sexta-feira, 11 de setembro de 2015
sexta-feira, setembro 11, 2015
Jamais Desista
Marcos 10 1-52 - JESUS SEMPRE PAROU DIANTE DE UM PEDIDO INSISTENTE...
Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi
escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente
gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos
notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na última parte,
a III, no capítulo 10.
III. O MINISTÉRIO DE JESUS NA JUDEIA (10.1-16.20).
O clímax do ministério de Jesus aconteceu
na Judeia, mais especificamente em Jerusalém, o lugar de sua morte e
ressurreição. Jesus desafiou as autoridades religiosas e as instituições de
Jerusalém. Ele se revelou com maior particularidade aos doze discípulos, os
quais o abandonaram enquanto Jesus sofria e morria; porém, Jesus comprovou aos
discípulos a sua veracidade quando ressuscitou da morte.
Embora Marcos considerasse muito importante
o ministério de Jesus no norte, ele apresenta o ministério de Jesus na Judeia
como o clímax da vida terrena de nosso Senhor. Nesse ponto, Jesus caminha em
direção à sua morte e ressurreição, corno ele havia predito.
Didaticamente, para melhor entendermos o
assunto, dividiremos esta parte, conforme a BEG, em dez subpartes: A. Os ensinos
durante a jornada (10.1-45) – veremos
agora; B. A cura em Jericó (10.46-52)
– veremos agora; C. A entrada triunfal em Jerusalém (11.1-11); D. A purificação
do templo (11.12-26); E. Controvérsias no templo (11.27--12.44); F Profecias no
monte das Oliveiras (13.1-37); G. Unção em Betânia (14.1-11); H. A ceia de Páscoa
em Jerusalém (14.12-31); I. Abandono, julgamento e morte (14.32 15.47); e, J.
Ressurreição e comprovação (16.1-20).
A. Os ensinos durante a jornada (10.1-45).
Era o costume do mestre ensinar, por isso
os quatro evangelhos dão ênfase ao ministério de ensino por parte de Jesus que
ensinou os discípulos e nós no século XXI a darmos continuidade.
Novamente os fariseus querendo pegá-lo em
algo. Agora a questão era o divórcio, mas Jesus, sempre atento e conhecendo-lhe
os desígnios, aproveitava da situação para lhes ensinar e lhes ministrar. Os
que recebiam a palavra, eram curados, mas haviam os que se endureciam. Para
estes, não havia, não houve, nem nunca haverá misericórdia.
De quem é o reino dos céus? É das crianças!
Também é de todos aqueles que se tornarem como elas e jogarem fora suas
malícias. Se você vai ou vem para o reino de Deus querendo usá-lo para seus
fins e propósitos e não para a glória de Deus, o reino dos céus não te
pertence, mas sim o inferno!
O que fazer para herdar a vida eterna? A
resposta de Jesus é precisa e simples e o jovem confessou que tudo aquilo fazia
tanto que Jesus o amou. Foi ai que lhe fez o maior desafio para saber onde
estava o coração daquele jovem e a descoberta foi que não estava em Deus, mas
nas riquezas e ai, tropeçou.
Jesus falando de sua morte e ai aparece
seus discípulos, dois deles, Tiago e João, lhes pedindo assentarem um à
esquerda e outro à direita. Não entendiam nadinha do que ele lhes falava e seu
espírito era bem outro, mas, pacientemente, Jesus os conduziu para si mesmo.
Vejamos agora com maiores detalhes, conforme a BEG:
Nesses próximos 45 versículos, veremos os
ensinos durante a jornada. Marcos registrou a maneira como Jesus ensinou às
multidões e forneceu maior compreensão aos doze quanto à necessidade de humildade
para servir em seu reino.
Ele se levantou de onde estava e foi para
os termos da Judeia, além do Jordão. A região ao sul da Palestina
concentrava-se ao redor de Jerusalém. Essa viagem para a Judeia era na
realidade o início do processo que conduziria Jesus à morte (cf. Lc 9.51). Ele
começou após o retorno do monte da transfiguração (9.2-13) e terminou no
Gólgota (15.22ss.). Jesus foi à região da Pereia (atual Jordânia), onde Herodes
Antipas era tetrarca (6.14).
Quem surge no caminho com questões apenas
para por Jesus à prova? Os fariseus! A questão – ali - sobre o divórcio era
estranha porque Dt 24.1-4 já indicava que a resposta poderia ser sim ou não,
dependendo da circunstância.
Talvez os fariseus quisessem conduzir Jesus
para o debate sobre Herodes Antipas e sua esposa "ilícita" (Lv 18.16;
veja as notas sobre Mc 6.18).
Diante daquela pergunta se seria licito o
homem repudiar a sua mulher, Jesus devolve com uma pergunta, o que ordenou
Moisés? O casamento monogâmico deve ser recebido e apreciado como a intenção de
Deus e seu planejamento autoritativo para a criação, como demonstra o casamento
original entre Adão e Eva.
Como sempre, Jesus não argumentou a partir
da tradição (veja as notas sobre 7.1,2,3,5,8,11), mas procurou descobrir o
verdadeiro sentido da Escritura (Mt 5.20 22,27-28,31-32). Quanto ao casamento,
Jesus mostrou que a atual manifestação terrena da nova aliança, apesar da
continuidade do pecado, tem por objetivo restabelecer as condições ideais da
vida antes da queda.
Sobre o assunto, novamente, em casa,
tornaram os discípulos a interrogarem a Jesus e este os ensinou. Novamente os
discípulos receberam uma instrução particular (9.35).
O verso 11 é claro que não se deve
abandonar a sua esposa. Trata-se apenas de uma generalização quanto à
inviolabilidade do casamento, que a prática judaica com frequência desrespeitava.
Contudo, Jesus especifica um motivo válido para o divórcio (Mt 5.32; 19.9) — a
infidelidade. Paulo especificou o abandono como um tipo particular de
infidelidade (1Co 7.12-16). A BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo
teológico "Casamento e divórcio", em Mt 19.
Os versos 11 e 12 são claros: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com
outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com
outro, adultera.
Dos verso de 13 a 16, Jesus defende os
pequeninos trazidos à sua presença, ou as crianças, literalmente,
"criancinhas" (veja 9.36). O fato de os pais terem levado as
crianças, e de Jesus tê-las segurado nos braços (vs. 16), sugere que elas tinham
pouca idade.
Jesus afirmava que seria delas o reino de
Deus. Jesus estava expressando a noção de comunidade pactual característica do
Antigo Testamento, em que as crianças eram parte do povo da aliança e como tal
consideradas herdeiras do reino.
Então ele as abençoava. Ao receberem as
bênçãos de Deus ficou demonstrado que elas eram consideradas herdeiras das
bênçãos da aliança (Gn 22.16-18; Dt 7.13).
Em seguida, um jovem, aparentemente
desesperado com sua condição, pergunta a Jesus como irá fazer para herdar a
vida eterna.
O Evangelho de Lucas diz que esse homem era
importante (Lc 18.18); Mateus afirma que ele era jovem e rico (Mt 19.20,22) e
Marcos observa que ele tinha muitas posses (vs. 22).
Esse homem possuía "tudo", mas
lhe faltava a riqueza mais importante de um ser humano: a vida eterna. Esse
homem colocou juntos na mesma frase dois verbos traduzidos como
"farei" e "herdar" (o que farei para herdar...).
A lista de suas realizações morais e o seu
entendimento da bondade (vs. 18) revelava que a sua confiança estava depositada
nas obras de justiça.
Jesus chamou a atenção dele para a pergunta
que ele fizera – vs. 18. Por que me chamas bom? Jesus não negou que era bom;
antes, quis salientar que "Ninguém é bom senão um, que é Deus". Jesus
falou dessa maneira para que o homem percebesse que não era capaz de obter a
vida eterna.
Então, Jesus o amando, diz ainda que lhe faltava
algo. Só uma coisa te faltava a ele. O amor desse homem pelas riquezas (vs. 22)
e sua recusa em abandoná-las para seguir a Jesus mostra que ele quebrou o
"grande mandamento da Lei" (Mt 22.36): "Amarás, pois, o SENHOR,
teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força"
(Dt 6.5; cf. Mt 22.37).
Por não ter a total retidão que Deus
requer, o homem está condenado. Suas imperfeitas obras de justiça de nada lhe
serviam nessa questão de maior necessidade.
Jesus então exclama o quão dificilmente
entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Isso não é porque a riqueza é má
em si mesma e desqualifica aqueles que a possuem.
Corno todas as demais pessoas decaídas, os
ricos rejeitam a Deus porque amam mais ao dinheiro (Lc 16.13; Tg 4.4). A
riqueza produz uma tentação particularmente forte para rejeitar a Deus, pois
oferece muitos benefícios agradáveis.
Se não fosse pela intervenção graciosa de
Deus em mudar o coração do rico, este continuaria amando o seu dinheiro acima
de todas as coisas e morreria em seu pecado.
Os discípulos ficaram admirados com essas
palavras do Mestre, mas em reforço, Jesus repetiu, enfatizando que seria muito difícil
entrar no Reino de Deus! Seria mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma
agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.
Não há evidências que apoiem a sugestão de
que existiu uma porta pequena chamada de "fundo da agulha", através
da qual os camelos passavam com muita dificuldade. Jesus falou em termos de
impossibilidade, e não de simples dificuldade (vs. 27).
Os discípulos ficaram intrigado e
perguntaram em seguida quem poderia ser salvo? Essa pergunta demonstra que os
discípulos entenderam a afirmação de Jesus como afirmação de que ninguém é bom
o bastante para ser salvo.
Por causa de nossa natureza pecaminosa, a
salvação para os seres humanos é impossível. A salvação procede do Senhor,
mediante a sua iniciativa soberana e divina (Jo 2.9; cf. SI 3.8; 68.19-20). Quando
Jesus disse que para os homens isso seria impossível, mas não para Deus, ele
não estava falando para Deus, mas para os homens. Que isso fique claro para nós
refletirmos em sua frase, muito interessante: PARA DEUS NÃO HÁ IMPOSSÍVEIS!
Como Pedro era muito impulsivo, logo
exclamou, por todos, que tudo deixariam para seguirem a Jesus. Embora a
salvação não possa ser merecida, o recebimento dela resulta num comprometimento
radical.
Jesus os consola fazendo promessas aos fiéis.
Conforme a BEG, a tradição judaica dividia a História nestas duas eras: o
"presente" se refere ao período atual de pecado e morte, enquanto que
o "por vir" se refere à era futura da salvação trazida pelo Messias.
Na teologia do Novo Testamento, essas duas
eras se sobrepõem entre a primeira e a segunda vindas de Cristo. Os seguidores
de Cristo experimentam hoje muitas bênçãos da era futura, mas também sofrem as
tribulações desta era presente.
Assim, na era presente há "o
cêntuplo" de bênçãos, mas também há "perseguições". Para os
discípulos de Cristo, a salvação será totalmente efetuada apenas quando
entrarmos na posse da "vida eterna" no retorno de Cristo.
Jesus fez promessas maravilhosas a eles e
eles entenderam e estavam admirados, já outros que o seguiam estavam com medo.
Mais uma vez, Jesus os chama à parte e
esclarece aos doze o que estaria para acontecer. O Filho do Homem será entregue
aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o
entregarão aos gentios, que zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o
matarão. Três dias depois ele ressuscitará.
O novo elemento nessa terceira profecia da
morte de Jesus é a menção dos gentios (nesse caso, os romanos) e a predição
implícita da sua morte pela crucificação.
Jesus falava de uma coisa, mas eles
pareciam lerdos em entender e já estavam pensando no futuro, quando iriam
assumir posições de destaque e até suas mães estavam se envolvendo nas suas
astúcias. Em Mt 20.20 foi a mãe quem fez o pedido. Talvez a família inteira
estivesse envolvida.
Tiago e João não haviam compreendido o
ensinamento de Jesus quanto à grandeza (9.34,35). Até concordaram em beber o
cálice, sem ao menos saber o que era. Beber o cálice era um símbolo do Antigo
Testamento para expressar sofrimento e ira (SI 75.8; Is 51.17-22; Jr 25.15; Ez
23.31-34; cf. Mc 14.36). Já o batismo, esse sacramento está associado tanto com
julgamento como com salvação (Rm 6.3ss.; 1Co 10.2; C1 2.11-13).
O que eles pediam estava fora do alcance
dele, mas era decidido pelo seu Pai. Jesus revelou que há áreas sobre as quais
somente o Pai tem autoridade (veja também 13.32). Esses "assentos"
são decididos de acordo com o plano divino da redenção e em conformidade com os
princípios para o serviço, que Jesus ensinou (9.35).
Ouvindo os outros dez isso, ficaram
indignados com Tiago e João, mas Jesus interviu e lhes deu uma grande lição.
Provavelmente os outros dez discípulos ficaram indignados não porque Tiago e
João falharam em aplicar o ensinamento de Jesus, mas porque eles também queriam
os mesmos assentos de honra.
O ensino anterior (veja 9.35), que Jesus
repetiu aqui, teve por objetivo eliminar essas noções mundanas de poder e
autoridade.
Jesus ensina para eles – vs. 45 - que o
próprio Filho do Homem não veio para ser servido. Mais do que a afirmação desse
princípio, o que finalmente quebrou o coração duro dos discípulos foi o exemplo
que o próprio Jesus deu.
O Filho do Homem, a quem foi dado "domínio,
e glória, e o reino" (Dn 7.14), na verdade veio como um servo, cumprindo a
profecia de Is 52.13-53.12 para dar a sua vida "em resgate por
muitos".
O resgate era o preço pago para perdoar o
culpado e livrá-lo de uma sentença (Êx 21.30), ou absolver um devedor de sua dívida
(Ex 30.12; cf. Is 53.10). Já o termo “muitos” (Veja Is 53.12), nos manuscritos
de Qumran (encontrados no Mar Morto), se refere a toda a comunidade (Rm
5.15,19).
Depois disso, chegaram a Jericó. Veremos dos
versos de 46 a 52 a cura em Jericó. Marcos recorda-se de uma parte anterior do
seu Evangelho (5.34) ao focalizar outro milagre que revelou a importância da
fé.
Ele fez isso com o objetivo de instruir seus
leitores sobre o significado da fé em Cristo em seus dias.
Jericó era uma cidade situada a cerca de
240 m abaixo do nível do mar e distante cerca de 25 km a nordeste de Jerusalém.
O primeiro povoamento do local ocorreu em
6000 a.C. Uma nova cidade, localizada mais ao sul, foi construída por Herodes,
o Grande, no século 1 a.C.
Foi quando Jesus estava saindo que o filho
de Timeu, Bartimeu, que era cego, começou a clamar ao Filho de Davi que tivesse
misericórdias dele. A explicação para esse nome semítico, Bartimeu, que
significa "filho de Timeu", demonstra que Marcos escrevia, ao menos
em parte, para um público gentio (veja 7.34).
Filho de Davi era um título messiânico
popular (11.10; 12.35) retirado do Antigo Testamento (Is 11.1-3; Jr 23 5-6; Ez
34.23-24). Jesus não o rejeitou, mas mandou chamá-lo. Uma das características
mais marcantes do ministério de Jesus é que ele sempre encontrava tempo para
aqueles que sofriam (vejam 5.30-34). E você, eu, nós, estamos encontrando tempo
para o nosso próximo?
Mc 10:1 Levantando-se Jesus,
foi dali para
o território da Judéia,
além
do Jordão.
E outra vez
as
multidões se reuniram junto a ele,
e,
de novo,
ele
as ensinava,
segundo
o seu costume.
Mc 10:2 E,
aproximando-se
alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe:
É
lícito ao marido repudiar sua mulher?
Mc 10:3 Ele
lhes respondeu:
Que
vos ordenou Moisés?
Mc 10:4 Tornaram
eles:
Moisés
permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar.
Mc 10:5 Mas
Jesus lhes disse:
Por
causa da dureza do vosso coração,
ele
vos deixou escrito esse mandamento;
Mc 10:6
porém,
desde
o princípio da criação,
Deus
os fez
homem
e mulher.
Mc 10:7 Por
isso,
deixará
o homem a seu pai
e
mãe
[e
unir-se-á a sua mulher],
Mc
10:8 e, com sua mulher,
serão os dois
uma só carne.
De
modo que já não são dois,
mas uma só
carne.
Mc
10:9 Portanto,
o
que Deus ajuntou
não
separe o homem.
Mc 10:10 Em casa,
voltaram os
discípulos a interrogá-lo sobre este assunto.
Mc
10:11 E ele lhes disse:
Quem
repudiar sua mulher
e
casar com outra
comete
adultério contra aquela.
Mc 10:12 E,
se
ela repudiar seu marido
e
casar com outro,
comete
adultério.
Mc 10:13 Então,
lhe trouxeram
algumas crianças para que as tocasse,
mas
os discípulos os repreendiam.
Mc 10:14
Jesus, porém, vendo isto,
indignou-se
e disse-lhes:
Deixai
vir a mim os pequeninos,
não
os embaraceis,
porque
dos tais é o reino de Deus.
Mc
10:15 Em verdade vos digo:
Quem
não receber o reino de Deus
como
uma criança
de
maneira nenhuma entrará nele.
Mc
10:16 Então,
tomando-as
nos braços e impondo-lhes as mãos,
as
abençoava.
Mc 10:17 E,
pondo-se
Jesus a caminho,
correu
um homem ao seu encontro
e,
ajoelhando-se, perguntou-lhe:
Bom
Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Mc 10:18
Respondeu-lhe Jesus:
Por
que me chamas bom?
Ninguém
é bom senão um, que é Deus.
Mc 10:19
Sabes os mandamentos:
Não
matarás,
não
adulterarás,
não furtarás,
não
dirás falso testemunho,
não
defraudarás ninguém,
honra a teu
pai e tua mãe.
Mc
10:20 Então, ele respondeu:
Mestre,
tudo isso tenho observado
desde
a minha juventude.
Mc 10:21 E
Jesus,
fitando-o,
o amou e disse:
Só
uma coisa te falta:
Vai,
vende tudo o que tens,
dá-o
aos pobres
e
terás um tesouro no céu;
então,
vem
e
segue-me.
Mc
10:22 Ele, porém,
contrariado
com esta palavra,
retirou-se
triste,
porque era
dono de muitas propriedades.
Mc
10:23 Então,
Jesus,
olhando ao redor,
disse
aos seus discípulos:
Quão
dificilmente entrarão no reino de Deus
os
que têm riquezas!
Mc
10:24 Os discípulos estranharam estas palavras;
mas
Jesus insistiu em dizer-lhes:
Filhos,
quão difícil é
[para
os que confiam nas riquezas]
entrar
no reino de Deus!
Mc
10:25 É mais fácil passar um camelo
pelo
fundo de uma agulha
do
que entrar um rico no reino de Deus.
Mc 10:26 Eles
ficaram sobremodo maravilhados,
dizendo
entre si:
Então, quem
pode ser salvo?
Mc
10:27 Jesus, porém,
fitando
neles o olhar, disse:
Para
os homens é impossível;
contudo,
não para Deus,
porque
para Deus
tudo
é possível.
Mc
10:28 Então, Pedro começou a dizer-lhe:
Eis
que nós tudo deixamos e te seguimos.
Mc 10:29
Tornou Jesus:
Em
verdade vos digo que ninguém há
que tenha
deixado casa, ou irmãos, ou irmãs,
ou
mãe, ou pai, ou filhos, ou campos
por
amor de mim
e
por amor do evangelho,
Mc
10:30 que não receba,
já
no presente,
o
cêntuplo de casas, irmãos, irmãs,
mães,
filhos e campos,
com
perseguições;
e, no mundo
por vir,
a
vida eterna.
Mc
10:31 Porém muitos primeiros
serão
últimos;
e os últimos,
primeiros.
Mc 10:32 Estavam de caminho,
subindo para
Jerusalém,
e
Jesus ia adiante dos seus discípulos.
Estes se
admiravam
e
o seguiam tomados de apreensões.
E Jesus,
tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes
as
coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo:
Mc
10:33 Eis que subimos para Jerusalém,
e
o Filho do Homem será entregue
aos
principais sacerdotes e aos escribas;
condená-lo-ão
à morte
e
o entregarão aos gentios;
Mc
10:34 hão de escarnecê-lo,
cuspir
nele,
açoitá-lo
e
matá-lo;
mas,
depois de três dias,
ressuscitará.
Mc
10:35 Então,
se
aproximaram dele Tiago e João,
filhos
de Zebedeu, dizendo-lhe:
Mestre,
queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
Mc
10:36 E ele lhes perguntou:
Que
quereis que vos faça?
Mc
10:37 Responderam-lhe:
Permite-nos
que, na tua glória,
nos
assentemos um à tua direita
e
o outro à tua esquerda.
Mc
10:38 Mas Jesus lhes disse:
Não
sabeis o que pedis.
Podeis
vós beber o cálice que eu bebo
ou receber o
batismo com que eu sou batizado?
Mc
10:39 Disseram-lhe:
Podemos.
Tornou-lhes
Jesus:
Bebereis
o cálice que eu bebo
e
recebereis o batismo
com
que eu sou batizado;
Mc
10:40 quanto, porém, ao assentar-se
à minha
direita ou à minha esquerda,
não
me compete concedê-lo;
porque
é para aqueles
a
quem está preparado.
Mc
10:41 Ouvindo isto,
indignaram-se
os dez contra Tiago e João.
Mc
10:42 Mas Jesus,
chamando-os
para junto de si, disse-lhes:
Sabeis que os
que são considerados governadores
dos
povos têm-nos sob seu domínio,
e
sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
Mc
10:43 Mas entre vós não é assim;
pelo
contrário,
quem
quiser tornar-se grande entre vós,
será
esse o que vos sirva;
Mc
10:44 e quem quiser ser o primeiro entre vós
será servo de
todos.
Mc
10:45 Pois o próprio Filho do Homem
não
veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua
vida em resgate por muitos.
Mc 10:46 E foram para Jericó.
Quando ele
saía de Jericó,
juntamente
com os discípulos e numerosa multidão,
Bartimeu,
cego mendigo, filho de Timeu,
estava
assentado à beira do caminho
Mc 10:47 e,
ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar:
Jesus, Filho
de Davi, tem compaixão de mim!
Mc 10:48 E
muitos o repreendiam,
para
que se calasse;
mas ele cada
vez gritava mais:
Filho
de Davi, tem misericórdia de mim!
Mc 10:49
Parou Jesus e disse:
Chamai-o.
Chamaram,
então, o cego, dizendo-lhe:
Tem
bom ânimo;
levanta-te,
ele te chama.
Mc 10:50
Lançando de si a capa,
levantou-se
de um salto
e
foi ter com Jesus.
Mc 10:51
Perguntou-lhe Jesus:
Que
queres que eu te faça?
Respondeu
o cego:
Mestre,
que eu torne a ver.
Mc 10:52
Então, Jesus lhe disse:
Vai,
a
tua fé te salvou.
E imediatamente
tornou
a ver
e
seguia a Jesus estrada fora.
A cura do cego
Bartimeu é muito interessante. Primeiro, ele sabia quem era Jesus e do que ele
era capaz. A partir disso, buscou seu objetivo de ter contato com ele, custasse
o que custasse e estava disposto a enfrentar desafios, como aquela multidão que
o repreendia. Segundo, usou o que tinha para atrair seu Mestre: a sua voz e seu
pedido insistente. Isso atraiu a Jesus que logo com ele manteve um diálogo
sobre o que ele queria e sem vacilar disse que queria algo impossível, a sua
visão. Jesus o atendeu e lhe elogiou a sua fé.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2015
quinta-feira, setembro 10, 2015
Jamais Desista
Marcos 9.1-50 - UM PARALELO COM ÊXODO 24 - JESUS É DEUS!
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos
vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG,
em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e
em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na
Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios
moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos
procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II foi dividida em 17 subpartes,
conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em
Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O
ministério ao redor da Caldeia (1.35-45)
– já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as
autoridades (2.18 - 3.12) – já vimos;
G. O chamado dos doze (3.13-19) – já
vimos; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) – já vimos; I. As parábolas do reino (4.1-34) – já vimos; J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – já vimos; K. A continuidade do
ministério na Galileia (5.21 - 6.6) – já
vimos; L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30) – já vimos; M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44) – já vimos; N. A visita a Genesaré (6.45 -
7.23) – já vimos; O. Tiro, Sidom e
Decápolis (7.24 - 8.9) – já vimos; P.
A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32) – concluiremos agora; e, Q. O retorno a Cafarnaum (9.33-50) – veremos agora.
P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32) - continuação.
Como dissemos, após alimentá-los entra num
barco e vai para a região de Dalmanuta. Dos versos 10 até o 32, do próximo
capítulo, estarão eles na região de Casareis de Filipe.
Marcos registra que Jesus visitou a região
de Cesareia de Filipe, onde Cristo realizou muitos milagres, enfrentou
controvérsias e instruiu seus discípulos quanto ao que deveriam fazer e sobre a
importância da sua morte e ressurreição.
Jesus se transfigura diante de Pedro, João
e Tiago. Ele os leva a um alto monte e lá suas vestes se tornam brancas e
alvejadas como ninguém poderia fazê-la aqui na terra. Realmente se as vestes de
Jesus simbolizam a sua santidade e se ela é nosso exemplo, por aqui, pela
terra, jamais alcançaremos o padrão de brancura e santidade exigidos por Deus.
Realmente, não atingiremos, mas seremos e
estaremos como ele por causa da santidade dele. Junto a Jesus no monte aparecem
Moisés e Elias. Eles não estavam mortos? Como lhes apareceu? Para mim, é
simples. Deus não é, nem jamais foi Deus de mortos, mas de vivos, pois para
Deus todos vivem.
A voz potente de Jeová é sentida e ele lhes
declara ou lhes dá testemunho. O Pai dá aos homens, àqueles três escolhidos por
Deus, o seu testemunho sobre Jesus, seu filho querido. Ali estavam então o Pai,
o Filho, os vivos da terra e os vivos dos céus. Sim, todos vivos e nenhum
morto. Vejamos em maiores detalhes, conforme a BEG:
Essa vinda do reino em poder anunciada no
primeiro versículo parece estar associada com a ressurreição de Jesus. Seria
testemunhada por alguns do "que aqui se encontram", e a ressurreição
aconteceria pelo poder do Espírito Santo (Rm 1.4).
A transfiguração, que aconteceu logo após
essa afirmação, foi um antegosto do cumprimento das palavras de Jesus e
anteciparam a manifestação do poder da ressurreição e da glória divina (Mt
16.28; Lc 24).
Há vários paralelos entre a transfiguração
de Jesus e os acontecimentos registrados em Êx 24.9-18.
ü
O
Evangelho de Lucas usa a palavra "partida" (do grego êxodos, ou
"êxodo") em seu relato paralelo (Lc 9.31).
ü
Seis
dias foi o tempo requerido para preparar-se para receber a revelação e
testemunhar a glória divina (Ex 24.16).
ü
Os
três, Pedro, Tiago e João, representaram os doze, assim como os anciãos
representavam o povo em Ex 24.9-18.
ü
Moisés
e Elias viram Deus no alto de um monte - o monte Sinai em Ex 24 e o monte
Horebe em 1 Rs 19. Moisés e os anciãos subiram o monte antes da revelação de
Deus a Moisés em Êx 24.9-18.
ü
Ele
foi transfigurado diante deles, literalmente, "mudou de forma". Esse
mesmo verbo é usado por Paulo para descrever a atividade do Espírito nos
cristãos (Rm 12.2; 2Co 3.18). Essa obra será completada quando esse mesmo Espírito
glorificar o "corpo mortal" dos cristãos (Rm 8.11) do mesmo modo que
o Espírito glorificou o corpo de Jesus durante a transfiguração e, mais tarde,
glorificou o corpo de Jesus quando ele ressuscitou.
ü
A
transfiguração uniu a antiga aliança com a nova. Moisés e Elias, profetas e
representantes da lei do Antigo Testamento, estão unidos com Jesus e seus
apóstolos, os mensageiros da revelação da nova aliança.
ü
Essa
declaração - Este é o meu Filho amado, vs. 7 - vinda do céu foi o clímax da
revelação divina sobre a identidade de Jesus.
ü
Assim
como Deus revelou-se visivelmente no Sinai corno "SENHOR Deus compassivo,
cl mente e longânimo" (Êx 34.6), também aqui ele se revelou como aquele
que, por meio do seu Filho amado (Jo 1.17; 3.16; Hb 1.2), torna esse amor
conhecido para nós.
ü
Essa
frase “a ele ouvi”, do Pai, com certeza foi tanto uma repreensão a Pedro como
uma declaração sobre a autoridade do Filho como Senhor da nova aliança. Essas
palavras reproduzem Dt 18.15 e identificam Jesus como o grande profeta
semelhante a Moisés.
Quando o Pai testifica do Filho, tudo
desaparece e somente ficam Jesus e seus discípulos, ou seja, doravante, será Cristo
a quem deveremos ouvir.
Ao descerem do monte, Jesus os adverte
ordenando-lhes que não divulgassem a ninguém até que se cumprisse a sua
ressurreição. O testemunho público da glória de Jesus deveria aguardar até
depois de completada a obra da redenção. Eles, no entanto, ainda não haviam
assimilado o que seria mesmo ressuscitar dos mortos.
Os judeus criam numa ressurreição geral no
final da História, mas a referência de Jesus quanto à sua própria ressurreição
(vs. 9) desafiava a compreensão dos discípulos. Num futuro próximo, ao
refletirmos sobre Lc 24, veremos o excelente artigo da BEG "A ressurreição
de Jesus".
Também eles perguntaram ao Senhor o que os
escribas queriam dizer com isso de que Elias estaria vindo primeiro. Não há
razão para interpretar essa afirmação de modo estrito. João Batista não era
Elias ressuscitado dos mortos (6.14-16; cf. Jo 1.21). Em vez disso, Jesus
ensinou que Elias prefigurava o ministério de João Batista.
Jesus explica melhor essa questão e afirma
que ele já veio e fizeram com ele tudo o que quiseram – vs. 13. Do mesmo modo
que Elias sofreu nas mãos de Acabe e Jezabel (1 Rs 19.1-10), João Batista
também sofreu nas mãos de Herodes e Herodias (veja as notas sobre 6.14-29).
João restaurou todas as coisas no sentido
de que colocou em pauta o assunto já bastante esquecido e obscurecido do
arrependimento e da santidade. Se João foi morto por isso, não deveria
surpreender que o Filho do Homem sofresse o mesmo destino (vs. 12).
Após isso, se encontra Jesus cercado de uma
grande multidão novamente e tudo por causa de um filho de um homem que estava
possesso e os discípulos não conseguiram expulsá-lo.
A possessão demoníaca é claramente distinta
de simples doença (veja 7.31-37), embora em casos como esse e também em
7.31-37, ambos os envolvidos não conseguissem falar – (1.24-25;
5.2,3,7,9,10,13,15).
Jesus começou a ficar impaciente com a
falta de fé dos seus discípulos, bem como da situação de incredulidade geral ao
retornar do monte da transfiguração. Esse acontecimento é semelhante à descida
de Moisés do monte Sinai e encontrando descrença e infidelidade no acampamento
israelita (Ex 32).
Jesus chamou aquela geração de incrédula e
como um incrédulo que está pedindo ajuda, um pai desesperado invoca a Deus para
curar seu filho, endemoninhado.
Os discípulos haviam tentado expulsar os
demônios, mas não havia conseguido. A situação era ainda transitória. O
entusiasmo das multidões colocava Jesus no constante dilema de querer ministrar
ao povo enquanto este o compelia a conter-se para não pôr em risco o plano da
redenção.
Jesus demonstrou autoridade total sobre o
demônio e com sua potente palavra, ele expulsa o demônio. Jesus prioriza
novamente o treinamento dos doze. Para enfatizar e também porque a lição ainda
não havia sido compreendida, Jesus repetiu o que havia ensinado em 8.31ss.
A resposta à pergunta dos discípulos: Por
que o não pudemos nós expulsar? Foi esta: Esta casta não pode sair com coisa
alguma, a não ser com oração e jejum – vs. 28,29.
Sabem por que aquele jovem Adam Lanza
(2012) inteligente e antissocial saiu matando a vida, primeiro de sua mãe,
depois de tantas crianças? Por que ele estava em guerra. Em guerra consigo
mesmo pela ausência da paz que somente Cristo pode nos dar.
Saindo dali, foram para a Galileia e não
queriam que ninguém o soubesse por causa do que estaria prestes a acontecer com
ele envolvendo sua traição, prisão, rejeição, sofrimento, morte e ressurreição,
no entanto, não entendiam, nem tinham a coragem de perguntar a ele sobre essas
coisas.
Então eles retornaram a Cafarnaum. Marcos
encerra o relato do ministério de Jesus na região da Galileia ao voltar a
atenção para dois acontecimentos em Cafarnaum que revelaram tanto o desejo dos
discípulos por recompensas como a extensão em que era requerida a fidelidade
deles para com Jesus. Desse modo, Jesus estabeleceu duas prioridades importantes
para os doze.
Ao invés de se esforçarem por entender as coisas,
começaram a disputar sobre quem seria o maior – vs. 34. Na hierarquia cultural
dessa época, a posição social desempenhava um papel muito importante
(10.35-45). Mesmo assim, os discípulos estavam envergonhados pelos seus desejos
de honra e poder.
Jesus enfatizou a humildade e o serviço em
seu reino, sem destruir a noção da autoridade hierárquica. Assim, Pedro
representou os doze (8.27ss.; veja também At 16.16ss.); Pedro, Tiago e João
formavam o círculo mais íntimo com Jesus (5.37; 9.2; cf. Jo 1123), e os doze
tinham um lugar especial em relação aos muitos outros discípulos (vs. 35).
Jesus então chamou os doze – vs. 35.
Novamente, os doze foram separados (veja 3.14) e sua posição de liderança foi
reconhecida explicitamente.
Jesus não era contra a liderança, mas
indicou a maneira na qual ela deve ser exercida. Será o último e servo de todos
aquele que desejar ser o primeiro.
Esse principio é exemplificado pelo próprio
Jesus quando disse que ele "não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos" (10.45).
A maneira desinteressada na qual Jesus
cumpriu o seu papel messiânico é o modelo para os seus discípulos para qualquer
cargo de liderança subordinado que eles venham a exercer no reino de Deus.
Ali, naquele momento, Jesus se valeu de uma
criança, literalmente, "uma criancinha", com poucos anos de idade. A
dignidade de cada ser humano criado à semelhança de Deus é exemplificada na
criança. Essa criatura frágil, mas também a mais importante dentre os seres
humanos, deve ser respeitada e cuidada (vs. 35).
Disso ficou uma grande lição para todos
nós, inclusive nos dias de hoje: Qualquer
que receber um destes meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a
mim me receber, recebe, não a mim, mas ao que me enviou. (vs. 37).
Após isso, vem João, o amado discípulo e
leva um fato a Jesus de alguém que faia o que eles faziam, mas que não andavam
com eles. Esse fato provavelmente não significa que o homem não era um seguidor
de Cristo, pois ele exorcizou demônios em nome de Jesus e falou bem dele (vs.
39).
Isso apenas indicava que ele não era um dos
doze e não havia recebido autorização oficial (6.7). Talvez percebendo orgulho
entre os doze ( vs. 35; veja também 10.35-45), Jesus não rejeitou a iniciativa
desse homem.
Pelo contrário, afirmou o princípio de que
todos aqueles que se envolvem com a sua causa devem ser graciosamente
reconhecidos.
Todos os atos de misericórdia, cuidado e cura
que são feitos sob a autoridade de Jesus e têm por objetivo a sua glória serão
reconhecidos eternamente como evidências de um verdadeiro discipulado. Assim,
todos os que não eram contra eles, eram a seu favor – vs. 40.
Dos versos de 41 a 48, vemos Jesus
reforçando sua ideia e pregação com relação aos seus seguidores. Ai dos que se
opuserem a eles, bem como porem tropeço em seus caminhos. Até mesmo a mão ou o
pé, olho ou qualquer outra parte do corpo que não estiver adequada, deve mesmo
ser extirpada, pois seria melhor entrar nos céus sem eles, do que tendo eles,
ir para o inferno onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga.
Essa passagem – salgado com fogo, vs. 49 - é
mais bem ligada com o que vem a seguir. Significa que todos os crentes
receberão favor. Seu caráter piedoso se tornará mais evidente, seja pela
provação mediante uma perseguição ardente ou talvez pelo tormento momentâneo de
renunciar a um comportamento pecaminoso visando ser purificado pela graça (vs.
43-47).
A imagem de Jesus tem origem nos
sacrifícios do Antigo Testamento, que eram consumidos pelo fogo e acompanhados
de sal (Lv 213; Ez 43.24).
E por falarmos em sal, ele Jesus afirma que
tínhamos sal em nós mesmos – vs. 50. Novamente a imagem do sal é usada para
descrever o verdadeiro discipulado. Aqui, Jesus pede a seus discípulos para
serem "salgados", isto é, sejam separados do mundo e apliquem seus
princípios de serviço e liderança, que são muito diferentes dos empregados pelo
mundo (veja MT 5.13).
Em verdade
vos digo que, dos que aqui estão,
alguns
há que de modo nenhum provarão a morte
até que vejam
o reino de Deus já chegando com poder.
Mc 9:2 Seis dias depois
tomou Jesus
consigo
a
Pedro, a Tiago, e a João,
e
os levou à parte sós,
a
um alto monte;
e
foi transfigurado diante deles;
Mc
9:3 as suas vestes tornaram-se resplandecentes,
extremamente
brancas, tais como nenhum lavandeiro
sobre
a terra as poderia branquear.
Mc
9:4 E apareceu-lhes
Elias
com Moisés,
e
falavam com Jesus.
Mc
9:5 Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
Mestre,
bom é estarmos aqui;
faça-mos,
pois, três cabanas,
uma para ti,
outra para
Moisés,
e
outra para Elias.
Mc
9:6 Pois não sabia o que havia de dizer,
porque
ficaram atemorizados.
Mc 9:7 Nisto
veio uma nuvem
que
os cobriu,
e dela
saiu
uma voz que dizia:
Este
é o meu Filho amado;
a
ele ouvi.
Mc 9:8 De
repente,
tendo
olhado em redor,
não
viram mais a ninguém consigo,
senão
só a Jesus.
Mc 9:9
Enquanto desciam do monte,
ordenou-lhes
que a ninguém contassem o que tinham visto,
até que o
Filho do homem ressurgisse dentre os mortos.
Mc 9:10 E
eles guardaram o caso em segredo,
indagando
entre si
o
que seria o ressurgir dentre os mortos.
Mc 9:11 Então
lhe perguntaram:
Por
que dizem os escribas
que
é necessário que Elias venha primeiro?
Mc 9:12
Respondeu-lhes Jesus:
Na
verdade Elias havia de vir primeiro,
a
restaurar todas as coisas;
e como é que
está escrito
acerca
do Filho do homem
que
ele deva padecer muito a ser aviltado?
Mc 9:13
Digo-vos, porém,
que
Elias já veio,
e
fizeram-lhe tudo quanto quiseram,
como
dele está escrito.
Mc 9:14 Quando chegaram aonde estavam os
discípulos,
viram ao
redor deles uma grande multidão,
e alguns
escribas a discutirem com eles.
Mc 9:15 E logo toda a multidão,
vendo a
Jesus,
ficou
grandemente surpreendida;
e
correndo todos para ele,
o
saudavam.
Mc 9:16 Perguntou ele aos escribas:
Que é que
discutis com eles?
Mc 9:17 Respondeu-lhe um dentre a
multidão:
Mestre, eu te
trouxe meu filho,
que
tem um espírito mudo;
Mc 9:18 e
este, onde quer que o apanha,
convulsiona-o,
de modo que
ele espuma,
range os dentes, e vai definhando;
e eu pedi aos
teus discípulos que o expulsassem,
e
não puderam.
Mc 9:19 Ao que Jesus lhes respondeu:
ó geração
incrédula!
até
quando estarei convosco?
até
quando vos hei de suportar?
Trazei-mo.
Mc 9:20 Então
lho trouxeram;
e quando ele
viu a Jesus,
o
espírito imediatamente o convulsionou;
e
o endemoninhado,
caindo
por terra,
revolvia-se
espumando.
Mc 9:21 E
perguntou Jesus ao pai dele:
Há
quanto tempo sucede-lhe isto?
Respondeu
ele:
Desde
a infância;
Mc
9:22 e muitas vezes o tem lançado
no
fogo, e na água, para o destruir;
mas
se podes fazer alguma coisa,
tem
compaixão de nós
e
ajuda-nos.
Mc 9:23 Ao
que lhe disse Jesus:
Se
podes!
-tudo
é possível ao que crê.
Mc 9:24
Imediatamente
o
pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse:
Creio!
Ajuda
a minha incredulidade.
Mc 9:25 E
Jesus,
vendo
que a multidão, correndo, se aglomerava,
repreendeu
o espírito imundo, dizendo:
Espírito
mudo e surdo, eu te ordeno:
Sai
dele,
e
nunca mais entres nele.
Mc 9:26 E
ele, gritando,
e agitando-o
muito,
saiu;
e ficou o
menino como morto,
de
modo que a maior parte dizia:
Morreu.
Mc
9:27 Mas Jesus,
tomando-o
pela mão, o ergueu;
e
ele ficou em pé.
Mc 9:28 E
quando entrou em casa,
seus
discípulos lhe perguntaram à parte:
Por
que não pudemos nós expulsá-lo?
Mc 9:29
Respondeu-lhes:
Esta
casta não sai de modo algum,
salvo
à força de oração [e jejum.]
Mc 9:30 Depois,
tendo partido
dali,
passavam
pela Galiléia,
e ele não
queria que ninguém o soubesse;
Mc 9:31
porque ensinava a seus discípulos,
e
lhes dizia:
O
Filho do homem
será
entregue nas mãos dos homens,
que
o matarão;
e
morto ele,
depois
de três dias ressurgirá.
Mc 9:32 Mas
eles não entendiam esta palavra,
e temiam
interrogá-lo.
Mc 9:33 Chegaram a Cafarnaum.
E estando ele em casa, perguntou-lhes:
Que estáveis
discutindo pelo caminho?
Mc
9:34 Mas eles se calaram,
porque
pelo caminho haviam discutido entre si qual deles era o maior.
Mc 9:35 E
ele, sentando-se,
chamou
os doze e lhes disse:
se
alguém quiser ser o primeiro,
será
o derradeiro de todos
e
o servo de todos.
Mc 9:36 Então
tomou uma criança,
pô-la
no meio deles
e,
abraçando-a, disse-lhes:
Mc 9:37
Qualquer que em meu nome
receber uma
destas crianças,
a
mim me recebe;
e qualquer
que me recebe a mim,
recebe
não a mim
mas àquele
que me enviou.
Mc 9:38 Disse-lhe João:
Mestre, vimos
um homem que em teu nome expulsava demônios,
e nós lho
proibimos,
porque
não nos seguia.
Mc 9:39
Jesus, porém, respondeu:
Não
lho proibais;
porque
ninguém há que faça milagre em meu nome
e
possa logo depois falar mal de mim;
Mc
9:40 pois quem não é contra nós,
é
por nós.
Mc 9:41
Porquanto
qualquer
que vos der a beber um copo de água
em
meu nome, porque sois de Cristo,
em verdade
vos digo que de modo algum
perderá a sua
recompensa.
Mc 9:42 Mas
qualquer
que fizer tropeçar um destes pequeninos
que
crêem em mim,
melhor lhe
fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma
pedra de moinho,
e
que fosse lançado no mar.
Mc 9:43 E
se
a tua mão te fizer tropeçar,
corta-a;
melhor
é
entrares na vida aleijado,
do
que, tendo duas mãos,
ires
para o inferno,
para o fogo
que nunca se apaga.
Mc 9:44 [onde o seu verme não morre,
e
o fogo não se apaga.]
Mc 9:45 Ou,
se
o teu pé te fizer tropeçar,
corta-o;
melhor
é
entrares coxo na vida,
do
que, tendo dois pés,
seres
lançado no inferno.
Mc
9:46 [onde o seu verme não morre,
e
o fogo não se apaga.]
Mc 9:47 Ou,
se
o teu olho te fizer tropeçar,
lança-o
fora;
melhor é
entrares no reino de Deus com um só olho,
do
que, tendo dois olhos,
seres
lançado no inferno.
Mc
9:48 onde o seu verme não morre,
e
o fogo não se apaga.
Mc 9:49
Porque cada um será salgado
com
fogo.
Mc 9:50 Bom é
o sal;
mas,
se o sal se tornar insípido,
com
que o haveis de temperar?
Tende sal em
vós mesmos,
e guardai a
paz uns com os outros.
Não somente temos o sal em nós mesmos e
devemos salgar tirando assim a insipidez, como devemos guardar a paz. Não foi
pela ausência de paz que o jovem de 20 anos, estando em guerra – pelo menos em
sua mente – saiu matando inocentes?
...