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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Lucas 18.1-43- QUEM SE EXALTA, SERÁ HUMILHADO.

Como já dissemos o evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações. Estamos no capítulo 18, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27) - continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19, veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração (11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os espíritos maus (11.14-26) – já vimos; D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – já vimos; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) – já vimos; H. Três parábolas sobre os perdidos (15.1-32) – já vimos; I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) – já vimos; J. Os dez leprosos (17.11-19) – já vimos; K. A vinda do reino (17.20-37) – já vimos; L. Parábolas sobre oração (18.1-14) – veremos agora; M. Jesus e as crianças (18.15-17) – veremos agora; N. O jovem rico (18.18-30) – veremos agora; O. Profecia da Paixão (18.31-34) – veremos agora; P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43) – veremos agora; Q. Um cobrador de impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 18.
Jesus nos orientou e nos deu exemplos do dever de orar sempre sem nunca esmorecer. Para isso ilustrou com uma história de um juiz iniquo que não temia a Deus, nem homem algum, mas que, contudo atendeu a viúva pobre por causa da importunação.
O raciocínio de Jesus foi que se o homem mal pode fazer justiça a uma viúva insignificante que lhe importunava, quanto mais não fará justiça o nosso Pai quando a ele recorrermos em oração dia e noite sobre algo que nos perturba?
Contou-lhes ainda mais uma parábola sobre duas pessoas que se apresentavam diante de Deus em oração. Uma delas, um fariseu, cheio de justificativas e de obras; a outra, um publicano, pecador e cheio de defeitos.
Não são as obras do fariseu boas? Não devemos praticá-las? Não havia nada de errado com suas obras, mas havia com a sua exaltação, com seu orgulho e com seu coração desviado de Deus e voltado para si mesmo. O publicano desceu justificado porque não depositou em si mesmo qualquer valor, mas em Deus.
Jesus abençoa as crianças dizendo que devemos ser como elas para recebermos o reino de Deus e depois se defronta com um jovem interessante, mas que era apegado às riquezas. Deus não divide sua glória com ninguém! Ou servimos a Deus ou à riqueza. Então não podemos ser ricos? Eu não disse isso. Quem lê, entenda!
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
L. Parábolas sobre oração (18.1-14).
Até o vs. 14, Jesus falou sobre duas atitudes na oração.
O contexto da narrativa anterior (17.20-37) e a referência à segunda vinda (18.8) sugerem que aqui está em evidência a persistência e a humildade na oração, para que Cristo venha e prevaleça sobre o mal (1Co 16.22; Ap 22.20), ainda que essa vinda pareça estar atrasada.
Aqui, há também um princípio geral quanto à importância da oração persistente e humilde em todas as circunstâncias.
A viúva era uma mulher desamparada e com uma causa justa (ela queria justiça, e não vingança). Ela não tinha outro jeito a não ser importunar quem poderia resolver o seu caso. Importunar é uma expressão pitoresca que no original lê-se literalmente "me causa olho roxo".
Se até mesmo um juiz iníquo às vezes faz o que é correto, quanto mais não fará o Deus justo? Deus escolhe pessoas que oram a ele continuamente, e não irá abandoná-las.
Toda demora tem uma razão; por exemplo, fortalecer aquele que ora ou oferecer oportunidade de arrependimento para aqueles pelos quais oram os cristãos.
De acordo com o tempo de Deus (2Pe 3.8), e não de acordo com a nossa percepção, Deus irá nos atender. Para nós isso pode se chamar de demora, mas no prisma de Deus, não.
Toda oração também entendo ser um privilégio que Deus concede às suas criaturas dando-lhes a oportunidade de junto com ele regerem soberanamente o universo.
A conclusão de Jesus é que o juiz mal se apressaria em atender a viúva pobre por causa da importunação, mas e na volta do Filho do homem, acharia este fé na terra – vs. 8? Não significa que não haverá cristãos, mas sim que nem todas as pessoas serão cristãs.
A seguir lhes conta uma parábola comparando dois homens que oravam diante de Deus, sendo um deles um fariseu, zeloso de boas obras e um publicano descuidado com tudo.
A oração individual podia ser feita no templo a qualquer momento do dia, e não apenas durante o culto formal. Ambos oraram de pé, na posição tradicional para orar.
O fariseu gastava seu tempo dando justificativas para Deus como o fato de que jejuava duas vezes por semana. O único jejum prescrito na lei de Moisés era aquele estipulado para o Dia da Expiação (Lv 16.29-31; 23.27), embora o jejum voluntário pudesse acompanhar as orações (SI 35.13), a penitência (1Rs 21.27) e o lamento (2Sm 1.12).
No período intertestamentário, a tradição oral judaica acrescentou uma série de jejuns que as pessoas piedosas deveriam observar.
O jejum pode ser útil no exercício religioso (5.33-35; At 13.2-3), porém Jesus condenou-o veementemente como maneira de obter favores de Deus (vs. 11-12) ou fazer ostentação de piedade (Mt 6.16-18; cf. Is 58.1-6).
Quem jejua com a intenção de estar forçando a divindade a funcionar a seu favor, não conhece o Deus que é soberano.
O publicano se sentia tão indigno que nem ousava levantar os olhos ao céu. Era comum olhar para cima durante a oração, porém esse homem estava muito consciente de sua indignidade para fazê-lo; ele apenas pediu misericórdia e admitiu o seu pecado.
O resultado positivo foi que o publicano desceu justificado para sua casa. Foi o penitente, e não o orgulhoso, que foi para casa justificado (isto é, considerado justo).
O fariseu confiou em seus próprios méritos, porém isso não era suficiente; ele ainda não havia compreendido que nenhuma boa ação é suficiente para um Deus que exige perfeição (Mt 5.48).
O publicano confiou apenas na misericórdia de Deus, e a encontrou.
M. Jesus e as crianças (18.15-17).
Enquanto isso, eram trazidas até Jesus muitas crianças – vs. 15-17. Lucas colocou aqui essa pequena ilustração visando demonstrar a necessidade da humildade no reino.
Jesus apresentou as crianças como modelo para aqueles que desejam herdar o reino. A fé que os seus seguidores devem ter em Deus deve lembrar a fé que a criança pequena tem em seus pais.
N. O jovem rico (18.18-30).
Dos versos 18 ao 30, iremos ver o caso de um jovem rico que queria herdar a vida eterna e fez questionamentos a Jesus. Aqui, Lucas trata do problema do orgulho e da riqueza, e como essas coisas podem impedir uma pessoa de herdar o reino.
O jovem rico contrasta com a fé inocente da criança, mencionada na passagem anterior.
Ele era homem de posição. Apenas Lucas registra que esse homem tinha uma posição importante. O termo é de uso geral, mas deixa claro que o homem pertencia à elite. Bom Mestre. Não era um tratamento usado no judaísmo, mas um tipo de bajulação. Esse homem presumiu que seus méritos poderiam conquistar a vida eterna.
Por que me chamas bom? Jesus convidou o jovem a considerar o que significa a saudação que lhe dirigiu. Cristo não disse que era errado chamá-lo de bom, mas queria que o rico percebesse que estava fazendo uma afirmação importante a respeito de Jesus.
Jesus, então, para levar o jovem à reflexão, lança diante dele um grande desafio o qual seria vender tudo o que tinha. O desafio para vender tudo revelou que o jovem rico não compreendia realmente os mandamentos, pois quando confrontado com a escolha, ficou claro que amava mais a sua riqueza de que a Deus.
Os ricos são tentados a confiar nas coisas terrenas (do mesmo modo que fazem aqueles cuja riqueza são as realizações intelectuais, artísticas, etc.). Os grandes empreendedores têm muita dificuldade em confiar inteiramente na misericórdia de Deus.
Seria de fato mais fácil passar um camelo no buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus - Mc 10.25.
Se o rico, com todas as suas vantagens, não pode ser salvo facilmente, então quem pode? A resposta é que a salvação, quer do pobre ou do rico, é sempre um dom de Deus.
A reposta que Jesus deu a Pedro significa que os dons de Deus sempre sobrepujarão qualquer coisa de que Pedro vier a se desfazer.
Jesus falou sobre recompensas espirituais e familiares que eram muito melhores do que as físicas. O sacrifício de uma pessoa em favor do reino não obriga Deus a conceder recompensas materiais ou familiares durante esta vida.
O. Profecia da Paixão (18.31-34).
Nessa hora, Jesus chamou os doze e lhes falou que sua hora se aproximava veloz. Jesus profetizou o seu sofrimento e a sua morte (cf. 5.35; 9.22,43-45; 12.50; 13.32-33; 17.25), sendo essa a primeira vez que falou sobre ser "entregue aos gentios" (isto é, os romanos), que eram um assunto especial para Lucas.
P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43).
Jesus estava próximo de Jericó e no seu caminho havia um cego mendigando. Ele parecia estar de propósito ali, esperando aquele dia em que o Messias haveria de passar por ali. Então ele se certifica de que era mesmo Jesus.
Lucas registra – vs. 35 ao 43 - um acontecimento no qual um cego demonstrou fé em Jesus, mesmo em face da oposição de terceiros.
Também veremos essa mesma história em Mt 20.29; Mc 10.46. Mt 20.30 relata que dois cegos foram ao encontro de Jesus enquanto ele saía de Jericó; Mc 10.46 relata o encontro com o cego Bartimeu, a quem Jesus encontrou (novamente) quando saía da cidade. Um dos homens pode ter sido o porta-voz do outro.
Ele clamava a plenos pulmões a Jesus como o Filho de Davi – vs. 38. Um título real dado ao Messias, o maior dos filhos de Davi.
Jesus não resiste, para e manda chamá-lo. A fé foi a maneira pela qual a graça foi recebida, e não o poder que a produziu. Foi ela a fé dele que o salvou. Também pode ser traduzido como "te curou", porém aqui "salvou" se encaixa melhor, tendo em vista que o homem passou a seguir Jesus e louvar a Deus.
Lc 18:1 Disse-lhes Jesus uma parábola
sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer:
Lc 18:2 Havia em certa cidade um juiz
que não temia a Deus,
nem respeitava homem algum.
Lc 18:3 Havia também, naquela mesma cidade,
uma viúva que vinha ter com ele, dizendo:
Julga a minha causa contra o meu adversário.
Lc 18:4 Ele, por algum tempo, não a quis atender;
mas, depois, disse consigo:
Bem que eu não temo a Deus,
nem respeito a homem algum;
Lc 18:5 todavia, como esta viúva me importuna,
julgarei a sua causa,
para não suceder que, por fim,
venha a molestar-me.
Lc 18:6 Então, disse o Senhor:
Considerai no que diz este juiz iníquo.
Lc 18:7 Não fará Deus justiça aos seus escolhidos,
que a ele clamam dia e noite,
embora pareça demorado em defendê-los?
Lc 18:8 Digo-vos que,
depressa,
lhes fará justiça.
Contudo, quando vier o Filho do Homem,
achará, porventura,
fé na terra?
Lc 18:9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos,
por se considerarem justos, e desprezavam os outros:
Lc 18:10 Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar:
um, fariseu,
e o outro, publicano.
Lc 18:11 O fariseu,
posto em pé,
orava de si para si mesmo, desta forma:
Ó Deus, graças te dou porque não sou
como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano;
Lc 18:12 jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
Lc 18:13 O publicano,
estando em pé,
longe,
não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu,
mas batia no peito, dizendo:
Ó Deus,
sê propício a mim, pecador!
Lc 18:14 Digo-vos
que este desceu justificado para sua casa,
e não aquele;
porque todo o que se exalta
será humilhado;
mas o que se humilha
será exaltado.
Lc 18:15 Traziam-lhe também as crianças,
para que as tocasse;
e os discípulos,
vendo,
os repreendiam.
Lc 18:16 Jesus, porém, chamando-as para junto de si, ordenou:
Deixai vir a mim os pequeninos
e não os embaraceis,
porque dos tais é o reino de Deus.
Lc 18:17 Em verdade vos digo:
Quem não receber o reino de Deus
como uma criança
de maneira alguma entrará nele.
Lc 18:18 Certo homem de posição perguntou-lhe:
Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Lc 18:19 Respondeu-lhe Jesus:
Por que me chamas bom?
Ninguém é bom, senão um, que é Deus.
Lc 18:20 Sabes os mandamentos:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás,
não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
Lc 18:21 Replicou ele:
Tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
Lc 18:22 Ouvindo-o Jesus, disse-lhe:
Uma coisa ainda te falta:
vende tudo o que tens,
dá-o aos pobres
e terás um tesouro nos céus;
depois,
vem
e segue-me.
Lc 18:23 Mas, ouvindo ele estas palavras,
ficou muito triste,
porque era riquíssimo.
Lc 18:24 E Jesus, vendo-o assim triste, disse:
Quão dificilmente entrarão no reino de Deus
os que têm riquezas!
Lc 18:25 Porque
é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha
do que entrar um rico no reino de Deus.
Lc 18:26 E os que ouviram disseram:
Sendo assim, quem pode ser salvo?
Lc 18:27 Mas ele respondeu:
Os impossíveis dos homens
são possíveis para Deus.
Lc 18:28 E disse Pedro:
Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos.
Lc 18:29 Respondeu-lhes Jesus:
Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado
casa, ou mulher, ou irmãos, ou pais, ou filhos,
por causa do reino de Deus,
Lc 18:30 que não receba, no presente,
muitas vezes mais
e, no mundo por vir, a vida eterna.
Lc 18:31 Tomando consigo os doze, disse-lhes Jesus:
Eis que subimos para Jerusalém,
e vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito
por intermédio dos profetas,
no tocante ao Filho do Homem;
Lc 18:32 pois será ele
entregue aos gentios,
escarnecido,
ultrajado
e cuspido;
Lc 18:33 e, depois de o açoitarem,
tirar-lhe-ão a vida;
mas, ao terceiro dia,
ressuscitará.
Lc 18:34 Eles, porém, nada compreenderam acerca destas coisas;
e o sentido destas palavras era-lhes encoberto,
de sorte que não percebiam o que ele dizia.
Lc 18:35 Aconteceu que,
ao aproximar-se ele de Jericó,
estava um cego assentado à beira do caminho,
pedindo esmolas.
Lc 18:36 E, ouvindo o tropel da multidão que passava,
perguntou o que era aquilo.
Lc 18:37 Anunciaram-lhe
que passava Jesus, o Nazareno.
Lc 18:38 Então, ele clamou:
Jesus, Filho de Davi,
tem compaixão de mim!
Lc 18:39 E os que iam na frente
o repreendiam para que se calasse;
ele, porém,
cada vez gritava mais:
Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
Lc 18:40 Então,
parou Jesus
e mandou que lho trouxessem.
E,
tendo ele chegado,
perguntou-lhe:
Lc 18:41 Que queres que eu te faça?
Respondeu ele:
Senhor, que eu torne a ver.
Lc 18:42 Então, Jesus lhe disse:
Recupera a tua vista;
a tua fé te salvou.
Lc 18:43 Imediatamente,
tornou a ver
e seguia-o
glorificando a Deus.
Também
todo o povo,
vendo isto,
dava louvores a Deus.
Jesus fala aos discípulos das coisas que em breve irão acontecer com ele e os adverte, mas eles ainda não entendiam. Em seguida, ele cura o cego de Jericó; no entanto, se aquele cego continuasse ali calado e quieto sabendo quem era o que passava por ali, certamente, estaria cego até o dia de hoje.
Ele, o cego de Jericó, sabia quem era Jesus e que ali passaria ou estava passando. Ele enfrentou dificuldades ao tentar se aproximar de Jesus, mas foi perseverante. Ele chamou a atenção de Jesus para ele e Jesus o atendeu: o que queres que eu te faça? Ele foi claro: eu quero ver! Jesus pronuncia a palavra de cura: seja feito! Em seguida, elogia a sua fé: a tua fé te salvou!
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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domingo, 4 de outubro de 2015

Lucas 17.1-37 - JESUS ESTÁ VOLTANDO E SERÁ COMO NOS DIAS DE NOÉ E DE LÓ.

Como já dissemos o evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações. Estamos no capítulo 17, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27) - continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19, veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração (11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os espíritos maus (11.14-26) – já vimos; D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – já vimos; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) – já vimos; H. Três parábolas sobre os perdidos (15.1-32) – já vimos; I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) – concluiremos agora; J. Os dez leprosos (17.11-19) – veremos agora; K. A vinda do reino (17.20-37) – veremos agora; L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as crianças (18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão (18.31-34); P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 17.
Foi no momento em que Jesus falava aos discípulos sobre o dever de perdoar sempre o nosso irmão que arrependido viesse nos pedir perdão 7 vezes ao dia que os discípulos lhe pediram para que ele, Jesus, que aumentasse a fé deles.
Não foi por que queriam realizar grandes obras, nem grandes feitos, nem grandes conquistas, mas no momento em que se sentiram incapazes de perdoar. A resposta de Jesus ao pedido deles fala de grande poder e de um grande feito.
Primeiro, se tiverdes fé, mas não precisa ser aquela fé que parece que a gente faz força, não! É a fé simples, por isso foi comparada a um grão de mostarda.
Segundo, é necessário verbalizar, falar.
Terceiro, ela nos obedecerá. É a certeza de que se fará aquilo que declaramos.
No entanto, o assunto era perdão e, creio, dificuldade em ter uma mente predisposta ao perdão. A conclusão é que ainda que pareça impossível perdoar e, melhor ainda, perdoar sempre, transportar a amoreira pela fé também é impossível, mas devemos ter fé – não importa o tamanho dela – declarar o perdão e crer que perdoamos e fomos perdoados.
Logo em seguida, fala do servo que após fazer o que tinha de fazer, reconhece que é servo inútil e que nada fez se não obedecer. E quanto a nós, somos melhores servos? De modo algum.
Vejamos o presente capítulo com mais detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) - continuação.
Jesus mesmo disse aos seus discípulos que seria impossível que não viessem escândalos. Do grego skandalon, um termo que se refere à isca que fica presa no gatilho de uma armadilha; mais tarde, essa palavra veio a significar qualquer coisa que faz alguém tropeçar e cair numa cilada. No entanto, aqueles que fazem as pessoas tropeçarem e pecarem serão condenados.
Jesus chega a dizer que melhor seria se lhe pusessem ao pescoço deste uma mó de atafona e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um desses pequeninos - podem ser as crianças ou cristãos (cf. 10.21) que não têm recursos em si mesmos e só podem contar com a ajuda de Deus. Uma pedra de moinho era uma pedra pesada que era usada na moagem de grãos.
O segredo seria estar vigilante e atento, sempre predisposto a perdoar. Ainda que viesse a pecar sete vezes no dia e nas sete vezes viesse pedir perdão, era para perdoar. Não significa que na oitava vez a ofensa não devesse ser perdoada, mas sim que o perdão deve ser uma prática constante. Isso é porque Deus nos conhece e sabe o bem que isso traz para o relacionamento.
Foi nesse momento que os discípulos se sentindo impotentes quanto ao desafio do perdão que pediram ao Senhor para a fé deles ser aumentada – vs. 5-6.
Aparentemente, os discípulos presumiam que, segundo o ensino de Jesus, somente uma fé muito grande seria capaz de perdoar. No entanto, Jesus disse que até mesmo uma fé minúscula poderia fazê-lo; além disso, mais importante do que a quantidade de fé que alguém possui é o objeto desta fé - o Deus Todo-Poderoso.
Em seguida, lhes ensina algo importante sobre o papel do servo – vs. 7 ao 10. Aqui, o termo significa "escravo". Depois de cumprir o que havia sido instruído a fazer, o escravo não fez nada que mereça agradecimento. O seu senhor não permite que ele coma antes que lhe prepare a sua refeição (contudo, observe o comportamento do senhor em 12.37; 22.27). Ou seja, servir a seu senhor é obrigação do escravo. Do mesmo modo, o nosso dever é servir a Deus e nunca poderemos fazer mais do que a nossa obrigação, uma vez que somos chamados por um Deus perfeitamente justo e bom para sermos perfeitos também (Mt 5.48).
J. Os dez leprosos (17.11-19).
Lucas registra até o vs. 19 que Jesus curou dez leprosos, porém apenas um voltou para agradecer a ele. Em Israel, muitos foram abençoados por Jesus, mas poucos abandonaram o pecado e voltaram para louvá-lo. Aqueles que fizeram isso foram muito abençoados.
A viagem de Jesus em direção à Jerusalém e à cruz continuava (13.22). Como os samaritanos não viam com bons olhos um grupo de judeus viajando através do seu território (9.51-53), Jesus e seus discípulos caminhavam pela fronteira.
A lei exigia que as pessoas com lepra ficassem longe dos sadios (Lv 13.46). Esses leprosos ousaram se aproximar tanto quanto puderam e gritaram para que Jesus tivesse misericórdia deles.
Quando alguém afirmava ter sido curado de qualquer doença de pele classificada sob o termo lepra, essa pessoa deveria se apresentar ao sacerdote para que este confirmasse a cura e, após o ritual de sacrifício, declarar que ela estava apta para retornar ao convívio da sociedade (Lv 14.1-32).
A ordem de Jesus, quando nada ainda havia acontecido aos homens, foi um teste de fé. Eles foram curados enquanto obedeciam a Jesus, pois em resposta ao pedido de cura deles, foi que Jesus deu a ordem para irem se mostrarem aos sacerdotes.
Compelido pela gratidão, um dos que foram curados retornou a Jesus louvando a Deus pelo milagre. O que mais chama a atenção é o fato de que esse homem era samaritano, pois não era esperado que fosse demonstrar gratidão a um judeu. Somente a este foi que Jesus disse: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.
K. A vinda do reino (17.20-37).
A temática agora até o vs. 37 é a vinda do reino. Jesus falou sobre a ocasião e a urgência da vinda do reino de Deus em resposta à provocação dos fariseus – vs. 20.
Jesus disse que o reino de Deus não viria com aparência exterior – vs. 20 – mas estaria entre eles. Pode significar que o reino está presente como uma realidade interior, como algo escondido dentro do coração (cf. Rm 14.17). Uma tradução alternativa seria "o Reino de Deus está entre vocês", que pode ser entendida como apontando para a presença do reino entre eles na pessoa de Jesus.
Depois, Jesus disse as seus discípulos que dias viriam em que haveria o desejo de ver um dos dias do Filho do Homem. É provável que seja uma referência à manifestação completa do reino quando da segunda vinda de Cristo (vs. 26,30). Os cristãos irão almejar pela paz e justiça que a segunda de vinda de Cristo trará.
Embora alguns irão afirmar que a segunda vinda do Messias já aconteu (21.8-9), na verdade essa vinda será tão notória que todas as pessoas perceberão assim como se percebe um relâmpago que cruza os céus de um para outro lado.
No entanto, antes de tudo isso seria necessário que acontecesse muitas coisas. A palavra "importa" é muito expressiva, pois indica o propósito soberano de Deus (At 4.27-28).
A geração de Noé serve de exemplo de como as pessoas conduzem a própria vida normalmente e negligenciam o arrependimento enquanto há oportunidade para isso. Jesus confirma o pecado da geração de Noé (Gn 6.5-6) e focaliza o repentino julgamento que lhes sobreveio.
Da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló. A época de Ló fornece outro exemplo semelhante, pois tal como a geração de Noé, a iniquidade de Sodoma era muito conhecida (cf. Mt 10.15; 11.23-24; Lc 10.12). Confirmando a gravidade do pecado deles, Jesus se concentra nos fatos ordinários da vida nos quais as pessoas estão tão absorvidas que perdem a oportunidade de se arrependerem. Noé e Ló eram pecadores, porém deram atenção às advertências e foram salvos, pois não estavam totalmente concentrados nas questões desta vida.
E o que dizer dos dias atuais? Estamos no século XXI, ano 2015 e o Brasil e o mundo parecem mergulhados em tanta podridão. Seus sábios estão se tornando inflamados pelo inferno que os está cegando no entendimento e na razoabilidade.
O fato é que antes do grande dia, estarão vivendo suas vidas normais e assim será no dia que o Filho do homem se há de se manifestar. Refere-se, esse dia, à segunda vinda de Cristo. As pessoas não devem colocar primariamente a sua atenção nas coisas desta vida.
Em sua pregação, Jesus nos fala para lembrarmos-nos da mulher de Ló! A advertência é muito válida nessa hora, pois a esposa de Ló chegou muito perto de ser salva, mas ao olhar para trás perdeu tudo (Gn 19.26).
Jesus repete o ensino (veja 9.24) de que o egoísmo e a autoafirmação conduzem à morte espiritual. A proximidade ou o relacionamento com uma pessoa salva não ajudará em nada no dia da vinda de Cristo.
Finalizando – vs. 37 - aparentemente, Jesus usou um provérbio popular para ensinar que, assim como os cadáveres atraem os abutres, do mesmo modo a morte espiritual atrai o julgamento.
Lc 17:1 Disse Jesus a seus discípulos:
É inevitável que venham escândalos,
mas ai do homem pelo qual eles vêm!
Lc 17:2 Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma pedra de moinho,
e fosse atirado no mar,
do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.
Lc 17:3 Acautelai-vos.
Se teu irmão pecar contra ti,
repreende-o;
se ele se arrepender,
perdoa-lhe.
Lc 17:4 Se,
por sete vezes no dia,
pecar contra ti
e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo:
Estou arrependido,
perdoa-lhe.
Lc 17:5 Então,
disseram os apóstolos ao Senhor:
Aumenta-nos a fé.
Lc 17:6 Respondeu-lhes o Senhor:
Se tiverdes fé como um grão de mostarda,
direis a esta amoreira:
Arranca-te
e transplanta-te no mar;
e ela vos obedecerá.
Lc 17:7 Qual de vós,
tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado,
lhe dirá quando ele voltar do campo:
Vem já e põe-te à mesa?
Lc 17:8 E que, antes, não lhe diga:
Prepara-me a ceia,
cinge-te
e serve-me,
enquanto eu como e bebo;
depois, comerás tu e beberás?
Lc 17:9 Porventura,
terá de agradecer ao servo
porque este fez o que lhe havia ordenado?
Lc 17:10 Assim também vós,
depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado,
dizei:
Somos servos inúteis,
porque fizemos apenas o que devíamos fazer.
Lc 17:11 De caminho para Jerusalém,
passava Jesus
pelo meio de Samaria e da Galiléia.
Lc 17:12 Ao entrar numa aldeia,
saíram-lhe ao encontro dez leprosos,
Lc 17:13 que ficaram de longe
e lhe gritaram, dizendo:
Jesus, Mestre, compadece-te de nós!
Lc 17:14 Ao vê-los, disse-lhes Jesus:
Ide
e mostrai-vos aos sacerdotes.
Aconteceu que,
indo eles,
foram purificados.
Lc 17:15 Um dos dez,
vendo que fora curado,
voltou,
dando glória a Deus em alta voz,
Lc 17:16 e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus,
agradecendo-lhe;
e este era samaritano.
Lc 17:17 Então, Jesus lhe perguntou:
Não eram dez os que foram curados?
Onde estão os nove?
Lc 17:18 Não houve, porventura,
quem voltasse para dar glória a Deus,
senão este estrangeiro?
Lc 17:19 E disse-lhe:
Levanta-te
e vai;
a tua fé te salvou.
Lc 17:20 Interrogado pelos fariseus
sobre quando viria o reino de Deus,
Jesus lhes respondeu:
Não vem o reino de Deus com visível aparência.
Lc 17:21 Nem dirão:
Ei-lo aqui!
Ou:
Lá está!
Porque o reino de Deus está dentro de vós.
Lc 17:22 A seguir, dirigiu-se aos discípulos:
Virá o tempo em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem
e não o vereis.
Lc 17:23 E vos dirão:
Ei-lo aqui!
Ou:
Lá está!
Não vades
nem os sigais;
Lc 17:24 porque assim como o relâmpago, fuzilando,
brilha de uma à outra extremidade do céu,
assim será,
no seu dia, o Filho do Homem.
Lc 17:25 Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas
e seja rejeitado por esta geração.
Lc 17:26 Assim como foi nos dias de Noé,
será também nos dias do Filho do Homem:
Lc 17:27 comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,
até ao dia em que Noé entrou na arca,
e veio o dilúvio
e destruiu a todos.
Lc 17:28 O mesmo aconteceu nos dias de Ló:
comiam,
bebiam,
compravam,
vendiam,
plantavam
e edificavam;
Lc 17:29 mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma,
choveu do céu fogo e enxofre
e destruiu a todos.
Lc 17:30 Assim será
no dia em que o Filho do Homem se manifestar.
Lc 17:31 Naquele dia,
quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa
não desça para tirá-los;
e de igual modo quem estiver no campo
não volte para trás.
Lc 17:32 Lembrai-vos da mulher de Ló.
Lc 17:33 Quem quiser preservar a sua vida
perdê-la-á;
e quem a perder
de fato a salvará.
Lc 17:34 Digo-vos que,
naquela noite,
dois estarão numa cama;
um será tomado,
e deixado o outro;
Lc 17:35 duas mulheres estarão juntas moendo;
uma será tomada,
e deixada a outra.
Lc 17:36 [Dois estarão no campo;
um será tomado,
e o outro, deixado.]
Lc 17:37 Então, lhe perguntaram:
Onde será isso, Senhor?
Respondeu-lhes:
Onde estiver o corpo,
aí se ajuntarão também os abutres.
Jesus cura dez leprosos, mas somente um que era estrangeiro voltou para dar glórias a Deus e agradecer. Ao que deu glórias a Deus e agradeceu, Jesus o abençoou a sua fé.
Os fariseus interrogam Jesus sobre a vinda do reino de Deus e Jesus, depois de explicar que o reino de Deus está dentro de nós, fala aos discípulos e lhes explica sobre a sua vinda que será como nos dias de Noé e como nos dias de Ló.
Curiosidades sobre os dias de Noé e de Ló: a destruição somente veio sobre os demais depois que eles (Noé e Ló) foram retirados do mundo em que viviam. Outra: ele fala: “naquele dia” – vs. 31 - e depois fala “naquela noite” – vs. 34.
p.s.: link da imagem original: http://www.iluminalma.com/img/ia_lucas17_24.jpg 
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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