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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Marcos 6.1-56 - JESUS É DEUS

Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II, no capítulo 6.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG, em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II foi dividida em 17 subpartes, conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O ministério ao redor da Caldeia (1.35-45) – já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) - veremos agora; E. O chamado de Levi (2.13-17) - veremos agora; F Controvérsias com as autoridades (2.18 - 3.12) – já vimos; G. O chamado dos doze (3.13-19) – já vimos; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) – já vimos; I. As parábolas do reino (4.1-34) – já vimos; J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – já vimos; K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6) – concluiremos agora; L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30) – veremos agora; M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44) – veremos agora; N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23) – começaremos a ver agora; O. Tiro, Sidom e Decápolis (7.24 - 8.9); P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32); e, Q. O retorno a Cafarnaum (9.33-50).
K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6) - continuação
Assim vivia Jesus e andava por toda a parte ensinando, pregando e curando os que o Pai lhe enviava para serem curados e por ele tratados.
As pessoas se maravilhavam com as coisas que ele dizia, com sua sabedoria, com seu jeito de ser, com seu poder sobre doenças e enfermidades e sobre espíritos malignos. Eles indagavam entre si dizendo de onde vinha isso tudo e ao verem sua origem e familiares, logo o desprezavam.
Diz a palavra que ele não pode fazer ali muitos milagres (poder aqui no sentido de querer). À primeira vista, parece que era por causa da incredulidade deles, mas será que Deus está limitado pela nossa incredulidade? Eu não creio! Eu sou crente da soberania de Deus e dela não abro mão para nada.
Não se preocupem, pois também sou crente na responsabilidade humana e dela não abro mão de jeito nenhum. Agora, como se explica um Deus totalmente soberano com um homem totalmente responsável, eu, sinceramente, não sei. Aliás, não creio que haja na terra explicação para tal paradoxo.
Jesus não somente ia, pregava, ensinava e curava, mas dizia aos doze para, igualmente, irem, pregarem, ensinarem e curarem. É nossa tarefa, creio até o dia de hoje. Vejamos os detalhes deste capítulo, conforme a BEG.
Saiu Jesus de onde estava e foi para Nazaré, distante cerca de 40 km ao sudoeste de Cafarnaum e do mar da Galileia (cf. Mt 2.23) e com ele os seus discípulos, os doze (6.7; veja também 1.16ss., 3.14; 6.30; 9.2ss.; 14.17).
Ele chegou em um sábado, mas mesmo assim ensinava na sinagoga e os que o ouviam ficavam maravilhados (veja 1.22; 7.37; 10.26; 11.18).
Alguns que o conheciam, logo se lembravam dele como carpinteiro. Também pode significar construtor de casas, o que pode explicar parcialmente o uso que Jesus fez da imagem de edificar uma casa para se referir ao seu próprio ministério (Mt 7.24; 16.18; 21.33; Mc 14 58; 15.29; Lc 12.18, 17.28).
A observação sobre o seu ofício provavelmente não tinha a intenção de ser depreciativa, pois era esperado que todos os rabinos tivessem uma profissão.
A acusação era que Jesus, que ensinava com "sabedoria" (vs. 2), era somente um simples carpinteiro/construtor sem treinamento ou credenciais rabínicos.
O povo de Nazaré sabia disso porque Jesus viveu entre eles durante toda sua vida e nunca havia frequentado nenhuma escola rabínica em Jerusalém. Eles sabiam que ele era filho de Maria (veja 3.31).
Jesus foi rejeitado não apenas pelo povo da cidade e por seus parentes, mas também pela sua própria família (3.31).
Não faltou a Jesus poder para fazer milagres. Antes, ele decidiu ligar os milagres do reino à fé do seu povo, do mesmo modo que havia ligado a salvação à fé (Ef 2.8-9). Era essa uma questão de sua soberania.
Aquela incredulidade causou espécie em Jesus e daí passou a percorrer os povoados, ensinando. 
Ao pregarmos, não somos convidados a ver resultados (se vierem, ótimo!), mas devemos pregar, crentes de que estamos sendo instrumentos de Deus.
L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30).
A partir do verso 7 ao 30, estaremos vendo a missão dos doze na Galileia. Marcos registra agora o envio dos apóstolos para demonstrar que o ministério deles era uma extensão do ministério de Jesus desde o princípio (vs. 7-13,30).
Ele inseriu um relato da morte de João Batista (vs. 14-29) para demonstrar que a missão de Jesus e de seus discípulos suplantava o ministério de João e seus discípulos.
Tendo sido, os doze, anteriormente apontados para andarem com Jesus (veja 3.14) e receberem revelação especial sobre o mistério da pessoa de Jesus e seu papel (veja 4.10,11), foi permitido aos doze compartilharem do ministério e autoridade de Jesus.
O verbo referente ao enviar no grego tem a mesma raiz que o substantivo traduzido como "apóstolo", e salienta a conexão dos doze com Jesus como seus representantes (3.14).
Ele os enviou de dois a dois. O princípio bíblico, no qual o testemunho deve ser dado por peio menos duas pessoas (Nm 35.30; Dt 17.6; 19.15; Mt 18.16; Jo 8.17; 2Co 13.1; 1Tm 5.19; Hb 10.28), é aplicado também no ministério missionário da igreja primitiva. Isso pode ser percebido com Pedro e João (At 3.1; 4.1), Paulo e Barnabé (At 13.2), Paulo e Silas (At 15.40).
Ao irem, conforme instruções do mestre, não deveriam levar nada com eles, nem mesmo pão. Mt 10.10 fornece a razão: "porque digno é o trabalhador do seu alimento".
No verso 9, ele fala que deveriam calçar sandálias, mas não levarem túnica extra. Em Mateus, Jesus proibiu usar sandálias (Mt 10.10), um detalhe que muitos consideram uma contradição bíblica.
Todavia, conforme a BEG, o bom senso sugere ser improvável que Jesus pedisse a seus discípulos para irem descalços quando tanto ele (Mc 1.7; Jo 1.27) como seu grande predecessor Moisés (At 7.33) usavam sandálias.
É mais provável que a passagem de Mateus pressuponha a ideia de sandálias "extras", como está explícito no caso das túnicas.
Quando eles chegassem a determinado lugar, deveriam entrar naquela casa e ficarem ali até partirem, mas se alguém não os recebesse, eles deveriam sacudir o pó dos pés.
Os judeus rigorosos sacudiam o pó de seus pés depois de viajarem através de territórios pagãos "imundos". A recusa do evangelho gera uma demonstração acusatória semelhante.
Destarte, saíram e pregaram ao povo arrependimento. Também expulsaram demônios, ungiram e curaram muitos doentes.
Chegou isto aos ouvidos do rei Herodes – vs. 14. Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, de linhagem árabe-idumeia, era na verdade o "tetrarca", ou governante, da Galileia e Pereia. A missão dos doze, que incluía curas e exorcismos feitos em nome de Jesus, chamou a atenção de Herodes.
O peso na consciência de Herodes era grande que começou a associar os fatos com João Batista. Naturalmente, a especulação a respeito da identidade profética de Jesus surgiu do relato da alimentação miraculosa (6.3Oss.; 8.1 ss.) e do caminhar sobre as águas (6.47ss.), e tudo isso aponta para algo maior — ou seja, a divindade de Jesus.
Mas primeiro o Evangelho de Marcos corrige os rumores sobre João Batista, a quem Herodes e outros identificavam com Jesus.
Marcos explica os detalhes da morte de João Batista. Como João expunha o seu pecado de sua situação irregular diante de Deus com Herodias, esta pediu a Herodes que prendesse João, porquanto ele dizia que não era lícito Herodes viver com a mulher do irmaõ dele.
Aristóbulo, um dos filhos de Herodes, o Grande (37-4 a.C.), foi o pai de Herodias. Herodes Antipas e Herodes Filipe eram meio-irmãos de Aristóbulo, também filhos de Herodes, o Grande.
Após casar-se com Herodes Filipe, meio-irmão do seu pai, Herodias abandonou-o para juntar-se numa nova relação incestuosa com outro meio-irmão dele, Herodes Antipas.
Essa era a frouxidão moral, típica da dinastia herodiana, contra o qual João Batista pregava com apoio da Escritura (Lv 18.16,20).
Isso suscitou ódio no coração de Herodias que exigiu de Herodes a prisão de João. Herodes temia João, mas era covarde e mais temente a mulher do que a Deus. Obedecendo ela, prendeu João até que houve uma festa de seu aniversário e a filha de Herodias foi dançar no salão para Herodes que se encantou com ela.
Ele chegou a jurar a ela que daria metade de seu reino, mas a menina foi buscar orientações com mãe que, sem dúvida, pediu a cabeça de João Batista em um prato.
Herodes resistiu, mas foi vencido por elas e por causa de sua palavra. Eles trouxeram a ele a cabeça de João em um prato. Ele entregou à jovem e esta à sua mãe. O maior de todos os homens, conforme Jesus, com a cabeça em um prato, servindo de zombaria para todos ali. E quanto a nós, seus seguidores? Será mesmo a vida nossa aqui nesta terra?
Marcos encapsulou o relato da morte de João Batista dentro do relato da missão evangelística dos apóstolos de Jesus. Ele, então, ligou a missão dos apóstolos ao papel específico que teriam no milagre da alimentação dos cinco mil por Jesus, visando demonstrar a superioridade do ministério de Jesus sobre o de João.
M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44).
Dos versos de 31 a 44, veremos a alimentação dos cinco mil. O ministério superior de Jesus sobre o de João Batista foi comprovado quando Jesus e seus apóstolos alimentaram os cinco mil.
Esse incidente também demonstrou a preocupação de Jesus quanto à necessidade diária do seu povo, expressado primeiramente em sua decisão de ensiná-los e depois em sua determinação em alimentá-los.
Havia muita gente ali que ia e vinha e eles estavam ficando cansados e com fome, razão porque Jesus quis ficar um pouco a sós com eles – eles estavam iniciando no mistério do reino (4.10-11) - era parte da preparação dos discípulos para o ministério vindouro esse tempinho com Jesus (4.34; 9.2,28; 13 3; cf. Jo 13.1; 16.29).
Foi assim que se afastaram um pouco para lugar solitário – vs. 32. Literalmente, "um lugar deserto" (1:12). Jesus estava para realizar um milagre importante no deserto.
Todo esse acontecimento relembra o início de Israel quando o povo foi guiado por manifestações do Espírito, provados pela experiência das dificuldades e sustentados pela intervenção miraculosa de Deus.
Ao sair do barco e Jesus notar aquela grande multidão, compadeceu-se deles. Uma atitude típica de Jesus quanto à desgraça e confusão do povo de Deus.
Jesus fez o que Deus prometeu que faria em Ez 34.11-14: "Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei... Apascentá-las-ei de bons pastos".
Assim, Jesus atuou como o Pastor Messias, tal qual Moisés (Nm 27.15-17; SI 77.20), Davi (SI 78.70-72) e o próprio Deus (SI 23.1; 74.1; 78.52-53; 80.1; Ez 34.15). Elas pareciam como ovelhas que não tinham pastor. No Antigo Testamento, Israel, abandonada pelos líderes infiéis, foi descrita da mesma maneira (Jr 50.6; Ez 34.1-10).
Os próprios discípulos ficaram preocupados com aquele povo no deserto e sugeriram a Jesus que este o dispensasse para irem procurar por comida, mas Jesus os surpreende e lança um desafio impossível aos discípulos. Era para eles mesmos darem de comer ao povo.
A primeira coisa que pensaram diante do desafio foi no dinheiro necessário para comprarem comida: 200 denários não seriam suficientes. Também achavam aquilo um grande desperdício.
No entanto Jesus pergunta a eles o que eles tinham ali com eles e eles conferiram e disseram a Jesus que tinham apenas cinco pães e dois peixes.
Foi nesse momento que Jesus ordenou que se fizessem todo o povo assentar-se em grupos na relva verde. A menção de grama, abundante no inverno e na primavera na Galileia, sugere que a ideia de Marcos sobre o "deserto" não era de um lugar árido, mas sim de um lugar isolado, separado.
Eles se sentaram em grupos de cem em cem e de cinquenta em cinquenta. Esse detalhe relembra a formação da antiga Israel no deserto, sob o comando de Moisés (Ex 18.21).
Estando todos assentados e curiosos do que iria acontecer em seguida, Jesus levanta o que tinha aos céus e faz uma oração de ação de graças ao Pai e em seguida, entregou aos seus discípulos para que servissem ao povo.
Todos comeram e se fartaram. Usando uma linguagem não dramática, Marcos relata um milagre espantoso. Isso também rememora a provisão miraculosa do maná/pão no deserto, sob o comando de Moisés (Ex 16.1-36), quando todos também comeram o quanto quiseram (Ex 16.16).
Além de comerem à vontade, também sobrou – vs. 43 - e ainda recolheram. Esse detalhe alude ao milagre do maná, em que nada deveria ser guardado para a manhã seguinte (Ex 16.19).
Recolheram doze cestos cheios. Esse detalhe relembra a divisão em doze partes da antiga Israel e sugere a importância do papel que os doze desempenhariam no estabelecimento da nova Israel com os seguidores de Jesus (3.14).
O verso 44 nos dá uma ideia da quantidade de pessoas alimentada por Jesus e os doze.
Marcos não usa o termo genérico para "homem", que também pode significar "ser humano", mas um termo específico que faz distinção entre homens e mulheres (cf. Êx 18.21).
Talvez a ideia seja a de "chefe de família", especialmente porque Mt 14.21 acrescenta as palavras "além de mulheres e crianças". A multidão poderia facilmente ter atingido quinze mil a vinte mil pessoas.
N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23)
A partir do verso 45 até o próximo capítulo, verso 23, veremos sua visita a Genesaré.
Marcos registrou a atividade de Jesus em Genesaré visando fornecer um conhecimento mais profundo do caráter dos apóstolos e do cuidado que Jesus tinha para com eles. Jesus resgatou-os de uma tempestade (vs. 45-56) e defendeu-os diante das autoridades religiosas hipócritas (7.1-23).
Jo 6.14-15 dá a razão para essa retirada repentina. O simbolismo do milagre convenceu a multidão, erroneamente, de que era hora de proclamar a Jesus como "rei" pelo uso da força, o que indicava o prelúdio de uma insurreição política.
Como Jesus ensinaria mais tarde a seus discípulos, "era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas... fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse" (8.31).
Ele, Jesus, subiu ao monte para orar, mas os seus discípulos seguiram viagem pelo mar. Já o barco estava no meio do mar e Jesus ainda na terra. Somente quando era alta madrugada que Jesus foi até eles, mas levitando. Era essa a quarta vigília da noite, ou seja, das três às seis horas da manhã. Os romanos dividiam a noite (das seis horas da tarde às seis horas da manhã) em quatro períodos.
Jesus deu a entender que passaria por eles, mas eles vendo a Jesus pensaram tratar-se de um fantasma ou coisa parecida. Uma palavra muita rara na Bíblia (em todo o Novo Testamento é empregada somente aqui e no relato paralelo de Mateus). Ela evoca a noção de imaginação supersticiosa do povo (veja Is 28.7).
Jesus os tranquiliza e diz que era ele mesmo. A frase no grego é também a tradução da Septuaginta (a tradução grega do AT) para o nome divino "EU SOU", que foi revelado a Moisés na ocasião do êxodo (Êx 3 14; veja também Dt 32.39; Is 41.4; 43.10,13,25; 45.18; 52.6; Os 13.4; II 2.27).
Marcos chama a atenção para a divindade de Jesus ao incluir todas as características do aparecimento de Deus (temor dos homens, identificação divina e palavras de afirmação). Recentemente vi um vídeo de um líder muçulmano humilhando com seu conhecimento bíblico espetacular sobre Jesus e o exaltando lá nas alturas, mas, no entanto, negando a sua divindade.
Textos como estes precisam ser mais bem estudados, inclusive no grego e no hebraico para questões de confrontamento com semelhantes pessoas.
Foram três as falas de Jesus, conforme Marcos:
ü  Coragem!
ü  Sou eu!
ü  Não tenham medo!
Jesus, então, sobe no barco e o vento se acalma e todos ficam atônitos.
6.52. Essa observação de que eles não haviam compreendido o milagre dos pães, indica que o milagre da alimentação contém o mesmo mistério sobre Jesus que o seu caminhar sobre as águas e o uso do seu nome divino.
Jesus, em relação à sua humanidade, era de fato o novo Moisés, porém ele era também Deus, aquele que provê pão do céu (Êx 16.4; a BEG recomenda nesse ponto ver seu excelente artigo teológico "Jesus Cristo, Deus e homem", em Jo 1).
A razão porque não tinham compreendido o milagre dos pães era por causa da dureza de seus corações. Todas as formas de pecado e deficiência espiritual são produtos de um coração endurecido (7.21; veja também Êx 8.15; Ef 4.18).    
Prosseguindo na viagem, chegaram a Genesaré. Uma região na margem oeste do mar da Galileia (também chamado de lago de Genesaré; veja Lc 5.1).
Eles não tiveram sossego, pois assim que chegaram, foram reconhecidos e o povo começou a trazer seus enfermos em leitos por onde ouviam que eles estivessem. Não importava onde estivesse, lá estaria a população com seus enfermos em fila esperando a ministração de cura de Jesus e de seus discípulos. Jesus ia, destarte, curando a todos.
Mc 6:1 Saiu Jesus dali,
e foi para a sua terra,
e os seus discípulos o seguiam.
Mc 6:2 Ora, chegando o sábado,
começou a ensinar na sinagoga;
e muitos,
ao ouví-lo,
se maravilhavam, dizendo:
Donde lhe vêm estas coisas?
e que sabedoria é esta que lhe é dada?
e como se fazem tais milagres
por suas mãos?
Mc 6:3 Não é este o carpinteiro,
filho de Maria, irmão de Tiago,
de José, de Judas e de Simão?
e não estão aqui entre nós suas irmãs?
E escandalizavam-se dele.
Mc 6:4 Então Jesus lhes dizia:
Um profeta não fica sem honra senão
na sua terra, entre os seus parentes,
e na sua própria casa.
Mc 6:5 E não podia fazer ali nenhum milagre,
a não ser curar alguns poucos enfermos,
impondo-lhes as mãos.
Mc 6:6 E admirou-se da incredulidade deles.
Em seguida
percorria as aldeias circunvizinhas,
ensinando.
Mc 6:7 E chamou a si
os doze,
e começou a enviá-los a
dois e dois,
e dava-lhes poder
sobre os espíritos imundos;
Mc 6:8 ordenou-lhes
que nada levassem para o caminho,
senão apenas um bordão;
nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto;
Mc 6:9 mas que fossem calçados de sandálias,
e que não vestissem duas túnicas.
Mc 6:10 Dizia-lhes mais:
Onde quer que entrardes numa casa,
ficai nela até sairdes daquele lugar.
Mc 6:11 E se qualquer lugar não vos receber,
nem os homens vos ouvirem,
saindo dali,
sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés,
em testemunho conta eles.
Mc 6:12 Então
saíram
e pregaram
que todos se arrependessem;
Mc 6:13 e expulsavam muitos demônios,
e ungiam muitos enfermos com óleo,
e os curavam.
Mc 6:14 E
soube disso o rei Herodes
(porque o nome de Jesus se tornara célebre), e disse:
João, o Batista, ressuscitou dos mortos;
e por isso estes poderes milagrosos operam nele.
Mc 6:15 Mas outros diziam:
É Elias.
E ainda outros diziam:     
É profeta como um dos profetas.
Mc 6:16 Herodes, porém, ouvindo isso, dizia:
É João,
aquele a quem eu mandei degolar:
ele ressuscitou.
Mc 6:17 Porquanto o próprio Herodes
mandara prender a João,
e encerrá-lo maniatado no cárcere,
por causa de Herodias,
mulher de seu irmão Filipe;
porque ele se havia casado com ela.
Mc 6:18 Pois João dizia a Herodes:
Não te é lícito ter a mulher de teu irmão.
Mc 6:19 Por isso Herodias
lhe guardava rancor
e queria matá-lo,
mas não podia;
Mc 6:20 porque Herodes temia a João,
sabendo que era varão justo e santo,
e o guardava em segurança;
e, ao ouvi-lo, ficava muito perplexo,
contudo de boa mente o escutava
Mc 6:21 Chegado, porém, um dia oportuno
quando Herodes no seu aniversário natalício
ofereceu um banquete
aos grandes da sua corte, aos principais da Galiléia,
Mc 6:22 entrou a filha da mesma Herodias
e, dançando,
agradou a Herodes e aos convivas.
Então o rei disse à jovem:
Pede-me o que quiseres,
e eu to darei.
Mc 6:23 E jurou-lhe, dizendo:
Tudo o que me pedires te darei,
ainda que seja metade do meu reino.
Mc 6:24 Tendo ela saído, perguntou a sua mãe:
Que pedirei? Ela respondeu:
A cabeça de João, o Batista.
Mc 6:25 E tornando logo com pressa à presença do rei,
pediu, dizendo:
Quero que imediatamente me dês num prato
a cabeça de João, o Batista.
Mc 6:26 Ora, entristeceu-se muito o rei;
todavia, por causa dos seus juramentos
e por causa dos que estavam à mesa,
não lha quis negar.
Mc 6:27 O rei, pois,
enviou logo um soldado da sua guarda
com ordem de trazer a cabeça de João.
Então ele foi
e o degolou no cárcere,
Mc 6:28 e trouxe a cabeça
num prato
e a deu à jovem,
e a jovem a deu à sua mãe.
Mc 6:29 Quando os seus discípulos ouviram isso,
vieram,
tomaram o seu corpo
e o puseram num sepulcro.
Mc 6:30 Reuniram-se os apóstolos com Jesus
e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Mc 6:31 Ao que ele lhes disse:
Vinde vós, à parte, para um lugar deserto,
e descansai um pouco.
Porque eram muitos
os que vinham e iam,
e não tinham tempo nem para comer.
Mc 6:32 Retiraram-se, pois,
no barco para um lugar deserto, à parte.
Mc 6:33 Muitos, porém,
os viram partir,
e os reconheceram;
e para lá correram a pé de todas as cidades,
e ali chegaram primeiro do que eles.
Mc 6:34 E Jesus,
ao desembarcar,
viu uma grande multidão
e compadeceu-se deles,
porque eram como ovelhas que não têm pastor;
e começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Mc 6:35 Estando a hora já muito adiantada,
aproximaram-se dele seus discípulos e disseram:
O lugar é deserto,
e a hora já está muito adiantada;
Mc 6:36 despede-os,
para que vão aos sítios e às aldeias, em redor,
e comprem para si o que comer.
Mc 6:37 Ele, porém, lhes respondeu:
Dai-lhes vós de comer.
Então eles lhe perguntaram:
Havemos de ir
comprar duzentos denários de pão
e dar-lhes de comer?
Mc 6:38 Ao que ele lhes disse:
Quantos pães tendes?
Ide ver.
E, tendo-se informado, responderam:
Cinco pães e dois peixes.
Mc 6:39 Então lhes ordenou
que a todos fizessem reclinar-se,
em grupos,
sobre a relva verde.
Mc 6:40 E
reclinaram-se em grupos
de cem e de cinqüenta.
Mc 6:41 E
tomando os cinco pães
e os dois peixes,
e erguendo os olhos ao céu,
os abençoou;
partiu os pães
e os entregava a seus discípulos
para lhos servirem;
também repartiu
os dois peixes por todos.
Mc 6:42 E
todos comeram
e se fartaram.
Mc 6:43 Em seguida,
recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe.
Mc 6:44 Ora, os que comeram os pães
eram cinco mil homens.
Mc 6:45 Logo em seguida
obrigou os seus discípulos a entrar no barco
e passar adiante,
para o outro lado,
a Betsaida,
enquanto ele despedia a multidão.
Mc 6:46 E,
tendo-a despedido,
foi ao monte
para orar.
Mc 6:47 Chegada a tardinha,
estava o barco no meio do mar,
e ele sozinho em terra.
Mc 6:48 E,
vendo-os fatigados a remar,
porque o vento lhes era contrário,
pela quarta vigília da noite, foi ter com eles,
andando sobre o mar;
e queria passar-lhes adiante;
Mc 6:49 eles, porém,
ao vê-lo andando sobre o mar,
pensaram que era um fantasma e gritaram;
Mc 6:50 porque todos o viram e se assustaram;
mas ele imediatamente falou com eles
e disse-lhes:
Tende ânimo;
sou eu;
não temais.
Mc 6:51 E subiu para junto deles no barco,
e o vento cessou;
e ficaram, no seu íntimo,
grandemente pasmados;
Mc 6:52 pois não tinham compreendido
o milagre dos pães,
antes o seu coração
estava endurecido.
Mc 6:53 E, terminada a travessia,
chegaram à terra em Genezaré,
e ali atracaram.
Mc 6:54 Logo que desembarcaram,
o povo reconheceu a Jesus;
Mc 6:55 e correndo eles por toda aquela região,
começaram a levar nos leitos
os que se achavam enfermos,
para onde ouviam dizer que ele estava.
Mc 6:56 Onde quer, pois, que entrava,
fosse nas aldeias, nas cidades ou nos campos,
apresentavam os enfermos nas praças,
e rogavam-lhe que os deixasse tocar
ao menos a orla do seu manto;
e todos os que a tocavam
ficavam curados.
Onde Jesus estava e andava, a cura andava com ele. As pessoas se reuniam diante dele para ao menos tocar em suas vestes e todos que tocavam nas suas vestes conforme criam, eram curados.
Nosso povo está doente! Estamos doentes por causa de nossos vícios e hábitos alimentares modernos onde os produtores visam o lucro e jamais o bem-estar de quem precisa consumir. Estamos colocando veneno em nossos corpos e estamos ficando podres.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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domingo, 6 de setembro de 2015

Marcos 5.1-43 - JESUS CONTINUA A LIBERTAR, A CURAR E A SALVAR VIDAS.

Estamos vendo o evangelho de Marcos que foi escrito para apresentar as boas-novas de Jesus a um público essencialmente gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Estamos na parte II, no capítulo 5.
II. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILEIA (1.14 - 9.50) – continuação.
Como já dissemos, até ao cap. 9, estaremos vendo o ministério de Jesus na Caldeia, onde Marcos o divide, conforme a BEG, em dois estágios. Antes de passar ao relato da atividade de Jesus na Judeia e em Jerusalém, Marcos descreveu como Jesus fez grande parte da sua obra na Galileia, uma região ao norte conhecida como gentia, pois muitos gentios moravam ali. Ao focalizar a atenção do ministério de Jesus aos gentios, Marcos procurava despertar o interesse dos seus leitores gentios que seguiam a Cristo.
Esta parte II foi dividida em 17 subpartes, conforme a BEG: A. O chamado dos primeiros discípulos (1.14-20) – já vimos; B. O ministério em Cafarnaum (1.21-34) – já vimos; C. O ministério ao redor da Caldeia (1.35-45) – já vimos; D. Curando em Cafarnaum (2.1-12) – já vimos; E. O chamado de Levi (2.13-17) – já vimos; F Controvérsias com as autoridades (2.18 - 3.12) – já vimos; G. O chamado dos doze (3.13-19) – já vimos; H. Acusações em Cafarnaum (3.20-35) – já vimos; I. As parábolas do reino (4.1-34) – já vimos; J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – concluiremos agora; K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6) – começaremos a ver agora; L. A missão dos doze na Galileia (6.7-30); M. A alimentação dos cinco mil (6.31-44); N. A visita a Genesaré (6.45 - 7.23); O. Tiro, Sidom e Decápolis (7.24 - 8.9); P. A região de Cesareia de Filipe (8.10 - 9.32); e, Q. O retorno a Cafarnaum (9.33-50).
J. A viagem para Decápolis (4.35 - 5.20) – continuação.
Aqui, Jesus, atravessando o mar da Galiléia, chega à terra dos Gadarenos e lá um homem possesso sai ao seu encontro correndo e o adorou! Era um demônio chamado de Legião, por que eram muitos, que estava na vida daquele homem roubando a sua vida, sugando tudo o que poderia haver de bom.
Cadeias não podiam prendê-lo e todos tinham medo dele. Vivia nos sepulcros e era uma coisa na sociedade, menos gente. Não produzia nada e era objeto de desprezo, de escárnio e até de maldição até que teve um encontro com Jesus.
Quantas não são as vidas que estão hoje escravizadas pelo diabo e que precisam de um encontro pessoal com Jesus? Drogados, viciados em álcool, tabaco, pornografia, masturbação, violência, ignorância e tantas outras porcarias vivem em forma de legiões ocupando corpos que deveriam estar dando glórias a Deus.
Somos nós que estamos sendo convidados e convocados pelo Senhor para irmos por ai a pregarmos a palavra de Deus. Ao pregarmos, Deus fará a sua obra libertando e curando vidas.
Vejamos, abaixo, conforme a BEG, maiores detalhes desse tão grande livramento.
Alguns manuscritos antigos substituem gerasenos por "gadarenos", mas a região de Gerasa, que fica a cerca de 60 km ao sul do lago, parece a mais provável, pois possui o tipo de terreno escarpado e os túmulos descritos no relato.
Todavia, a cidade de Gadara ficava bem perto do lago, distante apenas 16 km ao sul. O Evangelho de Marcos descreve Jesus se locomovendo deliberadamente ao território pagão de Decápolis (dez cidades-estados gregas independentes, organizadas numa sociedade política comum).
Além do mais, a presença da manada de porcos demonstra que esses acontecimentos ocorreram num ambiente totalmente pagão.
Aquele homem gadareno com espírito maligno vivia nos sepulcros. Esse homem possuído (havia dois, de acordo com Mt 8.28) vivia isolado do contato normal com a sociedade, tendo abandonando a sua vila e a sua família (vs. 19).
Violência e urna força física incomum (vs. 5; 9.22) costumam caracterizar aqueles possuídos por demônios (1.26; 9.18-26; 5.13), mas diante do poder espiritual de Jesus os demônios se acovardavam e fugiam.
Chamar alguém pelo nome parece ser urna maneira de ganhar poder sobre essa pessoa, mas esse não era o método que Jesus usava em todos os seus exorcismos (p. ex., 7.26-29).
O(s) demônio(s) já havia(m) identificado Jesus (vs. 7), como haviam feito em 1.24 e faziam geralmente (1.34), porém por meio dessa pergunta Jesus revelou o seu poder superior.
Os demônios foram forçados a se revelar diante de Jesus: não era apenas um, mas muitos (uma legião romana era formada por seis mil homens). Não está claro se a resposta foi dada pelo homem possesso ou por um representante da legião de demônios.
Do mesmo modo que em 5.9, não está claro quem fez a pergunta, se o próprio homem possesso ou o demônio que representava a legião. De qualquer modo, o suplicante invocou o nome de Deus para se proteger (vs. 7), pois Jesus tinha absoluto poder para fazer com eles o que bem desejasse.
Jesus não atirou os demônios no abismo (isto é, no inferno; cf. Lc 8.31), mas permitiu que eles entrassem nos porcos, que se atiraram pelo precipício.
Essa foi uma demonstração dramática do poder de Jesus sobre o mal (veja os efeitos desse acontecimento nos vs. 14,16) e da presença do reino já em funcionamento no seu ministério (veja Lc 11.20).
A razão para essa "permissão" parece ser que a vitória de Jesus sobre o mal estava apenas começando. Esse ato, então, foi um sinal do reino; porém, o reino viria "com poder" (9.1) e o poder do mal seria derrotado na cruz (Cl 2.14-15; cf. Fp 2.8-10; Ap 12.1-14; 20.1-3).
Em comparação com sua condição anterior violenta e a recente destruição dos porcos, o homem "assentado, vestido, em perfeito juízo" forneceu uma eloquente expressão da noção de tranquilidade, vida e restauração que provém do poder de Jesus (cf. 4.39; 9.26-27).
Esse homem se tornaria o primeiro missionário gentio. Enquanto entre os judeus, Jesus ordenou silêncio (1.34,44; 3.12; 8.30; 9.9,30), mas no território pagão de Decápolis, a preparação do solo para a futura missão da igreja poderia começar.
K. A continuidade do ministério na Galileia (5.21 - 6.6).
Doravante, até 6.6 veremos a continuidade do ministério na Galileia. Jesus, depois de ter libertado aquele homem, voltou de barco para a outra margem e, novamente, uma grande multidão se reuniu a ele à beira-mar.
Marcos registrou acontecimentos na Galileia que demonstraram a importância da fé para o sucesso do ministério de Jesus. O objetivo de Marcos era encorajar a fé de seus leitores ao buscarem as bênçãos de Cristo.
Naquele momento chegou ali um dos principais da sinagoga. Uma expressão ambígua que pode significar "um dos dirigentes da sinagoga" ou "o dirigente de uma das sinagogas". Apesar de ser um leigo, o dirigente tinha responsabilidades sociais e religiosas muito importantes, incluindo não apenas a manutenção do edifício, como também o bom andamento dos serviços e a escolha das leituras da Torá.  
O nome dele era Jairo e logo se prostrou diante de Jesus. Ele tinha uma filha que estava morrendo e pediu a Jesus que sobre ela impusesse suas mãos e ela seria curada.
É impressionante que imediatamente Jesus se levanta e vai com ele e uma grande multidão o estava seguindo.
Foi nesse momento, enquanto caminhava em direção à filha de Jairo, que se intromete no caminho uma mulher que tinha um fluxo terrível de sangue.
A passagem – vs. 25 - não é muito específica, porém em Lv 20.18 da Septuaginta (a tradução grega do AT) o mesmo termo indica menstruação, o que tornaria a mulher cerimonialmente "imunda" (Lv 15.25-33).
Sua condição estava "indo a pior" (vs. 26), sem dúvida desqualificando-a não apenas para o casamento (Lv 20.18), como também para a maior parte da vida religiosa judaica.
Ela já tinha gastado muito com médicos, mas estes não puderam ajudá-la, pior, ficava a cada dia mais complicado o seu caso. Quando ela avistou Jesus, não teve dúvidas e com muita fé, enfrentou a multidão até tocar em Jesus de forma diferente, pois que todos o tocavam.
Ao tocar nele, dele saiu virtude ou poder. É a única ocorrência dessa frase. Quem me tocou nas vestes? Jesus sentiu o toque da fé até mesmo entre a multidão, com as pessoas esbarrando nele o tempo todo.
Como a mulher havia estado banida da sociedade durante muitos anos, a cura apenas se completou quando Jesus a identificou publicamente, elogiando-a por sua fé e declarando a todos que ela havia sido curada (vs. 34) e, dessa maneira, purificada.
Marcos reforça o papel da fé em Jesus para o avanço do seu ministério. Essa mulher tinha fé (vs. 34), Jesus pediu a Jairo para crer (vs. 36), mas a cidade natal de Jesus demonstrou "incredulidade" (6.6).
Ele lhe respondeu que a fé dela a havia curado ou salvado. O duplo significado desse verbo (também usado no vs. 28) "curar" (o corpo) e "salvar" (a pessoa) — e a fé usada no processo de cura, indicam que o objetivo das curas de Jesus era conduzir as pessoas à fé e à salvação (1.40-41; 2.5,9).
Ainda Jesus estava ministrando a ela, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga para não mais molestarem a Jesus por que a menina tinha morrido, mas Jesus os advertiu que apenas cressem – vs. 36.
Nisso, Jesus também limitou os que teriam acesso a ela e seriam testemunha do que estaria prestes a realizar. Havia muitos discípulos (4.10), dentre os quais doze foram designados apóstolos (3.13ss.). Entre os doze, alguns (Pedro, Tiago e João, às vezes André) desfrutaram de uma intimidade muito maior com Jesus, mais notavelmente durante a transfiguração (9.2ss.) e no Getsêmani (14.32). Jesus somente deixou entrar ali a Pedro, Tiago e João e seus pais.
Nos países orientais, o pranto ainda é uma expressão costumeira de tristeza, e até mesmo é costume contratar pranteadores profissionais.
Jesus havia manda sair a todos. Jesus não estava interessado em produzir um grande espetáculo de cura. Antes, estava preocupado com o sofrimento da menina, com a fé de seus pais (veja também o vs. 19 quanto ao respeito de Jesus pela família) e com o objetivo supremo de sua missão (vs. 43).
Ele pega então em suas mãos – a menina estava morta – e diz em aramaico “Talitá Cumi”. Uma expressão aramaica que significa "Menina, levante-se!". O aramaico era a língua popular falada na Palestina. Marcos usou expressões aramaicas para outros termos (3.17; 7.11; 10.46; 14.36), aparentemente visando dar mais realismo.
A morte teve de recuar e devolver a menina à vida que pertence a Deus e ela foi restituída à sua família e Jesus ordenou-lhes expressamente – vs. 43 – que ninguém o soubesse e mandou dar a ela comida à vontade.
Mc 5:1 Entrementes,
chegaram à outra margem do mar,
à terra dos gerasenos. Mc 5:2
Ao desembarcar,
logo veio dos sepulcros, ao seu encontro,
um homem possesso de espírito imundo,
Mc 5:3 o qual vivia nos sepulcros,
e nem mesmo com cadeias
alguém podia prendê-lo;
Mc 5:4 porque, tendo sido muitas vezes preso
com grilhões e cadeias,
as cadeias foram quebradas por ele,
e os grilhões, despedaçados.
E ninguém podia subjugá-lo.
Mc 5:5 Andava sempre, de noite e de dia,
clamando por entre os sepulcros e pelos montes,
ferindo-se com pedras.
Mc 5:6 Quando, de longe,
viu Jesus,
correu
e o adorou,
Mc 5:7 exclamando com alta voz:
Que tenho eu contigo, Jesus,
Filho do Deus Altíssimo?
Conjuro-te por Deus
que não me atormentes!
Mc 5:8 Porque Jesus lhe dissera:
Espírito imundo,
sai desse homem!
Mc 5:9 E perguntou-lhe:
Qual é o teu nome?
Respondeu ele:
Legião é o meu nome,
porque somos muitos.
Mc 5:10 E rogou-lhe
encarecidamente
que os não mandasse para fora do país.
Mc 5:11 Ora, pastava ali pelo monte
uma grande manada de porcos.
Mc 5:12 E os espíritos imundos
rogaram a Jesus, dizendo:
Manda-nos para os porcos,
para que entremos neles.
Mc 5:13 Jesus o permitiu.
Então, saindo os espíritos imundos,
entraram nos porcos;
e a manada, que era cerca de dois mil,
precipitou-se despenhadeiro abaixo,
para dentro do mar,
onde se afogaram.
Mc 5:14 Os porqueiros fugiram
e o anunciaram na cidade e pelos campos.
Então, saiu o povo para ver o que sucedera.
Mc 5:15 Indo ter com Jesus,
viram o endemoninhado,
o que tivera a legião,
assentado,
vestido,
em perfeito juízo;
e temeram.
Mc 5:16 Os que haviam presenciado os fatos
contaram-lhes
o que acontecera ao endemoninhado
e acerca dos porcos.
Mc 5:17 E entraram a rogar-lhe
que se retirasse da terra deles.
Mc 5:18 Ao entrar Jesus no barco,
suplicava-lhe o que fora endemoninhado
que o deixasse estar com ele.
Mc 5:19 Jesus, porém,
não lho permitiu,
mas ordenou-lhe:
Vai para tua casa,
para os teus.
Anuncia-lhes
tudo o que o Senhor te fez
e como teve compaixão de ti.
Mc 5:20 Então,
ele foi
e começou a proclamar em Decápolis
tudo o que Jesus lhe fizera;
e todos se admiravam.
Mc 5:21 Tendo Jesus voltado no barco,
para o outro lado,
afluiu para ele grande multidão;
e ele estava junto do mar.
Mc 5:22 Eis que se chegou a ele
um dos principais da sinagoga,
chamado Jairo,
e, vendo-o,
prostrou-se a seus pés
Mc 5:23 e insistentemente lhe suplicou:
Minha filhinha está à morte;
vem,
impõe as mãos sobre ela,
para que seja salva,
e viverá.
Mc 5:24 Jesus foi com ele.
Grande multidão o seguia,
comprimindo-o.
Mc 5:25 Aconteceu que certa mulher,
que, havia doze anos,
vinha sofrendo de uma hemorragia
Mc 5:26 e muito padecera à mão de vários médicos,
tendo despendido tudo quanto possuía,
sem, contudo, nada aproveitar,
antes, pelo contrário, indo a pior,
Mc 5:27 tendo ouvido a fama de Jesus,
vindo por trás dele,
por entre a multidão,
tocou-lhe a veste.
Mc 5:28 Porque, dizia:
Se eu apenas lhe tocar as vestes,
ficarei curada.
Mc 5:29 E logo
se lhe estancou a hemorragia,
e sentiu no corpo
estar curada do seu flagelo.
Mc 5:30 Jesus,
reconhecendo
imediatamente
que dele saíra poder,
virando-se no meio da multidão, perguntou:
Quem me tocou nas vestes?
Mc 5:31 Responderam-lhe seus discípulos:
Vês que a multidão te aperta e dizes:
Quem me tocou?
Mc 5:32 Ele, porém,
olhava ao redor para ver quem fizera isto.
Mc 5:33 Então, a mulher,
atemorizada e tremendo,
cônscia do que nela se operara,
veio,
prostrou-se diante dele
e declarou-lhe toda a verdade.
Mc 5:34 E ele lhe disse:
Filha,
a tua fé te salvou;
vai-te em paz
e fica livre do teu mal.
Mc 5:35 Falava ele ainda,
quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga,
a quem disseram:
Tua filha já morreu;
por que ainda incomodas o Mestre?
Mc 5:36 Mas Jesus,
sem acudir a tais palavras,
disse ao chefe da sinagoga:
Não temas,
crê somente.
Mc 5:37 Contudo,
não permitiu que alguém o acompanhasse,
senão Pedro
e os irmãos Tiago
e João.
Mc 5:38 Chegando à casa do chefe da sinagoga,
viu Jesus o alvoroço,
os que choravam
e os que pranteavam muito.
Mc 5:39 Ao entrar, lhes disse:
Por que estais em alvoroço e chorais?
A criança não está morta,
mas dorme.
Mc 5:40 E riam-se dele.
Tendo ele, porém,
mandado sair a todos,
tomou o pai
e a mãe da criança
e os que vieram com ele
e entrou onde ela estava.
Mc 5:41 Tomando-a pela mão, disse:
Talitá cumi!,
que quer dizer:
Menina, eu te mando,
levanta-te!
Mc 5:42 Imediatamente,
a menina se levantou
e pôs-se a andar;
pois tinha doze anos.
Então,
ficaram todos sobremaneira admirados.
Mc 5:43 Mas Jesus
ordenou-lhes expressamente
que ninguém o soubesse;
e mandou
que dessem de comer à menina.
Jesus está libertando, curando, ressuscitando, salvando vidas. É este o seu ministério e é este o nosso ministério que ele deixou para fazermos até o dia em que nos recolher para sua glória.
A Deus toda glória! p/ pr. Daniel Deusdete
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