quinta-feira, 19 de novembro de 2015
quinta-feira, novembro 19, 2015
Jamais Desista
Atos 18 1-28 - FALA E NÃO TE CALES.
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 18, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 18
Atos 18 começa com o encontro de Paulo com
seus colegas de trabalho na confecção de redes Áquila e Priscila, sua mulher.
Ele trabalha, produz redes e ainda evangeliza nas oportunidades. Paulo nunca
desvalorizou o trabalho, pelo contrário, muitas vezes, esforçou-se por não ser
pesado aos seus irmãos.
Ele ainda está evangelizando os judeus e
persuade a muitos. Paulo incomodava a oposição que ainda ficou mais incomodada
porque com a chegada de Silas e Timóteo, ele pode dedicar-se, integralmente, ao
evangelho.
Paulo foi confortado pelo Senhor que lhe
apareceu em visão dizendo a ele para perseverar e continuar a pregar – “fales e
não te cales!”. Diante do grande trabalho de evangelização de Paulo, um levante
de perseguição e de oposição ao seu trabalho.
É incrível! Quem se dedica ao trabalho do
Senhor jamais ficará sem uma forte oposição! Pelo menos, é isso que aprendemos
em Atos.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha
apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam
sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo
levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo
Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios
à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A
primeira viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem
missionária de Paulo (15.36-18.22) – concluiremos
agora; D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14) – começaremos a ver agora; E. A detenção,
o julgamento e a prisão de Paulo em Jerusalém (21.15-26.32); F A viagem de
Paulo a Roma (27.1-28.16); e, G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua
prisão domiciliar em Roma (28.17-31).
C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36 - 18.22) - continuação.
Desde o verso 36, do capítulo 15, anterior,
ao 18.22, estamos, como dissemos, vendo a segunda viagem missionária de Paulo.
Lucas registrou a segunda fase missionária de Paulo aos gentios.
Depois da confusão em Atenas, saiu de lá e
foi para Corinto. Essa cidade foi a capital da província romana de Acaia desde
27 a.C., e situava-se cerca de 80 km a sudoeste de Atenas, próximo ao istmo que
liga Ática, ao norte, com o Peloponeso, ao sul.
Embora Corinto tenha sido uma cidade grande
e próspera entre os séculos 8 e 6 a.C., começou a declinar e foi tomada em 338
a.C. por Filipe II da Macedônia; depois, foi conquistada em 196 a.C. pelos
romanos e saqueada em 146 a.C., também pelos romanos, por causa de uma revolta;
finalmente, foi reconstruída em 44 a.C. por Júlio César, que a transformou numa
colónia romana.
No período neotestamentário, Corinto tinha
um população de duzentos mil habitantes, formada por gregos, homens libertos da
Itália, veteranos do exército romano, homens de negócios, oficiais do governo,
pessoas do Oriente Próximo, e também incluindo uma grande comunidade de judeus
(foi encontrada parte de uma inscrição de uma sinagoga judaica nas ruínas de
Corinto) e muitos escravos.
Além de sua riqueza e natureza cosmopolita,
Corinto tinha uma cultura inteiramente pagã e imoral, cheia de templos pagãos e
possuindo também uma acrópole ao sul (chamada de Acrocorinto), um templo dedicado
à deusa Afrodite.
A partir do século 5 d.C., a expressão
"corintianizar" passou a significar “praticar atos sexuais
imorais".
Foi nesse lugar, terrível, que Paulo
encontrou Áquila, natural do Ponto, que havia chegado recentemente da Itália
com sua mulher Priscila. Áquila era nativo de Ponto, uma região ao norte da
Ásia Menor entre a Bitínia e a Arménia.
Priscila com frequência é mencionada antes
de seu marido (vs. 18-19, 26; Rm 16.3; 2Tm 4.19), indicando que talvez tivesse
uma posição social mais elevada que Áquila, ou talvez fosse mais conhecida que
ele no negócio de fabricação de tendas.
Paulo trabalhava com eles, mas todos os
sábados debatia na sinagoga e ali convencia muitos judeus e gregos. Foi somente
depois com a chegada de Silas e Timóteo que ele Paulo pode dedicar-se
integralmente à pregação, testemunhando aos judeus que Jesus era o Cristo.
Muitos deles se opunham e lançavam
maldições sobre Paulo. Este sacudiu as vestes para expressar repúdio em razão da
rejeição e da incredulidade – (cf. 13:51). E disse a eles que sobre a cabeça
deles estaria o sangue deles e a responsabilidade disso. Eles seriam
responsáveis por terem rejeitado a Cristo (cf. Mt 27.25) e por isso teriam de
carregar o peso de seus próprios pecados.
Saindo da sinagoga foi para a casa de Tício
Justo que era temente a Deus. Foi o primeiro lar da igreja em Corinto. Ticio
Justo, dois nomes romanos, era um cidadão romano gentio que praticava a fé na
sinagoga.
Provavelmente pertencia a uma das famílias
que Júlio César enviou para colonizar Corinto. Há motivos para acreditar que
ele pode ser o mesmo Gaio relatado em Rm 16.23, mencionado como tento sido
batizado por Paulo (1Co 1.14).
A boa notícia da pregação de Paulo foi que
Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor Jesus. Como dirigente da
sinagoga, Crispo era encarregado dos preparativos para o culto judaico. Foi
esse Crispo (e provavelmente toda a sua casa) que Paulo batizou (1Co 1.14).
Paulo teve uma visão com o Senhor que lhe
deus instruções para não temer, mas continuar falando e não ficar calado, pois
ele, o Senhor, era com ele e ninguém iria lhe fazer mal ou feri-lo porque ele
tinha muito povo naquela cidade.
Jesus garantiu a Paulo que a sua pregação
em Corinto não seria improdutiva porque havia muitas pessoas do povo de Deus
(isto é, aquelas pessoas a quem Deus elegeu para a vida eterna; 13.48) que
viviam na cidade.
Ainda que os eleitos de Corinto ainda não
houvessem crido no evangelho, pois muitos deles ainda nem tinham ouvido a
pregação de Paulo, mesmo assim eles pertenciam ao Senhor.
Paulo então ficou ali pregando e ensinando por
um ano e meio. Quando, porém, Gálio era procônsul da Acaia, os judeus em
conjunto fizeram um levante contra Paulo e o levaram ao tribunal com a acusação
de estar persuadindo o povo a adorar a Deus de maneira contrária à lei.
Isto é, contrário à lei romana, que proibia
qualquer prática religiosa que não fosse previamente reconhecida por Roma. No
entanto, o judaísmo era uma religião legalmente reconhecida e por isso o
Cristianismo, inicialmente reconhecido como uma ramificação do judaísmo, também
era uma religião legal (religio licita).
Lucas identifica corretamente o governador
dessa Província senatorial (Acaia), pois uma inscrição encontrada em Deites, na
Grécia, identifica Gálio como ocupando o cargo de procônsul durante a vigésima
sexta aclamação do imperador Cláudio (ou seja, de janeiro a julho de 52 d.C.).
Paulo ia começar a falar no tribunal em sua
defesa, mas Gálio o interrompe e cessa os trabalhos alegando que se tratava de
problemas deles mesmos e que, portanto, não seria juiz daquilo. Então eles,
inflamados pelo inferno, se voltaram contra Sóstenes o chefe da sinagoga e o
espancaram diante do tribunal. Gálio nem se importava com isso.
Assim, Paulo permaneceu em Corinto por um
tempo e depois se despediu dos irmãos, pois estaria indo para a Síria, junto
com Áquila e Priscila. Assim, antes do embarque, rapou a cabeça em Cencréia por
conta de um voto que fizera. Embora essa frase possa se referir a Áquila,
provavelmente se aplica a Paulo.
Como o voto de nazireu envolvia uma pureza
cerimonial tão rigorosa que era inviável cumpri-lo em terras gentias (Nm
6.1-21), Paulo provavelmente fez esse voto em particular, como forma de
exercício religioso. Raspar o cabelo (que era deixado crescer durante o período
do voto) marcava o encerramento do voto e talvez fosse uma expressão de
gratidão a Deus.
Paulo chega então em Éfeso e deixa ali
Priscila e Áquila. Ele entra na sinagoga dali e começa já a debater com os
judeus que pareciam estar interessados em sua pregação e até pediram que
ficasse mais tempo, mas Paulo não ficou, disse que poderia voltar se Deus o
permitisse e, então, partiu de Éfeso para Cesaréia e ali já subiu até a igreja
para saudá-la e depois desceu a Antioquia.
D. A terceira viagem missionária de Paulo (18.23-21.14).
Paulo ficou ali algum tempo, provavelmente
vários meses, a partir do outono de 52 d.C., até a primavera de 53 d.C., mas
logo partiu para a sua terceira viagem missionária. Lucas descreve a terceira
etapa da evangelização de Paulo às nações gentias. Mais uma vez, ele viajou
para a Grécia.
Aqui teve inicio a terceira viagem
missionária de Paulo. Partiu dali e viajou por toda a região da Galácia e da Frigia
com o objetivo de ir fortalecendo os irmãos. Paulo começou pela região mais
próxima de onde estava e onde já havia passado: a região da Galácia e Frigia,
ao sul da Mia Menor.
Nisso, ele conhece um judeu chamado Apolo,
natural de Alexandria, que tinha chegado a Éfeso. Ele era homem culto e tinha
grande conhecimento das Escrituras. Também fora instruído no caminho do Senhor
e com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, embora
conhecesse apenas o batismo de João.
Ele era veemente e logo começou a falar
corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram, convidaram-no
para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus, pois
tinham aprendido as coisas do reino de Deus de forma mais apurada com o próprio
Paulo.
Querendo ele ir para a Acaia, os irmãos o
encorajaram e escreveram aos discípulos que o recebessem. Ao chegar, ele
auxiliou muito os que pela graça haviam crido, pois refutava vigorosamente os judeus
em debate público, provando pelas Escrituras que Jesus é o Cristo.
deixando
Paulo Atenas,
partiu
para Corinto.
At 18:2 Lá, encontrou certo judeu
chamado Áqüila,
natural
do Ponto, recentemente chegado da Itália,
com Priscila, sua mulher,
em vista de ter Cláudio decretado
que
todos os judeus se retirassem de Roma.
Paulo aproximou-se deles.
At 18:3 E, posto que eram do mesmo
ofício,
passou
a morar com eles
e
ali trabalhava,
pois
a profissão deles era fazer tendas.
At 18:4 E todos os sábados
discorria
na sinagoga,
persuadindo
tanto judeus como gregos.
At 18:5 Quando Silas e Timóteo desceram
da Macedônia,
Paulo
se entregou totalmente à palavra,
testemunhando
aos judeus que o Cristo é Jesus.
At 18:6 Opondo-se eles
e blasfemando,
sacudiu
Paulo as vestes e disse-lhes:
Sobre
a vossa cabeça, o vosso sangue!
Eu
dele estou limpo
e,
desde agora,
vou
para os gentios.
At 18:7 Saindo dali, entrou na casa de
um homem chamado Tício Justo,
que
era temente a Deus;
a
casa era contígua à sinagoga.
At 18:8 Mas Crispo, o principal da
sinagoga,
creu
no Senhor, com toda a sua casa;
também muitos dos coríntios,
ouvindo,
criam
e eram batizados.
At 18:9 Teve Paulo durante a noite uma
visão
em
que o Senhor lhe disse:
Não
temas;
pelo
contrário,
fala
e não te cales;
At
18:10 porquanto eu estou contigo,
e ninguém ousará fazer-te mal,
pois
tenho muito povo nesta cidade.
At 18:11 E ali permaneceu um ano e seis
meses,
ensinando
entre eles a palavra de Deus.
At 18:12 Quando, porém, Gálio era
procônsul da Acaia,
levantaram-se
os judeus,
concordemente,
contra Paulo
e
o levaram ao tribunal, At 18:13 dizendo:
Este
persuade os homens a adorar a Deus
por
modo contrário à lei.
At 18:14 Ia Paulo falar, quando Gálio
declarou aos judeus:
Se
fosse, com efeito, alguma injustiça ou crime da maior gravidade,
ó
judeus, de razão seria atender-vos;
At
18:15 mas, se é questão de palavra, de nomes e da vossa lei,
tratai
disso vós mesmos;
eu
não quero ser juiz dessas coisas!
At 18:16 E os expulsou do tribunal.
At 18:17 Então, todos agarraram Sóstenes,
o
principal da sinagoga,
e
o espancavam diante do tribunal;
Gálio, todavia,
não
se incomodava com estas coisas.
At 18:18 Mas Paulo, havendo permanecido
ali ainda muitos dias,
por
fim, despedindo-se dos irmãos,
navegou
para a Síria,
levando em sua companhia
Priscila e Áqüila,
depois
de ter raspado a cabeça em Cencréia,
porque
tomara voto.
At 18:19 Chegados a Éfeso, deixou-os
ali;
ele, porém, entrando na sinagoga,
pregava
aos judeus.
At 18:20 Rogando-lhe eles que permanecesse
ali mais algum tempo,
não
acedeu.
At 18:21 Mas, despedindo-se, disse:
Se
Deus quiser, voltarei para vós outros.
E, embarcando,
partiu
de Éfeso.
At 18:22 Chegando a Cesareia,
desembarcou,
subindo a Jerusalém;
e,
tendo saudado a igreja,
desceu para Antioquia.
At 18:23 Havendo passado ali algum
tempo,
saiu,
atravessando sucessivamente a região da Galácia e Frígia,
confirmando
todos os discípulos.
At 18:24 Nesse meio tempo,
chegou
a Éfeso um judeu, natural de Alexandria, chamado Apolo,
homem
eloqüente
e
poderoso nas Escrituras.
At
18:25 Era ele instruído no caminho do Senhor;
e,
sendo fervoroso de espírito,
falava
e ensinava com precisão
a
respeito de Jesus,
conhecendo
apenas o batismo de João.
At
18:26 Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga.
Ouvindo-o,
porém, Priscila e Áqüila,
tomaram-no consigo
e, com mais exatidão,
lhe expuseram o
caminho de Deus.
At 18:27 Querendo ele percorrer a Acaia,
animaram-no
os irmãos
e
escreveram aos discípulos para o receberem.
Tendo chegado,
auxiliou
muito aqueles que,
mediante
a graça,
haviam
crido;
At
18:28 porque, com grande poder,
convencia
publicamente os judeus,
provando,
por meio das Escrituras,
que
o Cristo é Jesus.
A obra do evangelho continua e novos varões
valorosos são levantados dia a dia pelo Senhor da seara. Agora surge Apolo, o
eloquente que não entendia corretamento o Caminho, mas amparado por Áquila e
Priscila corrige suas deficiências e sai mundo afora convencendo a muitos, por
meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
...
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
quarta-feira, novembro 18, 2015
Jamais Desista
Atos 17 1-34 - O ARREPENDIMENTO NÃO É UM PEDIDO, MAS UMA ORDEM DE DEUS.
Como já dissemos, Atos foi escrito para
orientar a igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o
Espírito Santo capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Cristo ao
mundo gentio. Estamos no capítulo 17, da parte IV.
Breve síntese do capítulo 17
Chegou Paulo à Tessalônica onde havia uma
sinagoga de judeus e ali arrazoou com eles acerca das Escrituras ao expor e
demonstrar que foi necessário que Cristo padecesse e que ressurgisse dos
mortos.
Paulo muito eficaz na evangelização
conseguiu conquistar muita gente e isto despertou nos judeus inveja e logo
estavam trabalhando contra Paulo, contra Jesus e contra Deus ao qual pensavam
estar defendendo.
Eu vejo Atos assim: Deus levantando os seus
que saem com poder e autoridade pregando o evangelho onde o Espírito Santo
colabora com eles com milagres, sinais e maravilhas; Deus permitindo que haja o
levante daqueles que duramente se opõem à pregação do evangelho.
Aqueles que fazem a obra de Deus não
encontram a paz para isso, antes, vivem em constante perseguição e forte
oposição. Sempre que havia grandes obras a serem realizadas, lá estava também
uma grande perseguição... É incrível!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
IV. O TESTEMUNHO APOSTÓLICO AOS CONFINS DA TERRA (13.1-28.31) – continuação.
Como já dissemos, Paulo, como testemunha
apostólica de Cristo, sofreu a mesma perseguição que os apóstolos haviam
sofrido antes dele. Em suas três viagens missionárias e em suas prisões, Paulo
levou o evangelho aos confins da terra e foi capacitado poderosamente pelo
Espírito Santo para dar testemunho da verdade e chamar muitos judeus e gentios
à fé.
Essa parte foi dividida em 7 seções: A. A primeira
viagem missionária de Paulo (13.1-14.28) – já
vimos; B. O concílio de Jerusalém (15.1-35) – já vimos; C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36-18.22) – estamos vendo; D. A terceira viagem
missionária de Paulo (18.23-21.14); E. A detenção, o julgamento e a prisão de
Paulo em Jerusalém (21.15-26.32); F A viagem de Paulo a Roma (27.1-28.16); e,
G. Os dois anos do ministério de Paulo na sua prisão domiciliar em Roma
(28.17-31).
C. A segunda viagem missionária de Paulo (15.36 - 18.22) - continuação.
Desde o verso 36, do capítulo 15, anterior,
ao 18.22 estamos, como dissemos, vendo a segunda viagem missionária de Paulo.
Lucas registrou a segunda fase missionária de Paulo aos gentios.
Eles acabaram de passar por Anfípolis e
Apolônia e agora chegaram à Tessalônica.
Anfípolis foi a capital do distrito norte
da Macedônia entre 167-142 a.C., e situava-se cerca de 50 km a sudoeste de
Filipos; Apolônia situava-se mais além, cerca de 40 km. Ambas as cidades
ficavam na Via Egnatia, uma estrada que levava a Tessalônica.
Paulo e seus companheiros estavam ansiosos
para chegar a Tessalônica, que ficava cerca de 65 km depois de Apolônia.
Tessalônica era a capital da província da Macedônia, com uma população em torno
de duzentas mil pessoas. Nos dias de Paulo, essa cidade era o centro
administrativo e comercial de toda a província.
Eles foram a uma sinagoga judaica e por
três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras. Paulo pode ter
permanecido em Tessalônica muito mais tempo do que três sábados consecutivos.
A igreja de Filipos mandava-lhe ajuda
constantemente (Fp 4.16), e ele põe transmitir uma razoável quantidade de
ensino doutrinário aos cristãos tessalonicenses (veja 1 e 2Ts). No entanto, o
texto não indica quanto tempo transcorreu entre o terceiro sábado e a saída
forçada de Paulo e Silas.
Muita gente fora convencida ao evangelho,
entre elas judeus, gregos e mulheres de alta posição. Isso causou inveja nos
demais judeus que reuniram homens perversos entre os desocupados e procuraram
incitar a multidão. Até a casa de Jairo foi invadida na busca deles por Paulo e
Silas para os levarem diante da multidão enfurecida.
Como não os encontraram pegaram mesmo Jason
para ser bode expiatório e disseram que aqueles que haviam transtornado o mundo
tinham chegado ali naquela região e se hospedado na casa de Jason. Pelo que a
multidão e os oficiais da cidade ficaram agitados, indignados, principalmente
porque agiam – essa era a acusação – contra os decretos de César.
Na verdade, Paulo pregou sobre o reino
espiritual de Deus (14.22; 19.8; 20.25; 28.23,31), porém os seus adversários
distorceram a mensagem dando a entender que Paulo pregava oposição política
contra Roma.
Por volta desse período, Cláudio César
(40-50 d.C.) expulsou os judeus de Roma por causa de distúrbios populares
supostamente instigados por "Cresto", uma provável referência a
Cristo.
Para aplacar aquela ira e fúria,
estipularam uma fiança e Jason teve de arcar com ela para ser solto. No entanto,
assim que chegou a noite os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Uma
cidade (atual Verria) aos pés do monte Olímpio, distante cerca de 80 km a sudoeste
de Tessalônica.
Os bereanos eram mais nobres que os de Tessalônica
porque receberam com entusiasmo as palavras de Paulo, mas foram conferi-las
para verem se isso realmente era procedente. Eles estavam examinando as
Escrituras todos os dias.
Os judeus de Bereia compararam os ensinos
de Paulo com as Escrituras, desse modo estabelecendo um bom exemplo para a
igreja ao longo da História.
Novamente, os judeus invejosos de Tessalônica
agitaram a multidão e passaram a perseguir Paulo e Silas na Beréia sempre com a
mesma estratégia maligna de agitar e alvoroçar a multidão.
Os irmãos então se dividiram e enviaram
Paulo e alguns homens para Atenas e Silas e Timóteo ficaram na Beréia. Depois,
ficou certo de se encontrarem, tão logo fosse isso possível.
Enquanto isso, em Atenas, Paulo observava a
cidade e ficou muito indignado com o que via. Essa cidade, localizada cerca de
10 km a nordeste do porto de Pireu, no litoral do golfo Sarônico, possuía uma
grande herança cultural.
No começo do século 5 a.C., Atenas alcançou
o apogeu sob o comando do grande líder político Péricles (495-429 a.C.), um
período marcado pela construção do Partenon e vários templos e outras estruturas
magníficas, além do surgimento dos grandes poetas clássicos Ésquilo, Sófocles,
Eurípides e Aristófanes.
Apesar de conquistada pelos romanos em 146
a.C., Atenas continuou a ser um dos grandes centros intelectuais e culturais do
mundo antigo.
Na Acrópole, além do Partenon e outros
templos com imagens idólatras, havia outros edifícios públicos comerciais que
exibiam diversas estátuas de deuses, tanto nos mercados abaixo como em toda a
região ao redor da Acrópole.
Paulo começou então a discutir com eles
baseado nas Escrituras. Ele discutia na sinagoga com judeus e com gregos
tementes a Deus, bem como na praça principal, todos os dias, com aqueles que
por ali se encontravam – vs. 17.
Quem estava fortemente discutindo com ele
agora eram os estóicos e os epicureus.
Epicuro (342-270 a.C.), fundador do sistema
filosófico conhecido como epicurismo, ensinava que o objetivo principal da
pessoa era viver de maneira prazerosa e sem dores, aflições ou medos.
Por outro lado, Zenão de Cicio (340-265
a.C.), fundador do estoicismo, ensinava a necessidade de viver em harmonia com
a natureza, recorrer somente à razão e outros recursos autossuficientes, e
pregava um Deus panteísta como sendo a "alma do mundo".
No entanto, ambas as escolas filosóficas
salientavam a busca pela paz de espírito. Eles o chamavam de tagarela. Um termo
pejorativo para indicar alguém que coleciona refugos filosóficos ou um camelô
de ideias desconexas. Eles até estavam tentando entender o que Paulo pregava. Eles
diziam que Paulo pregava deuses estrangeiros e boas novas a respeito de Jesus e
da ressurreição.
Foi nisso que o levaram para o Areópago –
vs. 19. Do grego Areios pagos, literalmente
"colina de Ares", às vezes chamada de "colina de Marte" uma
vez que o deus grego da guerra, Ares, era equivalente ao deus romano Marte,
deus da guerra.
O termo veio a indicar o conselho que se
reuniu pela primeira vez nessa colina (situada a noroeste da Acrópole) para
julgar um crime de assassinato.
Posteriormente passou a servir de lugar de
reunião para o conselho da cidade, e durante o período romano foi usado para as
reuniões do conselho judicial que supervisionava a educação, a religião e
outros assuntos morais.
Nos dias de Paulo, o conselho se reunia no
Pórtico (ou Colunata) Real, que ficava na extremidade noroeste do mercado Essa
reunião tinha o objetivo de julgar as ideias religiosas de Paulo.
Eles estavam curiosos e queriam saber com
mais detalhes do que Paulo falava, pois eles de nada cuidavam a não ser falar
ou ouvir as últimas novidades.
Paulo se levanta e começa a pregar o
evangelho. Ele primeiro fala da religiosidade dos atenienses e das suas buscas,
de seus objetos de culto, altares pelo que ele tinha encontrado um deles que se
encaixava dentro do que pretendia lhes falar e anunciar.
Ele estava vindo ali em nome do Deus
desconhecido que tinha uma placa inscrita em seus altares dizendo: “AO DEUS
DESCONHECIDO” – vs. 23.
Poderia ser uma referência ao Altar dos
Doze Deuses em Atenas ou talvez algum outro altar que foi erigido com essa
inscrição para garantir que nenhum deus fosse esquecido.
Paulo reaplicou as citações e usou essa
inscrição para elaborar o seu discurso sobre o Deus vivo e pessoal que criou o
mundo, que não é feito de pedra, não está confinado às construções humanas, que
criou a humanidade e controla continuamente a História e o lugar onde as
pessoas devem viver.
Dos vs. 24 ao 27, encontramos as seguintes
características que Paulo compartilhou de Deus:
·
Ele
é o Deus criador que criou todas as coisas; que criou os céus e a terra e tudo
o que neles há.
·
Ele
é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos
humanas.
·
Ele
não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele
mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.
·
De
um só, fez ele todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo
determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que
deveriam habitar.
·
Deus
fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem
encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós.
Paulo disse que Deus nos trouxe à
existência e que continuamos a existir apenas por meio de sua providência. No
mundo antigo, três grandes mistérios da filosofia e da ciência eram as questões
sobre a vida, o movimento e a existência.
Paulo, ciente de que os atenienses não
conheciam o Antigo Testamento, citou três poetas gregos cuja referência
principal era Zeus, o principal deus grego, e a partir disso passou a aplicar
essas citações ao Deus vivo e pessoal do céu.
Primeiro, Paulo citou um texto da obra
Cretica, atribuído ao poeta cretense Epiménides (c. 600 a.C.): “pois em ti nós
vivemos e nos movemos e existimos".
Depois, citou Cleanto (331-233 a.C.) em sua
obra Hino a Zeus, 4, e o poeta ciliciano Arato (c. 315-240 a.C.) em sua obra
Phaenomena, 5: "Pois nós também somos sua descendência".
Apesar das ideias distorcidas que os pagãos
têm a respeito de Deus, demonstram conhecer algumas coisas sobre ele (Rm
1.20-21).
Deus não levou em conta os tempos da
ignorância, mas agora ordena a todos os povos, em todos os lugares que se
arrependam. Ou seja, Deus levou em consideração o limitado conhecimento que os
atenienses tinham sobre ele, porém nesse momento Paulo estava revelando a verdade
acerca do Deus vivo e eles estavam sendo chamados a se arrependerem de seus
pecados.
Assim, sendo Deus, estabeleceu um dia também
em que há de julgar o mundo por meio de um varão que destinou. No dia do
julgamento final (Ap 20.12-15), a rejeição dos atenienses ao homem que Deus
destinou resultará numa derradeira e justa rejeição deles por Jesus.
Paulo entatizou que o chamado de Deus ao arrependimento e à
fé não é um convite, mas uma ordem.
Até ao ponto em que ele falou da
ressurreição dos mortos, eles o ouviram; depois, não mais. Alguns zombaram
disso e outros deram desculpas que a respeito disso o ouviriam mais tarde, ou
seja, nunca mais.
Paulo, então, ausentou-se deles. Também
houve os que creram e se juntaram a eles. Entre os novos crentes um que se
chamava Dionísio, membro do Areópago e também uma mulher chamada Dâmaris e
ainda outros com eles.
A palavra pregada tem esse efeito duplo:
amolece a cera e endurece o barro.
At 17:1 Tendo passado por Anfípolis e
Apolônia,
chegaram a
Tessalônica,
onde
havia uma sinagoga de judeus.
At 17:2 Paulo,
segundo o seu
costume,
foi
procurá-los
e,
por três sábados,
arrazoou
com eles
acerca
das Escrituras,
At
17:3 expondo
e
demonstrando ter sido necessário que o Cristo
padecesse
e ressurgisse dentre os mortos;
e este, dizia
ele,
é
o Cristo, Jesus,
que eu vos
anuncio.
At 17:4 Alguns deles foram persuadidos
e unidos a Paulo e Silas,
bem como numerosa multidão de gregos
piedosos
e muitas distintas mulheres.
At 17:5 Os judeus, porém, movidos de
inveja,
trazendo
consigo alguns homens maus dentre a malandragem,
ajuntando
a turba,
alvoroçaram
a cidade
e,
assaltando a casa de Jasom,
procuravam
trazê-los para o meio do povo.
At 17:6 Porém, não os encontrando,
arrastaram
Jasom
e alguns
irmãos perante as autoridades, clamando:
Estes
que têm
transtornado
o mundo
chegaram
também aqui,
At
17:7 os quais Jasom hospedou.
Todos estes procedem contra os decretos
de César,
afirmando ser
Jesus outro rei.
At 17:8 Tanto a multidão como as
autoridades ficaram agitadas
ao ouvirem
estas palavras; At 17:9 contudo,
soltaram
Jasom e os mais,
após
terem recebido deles a fiança estipulada.
At 17:10 E logo, durante a noite,
os irmãos
enviaram Paulo e Silas para Beréia;
ali chegados,
dirigiram-se
à sinagoga dos judeus.
At 17:11 Ora, estes de Beréia eram mais
nobres que os de Tessalônica;
pois
receberam a palavra com toda a avidez,
examinando
as Escrituras todos os dias
para
ver se as coisas eram, de fato, assim.
At 17:12 Com isso, muitos deles creram,
mulheres
gregas de alta posição
e não poucos
homens.
At
17:13 Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam
que
a palavra de Deus era anunciada
por
Paulo também em Beréia,
foram
lá excitar
e
perturbar o povo.
At 17:14 Então, os irmãos promoveram,
sem detença,
a partida de
Paulo para os lados do mar.
Porém Silas e Timóteo
continuaram
ali.
At 17:15 Os responsáveis por Paulo
levaram-no
até Atenas
e regressaram
trazendo ordem a Silas e Timóteo para que,
o
mais depressa possível,
fossem
ter com ele.
At 17:16 Enquanto Paulo os esperava em
Atenas,
o seu
espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.
At 17:17 Por isso,
dissertava na
sinagoga entre os judeus
e os gentios
piedosos;
também
na praça, todos os dias,
entre
os que se encontravam ali.
At 17:18 E alguns dos filósofos
epicureus e
estóicos contendiam com ele,
havendo
quem perguntasse:
Que
quer dizer esse tagarela?
E
outros: Parece pregador de estranhos deuses;
pois
pregava
a
Jesus
e
a ressurreição.
At 17:19 Então, tomando-o consigo,
o levaram ao
Areópago, dizendo:
Poderemos
saber que nova doutrina é essa que ensinas?
At
17:20 Posto que nos trazes
aos
ouvidos coisas estranhas,
queremos
saber o que vem a ser isso.
At 17:21 Pois todos os de Atenas
e os estrangeiros residentes de outra
coisa não cuidavam
senão dizer
ou ouvir as últimas novidades.
At 17:22 Então, Paulo,
levantando-se
no meio do Areópago, disse:
Senhores
atenienses!
Em
tudo vos vejo acentuadamente religiosos;
At
17:23 porque, passando
e
observando os objetos de vosso culto,
encontrei
também um altar no qual está inscrito:
AO
DEUS DESCONHECIDO.
Pois
esse que adorais sem conhecer
é
precisamente aquele que eu vos anuncio.
At 17:24 O Deus que fez o mundo
e tudo o que nele existe,
sendo ele
Senhor do céu e da terra,
não
habita em santuários feitos por mãos humanas.
At
17:25 Nem é servido por mãos humanas,
como
se de alguma coisa precisasse;
pois
ele mesmo é quem a todos dá
vida,
respiração
e
tudo mais;
t 17:26 De um
só fez toda a raça humana
para
habitar sobre toda a face da terra,
havendo
fixado os tempos previamente estabelecidos
e
os limites da sua habitação;
At
17:27 para buscarem a Deus se, porventura,
tateando,
o possam achar,
bem que não
está longe de cada um de nós;
At
17:28 pois nele
vivemos,
e
nos movemos,
e
existimos,
como
alguns dos vossos poetas têm dito:
Porque dele
também somos geração.
At 17:29 Sendo, pois, geração de Deus,
não devemos
pensar que a divindade
é
semelhante ao ouro, à prata ou à pedra,
trabalhados
pela arte
e
imaginação do homem.
At 17:30 Ora, não levou Deus em conta os
tempos da ignorância;
agora, porém,
notifica aos homens que todos,
em
toda parte, se arrependam;
At 17:31
porquanto estabeleceu um dia
em
que há de julgar o mundo com justiça,
por
meio de um varão que destinou
e
acreditou diante de todos,
ressuscitando-o
dentre os mortos.
At 17:32 Quando ouviram falar de
ressurreição de mortos,
uns
escarneceram,
e outros
disseram:
A
respeito disso te ouviremos noutra ocasião.
At 17:33 A essa altura, Paulo se retirou
do meio deles.
At 17:34 Houve, porém, alguns homens
que se
agregaram a ele
e creram;
entre
eles estava
Dionísio,
o areopagita,
uma
mulher chamada Dâmaris
e,
com eles, outros mais.
Quando ouviram Paulo falar da ressurreição
de mortos, houve escarnecimentos e procrastinações. Meu Deus era a palavra de
salvação da vida deles e não a receberam.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
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