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domingo, 5 de julho de 2015

Miquéias 6 1-16 - DEUS E O SEU POVO EM JUÍZO.

Miqueias é apresentado como um profeta que falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria e Jerusalém.
IV. O JULGAMENTO DA NAÇÃO E A RESTAURAÇÃO FUTURA (6.1-7.20).
Veremos nesta parte, a última do livro, o julgamento da nação e a restauração futura.
Deus anunciou castigar Judá e Jerusalém com derrota e exílio, pois a nação havia violado a aliança de maneira clamorosa, mas um dia ambas seriam restauradas. Nesse terceiro ciclo de julgamentos e bênçãos, Miquéias focou na nação como um todo e na maravilha da salvação final do povo de Deus.
Esses capítulos se dividem em cinco seções: julgamentos por quebra da aliança (6.1-8), maldições sobre Jerusalém (6.9-16), a desintegração da nação (7.1-6), uma expressão de confiança na salvação de Deus (7.7) e um hino de louvor como encerramento (7.8-20) que formarão a seguinte estruturação, conforme a BEG: A. O julgamento pela quebra da aliança (6.1-8) – vermos agora; B. O julgamento de maldições sobre Israel (6.9-16) – veremos agora; C. O julgamento da desintegração social (7.1-6); D. A confiança de Miqueias em Deus (7.7); e, E. Hino de louvor pela vitória de Deus (7.8-20).
A. O julgamento pela quebra da aliança (6.1-8).
Nos próximos 8 versículos, veremos o julgamento por quebra da aliança. Esse oráculo segue o padrão de uma ação judicial da aliança, na qual Deus acusa e julga o seu povo por violações flagrantes da aliança.
Após uma introdução no vs. la, dirigida ao público do livro, esse oráculo é dividido em três partes:
(1)     Ele começa com uma cena de julgamento que inclui:
ü  O Senhor como o queixoso.
ü  Miquéias como o seu enviado.
ü  Os montes como testemunhas.
ü  Israel como o acusado (vs. lb-2).
(2)     O Senhor então acusa os israelitas de ingratidão (vs. 3) e os chama a lembrarem-se (vs. 5) de seus atos graciosos e salvadores durante o período de formação de Israel - do êxodo do Egito até a entrada na Terra Prometida (vs. 4-5).
(3)     O Senhor então exige justiça como pré-requisito para reconciliação consigo e acesso à sua presença salvadora (vs. 6-8).
Esse processo, o qual é dirigido ao "Povo meu" (vs. 3,5), busca restaurar, não condenar.
Miquéias chama a atenção ao que está a dizer o Senhor que pede que se abra processo (NVI) ou defenda a tua causa (ARA) perante os montes e colinas, pois que ele estará entrando em juízo contra Israel.
Jacó e Labão empilharam pedras como testemunhas da aliança entre eles, então o Senhor usou os montes duradouros como testemunhas da aliança que Moisés mediou (Dt 4.26; 30.19, 31.28; 32.1).
Deus está chamando a atenção deles para suas memórias das coisas que aconteceram e de como o Senhor os guiou desde o Egito até Gilgal.
Estes dois extremos - o êxodo do Egito e a entrada na Terra Prometida - representam todos os atos salvadores de Deus durante o período de formação de Israel, incluindo a Páscoa, o anjo do Senhor, a passagem pelo mar Vermelho, a provisão de maná, a água da pedra e a vitória sobre os inimigos.
Ele continua a apelar para a lembrança deles – vs. 5 - para os fatos que aconteceram em sua jornada sugerindo não apenas a recordação de acontecimentos passados, mas os trazendo para ter ligação com a existência presente, tornando-os efetivos no presente por meio da imaginação e da fé.
Uma vez desperta a consciência pelas recordações do povo, como iriam eles se apresentar diante do Senhor, curvando-se em reconhecimento de seu governo e providência na vida deles? Seria com multidões de sacrifícios? Agradaria o Senhor com isso?
Embora ele parecesse bastante religioso ao intensificar o valor do seu sacrifício, o adorador representativo condenou a si mesmo. Com sua atitude de descaso, desprezo e rejeição a Deus, esse adorador manifestou com isso:
·           Uma profunda descrença na graça de Deus, pois a salvação de Israel (vs. 4-5) era gratuita.
·           Um profundo mal entendimento de suas obrigações da aliança, as quais ordenavam justiça social e misericórdia, não mera liturgia (vs. 7-8).
·           Uma profunda recusa em arrepender-se, pois em vez de pedir que Deus o mudasse, ele quis subornar Deus juntamente com os magistrados, profetas e sacerdotes de Israel (3.11).
Sua tentativa de comprar Deus levou-o a oferecer (de maneira absurda) "ribeiros de azeite" e (de maneira pagã) o seu "primogênito" – vs. 7. O povo não queria Deus por ele ser Deus, mas queria deuses, conforme os seus ventres, que mediante sacrifícios fizessem a vontade de seu adorador. Era esse o deus-escravo, mendigo, que careceria da adoração e de sacrifícios de seus adoradores.
O Deus verdadeiro é autossuficiente e se basta a si mesmo, não depende do amor, nem da adoração, muito menos dos sacrifícios de seus adoradores. O fato de ele nos permitir a vida, mesmo em contraditório a ele – uma burrice nossa! – é dom de Deus e graça soberana na vida dos pecadores.
No verso 8, o profeta fala em nome do Deus verdadeiro, mostrando o que ele quer de cada um de nós, ou seja, que pratiquemos a justiça, amemos a fidelidade e andemos humildemente perante ele. O termo também pode ser traduzido como "prudentemente". Na verdade, o Senhor exigia pouco do seu povo (cf. Dt 30.11-14), mas mesmo assim eles violaram a aliança e permaneceram condenados.
B. O julgamento de maldições sobre Israel (6.9-16).
Dos versos 9 ao 16, veremos o julgamento de maldições sobre Israel. Esse oráculo consiste:
·           De um discurso a Jerusalém (vs. 9).
O sensato aqui seria dar ouvidos à voz do Senhor e temer o seu nome, pois ele está clamando à cidade!
·           Uma acusação do uso de medidas falsas (vs. 10-11) e discurso falso (vs. 12).
Que pureza poderia haver com balanças enganosas?
Todos aqui parecem de mãos dadas à corrupção e ao engano, pois os ricos estavam entregues à violência, obviamente para aumentarem e manterem os seus ganhos, o povo mentindo e com isso treinando para se aperfeiçoarem no engano e as línguas, em consequência, falando enganosamente.
·           Uma sentença judicial que consistia em doença e ruína em geral (vs. 13) e, mais especificamente, aflições do corpo (vs. 14) e a pilhagem das colheitas (vs. 15).
O Senhor não iria deixar isso dessa forma e assim os faria sofrer e se arruinarem por causa de seus pecados – vs. 14 e 15:
ü  Comerão, mas não ficarão satisfeitos - continuarão de estômago vazio.
ü  Ajuntarão, mas nada preservarão, porquanto o que guardarem, à espada os entregará. Conforme a BEG, muitas versões antigas sugerem a leitura "Entrarás em trabalhos de parto, mas não darás à luz. E mesmo que você dê à luz uma criança, eu a entregarei à espada" em lugar de “entregarei à espada”.
ü  Plantarão, mas não colherão.
ü  Espremerão azeitonas, mas não se ungirão com o azeite.
ü  Espremerão uvas, mas não beberão o vinho.
»MIQUÉIAS [6]
Mq 6:1 Ouvi agora o que diz o Senhor:
Levanta-te, contende perante os montes,
e ouçam os outeiros a tua voz.
Mq 6:2 Ouvi, montes, a demanda do Senhor,
e vós, fundamentos duradouros da terra;
porque o Senhor tem uma demanda com o seu povo
e com Israel entrará em juízo.
Mq 6:3 Ó povo meu, que é que te tenho feito?
e em que te enfadei?
testifica contra mim.
Mq 6:4 Pois te fiz subir da terra do Egito,
e da casa da servidão te remi;
e enviei adiante de ti a Moisés, Arão e Miriã.
Mq 6:5 Povo meu, lembra-te agora da consulta de Balaque,
rei de Meabe, e do que lhe respondeu Balaão, filho de Beor,
e do que sucedeu desde Sitini até Gilgal,
para que conheças as justiças do Senhor.
Mq 6:6 Com que me apresentarei diante do Senhor,
e me prostrarei perante o Deus excelso?
Apresentar-me-ei diante dele com holocausto,
com bezerros de um ano?
Mq 6:7 Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros,
ou de miríades de ribeiros de azeite?
Darei o meu primogênito pela minha transgressão,
o fruto das minhas entranhas
pelo pecado da minha alma?
Mq 6:8 Ele te declarou, ó homem,
o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti,
senão que pratiques a justiça,
e ames a benevolência,
e andes humildemente com o teu Deus?
Mq 6:9 A voz do Senhor clama à cidade,
e o que é sábio temerá o teu nome.
Escutai a vara, e quem a ordenou.
Mq 6:10 Porventura ainda há na casa do ímpio
tesouros de impiedade?
e a efa desfalcada, que é detestável?
Mq 6:11 Justificarei ao que tem balanças falsas,
e uma bolsa de pesos enganosos?
Mq 6:12 Pois os ricos da cidade estão cheios de violência,
e os seus habitantes falam mentiras,
e a língua deles é enganosa na sua boca.
Mq 6:13 Assim eu também te enfraquecerei,
ferindo-te e assolando-te,
por causa dos teus pecados.
Mq 6:14 Tu comerás, mas não te fartarás;
e a tua fome estará sempre contigo;
removerás os teus bens, mas nada livrarás;
e aquilo que livrares,
eu o entregarei à espada.
Mq 6:15 Tu semearás, mas não segarás;
pisarás a azeitona,
mas não te ungirás de azeite;
e pisarás a vindima,
mas não beberás o vinho.
Mq 6:16 Porque se observam os estatutos de Onri,
e todas as obras da casa de Acabe,
e vós andais nos conselhos deles;
para que eu faça de ti uma desolação,
e dos seus habitantes um assobio.
Assim trareis sobre vós o opróbrio do meu povo.
O vs. 16 recapitula a mensagem:
·           Acusação (vs. 16a):
ü  Obedecido aos decretos de Onri.
ü  Obedecido a todas as práticas da família de Acabe.
ü  Seguido as tradições deles.
·           Sentença (vs. 16b).
Seriam entregues à ruína e o seu povo ao desprezo de forma que sofrerão a zombaria das nações. A sentença cumpriu as maldições da aliança (cf. Lv 26; Dt 28).
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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sábado, 4 de julho de 2015

Miquéias 5 1-15 - BELÉM, A TERRA NATALÍCIA DO GRANDE REI.

Miquéias é apresentado como um profeta que falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar tanto Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes que se tornaram canibais (3.1-4) – já vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da destruição de Sião (3.9-12) – já vista; D. Sião será exaltada (4.1-5) – já vista; E. A força futura do remanescente (4.6-7) – já vista; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – já vista; G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13) – já vista; H. O soberano messiânico (5.1-6) – veremos agora; I. O reinado futuro do remanescente (5.7-9) – veremos agora; e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15) – veremos agora.
H. O soberano messiânico (5.1-6).
Dos versos de 1 ao 6, veremos a profecia sobre o soberano messiânico.
Esse oráculo diz respeito a um rei da família de Davi (o Messias) que estabeleceria um reino mundial que traria paz e bênçãos ao povo fiel de Deus. Ele também vai da aflição atual (4.13) para a vitória do Messias (vs. 1-3) e o triunfo da liderança (vs. 4-6).
As tropas deveriam ser reunidas por causa do cerco e o principal líder estava ferido na face. O golpe na face do soberano de Judá representa o insulto máximo - todo poder para resistir havia desaparecido.
Deus escolheu Belém de Judá para ali ser a terra de nascimento do Messias, tão esperado e desejado das nações. Jesus, o tão aguardado filho de Davi, cumpriu as promessas feitas nesse oráculo (Mt 2.6; Lc 2.4,11; Jo 7.42).
Vejamos algumas características dessa cidade[1] escolhida por Deus como local do nascimento do Messias:
·         Hodiernamente é um deserto de cristãos, apenas uma ínfima parcela da população continua sendo cristã.
·         Belém está hoje sob a direção de Autoridade Palestina.
·         Ela é cercada por muros, que a distanciam da mais nobre cidade do Mundo: Jerusalém, que lembra Davi e Jesus Cristo.
·         Belém (em árabe بيتلحم, transl. Bayt Lam, lit. "Casa da Carne"; em hebraico: ביתלחם, transl. Beit Lehem, lit. "Casa do Pão"; em grego : Βηϑλεέμ, transl. Bethlehém; em latim: Bethlehem) é uma cidade Palestina localizada na parte central da Cisjordânia, com uma população de cerca de 30.000 pessoas.
·         É considerada por Israel como parte da “Jerusalém Maior”.
·         É a capital da província de Belém, na Autoridade Nacional Palestina, e um centro de cultura e turismo no país.
·         Localiza-se a cerca de 10 quilómetros ao sul de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros acima do nível do mar.
·         Apenas 2% são cristãos na cidade onde nasceu Jesus. O número de cristãos em Belém, cidade considerada o local onde Jesus nasceu, está diminuindo. Há cem anos, cerca de 40% da população da cidade era cristã, agora são 2%. E, de acordo com algumas previsões, os últimos cristãos deverão deixar a cidade antes de 2025.
·         Simon Azazian, integrante da Sociedade Bíblica Palestina, crê que em alguns dos vilarejos o número de cristãos é zero. "Em Birzavit, por exemplo, 100% eram cristãos, depois (a porcentagem) caiu para 60%, agora são 40% e esse número continua baixando.
·         Alguns cristãos (lembrando que a designação: “cristãos”, envolve todas as Igrejas que professam o nome de Jesus Cristo!) dizem que esse êxodo se deve ao fundamentalismo islâmico.
·         A cidade da Promessa, terra de Jessé, o belemita e de seu mais ilustre filho, o Rei Davi, Belém (cujo nome em hebraico é Beit Lechem, a Casa do Pão) foi fundada na região de Efrata, donde seu nome primitivo Efrata, já citado na Bíblia (Gn 15,19; 35, 16.), pertencia à tribo de Judá, e por isso era designada como Belém de Judá (Jz.17,7;Mt.2,5), para distingui-la de Belém de Zebulom (Js 19,15). Gênesis 35:19 narra que Raquel morreu de parto perto de Belém no caminho a Efrata, e que Jacob colocou um monumento sobre sua tumba. (O sítio da Tumba de Raquel, bem perto de Belém, é um Lugar Santo, judaico e até hoje um local de peregrinação e oração.) Contudo, Belém é mais conhecida na tradição judaica por causa do Rei David, e no Cristianismo, como o local do nascimento de Jesus.
·         Pesquisas arqueológicas indicam que durante o período do Primeiro Templo a cidade murada se localizava na área da Basílica da Natividade, e que as cavernas sob a basílica poderiam ter sido usadas como extensões das residências particulares (como depósitos, estábulos, etc.). Este uso de cavernas e cômodos escavados em rochas era comum em toda a região até muito recentemente. Uma destas cavernas foi transformada em santuário no século IV, considerada como sendo o sítio da Natividade. A atual Basílica é a mais antiga igreja consagrada do mundo. Ela foi construída pelo imperador bizantino Justiniano (527-565), no sítio de uma basílica erigida anteriormente pelo imperador Constantino em 325.
·         Em Belém de Judá nasceram: o levita da Casa de Micas, a mulher do levita Efraim, Boaz, Jessé e Davi, que, também ali, recebeu a unção de Samuel.
·         Tendo sido ocupada, por algum tempo, pelos filisteus, foi fortificada por Roboão e repovoada quando da volta do Exílio babilônico.
·         Mas, Belém é célebre, sobretudo, por ser o local de nascimento de Jesus Cristo - Mt 2,16; Lc 2, 4-15; Jo 7, 42), cumprindo-se, então a famosa profecia messiânica: “E tu Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum o menor dentre os principais lugares de Judá. Porque é de ti que há de sair o Chefe, que há de pastorear o meu povo, Israel” (Mq. 5,2).
·         E é em Belém que se comemora o Natal dos peregrinos de todo o Mundo.
·         O turismo em Belém acelerou nos últimos anos, depois de ter perdido força durante a Intifada palestina que eclodiu em 2000.
·         Muitos moradores dizem que o desenvolvimento é prejudicado por medidas de segurança impostas por Israel para manter os radicais longe, incluindo um muro de oito metros entre Belém e Jerusalém. Os visitantes e a população local têm de conviver com esse muro.
No verso 3, é dito que os israelitas ficariam abandonados até o nascimento do Messias. Israel, de fato, ficou sem um rei de 586 a.C. até a vinda de Cristo. Depois, o restante de seus irmãos do governante (o Messias) voltaria para se unir aos israelitas, ou seja, milhares de israelitas que não haviam sido contados com o fiel remanescente foram convertidos após o Pentecostes (At 2.41,47).
Ele se estabeleceria e os pastorearia na força do Senhor, na majestade do nome do Senhor, o seu Deus. E eles viveriam em segurança, pois a grandeza dele alcançaria os confins da terra – vs. 4. Jesus ordenou que os seus discípulos espalhassem o seu reino a todas as nações (Mt 28.18-20; At 1.8). Cristo reinará no céu até que todos os seus inimigos sejam derrotados (SI 110.1); e então ele retornará como o Rei de todas as coisas. Isso deve ocorrer em breve (estamos em julho de 2015).
Ele também seria a paz deles e quando os assírios invadissem não haveria falta de quem pudesse estar à frente liderando o povo. Em contraste com a liderança inadequada que Judá experimentou no passado (3.1-11), haveria um número mais do que suficiente de líderes capazes para expandir o reino de Cristo.
Esses líderes, sete pastores, até oito líderes escolhidos, pastorearia a Assíria com a espada e a terra de Ninrode com a espada empunhada. Essa palavra contra a Assíria, a qual seria punida pela destruição do Reino do Norte e pelos problemas em Judá nos dias de Ezequias, se estende à "terra de Ninrode" (o rei babilônio), o qual finalmente enviou Judá para o exílio (veja Gn 10.8-11).
I. O reinado futuro do remanescente (5.7-9).
Dos versos de 7 ao 9, veremos o reinado futuro do remanescente. Esse oráculo tem duas partes:
·         A profecia de que o remanescente se tornaria o instrumento de vida e morte de Deus (vs. 7-8).
·         Uma súplica para que Deus derrotasse todos os seus inimigos (vs. 9).
Como em todas as profecias de restauração, essas previsões encontram:
·         O seu cumprimento inicial na primeira vinda de Cristo,
·         O cumprimento contínuo agora, no tempo presente, os últimos dias.
·          O cumprimento conclusivo na segunda vinda dele.
Assim como a chuva depende da iniciativa divina, também o remanescente depende de Deus para revigorar a terra por meio deles. Destarte, o remanescente de Jacó (vs. 7-9):
·         Estará no meio de muitos povos como orvalho da parte do Senhor, como aguaceiro sobre a relva.
·         Não porá sua esperança no homem nem dependerá dos seres humanos.
·         Estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais da floresta, como um leão forte entre rebanhos de ovelhas, leão que, quando ataca, destroça e mutila a presa, sem que ninguém a possa livrar.
·         Sua mão se levantará contra os seus adversários, e todos os seus inimigos serão destruídos.
J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
Dos versos de 5 ao 15, veremos a proteção do império do Senhor. Esse oráculo tem duas partes:
(1)   Deus purificaria a sua nação (vs. 10-14) e eliminaria as nações pagãs (vs. 15).
(2)   A salvação de Deus não estaria completa até que ele purificasse completamente a sua nação (todas as quais eram obras das mãos do povo):
ü De todas as seguranças militares vãs e falsas (vs. 10-11).
ü Das feitiçarias (vs. 12) - Literalmente, "feitiçarias das tuas mãos"..
ü Da idolatria (vs. 13-14).
»MIQUÉIAS [5]
Mq 5:1 Agora, ajunta-te em tropas, ó filha de tropas;
pôr-se-á cerco contra nós;
ferirão com a vara no queixo ao juiz de Israel.
Mq 5:2 Mas tu, Belém Efrata,
posto que pequena para estar entre os milhares de Judá,
de ti é que me sairá aquele que há de reinar
em Israel, e cujas saídas são desde
os tempos antigos,
desde os dias da eternidade.
Mq 5:3 Portanto os entregará até o tempo
em que a que está de parto tiver dado à luz;
então o resto de seus irmãos voltará
aos filhos de Israel.
Mq 5:4 E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor,
na excelência do nome do Senhor seu Deus;
e eles permanecerão,
porque agora ele será grande até os fins da terra.
Mq 5:5 E este será a nossa paz.
Quando a Assíria entrar em nossa terra,
e quando pisar em nossos palácios,
então suscitaremos contra ela sete pastores
e oito príncipes dentre os homens.
Mq 5:6 Esses consumirão a terra da Assíria à espada,
e a terra de Ninrode nas suas entradas.
Assim ele nos livrará da Assíria,
quando entrar em nossa terra,
e quando calcar os nossos termos.
Mq 5:7 E o resto de Jacó estará no meio de muitos povos,
como orvalho da parte do Senhor,
como chuvisco sobre a erva,
que não espera pelo homem,
nem aguarda filhos de homens.
Mq 5:8 Também o resto de Jacó estará entre as nações,
no meio de muitos povos, como um leão
entre os animais do bosque,
como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas,
o qual, quando passar, as pisará
e despedaçará, sem que haja quem as livre.
Mq 5:9 A tua mão será exaltada sobre os teus adversários
e serão exterminados todos os seus inimigos.
Mq 5:10 Naquele dia, diz o Senhor,
exterminarei do meio de ti os teus cavalos,
e destruirei os teus carros;
Mq 5: 11 destruirei as cidade da tua terra,
e derribarei todas as tuas fortalezas.
Mq 5:12 Tirarei as feitiçarias da tua mão,
e não terás adivinhadores;
Mq 5:13 arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas
e as tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos.
Mq 5:14 Do meio de ti arrancarei os teus aserins,
e destruirei as tuas cidades.
Mq 5:15 E com ira e com furor exercerei vingança
sobre as nações que não obedeceram.
Com ira e indignação justas, santas e verdadeiras, o Senhor se vingaria das nações desobedientes. Por sua vingança – conforme a BEG -, o próprio Senhor salvou o seu povo do exílio. Ele libertou as vítimas de injustiça e puniu os hipócritas entre eles, bem como os opressores culpados.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Miquéias 4 1-13 – A LEI VINDO DE SIÃO, A PALAVRA DO SENHOR, DE JERUSALÉM.

Miquéias é apresentado como um profeta que falava com autoridade dada pelo Senhor. A Palavra do SENHOR veio a ele nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, no qual ele viu (uma revelação sobrenatural para a visão ou audição interior do profeta) que era sobre Samaria e Jerusalém.
III. O JULGAMENTO DOS LÍDERES E A RESTAURAÇÃO FUTURA (3.1-5.15) - continuação.
Como já dissemos, Deus anunciou castigar tanto Judá como Jerusalém com derrota e exílio, pois os seus líderes eram muito corruptos, mas um dia ambas seriam restauradas. Essa seção é composta por dez oráculos e foram assim divididas, conforme a BEG: A. O julgamento de líderes que se tornaram canibais (3.1-4) – já vista; B. O julgamento dos profetas exploradores (3.5-8) – já vista; C. O julgamento da destruição de Sião (3.9-12) – já vista; D. Sião será exaltada (4.1-5) – veremos agora; E. A força futura do remanescente (4.6-7) – veremos agora; F. O futuro domínio de Sião (4.8) – veremos agora; G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13) – veremos agora; H. O soberano messiânico (5.1-6); I. O reinado futuro do remanescente (5.7-9); e, J. A proteção do Senhor ao seu império (5.10-15).
D. Sião será exaltada (4.1-5).
Dos versos de 1 ao 5, veremos Sião sendo exaltada. Miquéias anunciou que o exílio após a destruição de Jerusalém levaria a uma grande restauração da cidade e do seu povo.
O oráculo tem três partes:
(1)     Uma introdução dizendo que a visão era para "os últimos dias" (vs. 1).
(2)     Uma parte principal que consiste da visão de Sião estabelecida no cume dos montes (vs. 1) e as nações "afluindo" (vs. 1) para ela a fim de conhecer a lei (vs. 2a) e uma reflexão de que o mundo seria pacificado uma vez que a lei saiu do Monte Sião (vs. 2b-4a).
(3)     Uma conclusão incluindo a fórmula profética de que Deus gerou o oráculo (vs. 4b) e uma resposta litúrgica do povo com a indicação de que tinham a intenção de obedecer à lei até que a profecia seja cumprida (vs. 5).
O versículo começa com a expressão “Nos últimos dias”. Uma expressão que aponta para uma nova época que começaria após o povo de Deus ter sido restaurado do exílio.
A terminologia é derivada de Dt 4.30 “Quando estiverdes em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz.”, onde Moisés descreveu o cenário do pecado, exílio e restauração nos últimos dias.
O Novo Testamento ensina que os últimos dias começaram na primeira vinda de Cristo (At 2.7; Hb 1.2) e se cumprirão no novo céu e nova terra (Ap 21-22)[1].
Estando nós no século XXI, em 2015, cremos que os últimos dias estão de fato chegando ao seu clímax: a volta do Senhor Jesus Cristo!
Juntamente com outros profetas do Antigo Testamento, Miquéias acreditava que a cidade e o templo seriam reconstruídos após o exílio, mas o Novo Testamento explica que a maneira como o reino de Deus veio em Cristo mudou essa expectativa.
·           Cristo incorpora o templo (Jo 2.19,22).
·           A igreja é o templo (1 Co 3 16-17).
·           Quando Cristo retornar, toda a criação será o lugar de habitação da presença especial de Deus (Ap 21.22-26).
Os deuses pagãos tinham montanhas sagradas com templos. Ao ser elevado acima deles, Deus, associado ao Monte Sião, seria estabelecido como o verdadeiro Deus entre as nações.
Miquéias expressa nos versos de 1 a 4 como seria isso, nos últimos dias:
·           O monte do templo do Senhor seria estabelecido como o principal entre os montes.
·           Ele se elevaria acima das colinas, e os povos a ele acorreriam.
·           Muitas nações viriam, dizendo: "Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó.
·           Ele nos ensinaria os seus caminhos, para que pudéssemos andar nas suas veredas".
·           A lei viria de Sião, a palavra do Senhor, de Jerusalém.
·           Ele julgaria entre muitos povos e resolveria contendas entre nações poderosas e distantes.
·           Das suas espadas, fariam arados, e das suas lanças, foices.
·           Nenhuma nação ergueria a espada contra outra, e não aprenderiam mais a guerra.
·           Todo homem poderia sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e ninguém os incomodaria, pois assim falou o Senhor dos Exércitos.
O fato era que cada nação andava à sua maneira, conforme os seus deuses que não são deuses e continuarão a andar assim, no entanto, o povo de Deus seria diferente e andaria no nome do Senhor, nosso Deus para sempre – vs. 5.
E. A força futura do remanescente (4.6-7).
Nos versos 6 e 7, veremos a força futura do remanescente. Destruição e exílio enfraqueceriam o remanescente, mas ele seria fortalecido quando a restauração ocorresse.
Ao se referir a esse tempo, ele usa a expressão “Naquele dia” – vs. 6. Provavelmente "o dia do SENHOR", o dia no qual Deus intervém para estabelecer o seu reino sobre os seus inimigos e abençoar o seu povo com a vitória. A promessa envolve os remanescentes envolvendo os que tropeçavam e estavam dispersos.
Deles, ele faria uma nação forte. Esse restante de 2.12 que sobreviveu à invasão de Senaqueribe também sobreviveria ao exílio babilônio.
Essa poderosa nação ou nação forte seria formada por aqueles que retornaram do exílio em 539 a.C. e que nunca experimentaram esse fortalecimento, pois continuaram em pecado. Quando Cristo veio, no entanto, ele estabeleceu sua igreja como uma nação invencível (Mt 16.18; Pe 2.9-10).
Esse é um mistério incrível que os judeus até hoje não perceberam entre Deus, Cristo e a igreja. O seu povo agora não é mais aquele povo que somente lhe deu trabalho e foi reprovado por ter crucificado o Messias e estar até hoje aguardando outro, mas o seu povo atual é a igreja, o seu corpo.
E. O futuro domínio de Sião (4.8).
No verso 8, vemos que o domínio será de Sião. Miquéias previu que Jerusalém se tornaria uma torre fortificada após o exílio, mas o pecado contínuo daqueles que haviam retornado adiou a conclusão dessa promessa até que se cumpra o reino de Cristo na descida da celestial Jerusalém no novo céu e na nova terra (Ap 21.1-2).
Cremos que pelos sinais que se veem, esse dia se aproxima de forma veloz.
G. A aflição de Sião e a salvação futura (4.9-13).
Dos versos de 9 a 13, concluindo este capítulo, veremos a aflição de Sião e sua salvação futura.
Conforme a BEG, Miquéias reconheceu a dor que os habitantes de Jerusalém iriam experimentar na destruição e no exílio que estavam por vir, mas ele os assegurou de que a salvação viria em seguida.
Esse oráculo descreve o plano de Deus para a atual aflição de Israel (o "agora" nos vs. 9,11: para trazer salvação gloriosa - do exílio babilônio para a libertação (vs. 9-12).
No verso 9, o seu conselheiro morreu e a dor é muito forte, como a mulher em trabalho de parto. Isso indicava que Jerusalém seria abandonada, sem um rei. É possível que Miquéias tivesse em mente o Senhor como o Rei que abandonaria a cidade.
Da aflição presente, como a mulher que está para dar a luz, o remanescente, em Sião, daria a luz à uma nova era onde deixaria os seus muros para habitar em campo aberto – vs. 10.
Claramente então é dito que ele iria para a Babilônia. Não deveria surpreender o fato de Miquéias ter antecipado um exílio para a Babilônia. Isaías anunciou a Ezequias que os tesouros de Jerusalém seriam levados para a Babilônia devido à infidelidade a Deus (Is 39.5-7).
Uma vez que a ameaça assíria foi evitada, Miquéias focou seus julgamentos proféticos na ameaça do exílio babilônio ou seus oráculos que originalmente tinham foco na Assíria foram reaplicados a essa nova ameaça.
»MIQUÉIAS [4]
Mq 4:1 Mas nos últimos dias acontecerá
que o monte da casa do Senhor será estabelecido
como o mais alto dos montes,
e se exalçará sobre os outeiros,
e a ele concorram os povos.
Mq 4:2 E irão muitas nações, e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor,
e à casa do Deus de Jacó,
para que nos ensine os seus caminhos,
de sorte que andemos nas suas veredas;
porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor.
Mq 4:3 E julgará entre muitos povos,
e arbitrará entre nações poderosas e longínquas;
e converterão as suas espadas em relhas de arado,
e as suas lanças em podadeiras;
uma nação não levantará a espada contra outra nação,
nem aprenderão mais a guerra.
Mq 4:4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira,
e debaixo da sua figueira,
e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos exércitos o disse.
Mq 4:5 Pois todos os povos andam,
cada um em nome do seu deus;
mas nós andaremos para todo o sempre
em o nome do Senhor nosso Deus.
Mq 4:6 Naquele dia, diz o Senhor,
congregarei a que coxeava,
e recolherei a que tinha sido expulsa,
e a que eu afligi.
Mq 4:7 E da que coxeava farei um resto,
e da que tinha sido arrojada para longe,
uma nação poderosa;
e o Senhor reinará sobre eles no monte Sião,
desde agora e para sempre.
Mq 4:8 E a ti, ó torre do rebanho,
outeiro da filha de Sião, a ti virá, sim,
a ti virá o primeiro domínio,
o reino da filha de Jerusalém.
Mq 4:9 E agora, por que fazes tão grande pranto?
Não há em ti rei? pereceu o teu conselheiro,
de modo que se apoderaram de ti dores,
como da que está de parto,
Mq 4:10 Sofre dores e trabalha,
ó filha de Sião, como a que está de parto;
porque agora sairás da cidade,
e morarás no campo,
e virás até Babilônia.
Ali, porém serás livrada;
ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.
Mq 4:11 Agora se congregaram muitas nações contra ti, que dizem:
Seja ela profanada,
e vejam o nossos olhos o seu desejo sobre Sião.
Mq 4:12 Mas, não sabem os pensamentos do Senhor, n
em entendem o seu conselho;
porque as ajuntou como gavelas para dentro da eira.
Mq 4:13 Levanta-te, e debulha, ó filha de Sião,
porque eu farei de ferro o teu chifre,
e de bronze as tuas unhas;
e esmiuçarás a muitos povos;
e dedicarás o seu ganho ao Senhor,
e os seus bens ao Senhor de toda a terra.
As outras nações exultariam exclamando que Sião seria profanada diante dos seus olhos sem entenderem que isso mesmo vinha do Senhor e que era seu plano e propósito. O Senhor estava juntando os feixes para a sua eira onde ocorreria o preparo do seu povo para uma nova era.
A promessa estava sendo dada a Sião que levantaria e debulharia as outras nações na eira do Senhor e consagraria ao Senhor todos os ganhos ilícitos delas e as suas riquezas todas seriam entregues ao Soberano Deus de toda a terra – vs. 13.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br


[1] A BEG recomenda que se leia nesse momento seu excelente artigo teológico sobre "O plano das eras", em Hb 7.
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