Miqueias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
IV. O JULGAMENTO DA NAÇÃO E A RESTAURAÇÃO FUTURA (6.1-7.20).
Veremos nesta parte, a última do livro, o
julgamento da nação e a restauração futura.
Deus anunciou castigar Judá e Jerusalém com
derrota e exílio, pois a nação havia violado a aliança de maneira clamorosa,
mas um dia ambas seriam restauradas. Nesse terceiro ciclo de julgamentos e
bênçãos, Miquéias focou na nação como um todo e na maravilha da salvação final
do povo de Deus.
Esses capítulos se dividem em cinco seções:
julgamentos por quebra da aliança (6.1-8), maldições sobre Jerusalém (6.9-16),
a desintegração da nação (7.1-6), uma expressão de confiança na salvação de
Deus (7.7) e um hino de louvor como encerramento (7.8-20) que formarão a
seguinte estruturação, conforme a BEG: A. O julgamento pela quebra da aliança
(6.1-8) – vermos agora; B. O
julgamento de maldições sobre Israel (6.9-16) – veremos agora; C. O julgamento da desintegração social (7.1-6); D.
A confiança de Miqueias em Deus (7.7); e, E. Hino de louvor pela vitória de
Deus (7.8-20).
A. O julgamento pela quebra da aliança (6.1-8).
Nos próximos 8 versículos, veremos o julgamento
por quebra da aliança. Esse oráculo segue o padrão de uma ação judicial da
aliança, na qual Deus acusa e julga o seu povo por violações flagrantes da
aliança.
Após uma introdução no vs. la, dirigida ao
público do livro, esse oráculo é dividido em três partes:
(1)Ele
começa com uma cena de julgamento que inclui:
üO
Senhor como o queixoso.
üMiquéias
como o seu enviado.
üOs
montes como testemunhas.
üIsrael
como o acusado (vs. lb-2).
(2)O
Senhor então acusa os israelitas de ingratidão (vs. 3) e os chama a
lembrarem-se (vs. 5) de seus atos graciosos e salvadores durante o período de
formação de Israel - do êxodo do Egito até a entrada na Terra Prometida (vs.
4-5).
(3)O
Senhor então exige justiça como pré-requisito para reconciliação consigo e
acesso à sua presença salvadora (vs. 6-8).
Esse processo, o qual é dirigido ao
"Povo meu" (vs. 3,5), busca restaurar, não condenar.
Miquéias chama a atenção ao que está a
dizer o Senhor que pede que se abra processo (NVI) ou defenda a tua causa (ARA)
perante os montes e colinas, pois que ele estará entrando em juízo contra
Israel.
Jacó e Labão empilharam pedras como
testemunhas da aliança entre eles, então o Senhor usou os montes duradouros
como testemunhas da aliança que Moisés mediou (Dt 4.26; 30.19, 31.28; 32.1).
Deus está chamando a atenção deles para suas
memórias das coisas que aconteceram e de como o Senhor os guiou desde o Egito
até Gilgal.
Estes dois extremos - o êxodo do Egito e a
entrada na Terra Prometida - representam todos os atos salvadores de Deus
durante o período de formação de Israel, incluindo a Páscoa, o anjo do Senhor,
a passagem pelo mar Vermelho, a provisão de maná, a água da pedra e a vitória
sobre os inimigos.
Ele continua a apelar para a lembrança
deles – vs. 5 - para os fatos que aconteceram em sua jornada sugerindo não
apenas a recordação de acontecimentos passados, mas os trazendo para ter
ligação com a existência presente, tornando-os efetivos no presente por meio da
imaginação e da fé.
Uma vez desperta a consciência pelas recordações
do povo, como iriam eles se apresentar diante do Senhor, curvando-se em
reconhecimento de seu governo e providência na vida deles? Seria com multidões
de sacrifícios? Agradaria o Senhor com isso?
Embora ele parecesse bastante religioso ao
intensificar o valor do seu sacrifício, o adorador representativo condenou a si
mesmo. Com sua atitude de descaso, desprezo e rejeição a Deus, esse adorador manifestou
com isso:
·Uma
profunda descrença na graça de Deus, pois a salvação de Israel (vs. 4-5) era
gratuita.
·Um
profundo mal entendimento de suas obrigações da aliança, as quais ordenavam
justiça social e misericórdia, não mera liturgia (vs. 7-8).
·Uma
profunda recusa em arrepender-se, pois em vez de pedir que Deus o mudasse, ele
quis subornar Deus juntamente com os magistrados, profetas e sacerdotes de
Israel (3.11).
Sua tentativa de comprar Deus levou-o a
oferecer (de maneira absurda) "ribeiros de azeite" e (de maneira
pagã) o seu "primogênito" – vs. 7. O povo não queria Deus por ele ser
Deus, mas queria deuses, conforme os seus ventres, que mediante sacrifícios fizessem
a vontade de seu adorador. Era esse o deus-escravo, mendigo, que careceria da
adoração e de sacrifícios de seus adoradores.
O Deus verdadeiro é autossuficiente e se
basta a si mesmo, não depende do amor, nem da adoração, muito menos dos
sacrifícios de seus adoradores. O fato de ele nos permitir a vida, mesmo em
contraditório a ele – uma burrice nossa! – é dom de Deus e graça soberana na
vida dos pecadores.
No verso 8, o profeta fala em nome do Deus
verdadeiro, mostrando o que ele quer de cada um de nós, ou seja, que pratiquemos
a justiça, amemos a fidelidade e andemos humildemente perante ele. O termo
também pode ser traduzido como "prudentemente". Na verdade, o Senhor
exigia pouco do seu povo (cf. Dt 30.11-14), mas mesmo assim eles violaram a
aliança e permaneceram condenados.
B. O julgamento de maldições sobre Israel (6.9-16).
Dos versos 9 ao 16, veremos o julgamento de
maldições sobre Israel. Esse oráculo consiste:
·De
um discurso a Jerusalém (vs. 9).
O
sensato aqui seria dar ouvidos à voz do Senhor e temer o seu nome, pois ele
está clamando à cidade!
·Uma
acusação do uso de medidas falsas (vs. 10-11) e discurso falso (vs. 12).
Que
pureza poderia haver com balanças enganosas?
Todos
aqui parecem de mãos dadas à corrupção e ao engano, pois os ricos estavam
entregues à violência, obviamente para aumentarem e manterem os seus ganhos, o
povo mentindo e com isso treinando para se aperfeiçoarem no engano e as línguas,
em consequência, falando enganosamente.
·Uma
sentença judicial que consistia em doença e ruína em geral (vs. 13) e, mais
especificamente, aflições do corpo (vs. 14) e a pilhagem das colheitas (vs.
15).
O
Senhor não iria deixar isso dessa forma e assim os faria sofrer e se arruinarem
por causa de seus pecados – vs. 14 e 15:
üComerão,
mas não ficarão satisfeitos - continuarão de estômago vazio.
üAjuntarão,
mas nada preservarão, porquanto o que guardarem, à espada os entregará. Conforme
a BEG, muitas versões antigas sugerem a leitura "Entrarás em trabalhos de
parto, mas não darás à luz. E mesmo que você dê à luz uma criança, eu a
entregarei à espada" em lugar de “entregarei à espada”.
üPlantarão,
mas não colherão.
üEspremerão
azeitonas, mas não se ungirão com o azeite.
üEspremerão
uvas, mas não beberão o vinho.
»MIQUÉIAS [6]
Mq 6:1 Ouvi
agora o que diz o Senhor:
Levanta-te, contende perante os montes,
e ouçam os outeiros a tua voz.
Mq 6:2 Ouvi, montes, a demanda do Senhor,
e vós, fundamentos duradouros da terra;
porque o Senhor tem uma demanda com o seu povo
e com Israel entrará em juízo.
Mq 6:3 Ó povo meu, que é que te tenho feito?
e em que te enfadei?
testifica contra mim.
Mq 6:4 Pois te fiz subir da terra do Egito,
e da casa da servidão te remi;
e enviei adiante de ti a Moisés, Arão e Miriã.
Mq 6:5 Povo meu, lembra-te agora da consulta de
Balaque,
rei de Meabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de
Beor,
e do que sucedeu desde Sitini até Gilgal,
para que conheças as justiças do Senhor.
Mq 6:6 Com que me apresentarei diante do Senhor,
e me prostrarei perante o Deus excelso?
Apresentar-me-ei diante dele com holocausto,
com bezerros de um ano?
Mq 6:7 Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros,
ou de miríades de ribeiros de azeite?
Darei o meu primogênito pela minha transgressão,
o fruto das minhas entranhas
pelo pecado da minha alma?
Mq 6:8 Ele te declarou, ó homem,
o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti,
senão que pratiques a justiça,
e ames a benevolência,
e andes humildemente com o teu Deus?
Mq 6:9 A voz do Senhor clama à cidade,
e o que é sábio temerá o teu nome.
Escutai a vara, e quem a ordenou.
Mq 6:10 Porventura ainda há na casa do ímpio
tesouros de impiedade?
e a efa desfalcada, que é detestável?
Mq 6:11 Justificarei ao que tem balanças falsas,
e uma bolsa de pesos enganosos?
Mq 6:12 Pois os ricos da cidade estão cheios de
violência,
e os seus habitantes falam mentiras,
e a língua deles é enganosa na sua boca.
Mq 6:13 Assim eu também te enfraquecerei,
ferindo-te e assolando-te,
por causa dos teus pecados.
Mq 6:14 Tu comerás, mas não te fartarás;
e a tua fome estará sempre contigo;
removerás os teus bens, mas nada livrarás;
e aquilo que livrares,
eu o entregarei à espada.
Mq 6:15 Tu semearás, mas não segarás;
pisarás a azeitona,
mas não te ungirás de azeite;
e pisarás a vindima,
mas não beberás o vinho.
Mq 6:16 Porque se observam os estatutos de Onri,
e todas as obras da casa de Acabe,
e vós andais nos conselhos deles;
para que eu faça de ti uma desolação,
e dos seus habitantes um assobio.
Assim trareis sobre vós o opróbrio do meu povo.
O vs. 16 recapitula a mensagem:
·Acusação
(vs. 16a):
üObedecido
aos decretos de Onri.
üObedecido
a todas as práticas da família de Acabe.
üSeguido
as tradições deles.
·Sentença
(vs. 16b).
Seriam
entregues à ruína e o seu povo ao desprezo de forma que sofrerão a zombaria das
nações. A sentença cumpriu as maldições da aliança (cf. Lv 26; Dt 28).
Miquéias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar
tanto Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito
corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez
oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes
que se tornaram canibais (3.1-4) – já
vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da
destruição de Sião (3.9-12) – já vista;
D. Sião será exaltada (4.1-5) – já vista;
E. A força futura do remanescente (4.6-7)
– já vista; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – já vista; G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13) – já vista; H. O soberano messiânico
(5.1-6) – veremos agora; I. O reinado
futuro do remanescente (5.7-9) – veremos
agora; e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15) – veremos agora.
H. O soberano messiânico (5.1-6).
Dos versos de 1 ao 6, veremos a profecia
sobre o soberano messiânico.
Esse oráculo diz respeito a um rei da
família de Davi (o Messias) que estabeleceria um reino mundial que traria paz e
bênçãos ao povo fiel de Deus. Ele também vai da aflição atual (4.13) para a
vitória do Messias (vs. 1-3) e o triunfo da liderança (vs. 4-6).
As tropas deveriam ser reunidas por causa
do cerco e o principal líder estava ferido na face. O golpe na face do soberano
de Judá representa o insulto máximo - todo poder para resistir havia desaparecido.
Deus escolheu Belém de Judá para ali ser a
terra de nascimento do Messias, tão esperado e desejado das nações. Jesus, o
tão aguardado filho de Davi, cumpriu as promessas feitas nesse oráculo (Mt 2.6;
Lc 2.4,11; Jo 7.42).
Vejamos algumas características dessa
cidade[1]
escolhida por Deus como local do nascimento do Messias:
·Hodiernamente
é um deserto de cristãos, apenas uma ínfima parcela da população continua sendo
cristã.
·Belém
está hoje sob a direção de Autoridade Palestina.
·Ela
é cercada por muros, que a distanciam da mais nobre cidade do Mundo: Jerusalém,
que lembra Davi e Jesus Cristo.
·Belém
(em árabe بيتلحم, transl. Bayt Lam, lit. "Casa da Carne"; em
hebraico: ביתלחם, transl. Beit Lehem, lit. "Casa do Pão"; em grego :
Βηϑλεέμ, transl. Bethlehém; em latim: Bethlehem) é uma cidade Palestina
localizada na parte central da Cisjordânia, com uma população de cerca de
30.000 pessoas.
·É
considerada por Israel como parte da “Jerusalém Maior”.
·É
a capital da província de Belém, na Autoridade Nacional Palestina, e um centro de
cultura e turismo no país.
·Localiza-se
a cerca de 10 quilómetros ao sul de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros
acima do nível do mar.
·Apenas
2% são cristãos na cidade onde nasceu Jesus. O número de cristãos em Belém,
cidade considerada o local onde Jesus nasceu, está diminuindo. Há cem anos,
cerca de 40% da população da cidade era cristã, agora são 2%. E, de acordo com
algumas previsões, os últimos cristãos deverão deixar a cidade antes de 2025.
·Simon
Azazian, integrante da Sociedade Bíblica Palestina, crê que em alguns dos
vilarejos o número de cristãos é zero. "Em Birzavit, por exemplo, 100%
eram cristãos, depois (a porcentagem) caiu para 60%, agora são 40% e esse
número continua baixando.
·Alguns
cristãos (lembrando que a designação: “cristãos”, envolve todas as Igrejas que
professam o nome de Jesus Cristo!) dizem que esse êxodo se deve ao fundamentalismo
islâmico.
·A
cidade da Promessa, terra de Jessé, o belemita e de seu mais ilustre filho, o
Rei Davi, Belém (cujo nome em hebraico é Beit Lechem, a Casa do Pão) foi
fundada na região de Efrata, donde seu nome primitivo Efrata, já citado na
Bíblia (Gn 15,19; 35, 16.), pertencia à tribo de Judá, e por isso era designada
como Belém de Judá (Jz.17,7;Mt.2,5), para distingui-la de Belém de Zebulom (Js
19,15). Gênesis 35:19 narra que Raquel morreu de parto perto de Belém no
caminho a Efrata, e que Jacob colocou um monumento sobre sua tumba. (O sítio da
Tumba de Raquel, bem perto de Belém, é um Lugar Santo, judaico e até hoje um
local de peregrinação e oração.) Contudo, Belém é mais conhecida na tradição
judaica por causa do Rei David, e no Cristianismo, como o local do nascimento
de Jesus.
·Pesquisas
arqueológicas indicam que durante o período do Primeiro Templo a cidade murada
se localizava na área da Basílica da Natividade, e que as cavernas sob a
basílica poderiam ter sido usadas como extensões das residências particulares
(como depósitos, estábulos, etc.). Este uso de cavernas e cômodos escavados em
rochas era comum em toda a região até muito recentemente. Uma destas cavernas
foi transformada em santuário no século IV, considerada como sendo o sítio da
Natividade. A atual Basílica é a mais antiga igreja consagrada do mundo. Ela
foi construída pelo imperador bizantino Justiniano (527-565), no sítio de uma
basílica erigida anteriormente pelo imperador Constantino em 325.
·Em
Belém de Judá nasceram: o levita da Casa de Micas, a mulher do levita Efraim,
Boaz, Jessé e Davi, que, também ali, recebeu a unção de Samuel.
·Tendo
sido ocupada, por algum tempo, pelos filisteus, foi fortificada por Roboão e
repovoada quando da volta do Exílio babilônico.
·Mas,
Belém é célebre, sobretudo, por ser o local de nascimento de Jesus Cristo - Mt 2,16;
Lc 2, 4-15; Jo 7, 42), cumprindo-se, então a famosa profecia messiânica: “E tu Belém, terra de Judá, não és de modo
nenhum o menor dentre os principais lugares de Judá. Porque é de ti que há de
sair o Chefe, que há de pastorear o meu povo, Israel” (Mq. 5,2).
·E
é em Belém que se comemora o Natal dos peregrinos de todo o Mundo.
·O
turismo em Belém acelerou nos últimos anos, depois de ter perdido força durante
a Intifada palestina que eclodiu em 2000.
·Muitos
moradores dizem que o desenvolvimento é prejudicado por medidas de segurança
impostas por Israel para manter os radicais longe, incluindo um muro de oito
metros entre Belém e Jerusalém. Os visitantes e a população local têm de
conviver com esse muro.
No verso 3, é dito que os israelitas
ficariam abandonados até o nascimento do Messias. Israel, de fato, ficou sem um
rei de 586 a.C. até a vinda de Cristo. Depois, o restante de seus irmãos do
governante (o Messias) voltaria para se unir aos israelitas, ou seja, milhares
de israelitas que não haviam sido contados com o fiel remanescente foram
convertidos após o Pentecostes (At 2.41,47).
Ele se estabeleceria e os pastorearia na
força do Senhor, na majestade do nome do Senhor, o seu Deus. E eles viveriam em
segurança, pois a grandeza dele alcançaria os confins da terra – vs. 4. Jesus
ordenou que os seus discípulos espalhassem o seu reino a todas as nações (Mt
28.18-20; At 1.8). Cristo reinará no céu até que todos os seus inimigos sejam derrotados
(SI 110.1); e então ele retornará como o Rei de todas as coisas. Isso deve
ocorrer em breve (estamos em julho de 2015).
Ele também seria a paz deles e quando os
assírios invadissem não haveria falta de quem pudesse estar à frente liderando
o povo. Em contraste com a liderança inadequada que Judá experimentou no
passado (3.1-11), haveria um número mais do que suficiente de líderes capazes
para expandir o reino de Cristo.
Esses líderes, sete pastores, até oito
líderes escolhidos, pastorearia a Assíria com a espada e a terra de Ninrode com
a espada empunhada. Essa palavra contra a Assíria, a qual seria punida pela
destruição do Reino do Norte e pelos problemas em Judá nos dias de Ezequias, se
estende à "terra de Ninrode" (o rei babilônio), o qual finalmente
enviou Judá para o exílio (veja Gn 10.8-11).
I. O reinado futuro do remanescente (5.7-9).
Dos versos de 7 ao 9, veremos o reinado
futuro do remanescente. Esse oráculo tem duas partes:
·A
profecia de que o remanescente se tornaria o instrumento de vida e morte de
Deus (vs. 7-8).
·Uma
súplica para que Deus derrotasse todos os seus inimigos (vs. 9).
Como em todas as profecias de restauração,
essas previsões encontram:
·O
seu cumprimento inicial na primeira vinda de Cristo,
·O
cumprimento contínuo agora, no tempo presente, os últimos dias.
· O cumprimento conclusivo na segunda vinda
dele.
Assim como a chuva depende da iniciativa
divina, também o remanescente depende de Deus para revigorar a terra por meio
deles. Destarte, o remanescente de Jacó (vs. 7-9):
·Estará
no meio de muitos povos como orvalho da parte do Senhor, como aguaceiro sobre a
relva.
·Não
porá sua esperança no homem nem dependerá dos seres humanos.
·Estará
entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais da
floresta, como um leão forte entre rebanhos de ovelhas, leão que, quando ataca,
destroça e mutila a presa, sem que ninguém a possa livrar.
·Sua
mão se levantará contra os seus adversários, e todos os seus inimigos serão
destruídos.
J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
Dos versos de 5 ao 15, veremos a proteção
do império do Senhor. Esse oráculo tem duas partes:
(1)Deus
purificaria a sua nação (vs. 10-14) e eliminaria as nações pagãs (vs. 15).
(2)A
salvação de Deus não estaria completa até que ele purificasse completamente a
sua nação (todas as quais eram obras das mãos do povo):
üDe
todas as seguranças militares vãs e falsas (vs. 10-11).
üDas
feitiçarias (vs. 12) - Literalmente, "feitiçarias das tuas mãos"..
üDa
idolatria (vs. 13-14).
»MIQUÉIAS [5]
Mq 5:1 Agora,
ajunta-te em tropas, ó filha de tropas;
pôr-se-á cerco contra nós;
ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel.
Mq 5:2 Mas tu, Belém Efrata,
posto que pequena para estar entre os milhares de
Judá,
de ti é que me sairá aquele que há de reinar
em Israel, e cujas saídas são desde
os tempos antigos,
desde os dias da eternidade.
Mq 5:3 Portanto os entregará até o tempo
em que a que está de parto tiver dado à luz;
então o resto de seus irmãos voltará
aos filhos de Israel.
Mq 5:4 E ele permanecerá, e apascentará o povo na
força do Senhor,
na excelência do nome do Senhor seu Deus;
e eles permanecerão,
porque agora ele será grande até os fins da terra.
Mq 5:5 E este será a nossa paz.
Quando a Assíria entrar em nossa terra,
e quando pisar em nossos palácios,
então suscitaremos contra ela sete pastores
e oito príncipes dentre os homens.
Mq 5:6 Esses consumirão a terra da Assíria à espada,
e a terra de Ninrode nas suas entradas.
Assim ele nos livrará da Assíria,
quando entrar em nossa terra,
e quando calcar os nossos termos.
Mq 5:7 E o resto de Jacó estará no meio de muitos
povos,
como orvalho da parte do Senhor,
como chuvisco sobre a erva,
que não espera pelo homem,
nem aguarda filhos de homens.
Mq 5:8 Também o resto de Jacó estará entre as nações,
no meio de muitos povos, como um leão
entre os animais do bosque,
como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas,
o qual, quando passar, as pisará
e despedaçará, sem que haja quem as livre.
Mq 5:9 A tua mão será exaltada sobre os teus
adversários
e serão exterminados todos os seus inimigos.
Mq 5:10 Naquele dia, diz o Senhor,
exterminarei do meio de ti os teus cavalos,
e destruirei os teus carros;
Mq 5: 11 destruirei as cidade da tua terra,
e derribarei todas as tuas fortalezas.
Mq 5:12 Tirarei as feitiçarias da tua mão,
e não terás adivinhadores;
Mq 5:13 arrancarei do meio de ti as tuas imagens
esculpidas
e as tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas
mãos.
Mq 5:14 Do meio de ti arrancarei os teus aserins,
e destruirei as tuas cidades.
Mq 5:15 E com ira e com furor exercerei vingança
sobre as nações que não obedeceram.
Com ira e indignação justas, santas e verdadeiras,
o Senhor se vingaria das nações desobedientes. Por sua vingança – conforme a
BEG -, o próprio Senhor salvou o seu povo do exílio. Ele libertou as vítimas de
injustiça e puniu os hipócritas entre eles, bem como os opressores culpados.
Miquéias é apresentado como um profeta que
falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação
sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria
e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar tanto
Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito
corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez
oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes
que se tornaram canibais (3.1-4) – já
vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da
destruição de Sião (3.9-12) – já vista;
D. Sião será exaltada (4.1-5) – veremos
agora; E. A força futura do remanescente (4.6-7) – veremos agora; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – veremos agora; G. A aflição de Sião e
a salvação futura (4.9-13) – veremos
agora; H. O soberano messiânico (5.1-6); I. O reinado futuro do
remanescente (5.7-9); e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
D. Sião será exaltada (4.1-5).
Dos versos de 1 ao 5, veremos Sião sendo
exaltada. Miquéias anunciou que o exílio após a destruição de Jerusalém levaria
a uma grande restauração da cidade e do seu povo.
O oráculo tem três partes:
(1)Uma
introdução dizendo que a visão era para "os últimos dias" (vs. 1).
(2)Uma
parte principal que consiste da visão de Sião estabelecida no cume dos montes
(vs. 1) e as nações "afluindo" (vs. 1) para ela a fim de conhecer a
lei (vs. 2a) e uma reflexão de que o mundo seria pacificado uma vez que a lei
saiu do Monte Sião (vs. 2b-4a).
(3)Uma
conclusão incluindo a fórmula profética de que Deus gerou o oráculo (vs. 4b) e
uma resposta litúrgica do povo com a indicação de que tinham a intenção de
obedecer à lei até que a profecia seja cumprida (vs. 5).
O versículo começa com a expressão “Nos
últimos dias”. Uma expressão que aponta para uma nova época que começaria após
o povo de Deus ter sido restaurado do exílio.
A terminologia é derivada de Dt 4.30 “Quando estiverdes em angústia, e todas estas
coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e
ouvirás a sua voz.”, onde Moisés descreveu o cenário do pecado, exílio e
restauração nos últimos dias.
O Novo Testamento ensina que os últimos
dias começaram na primeira vinda de Cristo (At 2.7; Hb 1.2) e se cumprirão no
novo céu e nova terra (Ap 21-22)[1].
Estando nós no século XXI, em 2015, cremos
que os últimos dias estão de fato chegando ao seu clímax: a volta do Senhor
Jesus Cristo!
Juntamente com outros profetas do Antigo
Testamento, Miquéias acreditava que a cidade e o templo seriam reconstruídos
após o exílio, mas o Novo Testamento explica que a maneira como o reino de Deus
veio em Cristo mudou essa expectativa.
·Cristo
incorpora o templo (Jo 2.19,22).
·A
igreja é o templo (1 Co 3 16-17).
·Quando
Cristo retornar, toda a criação será o lugar de habitação da presença especial
de Deus (Ap 21.22-26).
Os deuses pagãos tinham montanhas sagradas
com templos. Ao ser elevado acima deles, Deus, associado ao Monte Sião, seria
estabelecido como o verdadeiro Deus entre as nações.
Miquéias expressa nos versos de 1 a 4 como
seria isso, nos últimos dias:
·O
monte do templo do Senhor seria estabelecido como o principal entre os montes.
·Ele
se elevaria acima das colinas, e os povos a ele acorreriam.
·Muitas
nações viriam, dizendo: "Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do
Deus de Jacó.
·Ele
nos ensinaria os seus caminhos, para que pudéssemos andar nas suas
veredas".
·A
lei viria de Sião, a palavra do Senhor, de Jerusalém.
·Ele
julgaria entre muitos povos e resolveria contendas entre nações poderosas e
distantes.
·Das
suas espadas, fariam arados, e das suas lanças, foices.
·Nenhuma
nação ergueria a espada contra outra, e não aprenderiam mais a guerra.
·Todo
homem poderia sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e
ninguém os incomodaria, pois assim falou o Senhor dos Exércitos.
O fato era que cada nação andava à sua
maneira, conforme os seus deuses que não são deuses e continuarão a andar
assim, no entanto, o povo de Deus seria diferente e andaria no nome do Senhor,
nosso Deus para sempre – vs. 5.
E. A força futura do remanescente (4.6-7).
Nos versos 6 e 7, veremos a força futura do
remanescente. Destruição e exílio enfraqueceriam o remanescente, mas ele seria
fortalecido quando a restauração ocorresse.
Ao se referir a esse tempo, ele usa a
expressão “Naquele dia” – vs. 6. Provavelmente "o dia do SENHOR", o
dia no qual Deus intervém para estabelecer o seu reino sobre os seus inimigos e
abençoar o seu povo com a vitória. A promessa envolve os remanescentes
envolvendo os que tropeçavam e estavam dispersos.
Deles, ele faria uma nação forte. Esse
restante de 2.12 que sobreviveu à invasão de Senaqueribe também sobreviveria ao
exílio babilônio.
Essa poderosa nação ou nação forte seria
formada por aqueles que retornaram do exílio em 539 a.C. e que nunca
experimentaram esse fortalecimento, pois continuaram em pecado. Quando Cristo
veio, no entanto, ele estabeleceu sua igreja como uma nação invencível (Mt
16.18; Pe 2.9-10).
Esse é um mistério incrível que os judeus
até hoje não perceberam entre Deus, Cristo e a igreja. O seu povo agora não é
mais aquele povo que somente lhe deu trabalho e foi reprovado por ter
crucificado o Messias e estar até hoje aguardando outro, mas o seu povo atual é
a igreja, o seu corpo.
E. O futuro domínio de Sião (4.8).
No verso 8, vemos que o domínio será de
Sião. Miquéias previu que Jerusalém se tornaria uma torre fortificada após o
exílio, mas o pecado contínuo daqueles que haviam retornado adiou a conclusão
dessa promessa até que se cumpra o reino de Cristo na descida da celestial
Jerusalém no novo céu e na nova terra (Ap 21.1-2).
Cremos que pelos sinais que se veem, esse
dia se aproxima de forma veloz.
G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13).
Dos versos de 9 a 13, concluindo este
capítulo, veremos a aflição de Sião e sua salvação futura.
Conforme a BEG, Miquéias reconheceu a dor
que os habitantes de Jerusalém iriam experimentar na destruição e no exílio que
estavam por vir, mas ele os assegurou de que a salvação viria em seguida.
Esse oráculo descreve o plano de Deus para
a atual aflição de Israel (o "agora" nos vs. 9,11: para trazer
salvação gloriosa - do exílio babilônio para a libertação (vs. 9-12).
No verso 9, o seu conselheiro morreu e a
dor é muito forte, como a mulher em trabalho de parto. Isso indicava que Jerusalém
seria abandonada, sem um rei. É possível que Miquéias tivesse em mente o Senhor
como o Rei que abandonaria a cidade.
Da aflição presente, como a mulher que está
para dar a luz, o remanescente, em Sião, daria a luz à uma nova era onde
deixaria os seus muros para habitar em campo aberto – vs. 10.
Claramente então é dito que ele iria para a
Babilônia. Não deveria surpreender o fato de Miquéias ter antecipado um exílio
para a Babilônia. Isaías anunciou a Ezequias que os tesouros de Jerusalém
seriam levados para a Babilônia devido à infidelidade a Deus (Is 39.5-7).
Uma vez que a ameaça assíria foi evitada,
Miquéias focou seus julgamentos proféticos na ameaça do exílio babilônio ou
seus oráculos que originalmente tinham foco na Assíria foram reaplicados a essa
nova ameaça.
»MIQUÉIAS [4]
Mq 4:1 Mas
nos últimos dias acontecerá
que o monte da casa do Senhor será estabelecido
como o mais alto dos montes,
e se exalçará sobre os outeiros,
e a ele concorram os povos.
Mq 4:2 E irão muitas nações, e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor,
e à casa do Deus de Jacó,
para que nos ensine os seus caminhos,
de sorte que andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor.
Mq 4:3 E julgará entre muitos povos,
e arbitrará entre nações poderosas e longínquas;
e converterão as suas espadas em relhas de arado,
e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação,
nem aprenderão mais a guerra.
Mq 4:4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua
videira,
e debaixo da sua figueira,
e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos exércitos o disse.
Mq 4:5 Pois todos os povos andam,
cada um em nome do seu deus;
mas nós andaremos para todo o sempre
em o nome do Senhor nosso Deus.
Mq 4:6 Naquele dia, diz o Senhor,
congregarei a que coxeava,
e recolherei a que tinha sido expulsa,
e a que eu afligi.
Mq 4:7 E da que coxeava farei um resto,
e da que tinha sido arrojada para longe,
uma nação poderosa;
e o Senhor reinará sobre eles no monte Sião,
desde agora e para sempre.
Mq 4:8 E a ti, ó torre do rebanho,
outeiro da filha de Sião, a ti virá, sim,
a ti virá o primeiro domínio,
o reino da filha de Jerusalém.
Mq 4:9 E agora, por que fazes tão grande pranto?
Não há em ti rei? pereceu o teu conselheiro,
de modo que se apoderaram de ti dores,
como da que está de parto,
Mq 4:10 Sofre dores e trabalha,
ó filha de Sião, como a que está de parto;
porque agora sairás da cidade,
e morarás no campo,
e virás até Babilônia.
Ali, porém serás livrada;
ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.
Mq 4:11 Agora se congregaram muitas nações contra ti,
que dizem:
Seja ela profanada,
e vejam o nossos olhos o seu desejo sobre Sião.
Mq 4:12 Mas, não sabem os pensamentos do Senhor, n
em entendem o seu conselho;
porque as ajuntou como gavelas para dentro da eira.
Mq 4:13 Levanta-te, e debulha, ó filha de Sião,
porque eu farei de ferro o teu chifre,
e de bronze as tuas unhas;
e esmiuçarás a muitos povos;
e dedicarás o seu ganho ao Senhor,
e os seus bens ao Senhor de toda a terra.
As outras nações exultariam exclamando que
Sião seria profanada diante dos seus olhos sem entenderem que isso mesmo vinha
do Senhor e que era seu plano e propósito. O Senhor estava juntando os feixes
para a sua eira onde ocorreria o preparo do seu povo para uma nova era.
A promessa estava sendo dada a Sião que
levantaria e debulharia as outras nações na eira do Senhor e consagraria ao
Senhor todos os ganhos ilícitos delas e as suas riquezas todas seriam entregues
ao Soberano Deus de toda a terra – vs. 13.
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