quinta-feira, 25 de junho de 2015
quinta-feira, junho 25, 2015
Jamais Desista
Obadias 1 1-21 - A VISÃO DE OBADIAS CONTRA EDOM, EM BENEFÍCIO DE JUDÁ.
Sobre Obadias
·
Obadias,
o profeta chamado pelo Senhor.
·
Seu
nome significa "o servo [ou adorador] do SENHOR".
·
Era
esse um nome comum em Israel (1Rs 18.3-16; 1Cr 3.21; 7.3; 8.38; 9.16; 12.9;
27.19; 2Cr 17.7; 34.12; Ed 8.9; Ne 10.5; 12.25).
Entendemos que Obadias foi instrumento de Deus
que por ele falou: "porque o SENHOR o falou" (vs. 1 8).
Propósito:
O propósito do livro de Obadias não era somente
advertir Edom a respeito do iminente julgamento, mas reassegurar ao povo de
Deus a sua triunfante justiça em ação, em favor deles.
Ou seja, encorajar o povo de Judá, que
enfrentava adversidades vindas de Edom, a ter esperança na justiça divina e na
vitória final sobre todos os inimigos.
Verdades
fundamentais – conforme BEG:
·
Deus
cuida do seu povo quando ele sofre.
·
Deus
adverte, mas no final julgará aqueles que perseguem o seu povo.
·
Deus
dará a vitória ao seu povo.
·
O
fiel povo de Deus herdará o seu reino em sua totalidade.
Contextualização:
O livro foi escrito, provavelmente em. 586
a.C., mas há controvérsias.
Obadias, o profeta, tinha em vista uma
violenta pilhagem em Jerusalém, da qual os edomitas alegremente participaram
(vs. 11-14), no entanto, ele não forneceu informações claramente datáveis ao
descrever a catástrofe.
Por isso que há alguns que datam o livro em
relação a uma invasão de Judá pelos filisteus e árabes, durante o reinado de
Jeorão (848-841 a.C.) - uma invasão da qual aparentemente os edomitas fizeram
parte (cf. 2Rs 8.20-22; 2Cr 21.8-10;16-17).
E outros que datam a profecia em relação
aos ataques babilônios à Judá, os quais acabaram por resultar no seu colapso em
586 a.C.
Conforme a BEG, tanto as Escrituras (SI
137; Ez 35.1-15) quando a tradição judaica (1Ed 4.45 [um livro apócrifo])
explicitamente relacionam os edomitas com essa catástrofe final.
O próprio texto da profecia parece se
referir mais naturalmente a esse acontecimento.
Seja qual for o momento histórico preciso,
a situação era tal que Edom prosperava enquanto Judá estava derrotada, e a
ordem moral do mundo parecia ter sido subvertida pelo caos.
Embora as notáveis semelhanças entre Ob 1-9
e Jr 49.7-22 devam ser mais do que uma impressionante coincidência, elas não
resolvem o problema da data.
Sabemos que Jeremias ministrou de 626 até
algum tempo após 586 a.C., mas não há consenso sobre a repercussão de um
profeta sobre o outro ou se ambos contaram com uma fonte anterior.
Características
gerais:
·
Conforme
verso primeiro, o livro de Obadias é "a respeito de Edom" (vs. 1), no
entanto, ele foi escrito para os judaítas como o povo da promessa de Deus.
·
Em
Obadias, Deus fala contra Edom em benefício de Judá de modo a fortalecer a fé e
a moral enfraquecidas deles, sentenciando os edomitas:
ü
À
humilhação.
ü
À
pilhagem.
ü
À
morte.
·
Edom
mereceu o julgamento de Deus por causa dos prolongados e severos maus tratos
que havia infligido a Judá.
·
A
destruição de Edom fazia parte do plano maior de Deus para julgar todas as nações
e garantir bênçãos ao seu povo na nova terra.
·
O
justo poder de Deus, não os planos malignos das nações, determina o curso da
História.
·
A
profecia de Obadias segue o padrão do arrazoado de uma ação judicial:
ü
Ela
começa com a cena do julgamento.
ü
Ela
continua com a fala do juiz, que inclui o discurso ao réu.
ü
Há
o pronunciamento da culpa.
ü
Finalmente,
há a promulgação da sentença.
Cristo
em Obadias.
·
Não
há previsões messiânicas explicitas.
·
O
tema do julgamento divino contra todos aqueles que perseguem o povo de Deus está
presente e encontra a sua realização em Cristo.
O
próprio Jesus sofreu nas mãos dos inimigos de Deus (At 2.36) e previu que todos
os seus seguidores experimentariam a mesma aflição (At 14.21-22).
Ainda
assim, Cristo prometeu manter o seu povo no seu amor durante esses tempos
difíceis (Rm 8.28-39).
Quando
ele retornar em glória, irá julgar todos os que se opuseram a ele e ao seu povo
(Mt 25; Ap 19.1-2).
·
A
visão de Obadias de uma nova ordem, na qual o povo de Deus é restabelecido em
vitória sobre as nações, também encontra a realização em Cristo.
ü
Cristo
começou a governar em sua ressurreição e ascensão (1Co 15.25).
ü
A
igreja agora propaga o seu reino por toda a terra (Mt 28 19-20; At 2 37-41).
ü
A
igreja o expandirá até os confins da terra quando ele retornar (Ap 11.15).
·
Quando
os cristãos sofrem nas mãos dos inimigos de Deus, devem renovar a fé no Deus
justo que se revela por meio da profecia de Obadias.
Embora
muitas vezes pareça que o tormento da igreja nunca terminará, Deus está sempre
trabalhando por trás do véu das aparências em favor de seu povo (Ap 6.9-10).
Divisão
e estruturação do livro de Obadias.
Dividiremos o livro de apenas um capítulo
em três partes, seguindo a estruturação proposta da BEG:
1. TÍTULO (1a).
II. CENA DO JULGAMENTO NA GUERRA (1b).
III. DISCURSO DIVINO DE JULGAMENTO E
ESPERANÇA (2-21).
TÍTULO (1a).
O livro inicia com uma simples identificação
de Obadias como aquele que recebeu essa revelação. Não fica clara a forma como
ele recebeu, mas está certo de que foi uma mensagem da parte de Deus que lhe
chegou ao conhecimento de alguma forma e que ele deveria transmiti-la, seguindo
a orientação divina da visão que teve.
Compare com Mq 1.1 que diz,
semelhantemente, que a palavra do Senhor veio a ele. Aqui somente temos “Visão
de Obadias”.
II. CENA DO JULGAMENTO NA GUERRA (1b).
A cena do julgamento divino na guerra está
preparada. O cenário está preparado para o tipo de julgamento que logo
ocorreria contra Edom.
As primeiras palavras que reportam a visão
de Obadias se referem ao que diz o soberano (NVI) SENHOR Deus a respeito de
Edom.
Deus revelou o conteúdo da profecia (cf.
2Pe 1.21). As predições de Obadias sobre o destino de Edom não foram motivadas
por desejos humanos de vingança, mas sim pelo julgamento sagrado e divino.
O rancor entre Edom e Israel havia começado
durante a era patriarcal. Deus havia abençoado Isaque e Rebeca com filhos
gêmeos, Esaú e Jacó (Gn 25.21-26; cf. MI 1.2-4; Rm 9.10-13).
A rivalidade pessoal entre os dois (Gn 27)
- dos quais descenderam as nações de Israel e Edom - se transformou em
interminável conflito nacional (Êx 15.13-15; Nm 2014-21; 24.18; 1Sm 14.47; 2Sm
8.13-14; 1 Rs 11.14-15; 2Rs 8.20-22; 14.7), a despeito da aparente
reconciliação entre os irmãos, relatada em Gn 33.
O que disse o Senhor a respeito de Edom foi
que se ouviu dele uma mensagem por meio de um mensageiro enviado às nações que
dizia que era para se levantarem e atacarem Edom.
Em algumas passagens, Edom simbolicamente
representa todos os inimigos do povo de Deus (Is 63.1-6; Am 9.12).
Falando pelo seu povo, o profeta viu
significado divino na notícia de uma conspiração contra Edom. Por trás do plano
humano, trabalhava o Senhor soberano. O fato de tal notícia ter chegado aos
ouvidos de Obadias juntamente com essa visão não foi coincidência, mas um
indício do cumprimento certo da profecia.
III. DISCURSO DIVINO DE JULGAMENTO E ESPERANÇA (2-21).
A partir do verso 2 até o 21, veremos um discurso
divino de julgamento e esperança. O restante da profecia de Obadias diz
respeito a esse discurso do Senhor no seu tribunal celestial.
Ele é dividido em três partes principais: A.
Sentenças contra Edom (vs. 2-9); B. Acusações contra Edom (vs. 10-14); e, C. O
anúncio de uma nova ordem (vs. 15-21).
A. Sentenças contra Edom (vs. 2-9).
O profeta relatou alguns julgamentos que
estavam para vir contra Edom. Deus sentenciou Edom à humilhação, pilhagem e
morte. Os edomitas seriam, portanto:
ü
Humilhados
(vs. 2-4).
ü
Saqueados
(vs. 5-7).
ü
Mortos
(vs. 8-9).
1. Deus decide humilhar Edom (2-4).
Os edomitas estavam cheio de soberba, mas
seriam humilhados. A força desses versículos reside na pergunta de Edom
("Quem me deitará por terra?" - vs. 31) e na resposta de Deus
("te derribarei" - vs. 41). Em sua arrogante indiferença por Deus, os
edomitas haviam perdido o contato com a realidade.
A arrogância do coração de Edom o estava
enganando. Ele vivia nas cavidades das rochas, sentindo-se seguro - vs. 3. Em hebraico,
o termo é "Selá".
Selá era uma cidade fortaleza nas alturas
rochosas de Edom. O terreno rochoso de Edom desencorajava invasões externas e
encorajava a complacência interna.
Também tinha construído sua morada no alto
dos montes e de lá se exaltava que quem poderia derrota-los?
O Senhor progressivamente exagerou no
retrato da imagem inflada que Edom tinha de si mesma – vs. 4 -, como que para
dizer, "Não importa quão alto vocês elevam a si mesmos - seja ao
firmamento ou ao próprio paraíso - pois vocês não podem se elevar acima de
mim".
Para o povo derrotado de Judá, Edom parecia
invencível; mas Deus chamou o povo de Judá a acreditar que nenhum poder mundano
pode escapar de sua justiça soberana.
2. Deus decide saquear Edom (5-7).
Deus atacaria a prosperidade que Edom havia
conseguido por meios ilícitos. Ele ainda seria mais terrível que os próprios
saqueadores no meio da noite que roubariam apenas o que fosse interessante para
eles e mais devorador do que o que colhe uvas, por exemplo, pois este pelo
menos deixa alguns cachos para trás quando colhe, mas o Senhor, não. Destruiria
totalmente sem deixar nada de resto.
E quem seria aquele que ocasionaria tão
terrível dano a Edom? Seus próprios amigos que o trairiam. As nações
conspiradoras do vs. 1 eram os próprios aliados de Edom, que o estavam atacando
à traição. Era questão de justiça que Edom fosse traído por amigos, após ter
repetidamente apunhalado seu "irmão Jacó" (vs. 10) pelas costas.
3. Deus decide matar os edomitas (8-9).
Mesmo os sábios de Edom e os mestres dos
montes de Esaú seriam destruídos. Edom era conhecida pelos seus homens sábios
(Jr 49.7). Elifaz, amigo de Jó, foi chamado de temanita (Jó 5.12), uma possível
referência à região de Edom.
Mesmo os seus guerreiros de Temã - o nome
de um descendente de Esaú que também era usado para a nação edomita – ficariam
apavorados e seriam todos eliminados.
B. Acusações contra Edom (vs. 10-14).
Edom mereceu os julgamentos de Deus devido
aos severos maus tratos a Judá. O profeta mudou a ênfase das sentenças divinas
para o anúncio das acusações contra Edom.
Esses versículos focam na 1. A violência de
Edom (vs. 10); 2. A cruel indiferença de Edom (vs. 11); e, 3. O orgulho e os
ataques cruéis de Edom contra Judá (vs. 12-14).
1. A violência de Edom (vs. 10).
Edom foi hostil em relação à Judá durante
toda a sua história, mas em especial durante os dias do ataque babilônico (veja
SI 137; Ez 35.13).
2. A cruel indiferença de Edom (vs. 11).
Edom não ajudou Judá durante a crise
babilônica, mas uniu forças com os agressores de Judá.
A ligação entre "teu irmão" (vs.
10) e os "estranhos" e "estrangeiros" invasores é poderosa.
Edom era moralmente obrigada a lutar pelo seu "irmão Jacó" (vs. 10)
contra os invasores, mas ao invés disso, ela mesma era "um deles".
3. O orgulho e os ataques cruéis de Edom contra Judá (vs. 12-14).
Ao humilhar e atacar o povo de Judá, os
edomitas violaram as suas obrigações familiares baseadas no seu parentesco com
Judá. Eles não deveriam ter:
·
Olhado
com satisfação o dia da desgraça de seu irmão.
·
Se
alegrado com a destruição do povo de Judá.
·
Falado
com arrogância no dia da sua aflição.
·
Entrado
pelas portas do meu povo no dia da sua calamidade.
·
Ficado
alegre com o sofrimento dele no dia da sua ruína.
·
Roubado
a riqueza dele no dia da sua desgraça.
·
Esperado
nas encruzilhadas, para matar os que conseguiram escapar.
·
Entregado
os sobreviventes no dia da sua aflição.
Edom provou, pela sua indiferença perante
suas obrigações morais e espirituais, que a sua verdadeira lealdade era ao
ganho pessoal.
Dada a perspectiva de Edom (vs. 13), nenhum
ato era considerado baixo demais no processo de explorar até mesmo a
vulnerabilidade de um irmão.
As sementes do caráter moral de Edom foram
plantadas pelo seu ancestral Esaú, que se importava muito mais com as coisas
terrenas do que com o reino prometido de Deus.
Esaú "desprezou o seu direito de
primogenitura" (Gn 25.34) por um pouco de cozinhado (Gn 25.29-34). O pouco
valor que ele dava à sua herança espiritual também ficou evidente em sua
escolha de tomar as filhas de Hete como esposas (Gn 26.34-35; 27.46-28.1).
C. O anúncio de uma nova ordem (vs. 15-21).
A destruição de Edom é parte do plano maior
de Deus para julgar todas as nações e garantir bênçãos ao seu povo numa nova
ordem.
A sentença do Senhor do julgamento contra
Edom era parte de um cenário muito maior, que incluía levante sobre todas as
nações (vs. 15-16) e a suprema e vitoriosa restauração de Judá (vs. 17-21).
1. O julgamento internacional por vir (vs. 15-16).
Deus determinou o julgamento contra todas
as nações que haviam perturbado o seu povo. O Dia do SENHOR está prestes a vir
sobre todas as nações. Para mais informações sobre "o Dia do SENHOR",
veja também Is 2.11-12; At 2.20.
Aqui o profeta coloca o julgamento de Edom
contra o plano de fundo maior do ajuste de contas de Deus com todas as nações.
Esse episódio com Edom é apenas uma pequena
parte do plano de julgamento de Deus; ele não irá parar até que tenha
purificado o seu mundo de todos os seus inimigos.
A relação entre Edom e o resto das nações
era sua rebelião compartilhada contra Deus, a qual o Senhor não permitirá que
tenha sucesso.
A vingança de Deus era o cumprimento da
oferta de proteção que ele havia feito há muito tempo a Abraão (Gn 12.3).
A farra dos edomitas no templo sagrado no
monte em Jerusalém seria respondida na forma do cálice da ira de Deus forçado
nos lábios de Edom e de todas as nações que haviam profanado as coisas de Deus.
2. Restauração e expansão de Judá (vs. 17-21).
O apogeu da nova ordem após a derrota e o
exílio de Judá na Babilônia não seria apenas o julgamento contra os inimigos de
Deus, mas uma gloriosa restauração do povo e da natureza e a extensão de Judá
para os territórios conquistados.
O Novo Testamento explica que essas
esperanças proféticas de restauração:
·
Foram
inicialmente cumpridas na primeira vinda de Cristo (Lc 4.18-19).
·
Estão
sendo cumpridas agora pelo anúncio do evangelho (At 15.16-18).
·
Terão
sua realização final no segundo advento de Cristo (Ap 11.15).
O Senhor diz que no monte Sião é que
estarão os que escaparam e ele será santo e a descendência de Jacó possuirá a
sua herança. Não mais o brinquedo degradado de exércitos saqueadores, o monte
Sião um dia será sagrado e imaculado para Deus.
Imaginando a cena de uma fogueira, a
descendência de Jacó seria um fogo, e a de José uma chama, mas a descendência
de Esaú seria a palha. Eles a incendiarão e a consumirão de forma que não haveria
mais sobreviventes da descendência de Esaú. Isso estava declarando o SENHOR. Os
"que restassem" (vs. 14) de Judá levantar-se-iam como o fogo da ira
divina para consumir Edom, não deixando um sobrevivente sequer.
Isso é provavelmente um exagero, o que é
comum nas profecias referentes ao julgamento de Deus, porque o SENHOR o falou.
Funcionando como uma assinatura, essa cláusula enfatiza que essas previsões
tinham vindo de Deus.
O povo exilado de Deus retornaria para
ocupar a terra de sua herança, cujas fronteiras seriam restauradas e
expandidas.
Deus prometeu ao seu povo que as fronteiras
do reino de Davi não seriam apenas restauradas (vs. 19), mas também estendidas
para alcançar Sarepta ao norte, a qual estava localizada entre Tiro e Sidom.
Essas fronteiras seriam restauradas – vs.
19:
·
Ao
sul, os do Neguebe se apossariam dos montes de Esaú.
·
Ao
oeste, os da Sefelá ocupariam ("a terra dos filisteus").
·
Ao
norte ("os campos de Efraim e Samaria").
·
Ao
leste, Benjamim se apossaria de ("Gileade").
Assim, os israelitas exilados se apossariam
do território dos cananeus até Sarepta e os exilados de Jerusalém que estão em
Sefarade ocupariam as cidades do Neguebe. Alguns cativos retornariam de
"Sefarade", cuja localização é incerta. Propostas incluem Sardes na
Ásia Menor, Espanha e Média.
Ob: 1 Visão
de Obadias.
Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom:
Temos ouvido novas da parte do Senhor,
e por entre as nações foi enviado um mensageiro a
dizer:
Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a
guerra.
Ob:2 Eis que te farei pequeno entre as nações;
serás muito desprezado.
Ob:3 A soberba do teu coração te enganou,
ó tu que habitas nas fendas do penhasco,
na tua alta morada, que dizes no teu coração:
Quem me derrubará em terra?
Ob:4 Embora subas ao alto como águia,
e embora se ponha o teu ninho entre as estrelas,
dali te derrubarei, diz o Senhor.
Ob:5 Se a ti viessem ladrões, ou roubadores de noite
(como estás destruído!), não furtariam somente
o que lhes bastasse?
se a ti viessem
os vindimadores,
não deixariam umas uvas de rabisco?
Ob:6 Como foram rebuscados os bens de Esaú!
como foram esquadrinhados os seus tesouros ocultos!
Ob:7 Todos os teus confederados te levaram para fora
dos teus limites;
os que estavam de paz contigo te enganaram,
e prevaleceram contra ti;
os que comem o teu pão põem debaixo de ti uma
armadilha;
não há em Edom entendimento.
Ob:8 Acaso não acontecerá naquele dia, diz o Senhor,
que farei perecer os sábios de Edom,
e o entendimento do monte de Esaú?
Ob:9 E os teus valentes, ó Temã, estarão atemorizados,
para que do monte de Esaú
seja cada um exterminado pela matança.
Ob:10 Por causa da violência feita a teu irmão Jacó,
cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para
sempre.
Ob:11 No dia em que estiveste do lado oposto,
no dia em que estranhos lhe levaram os bens,
e os estrangeiros lhe entraram pelas portas
e lançaram sortes sobre Jerusalém,
tu mesmo eras como um deles.
Ob:12 Mas tu no devias olhar com prazer para o dia de
teu irmão
no dia do seu desterro,
nem alegrar-te sobre os filhos de Judá
no dia da sua ruína,
nem falar arrogantemente
no dia da tribulação;
Ob:13 nem entrar pela porta do meu povo
no dia da sua calamidade;
sim, tu não devias olhar, satisfeito, para o seu mal,
no dia da sua calamidade;
nem lançar mão
dos seus bens
no dia da sua calamidade;
Ob:14 nem te postar nas encruzilhadas,
para exterminares os que escapassem;
nem entregar os que lhe restassem,
no dia da tribulação.
Ob:15
Porquanto o dia do Senhor está perto,
sobre todas as nações,
como tu fizeste,
assim se fará contigo;
o teu feito tornará sobre a tua cabeça.
Ob:16 Pois como vós bebestes no meu santo monte,
assim beberão de contínuo todas as nações;
sim, beberão e sorverão,
e serão como se nunca tivessem sido.
Ob:17 Mas no monte de Sião haverá livramento, e ele
será santo;
e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.
Ob:18 E a casa de Jacó será um fogo,
e a casa de José uma chama,
e a casa de Esaú restolho;
aqueles se acenderão contra estes,
e os consumirão;
e ninguém mais restará da casa de Esaú;
porque o Senhor o disse.
Ob:19 Ora, os do Negebe possuirão o monte de Esaú,
e os da planície, os filisteus;
possuirão também os campos de Efraim,
e os campos de Samária;
e Benjamim possuirá a Gileade.
Ob:20 Os cativos deste exército dos filhos de Israel
possuirão os cananeus até Zarefate;
e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade,
possuirão as cidades do Negebe.
Ob:21 Subirão salvadores ao monte de Sião
para julgarem o monte de Esaú;
e o reino será do Senhor.
A Sião restaurada emergiria suprema sobre
Edom. O povo de Deus, transformado de fugitivos (vs. 14) em salvadores,
reinariam sobre o que um dia foi território ocupado por inimigos e assim, o
reino será do SENHOR.
Não há dúvida de que o Senhor é o Rei
eterno de todo o universo (cf. SI 47.2; 145.13). Mas o foco de Obadias aqui é o
dia em que os inimigos de Deus serão destruídos e o seu povo redimido estenderá
o seu reino até os confins da terra. (A BEG recomenda, neste ponto, a leitura
de seu excelente artigo teológico "O reino de Deus", em Mt 4).
Deus será tudo em todos, e o seu povo
glorioso e triunfante reinará para sempre com ele. Nessa promessa, Judá deveria
encontrar esperança para um futuro sem perseguição edomita. Os cristãos também
devem prever um futuro no qual "o reino do mundo se tornou de nosso Senhor
e do seu Cristo" (Ap 11.15).
...
quarta-feira, 24 de junho de 2015
quarta-feira, junho 24, 2015
Jamais Desista
Amós 9 1-15 - O POVO DE DEUS EXALTADO SOBRE TODAS AS NAÇÕES.
Agora, estaremos vendo e concluindo o livro
de Amós com o capítulo 9, da seção “B”, da parte IV. VISÕES CONTRA ISRAEL (7.1
- 9.10).
B. Julgamentos não abrandados (7.7 - 9.10) - continuação.
Já dissemos que até 7.6, Deus havia se
arrependido do mal que iria fazer, mas depois a história seria diferente.
Assim, tínhamos dividido essa seção “B”
seis etapas: 1. A visão do prumo (7.7-9) –
já vimos; 2. Elaboração (7.10-17) – já
vimos; 3. A visão do cesto de frutos (8.1-3) – já vimos; 4. Elaboração (8.4-14) – já vimos; 5. A visão do altar (9.1-4) – veremos agora; e, 6. Elaboração (9.5-10) – veremos agora e concluiremos.
5. A visão do altar (9.1-4).
Amós teve uma visão, uma nova visão, como
era costumeiro o Senhor falar com ele. A visão dele foi do Senhor no altar. Nas
outras quatro visões (veja 7.1-8.3), Amós era um intercessor ou a pessoa que
respondia as perguntas do Senhor. Nessa visão, no entanto, ele não tinha nenhum
papel ativo e apenas recordou o que viu. Foram cinco visões no total.
Conforme a BEG, foi junto ao altar que ele
viu. Pode significar, especificamente, "sobre o altar" (7.7). Não
está claro se a visão de Amós era de Deus no templo em Jerusalém ou no centro
de adoração em Betel.
Em todo caso, Deus clamou para que a
estrutura do templo caísse sobre o povo num ato de julgamento divino.
Era para alguém bater ou ferir o topo das
colunas para que tremessem os umbrais. O Senhor não deu a ordem a Amós, como
parece indicar o texto, mas aparentemente a um anjo, talvez o "anjo
destruidor" (veja 2Sm 24.15-16; 2 Re 19.35), que deveria fazer tudo em
pedaços sobre a cabeça de todos eles, ou seja, “Arranque-as [as colunas]; todas
elas". O hebraico é ambíguo, talvez intencionalmente, nos diz a BEG.
A ordem parece ser para alguém
(possivelmente um anjo) destruir o templo, derrubando-o sobre a cabeça daqueles
que estavam dentro do templo (Jz 16.29-30).
Havendo alguém que pudesse ter sobrevivido,
este seria morto à espada, de forma que não ficasse nenhum sobrevivente. O
Senhor veria a destruição de qualquer sobrevivente.
Dos versos de 2 a 4, fica claro que se
enfatiza aqui a impossibilidade de escapar do Senhor, que é onipresente.
Poderiam tentar ir até ao mais profundo
abismo – vs. 2 - literalmente, Sheol, a morada dos mortos. E também ao céu, no
mais alto lugar. A combinação ("ao mais profundo abismo... ao céu")
expressa poeticamente a natureza infinita do domínio de Deus (cf. Is 7.11).
Para melhor compreendermos o conceito aqui, meditemos em Sl 139.7-12.
Depois do Sheol e do céu, falou do mais
alto monte, o Carmelo e do mais profundo, no mar. Isso contrasta com a altura
do Carmelo. Como o Carmelo era o ponto de terra mais ao oeste de Israel,
mover-se mais adiante levaria ao mar.
Ainda ali, seria dado ordem à serpente para
morder. Esse monstro do mar talvez seja o mesmo citado em Is 27.1. Esse
versículo declara poeticamente a soberania do Senhor sobre toda a criação; nada
escapa da justiça dele.
No verso 4, ele completa a lista de fuga
deles agora indo para o exílio, sendo levado por seus inimigos. Apesar da dor
do exílio, ainda assim, lá no exílio, a ordem seria dada à espada para aniquilá-los,
por isso que conclui dizendo que iria vigiá-los para lhes fazer o mal e não o
bem.
Deus havia determinado que traria o julgamento
contra os israelitas, não importando para onde eles fossem (veja Jr 21.10;
39.16; cf. SI 33.18; 34.15).
6. Elaboração (9.5-10).
Dos verso 5 ao 10, Amós elaborou sobre a
sua visão de destruição com uma canção de louvor a Deus em julgamento (vs. 5-6)
e uma discussão que levou a uma declaração do julgamento (vs. 7-10).
Essa seção – vs. 5 e 6 - constitui uma
pequena canção de celebração ao Senhor como o grande Juiz (4.13), o Senhor, o
Deus dos exércitos:
·
É
o que toca a terra, e ela se derrete, depois, pranteiam todos os que nela
habitam - para expressões semelhantes do impressionante poder do Senhor, veja
SI 46.6; 104.32, bem como Na 1.5.
·
Ele
ergue toda a terra como o Nilo, e depois a afunda como o ribeiro do Egito.
·
Ele
é o que edifica as suas câmaras no céu. O significado no hebraico para essa
palavra é incerto. Pode ser traduzida como "templo" - compare com Ap
11.19. A palavra hebraica significa literalmente "degraus", como os
utilizados para entrar no templo, particularmente o templo escatológico (cf. Ez
40.6,22,26,31,34).
·
Ele
funda sobre a terra a sua abóbada - literalmente, uma palavra hebraica cujo
significado nesse contexto não está inteiramente claro. Parece significar
pedras colocadas juntas para formar um arco. Poeticamente, então, é usada como um
conceito paralelo para "templo".
·
Ele
chama as águas do mar, e as derrama sobre a terra.
O Senhor é o seu nome, que soberanamente
faz todas essas coisas e tem poder e domínio sobre tudo.
Dos versos 7 ao 10, o profeta explicou que
Israel, que havia quebrado a aliança com Deus, estava sujeito a julgamento,
embora um remanescente fosse ser salvo. Pela graça e misericórdia de Deus,
sempre ele deixava um remanescente.
A resposta esperada para essas perguntas
retóricas – vs. 7 - é claramente positiva. Essas questões refletem uma discussão
real ou imaginária sobre a singularidade de Israel.
Os oponentes de Amós declaravam que nada
tão drástico como a destruição do templo do Senhor (em Betel?) aconteceria,
pois Israel era o povo especial de Deus.
No entanto, como esse livro demonstra em
sua seção inicial (1.1-2.16), os israelitas se tornaram tão corruptos que eles
seriam julgados juntamente com as nações gentias.
O Senhor declarou que eles não eram
melhores do que os etíopes, literalmente, eram os "filhos de Cuxe".
Cuxe era filho de Cam (Gn 10.6-7). O Senhor foi quem levou Israel para fora do
Egito.
Não significa que não havia diferença entre
o êxodo dos israelitas para fora do Egito e as movimentações das outras nações.
Antes, pela sua desobediência notória e prolongada, o povo de Deus não conferiu
nada de especial ao seu êxodo.
Deus disse a Israel que a nação não havia
se tornado melhor do que os pagãos que era o que se esperava dela. Na verdade,
foi o Senhor que os livrou do Egito, como foi o mesmo Senhor que livrou os
filisteus de Caftor - provavelmente refere-se a Creta – e os sírios de Quir.
Por isso que os olhos do Senhor estariam
contra eles, um reino pecador e a sua intenção seria destruí-los de sobre a
face da terra. Isso chama a atenção para o fato de que o Senhor tiraria o seu
povo da Terra Prometida, a terra da herança pactual deles.
Essa ameaça sempre esteve sobre o povo da
aliança (Lv 26.14-39; Dt 4.14-15; 28.64-68). Contudo, Deus preservaria deles,
um remanescente, por isso que não destruiria todo. Esse remanescente
sobreviveria, de acordo com a sua graça, também soberana.
O Senhor espalharia o seu povo entre as
nações – vs. 9. Ele realizaria isso por meio dos assírios, que normalmente
espalhavam os povos que conquistavam em diferentes partes do império assírio.
Seriam eles sacudidos assim como se sacode
trigo no crivo. Quando o trigo passava, os resíduos ficavam no crivo. Do mesmo
modo o Senhor peneiraria Israel, preservando alguns (cf. "não destruirei
de todo"; vs. 8), mas destruindo os pecadores (cf. vs. 10).
A palavra era dura para os incrédulos, pois
morreriam todos os pecadores à espada. Recordem de 7.11, onde é dito que a casa
de Jeroboão seria morta à espada.
A mesma terminologia é utilizada em 4.1;
6.13; 7.16 - todos, como aqui, são casos de pecadores cujas palavras ilustravam
o seu ateísmo.
Eram esses que diziam que o mal não os
alcançariam, nem os destruiriam porque estavam firmados no erro de suas crenças
e preconceitos. A negação do julgamento, como a negação de culpa, é
característica do pecado.
V. O POVO DE DEUS EXALTADO SOBRE TODAS AS NAÇÕES (9.11-15).
Amós declarou que após um período de
exílio, Deus levaria Israel à vitória sobre as nações por meio do filho de
Davi. O povo de Deus seria exaltado sobre todas as nações.
Em contraste com a seção de abertura desse
livro (1.2-2.16), essa seção de encerramento diz respeito à restauração de
Israel após o exílio e a consequente exaltação de Israel sobre todas as nações.
Esses versículos se dividem em duas
categorias principais: a bênção da dinastia de Davi (vs. 11-12) e a bênção da
restauração da natureza (vs. 13-15). Amós assegurou a seus leitores que uma vez
que o julgamento do exílio estivesse terminado, a restauração era tão certa
quanto à dispersão.
A. A restauração da dinastia vitoriosa de Davi (9.11-12).
Nos versos 11 e 12, veremos a restauração
da dinastia vitoriosa de Davi. Amós assegurou aos israelitas que a restauração
da nação após o exílio incluiria a restauração da linhagem real de Davi e a
derrota dos inimigos de Deus por essa linhagem real.
Começa o texto com a expressão “naquele
dia”. Aqui a frase indica o tempo após o exílio, quando a ira de Deus seria
derramada sobre os seus inimigos.
Seria naquele dia que o Senhor levantaria o
tabernáculo caído, literalmente, "cabana em ruínas". A cabana
representa a dinastia de Davi, a qual, aos olhos do profeta, estava caída. O
poder real estava a ponto de sair de Israel e de Judá (cf. 2.4-5).
Judá, cercada e ameaçada por causa de seus
pecados, é comparada a uma "palhoça no pepinal" (Is 1.8). A expressão
não necessariamente faz menção a uma estrutura humilde, pois também é usada
para o santuário celestial do Senhor (SI 18.11 ["pavilhão"]; 31.20 [“esconderijo"]).
Essa "cabana" de Davi em ruínas
seria reconstruída. O Novo Testamento explica que em Jesus, o grande Filho de
Davi, a dinastia de Davi foi restabelecida (At 15.16-17). As ruínas, conforme a
BEG, literalmente eram os "muros caídos" como tipicamente resultavam
de conquistas e eram associados com o exílio (cf. 4.3; SI 144.14).
Com a restauração do tabernáculo de Davi
que estava caído, seriam:
·
Reparadas
as suas brechas.
·
Levantadas
as suas ruínas.
·
Reedificados,
em sua plenitude, como nos dias antigos.
Isso para que o povo de Deus – o Deus que
estava declarando que iria realizar essas coisas (vs. 12) - conquistasse o
remanescente de Edom (embora Edom estivesse sujeito ao julgamento divino - 1.11-12
-, um remanescente de Edom seria levado para o reinado redentor da descendência
de Davi) e todas as nações que pertencem a ele (as nações estariam sob o
domínio do futuro filho de Davi (cf. SI 2.8,12). Em At 15.13-17 Tiago aplicou
essa passagem ao fato de Deus escolher um povo para si entre os gentios e
incluí-lo na igreja).
As quais são chamadas pelo seu nome ou que
ao Senhor pertençam (NVI), ou seja, isso indica subordinação. Essa frase era
usada algumas vezes a respeito da subordinação de Israel ao domínio da aliança
do Senhor (Dt 28.10; Jr 14.9) e revela que alguns, mas não todos, de todo grupo
gentio estaria sob o domínio do filho de Davi (cf. SI 2.12); isto é, apenas
aqueles que são chamados pelo nome do Senhor entre todas as nações serão
incluídos.
Essa terminologia “possuam” ou “conquiste”
(NVI) – vs. 12 - é muitas vezes usada com o significado de
"desapropriar" ou "tomar posse pela força" (p. ex., Dt
2.31; 4.14). Amós tinha em mente aqui que a casa de Davi travaria guerra contra
as nações, um tema que aparece em muitos retratos proféticos do tempo após o
exílio (veja, p. ex., Ez 38-39; Jl 3.9; Ag 2.20-32; Zc 12.1-14.21; Ap 19-20).
Do mesmo modo, Amós previu que no dia em
que o tabernáculo caído de Davi fosse restaurado, o Senhor tomaria posse dos
remanescentes de todas as nações e reinaria sobre eles numa relação de aliança
por intermédio do seu rei messiânico.
Essa profecia está de acordo com o
ministério de Cristo tomando para si um povo entre as nações (At 15.13-17).
B. Bênçãos abundantes na natureza (9.13-15).
Até o verso 15, veremos bênçãos abundantes
na natureza. Juntamente com a vitória na guerra, virá o gozo da natureza
renovada.
Após profecias de desastre e necessidade
(cf. 4.6-11; 5.11,16-17) vem uma profecia de abundância - de fato mais que
abundância.
O auge do trabalho redentor do Senhor por
meio do filho de Davi veria épocas de plantação e colheita andarem juntas num
ciclo interminável de fertilidade que é evocativo do Éden e talvez o supere.
As maldições de Gn 3.17-19 seriam
revogadas. A mudança de sorte do povo de Israel é uma das frases que fazem
parte da literatura sobre as ações judiciais da aliança (cf. Jr 29.14; Ez
16.53; Os 6.11).
Nesses dias que virão, declara o Senhor:
·
A
ceifa continuará até o tempo de arar.
·
O
pisar das uvas irá até o tempo de semear.
·
O
vinho novo gotejará dos montes e fluirá de todas as colinas.
Será assim trazido de volta Israel, o povo
exilado de Deus, os quais:
·
Reconstruirão
as cidades em ruínas.
·
Viverão
nelas.
·
Plantarão
vinhas.
·
Beberão
do seu vinho.
·
Cultivarão
pomares.
·
Comerão
do seu fruto.
Finalmente, o Senhor plantará Israel em sua
própria terra, para nunca mais ser desarraigado da terra que lhe deu. Essa foi
a palavra final de Deus em Amós – vs. 15. Uma promessa de segurança duradoura
para o povo de Deus.
Essa promessa era um aspecto da aliança de
Deus com Davi (2Sm 7.10), como também parece ser aqui (vs. 11): o futuro filho
de Davi seria a segurança dos israelitas contra futuras expulsões de sua terra
natal.
Essas bênçãos são o oposto das anteriores maldições
de futilidades ("não habitareis nas casas de pedras lavradas que tendes
edificados"; 5.11).
A promessa feita é de que uma vez que a
restauração do povo de Deus tiver alcançado o seu auge, eles nunca mais temerão
o exílio.
Esse tema aparece em várias profecias (veja
a nota sobre JI 3.20). Os primeiros que retornaram, falharam em alcançar esse
nível de restauração, e Israel foi subjugada novamente.
O Novo Testamento explica, no entanto, que
essa posse permanente de Canaã acontecerá quando Cristo retornar e der ao seu
povo, tanto judeus como gentios, posse permanente de toda a nova terra (Ap
5.9-10; 21.1-7), da qual Canaã era apenas um tipo (Rm 4.13).
Mesmo agora, um remanescente de Israel
juntamente com gentios goza da garantia dessa herança no derramamento do
Espírito Santo (Ef 1.14).
Am 9:1 Vi o
Senhor, que estava junto ao altar; e me disse:
Fere os capitéis, para que estremeçam os umbrais;
e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles;
e eu matarei à espada até o último deles;
nenhum deles conseguirá fugir, nenhum deles escapará.
Am 9:2 Ainda que cavem até o Seol,
dali os tirará a minha mão;
ainda que subam ao céu,
dali os farei descer.
Am 9:3 Ainda que se escondam no cume do Carmelo,
buscá-los-ei, e dali os tirarei;
e, ainda que se ocultem aos meus olhos no fundo do
mar,
ali darei ordem à serpente, e ela os morderá.
Am 9:4 Também ainda que vão para o cativeiro
diante de seus inimigos,
ali darei ordem à espada, e ela os matará;
enfim eu porei os meus olhos sobre eles para o mal,
e não para o bem.
Am 9:5 Pois o Senhor, o Deus dos exércitos,
é o que toca a terra, e ela se derrete,
e pranteiam todos os que nela habitam;
e ela toda se levanta como o Nilo,
e diminui como o Nilo do Egito.
Am 9:6 Ele é o que edifica as suas câmaras no céu,
e funda sobre a terra a sua abóbada;
que chama as águas do mar,
e as derrama sobre a terra;
o Senhor é o seu nome.
Am 9:7 Não sois vós para comigo, ó filhos de Israel,
como os filhos dos etíopes? diz o Senhor;
não fiz eu subir a Israel da terra do Egito,
e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?
Am 9:8 Eis que os olhos do Senhor Deus estão
contra este reino pecador,
e eu o destruirei de sobre a face da terra;
contudo não destruirei de todo a casa de Jacó, diz o
Senhor.
Am 9:9 Pois eis que darei ordens,
e sacudirei a casa de Israel em todas as nações,
assim como se sacode grão no crivo;
todavia não cairá sobre a terra um só grão.
Am 9:10 Morrerão à espada todos os pecadores do meu
povo,
os quais dizem:
O mal não nos alcançará, nem nos encontrará.
Am 9:11 Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo
de Davi,
que está caído,
e repararei as suas brechas,
qe tornarei a levantar as suas ruínas,
e as reedificarei como nos dias antigos;
Am 9:12 para que eles possuam o resto de Edom,
e todas as nações que são chamadas pelo meu nome,
diz o Senhor, que faz estas coisas.
Am 9:13 Eis que vêm os dias, diz o Senhor,
em que o que lavra alcançará ao que sega,
e o que pisa as
uvas ao que lança a semente; :
e os montes destilarão mosto,
e todos os outeiros se derreterão.
Am 9:14 Também trarei do cativeiro o meu povo Israel;
e eles reedificarão as cidades assoladas,
e nelas habitarão; plantarão vinhas,
e beberão o seu vinho;
e farão pomares,
e lhes comerão o fruto.
Am 9:15 Assim os plantarei na sua terra,
e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei,
diz o senhor teu Deus.
A terra que o Senhor tinha dado a eles,
nunca mais seria tomada deles novamente. A frase que fala isso – vs. 15 - faz
referência à aliança de Deus com Abraão e sua descendência (Gn 12.1,7;
13.14-17; 15.18; 17.8; 22.16-18).
Uma vez antes, Deus tinha-lhes dado a Terra
Prometida a eles; mas eles pecaram e ele os expulsou. Novamente ele dará a
Terra Prometida a eles, e eles habitarão nela como carvalhos de retidão.
...