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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Romanos 15 1-33 - NÃO PODEMOS NOS CALAR, VAMOS ANUNCIAR O EVANGELHO SIM.

Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 15/16, na parte V.
Breve síntese do capítulo 15.
Que cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para a edificação! É isso que tenho pregado há tempos que o amor não cobra nunca, mas dá sempre. Quem ama, não fica no pé, esperando reconhecimentos, aplausos, elogios. A sua recompensa está firmada em Deus e não no outro.
Amar por amar tendo como recompensa o sacrifício pelo outro também não é amor. Quem curte o sofrimento não ama ninguém, antes a si mesmo e na sua curtição imbecil destrói o amor verdadeiro que é Deus.
Ninguém tem maior amor do que este de dar a sua vida pelo de seus amigos, disse Jesus em Jo 15:13. Ele é o amigo que irá dar a sua vida pelos seus discípulos. No entanto, aqui não temos a demonstração do amor tendo por recompensa a dor.
Jesus não trocou a sua vida pela vida de seus amigos por opção ao sofrimento, antes, movido pela obediência e pela fé, confiou tudo a Deus que por eles faria a justiça.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. INSTRUÇÕES PRÁTICAS (12.1-15.13) - continuação.
Dissemos que a devoção total a Cristo levará a servi-lo fielmente nos vários desafios que os cristãos enfrentam juntos. Veremos, pois, doravante até 15.13 essas exortações práticas.
Ele tratou de quatro assuntos, que estamos seguindo em nossa divisão proposta: A. A necessidade de consagração total (12.1-2) – já vimos; B. A vida no corpo de Cristo (12.3-21) – já vimos; C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14) – já vimos;  e, D. Como tratar as controvérsias entre os espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13) – concluiremos agora.
D. Como tratar as controvérsias entre os espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13) - continuação.
Estamos vendo essa passagem (de 14.1 a 15.13) que Paulo tratou do relacionamento entre os cristãos fracos e os fortes. Ressaltamos que muito dessa discussão tocava em questões que poderiam ter provocado facilmente a divisão entre os crentes judeus e gentios.
Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos. Novamente, Paulo se alinhou com os fortes, indicando a justeza da liberdade. No entanto, ele continuou a enfatizar a responsabilidade deles em suportar os fracos.
Se for bom para a edificação, cada um de nós deve agradar um ao outro. Paulo citou o SI 69.9 (um dos salmos mais citados no Novo Testamento). A disposição do Messias em negar a si mesmo e sofrer em beneficio dos outros foi usada para servir de exemplo aos cristãos de Roma.
Paulo fala de tudo o que fora escrito até então e conclui que tudo isso tem a finalidade principal de servir para a nossa edificação, ou seja, para o nosso ensino, a fim de que pela paciência e pela consolação das Escrituras tenhamos esperança. O fato de o Antigo Testamento ter sido escrito sob a providência de Deus para o benefício dos cristãos é uma convicção básica do Novo Testamento (1Co 10.11; 2Tm 3.15-17; 1Pe 1.10-12).
Paulo ser refere a Deus como o Deus da paciência e da consolação que age em todos uniformemente a fim de que tenhamos o mesmo sentir. Essa unidade na igreja (uniformidade) é essencial para que sejamos levados ao fim supremo e principal do homem que é glorificar e alegrar-se no Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo – vs. 6. Paulo demonstrou que a humanidade, a qual ficou destituída da glória de Deus, é restaurada a ela por meio da obra reconciliadora de Cristo (1.21,23; 3.23; 5.2,11; 8.17,30).
Seria por isso que deveríamos acolher ao que é débil na fé e não com ele entrarmos em discussões tolas que nada edificam. A recomendação de Paulo é fazermos como o Senhor que nos acolheu, assim, devemos também acolher.
A aceitação mútua dos crentes está arraigada no ministério de Cristo. Ele ministrou aos judeus a fim de estender a misericórdia de Deus para os gentios. E assim como Jesus ministrou tanto a judeus como a gentios, os judeus e os gentios que são cristãos devem se dedicar uns aos outros.
Nos vs. de 9 a 12, em referência aos gentios, o apóstolo Paulo se referiu primeiro a 2Sm 22.50 (SI 18.49) e, em seguida, a Dt 32.43; Sl 117.1; Is 11.10. Todas essas passagens dizem respeito ao reconhecimento dos gentios acerca do Deus de Israel.
Os textos de 2Sm 22.50; Dt 32.43 mencionam os gentios louvando a Deus ao lado dos judeus. Essas passagens do Antigo Testamento formam um desfecho apropriado para a discussão de Paulo nessa seção sobre a vida na igreja.
Aquilo que foi descrito como o efeito da Escritura no versículo 4 (ter esperança), é atribuído agora à obra do Espírito Santo.
Por todo o Novo Testamento, os atos salvadores divinos são atribuídos à palavra e ao Espírito de Deus (p. ex., a santificação em Jo 17.17; a salvação em Rm 1.16; a sondagem dos corações em Hb 4.12; a regeneração em 1 Pe 1.23).
Essas passagens, levaram Calvino a falar do "vínculo inviolável" entre a palavra e o Espírito (Instituas da Religião Cristã 1.9.1). Elas salientaram a importância crucial da leitura regular da Bíblia na vida do cristão.
VI. SAUDAÇÕES FINAIS (15.14-16.27).
Paulo encerrou com algumas saudações finais e palavras de esperança para o futuro. Elas aqui são as suas saudações finais. O apóstolo Paulo encerrou essa carta tocando de modo breve em seis assuntos, os quais formarão as divisões propostas para este final: A. Os planos para o ministério (15.14-22) – veremos agora; B. O plano para visitar Roma (15.23-33) – veremos agora; C. As saudações aos romanos (16.1-16); D. Advertências contra os rebeldes (16.17-20); E. As saudações dos companheiros (16.21-24); e, F. A doxologia apostólica (16.25-27).
A. Os planos para o ministério (15.14-22).
Os planos para o ministério são apresentados desde o vs. 14 ao 22. Paulo retornou ao tema de sua introdução: o seu próprio ministério e a sua visão para a expansão e influência do evangelho (cf. 11.13-14).
Paulo estava demonstrando uma profunda emoção (1.13; 7.1,4; 11.25; 12.1) ao chamá-los de seus irmãos que com ele estavam sendo muito bondosos e generosos. O apóstolo assegurou graciosamente aos romanos que a sua prolixa exposição do evangelho não tinha a intenção de levantar dúvidas sobre o entendimento espiritual deles.
O conhecimento dos irmãos romanos acerca do evangelho e a capacidade de aplicá-lo à admoestação mútua (eles estavam "aptos para... admoestar(des) uns aos outros"; cf. Cl 3.16) não estavam em questão.
Paulo tinha plena consciência de seu papel como ministro de Cristo entre os gentios no sagrado encargo de anunciar o evangelho. A mesma palavra grega para "ministro" é usada no tocante a Cristo (Hb 8.2) e a Epafrodito (Fp 2.25, "auxiliador"). Paulo via a pregação do evangelho como o meio pelo qual os gentios seriam levados a Deus como uma oferta sacrifical de agradecimento (12.1).
O apóstolo Paulo se gloriava em seu ministério, expondo, de modo desembaraçado, o evangelho em termos trinitarianos (mencionou Deus Pai nos vs. 17-18; Deus Filho nos vs. 17-20; Deus Espírito no vs. 19; cf. 16). Porém, ele não se gloriava em suas próprias realizações, e sim apenas naquilo que Cristo havia feito por intermédio dele: "conduzir os gentios à obediência" (vs. 18; c-f. 1.5).
Os sinais e prodígios do vs. 19 era uma expressão arraigada na autenticação do ministério de Moisés no tempo do êxodo (Ex 7.3; Dt 4.34; 6.22; 7.19). Periodicamente, Deus dava tais sinais e prodígios em situações importantes da história da redenção (p. ex., o êxodo, o estabelecimento do ministério profético de Elias e Eliseu, a preservação de seu povo no tempo de Daniel, e o ministério de Cristo e dos apóstolos).
Na Escritura, semelhantes acontecimentos não eram comuns e apontavam para os estágios da história da redenção e para a nova revelação que acompanhavam esses estágios.
Ele, Paulo, tinha se esmerado em pregar o evangelho, principalmente diante daqueles que nunca ouviram do evangelho. Desde Jerusalém e circunvizinhanças até o Ilírico, ele se dedicou de corpo e alma a sua missão.
As viagens de Paulo, de acordo com Atos, tinham se estendido desde o Mediterrâneo oriental até a Macedônia, no Ocidente. Não há registro de que o apóstolo tenha entrado pessoalmente no Ilírico (na região da moderna Iugoslávia e Albânia).
Embora ele possa ter estado lá, parece mais provável que a sua intenção era dizer que tinha ido até a Macedônia. Ele estabeleceu centros missionários, mas não chegou a pregar pessoalmente em cada cidade. De tais centros, até mesmo Ilírico pode ter sido alcançado com o evangelho.
Paulo se referiu no vs. 21 a Is 52.15, em que o profeta falou acerca dos gentios serem alcançados pelo servo. Era por causa dessa expectativa profética que o apóstolo se deslocava a distâncias cada vez maiores pelas terras gentílicas.
B. O plano para visitar Roma (15.23-33).
Paulo reafirmou o seu desejo e os seus planos de ir a Roma. Duas coisas haviam tornado possível a visita a Roma: (1) a etapa em que se encontrava a missão de Paulo já havia sido completada e (2) a nova etapa, que envolvia um alcance até a Espanha era iminente. E o apóstolo buscava a comunhão dos cristãos romanos nessa etapa.
A Espanha era a extremidade ocidental do mundo antigo. Alguns sugerem que Paulo acreditava que a Espanha era a Társis de Is 66.19, e que via a extensão de sua pregação nela como significativa para a missão cristã (Mt 24.14; At 1.8).
Dos versos 25 ao 33, o apóstolo revelou seus planos imediatos de visitar Jerusalém com as ofertas que as igrejas tinham levantado para os cristãos de lá.
Em geral, ela era uma cidade empobrecida. Além disso, os crentes de Jerusalém (que eram, principalmente, judeus) sofriam uma particular provação pelo fato de serem considerados uma minoria suspeita.
Nessas ofertas, Paulo via um significado mais profundo do que caridade: elas eram um dever (vs. 17), uma obrigação solene dos cristãos gentios em vista do privilégio que receberam ao serem enxertados na oliveira verdadeira de Deus (11.17).
Isso é coerente com o princípio geral de que aqueles que receberam as bênçãos espirituais devem compartilhar suas próprias bênçãos materiais (1 Co 9.3-14; Cl 6.6).
Ao ir visitá-los sua esperança era que fosse na plenitude da bênção de Cristo. Um comentário impressionante, considerando a maneira na qual as aspirações de Paulo eram cumpridas: como prisioneiro (At 28.11-16).
Paulo no vs. 30 apela para os irmãos que o ajudem em oração. A preocupação do apóstolo Paulo era dupla: (1) que ele fosse protegido da hostilidade dos judeus, a qual havia marcado todo o seu ministério, e (2) que os judeus cristãos em Jerusalém respondessem positivamente à oferta dos gentios, confirmando assim, o ministério do apóstolo.
Dá para sentir em seus rogos o quanto Paulo sofria por causa do amor do evangelho. Ele conclui este capítulo invocando o Deus da paz. Era essa uma das designações favoritas de Paulo para Deus (16.20; 2Co 13.11; Fp 4.9; lTs 5.23; 2Ts 3.16). E ela era particularmente apropriada aqui, tendo em vista as lutas enfrentadas por ele (vs. 30).
Rm 15:1 Ora, nós que somos fortes
                devemos suportar as debilidades dos fracos
                e não agradar-nos a nós mesmos.
Rm 15:2 Portanto, cada um de nós
                agrade ao próximo no que é bom para edificação.
                               Rm 15:3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo;
                                               antes, como está escrito:
                                                               As injúrias dos que te ultrajavam
caíram sobre mim.
Rm 15:4 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito
                para o nosso ensino foi escrito, a fim de que,
                               pela paciência
                               e pela consolação das Escrituras,
                                               tenhamos esperança.
Rm 15:5 Ora, o Deus da paciência e da consolação
                vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros,
                               segundo Cristo Jesus,
                                               Rm 15:6 para que concordemente
                                               e a uma voz glorifiqueis ao Deus
e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Rm 15:7 Portanto, acolhei-vos uns aos outros,
                como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.
Rm 15:8 Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão,
                em prol da verdade de Deus,
                               para confirmar as promessas feitas aos nossos pais;
                               Rm 15:9 e para que os gentios glorifiquem a Deus
                                               por causa da sua misericórdia, como está escrito:
                                                               Por isso, eu te glorificarei entre os gentios
                                                               e cantarei louvores ao teu nome.
                               Rm 15:10 E também diz:
                                               Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo.
                               Rm 15:11 E ainda:
                                               Louvai ao Senhor, vós todos os gentios,
                                                              e todos os povos o louvem.
                               Rm 15:12 Também Isaías diz:
                                               Haverá a raiz de Jessé,
                                               aquele que se levanta para governar os gentios;
                                                              nele os gentios esperarão.
Rm 15:13 E o Deus da esperança
                vos encha de todo o gozo
                e paz no vosso crer,
                               para que sejais ricos de esperança
                                               no poder do Espírito Santo.
Rm 15:14 E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito,
                de que estais possuídos de bondade,
                cheios de todo o conhecimento,
                aptos para vos admoestardes uns aos outros.
Rm 15:15 Entretanto, vos escrevi em parte mais ousadamente,
                como para vos trazer isto de novo à memória,
                               por causa da graça que me foi outorgada por Deus,
                Rm 15:16 para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios,
                                no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus,
                                               de modo que a oferta deles seja aceitável,
                                                               uma vez santificada pelo Espírito Santo.
Rm 15:17 Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus
                nas coisas concernentes a Deus.
                Rm 15:18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma,
                                senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio,
                                               para conduzir os gentios à obediência,
                                                               por palavra
                                                               e por obras,
                                                               Rm 15:19 por força de sinais e prodígios,
                                                               pelo poder do Espírito Santo;
                                                                               de maneira que, desde Jerusalém
e circunvizinhanças
                                                                              até ao Ilírico, tenho divulgado
                                                                                              o evangelho de Cristo,
Rm 15:20 esforçando-me, deste modo,
                por pregar o evangelho,
                               não onde Cristo já fora anunciado,
                                               para não edificar sobre fundamento alheio;
Rm 15:21 antes, como está escrito:
                Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele,
                e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito.
Rm 15:22 Essa foi a razão por que também, muitas vezes,
                me senti impedido de visitar-vos.
                Rm 15:23 Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões
                               e desejando há muito visitar-vos,
                Rm 15:24 penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha,
                                pois espero que, de passagem, estarei convosco
                                               e que para lá seja por vós encaminhado,
                                               depois de haver primeiro desfrutado um pouco
                                                               a vossa companhia.
Rm 15:25 Mas, agora, estou de partida para Jerusalém,
                a serviço dos santos.
Rm 15:26 Porque aprouve à Macedônia e à Acaia
                levantar uma coleta em benefício dos pobres
dentre os santos que vivem em Jerusalém.
Rm 15:27 Isto lhes pareceu bem,
e mesmo lhes são devedores;
                porque, se os gentios têm sido participantes
dos valores espirituais dos judeus,
                               devem também servi-los com bens materiais.
Rm 15:28 Tendo, pois, concluído isto e havendo-lhes consignado este fruto,
                passando por vós, irei à Espanha.
                               Rm 15:29 E bem sei que, ao visitar-vos,
                                               irei na plenitude da bênção de Cristo.
Rm 15:30 Rogo-vos, pois, irmãos,
                por nosso Senhor Jesus Cristo
                e também pelo amor do Espírito,
                               que luteis juntamente comigo nas orações a Deus
a meu favor,
                Rm 15:31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia,
                                e que este meu serviço em Jerusalém seja
bem aceito pelos santos;
                Rm 15:32 a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus,
                                chegue à vossa presença com alegria
                                               e possa recrear-me convosco.
Rm 15:33 E o Deus da paz
                seja com todos vós. Amém!
No verso 20, vemos a santa teimosia do apóstolo dos gentios em pregar o evangelho a toda criatura, em obediência ao Senhor e ao Pai que ordenou a evangelização de todos os povos.
Nossa missão é a mesma e se pensamos diferentemente, pensamos errado. Fomos salvos e estamos salvos, mas sobre nós pesa a responsabilidade de anunciarmos o evangelho.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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domingo, 13 de dezembro de 2015

Romanos 14 1-23 - A LIBERDADE, A CARIDADE E A TOLERÂNCIA.

Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 14/16, na parte V.
Breve síntese do capítulo 14.
Como amamos discutir opiniões a fim de que se prevaleça nossa sabedoria e poder de persuasão e não o amor que edifica. Queremos ser melhores do que nossos irmãos até no conhecimento bíblico como se meu conhecimento maior e mais eficaz me fizesse melhor do que o outro.
Eu amo a Bíblia e a defendo com unhas e dentes. Toda religião ou caminho para Deus que despreze a sua palavra é caminho do homem que orgulhosamente insiste em desprezar a salvação de Deus para assim conquistá-la.
O homem não conquista sua salvação, mas a recebe gratuitamente, de Deus, que lhe dando vida é capaz de responder ao chamado divino. No entanto, quando meu saber se torna um valor de comparação com meu irmão, então, eu também não estou entendendo nada de Deus e preciso por ele ser alcançado.
O amor tudo dá e nada exige de troca, nem de recompensa, nem fica esperando reconhecimento, aplausos, também não fica criando expectativas, mas se regozija em dar. Ele também não dá porque este é seu prazer e alegria, antes ele dá porque ele foi alcançado e tudo recebeu gratuitamente.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. INSTRUÇÕES PRÁTICAS (12.1-15.13) - continuação.
Dissemos que a devoção total a Cristo levará a servi-lo fielmente nos vários desafios que os cristãos enfrentam juntos. Veremos, pois, doravante até 15.13 essas exortações práticas.
Ele tratou de quatro assuntos, que estamos seguindo em nossa divisão proposta: A. A necessidade de consagração total (12.1-2) – já vimos; B. A vida no corpo de Cristo (12.3-21) – já vimos; C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14) – já vimos;  e, D. Como tratar as controvérsias entre os espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13) – começaremos a ver agora.
D. Como tratar as controvérsias entre os espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13).
Nessa passagem (de 14.1 a 15.13), Paulo tratou do relacionamento entre os cristãos fracos e os fortes. Muito dessa discussão tocava em questões que poderiam ter provocado facilmente a divisão entre os crentes judeus e gentios.
Ele começa dizendo que seria para acolhermos ao que é débil na fé. A atitude básica de um cristão para com um companheiro crente deve ser a de boas-vindas e acolhimento com base na atitude de Deus para conosco em Cristo (vs. 3; 15.7).
De fato, o cristão débil se encontra preso por uma consciência que ainda não foi completamente instruída pelo evangelho para desfrutar a liberdade cristã (vs. 2).
Discutir opiniões sobre questões relacionadas a comidas, bebidas e a guarda dos dias sagrados nem sempre são consensuais. Embora Paulo não visse essas controvérsias como insolúveis, ele considerava a questão subjacente da comunhão da igreja como mais urgente e fundamentalmente importante (cf. 12.5,10,16).
Os pontos em consideração aqui não pertencem à essência do evangelho, mas à força ou fraqueza relativa decorrente da fé de uma pessoa nesse evangelho. Nos pontos em que a essência do evangelho estava em risco, a resposta do apóstolo era diferente (p. ex., Cl 1.6-7; 3.1-5; Fp 32,18-19).
“Não se pode fazer coisa melhor do que mencionar o famoso epigrama atribuído a um certo Rupert Meldenius e citado por Richard Baxter.”[1]
“Nas coisas essenciais, unidade; em coisas não essenciais, liberdade; em todas as coisas, o amor.”
Paulo dá um exemplo forte para explicar os problemas decorrentes de opiniões com alimentos. Ele esclarece que alguém poderia comer de tudo, mas um outro que é mais fraco crê que somente pode comer alimentos vegetais. A condição de vegetariano não era exigida pelo Antigo Testamento, embora a prática vegetariana apareça nele (p. ex., Dt  1.12).
Tanto o que come e o que não come, não podem usar de sua liberdade para impor ao outro sua opinião. A tendência do forte é menosprezar as inibições do fraco como escravidão legalista, enquanto a tentação do fraco é condenar o forte por comportamento que pareça uma licença anárquica.
Os cristãos que adotam essas reações equivocadas devem se submeter à luz da aceitação graciosa de Deus tanto de fracos como de fortes.
Além disso, um companheiro crente é um servo de Deus (e não nosso), e responde somente a ele. Entretanto, não se trata aqui de uma negação da disciplina eclesiástica apropriada (A BEG recomenda nesse momento reflexão em seu excelente artigo teológico "Disciplina eclesiástica e exclusão", 1Co 5).
Há outros que fazem distinções entre um dia e outro, mas há quem não faça nada disso. Provavelmente, uma referência ao minucioso calendário judaico dos dias santos. E improvável que Paulo tivesse mente aqui a observância do sábado.
Estivesse esse dia em vista, seria mais, natural para ele dizer: "Um considera o sábado mais sagrado do que os demais dias". O importante aqui é que cada um tenha opinião bem definida e seja respeitado nisso, além de respeitar a opinião dos outros.
Nos vs. 6 e 7, Paulo faz um apelo ao que é compartilhado tanto por fracos quanto por fortes: o desejo de honrar o mesmo Senhor e não o de obrigar o outro a ter o mesmo proceder. O fato de ambos pertencerem a ele coloca as divisões de menor importância em perspectiva.
A lei fundamental que nos rege agora é que não mais vivemos para nós mesmos, antes somos todos do Senhor – vs. 7.
Somente Cristo é o Senhor (vs. 8) e o Juiz do seu povo. O grande preço que ele pagou para obter essa posição expõe a incongruência de crentes que julgam ou desprezam seus irmãos e irmãs.
Paulo se referiu a Is 45.23 como um lembrete de que os crentes, devem prestar conta de suas vidas ao Senhor como réus, e não como juízes.
Embora a própria consciência de Paulo tivesse sido liberta pelo ensinamento de Cristo (vs. 14; cf. Mc 7.18-19), ele admitia que nem todos os crentes gozavam de semelhante liberdade. 
Ter consideração por esses cristãos ("andando segundo o amor fraternal"; 14.15) significava evitar um comportamento que pudesse magoá-los. O apóstolo incluiu duas recomendações especificas quanto a isso (14.15-16).
Por causa da tua comida, Paulo dizia, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu – vs. 15. No Antigo Testamento, “fazer perecer" quer dizer "ser eliminado da congregação da aliança” (p. ex., Dt 28.21,45,48,51,61,63).
Incentivar um crente fraco a violar a própria consciência era o mesmo que incentivá-lo a quebrar a aliança dele com Deus e, na sua própria mente, a se envolver em autodestruição.
Ao mesmo tempo, Paulo não permitia que os membros fracos impusessem tirania sobre a igreja (isto é, que forçassem os fortes a se submeterem a todos os seus escrúpulos e caprichos).
Os fortes são advertidos a ponderarem a importância do exercício da liberdade deles sob dois aspectos:
(1)     Valerem-se de sua liberdade pode trazer divisão e ruptura na igreja.
(2)     O reino de Deus (e, portanto, a nossa liberdade) não é uma questão de comida ou bebida, mas das bênçãos da graça (5.1-2).
Tendo em vista que a liberdade não é comida nem bebida, uma pessoa não pode perdê-la pela abstenção dessas coisas. O reino de Deus é mais do que comida e bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo e quem procede assim é tanto agradável a Deus como aos homens.
Embora somente Deus seja o nosso juiz (vs. 12), o impacto das nossas ações sobre as pessoas pode representar um papel vital na comunhão e do evangelismo.
Paulo nos exorta, em função disso, que devemos nos esforçar em promover a "paz" e a "edificação de uns para com os outros" de maneira ativa (vs. 19). Nisso, você precisa ser proativo e dar um passo na frente ao sentir o mínimo cheiro de confusão e desentendimentos movidos pela paixão do estar certo e cheio da razão.
Para os fortes, isso inclui tanto a preservação da comunhão com os fracos como o encorajamento destes na liberdade que é deles em Cristo. Se os crentes romanos tivessem esses propósitos em vista, a liberdade de comer e beber seria de boa vontade sacrificada em favor dos fracos. E o bem-estar do irmão fraco teria primazia sobre o prazer da carne e do vinho.
O apóstolo Paulo ainda advertiu o forte para que desfrutasse de sua liberdade de consciência na presença de Deus (embora se abstendo da prática dela em público), obviamente por amor a todas as almas pelas quais Cristo morreu.
Rm 14:1 Acolhei ao que é débil na fé,
                não, porém, para discutir opiniões.
Rm 14:2 Um crê que de tudo pode comer,
                mas o débil come legumes;
Rm 14:3 quem come
                não despreze o que não come;
e o que não come
                não julgue o que come,
                               porque Deus o acolheu.
Rm 14:4 Quem és tu que julgas o servo alheio?
                Para o seu próprio senhor está em pé ou cai;
                               mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.
Rm 14:5 Um faz diferença entre dia e dia;
outro julga iguais todos os dias.
                Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
Rm 14:6 Quem distingue entre dia e dia
                para o Senhor o faz;
e quem come
                para o Senhor come,
                               porque dá graças a Deus;
e quem não come
                para o Senhor não come
                               e dá graças a Deus.
Rm 14:7 Porque nenhum de nós
                vive para si mesmo,
                nem morre para si.
Rm 14:8 Porque, se vivemos,
                para o Senhor vivemos;
se morremos,
                para o Senhor morremos.
Quer, pois, vivamos ou morramos,
                somos do Senhor.
Rm 14:9 Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu:
                para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.
Rm 14:10 Tu, porém, por que julgas teu irmão?
E tu, por que desprezas o teu?
                Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
Rm 14:11 Como está escrito:
                Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim
                se dobrará todo joelho,
                e toda língua dará louvores a Deus.
Rm 14:12 Assim, pois,
                cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.
Rm 14:13 Não nos julguemos mais uns aos outros;
                pelo contrário, tomai o propósito
                               de não pordes tropeço
                               ou escândalo ao vosso irmão.
Rm 14:14 Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus,
                de que nenhuma coisa é de si mesma impura,
                               salvo para aquele que assim a considera;
                                               para esse é impura.
Rm 14:15 Se, por causa de comida,
                o teu irmão se entristece,
                               já não andas segundo o amor fraternal.
Por causa da tua comida,
                não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu.
Rm 14:16 Não seja, pois, vituperado o vosso bem.
Rm 14:17 Porque o reino de Deus
                não é comida
                nem bebida,
                               mas
                                               justiça,
                                               e paz,
                                               e alegria no Espírito Santo.
Rm 14:18 Aquele que deste modo serve a Cristo
                é agradável a Deus
                e aprovado pelos homens.
Rm 14:19 Assim, pois,
                seguimos as coisas da paz
                e também as da edificação de uns para com os outros.
Rm 14:20 Não destruas a obra de Deus
                por causa da comida.
Todas as coisas, na verdade, são limpas,
                mas é mau para o homem o comer com escândalo.
Rm 14:21 É bom
                não comer carne,
                nem beber vinho,
                nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar
                                [ou se ofender ou se enfraquecer].
Rm 14:22 A fé que tens,
                tem-na para ti mesmo
                               perante Deus.
Bem-aventurado é aquele
                que não se condena naquilo que aprova.
                               Rm 14:23 Mas aquele que tem dúvidas
                                               é condenado se comer,
                                                               porque o que faz não provém de fé;
                                                                              e tudo o que não provém de fé
                                                                                              é pecado.
Não confundamos, pois comidas e bebidas e coisas semelhantes no reino de Deus, antes ela consiste de justiça, de paz e de alegria no Espírito Santo.
Liberdade cristã: Até que ponto sou livre?[2]
A teologia reformada nasceu à sombra do legalismo católico e, por esse motivo, a liberdade cristã sempre foi para ela uma faceta importante. Essa ênfase se baseia no fato do Novo Testamento considerar a salvação em Cristo como libertação do pecado e da corrupção, e a vida cristã como uma vida de liberdade - Cristo nos libertou para a liberdade (Jo 8.32,36; Cl 5.1). No entanto, ao contrário de algumas sugestões atuais, essa libertação não representa, prioritariamente, um avanço sociopolítico ou econômico. Antes, é relacionada principalmente a três pontos específicos.
Em primeiro lugar, fomos libertados da lei mosaica como sistema de salvação. Justificados pela fé em Cristo, não somos mais condenados pela lei de Deus, mas graciosamente absolvidos com base no mérito de Jesus (Rm 3.19; 6.14-15; Cl 3.23-25). Isso significa que a nossa situação diante de Deus (a "paz" e o "acesso" em Rm 5.1-2) é inteiramente fundamentada no fato de havermos sido aceitos e adotados em Cristo. Não depende, nem jamais dependerá, do que fazemos e também nunca será colocada em risco pelo que deixamos de fazer. Enquanto estamos neste mundo, não vivemos pela perfeição, mas pelo perdão.
Essa verdade contradiz todas as religiões naturais, pois o instinto da humanidade decaída, como se observa em todas as formas de religião concebidas até hoje pelo mundo, é supor que o relacionamento correto com uma realidade suprema (considerada na forma de um Deus pessoal ou em outros termos) pode ser obtido e mantido mediante as disciplinas de observância da lei, dos rituais apropriados e do asceticismo. As diversas crenças que há no mundo prescrevem essas disciplinas como meios de obter a justificação - e Paulo observou que os judeus que não haviam aceitado a Cristo se valiam exatamente de tais práticas (Rm 10.3). A experiência de Paulo lhe mostrou a futilidade dessas tentativas. O desempenho humano fica sempre aquém do ideal, pois, por mais corretos que sejam os atos exteriores, o coração sempre abriga desejos impróprios e, ao mesmo tempo, não possui os anseios apropriados (Rm 7.7-11; cf. Fp 3.6), e é para o coração que Deus olha primeiro.
Quando buscamos a justificação diante de Deus pela observância da lei, a lei suscita, revela e condena o pecado que permeia a nossa constituição moral, tornando-nos conscientes da profundidade da nossa culpa (Rm 3.19; 1Co 15.56; GI 3.10). Assim, fica clara tanto a futilidade de se tratar a lei como uma aliança de obras e buscar a retidão por meio da mesma (GI 3.10-12; 4.21-31) quanto à desgraça daqueles que não sabem a que outro meio de justificação recorrer. Essa é a escravidão da lei da qual Cristo nos liberta.
Em segundo lugar, como cristãos, fomos libertos do domínio do pecado do 8.34-36; Rm 6.14-23). Fomos regenerados de modo sobrenatural e vivificados para Deus por meio da união com Cristo em sua morte e vicia renovada (Rm 6.3-11), o que significa que, agora, o nosso desejo mais profundo é servir a Deus pela prática da justiça (Rm 6.18,2 2). O domínio do pecado acarretava não apenas atos constantes de desobediência, mas também uma falta continua de elo pela observância da lei que, por vezes, se transforma em ressentimento e ódio da lei. Agora, porém, transformados em nosso coração, motivados pela gratidão por termos sido aceitos por meio da graça imerecida e vivificados pelo Espírito Santo, podemos servir "em novidade de espírito e não na caducidade da letra" (Rm 7.6). Isso significa que as nossas tentativas de obedecer agora são alegres e integradas como nunca antes, pois deixaram de ser dominadas pelo pecado. Também nesse sentido fomos libertos da escravidão.
Em terceiro lugar, como cristãos, fomos libertos da superstição que considera intrinsecamente maus a matéria e o prazer físico. Opondo-se a essa ideia, Paulo insistiu que temos liberdade de desfrutar todas as coisas criadas e os prazeres que estas oferecem como boas dádivas de Deus (1Tm 4.1-5), desde que não violemos a lei moral nem perturbemos o nosso próprio bem-estar espiritual e o de outros 6.12-13; 8.7-13). Ao renovar essa ênfase, os reformadores fizeram frente a diversas formas de legalismo medieval.  
Em quarto lugar, como cristãos, estamos livres das regras que outros acrescentam aos ensinamentos das Escrituras com referência a questões de fé e culto. Sujeitar a nossa consciência a esses acréscimos humanos às Escrituras - ou, pior ainda, sujeitar-se por obediência cega a esses requisitos - é uma violação da liberdade de consciência que Deus concede (cf. CFW 20). Quinto, como cristãos nós fomos libertados da justiça própria na qual comparamos o nosso comportamento com o comportamento das outras pessoas nos julgamos ser muito melhores aos olhos de Deus. Sexto, como cristãos fomos libertados da ânsia de arranjar as muitas leis por ordem de importância. Para fazer isso, temos de introduzir mais leis - leis que nos digam quais leis são mais importantes. Assim, por volta do final do período do Antigo Testamento havia seiscentas e treze diferentes regras ou leis além das explicações sobre elas.
No entanto, em certos sentidos, os cristãos ainda não foram completamente libertos por Deus. Por exemplo, apesar de estarmos livres do domínio e da condenação do pecado, não estamos livres de sua presença e influência. Enquanto vivermos neste mundo, estaremos sempre sujeitos a tentações (1Tm 6.9), seremos seduzidos pelo desejo de pecar que continua existindo dentro de nós e ao nosso redor (Rm 7.14-25; Cl 5.17) e enfrentaremos forças demoníacas (1Co 7.5; 1Tm 4.1; Ap 16.14). Nossa liberdade individual da presença do pecado aguarda a nossa libertação deste corpo mortal e a nossa liberdade total da presença do pecado aguarda a volta de Cristo e a restauração de todas as coisas nos novos céus e nova terra (Ap 21.1-5).
Também não temos permissão para exercer a nossa liberdade de maneiras prejudiciais. Por exemplo, como Paulo deixa claro ao tratar de questões controversas como o consumo de alimentos sacrificados a ídolos (Rm 14; 1Co 8), os cristãos têm a obrigação de não exercitar sua liberdade de maneiras que levem outros cristãos a cair em pecado. Além disso, Deus não nos libertou da obediência à lei. Apesar dessa obediência não nos tornar merecedores da salvação e de nossa transgressão da lei não nos condenar, a lei continua sendo o nosso guia moral. O próprio Jesus afirmou que a lei continuava em vigor para todos os cristãos (Mt 5.17-1 9), e Paulo chegou a chamá-la de "lei de Cristo" (GI 6.2).
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.



[1] Extraído de um texto do site Monergismo, em 13/12/2015, 7h20, falando de um livro de John Stott – CRISTIANISMO EQUILIBRADO: http://www.monergismo.com/textos/advertencias/cristianismo_equilibrado.htm
[2] Artigo Teológico da Bíblia de Estudo de Genebra relativo ao capítulo 14 de Romanos.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.


sábado, 12 de dezembro de 2015

Romanos 13 1-14 - A NOITE ESTÁ ACABANDO E O DIA JÁ VEM RAIANDO.

Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual, notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus; ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 13/16, na parte V.
Breve síntese do capítulo 13.
Autoridades são ministros de Deus para manutenção da ordem e do progresso em nossa sociedade. Por isso Deus levantou homens especiais, que ele mesmo escolheu, para estarem onde estão e ocuparem seus cargos.
Há quem não desempenhe bem seu papel ou que é corrupto, desleal, falso, mas a função que ele está representando foi preparada por Deus e a Deus ele prestará contas de tudo o que estiver fazendo que não vise o bem-estar geral da população.
Nós devemos estar sujeitos às autoridades e elas incluem todo tipo de autoridade, entre elas, sem dúvidas o pai! O pai é quem cuida e administra com a bênção de Deus, juntamente com a mãe, que muitas vezes faz os dois papéis – pai e mãe -, o lar para mantê-lo estável, seguro, direcionado para Deus, produtivo e próspero.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
V. INSTRUÇÕES PRÁTICAS (12.1-15.13) - continuação.
Dissemos que a devoção total a Cristo levará a servi-lo fielmente nos vários desafios que os cristãos enfrentam juntos. Veremos, pois, doravante até 15.13 essas exortações práticas.
Ele tratou de quatro assuntos, que estamos seguindo em nossa divisão proposta: A. A necessidade de consagração total (12.1-2) – já vimos; B. A vida no corpo de Cristo (12.3-21) – já vimos; C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14) – veremos agora;  e, D. Como tratar as controvérsias entre os espiritualmente fracos e os fortes (14.1-15.13).
C. As responsabilidades políticas e sociais (13.1-14).
O apóstolo Paulo forneceu exemplos adicionais concretos do que significa “fazer o bem perante todos os homens" (12.17) e "ter paz com todos os homens" (12.18), especificamente pela submissão às autoridades civis estabelecidas por Deus, e pela vida em santidade e pureza moral.
Os cristãos têm uma razão distinta para uma submissão apropriada às autoridades governantes: o próprio Deus é a fonte da estrutura governamental da sociedade (Pv 8.15-16; Dn 2.21).
A rebelião contra essa autoridade implica rebelião contra a ordenação divina. Quem é do bem e pratica coisas boas, jamais deverá temer as autoridades, pois que elas incentivam o bem comum de todos.
As autoridades são ministros de Deus para nosso bem. A autoridade governamental existe em benefício da sociedade. Essa é a função normal dela, e Paulo admitiu que esses benefícios podem ser realizados em termos práticos, mesmo quando os governantes são não cristãos professos.
Embora os cristãos não possam exercer vingança pessoal (12.19), Deus estabeleceu os governos civis em parte para exercerem vingança em nome dele, como seus representantes.
Não ter que executar justiça civil ajuda os cristãos a terem paz com todos (12.18), enquanto demonstram, ao mesmo tempo, misericórdia e amor para com seus inimigos (12.19-21).
O uso da espada por ela é legítima, ou seja, eles tem o poder da vida e da morte. A pena capital está sem dúvida em vista aqui. Em outras passagens, Paulo aceitou o princípio dessa pena, quando apropriado (At 25.11).
Ela também passa a ser o nosso vingador. Aquilo que a pessoa não deve fazer (12.19), o Estado pode fazê-lo legitimamente na busca da justiça.
É por esse e outros motivos que pagamos tributos. A submissão cristã é a resposta de uma consciência instruída pela revelação divina.
Como a incumbência do governo é divinamente estabelecida e requer apoio financeiro, os cristãos devem pagar seus impostos com uma motivação e intenção claras: a carga de pagar impostos se toma um elemento integrante da devoção deles a Deus.
E evidente que o apóstolo Paulo estava familiarizado com a declaração de Jesus (Mt 22.21). Aqui – vs. 7 - ele indicou como ela se aplica, tanto para a transação do pagamento de impostos quanto para aqueles a quem eles são pagos.
Paulo foi ainda mais além na aplicação do seu princípio básico da consagração cristã. A ligação entre os versículos 7 e 8 é encontrada na exortação do versículo 7: os cristãos devem cumprir seus deveres financeiros para com o Estado.
No entanto, essa é apenas uma aplicação específica do princípio geral agora enunciado: todos os deveres devem ser cumpridos. Mas um desses deveres é constante: o amor ao próximo.
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – vs. 9. (Veja Lv 19.18.) Essa não é uma exortação ao amor-próprio. Mais precisamente, ela indica que o mesmo interesse assumido pela própria pessoa como criado à imagem de Deus (Gn 1.26-27) deve ser demonstrado para com os outros (Lc 6.31).
O parecer de Paulo de que amamos a nós mesmos naturalmente implica que o amor-próprio é legítimo, na verdade inevitável, e contrário a qualquer tipo de masoquismo.
O discernimento espiritual está arraigado na apreensão da revelação divina. A ênfase de Paulo no papel da mente está novamente evidente aqui no vs. 11 quando ele diz que conhecemos o tempo e que já chegou, portanto, a hora de despertarmos do sono, pois que a nossa salvação - no sentido de redenção final (8.23) – está agora mais próxima do que quando cremos no início.
A noite, portanto, não durará para sempre, o dia está por nascer. O apóstolo Paulo falava da presente era de pecado como “noite", e da futura era de bênção como “dia” (a BEG recomenda reflexão em seu excelente texto do seu artigo teológico "O plano das eras", em Hb 7).
Rm 13:1 Todo homem esteja sujeito
às autoridades superiores;
porque não há autoridade
que não proceda de Deus;
e as autoridades que existem
foram por ele instituídas.
Rm 13:2 De modo que aquele que se opõe à autoridade
resiste à ordenação de Deus;
e os que resistem trarão
sobre si mesmos condenação.
Rm 13:3 Porque os magistrados não são para temor,
quando se faz o bem,
e sim quando se faz o mal.
Queres tu não temer a autoridade?
Faze o bem
e terás louvor dela,
Rm 13:4 visto que a autoridade
é ministro de Deus para teu bem.
Entretanto, se fizeres o mal,
teme; porque não é sem motivo
que ela traz a espada;
pois é ministro de Deus,
vingador,
para castigar o que pratica o mal.
Rm 13:5 É necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente por causa do temor da punição,
mas também por dever de consciência.
Rm 13:6 Por esse motivo,
também pagais tributos,
porque são ministros de Deus,
atendendo, constantemente, a este serviço.
Rm 13:7 Pagai a todos o que lhes é devido:
a quem tributo, tributo;
a quem imposto, imposto;
a quem respeito, respeito;
a quem honra, honra.
Rm 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma,
exceto o amor com que vos ameis uns aos outros;
pois quem ama o próximo
tem cumprido a lei.
Rm 13:9 Pois isto:
Não adulterarás,
não matarás,
não furtarás,
não cobiçarás,
e, se há qualquer outro mandamento,
tudo nesta palavra se resume:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Rm 13:10 O amor não pratica o mal contra o próximo;
de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
Rm 13:11 E digo isto a vós outros que conheceis o tempo:
já é hora de vos despertardes do sono;
porque a nossa salvação está, agora,
mais perto do que quando no princípio cremos.
Rm 13:12 Vai alta a noite,
e vem chegando o dia.
Deixemos, pois, as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz.
Rm 13:13 Andemos dignamente,
como em pleno dia,
não em orgias
e bebedices,
não em impudicícias
e dissoluções,
não em contendas
e ciúmes;
Rm 13:14 mas revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo
e nada disponhais para a carne
no tocante às suas concupiscências.
São duas atitudes esperadas de nossa parte uma vez que a noite está acabando e já vem raiando o dia.
1.      Devemos nos revestir do Senhor Jesus Cristo.
Deixemos, pois, em função disso (o fim da noite e a proximidade do novo dia) as “obras das trevas” e vamos nos revestir das “armas da luz”. A metáfora “armas da luz" ressalta que o desenvolvimento das virtudes espirituais, e não apenas a mera rejeição dos vícios, é essencial para a defesa espiritual.
Paulo então nos recomenda que andemos dignamente ou nos comportemos com decência. A advertência de Paulo contra um modo de vida carnal inclui, de modo impressionante, não apenas os pecados da carne (pecados sexuais e vida desenfreada), mas também as imperfeições insidiosas que podem ser nutridas e até mesmo ostentadas no seio da própria igreja ("contendas e ciúmes").
Aqueles que estão em Cristo devem viver de maneira coerente com a sua nova posição (Ef 4.1).
2.      Nada devemos dispor para a carne no tocante às suas concupiscências!
Então quer dizer que eu posso ou não posso dispor para a carne? Sim, por isso nada devo dispor para ela!
O mundo ai fora – eu não falo das coisas naturais e boas, como trabalho, educação, saúde, governo, lazer, diversão, etc... -, que se esqueceu de Deus, nada tem para nos oferecer, se não oportunidades para desenfreadamente dispormos para a carne no tocante às suas concupiscências.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
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