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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

João 17.1-26 - A ORAÇÃO QUE JESUS FEZ POR VOCÊ!

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 17, da parte III.
Breve síntese do capítulo 17
Depois de dizer que era a videira verdadeira e seu Pai o agricultor e nós seus ramos que devemos produzir frutos para sermos sempre limpos porque os ramos que não produzem frutos são cortados para serem lançados no fogo, Jesus fala da unidade.
Ele fala no Evangelho de João 17 a oração sacerdotal em que ele ora pelos seus discípulos tanto aqueles que com ele estavam vivendo o presente como por aqueles que viriam a crer nele no futuro: eu e você!
Se Jesus cercou de oração a Pedro, João, Tiago e os outros apóstolos ele também orou e ainda ora por nós hoje. Seu desejo é que sejamos um com ele como ele foi um com o seu Pai.
Jesus não pediu ao Pai para nos tirar do mundo, mas para sermos guardados do mal. Passaremos por aflições, mas ele nos livrará do mal... a oração do Pai Nosso também nos fala de livrarmos do mal. R. C. Sproul, em seu livro “A oração muda as coisas?”, nos explica que “mal” está se referindo ao o diabo mesmo, a Satanás, e não ao oposto de bem.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias, Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida (14.1-16.33) – já vimos; e, C. A oração intercessória (17.1-26) – veremos e concluiremos agora.
C. A oração intercessória (17.1-26).
Esse capítulo consiste de uma oração em três partes, que é conhecida comumente como a oração sacerdotal de Jesus.
(1)   Nos vs. 1-5, Jesus ora pela sua própria glorificação.
(2)   Nos vs. 6-19, ele ora pelos discípulos, separando-os do restante das pessoas terrenas:
a.       Como aqueles que o lhe Pai deu especialmente (vs. 6-10).
b.      Jesus pede ao Pai para protegê-los (vs. 11-13).
c.       Jesus pede ao Pai para mantê-los separados do mundo (vs. 14-19).
(3)   Nos vs. 20-26, Jesus ora por aqueles que viriam a crer nele no futuro, pedindo que sejam unificados e, um dia, reunidos a ele.
“Pai” é o termo preferido de Jesus para se dirigir à primeira pessoa da Trindade (usado cerca de cem vezes nesse Evangelho). Ele se dirige ao Pai dizendo que havia chegada a sua hora. Jesus estava plenamente cônscio de seu sofrimento iminente.
Assim ele pede a glorificação do Filho, para que o Filho glorifique a ele. Um tema anunciado em 1.14 e que recebe grande ênfase nessa oração. A glória de qualquer uma das pessoas da Trindade transborda para as outras duas. A obra perfeita do Filho em sua encarnação glorifica a Trindade.
O Filho é glorificado em sua crucificação, ressurreição e entronização à destra de Deus - acontecimentos considerados uma unidade composta nesse Evangelho.
Ele diz que o Pai tinha concedido a ele autoridade sobre toda a humanidade para poder conceder a vida eterna a todos que o Pai lhe dera. Estão presentes três palavras “conferir”, “conceder” e “dar” – versão ARA – que traduzem o mesmo verbo grego, usado dezesseis vezes nessa oração, enfatizando o que Deus conferiu a Jesus e o que Jesus, por sua vez, concedeu aos seus discípulos.
A iniciativa soberana de Deus é enfatizada nessa expressão (que volta a ser usada nos vs. 6,9,24; cf. 6.44; 10.29.) Deus estaria dando aos homens a vida eterna por meio de seu Filho.
A vida eterna é explicada aqui a sua finalidade. Seria para que conhecessem ao único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem o Deus verdadeiro enviou. A verdadeira vida consiste na comunhão com Deus, que "nos fez para [si]” de modo que “nosso coração está inquieto enquanto não repousar [nele]" (Agostinho, Confissões).
Aqui, o termo “conhecer”, como é frequente na Escritura, significa muito mais do que apenas entendimento intelectual; envolve também sentimento e compromisso. Ao associar-se com o Pai como fonte de vida eterna, Jesus afirmou a sua própria divindade.
A forma como Jesus glorificou a seu Pai na terra fora consumando a obra que ele lhe deu para fazer. Essa declaração antecipa o brado de vitória na cruz ("Está consumado", 19.30). Tudo na vida de Jesus visava à glória de Deus. (Veja I Co 10.31 e entenda que também nós devemos ser como Jesus que vivia fazendo todas as coisas para a glória de Deus).
Nos vs. 5, Jesus faz uma declaração dupla de sua divindade:
·         Em primeiro lugar, Jesus afirma como parte de sua petição que a sua glória existia "antes que houvesse mundo”, indicando o seu caráter preexistente e não criado.
·         Em segundo lugar, ele se refere à "glória" que possuía - uma glória que, ao longo da Bíblia, é sempre associada ao verdadeiro e único Deus vivo.
A palavra “nome" a qual Jesus manifestou aos discípulos – vs. 6 - indica Deus na beleza de sua perfeição como revelado à humanidade. Ao se referir que eles eram do mundo, ele fazia uma indicação de que os remidos foram encontrados no mundo, mas estavam destinados a serem retirados dele.
Estavam no mundo, mas eram dele, do Pai. Todas as coisas e pessoas pertencem a Deus por direito de criação, mas aqui a referência é à posse privilegiada mediante a redenção. Deus deu os eleitos ao Redentor (cf. Hb 2.10-13).
Os discípulos são identificados de três modos – vs. 7 e 8:
·         Receberam a palavra de Jesus.
·         Reconheceram a sua origem divina.
·         Creram nele.
Jesus estava rogando por eles, mas não pelo mundo. Qualquer que seja a benevolência de Jesus para com a totalidade das pessoas no mundo, sua atividade redentora e sacerdotal diz respeito especificamente aos eleitos - aqueles que o Pai lhe deu (10.14-15,27-29).
Esse versículo apoia energicamente a doutrina da expiação limitada, pois seria absurdo que Jesus morresse para tirar os pecados daqueles pelos quais ele se recusa a orar (A BEG recomenda, nesse ponto, visualizar o seu excelente artigo teológico "Expiação limitada", em Jo 10).
Em outros contextos que não apresentam Jesus diretamente em seu papel de sumo sacerdote intercessor, ele orou pelos seus inimigos e nos instruiu a fazer o mesmo (Mt 5.44; Lc 23.34).
Jesus afirma que todas as suas coisas são do Pai e todas as coisas do Pai, são dele. Isso é uma declaração inequívoca de sua divindade.
Seria neles, nos discípulos, nos que o Pai deu a ele, que ele seria glorificado. É surpreendente que a glória de Deus seja associada aos atos de seres humanos que, diante da majestade divina, são absolutamente insignificantes.
No entanto, o livro de Jó mostra que os seres humanos podem refletir a glória de Deus, e Paulo estende esse princípio até às atividades mais comuns do cotidiano, como comer e beber (1Co 10.31). Tudo o que glorifica a Deus glorifica a Cristo e vice-versa.
Ele chama a seu Pai de “Pai santo” – vs. 11. Uma designação única no Novo Testamento, mas muito apropriada para expressar a intimidade entre Deus e seus filhos, bem como a majestade do grande Deus soberano sobre toda a criação. Deus protege os seus porque os ama e é capaz de protegê-los porque o seu poder não tem limites.
Jesus ora ao seu “Pai santo” para que os proteja em seu nome, o mesmo nome que foi dado ao Filho, a fim de que fossem um com eles, como eles eram um entre eles mesmos.
A revelação que Deus faz de si mesmo em palavras e atos (seu nome) é um agente poderoso de santificação (vs. 17) e proteção do mal (vs. 15).
O Pai e o Filho se encontram plenamente unidos nessa revelação; assim, o nome de Deus também é "teu nome, que me deste”. O objetivo seria para que eles fossem um, assim como eles eram.
O padrão de unidade das pessoas da Trindade também é o exemplo supremo para a unidade dos cristãos uns com os outros mediante a sua união com Cristo (14.11).
Essa unidade recebe grande ênfase na oração de Jesus (vs. 21-23), e essa unidade perfeita (Ef 4.12.16), a ser manifestada gloriosamente no dia da volta de Cristo, deve estar sempre formando e moldando o povo de Deus "para que o mundo creia" (vs. 21).
Enquanto Jesus andou com eles, os guardou e os protegeu pelo nome que o Pai lhe havia dado. Essa é uma síntese maravilhosa do ministério de Jesus para com seus apóstolos. A referência é, obviamente, aos doze e, dentre eles, também a Judas, que parecia fazer parte do grupo, mas que nunca recebeu verdadeiramente a graça de Deus.
Judas fora chamado de o filho da perdição. O mesmo termo é usado para indicar o anticristo (2Ts 2.3). Isso aconteceu para cumprir SI 41.9.
A traição por parte de Judas foi necessária para cumprir várias outras passagens que descrevem a Paixão do Senhor. Para Jesus, muitas pastagens das Escrituras continham profecias acerca de diversos detalhes do seu ministério messiânico, e ele ressaltou que todas essas profecias se cumpririam, pois eram a própria Palavra de Deus.
Ao escolher Judas, Jesus estava consciente da participação que esse discípulo teria em sua Paixão e, no entanto, o inclui no grupo dos doze.
Essa passagem – vs. 13 - pressupõe que Jesus orou na presença de seus discípulos para que eles também se alegrassem ao ouvirem suas palavras (cf. 15.11; 16.241.
Jesus deu a eles, seus discípulos, as suas palavras, que não eram dele, mas do Pai e o mundo os odiou – vs. 14. Essa é uma referência ao ensino de Jesus, identificado como a Palavra de Deus, do mesmo modo que o Antigo Testamento é a Palavra de Deus (cf. Mc 7.13; At 10.36; Rm 9.6).
O novo nascimento implica uma divisão radical da humanidade. Os cristãos têm suas origens no mundo decaído e continuam a habitar aqui, mas na verdade não fazem parte dele (vs. 16), por isso que não são do mundo, por isso que o mundo os odeia.
Apesar de Jesus saber que o mundo odiará os seus discípulos assim como o odiou, ele não pede que os discípulos sejam protegidos das aflições físicas ou sociológicas do mundo, mas sim que sejam guardados do mal (conforme a BEG: da corrupção moral do mundo) ou nas palavras sábias de R. C. Sproul, que sejamos guardados do maligno, do diabo mesmo, de Satanás. (A palavra no grego é a mesma aqui e em Lucas 11.4, na oração do “Pai Nosso” - Strong 4190; ponērou; πονηροῦ. evil [one]). Neste versículo a NVI traduziu como “Maligno” e não como o mal em oposição ao bem.
No verso 16, nem ele, nem os seus discípulos são do mundo, por isso que ele pede que sejam santificados na verdade – vs. 17 - “Santifica-os na verdade”.
Jesus não orou pedindo o bem-estar temporal dos discípulos, mas sim a santificação deles. Seu maior desejo era que fossem santos e, portanto, indicou o único meio pelo qual a santidade poderia ser obtida: a “verdade”.
Assim como o erro e o engano são as raízes do mal, a verdade é a raiz da piedade. Aqueles que desejam crescer em santidade devem sujeitar-se não apenas ao desejo de Jesus de que sejam santos, mas também ao meio que ele providenciou para santificá-los: a tua palavra é a verdade.
Esse testemunho, que está relacionado ao Antigo Testamento que os discípulos já possuíam, também é estendido ao ensino de Jesus, que é chamado de "palavra” de Deus (vs. 14), e à mensagem dos apóstolos (Lc 8.11-15,21; 11.28; Jo 17.20; At 4.31; 6.7; 8.14,25; I Ts 2.13). Trata-se de um atestado veemente da autoridade e origem divina tanto, do Antigo quanto do Novo Testamento.
Da mesma forma como Jesus foi enviado, Jesus os enviou. Compare com 20.21. Assim como o Pai designou Jesus para o seu ofício e missão, empossando-o com autoridade, do mesmo modo Cristo designou os apóstolos e os investiu de autoridade.
Assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo para salvar os pecadores, assim Cristo enviou os apóstolos para dar continuidade a essa obra.
Logo, Jesus é o padrão supremo das missões. Num sentido derivado, todo cristão é um missionário enviado ao mundo para dar testemunho de Cristo e alcançar os perdidos onde quer que estejam, a fim de conduzi-los ao Salvador.
Ele Jesus os enviou ao mundo, não “do mundo" (vs. 14,15,16), mas "no mundo' (16.33) e “ao mundo" (aqui).
Assim é que em favor de seus discípulos, ele se santificou a si mesmo – vs. 19. Uma vez que Jesus é absolutamente santo, não precisa ser santificado no sentido de se tornar mais puro.
Antes, a sua santificação consiste no fato de ser "separado” para fins sagrados. Como sumo sacerdote, ele consagrou-se (Ex 28.41) para essa tarefa sagrada que incluiu o seu sacrifício supremo. Assim, aqueles que lhe pertencem, devem ser santos e dedicados ao seu serviço.
Jesus deixa claro que sua oração ali não era por apenas os seus discípulos, naquela hora, mas abrangeria nós todos, inclusive os crentes do século XXI, ou seja todos aqueles que vierem a crer.
Aqui Jesus inclui na sua oração todos os cristãos, até mesmo os que hão de aceitar a fé em eras futuras. Todo cristão verdadeiro pode ter a certeza de que foi incluído nessa oração. Jesus orou por mim!
E qual a finalidade disso? Para que o mundo creia que o Pai o enviou. Essa oração pede não apenas unidade espiritual (invisível), mas também unidade que seja visível no mundo, “para que o mundo creia". Com isso, todos seriam aperfeiçoados na unidade – vs. 23.
Observamos aqui o padrão de unidade que caracteriza o relacionamento não apenas entre “o Pai e o Filho”, mas também entre “o Filho e o cristão”.
·         Unidade – Filho/Pai (vs. 21,23) – Filho/cristão (vs. 21, 23, 26).
·         Glória – Filho/Pai (vs. 22,24) – Filho/cristão vs. 22.
·         Amor – Filho/Pai (vs. 23-24,26) – Filho/cristão (vs. 13.1; 17.23,26).
·         Missão – Filho/Pai (vs. 18,23,25) – Filho/cristão (vs. 18).
·         Conhecimento – Filho/Pai (vs. 25) – Filho/cristão (vs. 3,8,25,26).[1]
Na verdade, o amor do Pai refere-se ao amor de Deus o Pai também pelos remidos (3.16). Esse amor muitas vezes é negligenciado devido à ênfase do amor de Cristo por eles.
Jesus desejava que seus discípulos estivessem com ele e que vissem a sua glória – vs. 24. A segunda petição de Jesus pela igreja é para que seus membros estejam com ele em glória. Ele não pede prosperidade temporal para os discípulos, nem para a igreja; antes, pede santidade e unidade na terra e a reunião dos santos no céu. Estar com Cristo é o maior anseio do cristão (Fp 1.23; lTs 4.17).
Essa oração se encerra com um retorno a alguns dos temas repetidos ao longo desse Evangelho: unidade, conhecimento, missão, glória e amor.
Jo 17:1 Tendo Jesus falado estas coisas,
levantou os olhos ao céu e disse:
Pai, é chegada a hora;
glorifica a teu Filho,
para que o Filho te glorifique a ti,
Jo 17:2 assim como lhe conferiste autoridade
sobre toda a carne,
a fim de que ele conceda a vida eterna
a todos os que lhe deste.
Jo 17:3 E a vida eterna é esta:
que te conheçam a ti,
o único Deus verdadeiro,
e a Jesus Cristo,
a quem enviaste.
Jo 17:4 Eu te glorifiquei na terra,
consumando a obra que me confiaste para fazer;
Jo 17:5 e, agora, glorifica-me,
ó Pai, contigo mesmo,
com a glória que eu tive junto de ti,
antes que houvesse mundo.
Jo 17:6 Manifestei o teu nome aos homens
que me deste do mundo.
Eram teus,
tu mos confiaste,
e eles têm guardado a tua palavra.
Jo 17:7 Agora, eles reconhecem
que todas as coisas que me tens dado
provêm de ti;
Jo 17:8 porque eu lhes tenho transmitido
as palavras que me deste,
e eles as receberam,
e verdadeiramente conheceram
que saí de ti,
e creram que tu me enviaste.
Jo 17:9 É por eles que eu rogo;
não rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste,
porque são teus;
Jo 17:10 ora, todas as minhas coisas são tuas,
e as tuas coisas são minhas;
e, neles,
eu sou glorificado.
Jo 17:11 Já não estou no mundo,
mas eles continuam no mundo,
ao passo que eu vou para junto de ti.
Pai santo,
guarda-os em teu nome,
que me deste,
para que eles sejam um,
assim como nós.
Jo 17:12 Quando eu estava com eles,
guardava-os no teu nome,
que me deste,
e protegi-os,
e nenhum deles se perdeu,
exceto o filho da perdição,
para que se cumprisse a Escritura.
Jo 17:13 Mas, agora,
vou para junto de ti
e isto falo no mundo para que eles tenham
o meu gozo completo em si mesmos.
Jo 17:14 Eu lhes tenho dado a tua palavra,
e o mundo os odiou,
porque eles não são do mundo,
como também eu não sou.
Jo 17:15 Não peço que os tires do mundo,
e sim que os guardes do mal.
Jo 17:16 Eles não são do mundo,
como também eu não sou.
Jo 17:17 Santifica-os na verdade;
a tua palavra é a verdade.
Jo 17:18 Assim como tu me enviaste ao mundo,
também eu os enviei ao mundo.
Jo 17:19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo,
para que eles também sejam santificados na verdade.
Jo 17:20 Não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que vierem a crer em mim,
por intermédio da sua palavra;
Jo 17:21 a fim de que todos sejam um;
e como és tu, ó Pai,
em mim e eu em ti,
também sejam eles em nós;
para que o mundo creia
que tu me enviaste.
Jo 17:22 Eu lhes tenho transmitido a glória
que me tens dado,
para que sejam um,
como nós o somos;
Jo 17:23 eu neles,
e tu em mim,
a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para que o mundo conheça
que tu me enviaste
e os amaste,
como também amaste a mim.
Jo 17:24 Pai,
a minha vontade é que onde eu estou,
estejam também comigo os que me deste,
para que vejam a minha glória
que me conferiste,
porque me amaste
antes da fundação do mundo.
Jo 17:25 Pai justo,
o mundo não te conheceu;
eu, porém, te conheci,
e também estes compreenderam
que tu me enviaste.
Jo 17:26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome
e ainda o farei conhecer,
a fim de que o amor com que me amaste
esteja neles,
e eu neles esteja.
A vontade do Senhor manifestada ao Pai na oração sacerdotal dizia que a sua vontade era que onde ele estivesse, estivessem também com ele os que o Pai lhe deu e isto para poderem ver a glória ao Senhor conferida porque o amor do Pai pelo filho é anterior à própria fundação do mundo.
Onde Jesus está, estamos também; não é onde eu estou que ele está, mas onde ele está que eu estou!
A Deus toda glória! 
p/ pr. Daniel Deusdete.


[1] Feito com base no quadro da BEG, comentando o verso 23, do capítulo 1t, do evangelho de João.
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

João 16.1-33 - JESUS ENVIA O ESPÍRITO SANTO COM UMA MISSÃO.

O Evangelho de João é o livro que foi escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte do mundo. Estamos vendo o capítulo 16, da parte III.
Breve síntese do capítulo 16
Em João 16, encontraremos Jesus falando do Consolador que somente virá e ficará conosco - como está aqui agora comigo e contigo - porque Jesus foi para o Pai que foi aquele que o enviou para nos salvar.
Assim, o convencimento de que somos pecadores, da justiça de Deus e do consequente juízo vindouro somente vem por causa do Espírito Santo. Também é ele quem nos guia a toda a verdade e é também quem nos anuncia as coisas que hão de vir. Quando conversamos com alguém querendo convencer essa pessoa sobre a existência de Deus, se não for o Espírito Santo, jamais teremos êxito.
Evangelizar sem o Espírito Santo confiando na nossa capacidade de persuasão é ledo engano. É o Espírito Santo quem convence o homem e não a nossa pretensa capacidade ou letras.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias, Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida (14.1-16.33) – concluiremos agora; e, C. A oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33) - continuação.
O discurso de despedida ocupa os capítulos 14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco seções: a. A morada (14.1-4) – já vimos; b. O caminho (14.5-14) – já vimos; c. O Espírito Santo (14.15-31) – já vimos; d. A videira e os ramos (15.1-17) – já vimos; e, e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) – concluiremos agora.
e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) - continuação.
Falamos que a oposição do mundo contra os eleitos de Deus é articulada em termos bastante fortes (14.17). O ódio do mundo não é devido aos erros dos cristãos, mas sim aos acertos.
Jesus acabou de se comparar a uma videira verdadeira, plantada por seu Pai e nós, nele, somos os ramos que haverão de produzir muitos frutos; agora, ele nos apresentará o Consolador.
Esse capítulo 16 é uma continuação do ensino de Jesus sobre a oposição que os discípulos enfrentariam no mundo; os vs. 5-15 retomam o ensinamento sobre o Espírito Santo.
Enquanto estava na terra com seus discípulos, Jesus os ensinava e os encorajava à medida que as necessidades iam surgindo. Nesse momento, com o tempo se esgotando, eles precisavam saber sobre as perseguições vindouras e sobre o ministério do Espírito Santo.
Jesus os prepara nos 4 primeiros versos e no verso 5 ele anuncia que irá para aquele que o enviou. Embora Pedro tenha perguntado especificamente sobre isso e Tomé sugerido a mesma coisa (13.36; 14.5), a pergunta deles surgiu mais pelo fato de perceberem a partida iminente de Jesus do que por um desejo de compreender a natureza e as implicações do seu destino (vs. 6).
Aqui – vs. 5 -, Jesus desafia seus discípulos a pensarem sobre a importância de sua partida - particularmente sobre a vinda do Espírito Santo.
Os discípulos estavam obviamente angustiados com a ideia da partida de Jesus; porém, enquanto a presença de Jesus estava limitada a um só local nos dias do seu ministério terreno, a vinda do Espírito Santo no Pentecostes os asseguraria da presença de Deus ao lado deles por onde quer que fossem (Mt 28.20).
Contudo, a vinda do Espírito Santo no Pentecostes estava condicionada ao retorno de Cristo para o céu.
O papel de convencer o mundo do pecado pertence a ele. Provavelmente não se refere à convicção que conduz ao arrependimento e à salvação, mas à manifestação da culpa inescusável da humanidade. Ele é quem convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo – vs. 8:
·         Convencer do pecado – vs. 9 - a gravidade da incredulidade é salientada, sem que isso exclua outras formas de pecado. Jesus veio em nome de seu Pai anunciou a verdade e os homens, no geral, a rejeitaram, ou seja, não creram nele.
·         Convencer da justiça – vs. 10 - os pecadores não podem ser considerados justos em razão de suas próprias obras, mas somente com base no mérito da obra substitutiva de Cristo. A obra de Jesus elimina pecados e a sua obediência perfeita é considerada como se fosse dos pecadores. É pelo mérito da ressurreição (Rm 4.251 e da ascensão de Cristo que a justificação para os pecadores é atestada.
·         Convencerá do juízo – vs. 11 - Satanás e aqueles sobre quem ele governa serão derrotados pela justiça divina de Deus, cuja sentença já foi proferida.
É também papel ou missão do Espírito Santo nos guiar a toda a verdade. Obviamente, isso se refere à verdade da salvação de Deus, e não a um conhecimento técnico sobre todas as coisas ou uma nova doutrina vinda do além.
Esse ato de guiar à verdade está relacionado especificamente ao ministério dos apóstolos como veículos da nova Escritura, que ocuparia seu lugar ao lado do Antigo Testamento.
·         O Espírito os relembrará do passado (tudo o que foi registrado nos Evangelhos; 14.26).
·         O Espírito os instruirá acerca do presente (os registros em Atos e nas epístolas; 14.26; 15.26; 16.13).
·         O Espírito revelará as coisas por vir (os registros em Apocalipse; 16.13).
O ensino do Espírito não é feito independentemente do ensino do Pai e do Filho, porém ocorre como parte do plano da redenção e em concordância total com as três pessoas da Trindade.
Por isso que Ele iria glorificar a Jesus. Uma vez que o plano da redenção está centralizado em Cristo, esse é o tópico no qual o Espírito concentrará o seu ensino (15.26). Mais uma vez é enfatizado o relacionamento íntimo entre as três pessoas da Trindade (17.10).
Quando ele diz no verso 16 “um pouco... outra vez um pouco”, a primeira referência aponta, sem dúvida, para a crucificação, que tiraria Jesus dentre eles; a segunda pode se referir à ressurreição, à vinda do Espírito Santo ou à segunda vinda de Cristo.
A ressurreição se encaixa melhor com a proximidade imediata da profecia; a segunda vinda se ajusta melhor à questão da alegria nesse contexto.
Os discípulos associaram as palavras de Jesus no vs. 10 com a sua afirmação no vs. 16, e isso tornou ainda mais difícil entender o sentido do que Jesus estava dizendo, uma vez que o primeiro se refere à ascensão, e o segundo, à crucificação.
A crucificação de Jesus, que causaria a impressão de que os inimigos de Cristo haviam triunfado, iria perturbar profundamente os discípulos.
Todavia, considerando que essa morte substitutiva assegura a salvação de todos os que creem em Jesus, toma-se objeto de regozijo e gratidão, numa analogia semelhante ao parto, que é uma experiência dolorosa para a mãe durante o momento do nascimento, mas depois se toma fonte de muita alegria.
As bênçãos que a obra redentora de Deus nos concede não podem ser canceladas por nenhum poder humano ou satânico. O propósito gracioso de Deus nos garante a natureza perpétua da alegria da salvação (10.28; Fp 1.6).
No vs. 23, são usados dois verbos gregos diferentes – “perguntareis” e “pedirdes”. O primeiro se refere geralmente a pedir informações, e o segundo fazer uma petição.
Se percebermos essa distinção, observaremos que após a ascensão, os discípulos receberam revelação da verdade por meio do Espírito Santo.
As orações devem ser dirigidas ao Pai em nome de Cristo (isto é, como representantes de Cristo, com autoridade delegada por ele).
Os discípulos faziam suas orações a Deus e seus pedidos a Jesus. A diferença é que, no futuro próximo, eles poderiam se dirigir ao Pai diretamente e com confiança, empossados com a autoridade de Cristo como seus representantes.
Jesus não está negando o seu ministério de intercessão (Rm 8.34; Hb 7.25; 1Jo 2.1); antes, está dizendo que seus discípulos atingiriam certo grau de maturidade na oração no qual Jesus não precisaria mais interceder em oração como se eles fossem neófitos.
As três pessoas da Trindade estão unidas plenamente em seu amor comum pelos cristãos (3.16). Estes, por sua vez, estão unidos tanto ao amor pela Trindade como na fé pelas três pessoas da divindade.
A encarnação é descrita como Jesus vindo do Pai e entrando no mundo; a ascensão, como Jesus deixando o mundo e retornando para o Pai (17.13). Isso explica para onde Jesus estava indo e por que os seus discípulos não o veriam mais (vs. 5-6,16-17).  
Os discípulos entenderam finalmente que ele mesmo sabia todas as coisas. Somente Deus é onisciente, e não precisa ouvir as nossas perguntas para saber o que se passa na nossa mente. Os discípulos reconheceram a origem e a natureza divina de Cristo.
Jesus não desencorajou esse reconhecimento de sua divindade. Pelo contrário, ele a aceitou e a endossou – vs. 31. No entanto, afirmou a eles que seriam dispersos quando ele, Jesus, fosse ferido. Uma referência à covardia dos discípulos, que abandonariam Jesus no momento de sua prisão (Mt 26.56).
Jesus nunca esteve só, porque o Pai estava com ele sempre. Isso foi verdade quanto à maior parte do período da Paixão do Senhor. Porém, o seu grito de angústia – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46; Mc 15.34) - deixou claro que Jesus também aceitou ser separado do Pai, a quem estava unido de modo tão magnífico.
Jesus passou pelo sofrimento dessa separação a fim de carregar os pecados em nosso lugar. Um contraste entre a paz e alegria de Cristo (vs. 21.22,24) e as aflições e dificuldades do mundo. A vitória, porém, pertence a Cristo.
Jo 16:1 Tenho-vos dito estas coisas
para que não vos escandalizeis.
Jo 16:2 Eles vos expulsarão das sinagogas;
mas vem a hora em que todo o que vos matar
julgará com isso tributar culto a Deus.
Jo 16:3 Isto farão porque
não conhecem o Pai,
nem a mim.
Jo 16:4 Ora, estas coisas vos tenho dito
para que, quando a hora chegar,
vos recordeis de que eu vo-las disse.
Não vo-las disse desde o princípio,
porque eu estava convosco.
Jo 16:5 Mas, agora, vou para junto daquele que me enviou,
e nenhum de vós me pergunta:
Para onde vais?
Jo 16:6 Pelo contrário, porque vos tenho dito estas coisas,
a tristeza encheu o vosso coração.
Jo 16:7 Mas eu vos digo a verdade:
convém-vos que eu vá,
porque, se eu não for,
o Consolador não virá para vós outros;
se, porém, eu for,
eu vo-lo enviarei.
Jo 16:8 Quando ele vier, convencerá o mundo
do pecado,
da justiça
e do juízo:
Jo 16:9 do pecado,
porque não crêem em mim;
Jo 16:10 da justiça,
porque vou para o Pai,
e não me vereis mais;
Jo 16:11 do juízo,
porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Jo 16:12 Tenho ainda muito que vos dizer,
mas vós não o podeis suportar agora;
Jo 16:13 quando vier, porém,
o Espírito da verdade,
ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo,
mas dirá tudo o que tiver ouvido
e vos anunciará as coisas
que hão de vir.
Jo 16:14 Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu
e vo-lo há de anunciar.
Jo 16:15 Tudo quanto o Pai tem é meu;
por isso é que vos disse que há de receber do que é meu
e vo-lo há de anunciar.
Jo 16:16 Um pouco,
e não mais me vereis;
outra vez um pouco,
e ver-me-eis.
Jo 16:17 Então, alguns dos seus discípulos disseram uns aos outros:
Que vem a ser isto que nos diz:
Um pouco,
e não mais me vereis,
e outra vez um pouco,
e ver-me-eis;
e: Vou para o Pai?
Jo 16:18 Diziam, pois:
Que vem a ser esse - um pouco?
Não compreendemos o que quer dizer.
Jo 16:19 Percebendo Jesus que desejavam interrogá-lo, perguntou-lhes:
Indagais entre vós a respeito disto que vos disse:
Um pouco,
e não me vereis,
e outra vez um pouco,
e ver-me-eis?
Jo 16:20 Em verdade, em verdade eu vos digo
que chorareis e vos lamentareis,
e o mundo se alegrará;
vós ficareis tristes,
mas a vossa tristeza se converterá em alegria.
Jo 16:21 A mulher, quando está para dar à luz,
tem tristeza, porque a sua hora é chegada;
mas, depois de nascido o menino,
já não se lembra da aflição,
pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.
Jo 16:22 Assim também agora vós tendes tristeza;
mas outra vez vos verei;
o vosso coração se alegrará,
e a vossa alegria ninguém poderá tirar.
Jo 16:23 Naquele dia, nada me perguntareis.
Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes alguma coisa ao Pai,
ele vo-la concederá em meu nome.
Jo 16:24 Até agora nada tendes pedido em meu nome;
pedi
e recebereis,
para que a vossa alegria seja completa.
Jo 16:25 Estas coisas vos tenho dito por meio de figuras;
vem a hora em que não vos falarei por meio de comparações,
mas vos falarei claramente a respeito do Pai.
Jo 16:26 Naquele dia,
pedireis em meu nome;
e não vos digo que rogarei ao Pai por vós.
Jo 16:27 Porque o próprio Pai vos ama,
visto que me tendes amado
e tendes crido que eu vim da parte de Deus.
Jo 16:28 Vim do Pai
e entrei no mundo;
todavia, deixo o mundo
e vou para o Pai.
Jo 16:29 Disseram os seus discípulos:
Agora é que falas claramente
e não empregas nenhuma figura.
Jo 16:30 Agora, vemos que sabes todas as coisas
e não precisas de que alguém te pergunte;
por isso, cremos que, de fato,
vieste de Deus.
Jo 16:31 Respondeu-lhes Jesus:
Credes agora?
Jo 16:32 Eis que vem a hora
e já é chegada,
em que sereis dispersos,
cada um para sua casa,
e me deixareis só;
contudo, não estou só,
porque o Pai está comigo.
Jo 16:33 Estas coisas vos tenho dito
para que tenhais paz em mim.
No mundo,
passais por aflições;
mas tende bom ânimo;
eu venci o mundo.
Tudo o que o Pai tem é meu! Quem poderia dizer algo assim? Somente Jesus Cristo poderia e disse mais ainda: por isso que eu disse que iriam receber do que é meu e iriam anunciar. Em seguida, lhes anuncia sua partida breve e seu retorno quando iriam entristecer-se por um pouco e depois se alegrarem indefinidamente.
Ele termina este capítulo nos falando para termos bom ânimo diante das aflições por causa do seu nome porque ele venceu o mundo. 
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A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.