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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Marcos 10 1-52 - JESUS SEMPRE PAROU DIANTE DE UM PEDIDO INSISTENTE...

Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na última parte, a III, no capítulo 10.
III. O MINISTÉRIO DE JESUS NA JUDEIA (10.1-16.20).
O clímax do ministério de Jesus aconteceu na Judeia, mais especificamente em Jerusalém, o lugar de sua morte e ressurreição. Jesus desafiou as autoridades religiosas e as instituições de Jerusalém. Ele se revelou com maior particularidade aos doze discípulos, os quais o abandonaram enquanto Jesus sofria e morria; porém, Jesus comprovou aos discípulos a sua veracidade quando ressuscitou da morte.
Embora Marcos considerasse muito importante o ministério de Jesus no norte, ele apresenta o ministério de Jesus na Judeia como o clímax da vida terrena de nosso Senhor. Nesse ponto, Jesus caminha em direção à sua morte e ressurreição, corno ele havia predito.
Didaticamente, para melhor entendermos o assunto, dividiremos esta parte, conforme a BEG, em dez subpartes: A. Os ensinos durante a jornada (10.1-45) – veremos agora; B. A cura em Jericó (10.46-52) – veremos agora; C. A entrada triunfal em Jerusalém (11.1-11); D. A purificação do templo (11.12-26); E. Controvérsias no templo (11.27--12.44); F Profecias no monte das Oliveiras (13.1-37); G. Unção em Betânia (14.1-11); H. A ceia de Páscoa em Jerusalém (14.12-31); I. Abandono, julgamento e morte (14.32 15.47); e, J. Ressurreição e comprovação (16.1-20).
A. Os ensinos durante a jornada (10.1-45).
Era o costume do mestre ensinar, por isso os quatro evangelhos dão ênfase ao ministério de ensino por parte de Jesus que ensinou os discípulos e nós no século XXI a darmos continuidade.
Novamente os fariseus querendo pegá-lo em algo. Agora a questão era o divórcio, mas Jesus, sempre atento e conhecendo-lhe os desígnios, aproveitava da situação para lhes ensinar e lhes ministrar. Os que recebiam a palavra, eram curados, mas haviam os que se endureciam. Para estes, não havia, não houve, nem nunca haverá misericórdia.
De quem é o reino dos céus? É das crianças! Também é de todos aqueles que se tornarem como elas e jogarem fora suas malícias. Se você vai ou vem para o reino de Deus querendo usá-lo para seus fins e propósitos e não para a glória de Deus, o reino dos céus não te pertence, mas sim o inferno!
O que fazer para herdar a vida eterna? A resposta de Jesus é precisa e simples e o jovem confessou que tudo aquilo fazia tanto que Jesus o amou. Foi ai que lhe fez o maior desafio para saber onde estava o coração daquele jovem e a descoberta foi que não estava em Deus, mas nas riquezas e ai, tropeçou.
Jesus falando de sua morte e ai aparece seus discípulos, dois deles, Tiago e João, lhes pedindo assentarem um à esquerda e outro à direita. Não entendiam nadinha do que ele lhes falava e seu espírito era bem outro, mas, pacientemente, Jesus os conduziu para si mesmo. Vejamos agora com maiores detalhes, conforme a BEG:
Nesses próximos 45 versículos, veremos os ensinos durante a jornada. Marcos registrou a maneira como Jesus ensinou às multidões e forneceu maior compreensão aos doze quanto à necessidade de humildade para servir em seu reino.
Ele se levantou de onde estava e foi para os termos da Judeia, além do Jordão. A região ao sul da Palestina concentrava-se ao redor de Jerusalém. Essa viagem para a Judeia era na realidade o início do processo que conduziria Jesus à morte (cf. Lc 9.51). Ele começou após o retorno do monte da transfiguração (9.2-13) e terminou no Gólgota (15.22ss.). Jesus foi à região da Pereia (atual Jordânia), onde Herodes Antipas era tetrarca (6.14).
Quem surge no caminho com questões apenas para por Jesus à prova? Os fariseus! A questão – ali - sobre o divórcio era estranha porque Dt 24.1-4 já indicava que a resposta poderia ser sim ou não, dependendo da circunstância.
Talvez os fariseus quisessem conduzir Jesus para o debate sobre Herodes Antipas e sua esposa "ilícita" (Lv 18.16; veja as notas sobre Mc 6.18).
Diante daquela pergunta se seria licito o homem repudiar a sua mulher, Jesus devolve com uma pergunta, o que ordenou Moisés? O casamento monogâmico deve ser recebido e apreciado como a intenção de Deus e seu planejamento autoritativo para a criação, como demonstra o casamento original entre Adão e Eva.
Como sempre, Jesus não argumentou a partir da tradição (veja as notas sobre 7.1,2,3,5,8,11), mas procurou descobrir o verdadeiro sentido da Escritura (Mt 5.20 22,27-28,31-32). Quanto ao casamento, Jesus mostrou que a atual manifestação terrena da nova aliança, apesar da continuidade do pecado, tem por objetivo restabelecer as condições ideais da vida antes da queda.
Sobre o assunto, novamente, em casa, tornaram os discípulos a interrogarem a Jesus e este os ensinou. Novamente os discípulos receberam uma instrução particular (9.35).
O verso 11 é claro que não se deve abandonar a sua esposa. Trata-se apenas de uma generalização quanto à inviolabilidade do casamento, que a prática judaica com frequência desrespeitava. Contudo, Jesus especifica um motivo válido para o divórcio (Mt 5.32; 19.9) — a infidelidade. Paulo especificou o abandono como um tipo particular de infidelidade (1Co 7.12-16). A BEG recomenda a leitura de seu excelente artigo teológico "Casamento e divórcio", em Mt 19.
Os versos 11 e 12 são claros: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.
Dos verso de 13 a 16, Jesus defende os pequeninos trazidos à sua presença, ou as crianças, literalmente, "criancinhas" (veja 9.36). O fato de os pais terem levado as crianças, e de Jesus tê-las segurado nos braços (vs. 16), sugere que elas tinham pouca idade.
Jesus afirmava que seria delas o reino de Deus. Jesus estava expressando a noção de comunidade pactual característica do Antigo Testamento, em que as crianças eram parte do povo da aliança e como tal consideradas herdeiras do reino.
Então ele as abençoava. Ao receberem as bênçãos de Deus ficou demonstrado que elas eram consideradas herdeiras das bênçãos da aliança (Gn 22.16-18; Dt 7.13).
Em seguida, um jovem, aparentemente desesperado com sua condição, pergunta a Jesus como irá fazer para herdar a vida eterna.
O Evangelho de Lucas diz que esse homem era importante (Lc 18.18); Mateus afirma que ele era jovem e rico (Mt 19.20,22) e Marcos observa que ele tinha muitas posses (vs. 22).
Esse homem possuía "tudo", mas lhe faltava a riqueza mais importante de um ser humano: a vida eterna. Esse homem colocou juntos na mesma frase dois verbos traduzidos como "farei" e "herdar" (o que farei para herdar...).
A lista de suas realizações morais e o seu entendimento da bondade (vs. 18) revelava que a sua confiança estava depositada nas obras de justiça.
Jesus chamou a atenção dele para a pergunta que ele fizera – vs. 18. Por que me chamas bom? Jesus não negou que era bom; antes, quis salientar que "Ninguém é bom senão um, que é Deus". Jesus falou dessa maneira para que o homem percebesse que não era capaz de obter a vida eterna.
Então, Jesus o amando, diz ainda que lhe faltava algo. Só uma coisa te faltava a ele. O amor desse homem pelas riquezas (vs. 22) e sua recusa em abandoná-las para seguir a Jesus mostra que ele quebrou o "grande mandamento da Lei" (Mt 22.36): "Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força" (Dt 6.5; cf. Mt 22.37).
Por não ter a total retidão que Deus requer, o homem está condenado. Suas imperfeitas obras de justiça de nada lhe serviam nessa questão de maior necessidade.
Jesus então exclama o quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Isso não é porque a riqueza é má em si mesma e desqualifica aqueles que a possuem.
Corno todas as demais pessoas decaídas, os ricos rejeitam a Deus porque amam mais ao dinheiro (Lc 16.13; Tg 4.4). A riqueza produz uma tentação particularmente forte para rejeitar a Deus, pois oferece muitos benefícios agradáveis.
Se não fosse pela intervenção graciosa de Deus em mudar o coração do rico, este continuaria amando o seu dinheiro acima de todas as coisas e morreria em seu pecado.
Os discípulos ficaram admirados com essas palavras do Mestre, mas em reforço, Jesus repetiu, enfatizando que seria muito difícil entrar no Reino de Deus! Seria mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.
Não há evidências que apoiem a sugestão de que existiu uma porta pequena chamada de "fundo da agulha", através da qual os camelos passavam com muita dificuldade. Jesus falou em termos de impossibilidade, e não de simples dificuldade (vs. 27).
Os discípulos ficaram intrigado e perguntaram em seguida quem poderia ser salvo? Essa pergunta demonstra que os discípulos entenderam a afirmação de Jesus como afirmação de que ninguém é bom o bastante para ser salvo.
Por causa de nossa natureza pecaminosa, a salvação para os seres humanos é impossível. A salvação procede do Senhor, mediante a sua iniciativa soberana e divina (Jo 2.9; cf. SI 3.8; 68.19-20). Quando Jesus disse que para os homens isso seria impossível, mas não para Deus, ele não estava falando para Deus, mas para os homens. Que isso fique claro para nós refletirmos em sua frase, muito interessante: PARA DEUS NÃO HÁ IMPOSSÍVEIS!
Como Pedro era muito impulsivo, logo exclamou, por todos, que tudo deixariam para seguirem a Jesus. Embora a salvação não possa ser merecida, o recebimento dela resulta num comprometimento radical.
Jesus os consola fazendo promessas aos fiéis. Conforme a BEG, a tradição judaica dividia a História nestas duas eras: o "presente" se refere ao período atual de pecado e morte, enquanto que o "por vir" se refere à era futura da salvação trazida pelo Messias.
Na teologia do Novo Testamento, essas duas eras se sobrepõem entre a primeira e a segunda vindas de Cristo. Os seguidores de Cristo experimentam hoje muitas bênçãos da era futura, mas também sofrem as tribulações desta era presente.
Assim, na era presente há "o cêntuplo" de bênçãos, mas também há "perseguições". Para os discípulos de Cristo, a salvação será totalmente efetuada apenas quando entrarmos na posse da "vida eterna" no retorno de Cristo.
Jesus fez promessas maravilhosas a eles e eles entenderam e estavam admirados, já outros que o seguiam estavam com medo.
Mais uma vez, Jesus os chama à parte e esclarece aos doze o que estaria para acontecer. O Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, que zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão. Três dias depois ele ressuscitará.
O novo elemento nessa terceira profecia da morte de Jesus é a menção dos gentios (nesse caso, os romanos) e a predição implícita da sua morte pela crucificação.
Jesus falava de uma coisa, mas eles pareciam lerdos em entender e já estavam pensando no futuro, quando iriam assumir posições de destaque e até suas mães estavam se envolvendo nas suas astúcias. Em Mt 20.20 foi a mãe quem fez o pedido. Talvez a família inteira estivesse envolvida.
Tiago e João não haviam compreendido o ensinamento de Jesus quanto à grandeza (9.34,35). Até concordaram em beber o cálice, sem ao menos saber o que era. Beber o cálice era um símbolo do Antigo Testamento para expressar sofrimento e ira (SI 75.8; Is 51.17-22; Jr 25.15; Ez 23.31-34; cf. Mc 14.36). Já o batismo, esse sacramento está associado tanto com julgamento como com salvação (Rm 6.3ss.; 1Co 10.2; C1 2.11-13).
O que eles pediam estava fora do alcance dele, mas era decidido pelo seu Pai. Jesus revelou que há áreas sobre as quais somente o Pai tem autoridade (veja também 13.32). Esses "assentos" são decididos de acordo com o plano divino da redenção e em conformidade com os princípios para o serviço, que Jesus ensinou (9.35).
Ouvindo os outros dez isso, ficaram indignados com Tiago e João, mas Jesus interviu e lhes deu uma grande lição. Provavelmente os outros dez discípulos ficaram indignados não porque Tiago e João falharam em aplicar o ensinamento de Jesus, mas porque eles também queriam os mesmos assentos de honra.
O ensino anterior (veja 9.35), que Jesus repetiu aqui, teve por objetivo eliminar essas noções mundanas de poder e autoridade.
Jesus ensina para eles – vs. 45 - que o próprio Filho do Homem não veio para ser servido. Mais do que a afirmação desse princípio, o que finalmente quebrou o coração duro dos discípulos foi o exemplo que o próprio Jesus deu.
O Filho do Homem, a quem foi dado "domínio, e glória, e o reino" (Dn 7.14), na verdade veio como um servo, cumprindo a profecia de Is 52.13-53.12 para dar a sua vida "em resgate por muitos".
O resgate era o preço pago para perdoar o culpado e livrá-lo de uma sentença (Êx 21.30), ou absolver um devedor de sua dívida (Ex 30.12; cf. Is 53.10). Já o termo “muitos” (Veja Is 53.12), nos manuscritos de Qumran (encontrados no Mar Morto), se refere a toda a comunidade (Rm 5.15,19).
B. A cura em Jericó (10.46-52).
Depois disso, chegaram a Jericó. Veremos dos versos de 46 a 52 a cura em Jericó. Marcos recorda-se de uma parte anterior do seu Evangelho (5.34) ao focalizar outro milagre que revelou a importância da fé.
Ele fez isso com o objetivo de instruir seus leitores sobre o significado da fé em Cristo em seus dias.
Jericó era uma cidade situada a cerca de 240 m abaixo do nível do mar e distante cerca de 25 km a nordeste de Jerusalém.
O primeiro povoamento do local ocorreu em 6000 a.C. Uma nova cidade, localizada mais ao sul, foi construída por Herodes, o Grande, no século 1 a.C.
Foi quando Jesus estava saindo que o filho de Timeu, Bartimeu, que era cego, começou a clamar ao Filho de Davi que tivesse misericórdias dele. A explicação para esse nome semítico, Bartimeu, que significa "filho de Timeu", demonstra que Marcos escrevia, ao menos em parte, para um público gentio (veja 7.34).
Filho de Davi era um título messiânico popular (11.10; 12.35) retirado do Antigo Testamento (Is 11.1-3; Jr 23 5-6; Ez 34.23-24). Jesus não o rejeitou, mas mandou chamá-lo. Uma das características mais marcantes do ministério de Jesus é que ele sempre encontrava tempo para aqueles que sofriam (vejam 5.30-34). E você, eu, nós, estamos encontrando tempo para o nosso próximo?
Mc 10:1 Levantando-se Jesus,
foi dali para o território da Judéia,
além do Jordão.
E outra vez
as multidões se reuniram junto a ele,
e, de novo,
ele as ensinava,
segundo o seu costume.
Mc 10:2 E,
aproximando-se alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe:
É lícito ao marido repudiar sua mulher?
Mc 10:3 Ele lhes respondeu:
Que vos ordenou Moisés?
Mc 10:4 Tornaram eles:
Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar.
Mc 10:5 Mas Jesus lhes disse:
Por causa da dureza do vosso coração,
ele vos deixou escrito esse mandamento;
Mc 10:6 porém,
desde o princípio da criação,
Deus os fez
homem e mulher.
Mc 10:7 Por isso,
deixará o homem a seu pai
e mãe
[e unir-se-á a sua mulher],
Mc 10:8 e, com sua mulher,
serão os dois uma só carne.
De modo que já não são dois,
mas uma só carne.
Mc 10:9 Portanto,
o que Deus ajuntou
não separe o homem.
Mc 10:10 Em casa,
voltaram os discípulos a interrogá-lo sobre este assunto.
Mc 10:11 E ele lhes disse:
Quem repudiar sua mulher
e casar com outra
comete adultério contra aquela.
Mc 10:12 E,
se ela repudiar seu marido
e casar com outro,
comete adultério.
Mc 10:13 Então,
lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse,
mas os discípulos os repreendiam.
Mc 10:14 Jesus, porém, vendo isto,
indignou-se e disse-lhes:
Deixai vir a mim os pequeninos,
não os embaraceis,
porque dos tais é o reino de Deus.
Mc 10:15 Em verdade vos digo:
Quem não receber o reino de Deus
como uma criança
de maneira nenhuma entrará nele.
Mc 10:16 Então,
tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos,
as abençoava.
Mc 10:17 E,
pondo-se Jesus a caminho,
correu um homem ao seu encontro
e, ajoelhando-se, perguntou-lhe:
Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Mc 10:18 Respondeu-lhe Jesus:
Por que me chamas bom?
Ninguém é bom senão um, que é Deus.
Mc 10:19 Sabes os mandamentos:
Não matarás,
não adulterarás,
 não furtarás,
não dirás falso testemunho,
não defraudarás ninguém,
honra a teu pai e tua mãe.
Mc 10:20 Então, ele respondeu:
Mestre, tudo isso tenho observado
desde a minha juventude.
Mc 10:21 E Jesus,
fitando-o, o amou e disse:
Só uma coisa te falta:
Vai, vende tudo o que tens,
dá-o aos pobres
e terás um tesouro no céu;
então,
vem
e segue-me.
Mc 10:22 Ele, porém,
contrariado com esta palavra,
retirou-se triste,
porque era dono de muitas propriedades.
Mc 10:23 Então,
Jesus, olhando ao redor,
disse aos seus discípulos:
Quão dificilmente entrarão no reino de Deus
os que têm riquezas!
Mc 10:24 Os discípulos estranharam estas palavras;
mas Jesus insistiu em dizer-lhes:
Filhos, quão difícil é
[para os que confiam nas riquezas]
entrar no reino de Deus!
Mc 10:25 É mais fácil passar um camelo
pelo fundo de uma agulha
do que entrar um rico no reino de Deus.
Mc 10:26 Eles ficaram sobremodo maravilhados,
dizendo entre si:
Então, quem pode ser salvo?
Mc 10:27 Jesus, porém,
fitando neles o olhar, disse:
Para os homens é impossível;
contudo, não para Deus,
porque para Deus
tudo é possível.
Mc 10:28 Então, Pedro começou a dizer-lhe:
Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.
Mc 10:29 Tornou Jesus:
Em verdade vos digo que ninguém há
que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs,
ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos
por amor de mim
e por amor do evangelho,
Mc 10:30 que não receba,
já no presente,
o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs,
mães, filhos e campos,
com perseguições;
e, no mundo por vir,
a vida eterna.
Mc 10:31 Porém muitos primeiros
serão últimos;
e os últimos,
primeiros.
Mc 10:32 Estavam de caminho,
subindo para Jerusalém,
e Jesus ia adiante dos seus discípulos.
Estes se admiravam
e o seguiam tomados de apreensões.
E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes
as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo:
Mc 10:33 Eis que subimos para Jerusalém,
e o Filho do Homem será entregue
aos principais sacerdotes e aos escribas;
condená-lo-ão à morte
e o entregarão aos gentios;
Mc 10:34 hão de escarnecê-lo,
cuspir nele,
açoitá-lo
e matá-lo;
mas, depois de três dias,
ressuscitará.
Mc 10:35 Então,
se aproximaram dele Tiago e João,
filhos de Zebedeu, dizendo-lhe:
Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir.
Mc 10:36 E ele lhes perguntou:
Que quereis que vos faça?
Mc 10:37 Responderam-lhe:
Permite-nos que, na tua glória,
nos assentemos um à tua direita
e o outro à tua esquerda.
Mc 10:38 Mas Jesus lhes disse:
Não sabeis o que pedis.
Podeis vós beber o cálice que eu bebo
ou receber o batismo com que eu sou batizado?
Mc 10:39 Disseram-lhe:
Podemos.
Tornou-lhes Jesus:
Bebereis o cálice que eu bebo
e recebereis o batismo
com que eu sou batizado;
Mc 10:40 quanto, porém, ao assentar-se
à minha direita ou à minha esquerda,
não me compete concedê-lo;
porque é para aqueles
a quem está preparado.
Mc 10:41 Ouvindo isto,
indignaram-se os dez contra Tiago e João.
Mc 10:42 Mas Jesus,
chamando-os para junto de si, disse-lhes:
Sabeis que os que são considerados governadores
dos povos têm-nos sob seu domínio,
e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.
Mc 10:43 Mas entre vós não é assim;
pelo contrário,
quem quiser tornar-se grande entre vós,
será esse o que vos sirva;
Mc 10:44 e quem quiser ser o primeiro entre vós
será servo de todos.
Mc 10:45 Pois o próprio Filho do Homem
não veio para ser servido, mas para servir
e dar a sua vida em resgate por muitos.
Mc 10:46 E foram para Jericó.
Quando ele saía de Jericó,
juntamente com os discípulos e numerosa multidão,
Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu,
estava assentado à beira do caminho
Mc 10:47 e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar:
Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Mc 10:48 E muitos o repreendiam,
para que se calasse;
mas ele cada vez gritava mais:
Filho de Davi, tem misericórdia de mim!
Mc 10:49 Parou Jesus e disse:
Chamai-o.
Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe:
Tem bom ânimo;
levanta-te,
ele te chama.
Mc 10:50 Lançando de si a capa,
levantou-se de um salto
e foi ter com Jesus.
Mc 10:51 Perguntou-lhe Jesus:
Que queres que eu te faça?
Respondeu o cego:
Mestre, que eu torne a ver.
Mc 10:52 Então, Jesus lhe disse:
Vai,
a tua fé te salvou.
E imediatamente
tornou a ver
e seguia a Jesus estrada fora.
A cura do cego Bartimeu é muito interessante. Primeiro, ele sabia quem era Jesus e do que ele era capaz. A partir disso, buscou seu objetivo de ter contato com ele, custasse o que custasse e estava disposto a enfrentar desafios, como aquela multidão que o repreendia. Segundo, usou o que tinha para atrair seu Mestre: a sua voz e seu pedido insistente. Isso atraiu a Jesus que logo com ele manteve um diálogo sobre o que ele queria e sem vacilar disse que queria algo impossível, a sua visão. Jesus o atendeu e lhe elogiou a sua fé.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Marcos 9.1-50 - UM PARALELO COM ÊXODO 24 - JESUS É DEUS!

Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II, no capítulo 8.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG, em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II foi dividida em 17 subpartes, conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O ministério ao redor da Caldeia (1.35-45) – já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as autoridades (2.18 - 3.12) – já vimos; G. O chamado dos doze (3.13-19) – já vimos; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) – já vimos; I. As parábolas do reino (4.1-34) – já vimos; J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – já vimos; K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6) – já vimos; L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30) – já vimos; M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44) – já vimos; N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23) – já vimos; O. Tiro, Sidom e Decápolis (7.24 - 8.9) – já vimos; P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32) – concluiremos agora; e, Q. O retorno a Cafarnaum (9.33-50) – veremos agora.
P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32) - continuação.
Como dissemos, após alimentá-los entra num barco e vai para a região de Dalmanuta. Dos versos 10 até o 32, do próximo capítulo, estarão eles na região de Casareis de Filipe.
Marcos registra que Jesus visitou a região de Cesareia de Filipe, onde Cristo realizou muitos milagres, enfrentou controvérsias e instruiu seus discípulos quanto ao que deveriam fazer e sobre a importância da sua morte e ressurreição.
Jesus se transfigura diante de Pedro, João e Tiago. Ele os leva a um alto monte e lá suas vestes se tornam brancas e alvejadas como ninguém poderia fazê-la aqui na terra. Realmente se as vestes de Jesus simbolizam a sua santidade e se ela é nosso exemplo, por aqui, pela terra, jamais alcançaremos o padrão de brancura e santidade exigidos por Deus.
Realmente, não atingiremos, mas seremos e estaremos como ele por causa da santidade dele. Junto a Jesus no monte aparecem Moisés e Elias. Eles não estavam mortos? Como lhes apareceu? Para mim, é simples. Deus não é, nem jamais foi Deus de mortos, mas de vivos, pois para Deus todos vivem.
A voz potente de Jeová é sentida e ele lhes declara ou lhes dá testemunho. O Pai dá aos homens, àqueles três escolhidos por Deus, o seu testemunho sobre Jesus, seu filho querido. Ali estavam então o Pai, o Filho, os vivos da terra e os vivos dos céus. Sim, todos vivos e nenhum morto. Vejamos em maiores detalhes, conforme a BEG:
Essa vinda do reino em poder anunciada no primeiro versículo parece estar associada com a ressurreição de Jesus. Seria testemunhada por alguns do "que aqui se encontram", e a ressurreição aconteceria pelo poder do Espírito Santo (Rm 1.4).
A transfiguração, que aconteceu logo após essa afirmação, foi um antegosto do cumprimento das palavras de Jesus e anteciparam a manifestação do poder da ressurreição e da glória divina (Mt 16.28; Lc 24).
Há vários paralelos entre a transfiguração de Jesus e os acontecimentos registrados em Êx 24.9-18.
ü  O Evangelho de Lucas usa a palavra "partida" (do grego êxodos, ou "êxodo") em seu relato paralelo (Lc 9.31).
ü  Seis dias foi o tempo requerido para preparar-se para receber a revelação e testemunhar a glória divina (Ex 24.16).
ü  Os três, Pedro, Tiago e João, representaram os doze, assim como os anciãos representavam o povo em Ex 24.9-18.
ü  Moisés e Elias viram Deus no alto de um monte - o monte Sinai em Ex 24 e o monte Horebe em 1 Rs 19. Moisés e os anciãos subiram o monte antes da revelação de Deus a Moisés em Êx 24.9-18.
ü  Ele foi transfigurado diante deles, literalmente, "mudou de forma". Esse mesmo verbo é usado por Paulo para descrever a atividade do Espírito nos cristãos (Rm 12.2; 2Co 3.18). Essa obra será completada quando esse mesmo Espírito glorificar o "corpo mortal" dos cristãos (Rm 8.11) do mesmo modo que o Espírito glorificou o corpo de Jesus durante a transfiguração e, mais tarde, glorificou o corpo de Jesus quando ele ressuscitou.
ü  A transfiguração uniu a antiga aliança com a nova. Moisés e Elias, profetas e representantes da lei do Antigo Testamento, estão unidos com Jesus e seus apóstolos, os mensageiros da revelação da nova aliança.
ü  Essa declaração - Este é o meu Filho amado, vs. 7 - vinda do céu foi o clímax da revelação divina sobre a identidade de Jesus.
ü  Assim como Deus revelou-se visivelmente no Sinai corno "SENHOR Deus compassivo, cl mente e longânimo" (Êx 34.6), também aqui ele se revelou como aquele que, por meio do seu Filho amado (Jo 1.17; 3.16; Hb 1.2), torna esse amor conhecido para nós.
ü  Essa frase “a ele ouvi”, do Pai, com certeza foi tanto uma repreensão a Pedro como uma declaração sobre a autoridade do Filho como Senhor da nova aliança. Essas palavras reproduzem Dt 18.15 e identificam Jesus como o grande profeta semelhante a Moisés.
Quando o Pai testifica do Filho, tudo desaparece e somente ficam Jesus e seus discípulos, ou seja, doravante, será Cristo a quem deveremos ouvir.
Ao descerem do monte, Jesus os adverte ordenando-lhes que não divulgassem a ninguém até que se cumprisse a sua ressurreição. O testemunho público da glória de Jesus deveria aguardar até depois de completada a obra da redenção. Eles, no entanto, ainda não haviam assimilado o que seria mesmo ressuscitar dos mortos.
Os judeus criam numa ressurreição geral no final da História, mas a referência de Jesus quanto à sua própria ressurreição (vs. 9) desafiava a compreensão dos discípulos. Num futuro próximo, ao refletirmos sobre Lc 24, veremos o excelente artigo da BEG "A ressurreição de Jesus".
Também eles perguntaram ao Senhor o que os escribas queriam dizer com isso de que Elias estaria vindo primeiro. Não há razão para interpretar essa afirmação de modo estrito. João Batista não era Elias ressuscitado dos mortos (6.14-16; cf. Jo 1.21). Em vez disso, Jesus ensinou que Elias prefigurava o ministério de João Batista.
Jesus explica melhor essa questão e afirma que ele já veio e fizeram com ele tudo o que quiseram – vs. 13. Do mesmo modo que Elias sofreu nas mãos de Acabe e Jezabel (1 Rs 19.1-10), João Batista também sofreu nas mãos de Herodes e Herodias (veja as notas sobre 6.14-29).
João restaurou todas as coisas no sentido de que colocou em pauta o assunto já bastante esquecido e obscurecido do arrependimento e da santidade. Se João foi morto por isso, não deveria surpreender que o Filho do Homem sofresse o mesmo destino (vs. 12).
Após isso, se encontra Jesus cercado de uma grande multidão novamente e tudo por causa de um filho de um homem que estava possesso e os discípulos não conseguiram expulsá-lo.
A possessão demoníaca é claramente distinta de simples doença (veja 7.31-37), embora em casos como esse e também em 7.31-37, ambos os envolvidos não conseguissem falar – (1.24-25; 5.2,3,7,9,10,13,15).
Jesus começou a ficar impaciente com a falta de fé dos seus discípulos, bem como da situação de incredulidade geral ao retornar do monte da transfiguração. Esse acontecimento é semelhante à descida de Moisés do monte Sinai e encontrando descrença e infidelidade no acampamento israelita (Ex 32).
Jesus chamou aquela geração de incrédula e como um incrédulo que está pedindo ajuda, um pai desesperado invoca a Deus para curar seu filho, endemoninhado.
Os discípulos haviam tentado expulsar os demônios, mas não havia conseguido. A situação era ainda transitória. O entusiasmo das multidões colocava Jesus no constante dilema de querer ministrar ao povo enquanto este o compelia a conter-se para não pôr em risco o plano da redenção.
Jesus demonstrou autoridade total sobre o demônio e com sua potente palavra, ele expulsa o demônio. Jesus prioriza novamente o treinamento dos doze. Para enfatizar e também porque a lição ainda não havia sido compreendida, Jesus repetiu o que havia ensinado em 8.31ss.
A resposta à pergunta dos discípulos: Por que o não pudemos nós expulsar? Foi esta: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum – vs. 28,29.
Sabem por que aquele jovem Adam Lanza (2012) inteligente e antissocial saiu matando a vida, primeiro de sua mãe, depois de tantas crianças? Por que ele estava em guerra. Em guerra consigo mesmo pela ausência da paz que somente Cristo pode nos dar.
Saindo dali, foram para a Galileia e não queriam que ninguém o soubesse por causa do que estaria prestes a acontecer com ele envolvendo sua traição, prisão, rejeição, sofrimento, morte e ressurreição, no entanto, não entendiam, nem tinham a coragem de perguntar a ele sobre essas coisas.
Então eles retornaram a Cafarnaum. Marcos encerra o relato do ministério de Jesus na região da Galileia ao voltar a atenção para dois acontecimentos em Cafarnaum que revelaram tanto o desejo dos discípulos por recompensas como a extensão em que era requerida a fidelidade deles para com Jesus. Desse modo, Jesus estabeleceu duas prioridades importantes para os doze.
Ao invés de se esforçarem por entender as coisas, começaram a disputar sobre quem seria o maior – vs. 34. Na hierarquia cultural dessa época, a posição social desempenhava um papel muito importante (10.35-45). Mesmo assim, os discípulos estavam envergonhados pelos seus desejos de honra e poder.
Jesus enfatizou a humildade e o serviço em seu reino, sem destruir a noção da autoridade hierárquica. Assim, Pedro representou os doze (8.27ss.; veja também At 16.16ss.); Pedro, Tiago e João formavam o círculo mais íntimo com Jesus (5.37; 9.2; cf. Jo 1123), e os doze tinham um lugar especial em relação aos muitos outros discípulos (vs. 35).
Jesus então chamou os doze – vs. 35. Novamente, os doze foram separados (veja 3.14) e sua posição de liderança foi reconhecida explicitamente.
Jesus não era contra a liderança, mas indicou a maneira na qual ela deve ser exercida. Será o último e servo de todos aquele que desejar ser o primeiro.
Esse principio é exemplificado pelo próprio Jesus quando disse que ele "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (10.45).
A maneira desinteressada na qual Jesus cumpriu o seu papel messiânico é o modelo para os seus discípulos para qualquer cargo de liderança subordinado que eles venham a exercer no reino de Deus.
Ali, naquele momento, Jesus se valeu de uma criança, literalmente, "uma criancinha", com poucos anos de idade. A dignidade de cada ser humano criado à semelhança de Deus é exemplificada na criança. Essa criatura frágil, mas também a mais importante dentre os seres humanos, deve ser respeitada e cuidada (vs. 35).
Disso ficou uma grande lição para todos nós, inclusive nos dias de hoje: Qualquer que receber um destes meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, recebe, não a mim, mas ao que me enviou. (vs. 37).
Após isso, vem João, o amado discípulo e leva um fato a Jesus de alguém que faia o que eles faziam, mas que não andavam com eles. Esse fato provavelmente não significa que o homem não era um seguidor de Cristo, pois ele exorcizou demônios em nome de Jesus e falou bem dele (vs. 39).
Isso apenas indicava que ele não era um dos doze e não havia recebido autorização oficial (6.7). Talvez percebendo orgulho entre os doze ( vs. 35; veja também 10.35-45), Jesus não rejeitou a iniciativa desse homem.
Pelo contrário, afirmou o princípio de que todos aqueles que se envolvem com a sua causa devem ser graciosamente reconhecidos.
Todos os atos de misericórdia, cuidado e cura que são feitos sob a autoridade de Jesus e têm por objetivo a sua glória serão reconhecidos eternamente como evidências de um verdadeiro discipulado. Assim, todos os que não eram contra eles, eram a seu favor – vs. 40.
Dos versos de 41 a 48, vemos Jesus reforçando sua ideia e pregação com relação aos seus seguidores. Ai dos que se opuserem a eles, bem como porem tropeço em seus caminhos. Até mesmo a mão ou o pé, olho ou qualquer outra parte do corpo que não estiver adequada, deve mesmo ser extirpada, pois seria melhor entrar nos céus sem eles, do que tendo eles, ir para o inferno onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga.
Essa passagem – salgado com fogo, vs. 49 - é mais bem ligada com o que vem a seguir. Significa que todos os crentes receberão favor. Seu caráter piedoso se tornará mais evidente, seja pela provação mediante uma perseguição ardente ou talvez pelo tormento momentâneo de renunciar a um comportamento pecaminoso visando ser purificado pela graça (vs. 43-47).
A imagem de Jesus tem origem nos sacrifícios do Antigo Testamento, que eram consumidos pelo fogo e acompanhados de sal (Lv 213; Ez 43.24).
E por falarmos em sal, ele Jesus afirma que tínhamos sal em nós mesmos – vs. 50. Novamente a imagem do sal é usada para descrever o verdadeiro discipulado. Aqui, Jesus pede a seus discípulos para serem "salgados", isto é, sejam separados do mundo e apliquem seus princípios de serviço e liderança, que são muito diferentes dos empregados pelo mundo (veja MT 5.13).
Mc 9:1 Disse-lhes mais:
Em verdade vos digo que, dos que aqui estão,
alguns há que de modo nenhum provarão a morte
até que vejam o reino de Deus já chegando com poder.
Mc 9:2 Seis dias depois
tomou Jesus consigo
a Pedro, a Tiago, e a João,
e os levou à parte sós,
a um alto monte;
e foi transfigurado diante deles;
Mc 9:3 as suas vestes tornaram-se resplandecentes,
extremamente brancas, tais como nenhum lavandeiro
sobre a terra as poderia branquear.
Mc 9:4 E apareceu-lhes
Elias com Moisés,
e falavam com Jesus.
Mc 9:5 Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
Mestre, bom é estarmos aqui;
faça-mos, pois, três cabanas,
uma para ti,
outra para Moisés,
e outra para Elias.
Mc 9:6 Pois não sabia o que havia de dizer,
porque ficaram atemorizados.
Mc 9:7 Nisto veio uma nuvem
que os cobriu,
e dela
saiu uma voz que dizia:
Este é o meu Filho amado;
a ele ouvi.
Mc 9:8 De repente,
tendo olhado em redor,
não viram mais a ninguém consigo,
senão só a Jesus.
Mc 9:9 Enquanto desciam do monte,
ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto,
até que o Filho do homem ressurgisse dentre os mortos.
Mc 9:10 E eles guardaram o caso em segredo,
indagando entre si
o que seria o ressurgir dentre os mortos.
Mc 9:11 Então lhe perguntaram:
Por que dizem os escribas
que é necessário que Elias venha primeiro?
Mc 9:12 Respondeu-lhes Jesus:
Na verdade Elias havia de vir primeiro,
a restaurar todas as coisas;
e como é que está escrito
acerca do Filho do homem
que ele deva padecer muito a ser aviltado?
Mc 9:13 Digo-vos, porém,
que Elias já veio,
e fizeram-lhe tudo quanto quiseram,
como dele está escrito.
Mc 9:14 Quando chegaram aonde estavam os discípulos,
viram ao redor deles uma grande multidão,
e alguns escribas a discutirem com eles.
Mc 9:15 E logo toda a multidão,
vendo a Jesus,
ficou grandemente surpreendida;
e correndo todos para ele,
o saudavam.
Mc 9:16 Perguntou ele aos escribas:
Que é que discutis com eles?
Mc 9:17 Respondeu-lhe um dentre a multidão:
Mestre, eu te trouxe meu filho,
que tem um espírito mudo;
Mc 9:18 e este, onde quer que o apanha,
convulsiona-o, de modo que
ele espuma, range os dentes, e vai definhando;
e eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem,
e não puderam.
Mc 9:19 Ao que Jesus lhes respondeu:
ó geração incrédula!
até quando estarei convosco?
até quando vos hei de suportar?
Trazei-mo.
Mc 9:20 Então lho trouxeram;
e quando ele viu a Jesus,
o espírito imediatamente o convulsionou;
e o endemoninhado,
caindo por terra,
revolvia-se espumando.
Mc 9:21 E perguntou Jesus ao pai dele:
Há quanto tempo sucede-lhe isto?
Respondeu ele:
Desde a infância;
Mc 9:22 e muitas vezes o tem lançado
no fogo, e na água, para o destruir;
mas se podes fazer alguma coisa,
tem compaixão de nós
e ajuda-nos.
Mc 9:23 Ao que lhe disse Jesus:
Se podes!
-tudo é possível ao que crê.
Mc 9:24 Imediatamente
o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse:
Creio!
Ajuda a minha incredulidade.
Mc 9:25 E Jesus,
vendo que a multidão, correndo, se aglomerava,
repreendeu o espírito imundo, dizendo:
Espírito mudo e surdo, eu te ordeno:
Sai dele,
e nunca mais entres nele.
Mc 9:26 E ele, gritando,
e agitando-o muito,
saiu;
e ficou o menino como morto,
de modo que a maior parte dizia:
Morreu.
Mc 9:27 Mas Jesus,
tomando-o pela mão, o ergueu;
e ele ficou em pé.
Mc 9:28 E quando entrou em casa,
seus discípulos lhe perguntaram à parte:
Por que não pudemos nós expulsá-lo?
Mc 9:29 Respondeu-lhes:
Esta casta não sai de modo algum,
salvo à força de oração [e jejum.]
Mc 9:30 Depois,
tendo partido dali,
passavam pela Galiléia,
e ele não queria que ninguém o soubesse;
Mc 9:31 porque ensinava a seus discípulos,
e lhes dizia:
O Filho do homem
será entregue nas mãos dos homens,
que o matarão;
e morto ele,
depois de três dias ressurgirá.
Mc 9:32 Mas eles não entendiam esta palavra,
e temiam interrogá-lo.
Mc 9:33 Chegaram a Cafarnaum.
E estando ele em casa, perguntou-lhes:
Que estáveis discutindo pelo caminho?
Mc 9:34 Mas eles se calaram,
porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles era o maior.
Mc 9:35 E ele, sentando-se,
chamou os doze e lhes disse:
se alguém quiser ser o primeiro,
será o derradeiro de todos
e o servo de todos.
Mc 9:36 Então tomou uma criança,
pô-la no meio deles
e, abraçando-a, disse-lhes:
Mc 9:37 Qualquer que em meu nome
receber uma destas crianças,
a mim me recebe;
e qualquer que me recebe a mim,
recebe não a mim
mas àquele que me enviou.
Mc 9:38 Disse-lhe João:
Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios,
e nós lho proibimos,
porque não nos seguia.
Mc 9:39 Jesus, porém, respondeu:
Não lho proibais;
porque ninguém há que faça milagre em meu nome
e possa logo depois falar mal de mim;
Mc 9:40 pois quem não é contra nós,
é por nós.
Mc 9:41 Porquanto
qualquer que vos der a beber um copo de água
em meu nome, porque sois de Cristo,
em verdade vos digo que de modo algum
perderá a sua recompensa.
Mc 9:42 Mas
qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos
que crêem em mim,
melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma pedra de moinho,
e que fosse lançado no mar.
Mc 9:43 E
se a tua mão te fizer tropeçar,
corta-a;
melhor
é entrares na vida aleijado,
do que, tendo duas mãos,
ires para o inferno,
para o fogo que nunca se apaga.
 Mc 9:44 [onde o seu verme não morre,
e o fogo não se apaga.]
Mc 9:45 Ou,
se o teu pé te fizer tropeçar,
corta-o;
melhor
é entrares coxo na vida,
do que, tendo dois pés,
seres lançado no inferno.
Mc 9:46 [onde o seu verme não morre,
e o fogo não se apaga.]
Mc 9:47 Ou,
se o teu olho te fizer tropeçar,
lança-o fora;
melhor é entrares no reino de Deus com um só olho,
do que, tendo dois olhos,
seres lançado no inferno.
Mc 9:48 onde o seu verme não morre,
e o fogo não se apaga.
Mc 9:49 Porque cada um será salgado
com fogo.
Mc 9:50 Bom é o sal;
mas, se o sal se tornar insípido,
com que o haveis de temperar?
Tende sal em vós mesmos,
e guardai a paz uns com os outros.
Não somente temos o sal em nós mesmos e devemos salgar tirando assim a insipidez, como devemos guardar a paz. Não foi pela ausência de paz que o jovem de 20 anos, estando em guerra – pelo menos em sua mente – saiu matando inocentes?
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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