domingo, 4 de outubro de 2015
domingo, outubro 04, 2015
Jamais Desista
Lucas 17.1-37 - JESUS ESTÁ VOLTANDO E SERÁ COMO NOS DIAS DE NOÉ E DE LÓ.
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Estamos no capítulo 17, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – já vimos; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) – já vimos; H. Três parábolas sobre os
perdidos (15.1-32) – já vimos; I.
Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) – concluiremos
agora; J. Os dez leprosos (17.11-19) –
veremos agora; K. A vinda do reino (17.20-37) – veremos agora; L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as
crianças (18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão
(18.31-34); P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de
impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 17.
Foi no momento em que Jesus falava aos
discípulos sobre o dever de perdoar sempre o nosso irmão que arrependido viesse
nos pedir perdão 7 vezes ao dia que os discípulos lhe pediram para que ele,
Jesus, que aumentasse a fé deles.
Não foi por que queriam realizar grandes
obras, nem grandes feitos, nem grandes conquistas, mas no momento em que se
sentiram incapazes de perdoar. A resposta de Jesus ao pedido deles fala de
grande poder e de um grande feito.
Primeiro, se tiverdes fé, mas não precisa
ser aquela fé que parece que a gente faz força, não! É a fé simples, por isso
foi comparada a um grão de mostarda.
Segundo, é necessário verbalizar, falar.
Terceiro, ela nos obedecerá. É a certeza de
que se fará aquilo que declaramos.
No entanto, o assunto era perdão e, creio,
dificuldade em ter uma mente predisposta ao perdão. A conclusão é que ainda que
pareça impossível perdoar e, melhor ainda, perdoar sempre, transportar a
amoreira pela fé também é impossível, mas devemos ter fé – não importa o
tamanho dela – declarar o perdão e crer que perdoamos e fomos perdoados.
Logo em seguida, fala do servo que após
fazer o que tinha de fazer, reconhece que é servo inútil e que nada fez se não
obedecer. E quanto a nós, somos melhores servos? De modo algum.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) - continuação.
Jesus mesmo disse aos seus discípulos que
seria impossível que não viessem escândalos. Do grego skandalon, um termo que se refere à isca que fica presa no gatilho
de uma armadilha; mais tarde, essa palavra veio a significar qualquer coisa que
faz alguém tropeçar e cair numa cilada. No entanto, aqueles que fazem as
pessoas tropeçarem e pecarem serão condenados.
Jesus chega a dizer que melhor seria se lhe
pusessem ao pescoço deste uma mó de atafona e fosse lançado ao mar, do que
fazer tropeçar um desses pequeninos - podem ser as crianças ou cristãos (cf.
10.21) que não têm recursos em si mesmos e só podem contar com a ajuda de Deus.
Uma pedra de moinho era uma pedra pesada que era usada na moagem de grãos.
O segredo seria estar vigilante e atento,
sempre predisposto a perdoar. Ainda que viesse a pecar sete vezes no dia e nas
sete vezes viesse pedir perdão, era para perdoar. Não significa que na oitava
vez a ofensa não devesse ser perdoada, mas sim que o perdão deve ser uma
prática constante. Isso é porque Deus nos conhece e sabe o bem que isso traz
para o relacionamento.
Foi nesse momento que os discípulos se
sentindo impotentes quanto ao desafio do perdão que pediram ao Senhor para a fé
deles ser aumentada – vs. 5-6.
Aparentemente, os discípulos presumiam que,
segundo o ensino de Jesus, somente uma fé muito grande seria capaz de perdoar.
No entanto, Jesus disse que até mesmo uma fé minúscula poderia fazê-lo; além
disso, mais importante do que a quantidade de fé que alguém possui é o objeto
desta fé - o Deus Todo-Poderoso.
Em seguida, lhes ensina algo importante
sobre o papel do servo – vs. 7 ao 10. Aqui, o termo significa
"escravo". Depois de cumprir o que havia sido instruído a fazer, o
escravo não fez nada que mereça agradecimento. O seu senhor não permite que ele
coma antes que lhe prepare a sua refeição (contudo, observe o comportamento do
senhor em 12.37; 22.27). Ou seja, servir a seu senhor é obrigação do escravo.
Do mesmo modo, o nosso dever é servir a Deus e nunca poderemos fazer mais do
que a nossa obrigação, uma vez que somos chamados por um Deus perfeitamente
justo e bom para sermos perfeitos também (Mt 5.48).
J. Os dez leprosos (17.11-19).
Lucas registra até o vs. 19 que Jesus curou
dez leprosos, porém apenas um voltou para agradecer a ele. Em Israel, muitos
foram abençoados por Jesus, mas poucos abandonaram o pecado e voltaram para
louvá-lo. Aqueles que fizeram isso foram muito abençoados.
A viagem de Jesus em direção à Jerusalém e
à cruz continuava (13.22). Como os samaritanos não viam com bons olhos um grupo
de judeus viajando através do seu território (9.51-53), Jesus e seus discípulos
caminhavam pela fronteira.
A lei exigia que as pessoas com lepra
ficassem longe dos sadios (Lv 13.46). Esses leprosos ousaram se aproximar tanto
quanto puderam e gritaram para que Jesus tivesse misericórdia deles.
Quando alguém afirmava ter sido curado de
qualquer doença de pele classificada sob o termo lepra, essa pessoa deveria se
apresentar ao sacerdote para que este confirmasse a cura e, após o ritual de
sacrifício, declarar que ela estava apta para retornar ao convívio da sociedade
(Lv 14.1-32).
A ordem de Jesus, quando nada ainda havia
acontecido aos homens, foi um teste de fé. Eles foram curados enquanto
obedeciam a Jesus, pois em resposta ao pedido de cura deles, foi que Jesus deu
a ordem para irem se mostrarem aos sacerdotes.
Compelido pela gratidão, um dos que foram
curados retornou a Jesus louvando a Deus pelo milagre. O que mais chama a atenção
é o fato de que esse homem era samaritano, pois não era esperado que fosse
demonstrar gratidão a um judeu. Somente a este foi que Jesus disse: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.
K. A vinda do reino (17.20-37).
A temática agora até o vs. 37 é a vinda do
reino. Jesus falou sobre a ocasião e a urgência da vinda do reino de Deus em
resposta à provocação dos fariseus – vs. 20.
Jesus disse que o reino de Deus não viria
com aparência exterior – vs. 20 – mas estaria entre eles. Pode significar que o
reino está presente como uma realidade interior, como algo escondido dentro do
coração (cf. Rm 14.17). Uma tradução alternativa seria "o Reino de Deus
está entre vocês", que pode ser entendida como apontando para a presença
do reino entre eles na pessoa de Jesus.
Depois, Jesus disse as seus discípulos que
dias viriam em que haveria o desejo de ver um dos dias do Filho do Homem. É
provável que seja uma referência à manifestação completa do reino quando da
segunda vinda de Cristo (vs. 26,30). Os cristãos irão almejar pela paz e
justiça que a segunda de vinda de Cristo trará.
Embora alguns irão afirmar que a segunda
vinda do Messias já aconteu (21.8-9), na verdade essa vinda será tão notória que
todas as pessoas perceberão assim como se percebe um relâmpago que cruza os
céus de um para outro lado.
No entanto, antes de tudo isso seria
necessário que acontecesse muitas coisas. A palavra "importa" é muito
expressiva, pois indica o propósito soberano de Deus (At 4.27-28).
A geração de Noé serve de exemplo de como
as pessoas conduzem a própria vida normalmente e negligenciam o arrependimento
enquanto há oportunidade para isso. Jesus confirma o pecado da geração de Noé
(Gn 6.5-6) e focaliza o repentino julgamento que lhes sobreveio.
Da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló.
A época de Ló fornece outro exemplo semelhante, pois tal como a geração de Noé,
a iniquidade de Sodoma era muito conhecida (cf. Mt 10.15; 11.23-24; Lc 10.12).
Confirmando a gravidade do pecado deles, Jesus se concentra nos fatos
ordinários da vida nos quais as pessoas estão tão absorvidas que perdem a
oportunidade de se arrependerem. Noé e Ló eram pecadores, porém deram atenção
às advertências e foram salvos, pois não estavam totalmente concentrados nas questões
desta vida.
E o que dizer dos dias atuais? Estamos no
século XXI, ano 2015 e o Brasil e o mundo parecem mergulhados em tanta
podridão. Seus sábios estão se tornando inflamados pelo inferno que os está
cegando no entendimento e na razoabilidade.
O fato é que antes do grande dia, estarão vivendo
suas vidas normais e assim será no dia que o Filho do homem se há de se
manifestar. Refere-se, esse dia, à segunda vinda de Cristo. As pessoas não
devem colocar primariamente a sua atenção nas coisas desta vida.
Em sua pregação, Jesus nos fala para lembrarmos-nos
da mulher de Ló! A advertência é muito válida nessa hora, pois a esposa de Ló
chegou muito perto de ser salva, mas ao olhar para trás perdeu tudo (Gn 19.26).
Jesus repete o ensino (veja 9.24) de que o
egoísmo e a autoafirmação conduzem à morte espiritual. A proximidade ou o
relacionamento com uma pessoa salva não ajudará em nada no dia da vinda de
Cristo.
Finalizando – vs. 37 - aparentemente, Jesus
usou um provérbio popular para ensinar que, assim como os cadáveres atraem os
abutres, do mesmo modo a morte espiritual atrai o julgamento.
É inevitável
que venham escândalos,
mas
ai do homem pelo qual eles vêm!
Lc 17:2
Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma
pedra de moinho,
e fosse
atirado no mar,
do que fazer
tropeçar a um destes pequeninos.
Lc
17:3 Acautelai-vos.
Se teu irmão
pecar contra ti,
repreende-o;
se ele se
arrepender,
perdoa-lhe.
Lc 17:4 Se,
por
sete vezes no dia,
pecar
contra ti
e, sete
vezes, vier ter contigo, dizendo:
Estou
arrependido,
perdoa-lhe.
Lc 17:5 Então,
disseram os
apóstolos ao Senhor:
Aumenta-nos
a fé.
Lc 17:6
Respondeu-lhes o Senhor:
Se
tiverdes fé como um grão de mostarda,
direis
a esta amoreira:
Arranca-te
e
transplanta-te no mar;
e
ela vos obedecerá.
Lc
17:7 Qual de vós,
tendo um
servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado,
lhe
dirá quando ele voltar do campo:
Vem
já e põe-te à mesa?
Lc
17:8 E que, antes, não lhe diga:
Prepara-me
a ceia,
cinge-te
e
serve-me,
enquanto
eu como e bebo;
depois,
comerás tu e beberás?
Lc
17:9 Porventura,
terá
de agradecer ao servo
porque este
fez o que lhe havia ordenado?
Lc
17:10 Assim também vós,
depois
de haverdes feito quanto vos foi ordenado,
dizei:
Somos
servos inúteis,
porque
fizemos apenas o que devíamos fazer.
Lc 17:11 De caminho para Jerusalém,
passava Jesus
pelo
meio de Samaria e da Galiléia.
Lc 17:12 Ao
entrar numa aldeia,
saíram-lhe
ao encontro dez leprosos,
Lc
17:13 que ficaram de longe
e
lhe gritaram, dizendo:
Jesus,
Mestre, compadece-te de nós!
Lc 17:14 Ao
vê-los, disse-lhes Jesus:
Ide
e
mostrai-vos aos sacerdotes.
Aconteceu
que,
indo
eles,
foram
purificados.
Lc
17:15 Um dos dez,
vendo
que fora curado,
voltou,
dando
glória a Deus em alta voz,
Lc 17:16 e
prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus,
agradecendo-lhe;
e
este era samaritano.
Lc
17:17 Então, Jesus lhe perguntou:
Não
eram dez os que foram curados?
Onde
estão os nove?
Lc 17:18 Não
houve, porventura,
quem voltasse
para dar glória a Deus,
senão
este estrangeiro?
Lc
17:19 E disse-lhe:
Levanta-te
e
vai;
a
tua fé te salvou.
Lc 17:20 Interrogado pelos fariseus
sobre quando
viria o reino de Deus,
Jesus
lhes respondeu:
Não
vem o reino de Deus com visível aparência.
Lc
17:21 Nem dirão:
Ei-lo
aqui!
Ou:
Lá
está!
Porque o
reino de Deus está dentro de vós.
Lc 17:22 A seguir, dirigiu-se aos
discípulos:
Virá o tempo
em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem
e
não o vereis.
Lc 17:23 E
vos dirão:
Ei-lo
aqui!
Ou:
Lá
está!
Não
vades
nem
os sigais;
Lc
17:24 porque assim como o relâmpago, fuzilando,
brilha
de uma à outra extremidade do céu,
assim
será,
no
seu dia, o Filho do Homem.
Lc
17:25 Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas
e
seja rejeitado por esta geração.
Lc
17:26 Assim como foi nos dias de Noé,
será
também nos dias do Filho do Homem:
Lc 17:27
comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento,
até
ao dia em que Noé entrou na arca,
e
veio o dilúvio
e
destruiu a todos.
Lc
17:28 O mesmo aconteceu nos dias de Ló:
comiam,
bebiam,
compravam,
vendiam,
plantavam
e
edificavam;
Lc 17:29 mas,
no dia em que Ló saiu de Sodoma,
choveu
do céu fogo e enxofre
e
destruiu a todos.
Lc 17:30
Assim será
no
dia em que o Filho do Homem se manifestar.
Lc 17:31
Naquele dia,
quem
estiver no eirado e tiver os seus bens em casa
não
desça para tirá-los;
e de igual
modo quem estiver no campo
não
volte para trás.
Lc
17:32 Lembrai-vos da mulher de Ló.
Lc 17:33 Quem
quiser preservar a sua vida
perdê-la-á;
e quem a
perder
de
fato a salvará.
Lc 17:34
Digo-vos que,
naquela
noite,
dois
estarão numa cama;
um
será tomado,
e
deixado o outro;
Lc
17:35 duas mulheres estarão juntas moendo;
uma
será tomada,
e
deixada a outra.
Lc
17:36 [Dois estarão no campo;
um
será tomado,
e o outro,
deixado.]
Lc 17:37
Então, lhe perguntaram:
Onde
será isso, Senhor?
Respondeu-lhes:
Onde
estiver o corpo,
aí
se ajuntarão também os abutres.
Jesus cura dez
leprosos, mas somente um que era estrangeiro voltou para dar glórias a Deus e
agradecer. Ao que deu glórias a Deus e agradeceu, Jesus o abençoou a sua fé.
Os fariseus
interrogam Jesus sobre a vinda do reino de Deus e Jesus, depois de explicar que
o reino de Deus está dentro de nós, fala aos discípulos e lhes explica sobre a
sua vinda que será como nos dias de Noé e como nos dias de Ló.
Curiosidades
sobre os dias de Noé e de Ló: a destruição somente veio sobre os demais depois
que eles (Noé e Ló) foram retirados do mundo em que viviam. Outra: ele fala:
“naquele dia” – vs. 31 - e depois fala “naquela noite” – vs. 34.
p.s.: link da imagem original: http://www.iluminalma.com/img/ia_lucas17_24.jpg
...
sábado, 3 de outubro de 2015
sábado, outubro 03, 2015
Jamais Desista
Lucas 16.1-31 - CÉU E INFERNO.
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi
escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado
visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua
importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a
igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas
as nações. Estamos no capítulo 16, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – concluiremos agora; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35); H. Três
parábolas sobre os perdidos (15.1-32) –
já vista; I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10) – começaremos a ver agora; J. Os dez leprosos (17.11-19); K. A vinda
do reino (17.20-37); L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as crianças
(18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão (18.31-34); P.
Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de impostos chamado
Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 16.
Um dia desses em meu trabalho eu conversava
com um amado irmão sobre o fato de ser fiel nas pequenas e nas grandes coisas.
De nada adianta pretendermos ser fiéis
somente quando formos elevados a um cargo alto. A prova de nossa fidelidade é
agora mesmo. Se estando embaixo, não formos fiéis, quando estivermos lá em cima,
não seremos mesmo fiéis.
É no pouco que somos provados no muito. A
fidelidade deve estar impregnada em nós pelo Santo Espírito Santo de Deus desde
o dia em que ouvimos a sua voz até o dia em que deixaremos este tabernáculo
provisório. Seja primeiramente fiel no pouco que Deus mesmo o provará no muito.
Quanto a termos mais senhores do que o
normal, isto é uma verdade em nossas vidas. Deus é soberano e exclusivo e não
partilha seu reino com ninguém. Não podemos servir a Deus e ao mesmo tempo o
dinheiro, o mundo e qualquer outro desejo concorrente querendo um espaço em
nossos corações.
É triste a história do homem rico e de
Lázaro, mas é interessante que há um jeito de se evitar ir para o inferno, mas
isto somente enquanto se tem a vida, no entanto, os homens, como loucos,
desprezam a salvação que Deus envia.
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10).
Até o versículo dez do próximo capítulo,
Lucas apresenta uma série de declarações que Jesus fez sobre prioridades,
riqueza, poder, serviço e humildade. Jesus adverte seus ouvintes judeus que as
bênçãos de Deus não são dadas automaticamente.
Continua o contador de histórias a contar
as suas histórias e por meio delas nos ensinar as coisas do reino de Deus e de
sua justiça. O mordomo era o encarregado de gerenciar o patrimônio, liberando o
dono de se envolver com a maioria dos detalhes. Uma vez que esse homem não era
supervisionado atentamente, era fácil se tornar desonesto ou preguiçoso.
O fato, nessa história era que o mordomo
tinha sido acusado de não ser fiel perante o seu senhor. E o seu senhor foi
tomar satisfações com ele pedindo-lhe que lhe prestasse as contas.
O mordomo se viu em apuros e logo achou um
jeito de, se fosse mandado embora, pelo menos teria onde e o que comer. Começou
ele a chamar um a um dos devedores de seu senhor e negociava as dívidas deles
com cada um amenizando destarte sua condição de devedor.
Conceder uma redução significativa ao
débito do devedor faria com que este o convidasse para a sua casa (vs. 4), ao
menos por algum tempo. No caso do verso 6, por exemplo, a redução proposta foi
de 50%, quantidade essa de azeite que equivaleria à produção de cerca de cento
e cinquenta oliveiras, uma soma considerável.
Ele vai assim repetindo o processo. Aqui –
vs. 7, a quantidade de trigo parece ser equivalente à produção de uma área com
cerca de 400.000 m2. A redução proposta foi de 20%.
Como as notas de débito originais haviam
sido destruídas, o dono ficou numa posição embaraçosa, pois seria muito difícil
reclamar a quantia original. O elogio quanto à astúcia do administrador foi um
reconhecimento do fato de que este foi mais esperto do que o proprietário.
O que Jesus quis dizer aqui é que, muitas
vezes, as pessoas do mundo fazem uso dos recursos que têm à disposição com
muito mais eficiência do que os filhos da luz — ainda que o objetivo delas seja
bem diferente.
Os discípulos de Jesus não devem usar os
bens materiais de que dispõem para alcançar objetivos egoístas, mas para
"fazer amigos" (provavelmente o objetivo aqui é dar esmolas aos
pobres).
A passagem – vs. 9 - não especifica
claramente quem é o sujeito dessa frase, mas as possibilidades variam entre o
pobre que foi ajudado nesta vida ou talvez o próprio Deus.
De qualquer modo, ela não está ensinando a
salvação por obras (15.29). Nesta vida, ajudar os outros com amor é um sinal do
discipulado genuíno e também da alegria em desfrutar da salvação, e não um
sistema meritório para obter a salvação.
A honestidade provém do caráter, e não da
quantidade de recursos à nossa disposição. Se você é infiel no pouco, não
espere o muito não para ser fiel, por que não o será mesmo. Até nas riquezas
injustas – vs. 11 – devemos ser fiéis; imagina, então, a verdadeira riqueza: os
tesouros celestes.
Nosso dinheiro é um presente que Deus nos
dá e não algo que nos pertence, pois não o levaremos conosco. A única coisa que
realmente nos pertence é a herança que receberemos no novo céu e na nova terra
(Mt 25.34; Ap 21.1-5).
Trabalhar como escravo numa casa exige
fidelidade ao senhor da casa. É impossível oferecer o serviço dedicado que é
requerido do escravo para mais de um senhor.
Jesus conclui a sua lição nos ensinado que
não seria possível agradar dois senhores: ele e o dinheiro! Eu penso assim que
como mordomos de Deus temos de administrar os seus bens, logo, todo dinheiro do
mundo – milhões ou bilhões – podem entrar em nossos bolsos, mas não podem
entrar em nossos corações.
Em seguida, passa Jesus a exaltar a Lei e
os Profetas - uma referência a todo o Antigo Testamento - que vigoraram até
João. Lucas estava indicando que o ministério de João Batista é o limiar da
maior transformação que já ocorreu na história da redenção (Mt 11.11). E até
aquele momento, todo homem deveria se esforçar por entrar nele.
Essa questão do esforço é uma declaração
muito difícil de traduzir e interpretar (cf. afirmação semelhante em Mt 11.12).
Alguns sugerem que Jesus estava descrevendo o zelo com o qual se deve buscar o
reino de Deus (13.24), e sendo assim, estava fazendo uma exortação a seus
seguidores. Contudo, outros sugerem que o termo grego biazetai, traduzido como "se esforça" deve ser entendido
no sentido negativo, ou seja, forças hostis que lutam contra o reino (veja a
nota sobre Mt 11.12).
A impressão que se tem é que com Jesus tudo
seria diferente e todo o passado ficaria para trás, mas não é isso o que ele
ensina, antes valoriza todo o Antigo Testamento.
Nada ficaria para trás, nem mesmo um til da
lei - um minúsculo sinal posto sobre algumas letras hebraicas para fazer
distinção destas em relação às outras; é a menor parte de uma letra. Toda a lei
procede de Deus e não devemos negligenciar nenhuma parte dela (Mt 5.18).
Jesus não estava abolindo nada, mas dando a
ela a sua rela interpretação, significado e sentido originais, pois ele, de
fato, era e é o autor dela para sempre.
Em seguida, vem uma abordagem de Jesus
sobre o divórcio – vs. 18. Os judeus podiam se divorciar de suas esposas com
facilidade, ao menor sinal de provocação, mas a visão que Jesus tinha do
casamento era diferente.
A prescrição da lei permitia o divórcio (Dt
24.1-4) como uma concessão, por causa do coração endurecido das pessoas (Mc
10.5). Jesus percebeu que alguns divórcios judaicos resultavam em adultério (Mt
5.31-32; 19.9).
Agora, Jesus lhes conta outra parábola de certo
homem rico e de outro muito pobre.
Às vezes também chamado de
"Dives", um termo latino para "rico". Tal homem se vestia
de púrpura e de linha finíssimo. Essas roupas caras caracterizavam as pessoas
ricas. A púrpura era usada para as roupas de cima, enquanto que o linho era
utilizado para as roupas de baixo.
Na história, o pobre se chamava Lázaro. O
único personagem nomeado nas parábolas de Jesus, e aqui é representado vivendo
na miséria, em extrema pobreza.
Ambos morreram, sendo o mendigo levado
pelos anjos ao seio de Abraão - a imagem é a de ser um hóspede de honra num
banquete (cf. Jo 13.23, onde no grego lê-se "no seio de Jesus") e também
morreu o rico, sendo sepultado.
O rico foi parar no inferno. Do grego hades, o lugar onde os mortos aguardam
julgamento, porém no Novo Testamento nunca é utilizado em relação aos salvos.
Aqui, representa claramente um lugar de tormento. É interessante observar que o
rico, estando no hades, podia ver
Lázaro e Abraão.
Até mesmo no hades – vs. 24 - o rico demonstra sua arrogância, presumindo que
Lázaro deveria ser enviado para servi-lo. Observe também que até mesmo apenas
uma gota de água poderia aliviar um pouco o seu sofri-mento, ilustrando com
isso o implacável tormento que os ímpio sofrem após a morte.
Quem dá as respostas ao “rico” é Abraão. Embora
Abraão fale em tom de ternura, isso não altera o fato: há uma barreira
separando os dois, e há também uma ordem de valores completamente diferente
daquela encontrada na terra.
O homem rico recebeu aquilo que imaginava
serem coisas boas; porém, em vez de escolher as coisas de Deus, acabou
preferindo os prazeres sensuais.
Pela primeira vez, estando no inferno, o
homem rico pensou em alguém além de si mesmo, embora o seu pensamento estivesse
focalizado na sua própria família. Ele continua presumindo que Lázaro deveria
servi-lo.
Abraão então diz para o rico que eles
tinham Moisés e os Profetas, os quais deveriam ser ouvidos para evitarem ir
para o inferno. Uma referência ao Antigo Testamento.
O rico presume que enviar Lázaro –
ressuscitando-o dos mortos - causaria algum efeito em seus familiares mais
forte do que as Escrituras; mas Jesus diz que a Escritura é muito mais eficaz
do que qualquer aparecimento desses poderia vir a ser. Então, ao comentar de um
morto ressuscitando, falava Jesus dele mesmo: tampouco acreditarão, ainda que
algum dos mortos ressuscite – vs. 31.
Havia um
homem rico que tinha um administrador;
e
este lhe foi denunciado como quem estava
a
defraudar os seus bens.
Lc 16:2
Então, mandando-o chamar, lhe disse:
Que
é isto que ouço a teu respeito?
Presta
contas da tua administração,
porque
já não podes mais continuar nela.
Lc 16:3 Disse
o administrador consigo mesmo:
Que
farei,
pois
o meu senhor me tira a administração?
Trabalhar na
terra
não
posso;
também de
mendigar
tenho
vergonha.
Lc 16:4 Eu
sei o que farei,
para
que, quando for demitido da administração,
me
recebam em suas casas.
Lc 16:5 Tendo
chamado cada um dos devedores
do
seu senhor, disse ao primeiro:
Quanto
deves ao meu patrão?
Lc 16:6
Respondeu ele:
Cem
cados de azeite.
Então, disse:
Toma
a tua conta,
assenta-te
depressa
e
escreve cinqüenta.
Lc
16:7 Depois, perguntou a outro:
Tu,
quanto deves?
Respondeu
ele:
Cem
coros de trigo.
Disse-lhe:
Toma
a tua conta
e
escreve oitenta.
Lc 16:8 E
elogiou o senhor
o
administrador infiel porque se houvera atiladamente,
porque
os filhos do mundo
são
mais hábeis na sua própria geração
do
que os filhos da luz.
Lc 16:9 E eu
vos recomendo:
das
riquezas de origem iníqua
fazei
amigos; para que,
quando
aquelas vos faltarem,
esses
amigos vos recebam
nos
tabernáculos eternos.
Lc 16:10 Quem
é fiel no pouco
também
é fiel no muito;
e quem é
injusto no pouco
também
é injusto no muito.
Lc 16:11 Se,
pois, não vos tornastes fiéis
na
aplicação das riquezas de origem injusta,
quem
vos confiará a verdadeira riqueza?
Lc 16:12 Se
não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio,
quem
vos dará o que é vosso?
Lc 16:13
Ninguém pode servir a dois senhores;
porque
ou há de aborrecer-se de um
e
amar ao outro
ou se
devotará a um
e
desprezará ao outro.
Não podeis
servir
a
Deus
e
às riquezas.
Lc 16:14 Os
fariseus,
que
eram avarentos,
ouviam
tudo isto
e
o ridiculizavam.
Lc 16:15 Mas
Jesus lhes disse:
Vós
sois os que vos justificais a vós mesmos
diante
dos homens,
mas
Deus conhece o vosso coração;
pois
aquilo que é elevado entre homens
é
abominação diante de Deus.
Lc
16:16 A Lei e os Profetas vigoraram até João;
desde
esse tempo,
vem
sendo anunciado
o
evangelho do reino de Deus,
e
todo homem
se esforça
por entrar nele.
Lc
16:17 E é mais fácil passar o céu e a terra
do
que cair um til sequer da Lei.
Lc 16:18 Quem
repudiar sua mulher
e casar com
outra
comete
adultério;
e aquele que
casa com a mulher repudiada pelo marido
também
comete adultério.
Lc 16:19 Ora,
havia certo homem rico
que
se vestia de púrpura
e
de linho finíssimo
e
que, todos os dias,
se
regalava esplendidamente.
Lc
16:20 Havia também certo mendigo,
chamado
Lázaro,
coberto
de chagas,
que
jazia à porta daquele;
Lc
16:21 e desejava alimentar-se
das
migalhas que caíam da mesa do rico;
e até os cães
vinham
lamber-lhe as úlceras.
Lc 16:22
Aconteceu morrer o mendigo
e
ser levado pelos anjos
para
o seio de Abraão;
morreu
também o rico
e
foi sepultado.
Lc 16:23 No
inferno,
estando
em tormentos,
levantou
os olhos e viu ao longe
a Abraão e Lázaro no seu seio.
Lc
16:24 Então, clamando, disse:
Pai
Abraão,
tem
misericórdia de mim!
E
manda a Lázaro que molhe em água
a
ponta do dedo
e
me refresque a língua,
porque
estou atormentado nesta chama.
Lc
16:25 Disse, porém, Abraão:
Filho,
lembra-te de que recebeste
os
teus bens em tua vida,
e
Lázaro igualmente, os males;
agora, porém,
aqui,
ele está consolado;
tu,
em tormentos.
Lc 16:26 E,
além de tudo, está posto um grande abismo
entre
nós e vós, de sorte que os que querem passar
daqui
para vós outros não podem,
nem os de lá
passar
para nós.
Lc
16:27 Então, replicou:
Pai,
eu te imploro que o mandes
à
minha casa paterna,
Lc
16:28 porque tenho cinco irmãos;
para
que lhes dê testemunho,
a fim de não
virem também
para
este lugar de tormento.
Lc
16:29 Respondeu Abraão:
Eles
têm Moisés e os Profetas;
ouçam-nos.
Lc
16:30 Mas ele insistiu:
Não,
pai Abraão;
se
alguém dentre os mortos for ter com eles,
arrepender-se-ão.
Lc
16:31 Abraão, porém, lhe respondeu:
Se
não ouvem a Moisés e aos Profetas,
tampouco
se deixarão persuadir,
ainda
que ressuscite
alguém
dentre os mortos.
E por falar em
inferno e céu, haverá um dia final em que teremos a população dividida e
julgada. Somente estarão no céu aqueles que Deus quis que estivessem; bem
assim, somente estarão no inferno, aqueles que deveriam estar lá. Deus, então
continuará sendo justo, verdadeiro, amoroso, bondoso, sábio, soberano. E você,
por que anda em dúvidas? É melhor se apressar, Jesus está voltando.
Depois do
julgamento final, poderemos encontrar habitantes nos céus que deveriam estar no
inferno, ou no inferno habitantes que deveriam estar nos céus? Eu creio que
não!
...
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
sexta-feira, outubro 02, 2015
Jamais Desista
9 de Outubro - DIA MUNDIAL DOS CORREIOS
Bom dia! Em comemoração ao dia alusivo ao Dia Mundial dos Correios, teremos no período de 7 e 8 de outro a Feira de Talentos Internos e eu gostaria de convidá-lo.
sexta-feira, outubro 02, 2015
Jamais Desista
Lucas 15.1-32 - O CAPÍTULO DA BUSCA DO PERDIDO!
Como já dissemos o evangelho de Lucas foi escrito com o propósito principal de apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Jesus e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em nome de Jesus para todas as nações. Estamos no capítulo 15, parte IV.
IV. O MINISTÉRIO PÚBLICO DE JESUS: DA GALILEIA À JERUSALÉM (9.51-19.27)
- continuação.
Como já dissemos, até o capítulo 19,
veremos o ministério público de Jesus: da Galileia para Jerusalém. O Evangelho
de Lucas registra a jornada de Jesus em direção a Jerusalém. Não há um paralelo
mais extenso nos outros Evangelhos (embora haja paralelos de algumas seções
individuais). O Evangelho de Lucas apresenta uma caminhada solene até a
capital, onde Jesus morreria pelos pecadores, de acordo com a vontade de Deus.
Assim, nós dividimos essa quarta parte
conforme a BEG em 18 subpartes: A. Ensino sobre discipulado (9.51-10.42) – já vimos; B. Ensino sobre oração
(11.1-13) – já vimos; C. Jesus e os
espíritos maus (11.14-26) – já vimos;
D. Bênção e julgamento (11.27-13.9) – já
vimos; E. A cura de uma mulher no sábado (13.10-17) – já vimos; F O reino de Deus (13.18-14.24) – já vimos; G. Ensino sobre discipulado (14.25-35) – já vimos; H. Três parábolas sobre os
perdidos (15.1-32) – veremos agora;
I. Sobre dinheiro e serviço (16.1-17.10); J. Os dez leprosos (17.11-19); K. A
vinda do reino (17.20-37); L. Parábolas sobre oração (18.1-14); M. Jesus e as
crianças (18.15-17); N. O jovem rico (18.18-30); O. Profecia da Paixão
(18.31-34); P. Devolvendo a visão ao cego (18.35-43); Q. Um cobrador de
impostos chamado Zaqueu (19.1-10); R. A parábola das minas (19.11-27).
Breve síntese do capítulo 15.
Os fariseus e os escribas estavam chateados
por que Jesus estava com os pecadores e lhes dava atenção. Na verdade, queriam
atenção especial para eles, pois afinal de contas eram "melhores" do
que os pecadores e do que os publicanos.
Jesus, ao contrário, não olhava as
aparências dos homens nem se deixava levar pela glória deles, antes se alegrava
quando via um pecador que se arrependia de verdade diante de Deus. A alegria no
céu era tão grande que anjos festejavam.
Lembro-me de Frank E. Peretti - Este Mundo
Tenebroso - narrando a salvação de uma alma. Esse autor nesse romance
atreveu-se a narrar a história contando os fatos como um jornalista e ao mesmo
tempo narrando também os bastidores de todos os atos no âmbito espiritual,
conforme está escrito na Bíblia. Quando ele narra a salvação de uma alma, ele
narra a festa nos céus. Eu gostei muito.
Jesus veio ao mundo não para chamar os
justos, mas os pecadores ao arrependimento e nós agora temos essa missão, essa
nobre missão. Por isso, temos de sair para fora do templo para irmos buscar os
pecadores e lhes dizer que há esperanças para eles!
Vejamos o presente capítulo com mais
detalhes, conforme ajuda da BEG:
H. Três parábolas sobre os perdidos (15.1-32).
Lucas comenta que se achegavam a ele para ouvi-lo
todos os publicanos e todos os pecadores, mas os fariseus e os escribas
murmuravam com inveja, principalmente porque Jesus os recebia e comia com eles.
Então ele pronuncia três parábolas sobre os perdidos.
Lucas reuniu três parábolas sobre os
ensinos de Jesus sobre coisas que estavam perdidas, concentrando a atenção na
misericórdia de Deus em resgatar e receber o seu povo, bem como na atitude
apropriada ao considerar a salvação dos outros.
Os publicanos e os pecadores eram pessoas
que tinham uma conduta imoral ou se ocupavam de coisas que os escribas
consideravam incompatíveis com a observância à lei de Deus.
Uma das prescrições rabínicas era "não
se associar com pecadores", e os rabinos nem sequer ensinavam tais
pessoas. Observe que o cap. 14 termina com "ouça" e o cap. 15 começa
mostrando esses mesmos "pecadores" se reunindo para ouvir Jesus.
A primeira parábola era a das cem ovelhas e
que o pastor perdeu uma delas. Os rabinos concordavam que Deus recebia o
pecador penitente, porém essa parábola ensina que na verdade é Deus quem busca
o pecador e o povo de Deus deve se alegrar com os anjos quando os pecadores se
arrependem.
Na parábola, vemos que o céu nos mostra a
atitude correta que um pecador arrependido deve ter: júbilo (cf. vs. 10). A
proporção aqui foi de 100:1.
A segunda parábola é a das dez dracmas. A
palavra "dracma" ocorre somente no Novo Testamento e apenas nessa
passagem; tratava-se de uma moeda grega feita de prata, cuja unidade
correspondia à quantia paga ao trabalhador por um dia de serviço.
As dez moedas podem ter sido as economias
de uma vida inteira dessa mulher. Ela então acende a candeia. Provavelmente a
casa não tinha janelas (ou talvez fossem pequenas), então era necessário
acender uma candeia mesmo durante o dia.
Novamente – vs. 15 -, o céu nos mostra a
atitude correta que um pecador arrependido deve ter: júbilo (cf. o vs. 7). A
proporção aqui é de 10:1.
A terceira parábola é a do filho pródigo –
vs. 11 ao 32. Talvez fosse mais apropriado chamar a parábola do filho pródigo
de a "parábola do pai que espera".
Conquanto o arrependimento do filho seja
importante nessa parábola, a disposição do pai para perdoar, combinada com
ações inesperadas e graciosas (vs. 20; vs. 22-23), fornece uma ilustração
impressionante do amor paternal de Deus para com os seres humanos
desobedientes.
Também pode ser chamada de "parábola
do irmão insensível", pois um dos propósitos, talvez o propósito
principal, é censurar os fariseus por não terem acolhido em comunhão os
pecadores arrependidos (incluindo os gentios e outros transgressores da lei).
O primogênito tinha direito a dois terços
das propriedades do pai (Dt 21.17). Ocasionalmente, o pai entregava o
patrimônio ao filho, mas retinha o usufruto da renda; ou seja, o pai não podia
se desfazer do patrimônio, mas o filho podia vendê-lo.
Contudo, caso o filho vendesse o
patrimônio, o comprador não podia tomar posse antes da morte do pai. No
entanto, era muito incomum o pai entregar o patrimônio a um de seus filhos,
conforme relatado nessa parábola.
O filho, teimoso, exige a sua parte e sai
pelo mundo a aventurar-se, achando que seus recursos eram ilimitados, no
entanto, ele vai perdendo o controle e quando se dá por si, já não tinha mais o
suficiente nem para comer e beber.
Foi obrigado a aceitar qualquer coisa, para
simplesmente ter onde morar e o que comer. Ele então é colocado para cuidar de
porcos. Eram animais considerados imundos pela lei (Lv 11.7); logo, nenhum
judeu aceitaria um trabalho como esse de boa vontade, e os rabinos consideravam
as pessoas que criavam porcos como amaldiçoadas.
Até a comida dele teve de ser a mesma dos
porcos, ou seja, a alfarroba. O fruto da alfarrobeira, uma vagem de polpa doce.
O motivo pelo qual o filho saiu de casa não
havia sido nada louvável, porém ele fez uma confissão louvável ao reconhecer o
seu pecado e buscar perdão.
Aparentemente, o pai aguardava com
ansiedade o retorno do filho. Nessa época, era considerado indigno um homem
proeminente como o pai sair correndo desse jeito. No entanto, a alegria pelo
retorno do filho fora bem maior. O ato do pai demonstra perdão total e
restauração do relacionamento.
Ele então lhe fornece a melhor roupa, um
sinal de honraria; um anel, significando autoridade (Gn 41.42; Et 3.10; 8.2); sandálias,
uma vez que os escravos andavam descalços, as sandálias indicavam que o filho
tinha a posição de homem livre; um novilho cevado, que era reservado para
ocasiões especiais. Tudo o que o filho havia perdido, ele devolve ao filho
arrependido, restaurando-o completamente em sua casa.
O Pai estava de fato alegre – vs. 24. O pai
e os servos demonstraram a mesma atitude daqueles que acharam a ovelha perdida
(vs. 6) e a moeda perdida (vs. 9): júbilo e celebração. Essa atitude representa
a celebração que acontece nos céus quando um pecador se arrepende (vs. 7, 10)
e, portanto, foi a atitude apropriada para celebrar o retorno do filho. A proporção
nessa história foi de 2:1.
A atitude do filho mais velho ilustra o
espírito depreciativo dos fariseus que se aborreciam com a presença dos
"pecadores" (vs. 1-3), e faz um contraste cabal com a atitude piedosa
de regozijo e celebração (vs. 24).
Da mesma maneira como agiu com o filho mais
novo (vs. 20), o pai tomou a iniciativa para restaurar o relacionamento com o
filho mais velho.
A parábola como um todo aponta para a
soberania de Deus, que busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam
procurando por ele (19.10).
No verso 29, se percebe que havia interesse
no relacionamento do filho mais velho. Essa declaração – vs. 29 - indica que o
filho mais velho encarava o relacionamento com o seu pai na base da recompensa
por comportamento meritório.
Tal como a pai demonstrou amor para com o
seu filho indigno, a salvação não é uma recompensa por boas obras, mas sim
verdadeiramente um dom gracioso de Deus (Ef 2.8-9). Ele chega ao ponto de
cobrar do pai ao menos um cabrito. Um cabrito era bem mais barato do que um
novilho.
No entanto, o pai esclarece que tudo o que era
dele também era do filho. A atitude do filho mais velho o tornou cego para o
relacionamento rico e abençoado que tinha com o seu pai.
No verso 32, o pai não disse "esse
filho meu", pois não queria que o irmão ofendido se esquecesse de que
ambos eram filhos e membros da mesma família.
todos os
publicanos e pecadores
para
o ouvir.
Lc 15:2 E
murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo:
Este
recebe pecadores e come com eles.
Lc 15:3
Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
Lc
15:4 Qual, dentre vós, é o homem que,
possuindo
cem ovelhas e perdendo uma delas,
não
deixa no deserto as noventa e nove
e
vai em busca da que se perdeu,
até
encontrá-la?
Lc
15:5 Achando-a,
põe-na
sobre os ombros, cheio de júbilo.
Lc 15:6 E,
indo para casa,
reúne
os amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
Alegrai-vos
comigo,
porque já
achei a minha ovelha perdida.
Lc 15:7
Digo-vos que, assim,
haverá
maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende
do
que por noventa e nove justos
que
não necessitam de arrependimento.
Lc 15:8 Ou
qual é a mulher que,
tendo
dez dracmas, se perder uma,
não
acende a candeia,
varre
a casa
e
a procura diligentemente até encontrá-la?
Lc 15:9 E,
tendo-a achado,
reúne
as amigas e vizinhas, dizendo:
Alegrai-vos
comigo,
porque achei
a dracma
que
eu tinha perdido.
Lc 15:10 Eu
vos afirmo que,
de
igual modo,
há
júbilo diante dos anjos de Deus
por
um pecador que se arrepende.
Lc 15:11
Continuou:
Certo
homem tinha dois filhos;
Lc
15:12 o mais moço deles disse ao pai:
Pai,
dá-me a parte dos bens que me cabe.
E
ele lhes repartiu os haveres.
Lc
15:13 Passados não muitos dias,
o
filho mais moço,
ajuntando
tudo o que era seu,
partiu
para uma terra distante
e
lá dissipou todos os seus bens,
vivendo
dissolutamente.
Lc
15:14 Depois de ter consumido tudo,
sobreveio
àquele país uma grande fome,
e
ele começou a passar necessidade.
Lc 15:15
Então,
ele
foi
e
se agregou a um dos cidadãos daquela terra,
e
este o mandou para os seus campos
a
guardar porcos.
Lc 15:16 Ali,
desejava
ele fartar-se das alfarrobas
que
os porcos comiam;
mas
ninguém lhe dava nada.
Lc 15:17
Então, caindo em si, disse:
Quantos
trabalhadores de meu pai
têm
pão com fartura,
e
eu aqui morro de fome!
Lc 15:18
Levantar-me-ei,
e irei ter
com o meu pai, e lhe direi:
Pai,
pequei contra o céu e diante de ti;
Lc 15:19 já
não sou digno de ser chamado teu filho;
trata-me como
um dos teus trabalhadores.
Lc 15:20 E,
levantando-se,
foi
para seu pai.
Vinha ele
ainda longe,
quando
seu pai o avistou,
e,
compadecido dele,
correndo,
o
abraçou,
e
beijou.
Lc 15:21 E o
filho lhe disse:
Pai,
pequei contra o céu e diante de ti;
já não sou digno
de ser chamado teu filho.
Lc
15:22 O pai, porém, disse aos seus servos:
Trazei
depressa a melhor roupa,
vesti-o,
ponde-lhe
um anel no dedo
e
sandálias nos pés;
Lc
15:23 trazei também e matai o novilho cevado.
Comamos
e
regozijemo-nos,
Lc 15:24
porque este meu filho estava morto
e
reviveu,
estava
perdido
e
foi achado.
E
começaram a regozijar-se.
Lc 15:25 Ora,
o
filho mais velho estivera no campo;
e,
quando voltava,
ao
aproximar-se da casa,
ouviu
a música e as danças.
Lc
15:26 Chamou um dos criados
e
perguntou-lhe que era aquilo.
Lc 15:27 E
ele informou:
Veio
teu irmão,
e
teu pai mandou matar o novilho cevado,
porque
o recuperou com saúde.
Lc
15:28 Ele se indignou e não queria entrar;
saindo,
porém, o pai,
procurava
conciliá-lo.
Lc 15:29 Mas
ele respondeu a seu pai:
Há
tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua,
e
nunca me deste um cabrito sequer
para
alegrar-me com os meus amigos;
Lc 15:30
vindo, porém, esse teu filho,
que
desperdiçou os teus bens
com
meretrizes,
tu mandaste
matar para ele
o
novilho cevado.
Lc
15:31 Então, lhe respondeu o pai:
Meu
filho, tu sempre estás comigo;
tudo
o que é meu é teu.
Lc 15:32
Entretanto,
era
preciso que nos regozijássemos
e
nos alegrássemos,
porque
esse teu irmão estava morto
e
reviveu,
estava
perdido
e
foi achado.
Linda esta
parábola do filho pródigo e do filho que ficou com inveja de seu irmão por
sentir que estava sendo injustiçado.
A temática do
capítulo 15 de Lucas é a busca do perdido. Eu não estou sendo chamado para
buscar o perdido, nem para converter o coração dos incrédulos, mas para lhes
anunciar a palavra de Deus, crendo, piamente, que Deus é poderoso para resgatar
o perdido e converter qualquer coração.
As proporções
das parábolas em busca do perdido foram em ordem decrescente: Primeira (uma ovelha
que se perde): 100x1 – Segunda (uma mulher que perde uma dracma): 10x1 –
Terceira (um pai que perde seu filho): 2:1.
...