Viver em sociedade está ficando a cada dia mais difícil e, com o aumento desenfreado das cidades, com a construção de edifícios e casas cada dia menores e mais próximas, o atrito entre os vizinhos cresce ainda mais.
Seja um vizinho residencial ou não residencial.
O ideal é que todos os problemas de convivência se resolvam com uma conversa amigável, mas as vezes não é possível e as relações não se estabelecem mais.
Na internet existem centenas de sites e blogs que comentam sobre o assunto,porém, na prática, o que a lei permite que seja feito quando o vizinho extrapola no seu direito?
Vamos lá!
Primeiramente vamos deixar duas coisas claras:
Vizinho não é somente aquele que fica ao lado ou atrás. Abrange toda a vizinhança. Pense assim: se de dentro da sua casa você estiver sendo incomodado, considera-se como vizinho;
Incômodo é toda perturbação à Saúde, Sossego e Segurança provocada pela propriedade vizinha.
Ok. Visto isso, vejamos que existem dois caminhos, que são paralelos e independentes, ou seja, um não exclui o outro e nem o prejudica.
Porém, o primeiro é ruim e ineficaz, mas o segundo é satisfatório e um pouco mais eficiente.
Primeiro Caminho: Direito Penal
Aciona-se a Polícia Militar ou a Guarda Municipal, que vai ao local e determina que o incômodo cesse (as vezes somente por alguns minutos).
Registra-se posteriormente um boletim de ocorrência na Delegacia (Polícia Civil) para a averiguação da contravenção penal de perturbação de sossego (art. 42 da Lei de Contravenções) ou de perturbação da tranquilidade (art. 65 da mesma Lei)- que são crimes de menor potencial ofensivo.
Em tese, para cada vez que o vizinho perturba, um novo boletim de ocorrência deve ser lavrado.
Quando a perturbação atingir o nível de causar danos a saúde humana, pode-se aplicar o artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais (que é mais rígida, porém de difícil constatação na prática).
Segundo Caminho: Direito Civil
Em caso de não haver acordo notifica-se o vizinho que perturba.
Propõe-se então ação de dano infecto ou pedido de tutela inibitória baseada no direito de vizinhança do Código Civil (art. 1277 e seguintes - uso anormal da propriedade) e artigo 461 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC/73) com pedido liminar para que cesse a perturbação sob pena de multa, ou seja, o juiz determina o pagamento de multa diária em caso de descumprimento. Além do ressarcimento de eventuais danos morais e materiais.
No caso de se tratar de um vizinho não residencial, há ainda um terceiro caminhoque se propõe na esfera administrativa, que é acionar a fiscalização do município para averiguar a regularidade do estabelecimento quanto ao alvará de funcionamento ou quanto às regras ambientais, pois muitas vezes a importunação vem do lançamento de resíduos em via pública ou em sua residência, fora o fato de que barulho também configura poluição sonora.
Ok!
Mas porque falamos que o segundo caminho é mais eficaz?
Vejamos!
Por mais que todos tenhamos aquela impressão que o Direito Penal é mais rígido e punitivo, temos que entender que ele se rege pelos princípios da fragmentariedade e da intervenção mínima que, em resumo, dizem que o Direito Penal deve proteger apenas os bens mais importantes (vida, patrimônio etc.) e intervir apenas quando outros ramos do direito não conseguem prevenir a conduta ilícita.
Desta maneira, vemos que o legislador aplicou penas muito brandas para os crimes de perturbação aos direitos de vizinhança, justamente porque a lei civil já tratava do tema e possuía instrumentos mais eficazes (leia-se penalizar em "dinheiro") para prevenir tal conduta.
Nos processos criminais, no fim das contas, o resultado prático será uma espécie de acordo, chamada de transação penal ou, quando este não couber, caso haja condenação, uma pena branda que será convertida em prestação de serviço à comunidade. Fora o tempo que o processo pode tomar.
Já a ação civil pode estabelecer uma multa diária (chamada de astreintes) caso o perturbador não cesse imediatamente a perturbação. Só isso já nos parece mais alentador, mas ainda tem o fato de que os eventuais danos materiais que você tenha com o incômodo (gastos com pintura, isolamento acústico, remédios, limpeza etc.) sejam ressarcidos ao final do processo, bem como os danos morais nos casos extremos de uso anormal da propriedade. Este processo também pode demorar, porém o incômodo já passou, ou, se não passou está condenando o vizinho a pagar diariamente uma multa que será revertida para você no fim do processo, acrescida dos danos materiais e morais que forem comprovados.
Concluímos então que procurando um auxílio jurídico adequado pode-se conseguir muito mais efetividade nas relações envolvendo direito de vizinhança e não ficar com aquela sensação de impotência quando o vizinho incomoda.
Advogado. Pós-Graduando em Direito Contratual pela Escola Paulista de Direito - EPD. Pós-Graduando em Direito Imobiliário também pela Escola Paulista de Direito - EPD.
Um homem foi chamado para pintar um barco.
Trouxe com ele tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como o dono lhe pediu.
Enquanto pintava, percebeu que havia um furo no casco e decidiu consertá-lo.
Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.
No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque, muito maior do que o pagamento pela pintura.
O pintor ficou surpreso:
– O senhor já me pagou pela pintura do barco!
- disse ele.
– Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o furo do barco.
– Ah! Mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!
– Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu.
Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar sobre o furo.
Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria.
Eles não sabiam que havia um furo.
Eu não estava em casa naquele momento.
Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me de que o barco tinha um furo.
Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando da pescaria.
Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez?
Salvou a vida de meus filhos!
Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua "pequena" boa ação.
Não importa quem, quando ou de que maneira.
Apenas ajude, ampare, enxugue as lágrimas, escute com atenção e carinho, e conserte todos os "vazamentos" que perceber, pois nunca sabemos quando estão precisando de nós ou quando Deus nos reserva a agradável surpresa de ser útil e importante para alguém.
Pode ser que você tenha tampado inúmeros "furos" de "barcos" de várias pessoas sem saber quantas vidas você já salvou.
Em meio a um mundo tão tenebroso e mal, vamos a cada dia propagar tudo aquilo que Jesus nos ensinou: Amar ao próximo como a nós mesmos. (A.D.)
Como dissemos, Paulo escreveu essa epístola
para agradecer aos filipenses pela solidariedade enquanto esteve na prisão e
animá-los a se unirem e a se ajudarem mutuamente em Cristo. Estamos no capítulo
2/4.
Breve
síntese do capítulo 2.
Fazei tudo sem murmurações. Um dia desses,
em pregação na Primeira Igreja Presbiteriana, o Rev. Sabino Cordeiro Dourado fez
um desafio à igreja, obviamente aos que se sentiram tocados pelo Espírito
Santo, para fazerem uma campanha por 21 dias sem murmurações.
Ele nos ofereceu uma pulseira como lembrete
do compromisso. Eu apanhei a pulseira e a usei para me lembrar de não murmurar.
Sabem o que descobri? Que sou viciado em murmurações! Do momento que apanhei a
pulseira até o momento que cheguei a casa saindo da igreja, eu já havia
murmurado tanto!
A experiência é válida para nos lembrar de
quem somos e de como carecemos do Espírito Santo para continuarmos nossa
jornada nesta vida. Na verdade, eu sou egoísta, orgulhoso, ... pecador! Se a
experiência de não murmurar se constituir em lei para mim: “- não murmurarás”,
eu jamais a vencerei.
Amados, nós não somos capazes de vencer o
pecado, por isso Cristo morreu por nós. Se pudéssemos vencê-lo, não
precisaríamos de Cristo. O segredo então é Cristo. Quer não murmurar? O segredo
é Cristo!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O PROGRESSO DO EVANGELHO (1.12-2.30) - continuação.
Estamos vendo, portanto, nos vs. de 1.12 a
2.30, esse progresso do evangelho. Paulo iniciou a principal parte de sua carta
com uma apresentação positiva dos métodos para o avanço do evangelho.
Assim, foi dividida esta parte também em
duas, conforme a BEG: A. Progressos por meio de Paulo (1.12-26) – já vimos; B. O progresso por meio dos
filipenses (1.27-2.30) – concluiremos agora.
B. O progresso por meio dos filipenses (1.27-2.30) - continuação.
Como dissemos, dos vs. 1.27 ao 2.30, estamos
vendo o progresso por meio dos filipenses. Tendo descrito o evangelho em
relação à sua própria vida, Paulo agora se volta para o papel dele na vida dos
filipenses.
Elas foram divididas, conforme a BEG, do
seguinte modo: 1. Um chamado à unidade (1.27-2.5) – concluiremos agora; 2. O exemplo de Cristo (2.6-11) – veremos agora; 3. Um chamado mais
profundo à unidade (2.12-18) – veremos
agora; e, 4. Dois exemplos de serviço (2.19-30) – veremos agora.
1. Um chamado à unidade (1.27-2.5).
A principal preocupação de Paulo nesse
momento era de que os filipenses vissem a unidade entre os crentes como uma
consequência essencial do evangelho.
Paulo suplicou pelo encorajamento ou esperança
que todos os crentes obtêm do fato de estarem unidos a Cristo por meio da fé (a
BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu excelente artigo teológico "A
união com Cristo", em Cl 6).
A repetição dessa expressão – se há - tornou
as palavras de Paulo especialmente vigorosas. Além disso, as qualidades
mencionadas são verdadeiras para todos os crentes de um nível ou outro.
Como um resultado, o apelo do vs. 1 fornece
a base para as exortações dos vs. 2-4. Se essas condições são realidades em
algum grau (vs. 1), então os resultados (vs. 2-4) devem estar em evidência
também.
Se por estarmos em Cristo, nós temos:
·Alguma
motivação.
Cristo
nos foi exemplo em tudo e o fato de ele ter sido bem sucedido do início ao fim,
nos motiva a seguirmos os seus exemplos, confiados no seu poder,
·Alguma
exortação de amor.
Paulo
também apela para o fato de todos os crentes recebem encorajamento tanto do
amor de Cristo por eles quanto do amor deles por Cristo.
·Alguma
comunhão no Espírito.
A
expressão também pode ser interpretada como "relacionamento produzido pelo
Espírito". A maravilha da obra do Espírito é evidente de alguma maneira na
vida de crente verdadeiro.
·Alguma
profunda afeição e compaixão
Essas
qualidades têm a sua fonte em Deus, e elas encontram expressão na atitude que
os cristãos têm uns para com os outros (1.8; Cl 3.12). Elas estão intimamente
associadas com o amor, uma qualidade de vida que todo cristão verdadeiro
possui.
Então, Paulo, conclui, completem a minha
alegria, mas como? Paulo fez uma profunda súplica pessoal. Se os filipenses
tivessem até mesmo a menor medida das qualidades mencionadas no vs. 1, então
Paulo queria que eles dessem um passo a mais e o enchessem de alegria.
Respondendo ao como – vs. 2 a 5 – vejamos de
que forma:
·Tendo
o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
A
ênfase na unidade é forte no versículo (1.27; 2.2). Por meio da unidade na
igreja, Paulo receberia muita alegria.
·Nada
fazendo nada por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerando
os outros superiores a si mesmos.
Paulo
acrescentou uma proibição contra as atitudes que destroem a unidade cristã. O
orgulho coloca um cristão acima dos outros e, portanto, promove conflitos em
vez de harmonia nos relacionamentos pessoais. Em contraste, a humildade coloca
o cristão abaixo dos outros numa posição de serviço com uma preocupação pelas
necessidades e pelos interesses dos outros (1.27; 2.2,4,14). O amor (vs. 2) é
essencial, uma vez que os crentes devem se relacionar mutuamente com humildade
(também a oração de 1.9; cf. 1Co 13.4-5).
·Cada
um cuidando, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos
outros.
·Sendo
a nossa atitude a mesma de Cristo Jesus.
Esse
versículo 5 que fala de mesmo sentimento ou nossa atitude de ser a mesma de
Cristo, conforme a NVI, liga as exortações dos vs. 1-4 com o louvor a Cristo
nos vs. 6-11. Paulo fez a ligação com a mesma palavra grega (aqui traduzida
"sentimento") que ele havia usado duas vezes no vs. 2.
Ao
falar do orgulho que estava na raiz da desunião dos filipenses (1.27-2.4),
Paulo evocou Cristo como o exemplo supremo de humildade.
Para
Paulo, Cristo é primeiramente Senhor e Salvador (v. 11; 3.20), mas ele e
certamente um exemplo também (Rm 15.1-3; 2Co 10.1).
A alegria de Paulo somente estaria completa
diante dos filipenses se ele pudesse contemplar a unidade na vida deles e
Cristo é também exemplo para nós.
2. O exemplo de Cristo (2.6-11).
Dos vs. 6 ao 11, veremos esse exemplo de
Cristo. Paulo escreveu sobre o que deve ter sido um hino que era cantado na
igreja primitiva.
Esse hino de adoração a Cristo pode ser
convenientemente dividido em seis versos. Os primeiros três (vs. 6-8) celebram
a humilhação de Cristo; os três últimos (9-11) a sua exaltação.
Jesus Cristo subsistiu em forma de Deus sem
a isso se apegar, antes de si mesmo esvaziou-se. A palavra "forma"
testemunha a realidade básica. A expressão "forma de Deus" aponta
para a divindade de Jesus.
O verbo "subsistindo" indica não
somente existência, mas também possessão. Cristo possui a divindade, uma
divindade à qual ele não renunciou ao se tornar homem (vs. 7).
Isso indica algo desejável – que ele
poderia ter usurpado - e, nesse caso, de posse da pessoa. Jesus não se apegou à
glória de seu estado celeste de maneira egoísta, mas, em vez disso,
comportou-se da maneira descrita no vs. 7.
Nesse exemplo – o ser igual a Deus -, o artigo
definido “o” aponta para algo anteriormente mencionado (isto é, Cristo
"subsistindo em forma de Deus"). Subsistir "em forma de
Deus" é ser igual a Deus. No entanto, ele não se apegou a isso, mas – vs.
7 - a si mesmo se esvaziou.
Não é dito que Cristo esvaziou-se de seus
atributos divinos. A frase significa que ele se entregou totalmente, que ele se
gastou totalmente ao se tornar um homem.
A natureza do seu esvaziamento é definida
nas três expressões que se seguem ("assumindo... tornando-se...
reconhecido"). Paulo aqui descreve a renúncia de Cristo à sua glória
celestial (veja Jo 17.5), não a abdicação de Cristo de sua natureza divina e de
seus poderes divinos.
Cristo tomou a forma de um escravo sem
abandonar a forma de Deus. Nesse estado encarnado, ele não abandonou, mas
manifestou, a essência e o caráter de Deus.
Assumiu, destarte, a forma de servo. Essa
linguagem expressa vividamente a voluntariedade de Cristo de se privar de sua
glória, tornando-se em semelhança de homens.
Cristo não possuía apenas aparência humana.
Sua encarnação não era uma ilusão. Ele escolheu revelar-se por meio de sua
humanidade, por isso que foi reconhecido em figura humana.
Cristo é verdadeiramente humano. A palavra
"reconhecido" não nega a realidade da sua humanidade. Para que
pudesse morrer (vs. 8), Cristo teria de ser genuinamente humano.
Ao mesmo tempo, Paulo fez uma distinção
entre Cristo e os outros seres humanos normais, comuns. Ao contrário deles,
Cristo não é pecador (2Co 5.21); ele pertence essencialmente (quanto à sua
natureza divina) ao mundo transcendente.
Mesmo ao se esvaziar e se humilhar, ele
permaneceu um ser celestial (aqui a BEG recomenda a leitura e a reflexão em seu
excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1).
Ele a si mesmo se humilhou. A linguagem
aqui corresponde à frase "a si mesmo se esvaziou" no vs. 7. Cada ato
aconteceu pelo livre exercício da própria vontade de Cristo. Os leitores de
Paulo deveriam fazer o mesmo.
Assim fazendo e agindo, ele se tornou
obediente até a morte. A submissão à vontade do Pai (Hb 10.5-9) é mais
significativa para aquele que é igual ao Pai (vs. 6) mais do que para aquele
que não é.
As palavras de Paulo infundem toda a vida
de Cristo de obediência incondicional e enfatiza que a suprema expressão dessa
obediência aconteceu na sua morte.
Por isso que sofreu a morte de cruz. O
ponto principal aqui é ter sofrido a morte mais vergonhosa e dolorosa de todas
as mortes, e não no maravilhoso significado desse acontecimento (cf. Rm
3.21-26).
E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! – vs. 8. Pelo
que também Deus o exaltou.
O ato do Pai foi uma resposta direta à obediência
do Filho. Ele o exaltou sobremaneira. O verbo "exaltou" aqui não significa
que Deus proporcionou a Cristo uma situação mais elevada do que antes, mas que
Deus deu a ele a máxima exaltação possível.
Cristo foi restaurado à glória que ele
tinha no início - a glória a que ele voluntariamente renunciou para que pudesse
se tornar um ser humano. Por isso que recebeu o nome que está acima de todo
nome.
Diante do nome de Jesus agora todo joelho
deverá se dobrar e confessar que ele é o Senhor, no céu, na terra e ainda
debaixo da terra.
Essa expressão “ao nome de Jesus” pode
significar "o nome que pertence a Jesus" (ou seja,
"Senhor", como no vs. 11). Porém, é mais provável que Paulo quisesse
dizer que a declaração do nome "Jesus" é o sinal para que "todo
joelho se dobre" para oferecer a ele adoração e para aclamá-lo como
Senhor.
"Jesus" vem da forma grega do
hebraico "Josué", que significa "Javé é salvação". Já a
expressão “nos céus, na terra e debaixo da terra” envolve todo o cosmos, tanto
do mundo físico, natural, quanto do espiritual. A linguagem é compreensiva, mas
a questão dos poderes demoníacos hostis deve estar especificamente em pauta
(cf. Ef 1.19-21; Cl 2.15).
Agora sim toda língua deve confessar que
Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. A ação que deveria
acompanhar o dobrar dos joelhos, que Jesus Cristo é Senhor. A segunda pessoa da
Trindade tomou o nome "Jesus" em sua encarnação.
Consequentemente, nesse contexto o nome
enfatiza a sua humildade. "Cristo" é um título advindo de sua tarefa
humana como Messias ou rei de Israel.
Além disso, é como alguém humilde que
Cristo é exaltado; a sua humildade é a sua glória (cf. Mt 23.12). O "nome
que está acima de todo nome" (vs. 9) é "Senhor".
Na Septuaginta (a tradução grega do AT),
Deus é representado pelo título de "Senhor" (grego, kyrios). Em Is 45.23, é Yahweh diante de quem "se dobrará
todo joelho" e por quem "jurará toda língua".
Em Filipenses, Cristo é então aclamado por
ser quem ele sempre foi: o próprio Deus. Ao confessar que "Jesus Cristo é
Senhor", as criaturas reconhecem tanto o fato quanto o caráter de sua deidade.
A atribuição de adoração enfatiza a
humanidade ("Jesus Cristo") e também a deidade ("Senhor")
de Cristo; ele é adorado como o Deus-homem, para glória de Deus Pai.
Jesus Cristo é, por implicação, o filho do
Pai. Tanto Cristo como o Pai podem receber adoração. Os membros da Trindade são
tão unidos que o próprio ato de adorar o filho glorifica o Pai.
3. Um chamado mais profundo à unidade (2.12-18).
Dos vs. 12 ao 18, depois dessa demonstração
da deidade de Cristo que ganhou o mais excelente nome que se possa nomear,
Paulo volta ao assunto e faz um novo chamado à unidade.
Tendo dado atenção à maravilha da
humilhação de Cristo como um modelo para a vida cristã, Paulo novamente exortou
os filipenses à unidade e ao serviço.
Tendo como base o exemplo supremo de
Cristo, Paulo retomou o seu apelo. A presença do apóstolo incentivava ainda
mais os filipenses a obedecerem, mas a maior motivação vinha do fato de que
"Deus é quem efetu(ava)" neles (vs. 13) para que a obediência deles
se desenvolvesse também na ausência de Paulo (1.27).
Paulo não acreditava que a salvação vem por
meio das obras ao dizer a eles para desenvolverem a salvação deles com temor e
tremor. Isso é evidentemente claro em seus outros escritos (Rm 4.2ss.; 9.2; Cl
2.16; 3.10; 2Tm 1.9). Como em 1.28, Paulo falou aqui sobre a salvação em termos
da obra da salvação inicial na santificação diária dos crentes, que os leva à
eterna salvação que virá com a volta de Cristo.
Todos esses processos são dons totalmente
graciosos de Deus, mas o processo de santificação exige apenas uma contínua
obediência.
Na versão NVI a expressão não seria
desenvolver a salvação, antes, por em ação a salvação já alcançada com temor e
tremor. Refere-se a respeito e reverência em vez de pânico e alarme.
Essas emoções são essenciais para a vida
cristã por muitas razões, e a perspectiva do julgamento que vem sobre aqueles
que provam que eles nunca haviam tido fé salvadora ao se afastarem do
evangelho, não é a menor delas (aqui, novamente, a BEG recomenda a leitura e a
reflexão em seu excelente artigo teológico "A perseverança e a preservação
dos santos", em Fp 1).
Devemos por em ação a nossa salvação com
temor e tremor porque Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar.
O emprego do esforço humano (vs.12), longe de violar a soberana vontade de Deus
(cf. Ef 2.10), é exatamente o que Deus pede para que possamos obter o seu
propósito salvador.
Além disso, a sua obra em nós dá poder aos
crentes para desenvolverem a sua santificação. Tendo apelado para o exemplo de
Cristo, Paulo agora ofereceu a segurança necessária de que os filipenses não
trabalhariam independentemente, mas que seus desejos e ações seriam as próprias
áreas nas quais o próprio poder de Deus se manifestaria (4.13; lTs 2.13).
No vs. 14 ele nos diz para tudo fazermos sem
murmurações nem contendas. Os filipenses deveriam evitar imitar os antigos
israelitas (Ex 15.24; 16.7-9; 1Co 10.10). Observe também a alusão a Dt 32.5 no
vs. 15. Os filipenses podem muito bem ter resmungado a respeito dos líderes da
igreja, como os israelitas haviam feito com relação a Moisés (v. 29; lTs
5.12-13).
Sem queixas e discussões, sem reclamações e
murmurações está em vista o testemunho corporativo de uma igreja unida. Assim,
seriam irrepreensíveis e sinceros, mesmo inculpáveis. Os significados desses
termos se sobrepõem consideravelmente. Paulo descreve a qualidade de vida
requerida dos "filhos de Deus".
Essas pessoas irão resplandecer "como
luzeiros no mundo" - em total contraste com a geração "pervertida e
corrupta" dos seus contemporâneos - mas eles oferecerão esperança aos seus
contemporâneos também (Mt 5.14-16; At 2.40).
A palavra da vida, as Escrituras, deveriam
ser retidas firmemente. Paulo estava preocupado com a fidelidade dos filipenses
ao evangelho de Jesus Cristo (1.27; 2.1-5).
Por sua vez, o fato de os crentes
preservarem o evangelho em amor mútuo constitui-se num poderoso testemunho para
o mundo (Jo 13.34-35). Essa palavra da vida se refere tanto ao evangelho quanto
aos ensinamentos éticos que são baseados nele (1.27; 4.8-9).
O orgulho de Paulo no "dia de
Cristo" (1.6,10) será o desenvolvimento espiritual dos filipenses em vez
do dele próprio (1.9-11).
Paulo aqui – vs. 17 - se referiu não ao
sofrimento que ele enfrentava no momento, mas à possibilidade (embora não a certeza)
do seu martírio.
Como um seguidor de Cristo, o servo (vs.
6-9), Paulo desejava doar-se ao máximo para o seu povo (2Co 12.15). Tanto que
desejava ser uma libação (normalmente vinho, não sangue) que devia acompanhar
um sacrifício ao ser derramado como oferta. O sacrifício e serviço da fé dos
filipenses eram os presentes dos filipenses a Paulo (4.10-12).
O sofrimento em si não é prazeroso, mas
Paulo encontrava razões para ter alegria mesmo em meio ao sofrimento. E assim
deveria ser também com os filipenses (v.18).
4. Dois exemplos de serviço (2.19-30).
A ênfase de Paulo na humilhação e no
serviço como necessidades da vida cristã o levou a mencionar dois importantes
modelos de tais serviços: Timóteo (vs. 19-24) e Epafrodito (vs. 25-30).
Timóteo (vs. 19-24).
Paulo queria enviar Timóteo de Roma para
Filipos (veja 1.1) para levar saudações e obter informações sobre a igreja de
lá. Timóteo havia mostrado grande interesse pelo bem-estar dos filipenses (vs.
20).
Esse versículo é semelhante ao vs. 4, em
que a expressão "propriamente seu" primeiramente ocorre. A vida de
Timóteo era um modelo da humildade para a qual Paulo havia chamado a atenção de
seus leitores assim como uma imagem da humilhação do próprio Cristo (vs. 5-11).
Timóteo trabalhava intimamente com Paulo
para Cristo o Senhor; ambos eram servos de Cristo (1.1).
Em meio às circunstâncias difíceis
(1.12-30), talvez incluindo a provação vindoura, Paulo precisava de uma pessoa
do caráter de Timóteo. Nos vs. 23-24 Paulo reafirmou a confiança que ele havia
expressado em 1.19-26.
Os planos com relação a Timóteo e Paulo
haviam sido submetidos à vontade de Deus (vs. 19).
Epafrodito (vs. 25-30).
Esse companheiro de trabalho de Paulo,
assim como Timóteo, era digno de honra. Como Timóteo, e como o próprio Jesus,
ele era um homem devotado a outros. Ele obedecia a Cristo trabalhando no
serviço de Jesus em prol de outros crentes - tanto para os filipenses (4.18)
quanto para Paulo, por quem ele havia arriscado a vida (vs. 26-27,30).
Epafrodito estava mais preocupado pelo fato
de os filipenses estarem entristecidos pelas notícias de sua doença do que ele
mesmo estava com o seu próprio sofrimento. Paulo considerava a sua atitude como
um exemplo de serviço e humildade cristãos.
Paulo recomenda que sejam bem recebidos e
até mesmo com honras pelo que demonstraram no Senhor. Epafrodito havia estado
perto da morte (vs. 30), então Paulo o enviou para casa em Filipos. Paulo
encorajou os filipenses a honrarem não somente a Epafrodito com também outras
pessoas que serviam Cristo como ele fazia.
Fp 2:1 Se há, pois,
alguma
exortação em Cristo,
alguma
consolação de amor,
alguma
comunhão do Espírito,
se
há entranhados afetos
e
misericórdias,
Fp
2:2 completai a minha alegria,
de
modo que penseis a mesma coisa,
tenhais
o mesmo amor,
sejais
unidos de alma,
tendo
o mesmo sentimento.
Fp
2:3 Nada façais por partidarismo ou vanglória,
mas
por humildade,
considerando
cada um os outros
superiores
a si mesmo.
Fp
2:4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu,
senão
também cada qual o que é dos outros.
Fp
2:5 Tende em vós o mesmo sentimento
que
houve também em Cristo Jesus,
Fp
2:6 pois ele, subsistindo em forma de Deus,
não
julgou como usurpação o ser igual a Deus;
Fp
2:7 antes,
a
si mesmo se esvaziou,
assumindo
a forma de servo,
tornando-se
em semelhança de homens;
e,
reconhecido em figura humana,
Fp
2:8 a si mesmo se humilhou,
tornando-se
obediente
até
à morte e morte de cruz.
Fp 2:9 Pelo que também
Deus
o exaltou sobremaneira
e
lhe deu o nome
que
está acima de todo nome,
Fp
2:10 para que ao nome de Jesus
se
dobre todo joelho,
nos
céus,
na
terra
e
debaixo da terra,
Fp
2:11 e toda língua confesse que
Jesus
Cristo é Senhor,
para
glória de Deus Pai.
Fp 2:12 Assim, pois, amados meus,
como
sempre obedecestes,
não
só na minha presença,
porém,
muito mais agora, na minha ausência,
desenvolvei
a vossa salvação
com
temor
e
tremor;
Fp
2:13 porque Deus é quem efetua em vós
tanto
o querer
como o realizar,
segundo
a
sua boa vontade.
Fp 2:14 Fazei tudo
sem
murmurações
nem
contendas,
Fp
2:15 para que vos torneis
irrepreensíveis
e
sinceros,
filhos
de Deus
inculpáveis
no meio de uma geração
pervertida
e
corrupta,
na
qual resplandeceis como luzeiros no mundo,
Fp
2:16 preservando a palavra da vida,
para
que, no Dia de Cristo,
eu
me glorie de que não corri em vão,
nem
me esforcei inutilmente.
Fp 2:17 Entretanto, mesmo que seja eu
oferecido por libação
sobre
o sacrifício
e
serviço da vossa fé,
alegro-me
e,
com todos vós, me congratulo.
Fp 2:18 Assim, vós também, pela mesma
razão,
alegrai-vos
e
congratulai-vos comigo.
Fp 2:19 Espero, porém,
no
Senhor Jesus,
mandar-vos
Timóteo, o mais breve possível,
a
fim de que eu me sinta animado também,
tendo
conhecimento da vossa situação.
Fp 2:20 Porque a ninguém tenho de igual
sentimento
que,
sinceramente, cuide dos vossos interesses;
Fp 2:21 pois todos eles buscam
o
que é seu próprio,
não
o que é de Cristo Jesus.
Fp 2:22 E conheceis o seu caráter
provado,
pois
serviu ao evangelho,
junto
comigo,
como
filho ao pai.
Fp 2:23 Este, com efeito, é quem espero enviar,
tão
logo tenha eu visto a minha situação.
Fp 2:24 E estou persuadido no Senhor de
que também eu mesmo,
brevemente,
irei.
Fp 2:25 Julguei, todavia, necessário
mandar até vós
Epafrodito,
por
um lado, meu irmão,
cooperador
e
companheiro de lutas;
e,
por outro,
vosso
mensageiro
e
vosso auxiliar nas minhas necessidades;
Fp 2:26 visto que ele
tinha
saudade de todos vós
e
estava angustiado porque ouvistes que adoeceu.
Fp
2:27 Com efeito, adoeceu mortalmente;
Deus,
porém, se compadeceu dele
e
não somente dele,
mas
também de mim,
para
que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
Fp 2:28 Por isso, tanto mais
me
apresso em mandá-lo,
para
que, vendo-o novamente,
vos
alegreis,
e
eu tenha menos tristeza.
Fp 2:29 Recebei-o, pois,
no
Senhor,
com
toda a alegria,
e
honrai sempre a homens como esse;
Fp
2:30 visto que, por causa da obra de Cristo,
chegou
ele às portas da morte
e
se dispôs a dar a própria vida,
para
suprir a vossa carência de socorro para comigo.
Precisamos, hodiernamente, de vários
Paulos, Timóteos e Epafroditos que se gastam e se deixam gastar por almas –
pela igreja de Cristo - e cuja glória está no outro ao verem que compeltaram e
cumpriram a fé; mais mesmo se gloriam nos outros que eles levaram a Cristo que
em suas próprias conquistas.
Que nosso Senhor tenha, hoje em dia, muitos
Timóteos e Epafroditos para ele enviar à sua obra com à semelhança das mesmas
recomendações feita por Paulo. Temos muitos deles hoje?
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