sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
sexta-feira, dezembro 04, 2015
Jamais Desista
Romanos 5 1-21 - NÓS NÃO FOMOS A ELE, PELO CONTRÁRIO, ELE VEIO A NÓS.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos
crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os
crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus
papéis interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo
de Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das
obras; à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a
dependência do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender
a aplicar o evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 5/16, na parte II.
Breve
síntese do capítulo 5.
Jesus Cristo morreu primeiro por nós. Estávamos mortos! Não poderíamos
atender ao chamado do Pai, nem nos voltarmos a ele buscando-o por causa do
pecado a que estávamos todos entregues. Não haveria como ir a ele em completa
rebeldia e dureza de coração.
Assim, não fomos a ele, mas ele veio a nós. O evangelho não é a mensagem
de salvação do homem como se ele estando perdido agora encontra seu Criador.
Não é a criatura que encontra seu Criador, antes o Criador que encontra e salva
a criatura. O evangelho é a mensagem de salvação de Deus que salva o homem
perdido.
No entanto, Deus usa os homens para transmitir a mensagem de salvação
dos homens e tudo começou por um homem perfeito: Jesus Cristo. Nós não
transmitimos uma mensagem de salvação para encontrarmos o homem perdido, mas
nós transmitimos uma mensagem de salvação que salva este homem perdido.
A palavra de Deus que Ezequiel lançou nos ossos secos nem foi ouvida
porque eles estavam mortos. Foi a palavra de Deus que gerou neles a vida e ai
passaram a escutar. Assim, é a mensagem de salvação do evangelho que encontra
ossos secos e gera neles vida.
Confira
o que digo no capítulo 5 de Romanos e na segmentação abaixo que deixa isto mais
claro ainda:
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. A SALVAÇÃO PARA JUDEUS E GENTIOS (3.21-8.39) – continuação.
Como dissemos, a salvação vem para judeus e
gentios do mesmo modo. Para todos, a justificação é somente mediante a fé, à
parte das obras; e a santificação mediante a confiança no poder do Espírito
Santo. Estamos vendo até o capítulo 8.39, a salvação para judeus e gentios.
Tendo mostrado que tanto judeus como gentios são pecadores carentes de
salvação, Paulo passou a explicar como a salvação alcança a todos.
Assim, seguindo a divisão proposta pela
BEG, teremos duas divisões principais: A. A justificação (3.21-5.21) – estamos vendo: 1. Somente pela fé
(3.21-31) – já vimos; 2. O exemplo de
Abraão (4.1-25) – veremos agora; 3.
Os benefícios da justificação (5.1-11); 4. Cristo: o novo Adão (5.12-21); B. A
santificação (6.1-8.39): 1. A destruição do domínio do pecado (6.1-23); 2. A
luta contra o pecado (7.1-25); 3. Vivendo pelo Espírito (8.1-39).
A. A justificação (3.21-5.21) - continuação.
Nós dissemos que o apóstolo Paulo encerrou
a parte anterior com a afirmação de que ninguém poderia ser declarado justo
(justificado) pela lei (3.20). Aqui ele explicou como a justificação acontece.
3. Os benefícios da justificação (5.1-11).
Veremos nos próximos
onze versículos, os benefícios da justificação. O apóstolo Paulo expôs vários
benefícios que vêm para aqueles que estão justificados pela fé.
ü Em vez de separação (3.10-17), há
paz (v. 1).
ü No lugar da carência da glória de
Deus pelo pecado (3.23), há a esperança da glória (5.2).
ü Em vez de sofrer sob o juízo
(2.5-6), há motivo para se gloriar na tribulação pelo que Deus produz por meio
dela (vs. 3).
ü Ao contrário do medo da
incerteza, há a segurança do amor de Deus (vs. 6-8) e motivos para se alegrar
nele (v. 11).
Uma das coisas mais importantes em nossa
vida é a paz e a paz com Deus! Embora haja um número considerável de
manuscritos de apoio para "tenhamos", a linha de pensamento de Paulo
dá maior margem a "temos". O fato de que "recebemos, agora, a
reconciliação" (vs. 11) implica que já estamos em paz com Deus. Com a paz
estabelecida, agora temos acesso à presença e Deus. Isso é muito sério e
gerador de vida dentro de nós.
Por três anos e meio aqueles discípulos
andaram com Jesus e estavam tão acostumados como coisas fantásticas e palavras
de tirar o fôlego. Eles o viram andar por sobre as águas; repreender os ventos
e a tempestade; ressuscitar mortos; curar muitos enfermos; expulsar demônios e
escapar de tantos ardis preparados com muita astúcia. De repente, numa
sexta-feira, ele é preso e em menos de 24 horas, está morto e sepultado. Aquilo
foi demais para todos eles.
No domingo, no dia da ressurreição, eles
estavam todos de portas fechadas, reunidos e com medo das autoridades, dos
judeus e no meio deles surge Jesus Cristo ressuscitado.
O que Jesus diz em primeiro lugar ao
encontrar aqueles discípulos com medo, aterrados e desesperados?
É sempre assim. Jesus não veio para nos
destruir, para nos censurar e nos repreender, mas para nos salvar e nos
levantar.
Quando Jesus chega ao ambiente, a paz lhe
acompanha e o que ele diz antes de tudo? PAZ SEJA CONVOSCO! Esta não é qualquer
paz, mas a paz do Senhor, é o Shalom.
Depois ele lhes mostra que é ele mesmo por
causa de suas mãos, pés e lado e eles ficam maravilhados. Jesus, então, lhes
faz uma segunda ministração e o que ministra a eles na segunda vez. A primeira
vez foi a paz e na segunda? Novamente a paz, o shalom.
Quando Jesus chega ao ambiente, a paz lhe
acompanha e o que ele diz antes de tudo? PAZ SEJA CONVOSCO! Esta não é qualquer
paz, mas a paz do Senhor, é o Shalom.
"Shalom (em hebraico שָׁלוֹם,
geralmente traduzido como paz) significa paz entre duas entidades (geralmente
duas nações) ou a paz interior de um individuo. Também é utilizada como
cumprimento dentro da comunidade judaica à semelhança do salaam árabe. A
palavra shalom deriva da raiz shin-lamedh-mem (ש.ל.ם), que nas línguas
semíticas aparece com o sentido de ser completo, ser cheio ou ser pleno,
aparecendo em diversos textos com o sentido de paz, salvação e prosperidade de
indivíduos e nações. É também toda sorte de bens materiais, espirituais e
psíquicos que o Messias trará, ou seja, a salvação que Jesus nos trouxe. Dentro
da língua hebraica, a palavra Shalom é utilizada em diversas expressões: Shalom
aleikhem (שָׁלוֹם עֲלֵיכֶם; literalmente "a paz sobre vós"), é a
expressão completa do uso de Shalom quando cumprimento, e é cognato ao árabe
Assalamu Aleikum.A resposta à esta expressão é Aleikhem Shalom. Shabbat shalom
(שַׁבָּת שָׁלוֹם) cumprimento comum usado no Shabat, sendo muito utilizado em
comunidades Mizrahi, Sefaradi e em Israel. Algumas comunidades asquenazi usam o
termo iídiche Gut shabbes. Alav hashalom (עַלָיו הַשָּׁלוֹם; literalmente
"sobre ele a paz ") é uma expressão usada em algumas comunidades
judaicas após mencionar o nome de uma pessoa respeitável, equivalente ao árabe
alayhi is-salaam)." Fonte: wikipedia.
Esta saudação inicial de Jesus deve ter
abalado toda aquela casa tirando aquela ansiedade e medo que os dominavam para
lhes darem a paz do Senhor, esta gostosa paz que somente Deus pode nos dar.
Esta paz que todos desejam e se pudessem ou compreendessem seu profundo sentido
e significado jamais a trocariam por qualquer oferta deste mundo.
Ele ainda voltou a aparecer dessa forma oito
dias após. Oito dias se passaram, era, portanto uma segunda-feira e novamente
estavam reunidos, mas agora Tomé com eles. Novamente, estando as portas
trancadas. Novamente surge no meio deles, do nada, o Senhor Jesus Cristo!
Novamente também, a primeira ministração a eles naquele ambiente fora a paz do
Senhor. Ele é o Senhor Jesus Cristo que ressuscitara dos mortos e que agora
estava dando instruções especiais aos seus discípulos. No entanto, tudo
começando, em primeiro lugar, com a paz do Senhor. (Jo 20.19-29).
Como é importante essa paz com Deus que nos
vem mediante Jesus Cristo por causa da justificação pela fé é também por meio
dele que obtemos acesso a esta graça na qual agora, diz Paulo – vs. 2 – estamos
firmados.
Com essa firmeza nos gloriamos na esperança,
não em qualquer esperança, mas na esperança da glória de Deus. No Novo
Testamento, a esperança é a segurança que vem do conhecimento da certeza da
nossa salvação futura. Ela não é um anelo incerto ou um pensamento desejoso. A
prova de que essa esperança não será confundida está garantida aqui e agora
pelo conhecimento do amor de Deus que o Espírito Santo derrama nos corações dos
crentes (vs. 4-5).
Agora nos gloriamos na esperança (na
esperança da glória de Deus) e nas tribulações. Reparem em que nos gloriamos,
conforme Paulo:
ü
Na
esperança.
ü
Nas
tribulações.
Por que tribulações? Ele explica:
Tribulação produz perseverança.
Perseverança,
produz caráter aprovado.
Caráter aprovado, produz esperança.
Voltamos à esperança novamente depois da
perseverança e do caráter aprovado!
Na ARA temos no lugar de “caráter aprovado”,
“experiência” - a qualidade de ser testado e aprovado. Ela confirma a nossa
confiança de que a glória que aguardamos será nossa um dia (8.17-25).
O resultado da esperança não nos decepciona
porque Deus derramou o seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo
que ele nos deu – vs. 5.
A natureza do derramamento desse amor (vs.
5) é compreendida na cruz. Lá Deus agiu "a seu tempo", no sentido de
que a morte de Jesus aconteceu segundo o plano imutável e predeterminado de Deus
(Jo 17.1; At 2.23; GI 4.4), ou seja, ele se animou, ou teve ânimo, vontade, de
morrer por nós, quando éramos fracos, ímpios, quando estávamos mortos em nossos
delitos.
Assim como Lc 8.1-4,32, essa passagem
ressalta as qualidades de particularidade e eficácia que Paulo atribuía de modo
constante à morte de Cristo. Jesus morreu especificamente "por nós"
(vs. 8), os que agora cremos e estamos justificados mediante a nossa fé.
Além disso, sua morte alcançou de fato a
"reconciliação" que "recebemos, agora" (vs. 11). (A BEG
recomenda aqui a refletirmos em seu excelente artigo teológica “Expiação
limitada", em Jo 10).
Paulo argumentou do maior para o menor: se
Deus fez por nós o mais difícil que foi o sofrimento e a morte (vs. 10) do seu
Filho, ele também fará o mais fácil, isto é, vai nos dar a salvação final
"por ele (Cristo)" e "pela sua vida" (vs. 10) como Mediador
ressurreto e assunto ao céu.
Ao seguir com seu propósito inicial de
amor, Deus preserva para a salvação final aqueles que já têm sido justificados.
A expressão decisiva e mais custosa desse seu propósito amoroso foi a efetiva
morte reconciliadora de Cristo, a qual garante a justificação e a glorificação
daqueles pelos quais ele morreu (8.32).
A salvação como reconciliação aparece no
Antigo Testamento, especialmente em Oseias. No entanto, no Novo Testamento
somente Paulo descreveu a obra de Cristo de carregar o pecado como reconciliação
(11.15; 2Co 5.18-20; Ef 2.16; Cl 1.20,22).
Nossa alienação de Deus chega ao fim pela
eliminação da causa da mesma (nosso pecado, culpa e condenação) mediante a
morte de Cristo (cf. 2Co 5.21). Nesse sentido, a reconciliação é objetiva (2Co
5.15-19).
Todavia, ela deve ser recebida (vs. 11; cf.
2Co 5.20) por meio da atitude de abandono da nossa própria alienação e
hostilidade (isto é, pelo arrependimento e pela fé em Cristo).
Por fim, ele ainda nos afirma de que nos
gloriemos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem
recebemos agora essa reconciliação – vs. 11.
4. Cristo: o novo Adão (5.12-21).
Dos versos doze ao final deste capítulo,
ele nos falará de Cristo, como o novo Adão. Paulo comparou o significado
radical da desobediência de Adão com o da obediência de Cristo a Deus.
Essa comparação está relacionada à
exposição anterior dos vários benefícios que vem para aqueles que são
justificados pela fé em Cristo (5.1-11).
Embora a queda de Adão no pecado tenha
afetado toda a humanidade, Paulo tinha em mente particularmente os efeitos do
pecado de Adão naqueles que estão de modo definitivo redimidos em Cristo (cf.
"quando inimigos"; vs. 10), tanto na época do Antigo quanto na do
Novo Testamento.
A ênfase de Paulo na expressão "um só
homem' (Adão ou Cristo) ao longo de toda a passagem (vs. 12, 15-17,19) indica
que ele via tanto Adão quanto Cristo como indivíduos históricos.
Foi por meio de um homem que entrou o
pecado no mundo. Junto com o pecado, veio a entrada da morte e dessa forma, como
todos se tornaram pecadores, todos se tornaram mortais.
No caso de Adão, o "um só homem"
desse versículo, o apóstolo falou de “uma só ofensa" dele (vs. 16,18) pela
qual todos "se tornaram pecadores" (isto é, a condição de pecador foi
passada por fim a toda humanidade em decorrência da união de ações dela com Adão
como seu representante perante Deus; vs. 19).
O pecado é a causa da morte na medida em
que Deus pune o mesmo com a morte. O fato de todos morrerem demonstra que todos
pecam. Até mesmo Jesus não morreu até que o pecado fosse imputado a ele (2Co
5.21). Caso contrário, ele não poderia ter morrido, jamais.
Essa expressão “todos os homens” tem sido
tradicionalmente entendida como uma referência a toda a humanidade. Essa
perspectiva teológica é certamente correta, pois todos os seres humanos caíram
em pecado e morte por causa de Adão.
No entanto, o ponto principal de Paulo
nesse contexto de 5.12-21 deve ter sido mais limitado. Ele afirmou que todos os
que estão agora em Cristo (quer sejam judeus ou gentios) estavam por natureza
em Adão, mas agora foram salvos por Jesus do mesmo modo (ou seja, mediante
imputação; observe a proeminência do uso de verbos na primeira pessoa do plural
em 5.1-11). Sob esse aspecto, "todos os homens" pode significar
"cada um de nós" ou 'todo tipo de pessoas".
A morte veio a todos os homens porque todos
pecaram. Novamente, a ênfase de Paulo deve ter sido no fato de que todos
aqueles que são crentes agora foram contados outrora entre os que caíram em
Adão. O reino universal da morte é a consequência do pecado.
O apóstolo não explicou de modo preciso
como toda a humanidade estava envolvida com Adão em seu pecado, mas
simplesmente assumiu esse fato. S
Uma perspectiva de Adão como representante
da humanidade teve origem num ponto de vista muito difundido no Antigo Testamento
de que Deus escolhia tratar com as pessoas por meio de representantes, tais
como os antepassados (p. ex., Adão, Noé, Abraão) ou os líderes políticos (p.
ex., Moisés, Davi) os quais ele ordenava como representantes de um grande
número de pessoas.
Paulo introduz a lei no verso 13, mas
afirma que o pecado já existia, mesmo sem o conhecimento da lei. O pecado já
estava no mundo, mas não era levado em conta.
Paulo está se referindo a uma
característica única do tempo entre Adão e Moisés. Ele não quis dizer com isso
que não houvesse pecado individual pelo qual as pessoas fossem consideradas
responsáveis durante esse período.
Uma interpretação como essa não leva em
conta as reações de Deus para com Caim (Gn 4.314) e diante da violência que
encheu a terra (Gn 6.1-7). De fato, os princípios básicos da lei divina sempre
foram revelados à humanidade (1.18-23).
Entretanto, antes de Moisés a lei de Deus
não estava codificada ou escrita em detalhes de modo a fornecer uma regra
unificada e clara e um guia para Israel como nação.
Paulo argumentou que a violação de Adão ao
mandamento específico dado no jardim (Gn 2.16-17) era semelhante às violações
aos mandamentos específicos de Deus por meio da lei mosaica.
Embora o pecado não fosse levado em conta
por não existir a lei, a morte tinha reinado desde o princípio. Mesmo durante o
tempo em que havia muito poucos mandamentos explícitos registrados na Bíblia, a
morte ainda era um acontecimento universal, confirmando que a humanidade era
pecadora e continuava a pecar.
Todavia, a morte reinou desde o tempo de
Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à
transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir – vs. 14.
Adão, o primeiro homem, foi divinamente
apontado como principal representante de toda a raça humana, e o pecado dele
provocou a perda do direito à justiça por todos aqueles que ele representava.
Do mesmo modo, Deus fez de Cristo o
principal representante da nova humanidade para que a obediência dele até a
morte pudesse obter a justificação dela.
Todos aqueles que creem ("todos os
homens” no vs. 18; e “muitos" nos vs. 15,19) eram representados em Adão
antes de alcançar a fé e receber a representação de Cristo. É a salvação em
Jesus que reverte os efeitos da queda de Adão no pecado (1Co 15.45-49; Hb
2.14-18).
Embora as obras de Adão e de Cristo sejam
parecidas, a graça da obra de Cristo é maior que o pecado, o juízo e a
condenação de Adão. E embora seja verdade que toda a humanidade tenha caído em
Adão, esse versículo deixa claro que a ênfase de Paulo está naquelas pessoas
que têm sido redimidas em Jesus (os "muitos").
Deveras interessante este versículo que
compara o dom gratuito com a ofensa. O pecado x a graça de Deus. Veja que no
verso 16 ele afirma que não se pode comparar a dádiva de Deus com a consequência
do pecado de um só homem.
Por um pecado veio o julgamento que trouxe
a condenação; por inúmeros pecados veio a graça que trouxe a justificação.
Paulo, nos vs. 18 e 19, voltou à questão
principal da sua analogia: que há um paralelo entre Adão e Cristo na qual a
condenação e a justificação, respectivamente, são os frutos imediatos das ações
deles.
Por meio de (isto é, "com base nas
ações de") "um só homem, muitos" são constituídos ou pecadores
ou justos. Com Adão como o seu principal representante, todos os que agora são
crentes (junto com toda a humanidade) pecaram e caíram quando ele pecou. Já com
Cristo, todos os crentes (a nova humanidade) são feitos "justos"
nele.
Vejam só a finalidade da lei. Ela não
entrou no mundo para trazer a cura, mas para revelar o pecado. Ela é o agente
revelador da condição pecadora de todos os homens, ela veio para que se avultasse
a ofensa – vs. 20.
As leis específicas e codificadas de Moisés
foram acrescentadas em primeiro lugar para guiar Israel à justiça (Dt 6.24-25).
Entretanto, em sua infinita sabedoria, Deus
também ordenou que o conhecimento da lei aumentasse realmente o pecado na vida
dos descrentes.
A consciência de seus padrões torna uma
pessoa mais responsável diante Deus ler 12.48) e suscita desejos contrários no
coração dos pecadores (7.5,8 – a BEG recomenda reflexão em seu excelente artigo
teológico "Os três usos da lei", em SI 119 – pedagógico, civil e
moral).
A pecaminosidade da humanidade deu ocasião
para Deus se mostrar ainda mais gracioso ao perdoar os pecados das pessoas, tal
como a graça expressa na propiciação de Jesus que prevaleceu sobre a situação
de pecado da nova humanidade (vs. 15-19).
Esse fato é coerente com a promessa de Deus
a Israel de que, embora o seu povo fosse receber a punição de ser arrancado de
sua terra e deportado, ele mostraria grande misericórdia para com os exilados
perdoando-lhes os pecados, restaurando-os e abençoando-os mais do que nunca
antes (Dt 30.1-6).
O Novo Testamento identifica Cristo como o
único que traz essas supremas bênçãos de restauração (incluindo a salvação) ao
povo de Deus.
temos paz com Deus
por meio de nosso Senhor
Jesus Cristo;
Rm 5:2 por intermédio de quem obtivemos igualmente
acesso,
pela fé,
a esta graça
na qual estamos firmes;
e gloriamo-nos na esperança
da glória de Deus.
Rm 5:3 E não somente isto,
mas também nos gloriamos
nas próprias tribulações,
sabendo que a tribulação produz perseverança;
Rm 5:4 e a perseverança,
experiência;
e a experiência, esperança.
Rm 5:5 Ora, a esperança não confunde,
porque o amor de Deus é derramado em nosso coração
pelo Espírito Santo, que
nos foi outorgado.
Rm 5:6 Porque Cristo,
quando nós ainda éramos fracos,
morreu a seu tempo pelos
ímpios.
Rm 5:7 Dificilmente, alguém morreria por um justo;
pois poderá ser que pelo
bom alguém se anime a morrer.
Rm 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para
conosco
pelo fato de ter Cristo
morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores.
Rm 5:9 Logo, muito mais agora,
sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da
ira.
Rm 5:10 Porque, se nós,
quando inimigos,
fomos reconciliados com
Deus
mediante a morte do seu
Filho,
muito mais, estando já
reconciliados,
seremos salvos pela sua
vida;
Rm 5:11 e não apenas isto,
mas também nos gloriamos em Deus
por nosso Senhor Jesus
Cristo,
por intermédio de quem
recebemos, agora,
a reconciliação.
Rm 5:12 Portanto, assim como por um só homem
entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado,
a morte,
assim também a morte
passou a todos os homens,
porque todos pecaram.
Rm 5:13 Porque até ao regime da lei
havia pecado no mundo,
mas o pecado não é levado
em conta quando não há lei.
Rm 5:14 Entretanto, reinou a morte desde Adão até
Moisés,
mesmo sobre aqueles que não
pecaram
à semelhança da transgressão de Adão,
o qual prefigurava aquele
que havia de vir.
Rm 5:15 Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa;
porque, se, pela ofensa de um só,
morreram muitos,
muito mais a graça de Deus
e o dom pela graça de um só
homem, Jesus Cristo,
foram abundantes sobre
muitos.
Rm 5:16 O dom, entretanto,
não é como no caso em que somente um pecou;
porque o julgamento derivou
de uma só ofensa,
para a condenação;
mas a graça
transcorre de muitas
ofensas,
para a justificação.
Rm 5:17 Se, pela ofensa de um
e por meio de um só,
reinou a morte,
muito mais os que recebem
a abundância da graça
e o dom da justiça
reinarão em vida por meio
de um só,
a saber, Jesus Cristo.
Rm 5:18 Pois assim como,
por uma só ofensa,
veio o juízo sobre todos os
homens
para condenação,
assim também,
por um só ato de justiça,
veio a graça sobre todos os
homens
para a justificação que dá
vida.
Rm 5:19 Porque, como, pela desobediência de um só
homem,
muitos se tornaram
pecadores,
assim também, por meio da obediência de um só,
muitos se tornarão justos.
Rm 5:20 Sobreveio a lei
para que avultasse a ofensa;
mas onde abundou o pecado,
superabundou a graça,
Rm 5:21 a fim de que,
como o pecado reinou pela
morte,
assim também reinasse
a graça pela justiça
para a vida eterna,
mediante Jesus Cristo,
nosso Senhor.
O homem perdido, ate hoje não aceita ou tem dificuldade de aceitar a
salvação plena de Deus, isto é, sem participação alguma do homem. A graça de
Deus é plena sobre os que ele quer salvar. O mesmo caso se dá com a questão da
fé e das obras. Ele sempre quer fazer, justificar-se, mostrar algo como se
estivesse provando e mesmo merecendo.
Quem faz e realiza obras tem de que se gloriar, mas não diante de Deus!
Adão prefigurava aquele que haveria de vir! Imaginem que o homem foi criado já apontando para o Filho do
homem! Para aquele que haveria de vir e está para voltar! Aos poucos vamos
falando um pouco mais... há muito no que meditar.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
quinta-feira, dezembro 03, 2015
Jamais Desista
Romanos 4 1-25 - POR QUE DEUS ME CONSIDERA JUSTO?
Como já dissemos e repetiremos isso até ao fim, estamos diante de um
escrito que ultrapassa a normalidade em questão de produção de conteúdo intelectual,
notadamente espiritual. Não é à toa que esta epístola recebe o apelido de
QUINTO EVANGELHO. Se ninguém falou como este homem, referindo-se a Jesus;
ninguém escreveu como este homem, digo eu de Paulo.
Paulo escreve aos Romanos para apresentar a mensagem do evangelho aos
crentes em Roma e explicar como esse evangelho corrige as divisões entre os
crentes judeus e os crentes gentios. (BEG).
São tratadas nesta epístola as questões dos judeus e gentios e seus papéis
interconectados na história relacionadas ao pecado, à justiça e ao juízo de
Deus; ao recebimento da justificação somente mediante a fé, à parte das obras;
à santificação, que conduz à glorificação, a qual ocorre mediante a dependência
do Espírito Santo; e, como cristãos judeus e gentios devem aprender a aplicar o
evangelho à vida prática. Estamos no capitulo 4/16, na parte II.
Breve
síntese do capítulo 4.
Meu Deus, olha que sabedoria de Paulo, pelo Espírito Santo: - se Abraão
foi justificado por obras, ele tem do que se gloriar, mas não diante de Deus!
Meus queridos, mas, ... não são justamente as obras de Abraão ou feitas
por Abraão que justificam a sua fé? Como irá provar ele a sua fé se não pelas
suas obras? Alguém pode mostrar a sua fé? Você pode mostrar a sua fé? Eu posso?
– eis aqui a minha fé!, diria alguém. Outro mais sábio lhe perguntaria, mas
cadê as obras que provam a sua fé?
Parece um dilema sem saída. Como produzir obras sem que elas sejam
produzidas? Se eu produzo obras, tenho do que me orgulhar! Eu entendo assim: a
minha natureza é pecadora e portanto somente sei pecar e peco. Quando eu peco,
eu faço algo que é próprio meu, pecar. Não existe, portanto, eu “não pecar”,
pois sou pecador e peco.
Quando eu faço o bem, não sou eu quem o faço, mas a graça de Deus
operando em mim é que me conduz à santidade. Não há glórias em mim quando não
peco por causa da graça de Deus que está operando em mim.
Não porque sou melhor, nem pior que qualquer um. A graça de Deus é muito
mais abundante em mim à medida que eu me reconheço mais pecador e carente da
graça de Deus. não estou falando assim com relação à salvação, mas com relação
à santidade. Veremos se isso ficará mais claro nos próximos capítulos. Tenhamos
paciência!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes,
conforme ajuda da BEG:
III. A SALVAÇÃO PARA JUDEUS E GENTIOS (3.21-8.39) – continuação.
Como dissemos, a salvação vem para judeus e
gentios do mesmo modo. Para todos, a justificação é somente mediante a fé, à
parte das obras; e a santificação mediante a confiança no poder do Espírito
Santo. Estamos vendo até o capítulo 8.39, a salvação para judeus e gentios.
Tendo mostrado que tanto judeus como gentios são pecadores carentes de
salvação, Paulo passou a explicar como a salvação alcança a todos.
Assim, seguindo a divisão proposta pela
BEG, teremos duas divisões principais: A. A justificação (3.21-5.21) – estamos vendo: 1. Somente pela fé
(3.21-31) – já vimos; 2. O exemplo de
Abraão (4.1-25) – veremos agora; 3.
Os benefícios da justificação (5.1-11); 4. Cristo: o novo Adão (5.12-21); B. A
santificação (6.1-8.39): 1, A destruição do domínio do pecado (6.1-23); 2. A
luta contra o pecado (7.1-25); 3. Vivendo pelo Espírito (8.1-39).
A. A justificação (3.21-5.21) - continuação.
Nós dissemos que o apóstolo Paulo encerrou
a parte anterior com a afirmação de que ninguém poderia ser declarado justo
(justificado) pela lei (3.20). Aqui ele explicou como a justificação acontece.
2. O exemplo de Abraão (4.1-25).
Paulo apela para os
antepassados e nos faz refletir na vida de Abraão.
Paulo apoiou seu argumento de que a
justificação é pela graça mediante a fé em Cristo Jesus (3.22-26) apelando para
a narrativa do Antigo Testamento sobre a vida de Abraão. Como pai espiritual
dos judeus (vs. 1), Abraão forneceu o precedente (ou a jurisprudência) para a
tese de Paulo.
Contrário ao ponto de vista de que Abraão
era considerado justo e constante na aliança com Deus com base na sua própria
obediência e fidelidade, Paulo demonstrou que a declaração geral no versículo
37 era verdade para Abraão em particular.
De fato, ele não tinha nada 'de que se
gloriar', pois Gn 15.6 “Ele creno Senhor
e isso lhe foi imputado por justiça” prova que foi pela fé, e não por
guardar a lei, que Abraão foi justificado.
Pense bem, o salário de alguém jamais é um
favor, mas dívida. Ele, Paulo, se esforça por focar-se não no salário, mas no
favor – no caso deste vs. 4, considerado como favor, ou, literalmente,
"creditado". O apóstolo Paulo focalizou nessa palavra, argumentando
que ela sugere alguma coisa que é dada gratuitamente, "como favor".
Sabe-se que um salário é ganho pelo trabalho,
e não recebido "como favor" ("segundo a graça", em seu sentido
literal). Porém, Gn 15.6 não faz nenhuma menção a nenhum trabalho por parte de
Abraão; somente menciona a confiança que ele tinha em Deus.
Em outras palavras, Abraão não contribuiu
com nada para a sua própria justiça perante o Senhor. Nesse sentido, embora a
fé envolva uma ação humana, ela não é um "trabalho" humano (isto é,
uma obra meritória).
A própria fé é um dom de Deus (3.27; Ef
2.8; aqui a BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico
"Regeneração e novo nascimento", em Jo 3). Portanto, a justiça de
Deus foi creditada (ou imputada) a Abraão (vs. 3,9), e não merecida por ele.
Outro exemplo citado por Paulo foi Davi que
diz a mesma coisa quando afirma o fato da felicidade do homem a quem Deus lhe
credita justiça independentemente das obras.
Paulo fez uma referência ao texto de SI
32.1-2 para mostrar que Davi também concordava com a doutrina da justificação
pela fé somente.
Nos versículos 5-6, o apóstolo enfocou a
mesma palavra grega ("atribui"; literalmente, "credita"),
exatamente como ela aparece no SI 32.2 na Septuaginta (a tradução grega do AT).
O que ele queria dizer era que Deus atribui a justiça à parte das obras.
A bem-aventurança, a comunhão com Deus por
meio da aliança (junto com todas as coisas que a acompanham) e a salvação não
são merecidas, mas são consequências do dom do perdão.
Nós somos justificados unicamente pelo
mérito de Cristo; qualquer tipo de mérito humano está excluído. Não há espaço,
portanto para a jactância.
A partir do vs. 9, o apóstolo Paulo tornou
a se basear na vida de Abraão ao dar uma resposta à objeção que ele havia
antecipado: ainda que a justiça viesse pela graça mediante a fé, no caso de
Abraão, teria Paulo esquecido que ele era o pai dos circuncisos (e, portanto,
não dos incircuncisos)?
O apóstolo respondeu que Gn 15.6 descreve
Abraão "ainda incircunciso" (vs. 10). A justiça simbolizada e selada
por ele pela circuncisão já lhe havia sido atribuída quando ainda era
incircunciso, fazendo de Abraão o pai tanto dos crentes que não são, bem como
dos que são circuncisos.
Assim, não foi por intermédio da lei que a
promessa foi concedida a Abraão e sua descendência, mas por meio da justiça que
vem da fé. E se são herdeiros os que vivem debaixo da lei, nem a fé, nem a
promessa seria verdadeira ou útil.
Paulo então afirma que a lei suscita a ira.
Se a herança dependesse da obediência à lei, a fé não teria lugar no projeto
divino e a promessa seria nula, tendo em vista que a lei não pode levar a
efeito a obediência que ela requer para o seu cumprimento. Somente "onde
não há lei" é que "não há transgressão"; onde há lei, ela
"suscita a ira" (vs. 15).
Dado a verdade estabelecida da
pecaminosidade de todos os homens (Rm 1-3), era impossível que a promessa
pudesse ser recebida com base na guarda da lei. A lei que seria para gerar
vida, no caso, dos homens pecadores, sentenciou-os à morte por que todos somos
pecadores.
O relato de Gênesis sobre a vida de Abraão
não afirma explicitamente que ele herdaria o mundo inteiro. É provável que
Paulo tenha sintetizado dessa maneira a promessa feita a Abraão por várias
razões:
(1)
Abraão
e seus descendentes foram escolhidos para cumprir o desígnio original de Adão e
Eva, aos quais foi ordenado estender os seus domínios sobre toda a terra (Gn
1.26-29).
(2)
Foi
prometida a Abraão uma descendência inumerável (Gn 15.5; 22.17).
(3)
Também
lhe foi prometido ser uma bênção pela extensão da bênção de sua aliança para
todas as famílias da terra (Gn 1818; 22.18).
(4)
Ele
recebeu a promessa de ser pai de muitas nações (Gn 17.4-5).
Quando Israel se tornou uma nação governada
por um rei, a visão de possuir o mundo inteiro ficou mais proeminente (p. ex.,
Dt 2.25; SI 22.27; 67.2; 117.1; Is 52.10; Am 9.15-17). Os cristãos também
anseiam pelo dia em que reinarão com Cristo na glória dos novos céus e da nova
terra (Mt 5.5; Ap 22.5).
Tivesse ela sido com base nas obras, a promessa
teria falhado; tivesse ela sido baseada na circuncisão, apenas os judeus
poderiam tê-la recebido. Porque ela é pela fé, e, por conseguinte, pela graça
(pela ação de Deus, e não do homem), pode ser "firme" para toda a
descendência espiritual genuína de Abraão (ou seja, todos os crentes, quer
sejam judeus ou gentios de nascimento).
Novamente Paulo – vs. 17 - apelou para as
Escrituras (Gn 17.5) para confirmar a sua exposição. Já estava claro em Gênesis
que Abraão não era apenas o pai dos judeus (os circuncidados), mas também o
patriarca espiritual dos crentes de muitas nações.
Não era inacreditável que os gentios também
devessem receber a promessa de Deus, pois aquele em quem Abraão cria
"vivifica os mortos". Vejam as evidências:
ü
Na
nova vida que surgiu do ventre aparentemente amortecido de Sara (Gn 18.11).
ü
Na
vida que foi devolvida a Isaque quando ele estava sob a sentença de morte (Gn
22).
ü
De
modo definitivo, na vida restaurada na ressurreição de Cristo (Rm 4.24-25).
No vs. 17, está escrito que ele, Abraão, é
nosso pai aos olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e
chama à existência coisas que não existem, como se existissem.
Assim, este “chamar à existência coisas que
não existem” pode estar se referindo ao fato de Deus ter criado o mundo do nada
(veja Gn 1; Is 41.4; 48.13 sobre a criação chamada à existência pela palavra de
Deus) ou ao nascimento de Isaque (no qual uma nação emergiu de um ventre
estéril). Talvez tenha sido também uma alusão às palavras de Os 1.10; 2.23 (Rm
9.25-26).
Veja que Abraão creu contra
a esperança. Humanamente falando, crer que Sara daria à luz um filho (o
primeiro pré-requisito para o cumprimento da promessa) era algo vão pelas
razões dadas no versículo 19.
Ele não se enfraqueceu
na fé, como era de se esperar, mas creu em Deus, em sua palavra e ficou mesmo
esperando confiando no poder de Deus (vs. 17). Abraão adquiriu segurança de que
a promessa se cumpriria. Paulo mostrou e demonstrou que a fé genuína está
voltada para Deus e não para o homem, para a palavra divina e não para a
situação humana.
Ele tinha tudo para
desistir e se desanimar não crendo em Deus, mas ao contrário se fortaleceu na
sua fé dando glória a Deus. Dar glória a Deus é um sinal de fé, tendo em vista
que fé é depender do poder de Deus e confiar na palavra da promessa dele (vs.
21).
Abraão obedeceu fielmente
ao padrão dos atributos revelados de Deus (cf. 1.20) e, por isso, a glória
divina se manifestou na sua vida. Foi por meio do exercício desse tipo de fé
que Abraão foi justificado (vs. 22).
A prova da justificação
pela fé por meio do exemplo de Abraão levou Paulo de volta ao fundamento dessa
justificação na obra de Cristo (3.24-26).
A morte e a ressurreição
de Jesus são dois aspectos do mesmo acontecimento salvador. Ao morrer, ele
suportou o castigo exigido pela lei pela nossa culpa. Ao ressuscitar dos
mortos, Cristo foi justificado e a sua ressurreição ocasionou a justificação e
uma nova vida para aqueles que se uniram a ele pela fé.
A ressurreição de Cristo
também é crucial porque a nossa posição de justificado é mantida pela sua obra
de intercessão permanente no céu (outra proposta da BEG, neste ponto é a
reflexão em seu outro excelente artigo teológico "A ascensão de
Jesus", em Hb 8).
Rm 4:1 Que, pois, diremos ter alcançado Abraão,
nosso pai segundo a
carne?
Rm 4:2 Porque, se Abraão foi justificado por obras,
tem de que se
gloriar,
porém
não diante de Deus.
Rm 4:3 Pois que diz a Escritura?
Abraão creu em
Deus,
e
isso lhe foi imputado para justiça.
Rm 4:4 Ora, ao que trabalha,
o salário não é
considerado como favor,
e
sim como dívida.
Rm 4:5 Mas, ao que não trabalha,
porém crê naquele
que justifica o ímpio,
a
sua fé lhe é atribuída como justiça.
Rm 4:6 E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem
a quem Deus atribui
justiça,
independentemente
de obras:
Rm 4:7 Bem-aventurados
aqueles cujas
iniqüidades são perdoadas,
e cujos pecados são
cobertos;
Rm 4:8 bem-aventurado o homem
a quem o Senhor
jamais imputará pecado.
Rm 4:9 Vem, pois, esta bem-aventurança
exclusivamente
sobre os circuncisos
ou também sobre os
incircuncisos?
Visto
que dizemos:
a
fé foi imputada a Abraão para justiça.
Rm 4:10 Como, pois, lhe foi atribuída? Estando ele
já circuncidado
ou ainda incircunciso?
Não
no regime da circuncisão,
e
sim quando incircunciso.
Rm 4:11 E recebeu o sinal da circuncisão
como selo da
justiça da fé que teve quando ainda incircunciso;
para
vir a ser o pai de todos os que crêem,
embora
não circuncidados,
a fim de que lhes
fosse imputada a justiça,
Rm
4:12 e pai da circuncisão, isto é,
daqueles que não são apenas
circuncisos,
mas
também andam nas pisadas da fé
que teve Abraão, nosso pai,
antes
de ser circuncidado.
Rm 4:13 Não foi por intermédio da lei
que a Abraão ou a
sua descendência coube
a promessa de ser herdeiro
do mundo,
e
sim mediante a justiça da fé.
Rm 4:14 Pois, se os da lei é que são os herdeiros,
anula-se a fé
e cancela-se a
promessa,
Rm
4:15 porque a lei suscita a ira;
mas
onde não há lei,
também
não há transgressão.
Rm 4:16 Essa é a razão por que provém da fé,
para que seja
segundo a graça,
a
fim de que seja firme a promessa para toda a descendência,
não
somente ao que está no regime da lei,
mas também ao que
é da fé que teve Abraão
(porque Abraão é pai de todos nós,
Rm 4:17 como está
escrito:
Por
pai de muitas nações te constituí.),
perante
aquele no qual creu,
o
Deus que vivifica os mortos
e
chama à existência as coisas
que não existem.
Rm 4:18 Abraão,
esperando contra a
esperança,
creu,
para vir a ser
pai
de muitas nações,
segundo
lhe fora dito:
Assim
será a tua descendência.
Rm 4:19 E, sem enfraquecer na fé,
embora levasse em
conta o seu próprio corpo amortecido,
sendo
já de cem anos,
e a
idade avançada de Sara,
Rm
4:20 não duvidou,
por
incredulidade,
da
promessa de Deus;
mas,
pela fé,
se
fortaleceu,
dando
glória a Deus,
Rm 4:21 estando plenamente convicto
de que ele era
poderoso para cumprir o que prometera.
Rm 4:22 Pelo que isso lhe foi também
imputado para
justiça.
Rm 4:23 E não somente por causa dele está escrito
que lhe foi levado
em conta,
Rm
4:24 mas também por nossa causa,
posto
que a nós igualmente
nos
será imputado,
a
saber, a nós que cremos
naquele
que ressuscitou dentre os mortos
a
Jesus, nosso Senhor,
Rm
4:25 o qual foi entregue por causa
das nossas transgressões
e ressuscitou por causa
da nossa justificação.
das nossas transgressões
e ressuscitou por causa
da nossa justificação.
Quando eu peco, sou eu quem peco, porque sou pecador; mas quando eu não
peco, não sou eu quem não peco, mas a graça de Deus em mim. Se fosse eu quem
não pecasse, teria do que me gloriar, mas não diante de Deus! Parece difícil de
entender? Vamos estudar mais a Bíblia!
Justificação e mérito: Por que
Deus me considera justo?[1]
A "justificação somente pela fé", um dos lemas característicos
da Reforma, mostra que Deus considera os cristãos justos (isto é, ele os
justifica) por causa de sua fé, e não de suas obras. Esse conceito deve ser
distinguido claramente da ideia equivocada de que Deus considera os cristãos
justos com base em sua fé (isto é, pelo fato de possuírem fé). Os cristãos não
se tornam merecedores da justiça de Deus por fazer boas obras ou por ter fé;
são tidos como justos com base na justiça de Cristo que lhes é imputada por
meio do veículo da fé.
O Novo Testamento afirma repetidamente que os cristãos são salvos com
base na obra de Cristo em seu favor, e não com base no seu próprio mérito (Rm
3.22-24; 5.10-1 1,1 5-21; 8.1-4; 1Co 1.30; Cl 220-21; 3.2 7-2 9; 1Pe 3.18).
Paulo diz, "considero tudo como perda... para ganhar a Cristo e ser achado
nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a
fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3.8-9).
Paulo também explica de modo claro que a justificação é realizada inteiramente
pela graça e recebida pela fé (Rm 3.25-30; 4.1-5.2; Cl 2.16; 3.8-1 4,24),
fazendo referência ao exemplo de Abraão, a quem Deus imputou justiça por causa
da sua fé (Gn 15.6; Rm 4.1-25; GI 3.8-14). Paulo também se vale das palavras de
Davi em SI 32.1-2 (Rm 4.6-8) como prova veterotestamentária adicional de que
Deus sempre considerou o seu povo justo por causa de sua fé, e não de suas
obras.
Há quem levante objeções à ideia de que as obras não são necessárias
para obter a justificação. A Igreja Católica, por exemplo, ensina que, pelo
menos em parte, Deus considera os cristãos justos com base nas boas obras que
estes realizam depois de abraçarem a fé. Algumas formas de arminianismo também
declaram que todos os que foram perdoados com base na morte expiatória de
Cristo podem ir para o inferno caso não perseverem na fé e nas boas obras, em
cooperação com a graça de Deus.
Essa questão se torna confusa para muitos cristãos, pois tradições como
o catolicismo e o arminianismo se valem de passagens bíblicas que parecem
contradizer o ensino de Paulo. Enquanto Paulo escreve que "o homem é
justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3.28), Tiago
afirma "Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé
somente" (Tg 2.24) e também se vale do exemplo de Abraão.
No entanto, essa aparente discrepância é facilmente harmonizada ao se
observar que "justificar" (do grego dikaioo) pode significar
"atribuir justiça" (veja Rm 4.5) ou "mostrar-se justo"
(veja Lc 7.35). Paulo se refere com frequência à fé de Abraão conforme esta foi
exercida em Gn 15.1-6, uma passagem que fala da primeira ocasião em que Deus
prometeu um filho a Abraão, bem antes do nascimento de Isaque. No relato de Gn
15, "justificar" significa "atribuir justiça": "Ele
(Abraão) creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gn 15.6).
No entanto, Tiago relembra um episódio (registrado em Gn 2 2) que ocorreu
depois do nascimento de Isaque, mais precisamente, no início de sua vida adulta
(Tg 2.21). No relato de Gn 22, "justificar" significa "mostrar-se
justo", como indica o fato de Deus estar testando Abraão (Gn 22.1) e da
justificação de Abraão consistir em ele ser aprovado nesse teste: "agora
sei que temes a Deus" (Gn 2 2.1 2). Tiago concorda com Paulo que
inicialmente Abraão foi considerado justo ao crer na promessa de Deus (Tg
2.22-23), mas acrescenta que a obediência posterior de Abraão demonstrou a
seriedade e o zelo de sua fé inicial.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
Obs.: O texto acima foi elaborado com base na Bíblia de Estudo de Genebra - disponível em nossa loja nas cores preta, vinho ou azul. Valor promocional R$ 145,00 (fev/2019 - preço sujeito a variações, conforme o mercado). Adquira conosco e ganhe um ebook da série Projeto 1189. Código: BRINDE_BEG. Envie-nos um email com o comprovante de sua compra na Semeadores: contato@ossemeadores.com.br.