O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 17, da parte III.
Breve síntese do capítulo 17
Depois de dizer que era a videira
verdadeira e seu Pai o agricultor e nós seus ramos que devemos produzir frutos
para sermos sempre limpos porque os ramos que não produzem frutos são cortados
para serem lançados no fogo, Jesus fala da unidade.
Ele fala no Evangelho de João 17 a oração
sacerdotal em que ele ora pelos seus discípulos tanto aqueles que com ele
estavam vivendo o presente como por aqueles que viriam a crer nele no futuro:
eu e você!
Se Jesus cercou de oração a Pedro, João,
Tiago e os outros apóstolos ele também orou e ainda ora por nós hoje. Seu
desejo é que sejamos um com ele como ele foi um com o seu Pai.
Jesus não pediu ao Pai para nos tirar do
mundo, mas para sermos guardados do mal. Passaremos por aflições, mas ele nos
livrará do mal... a oração do Pai Nosso também nos fala de livrarmos do mal. R.
C. Sproul, em seu livro “A oração muda as coisas?”, nos explica que “mal” está
se referindo ao o diabo mesmo, a Satanás, e não ao oposto de bem.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – já vimos; e, C. A
oração intercessória (17.1-26) – veremos
e concluiremos agora.
C. A oração intercessória (17.1-26).
Esse capítulo consiste de uma oração em três
partes, que é conhecida comumente como a oração sacerdotal de Jesus.
(1)Nos
vs. 1-5, Jesus ora pela sua própria glorificação.
(2)Nos
vs. 6-19, ele ora pelos discípulos, separando-os do restante das pessoas
terrenas:
a.Como
aqueles que o lhe Pai deu especialmente (vs. 6-10).
b.Jesus
pede ao Pai para protegê-los (vs. 11-13).
c.Jesus
pede ao Pai para mantê-los separados do mundo (vs. 14-19).
(3)Nos
vs. 20-26, Jesus ora por aqueles que viriam a crer nele no futuro, pedindo que
sejam unificados e, um dia, reunidos a ele.
“Pai” é o termo preferido de Jesus para se
dirigir à primeira pessoa da Trindade (usado cerca de cem vezes nesse
Evangelho). Ele se dirige ao Pai dizendo que havia chegada a sua hora. Jesus
estava plenamente cônscio de seu sofrimento iminente.
Assim ele pede a glorificação do Filho,
para que o Filho glorifique a ele. Um tema anunciado em 1.14 e que recebe
grande ênfase nessa oração. A glória de qualquer uma das pessoas da Trindade
transborda para as outras duas. A obra perfeita do Filho em sua encarnação
glorifica a Trindade.
O Filho é glorificado em sua crucificação,
ressurreição e entronização à destra de Deus - acontecimentos considerados uma
unidade composta nesse Evangelho.
Ele diz que o Pai tinha concedido a ele
autoridade sobre toda a humanidade para poder conceder a vida eterna a todos
que o Pai lhe dera. Estão presentes três palavras “conferir”, “conceder” e
“dar” – versão ARA – que traduzem o mesmo verbo grego, usado dezesseis vezes
nessa oração, enfatizando o que Deus conferiu a Jesus e o que Jesus, por sua
vez, concedeu aos seus discípulos.
A iniciativa soberana de Deus é enfatizada
nessa expressão (que volta a ser usada nos vs. 6,9,24; cf. 6.44; 10.29.) Deus
estaria dando aos homens a vida eterna por meio de seu Filho.
A vida eterna é explicada aqui a sua
finalidade. Seria para que conhecessem ao único Deus verdadeiro e a Jesus
Cristo a quem o Deus verdadeiro enviou. A verdadeira vida consiste na comunhão
com Deus, que "nos fez para [si]” de modo que “nosso coração está inquieto
enquanto não repousar [nele]" (Agostinho, Confissões).
Aqui, o termo “conhecer”, como é frequente
na Escritura, significa muito mais do que apenas entendimento intelectual;
envolve também sentimento e compromisso. Ao associar-se com o Pai como fonte de
vida eterna, Jesus afirmou a sua própria divindade.
A forma como Jesus glorificou a seu Pai na
terra fora consumando a obra que ele lhe deu para fazer. Essa declaração
antecipa o brado de vitória na cruz ("Está consumado", 19.30). Tudo
na vida de Jesus visava à glória de Deus. (Veja I Co 10.31 e entenda que também
nós devemos ser como Jesus que vivia fazendo todas as coisas para a glória de
Deus).
Nos vs. 5, Jesus faz uma declaração dupla
de sua divindade:
·Em
primeiro lugar, Jesus afirma como parte de sua petição que a sua glória existia
"antes que houvesse mundo”, indicando o seu caráter preexistente e não
criado.
·Em
segundo lugar, ele se refere à "glória" que possuía - uma glória que,
ao longo da Bíblia, é sempre associada ao verdadeiro e único Deus vivo.
A palavra “nome" a qual Jesus
manifestou aos discípulos – vs. 6 - indica Deus na beleza de sua perfeição como
revelado à humanidade. Ao se referir que eles eram do mundo, ele fazia uma
indicação de que os remidos foram encontrados no mundo, mas estavam destinados
a serem retirados dele.
Estavam no mundo, mas eram dele, do Pai.
Todas as coisas e pessoas pertencem a Deus por direito de criação, mas aqui a
referência é à posse privilegiada mediante a redenção. Deus deu os eleitos ao
Redentor (cf. Hb 2.10-13).
Os discípulos são identificados de três
modos – vs. 7 e 8:
·Receberam
a palavra de Jesus.
·Reconheceram
a sua origem divina.
·Creram
nele.
Jesus estava rogando por eles, mas não pelo
mundo. Qualquer que seja a benevolência de Jesus para com a totalidade das
pessoas no mundo, sua atividade redentora e sacerdotal diz respeito
especificamente aos eleitos - aqueles que o Pai lhe deu (10.14-15,27-29).
Esse versículo apoia energicamente a
doutrina da expiação limitada, pois seria absurdo que Jesus morresse para tirar
os pecados daqueles pelos quais ele se recusa a orar (A BEG recomenda, nesse
ponto, visualizar o seu excelente artigo teológico "Expiação
limitada", em Jo 10).
Em outros contextos que não apresentam
Jesus diretamente em seu papel de sumo sacerdote intercessor, ele orou pelos
seus inimigos e nos instruiu a fazer o mesmo (Mt 5.44; Lc 23.34).
Jesus afirma que todas as suas coisas são
do Pai e todas as coisas do Pai, são dele. Isso é uma declaração inequívoca de sua
divindade.
Seria neles, nos discípulos, nos que o Pai
deu a ele, que ele seria glorificado. É surpreendente que a glória de Deus seja
associada aos atos de seres humanos que, diante da majestade divina, são
absolutamente insignificantes.
No entanto, o livro de Jó mostra que os seres
humanos podem refletir a glória de Deus, e Paulo estende esse princípio até às
atividades mais comuns do cotidiano, como comer e beber (1Co 10.31). Tudo o que
glorifica a Deus glorifica a Cristo e vice-versa.
Ele chama a seu Pai de “Pai santo” – vs. 11.
Uma designação única no Novo Testamento, mas muito apropriada para expressar a
intimidade entre Deus e seus filhos, bem como a majestade do grande Deus
soberano sobre toda a criação. Deus protege os seus porque os ama e é capaz de
protegê-los porque o seu poder não tem limites.
Jesus ora ao seu “Pai santo” para que os
proteja em seu nome, o mesmo nome que foi dado ao Filho, a fim de que fossem um
com eles, como eles eram um entre eles mesmos.
A revelação que Deus faz de si mesmo em palavras
e atos (seu nome) é um agente poderoso de santificação (vs. 17) e proteção do
mal (vs. 15).
O Pai e o Filho se encontram plenamente
unidos nessa revelação; assim, o nome de Deus também é "teu nome, que me
deste”. O objetivo seria para que eles fossem um, assim como eles eram.
O padrão de unidade das pessoas da Trindade
também é o exemplo supremo para a unidade dos cristãos uns com os outros
mediante a sua união com Cristo (14.11).
Essa unidade recebe grande ênfase na oração
de Jesus (vs. 21-23), e essa unidade perfeita (Ef 4.12.16), a ser manifestada
gloriosamente no dia da volta de Cristo, deve estar sempre formando e moldando
o povo de Deus "para que o mundo creia" (vs. 21).
Enquanto Jesus andou com eles, os guardou e
os protegeu pelo nome que o Pai lhe havia dado. Essa é uma síntese maravilhosa
do ministério de Jesus para com seus apóstolos. A referência é, obviamente, aos
doze e, dentre eles, também a Judas, que parecia fazer parte do grupo, mas que
nunca recebeu verdadeiramente a graça de Deus.
Judas fora chamado de o filho da perdição.
O mesmo termo é usado para indicar o anticristo (2Ts 2.3). Isso aconteceu para
cumprir SI 41.9.
A traição por parte de Judas foi necessária
para cumprir várias outras passagens que descrevem a Paixão do Senhor. Para
Jesus, muitas pastagens das Escrituras continham profecias acerca de diversos detalhes
do seu ministério messiânico, e ele ressaltou que todas essas profecias se
cumpririam, pois eram a própria Palavra de Deus.
Ao escolher Judas, Jesus estava consciente
da participação que esse discípulo teria em sua Paixão e, no entanto, o inclui
no grupo dos doze.
Essa passagem – vs. 13 - pressupõe que
Jesus orou na presença de seus discípulos para que eles também se alegrassem ao
ouvirem suas palavras (cf. 15.11; 16.241.
Jesus deu a eles, seus discípulos, as suas
palavras, que não eram dele, mas do Pai e o mundo os odiou – vs. 14. Essa é uma
referência ao ensino de Jesus, identificado como a Palavra de Deus, do mesmo
modo que o Antigo Testamento é a Palavra de Deus (cf. Mc 7.13; At 10.36; Rm
9.6).
O novo nascimento implica uma divisão
radical da humanidade. Os cristãos têm suas origens no mundo decaído e
continuam a habitar aqui, mas na verdade não fazem parte dele (vs. 16), por
isso que não são do mundo, por isso que o mundo os odeia.
Apesar de Jesus saber que o mundo odiará os
seus discípulos assim como o odiou, ele não pede que os discípulos sejam
protegidos das aflições físicas ou sociológicas do mundo, mas sim que sejam
guardados do mal (conforme a BEG: da corrupção moral do mundo) ou nas palavras
sábias de R. C. Sproul, que sejamos guardados do maligno, do diabo mesmo, de
Satanás. (A palavra no grego é a mesma aqui e em Lucas 11.4, na oração do “Pai
Nosso” - Strong 4190; ponērou; πονηροῦ. evil [one]). Neste versículo a NVI
traduziu como “Maligno” e não como o mal em oposição ao bem.
No verso 16, nem ele, nem os seus
discípulos são do mundo, por isso que ele pede que sejam santificados na
verdade – vs. 17 - “Santifica-os na verdade”.
Jesus não orou pedindo o bem-estar temporal
dos discípulos, mas sim a santificação deles. Seu maior desejo era que fossem
santos e, portanto, indicou o único meio pelo qual a santidade poderia ser
obtida: a “verdade”.
Assim como o erro e o engano são as raízes
do mal, a verdade é a raiz da piedade. Aqueles que desejam crescer em santidade
devem sujeitar-se não apenas ao desejo de Jesus de que sejam santos, mas também
ao meio que ele providenciou para santificá-los: a tua palavra é a verdade.
Esse testemunho, que está relacionado ao
Antigo Testamento que os discípulos já possuíam, também é estendido ao ensino
de Jesus, que é chamado de "palavra” de Deus (vs. 14), e à mensagem dos
apóstolos (Lc 8.11-15,21; 11.28; Jo 17.20; At 4.31; 6.7; 8.14,25; I Ts 2.13).
Trata-se de um atestado veemente da autoridade e origem divina tanto, do Antigo
quanto do Novo Testamento.
Da mesma forma como Jesus foi enviado,
Jesus os enviou. Compare com 20.21. Assim como o Pai designou Jesus para o seu
ofício e missão, empossando-o com autoridade, do mesmo modo Cristo designou os
apóstolos e os investiu de autoridade.
Assim como o Pai enviou seu Filho ao mundo
para salvar os pecadores, assim Cristo enviou os apóstolos para dar continuidade
a essa obra.
Logo, Jesus é o padrão supremo das missões.
Num sentido derivado, todo cristão é um missionário enviado ao mundo para dar
testemunho de Cristo e alcançar os perdidos onde quer que estejam, a fim de
conduzi-los ao Salvador.
Ele Jesus os enviou ao mundo, não “do
mundo" (vs. 14,15,16), mas "no mundo' (16.33) e “ao mundo"
(aqui).
Assim é que em favor de seus discípulos,
ele se santificou a si mesmo – vs. 19. Uma vez que Jesus é absolutamente santo,
não precisa ser santificado no sentido de se tornar mais puro.
Antes, a sua santificação consiste no fato
de ser "separado” para fins sagrados. Como sumo sacerdote, ele
consagrou-se (Ex 28.41) para essa tarefa sagrada que incluiu o seu sacrifício
supremo. Assim, aqueles que lhe pertencem, devem ser santos e dedicados ao seu
serviço.
Jesus deixa claro que sua oração ali não
era por apenas os seus discípulos, naquela hora, mas abrangeria nós todos,
inclusive os crentes do século XXI, ou seja todos aqueles que vierem a crer.
Aqui Jesus inclui na sua oração todos os
cristãos, até mesmo os que hão de aceitar a fé em eras futuras. Todo cristão
verdadeiro pode ter a certeza de que foi incluído nessa oração. Jesus orou por
mim!
E qual a finalidade disso? Para que o mundo
creia que o Pai o enviou. Essa oração pede não apenas unidade espiritual
(invisível), mas também unidade que seja visível no mundo, “para que o mundo
creia". Com isso, todos seriam aperfeiçoados na unidade – vs. 23.
Observamos aqui o padrão de unidade que
caracteriza o relacionamento não apenas entre “o Pai e o Filho”, mas também
entre “o Filho e o cristão”.
Na verdade, o amor do Pai refere-se ao amor
de Deus o Pai também pelos remidos (3.16). Esse amor muitas vezes é
negligenciado devido à ênfase do amor de Cristo por eles.
Jesus desejava que seus discípulos estivessem
com ele e que vissem a sua glória – vs. 24. A segunda petição de Jesus pela igreja
é para que seus membros estejam com ele em glória. Ele não pede prosperidade
temporal para os discípulos, nem para a igreja; antes, pede santidade e unidade
na terra e a reunião dos santos no céu. Estar com Cristo é o maior anseio do
cristão (Fp 1.23; lTs 4.17).
Essa oração se encerra com um retorno a
alguns dos temas repetidos ao longo desse Evangelho: unidade, conhecimento,
missão, glória e amor.
Jo 17:1 Tendo Jesus falado estas coisas,
levantou os
olhos ao céu e disse:
Pai,
é chegada a hora;
glorifica
a teu Filho,
para
que o Filho te glorifique a ti,
Jo 17:2 assim
como lhe conferiste autoridade
sobre
toda a carne,
a
fim de que ele conceda a vida eterna
a
todos os que lhe deste.
Jo
17:3 E a vida eterna é esta:
que
te conheçam a ti,
o
único Deus verdadeiro,
e
a Jesus Cristo,
a
quem enviaste.
Jo
17:4 Eu te glorifiquei na terra,
consumando
a obra que me confiaste para fazer;
Jo
17:5 e, agora, glorifica-me,
ó
Pai, contigo mesmo,
com
a glória que eu tive junto de ti,
antes
que houvesse mundo.
Jo
17:6 Manifestei o teu nome aos homens
que
me deste do mundo.
Eram
teus,
tu
mos confiaste,
e
eles têm guardado a tua palavra.
Jo
17:7 Agora, eles reconhecem
que
todas as coisas que me tens dado
provêm
de ti;
Jo 17:8
porque eu lhes tenho transmitido
as
palavras que me deste,
e
eles as receberam,
e
verdadeiramente conheceram
que
saí de ti,
e
creram que tu me enviaste.
Jo
17:9 É por eles que eu rogo;
não
rogo pelo mundo,
mas
por aqueles que me deste,
porque
são teus;
Jo
17:10 ora, todas as minhas coisas são tuas,
e
as tuas coisas são minhas;
e,
neles,
eu
sou glorificado.
Jo
17:11 Já não estou no mundo,
mas
eles continuam no mundo,
ao
passo que eu vou para junto de ti.
Pai
santo,
guarda-os
em teu nome,
que
me deste,
para
que eles sejam um,
assim
como nós.
Jo
17:12 Quando eu estava com eles,
guardava-os
no teu nome,
que
me deste,
e
protegi-os,
e
nenhum deles se perdeu,
exceto
o filho da perdição,
para que se
cumprisse a Escritura.
Jo
17:13 Mas, agora,
vou
para junto de ti
e
isto falo no mundo para que eles tenham
o
meu gozo completo em si mesmos.
Jo
17:14 Eu lhes tenho dado a tua palavra,
e
o mundo os odiou,
porque
eles não são do mundo,
como
também eu não sou.
Jo
17:15 Não peço que os tires do mundo,
e
sim que os guardes do mal.
Jo 17:16 Eles
não são do mundo,
como
também eu não sou.
Jo 17:17
Santifica-os na verdade;
a
tua palavra é a verdade.
Jo 17:18
Assim como tu me enviaste ao mundo,
também
eu os enviei ao mundo.
Jo 17:19 E a
favor deles eu me santifico a mim mesmo,
para
que eles também sejam santificados na verdade.
Jo 17:20 Não
rogo somente por estes,
mas
também por aqueles que vierem a crer em mim,
por
intermédio da sua palavra;
Jo 17:21 a
fim de que todos sejam um;
e
como és tu, ó Pai,
em
mim e eu em ti,
também
sejam eles em nós;
para
que o mundo creia
que
tu me enviaste.
Jo
17:22 Eu lhes tenho transmitido a glória
que
me tens dado,
para
que sejam um,
como
nós o somos;
Jo
17:23 eu neles,
e
tu em mim,
a
fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para
que o mundo conheça
que
tu me enviaste
e
os amaste,
como
também amaste a mim.
Jo
17:24 Pai,
a
minha vontade é que onde eu estou,
estejam
também comigo os que me deste,
para
que vejam a minha glória
que
me conferiste,
porque me
amaste
antes da
fundação do mundo.
Jo
17:25 Pai justo,
o
mundo não te conheceu;
eu,
porém, te conheci,
e
também estes compreenderam
que
tu me enviaste.
Jo
17:26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome
e
ainda o farei conhecer,
a
fim de que o amor com que me amaste
esteja
neles,
e
eu neles esteja.
A vontade do
Senhor manifestada ao Pai na oração sacerdotal dizia que a sua vontade era que
onde ele estivesse, estivessem também com ele os que o Pai lhe deu e isto para
poderem ver a glória ao Senhor conferida porque o amor do Pai pelo filho é
anterior à própria fundação do mundo.
Onde Jesus
está, estamos também; não é onde eu estou que ele está, mas onde ele está que
eu estou!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete.
[1]Feito com
base no quadro da BEG, comentando o verso 23, do capítulo 1t, do evangelho de
João.
O Evangelho de João é o livro que foi
escrito por João para apresentar a vida de Jesus de tal modo que os incrédulos
possam ir a ele pela fé e os cristãos possam desenvolver sua fé em Cristo como
o Messias e o Filho de Deus que desceu do céu. Assim, testemunhar de Jesus é o
tema central desse Evangelho, tanto por parte de um homem especial como João
Batista, do Pai, do Espírito Santo e de seus discípulos e fieis em toda parte
do mundo. Estamos vendo o capítulo 16, da parte III.
Breve síntese do capítulo 16
Em João 16, encontraremos Jesus falando do
Consolador que somente virá e ficará conosco - como está aqui agora comigo e
contigo - porque Jesus foi para o Pai que foi aquele que o enviou para nos
salvar.
Assim, o convencimento de que somos
pecadores, da justiça de Deus e do consequente juízo vindouro somente vem por
causa do Espírito Santo. Também é ele quem nos guia a toda a verdade e é também
quem nos anuncia as coisas que hão de vir. Quando conversamos com alguém
querendo convencer essa pessoa sobre a existência de Deus, se não for o
Espírito Santo, jamais teremos êxito.
Evangelizar sem o Espírito Santo confiando
na nossa capacidade de persuasão é ledo engano. É o Espírito Santo quem
convence o homem e não a nossa pretensa capacidade ou letras.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
III. O MINISTÉRIO DE JESUS AOS SEUS DISCÍPULOS (13.1-17.26) - continuação.
Como já falamos, em seus últimos dias,
Jesus concentrou-se em ministrar a seus discípulos para prepará-los para a sua
partida; ele os serviu, os confortou e orou por eles.
Assim, dividimos essa terceira parte em
três seções: A. A cerimônia do lava-pés e a profecia da traição (13.1-38) – já vimos; B. O discurso de despedida
(14.1-16.33) – concluiremos agora; e,
C. A oração intercessória (17.1-26).
B. O discurso de despedida (14.1-16.33) - continuação.
O discurso de despedida ocupa os capítulos
14 a 16. João registra as várias maneiras pelas quais Jesus confortou os seus
discípulos enquanto eles enfrentavam a iminência de sua morte e quanto às
provações que viriam nos anos seguintes.
Esse material está dividido em cinco
seções: a. A morada (14.1-4) – já vimos;
b. O caminho (14.5-14) – já vimos; c.
O Espírito Santo (14.15-31) – já vimos;
d. A videira e os ramos (15.1-17) – já
vimos; e, e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) – concluiremos agora.
e. O consolo durante a perseguição (15.18-16.33) - continuação.
Falamos que a oposição do mundo contra os
eleitos de Deus é articulada em termos bastante fortes (14.17). O ódio do mundo
não é devido aos erros dos cristãos, mas sim aos acertos.
Jesus acabou de se comparar a uma videira
verdadeira, plantada por seu Pai e nós, nele, somos os ramos que haverão de
produzir muitos frutos; agora, ele nos apresentará o Consolador.
Esse capítulo 16 é uma continuação do
ensino de Jesus sobre a oposição que os discípulos enfrentariam no mundo; os
vs. 5-15 retomam o ensinamento sobre o Espírito Santo.
Enquanto estava na terra com seus
discípulos, Jesus os ensinava e os encorajava à medida que as necessidades iam
surgindo. Nesse momento, com o tempo se esgotando, eles precisavam saber sobre
as perseguições vindouras e sobre o ministério do Espírito Santo.
Jesus os prepara nos 4 primeiros versos e
no verso 5 ele anuncia que irá para aquele que o enviou. Embora Pedro tenha
perguntado especificamente sobre isso e Tomé sugerido a mesma coisa (13.36; 14.5),
a pergunta deles surgiu mais pelo fato de perceberem a partida iminente de
Jesus do que por um desejo de compreender a natureza e as implicações do seu
destino (vs. 6).
Aqui – vs. 5 -, Jesus desafia seus
discípulos a pensarem sobre a importância de sua partida - particularmente
sobre a vinda do Espírito Santo.
Os discípulos estavam obviamente
angustiados com a ideia da partida de Jesus; porém, enquanto a presença de
Jesus estava limitada a um só local nos dias do seu ministério terreno, a vinda
do Espírito Santo no Pentecostes os asseguraria da presença de Deus ao lado
deles por onde quer que fossem (Mt 28.20).
Contudo, a vinda do Espírito Santo no
Pentecostes estava condicionada ao retorno de Cristo para o céu.
O papel de convencer o mundo do pecado
pertence a ele. Provavelmente não se refere à convicção que conduz ao
arrependimento e à salvação, mas à manifestação da culpa inescusável da
humanidade. Ele é quem convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo –
vs. 8:
·Convencer
do pecado – vs. 9 - a gravidade da incredulidade é salientada, sem que isso
exclua outras formas de pecado. Jesus veio em nome de seu Pai anunciou a
verdade e os homens, no geral, a rejeitaram, ou seja, não creram nele.
·Convencer
da justiça – vs. 10 - os pecadores não podem ser considerados justos em razão
de suas próprias obras, mas somente com base no mérito da obra substitutiva de
Cristo. A obra de Jesus elimina pecados e a sua obediência perfeita é
considerada como se fosse dos pecadores. É pelo mérito da ressurreição (Rm
4.251 e da ascensão de Cristo que a justificação para os pecadores é atestada.
·Convencerá
do juízo – vs. 11 - Satanás e aqueles sobre quem ele governa serão derrotados
pela justiça divina de Deus, cuja sentença já foi proferida.
É também papel ou missão do Espírito Santo
nos guiar a toda a verdade. Obviamente, isso se refere à verdade da salvação de
Deus, e não a um conhecimento técnico sobre todas as coisas ou uma nova
doutrina vinda do além.
Esse ato de guiar à verdade está
relacionado especificamente ao ministério dos apóstolos como veículos da nova
Escritura, que ocuparia seu lugar ao lado do Antigo Testamento.
·O
Espírito os relembrará do passado (tudo o que foi registrado nos Evangelhos;
14.26).
·O
Espírito os instruirá acerca do presente (os registros em Atos e nas epístolas;
14.26; 15.26; 16.13).
·O
Espírito revelará as coisas por vir (os registros em Apocalipse; 16.13).
O ensino do Espírito não é feito
independentemente do ensino do Pai e do Filho, porém ocorre como parte do plano
da redenção e em concordância total com as três pessoas da Trindade.
Por isso que Ele iria glorificar a Jesus.
Uma vez que o plano da redenção está centralizado em Cristo, esse é o tópico no
qual o Espírito concentrará o seu ensino (15.26). Mais uma vez é enfatizado o
relacionamento íntimo entre as três pessoas da Trindade (17.10).
Quando ele diz no verso 16 “um pouco...
outra vez um pouco”, a primeira referência aponta, sem dúvida, para a
crucificação, que tiraria Jesus dentre eles; a segunda pode se referir à
ressurreição, à vinda do Espírito Santo ou à segunda vinda de Cristo.
A ressurreição se encaixa melhor com a
proximidade imediata da profecia; a segunda vinda se ajusta melhor à questão da
alegria nesse contexto.
Os discípulos associaram as palavras de
Jesus no vs. 10 com a sua afirmação no vs. 16, e isso tornou ainda mais difícil
entender o sentido do que Jesus estava dizendo, uma vez que o primeiro se
refere à ascensão, e o segundo, à crucificação.
A crucificação de Jesus, que causaria a
impressão de que os inimigos de Cristo haviam triunfado, iria perturbar
profundamente os discípulos.
Todavia, considerando que essa morte
substitutiva assegura a salvação de todos os que creem em Jesus, toma-se objeto
de regozijo e gratidão, numa analogia semelhante ao parto, que é uma
experiência dolorosa para a mãe durante o momento do nascimento, mas depois se
toma fonte de muita alegria.
As bênçãos que a obra redentora de Deus nos
concede não podem ser canceladas por nenhum poder humano ou satânico. O
propósito gracioso de Deus nos garante a natureza perpétua da alegria da
salvação (10.28; Fp 1.6).
No vs. 23, são usados dois verbos gregos diferentes
– “perguntareis” e “pedirdes”. O primeiro se refere geralmente a pedir
informações, e o segundo fazer uma petição.
Se percebermos essa distinção, observaremos
que após a ascensão, os discípulos receberam revelação da verdade por meio do
Espírito Santo.
As orações devem ser dirigidas ao Pai em
nome de Cristo (isto é, como representantes de Cristo, com autoridade delegada
por ele).
Os discípulos faziam suas orações a Deus e
seus pedidos a Jesus. A diferença é que, no futuro próximo, eles poderiam se
dirigir ao Pai diretamente e com confiança, empossados com a autoridade de
Cristo como seus representantes.
Jesus não está negando o seu ministério de
intercessão (Rm 8.34; Hb 7.25; 1Jo 2.1); antes, está dizendo que seus
discípulos atingiriam certo grau de maturidade na oração no qual Jesus não
precisaria mais interceder em oração como se eles fossem neófitos.
As três pessoas da Trindade estão unidas
plenamente em seu amor comum pelos cristãos (3.16). Estes, por sua vez, estão
unidos tanto ao amor pela Trindade como na fé pelas três pessoas da divindade.
A encarnação é descrita como Jesus vindo do
Pai e entrando no mundo; a ascensão, como Jesus deixando o mundo e retornando
para o Pai (17.13). Isso explica para onde Jesus estava indo e por que os seus
discípulos não o veriam mais (vs. 5-6,16-17).
Os discípulos entenderam finalmente que ele
mesmo sabia todas as coisas. Somente Deus é onisciente, e não precisa ouvir as
nossas perguntas para saber o que se passa na nossa mente. Os discípulos
reconheceram a origem e a natureza divina de Cristo.
Jesus não desencorajou esse reconhecimento
de sua divindade. Pelo contrário, ele a aceitou e a endossou – vs. 31. No entanto,
afirmou a eles que seriam dispersos quando ele, Jesus, fosse ferido. Uma
referência à covardia dos discípulos, que abandonariam Jesus no momento de sua
prisão (Mt 26.56).
Jesus nunca esteve só, porque o Pai estava
com ele sempre. Isso foi verdade quanto à maior parte do período da Paixão do
Senhor. Porém, o seu grito de angústia – “Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46; Mc 15.34) - deixou
claro que Jesus também aceitou ser separado do Pai, a quem estava unido de modo
tão magnífico.
Jesus passou pelo sofrimento dessa
separação a fim de carregar os pecados em nosso lugar. Um contraste entre a paz
e alegria de Cristo (vs. 21.22,24) e as aflições e dificuldades do mundo. A
vitória, porém, pertence a Cristo.
Jo 16:1 Tenho-vos dito estas coisas
para que não
vos escandalizeis.
Jo 16:2 Eles vos expulsarão das
sinagogas;
mas vem a
hora em que todo o que vos matar
julgará
com isso tributar culto a Deus.
Jo
16:3 Isto farão porque
não
conhecem o Pai,
nem
a mim.
Jo 16:4 Ora, estas coisas vos tenho dito
para que,
quando a hora chegar,
vos recordeis
de que eu vo-las disse.
Não
vo-las disse desde o princípio,
porque eu
estava convosco.
Jo 16:5 Mas,
agora, vou para junto daquele que me enviou,
e
nenhum de vós me pergunta:
Para
onde vais?
Jo 16:6 Pelo
contrário, porque vos tenho dito estas coisas,
a
tristeza encheu o vosso coração.
Jo
16:7 Mas eu vos digo a verdade:
convém-vos
que eu vá,
porque, se eu
não for,
o Consolador
não virá para vós outros;
se,
porém, eu for,
eu
vo-lo enviarei.
Jo 16:8 Quando ele vier, convencerá o
mundo
do pecado,
da justiça
e do juízo:
Jo
16:9 do pecado,
porque
não crêem em mim;
Jo 16:10 da
justiça,
porque
vou para o Pai,
e
não me vereis mais;
Jo 16:11 do
juízo,
porque
o príncipe deste mundo já está julgado.
Jo 16:12 Tenho ainda muito que vos
dizer,
mas vós não o
podeis suportar agora;
Jo
16:13 quando vier, porém,
o
Espírito da verdade,
ele
vos guiará a toda a verdade;
porque
não falará por si mesmo,
mas dirá tudo
o que tiver ouvido
e
vos anunciará as coisas
que
hão de vir.
Jo
16:14 Ele me glorificará,
porque
há de receber do que é meu
e
vo-lo há de anunciar.
Jo 16:15 Tudo quanto o Pai tem é meu;
por isso é
que vos disse que há de receber do que é meu
e
vo-lo há de anunciar.
Jo 16:16 Um pouco,
e não mais me
vereis;
outra vez um pouco,
e ver-me-eis.
Jo 16:17 Então, alguns dos seus
discípulos disseram uns aos outros:
Que vem a ser
isto que nos diz:
Um
pouco,
e
não mais me vereis,
e outra vez
um pouco,
e
ver-me-eis;
e:
Vou para o Pai?
Jo 16:18 Diziam, pois:
Que vem a ser
esse - um pouco?
Não
compreendemos o que quer dizer.
Jo 16:19 Percebendo Jesus que desejavam
interrogá-lo, perguntou-lhes:
Indagais
entre vós a respeito disto que vos disse:
Um
pouco,
e
não me vereis,
e outra vez
um pouco,
e
ver-me-eis?
Jo 16:20 Em verdade, em verdade eu vos
digo
que chorareis
e vos lamentareis,
e
o mundo se alegrará;
vós ficareis
tristes,
mas
a vossa tristeza se converterá em alegria.
Jo 16:21 A mulher,
quando está para dar à luz,
tem
tristeza, porque a sua hora é chegada;
mas,
depois de nascido o menino,
já
não se lembra da aflição,
pelo
prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem.
Jo 16:22
Assim também agora vós tendes tristeza;
mas
outra vez vos verei;
o
vosso coração se alegrará,
e
a vossa alegria ninguém poderá tirar.
Jo
16:23 Naquele dia, nada me perguntareis.
Em verdade, em verdade vos digo:
se pedirdes
alguma coisa ao Pai,
ele
vo-la concederá em meu nome.
Jo 16:24 Até
agora nada tendes pedido em meu nome;
pedi
e
recebereis,
para
que a vossa alegria seja completa.
Jo 16:25 Estas coisas vos tenho dito por
meio de figuras;
vem a hora em
que não vos falarei por meio de comparações,
mas
vos falarei claramente a respeito do Pai.
Jo 16:26 Naquele dia,
pedireis em
meu nome;
e
não vos digo que rogarei ao Pai por vós.
Jo
16:27 Porque o próprio Pai vos ama,
visto
que me tendes amado
e
tendes crido que eu vim da parte de Deus.
Jo 16:28 Vim do Pai
e entrei no
mundo;
todavia, deixo o mundo
e vou para o
Pai.
Jo 16:29 Disseram os seus discípulos:
Agora é que
falas claramente
e
não empregas nenhuma figura.
Jo 16:30
Agora, vemos que sabes todas as coisas
e
não precisas de que alguém te pergunte;
por
isso, cremos que, de fato,
vieste
de Deus.
Jo 16:31 Respondeu-lhes Jesus:
Credes agora?
Jo
16:32 Eis que vem a hora
e
já é chegada,
em
que sereis dispersos,
cada
um para sua casa,
e
me deixareis só;
contudo, não
estou só,
porque
o Pai está comigo.
Jo 16:33 Estas coisas vos tenho dito
para que
tenhais paz em mim.
No
mundo,
passais
por aflições;
mas
tende bom ânimo;
eu
venci o mundo.
Tudo o que o
Pai tem é meu! Quem poderia dizer algo assim? Somente Jesus Cristo poderia e
disse mais ainda: por isso que eu disse que iriam receber do que é meu e iriam
anunciar. Em seguida, lhes anuncia sua partida breve e seu retorno quando iriam
entristecer-se por um pouco e depois se alegrarem indefinidamente.
Ele termina
este capítulo nos falando para termos bom ânimo diante das aflições por causa
do seu nome porque ele venceu o mundo.
Em cada capítulo da Bíblia, você encontrará uma narrativa escrita podendo conter gráficos, tabelas, imagens e textos e um link de vídeo dessa postagem no YouTube. Confira!
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