata-se de um crescimento moral e espiritual que Paulo chamou de "a crescente glória".
Os crentes estão sendo restaurados a uma semelhança cada vez maior à imagem de Deus, imagem essa que foi desfigurada na queda de Adão. Em Gl 4.19, Paulo se angustiava mesmo até que pudessem os cristãos se transformarem em verdadeiros Cristos – como me angustio até que Cristo seja formado em vós!
II Co 3:1 Começamos, porventura, outra vez a recomendar-nos a nós mesmos?
Ou temos necessidade, como alguns, de cartas de recomendação
para vós outros ou de vós?
II Co 3:2 Vós sois a nossa carta,
escrita em nosso coração,
conhecida
e lida por todos os homens,
II Co 3:3 estando já manifestos como carta de Cristo,
produzida pelo nosso ministério,
escrita não com tinta,
mas pelo Espírito do Deus vivente,
não em tábuas de pedra,
mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.
II Co 3:4 E é por intermédio de Cristo
que temos tal confiança em Deus; II Co 3:5
não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa,
como se partisse de nós;
pelo contrário,
a nossa suficiência
vem de Deus, II Co 3:6
o qual nos habilitou para sermos
ministros de uma nova aliança,
não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata,
mas o espírito vivifica.
II Co 3:7 E, se o ministério da morte,
gravado com letras em pedras,
se revestiu de glória,
a ponto de os filhos de Israel não poderem
fitar a face de Moisés,
por causa da glória do seu rosto,
ainda que desvanecente,
II Co 3:8 como não será de maior glória
o ministério do Espírito!
II Co 3:9 Porque, se o ministério da condenação
foi glória, em muito maior proporção será glorioso
o ministério da justiça.
II Co 3:10 Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado,
neste respeito, já não resplandece,
diante da atual sobreexcelente glória.
II Co 3:11 Porque, se o que se desvanecia teve sua glória,
muito mais glória tem o que é permanente.
II Co 3:12 Tendo, pois, tal esperança,
servimo-nos de muita ousadia no falar.
II Co 3:13 E não somos como Moisés,
que punha véu sobre a face,
para que os filhos de Israel
não atentassem na terminação
do que se desvanecia.
II Co 3:14 Mas os sentidos deles se embotaram.
Pois até ao dia de hoje,
quando fazem a leitura da antiga aliança,
o mesmo véu permanece,
não lhes sendo revelado que,
em Cristo, é removido.
II Co 3:15 Mas até hoje, quando é lido Moisés,
o véu está posto sobre o coração deles.
II Co 3:16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor,
o véu lhe é retirado.
II Co 3:17 Ora, o Senhor é o Espírito;
e, onde está o Espírito do Senhor,
aí há liberdade.
II Co 3:18 E todos nós,
com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor,
somos transformados,
de glória em glória,
na sua própria imagem,
como pelo Senhor,
o Espírito.
No futuro, ninguém poderá alegar que fomos privilegiados em relação aos demais porque conhecemos ao Senhor e nisso prosseguimos, pois diante de todos a justiça, o amor e a verdade estão expostos claramente, mas para poderem ver, é necessário abandonar o que se desvanece e seguir o novo. A novidade de vida é Cristo Jesus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...

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sábado, 2 de janeiro de 2016

II Coríntios 2 1-17 - O BOM PERFUME DE DEUS!

Ressaltamos que II Coríntios foi escrita para expressar carinho e gratidão pelo arrependimento que houve em Corinto e encorajar uma maior lealdade a Paulo como um apóstolo de Cristo. Estamos vendo a parte II, cap. 2/13.
Breve síntese do capítulo 2.
Paulo continua seu discurso justificando-se e apresentando fatos importantes para mudar a opinião formada a seu respeito com relação à pregação do evangelho de Cristo, pelo que fora chamado e se sente abençoado em ajudar os irmãos.
Nesse capítulo, Paulo vai explicar que somos de Deus o bom perfume de Cristo que estará espalhando a vida em doces fragrâncias por causa da mensagem do evangelho.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
II. EXPLICAÇÃO SOBRE O MINISTÉRIO DE PAULO (1.3-7.16) - continuação.
Nós já explicamos que como os coríntios haviam interpretado mal as ações e motivações de Paulo, ele começou a carta com uma explicação de algumas coisas que haviam acontecido desde que os havia visto pela última vez, especialmente as maravilhas do seu ministério na nova aliança.
Assim, dividimos esta parte, conforme a BEG, em seis seções: A. Gratidão pelo consolo de Deus (1.3-11) – já vimos; B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) – concluiremos agora; C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11) – veremos agora; D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13) – veremos agora; E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4) – começaremos a ver agora; e, F. Alegria pela chegada de Tito (7.5-16).
B. Explicação sobre a mudança de planos (1.12-2.4) - continuação.
Como já dissemos, alguns membros da igreja de Corinto haviam acusado Paulo de falta de integridade porque ele não havia cumprido seus planos anteriores de visitá-los.
Depois da visita "em tristeza" (vs. 1), Paulo escreveu uma carta de repreensão à igreja de Corinto, enviando-a pelas mãos de Tito (2.13; 7.6-7,13-14).
Ele a escreveu no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração – vs. 4. Paulo continuou aqui falando sobre o que muitos têm chamado sua "carta severa" (que não chegou até nós) que havia sido enviada à igreja de Corinto como uma repreensão depois de sua rápida e angustiante visita a eles.
O propósito de Paulo ao escrever a carta severa não era fazer com que os coríntios se sentissem entristecidos, mas demonstrar que o seu amor por eles era tão profundo que ele sempre procurava o melhor interesse deles, mesmo quando isso significava causar dor tanto a eles como a ele próprio.
C. Perdão de um pecador penitente (2.5-11).
Paulo tocou agora numa questão que envolvia a disciplina na igreja.
Com frequência, essa passagem – vs. 5 - é considerada como se referindo ao caso do homem que estava tendo um relacionamento com a esposa do próprio pai (1Co 5.1-8). Essa identificação é questionável porque, diferente da má ação considerada aqui, a ofensa em 1Co 5 não havia sido praticada contra Paulo (vs. 5,10).
E também, 1Co 5 não parece ter sido escrita com a finalidade de testar a obediência dos coríntios, enquanto aqui Paulo explicitamente pretendia testar os coríntios com a situação referida (vs. 9).
Aparentemente, depois de Paulo ter deixado Corinto ou pelo menos depois de Tito ter ido com a "carta severa", os coríntios haviam exercitado a disciplina da igreja contra o ofensor (cf. Mt 18.15-20).
A disciplina da igreja não deveria continuar depois de ter havido arrependimento pelo erro.
Esses devem ser os objetivos da disciplina da igreja:
ü  A glória de Cristo.
ü  A pureza da igreja.
ü  A restauração do pecador.
Quanto ao perdão, Paulo confiava no julgamento da congregação dos coríntios. A presença de Cristo era um tema comum nessa epístola. Todas as nossas ações não são realizadas em sigilo, mas na presença de Cristo, o Senhor da igreja. Se tanto Paulo como Cristo já haviam perdoado o ofensor, os crentes coríntios deveriam fazer o mesmo (cf. Mt 16.19; Jo 20.23).
Isso para que Satanás não alcançasse vantagem sobre nós. Satanás pode obter uma vitória contra nós persuadindo-nos a não executar a disciplina da igreja de modo algum ou convencendo-nos a permanecer duros e sem perdoar depois de ter acontecido uma mudança no coração do pecador.
D. Viagem à Trôade e à Macedônia (2.12-13).
Paulo descreveu de modo breve as suas viagens a Trôade e Macedônia, que haviam acontecido durante o tempo em que ele estava esperando a palavra de Corinto.
Trôade era uma cidade ao noroeste da Ásia Menor (atual Turquia), de onde Paulo velejaria para Filipos (na Europa). Foi em Trôade que Paulo havia anteriormente tido a visão do homem da Macedônia implorando que ele fosse e ajudasse (At 16.9).
Deus havia providenciado oportunidades de pregação do evangelho. Paulo sabia que só o trabalho soberano de Deus tornava o evangelismo eficaz; a menos que Deus abrisse uma porta, não haveria possibilidade de nenhum trabalho bem-sucedido.
Paulo afirmava que não estava tranquilo em seu espírito, literalmente, "Não tive descanso no meu espírito". Paulo havia esperado que Tito o estivesse esperando em Trôade com a notícia de que a "carta severa" havia sido bem recebida. Não encontrando Tito, ficou profundamente perturbado.
Por isso, despediu-se deles e foi para a Macedônia. Uma tremenda oportunidade para um ministério eficaz não fez que Paulo deixasse o compromisso principal de cuidar da igreja de Corinto e ajudá-los a resolver os seus problemas.
Paulo continuava a sentir uma profunda preocupação por todas as igrejas (11.28-29).
Paulo provavelmente foi para Filipos na Macedônia e depois talvez para Tessalônica ou Sereia antes de Tito chegar. At 16.8-18.1 descreve a viagem anterior de Paulo ao longo dessa rota. Nesse ponto, a narrativa sobre o seu relacionamento com a igreja de Corinto é interrompida até 7.5-16, onde o relato da chegada de Tito é finalizado.
E. A maravilha do ministério da nova aliança (2.14-7.4).
Dos vs. 14 ao 7.4, veremos a grandeza do ministério apostólico. Enquanto descreve a sua ansiedade com relação à igreja de Corinto e o seu desapontamento por não ter encontrado Tito em Trôade, Paulo se aprofundou numa longa reflexão sobre a natureza do seu ministério.
A descrição que ele faz do seu ministério do evangelho é dividida em seis seções: seu ministério evangelístico como um cortejo triunfal (2.14-17), seus convertidos conto cartas vivas (3.1-3), a glória do seu ministério da nova aliança (3.4-4.6), o tesouro do evangelho em jarros de barro (4.7-5.10), o objetivo da reconciliação (5.11-6.13) e a importância de separar-se do mal (6.14-7.4).
Elas formarão a seguinte divisão proposta que estaremos seguindo conforme a BEG: 1. A vitória no ministério (2.14-17) – veremos agora; 2. A carta viva (3.1-3); 3. A nova e excelente aliança (3.4-4.6); 4. Vasos de barro (4.7-5.10); 5. O ministério da reconciliação (5.11-6.13); e, 6. Nenhuma comunhão com os incrédulos (6.1 4-7.4)
1. A vitória no ministério (2.14-17).
Paulo iniciou a descrição do seu ministério em termos de um cortejo triunfal romano. Apesar das dificuldades que ele havia experimentado como ministro do evangelho viajante, Paulo sabia que o seu trabalho estava apropriadamente descrito como um cortejo de vitória.
Paulo via a si mesmo como uma parte do cortejo da vitória de Deus. Assim como um general da Antiguidade liderava uma parada vitoriosa quando voltava à sua própria cidade, com os cativos que havia conquistado seguindo atrás, Paulo sabia que Deus o estava usando a fim de alcançar a vitória por meio do evangelho.
Todos os que participam espalhando as boas-novas de Cristo marcham no cortejo de triunfo do seu grande Rei, à medida que as forças do inimigo se desmoronam enquanto ele avança.
Retrocessos momentâneos (como os que Paulo experimentou em Trôade) são temporais - os olhos da fé veem o progresso implacável do reino de Deus. Deus sempre "nos conduz em triunfo".
A doçura da sabedoria de Cristo traz bem-estar ao coração dos crentes. É Deus que sempre está nos conduzindo vitoriosamente em Cristo e por meio dos crentes, Deus está exalando, em todo lugar, aquela fragrância do seu conhecimento, sendo nós considerados para com Deus o bom perfume de Cristo.
O fato de que nós somos uma fragrância doce para Deus significa que ele se regozija em nós e em nossa vida. Esse é um cumprimento dos sacrifícios do Antigo Testamento, dos quais a fumaça exalava um "aroma agradável ao Senhor" (Lv 1.17).
É esse um aroma de vida. Os crentes verdadeiros exalam um perfume agradável, não somente em termos de seu relacionamento com Deus, mas também em suas interações com aqueles ao seu redor.
Por outro lado, a vida dos crentes amedronta os incrédulos, que reconhecem que falta neles mesmos a doçura do aroma espiritual - uma advertência a respeito do julgamento iminente (Fp 1.28).
Quem é, porém, suficiente para estas coisas? Ser um mensageiro da vida ou morte eterna é um privilégio extraordinário. Ninguém é digno dessa tarefa eternamente importante, mas Deus qualifica crentes para isso, apesar de tudo (3.6).
É trágico que, tanto antes como agora, muitos pregam o evangelho (ou ensinam o Cristianismo) somente conto um meio de ganhar a vida.
O objetivo de Paulo não era o de obter benefício próprio ou uma recompensa financeira, mas a glória de Deus, na presença de Deus.
Todo o ministério de Paulo era realizado na presença de Deus - um forte motivo para que mantivesse a sua consciência limpa (1.12; At 23.1; 1Tm 1.5; 2Tm 1.3).  
II Co 2:1 Isto deliberei por mim mesmo:
não voltar a encontrar-me convosco em tristeza.
II Co 2:2 Porque, se eu vos entristeço,
quem me alegrará,            
senão aquele que está entristecido por mim mesmo?
II Co 2:3 E isto escrevi para que, quando for,
não tenha tristeza da parte daqueles que deveriam alegrar-me,
confiando em todos vós de que a minha alegria é também a vossa.
II Co 2:4 Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração,
vos escrevi, com muitas lágrimas,
não para que ficásseis entristecidos,
mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro
em grande medida.
II Co 2:5 Ora, se alguém causou tristeza,
não o fez apenas a mim,
mas, para que eu não seja demasiadamente áspero,
digo que em parte a todos vós;
II Co 2:6 basta-lhe a punição pela maioria.
II Co 2:7 De modo que deveis, pelo contrário,
perdoar-lhe
e confortá-lo,
para que não seja o mesmo consumido
por excessiva tristeza.
II Co 2:8 Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele
o vosso amor.
II Co 2:9 E foi por isso também que vos escrevi,
para ter prova de que, em tudo,
sois obedientes.
II Co 2:10 A quem perdoais alguma coisa,
também eu perdôo;
porque, de fato, o que tenho perdoado
(se alguma coisa tenho perdoado),
por causa de vós o fiz
na presença de Cristo;
II Co 2:11 para que Satanás não alcance
vantagem sobre nós,
pois não lhe ignoramos os desígnios.
II Co 2:12 Ora, quando cheguei a Trôade
para pregar o evangelho de Cristo,
e uma porta se me abriu no Senhor,
II Co 2:13 não tive, contudo, tranqüilidade no meu espírito,
porque não encontrei o meu irmão Tito;
por isso, despedindo-me deles,
parti para a Macedônia.
II Co 2:14 Graças, porém, a Deus, que,
em Cristo,
sempre nos conduz em triunfo
e, por meio de nós,
manifesta em todo lugar
a fragrância do seu conhecimento.
II Co 2:15 Porque nós somos para com Deus
o bom perfume de Cristo,
tanto nos que são salvos
como nos que se perdem.II Co 2:16
Para com estes, cheiro de morte para morte;
para com aqueles,
aroma de vida para vida.
Quem, porém, é suficiente para estas coisas?
II Co 2:17 Porque nós não estamos,
como tantos outros,
mercadejando a palavra de Deus;
antes, em Cristo
é que falamos
na presença de Deus,
com sinceridade
e da parte do próprio Deus.
Por exemplo, não posso deixar de observar que Paulo tinha uma grande luta com os mercadores da palavra de Deus! Será que nos dias atuais ainda existem homens, apóstolos, pastores, bispos, guias, mestres que mercadejam a palavra de Deus?
Que possamos como Paulo dizer: “eu, Daniel Deusdete, em Cristo falo, na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus...”
Ao contrário de muitos (em nossa era presente, em pleno século XXI está cheio), não negociamos a palavra de Deus visando lucro; antes, em Cristo falamos diante de Deus com sinceridade, como homens enviados por Deus – vs. 17.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O Tempora, O Mores: Enfrentando a instabilidade de 2016

O Tempora, O Mores: Enfrentando a instabilidade de 2016: O ano de 2016 está às portas e se há uma unanimidade no Brasil, entre governo e oposição, crentes e descrentes, compatriotas e estrangeiros...

Posted: 31 Dec 2015 06:29 AM PST
O ano de 2016 está às portas e se há uma unanimidade no Brasil, entre governo e oposição, crentes e descrentes, compatriotas e estrangeiros, ricos e pobres, é que não será um ano fácil. Os registros de corrução se avolumam, os valores expostos, são assombrosamente vultosos e expõem os intestinos de uma nação que se acostumou tanto com a prática que virou presa fácil á extorsão pura e simples, calcada em relacionamentos incestuosos com o poder.

Os problemas fiscais são apocalípticos, possivelmente “como nunca na história deste país”. Programas sociais de legitimidade e eficácia duvidosa contribuíram para drenar a nação. Nestes últimos dias de 2015 cerca de 75 bilhões foram transferidos de contas do governo para bancos estatais, para pagar as chamadas “pedaladas”, ou maquiagens contábeis, pelas quais as contas vêm sendo “fechadas” na aparência. Na realidade muito deste “pagamento” foi feito em forma de substituição por outras dívidas, com a emissão de títulos da dívida pública – ou seja, papeis e promessas de pagamento futuro, em vez de dinheiro. O país está cabisbaixo, envergonhado e sem atinar com a saída. A realidade dura é que todos nós vamos pagar a conta dos desmandos; na realidade, JÁ estamos pagando. Aqueles que têm poupança e bens, por mais modestos que sejam, tiveram estes confiscados em 50%, no ano, quando transformados em dólar. Os salários valem 50% a menos, quando a referência é o dólar, e não digam que “não temos nada a ver com essa moeda”. Em uma economia globalizada, tudo fica mais caro e isso afeta a vida de todos, inclusive a dos mais carentes. A ressurreição do infame Imposto sobre Movimentações Financeiras (IPMF) não cessa de ser anunciada. Nesse cenário, alguns clamam por “mais governo”! “Aumentem os controles”! Deem a eles mais poder para aumentar os impostos! Outros desesperam e dizem, “não adianta, não há esperança”.

Coloco aqui alguns pensamentos para adentrarmos 2016 com um pouco de lucidez, realistas, mas confiantes na soberania do Deus que reina, procurando deixar a Palavra de Deus construir nossas convicções  sobre as estruturas e perspectivas desse mundo, no qual ele nos colocou para sermos sal e luz.

1. A solução não se encontra em mais controle governamental, mas na volta às responsabilidades básicas do governo.
Vivemos em um mundo caído em pecado. A ganância, a cobiça, o amor ao dinheiro sempre se constituirão em fortes tentações. Sempre darão oportunidade dos ricos e poderosos oprimirem os mais fracos. Por isso, em paralelo às garantias de liberdade e de livre iniciativa, o governo deve também proteger os cidadãos comuns da injustiça e da desonestidade. Nisso, nada mais fará do que voltar às suas responsabilidades básicas, recebidas de Deus. Mas isso não significa uma carta branca ao intervencionismo de toda sorte. Não representa uma ressurreição do socialismo moribundo. Se há algo que os últimos anos deveriam nos ensinar, é que o poder do estado (ou do governo) é RESTRITIVO e não DISTRIBUTIVO.

2. A esfera econômica também pode ser palco de violência e de injustiça e deve ser fiscalizada.
Por princípio, e exatamente por acreditar que esse é o projeto encontrado na Bíblia, sou avesso à grande maioria dos controles governamentais que se aceitam com naturalidade nos dias atuais. O propósito do Governo é dar garantia à segurança dos cidadãos para que eles possam desenvolver, em condições de igualdade e justiça, suas desigualdades e seus potenciais com o máximo de respeito ao próximo e em obediência à autoridade que os garante (Romanos 13.1-7). Mas essa tarefa requer, por vezes, a colocação de controles na sociedade – e na esfera econômica, exatamente para proteger os inocentes. Por exemplo, nenhum defensor de um papel reduzido ao governo, deveria ser contra a existência de sinais de trânsito. Mas isso não é extrapolar as funções do governo? Não! Ao ordenar o tráfego, ele protege as pessoas umas das outras; deve ter condições de punir os “avançadores” de sinais e de reconhecer os que os respeitam. Nesse sentido, apoiemos a livre iniciativa tanto quanto devemos apoiar a punição dos corruptos e daqueles que corrompem.

3. É necessário a proteção aos inocentes e a punição dos maus.
É óbvio que há a necessidade de mais fiscalização e diretrizes éticas no meio das estatais. O tesouro da nação não é para ser explorado por pessoas, partidos ou grupos de interesseiros. Cargos deveriam ser preenchidos por competência, não por alinhamento político-partidário. No mercado financeiro, à luz da crise de 2008, é necessário que subsistam diretrizes que limitem a exposição indevida aos créditos de risco. Essas práticas estarão alinhadas exatamente com a proteção de inocentes. O aperto, o arrocho fiscal, a recompensa dos maus, com os bons pagando a conta, é uma inversão de valores. Cabe sim, ao governo, prevenir o crime, identificar e punir os malfeitores. Os governantes, como ministros de Deus, devem valorizar (e não sufocar em impostos) aqueles que “trabalhando sossegadamente” procuram ganhar o seu pão (2 Tessalonicenses 3.12). Em paralelo não podem deixar impunes aqueles que se aproveitam de situações, ou do poder que detêm, para enriquecimento pessoal ilícito, muitas vezes sugando dos que pouco têm – via de regra com desvio dos recursos destinado a “órfãos e viúvas”.

4. Instabilidade é uma realidade inexorável.
Instabilidade parece ser a palavra da vez (com todas as suas derivativas: volatilidade, desconfiança, falta de credibilidade, insegurança, etc.). Nesse sentido, todo esse turbilhão econômico-financeiro que estamos vivenciando vem demonstrar a bênção que é a estabilidade, tão rapidamente abalada. No Brasil, chegamos a quase nos acostumar com uma forma de vida mais economicamente estável, em função da solidez da moeda e de uma situação econômica favorável ao crescimento, experimentada desde 1994. É verdade que o aperto financeiro em nosso bolso nunca foi aliviado, mas passamos a planejar com mais tranquilidade e, ingenuamente, passamos a achar que a estabilidade era permanente. Chegamos a arquivar os pacotes econômicos, como coisas do passado. É fácil enganarmo-nos a nós mesmos, mas uma simples olhada na história demonstrará como instabilidade é a norma nesse mundo. Em 1987 houve uma crise intensa nos mercados financeiros. A capa da revista TIME chegou a compará-la á crise de 1929. Em 2008 tivemos uma crise monumental. Nossa memória é curta. Estamos preocupados com a situação financeira, mas um olhar mais abrangente revela violência crescente, atos de terror, guerras atrozes, crueldades indescritíveis, exploração de mulheres e crianças. Um mundo que jaz em pecado é, por definição, instável.

5. Estabilidade é um anseio legítimo que cresce em proporção inversa à instabilidade ao nosso redor.
No cenário de recessão que atravessamos e naquele que se descortina para 2016, já é possível antever o continuado desaquecimento do mercado; vendas cada vez mais decrescentes; contenção de despesas nas empresas, com o consequente desemprego; incertezas em nosso dia-a-dia; instabilidade, enfim. De certa forma, nos sentimos espoliados em conquistas que julgávamos alcançadas. Com frequência as pessoas se consideram aventureiras e corajosas, mas por que será que a estabilidade é algo tão almejado e perseguido? Por que as pessoas anseiam por uma repetibilidade das circunstâncias, pela condição de poderem planejar?

6. Estabilidade é característica divina.
Estabilidade é uma característica divina, por isso ela é uma bênção. Deus é estável. O pecado é fator de instabilidade. Deus é previsível. Satanás é enganador e astuto. A criação geme, sob o domínio do pecado. Deus instala a ordem no meio do caos. A mensagem de Deus é construtiva, no meio da turbulência. O plano de salvação é sequencial, lógico e progressivo. Da morte espiritual, pela justificação procedente de Jesus Cristo, passamos à vida e, em santificação, aguardamos a glorificação e comunhão eterna com o Pai. A Palavra de Deus ensina estabilidade de vida, a estabilidade da família, a estabilidade da sua Igreja. Estabilidade, podemos esperar de Deus, e só dele: o mais está fadado à desilusão.

7. Vivendo estavelmente em um mundo instável.
Não tenhamos dúvida de que Deus nos sustentará em 2016. Ele prepara os seus servos para viverem estavelmente em um mundo instável. Jesus intercedeu não para que fôssemos tirados do mundo, mesmo com suas instabilidades e perigos, mas para que pudéssemos ser livres do mal. Na realidade, somos comissionados com a mensagem da estabilidade do evangelho, como embaixadores de um país celestial, no qual não existem pacotes, e os tesouros não são corrompidos pela inflação, especulação ou malversação; onde não existem crises, nem turbilhão financeiro; de onde a corrução e o pecado foi levada e lavada pelo Sangue de Cristo. Serenidade e confiança em Deus é o remédio para os sobressaltos desta vida. A estabilidade que o mundo e os governantes nos oferecem, é passageira, é enganosa, é traiçoeira. A paz que recebemos de Jesus difere da obtida do mundo: ela tem o efeito de serenar os nossos corações.

8. Enfrentando a instabilidade de 2016.
Como enfrentar este ano de crise e outras crises em nossas vidas? Com a paz de Deus em nossos corações, com a confiança de que ele reina e está em controle de tudo e de todos, com a certeza de que a vitória final é dele e de seus servos. O que pedir a Deus, para 2016? Devemos estar orando para que ele possa atuar em nosso país, derramando a sua graça comum, para que a estabilidade, tão característica de sua pessoa, seja parte de nossa experiência e peregrinação, por onde ele nos guiar. Nesse momento de incertezas, acima de tudo, além de contabilizarmos as perdas (agora, ou no futuro) façamos um balanço da nossa alma, dos nossos objetivos e de nossas motivações. Aprendamos com as circunstâncias, pois o Deus da providência nos ensina através das situações em que ele nos coloca.

"Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus". Filipenses 4.6,7
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Solano Portela