quinta-feira, 5 de março de 2015
quinta-feira, março 05, 2015
Jamais Desista
Jeremias 32:1-44 - HAVERIA ALGUMA COISA DEMASIADAMENTE DIFÍCIL PARA MIM?
Estamos na décima terceira parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 32.
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26)- continuação.
Vimos que apesar do exílio iminente,
Jeremias reafirmou a promessa de que o povo de Deus voltaria do cativeiro e que
esses capítulos são chamados com frequência de "livro de consolação"
de Jeremias, pois que contêm promessas da restauração de Israel e Judá depois
dos setenta anos de exílio.
Para melhor compreensão, também dividimos
essa parte XIII, em três seções: A. O livro de restauração (30.1-31.40) – já vista; B. Uma compra simbólica
(32.1-44) – veremos agora; e, C.
Predições de restauração (33.1-26).
B. Uma compra simbólica (32.1-44).
Neste capítulo, em especial, veremos Deus
ordenando a Jeremias a compra de um campo como sinal profético ao povo do
cativeiro. Pouco antes da destruição de Jerusalém e do exílio, Deus ordenou que
Jeremias comprasse um campo. Essa transação simbolizou a certeza do profeta de
que o povo seria restaurado do exílio.
Aconteceu essa palavra do Senhor ano décimo
de Zedequias, em 587 a.C., um ano depois do cerco final de Jerusalém teve
início em 588 a.C. Era esse também o 18º ano do reinado de Nabucodonosor. Esse
é o primeiro de vários encontros de Jeremias e Zedequias durante esse período
(veja 21.3-7; 34.1-7; 37.3-8,17-20; 38.14-28).
O momento vivido ali naqueles dias era de
cerco por parte do exército da Babilônia e Jeremias se encontrava preso e assim
ficou até a queda de Jerusalém.
A sua prisão se dera por causa de sua
palavra profética que contrariava a Zedequias rei de Judá. Jeremias anunciava
que eles deveriam se entregar aos babilônios, mas Zedequias lhe resistia.
Na prisão lhe veio a palavra do Senhor –
vs. 7 – a qual era para que se comprasse um campo em Anatote, a cidade natal de
Jeremias, lugar onde estava a herança de sua família (veja 1.1). A palavra lhe
dizia que viria até ele o seu primo Hanamel pedindo a ele que comprasse o seu
campo em Anatote. É possível que Hanamel tenha sido forçado a vender o campo
por causa de uma dívida e que Jeremias fosse o parente resgatador (31.11). Pelos
padrões normais, seria um absurdo comprar um campo quando toda a terra estava
para ser tomada pelos babilônios.
Conforme a palavra, veio a ele Hanamel e
lhe ofereceu o campo. Jeremias então entendeu que isso vinha do Senhor.
Jeremias então comprou o campo por dezessete
siclos de prata. Provavelmente o preço normal. No entanto, nessas
circunstâncias o campo não valia nada.
Dos versos 10 aos 14, são registrados os
detalhes, a forma da compra e do arquivo dos documentos de escrituração.
Jeremias entregou tudo a Baruque, filho de Nerias, filho de Maséias, na
presença de Hanamel e de testemunhas e deu ordens a Banique para seu
arquivamento em vasos de barro para poder se conservar por um longo período.
Disso tudo veio a palavra do Senhor – vs.
15 - profetizando que ainda se comprariam casas, campos e vinhas nesta terra. A
compra indica que Judá voltaria a possuir a sua terra histórica e desfrutaria uma
vida normal na mesma, simbolizando, portanto, esse aspecto específico da
promessa da nova aliança (29.14; 31.38-40).
Jeremias em seguida se dirige ao Senhor em
oração que ocupará os vs. de 17 a 25. Ele já começa perguntando ao Senhor se
haveria algo demasiadamente difícil para ele, o Senhor de toda a terra e
universo.
Isso nos lembra também outro personagem
bíblico que disse palavra semelhante, mas não foi um homem e sim um anjo.
“Há acaso alguma coisa demasiadamente
difícil para o Senhor?” Nesse texto de Gn.18:14, está narrada uma história
muito interessante: Deus manda três anjos a Abraão que os recebe com todo
carinho, servindo-os com o que ele tinha de melhor, pois sabia que aquelas eram
pessoas muito especiais.
Os anjos traziam como mensagem da parte de
Deus uma promessa. Dirigindo-se a Abraão o anjo pergunta: “Onde está tua esposa
Sara?” “Está lá dentro, ele responde”. O anjo então lhe diz: “Daqui a um ano
você vai ter um filho.”
Para Abraão isso seria algo impossível,
pelo menos humanamente falando; inclusive diz o texto que Sara estava escutando
atrás da porta e começou a rir, dizendo: “Eu já passei dos costumes das
mulheres, eu e Abraão estamos envelhecidos...” O anjo então repreendeu a Sara
porque ela tinha duvidado do que Deus poderia fazer na vida deles. Deus tinha
uma promessa tremenda para Abraão e Ele iria cumprir.
“Há acaso alguma coisa demasiadamente
difícil para o Senhor?”. Foram palavras do anjo a Abraão depois que Sara riu.
Justamente assim, começa a oração de
Jeremias. Depois fala de sua benignidade, de seu poder, conselho e que é
poderoso em obras e cujos olhos estão atentos a todos os caminhos dos filhos
dos homens para tratá-los com justiça e equidade. Depois fala do seu nome
conquistado no Egito e a forma como tirou de lá todos os israelitas - Êx
15.14-16 - e como lhes deu uma terra que jorrava leite e mel. Infelizmente
depois de entrarem nessa terra, não obedeceram ao Senhor e foram infiéis pelo
que lhes veio todo este mal, previamente anunciado que viria, para vergonha da
nação. Ele então fala a Deus que ali já estavam os seus vassalos e que pela
espada, pela fome e pela peste os estavam assolando terrivelmente e,
estranhamente, lhe pede que compre um campo em Anatote?
Deus lhe responde, conforme ele começou sua
oração: ele era de fato o Deus de toda a terra e haveria algo demasiadamente
difícil para ele? Em seguida, fala a ele a sua palavra que estaria de fato entregando
a cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele
a tomará.
Reparem que não seriam os babilônios que
estavam derrotando Israel, mas Deus que os estava entregando a eles. Aqui é um
pouco complicado de se entender, mas as duas verdades ocorrem de forma
simultânea, embora seja Deus o principal agente delas.
Há aqui, no verso 29, uma mistura de
elementos típicos nas acusações de Jeremias contra Judá -1.16; 7.18; 19.13; Dt
31.29. Eles haviam queimado incenso a Baal em seus terraços e Deus a estaria
queimando juntamente com as suas casas no mesmo lugar de suas ofertas malignas
onde ofereceram libações a outros deuses para o provocarem à ira.
Isso era o que os filhos de Israel tinham
feito desde a sua mocidade. Eles tinham prazer em provocarem a ira de Deus com
as obras malignas de suas mãos contaminadas.
A indignação do Senhor era forte contra a
cidade, pois desde o seu nascimento até aquele momento ela se desviava de Deus
e o provocava. A intenção do Senhor seria removê-la diante dele – vs. 31.
Tudo por causa de toda maldade dos filhos
de Israel e dos filhos de Judá e porque viraram o seu rosto e davam as costas
para Deus, ainda que Deus insistia com eles pacientemente, começando de
madrugada, mas eles não deram ouvidos para receberem a advertência - 2.30; 5.3;
7.24; 11.8. 32.35.
O Senhor resume a sua mensagem sobre o
destino iminente de Jerusalém sobre o qual Jeremias pregou repetidamente, mas
termina com um tom de esperança. O capítulo todo expressa o padrão do plano de
Deus no qual o julgamento é seguido de salvação. O caráter repentino de sua
oferta de bênção e o seu contraste com o longo discurso dos vs. 26-35 é
explicado pela pergunta retórica, "haveria coisa demasiadamente
maravilhosa para mim?" (v. 27; cf. o v. 17).
Jeremias reafirma – vs. 37 - a promessa
mosaica de restauração depois do exílio (Dt 30.3-5). E no verso 38, sua
declaração profética desde os tempos do início, quando chamou e separou Sete,
depois Noé, depois Abraão, depois o povo no Egito: “E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.” - 30.22; 31.33.
No verso 39, a aliança eterna. A nova
aliança nunca será substituída por outra, pois representa o estágio final da
história da salvação (Is 55.3; Ez 16.60; 37.26).
Quando a nova aliança chegar à sua
plenitude na volta de Cristo, todos os seus participantes serão glorificados, o
que significa que serão aperfeiçoados e purificados da capacidade e do desejo
de pecar.
Em seu estado glorificado, desfrutarão as
bênçãos de Deus por toda a eternidade. Antes da volta de Cristo, nem todos na
comunidade da nova aliança possuem a fé salvadora, e aqueles que não a possuem,
serão julgados por Deus (31.31-34).
Como o Senhor tinha agido neles,
justamente, trazendo o mal em consequência de suas ações, haveria de trazer
sobre eles, sobre os remanescentes, todo o bem que lhes tinha prometido.
E, destarte, comprariam campos nesta terra
a qual todos concordavam que era uma desolação total, sem homens, nem animais e
totalmente entregue nas mãos dos caldeus.
Jr 32:1 A palavra que veio a Jeremias da
parte do Senhor,
no ano décimo
de Zedequias, rei de Judá,
o
qual foi o ano dezoito de Nabucodonosor.
Jr 32:2 Ora,
cercava então o exército do rei de Babilônia
a
Jerusalém; e Jeremias, o profeta, se achava encerrado
no pátio da
guarda que estava na casa do rei de Judá;
Jr 32:3 pois
Zedequias, rei de Judá, o havia encarcerado, dizendo:
Por
que profetizas , dizendo:
Assim
diz o Senhor:
Eis
que entrego esta cidade na mão
do rei de
Babilônia, e ele a tomará;
Jr 32:4 e
Zedequias, rei de Judá, não escapará das mãos dos caldeus,
mas
certamente será entregue na mão do rei de Babilônia,
e
com ele falará boca a boca,
e
os seus olhos verão os olhos dele;
Jr 32:5 e ele
levará para Babilônia a Zedequias,
que
ali estará até que eu o visite, diz o Senhor,
e,
ainda que pelejeis contra os caldeus, não ganhareis?
Jr 32:6 Disse pois Jeremias:
Veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo:
Jr 32:7 Eis
que Hanamel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo:
Compra
o meu campo que está em Anatote,
pois
tens o direito de resgate;
a
ti compete comprá-lo.
Jr 32:8 Veio,
pois, a mim Hanamel, filho de meu tio,
segundo
a palavra do Senhor, ao pátio da guarda, e me disse:
Compra
o meu campo que está em Anatote,
na
terra de Benjamim;
porque teu é
o direito de herança
e
teu é o de resgate; compra-o para ti.
Então entendi
que isto era a palavra do Senhor.
Jr 32:9
Comprei, pois, de Hanamel, filho de meu tio,
o
campo que está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro,
dezessete
siclos de prata.
Jr 32:10
Assinei a escritura e a selei, chamei testemunhas,
e
pesei-lhe o dinheiro numa balança.
Jr 32:11 E
tomei a escritura da compra, que continha os termos
e
as condições, tanto a que estava selada,
como
a cópia que estava aberta,
Jr 32:12 e as
dei a Baruque, filho de Nerias, filho de Maséias,
na
presença de Hanamel, filho de meu tio,
e
na presença das testemunhas que subscreveram
a
escritura da compra,
à
vista de todos os judeus que estavam sentados
no
pátio da guarda.
Jr 32:13 E
dei ordem a Banique, na presença deles, dizendo:
Jr 32:14 Assim diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel:
Toma estas
escrituras de compra, tanto a selada, como a aberta,
e
mete-as num vaso de barro,
para
que se possam conservar muitos dias;
Jr 32:15 pois
assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel:
Ainda
se comprarão casas, e campos, e vinhas nesta terra.
Jr 32:16 E
depois que dei a escritura da compra a Banique,
filho
de Nerias, orei ao Senhor, dizendo:
Jr 32:17 Ah!
Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra
com
o teu grande poder, e com o teu braço estendido!
Nada
há que te seja demasiado difícil!
Jr 32:18 Usas
de benignidade para com milhares
e
tornas a iniqüidade dos pais ao seio dos filhos depois deles;
tu
és o grande, o poderoso Deus cujo nome
é
o Senhor dos exércitos.
Jr 32:19
Grande em conselho, e poderoso em obras,
cujos
olhos estão abertos sobre todos os caminhos
dos
filhos dos homens, para dares a cada um
segundo
os seus caminhos
e
segundo o fruto das suas obras;
Jr 32:20
puseste sinais e maravilhas na terra do Egito
até
o dia de hoje, tanto em Israel,
como
entre os outros homens; e te fizeste um nome,
qual
tu tens neste dia.
Jr 32:21 E
tiraste o teu povo Israel da terra do Egito, com sinais
e
com maravilhas, e com mão forte, e com braço estendido,
e
com grande terror;
Jr 32:22 e
lhes deste esta terra, que juraste a seus pais que lhes havias
de
dar, terra que mana leite e mel.
Jr 32:23 E
entraram nela, e a possuíram;
mas
não obedeceram à tua voz, nem andaram na tua lei;
de
tudo o que lhes mandaste fazer,
eles
não fizeram nada;
pelo
que ordenaste lhes sucedesse todo este mal.
Jr 32:24 Eis
aqui os valados! já vieram contra a cidade para tomá-la
e
a cidade está entregue na mão dos caldeus
que
pelejam contra ela,
pela
espada, pela fome e pela peste.
O
que disseste se cumpriu, e eis aqui o estás presenciando.
Jr 32:25
Contudo tu me disseste, ó Senhor Deus:
Compra-te
o campo por dinheiro, e chama testemunhas,
embora
a cidade já esteja dada na mão dos caldeus:
Jr 32:26 Então veio a palavra do Senhor
a Jeremias, dizendo:
Jr 32:27 Eis
que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne;
acaso
há alguma coisa demasiado difícil para mim?
Jr 32:28 Portanto assim diz o Senhor:
Eis que eu
entrego esta cidade na mão dos caldeus,
e
na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia,
e
ele a tomará.
Jr 32:29 E os
caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela,
e
lhe porão fogo, e a queimarão,
juntamente
com as casas sobre cujos terraços
queimaram
incenso a Baal
e ofereceram
libações a outros deuses,
para
me provocarem a ira.
Jr 32:30 Pois
os filhos de Israel e os filhos de Judá
têm
feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau
aos
meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm
feito
senão provocar-me à ira com as obras
das
suas mãos, diz o Senhor.
Jr 32:31 Na
verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram
e
até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor,
de
sorte que eu a removerei de diante de mim,
Jr 32:32 por
causa de toda a maldade dos filhos de Israel
e
dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira,
eles
e os seus reis, os seus príncipes,
os
seus sacerdotes e os seus profetas,
como
também os homens de Judá
e
os moradores de Jerusalém.
Jr 32:33 E
viraram para mim as costas, e não o rosto;
ainda
que eu os ensinava, com insistência,
eles
não deram ouvidos para receberem instrução.
Jr 32:34 Mas
puseram as suas abominações na casa que se chama
pelo
meu nome, para a profanarem.
Jr 32:35
Também edificaram os altos de Baal,
que
estão no vale do filho de Hinom,
para
fazerem passar seus filhos e suas filhas
pelo fogo a
Moloque; o que nunca lhes ordenei,
nem
me passou pela mente, que fizessem
tal
abominação, para fazerem pecar a Judá.
Jr 32:36 E
por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel,
acerca
desta cidade, da qual vós dizeis:
Já
está dada na mão do rei de Babilônia,
pela
espada, e pela fome, e pela peste:
Jr 32:37 Eis que eu os congregarei de
todos os países
para onde os
tenho lançado na minha ira,
e
no meu furor e na minha grande indignação;
e
os tornarei a trazer a este lugar,
e
farei que habitem nele seguramente.
Jr 32:38 E
eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
Jr 32:39 E
lhes darei um só coração, e um só caminho,
para
que me temam para sempre,
para
seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
Jr
32:40 e farei com eles um pacto eterno
de
não me desviar de fazer-lhes o bem;
e
porei o meu temor no seu coração,
para
que nunca se apartem de mim.
Jr 32:41 E
alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem;
e
os plantarei nesta terra, com toda a fidelidade
do
meu coração e da minha alma.
Jr 32:42 Pois assim diz o Senhor:
Como eu
trouxe sobre este povo todo este grande mal,
assim
eu trarei sobre eles todo o bem
que
lhes tenho prometido.
Jr 32:43 E
comprar-se-ão campos nesta terra, da qual vós dizeis:
E
uma desolação, sem homens nem animais;
está
entregue na mão dos caldeus.
Jr 32:44
Comprarão campos por dinheiro,
assinarão
escrituras e as selarão,
e
chamarão testemunhas, na terra de Benjamim,
e
nos lugares ao redor de Jerusalém,
e nas cidades
de Judá e nas cidades
da
região montanhosa,
e nas cidades
das planícies e nas cidades do Sul
porque
os farei voltar do cativeiro,
diz
o Senhor.
Essa promessa do vs. 44 explica por que
Deus ordenou que Jeremias comprasse um campo antes que a destruição de
Jerusalém começasse - vs. 10.
Essas regiões geográficas - na terra de
Benjamim, e nos lugares ao redor de Jerusalém, e nas cidades de Judá e nas
cidades da região montanhosa, e nas cidades das planícies e nas cidades do Sul
- que outrora compreendiam os extremos norte e sul da terra, representavam o
repovoamento de Israel.
...
quarta-feira, 4 de março de 2015
quarta-feira, março 04, 2015
Jamais Desista
Jeremias 31:1-40 - A RESTAURAÇÃO SERÁ GRANDE - VALE A PENA ESPERAR!
Estamos na décima terceira parte, de nossa
divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada
pela BEG. Estamos no capítulo 31.
XIII. A CERTEZA DE RESTAURAÇÃO (30.1-33.26)- continuação.
Vimos que apesar do exílio iminente, Jeremias
reafirmou a promessa de que o povo de Deus voltaria do cativeiro e que esses
capítulos são chamados com frequência de "livro de consolação" de
Jeremias, pois que contêm promessas da restauração de Israel e Judá depois dos
setenta anos de exílio.
Para melhor compreensão, também dividimos
essa parte XIII, em três seções: A. O livro de restauração (30.1-31.40) – concluiremos agora; B. Uma compra
simbólica (32.1-44); e, C. Predições de restauração (33.1-26).
A. O livro de restauração (30.1-31.40) - continuação.
Estamos vendo nessa seção “A” o que se
classifica como o livro da restauração onde a visão do futuro dada ao profeta
mostra uma perspectiva gloriosa para o povo de Deus.
O capítulo começa com a promessa de que o
Senhor naquele tempo seria o Deus de todas as famílias de Israel e eles seriam
o seu povo, uma aliança com o Messias e a Igreja para todo o sempre.
O remanescente que escapou da espada é que
achou graça no deserto. Foi por meio dele que os propósitos de Deus haveriam de
ter continuidade (v. 7; 6.9; 23.3).
A volta da Babilônia seria pelo deserto (o
atual deserto árabe), como havia sido o êxodo da terra do Egito. A mesma
analogia pode ser encontrada em Is 40.3-4; 43.19-20. Como no primeiro êxodo, a
restauração do exílio seria um exemplo do poder salvador do Senhor que iria a
frente e daria descanso a Israel.
Como bem enfatiza o escritor de Hebreus, o
descanso não era para qualquer um, mas para os que criam, por isso que ele os
exortava a se esforçarem por entrar no descanso de Deus - Hebreus 4:1-3, 9-12:
"procuremos diligentemente entrar no
descanso de Deus".
A referência inicial, aqui no verso 3, ao
falar que de longe o Senhor lhe apareceu é muito provavelmente uma referência
ao Sinai (Êx 19-24). O povo de Israel foi eleito por Deus com base no amor
divino (Dt 7.6-7) - não por méritos ou obras que tenham praticado - e no
caráter eterno da aliança afirmada em Gn 17.7, onde com benignidade, outro
símbolo do restabelecimento da aliança rompida, os atraiu.
Na era da restauração, depois do exílio, a
mácula indelével da profanação seria, finalmente, removida. É interessante
observar que a virgem de Israel, do verso 4, é desejada, em contraste com
18:13-15 onde a "virgindade" de Israel é desperdiçada.
A bênção da aliança na natureza (Dt 7.13;
28.4,30) seria experimentada até nos montes de Samaria, a capital do Reino do
Norte, que teve o seu povo exilado pelos assírios em 722 a.C. A renovação
depois do exílio seria tão grande que até mesmo esse Reino do Norte seria
restaurado, mas como no caso da restauração de Judá, a de Samaria não foi
diferente e também não se concretizou inteiramente devido à infidelidade do
povo. Quem sabe, agora com a igreja do Senhor, não seja diferente?
Os atalaias do verso 6 talvez fossem homens
responsáveis por saber as datas das festas anuais mediante a observação da lua.
Era na região montanhosa de Efraim que ele proclamava a subida a Sião para
adorarem a Deus. No período de restauração, o povo não frequentaria mais os
santuários apóstatas do norte construídos por Jeroboão em Betel e Dã (1 Rs
12.26-33). Em vez disso, iriam a Sião.
A ordem era para o povo cantar e se alegrar
e vibrar com a certeza do retorno porque o Senhor os haveria de restaurar; o
resto de Israel seria restaurado. A promessa era de que os traria do reino do
norte e os congregaria das extremidades da terra. Os que são citados são as
grávidas, os aleijados, os cegos, as de parto, justamente as que dependiam de
ajuda para virem.
Eles voltariam com choro, provavelmente de
grande alegria (vs. 16) e seriam guiados aos ribeiros de águas, por caminho
reto - Is 40.4 – para um lugar de descanso e refrigério para suas almas e
corpos cansados da viagem - SI 23.2; Is 48.21; 49.10. Deus aqui estaria se
revelando a eles como a um Pai, onde Efraim seria o seu primogênito - 3.4;
31.20; Êx 4.22; Os 11.1-4.
O Senhor é quem redimiu, ou resgatou, literalmente,
"libertou mediante o pagamento de um resgate" (Lv 27.27). O termo
também é usado para a libertação do povo de Israel do Egito pelo Senhor (Dt
7.8; 9.26). Não somente os resgatou como também os libertou, termo também usado
com o sentido de redenção por um parente "resgatador" (Rt 3.9; veja
Lv 25.25-28; Jr 32.7-8) de uma propriedade perdida por um membro da família.
Esse termo igualmente também se refere à redenção de Israel do Egito
("resgatarei", Êx 6.6), indicando que os israelitas foram resgatados
para um relacionamento íntimo com o Senhor - Êx 6.7. As duas ideias (o
pagamento de um preço e a obrigação e relação de parentesco) são unidas na
teologia da expiação do Novo Testamento.
Havia uma mão mais forte do que Jacó que o
prendia no seu cativeiro, mas Deus, seu resgatador e redentor os livraria e
agora viriam e cantariam de júbilo nos altos de Sião onde estariam radiantes
pelos inúmeros benefícios do Senhor – vs. 12 – que nos faz ser esse jardim
regado especial repleto de bênçãos:
·
Do
trigo – o pão que sustenta e dá vida.
·
Do
mosto – que alegra o coração.
·
Do
azeite – que separa e unge para o serviço.
·
Dos
cordeiros – do próprio sacrifício.
·
Dos
bezerros – do próprio sacrifício.
Onde a virgem se alegrará na dança, como
bem assim os mancebos e igualmente os velhos porque o Senhor trocaria o pranto
por gozo, a tristeza pela alegria e os consolaria – vs. 13. Também os
sacerdotes e todos do povo se fartariam das benesses do Senhor.
No verso 15, um lamento, um choro incomum
em Ramá que ficava na tribo de Benjamim, no antigo território do norte. Raquel
era a avó de Efraim e Manasses (progenitores das principais tribos do norte).
Ela é retratada chorando pela destruição do Reino do Norte em 722 a.C.
Em Mt 2.18 essa imagem é aplicada à matança
de inocentes ordenada por Herodes, pois Israel ainda estava sob a tirania de
potências estrangeiras (romanas) quando Jesus nasceu.
A promessa é de que esses seus filhos
voltariam – vs. 17 - para os seus termos, ou sejam ressuscitarão no tempo
devido. Efraim aqui se mostra arrependido e crente em sua absolvição final
embora tenha de passar por algum disciplinamento necessário para sua
edificação. Ele exclama e pede para ser castigado e depois restaurado, pois
nele havia arrependimento.
No verso 20, o Senhor se mostra favorável a
ele e declara assim o seu amor e aceita suas orações. No tempo devido, será ele
restaurado e reintegrado ao povo de Deus.
Há no verso 21, uma exortação aos exilados
para se lembraram da Terra Prometida, para deixarem essa lembrança inspirar seu
arrependimento e para voltarem à Terra Prometida durante a restauração.
A nova salvação não diminuiria a necessidade
do apelo do Senhor para que o seu povo fosse fiel. O significado da coisa nova
do Senhor, da mulher resgatando o varão – vs. 22 -, é obscuro, mas talvez o
ditado evoque a imagem de uma mãe protegendo seu filho do sexo masculino
(retratando, portanto, segurança), ou também pode ser uma metáfora para Israel,
a noiva do Senhor, abraçando-a com fidelidade total (Os 2.16).
Dos vs. 23 ao 28, vemos promessas de Deus
de muitas bênçãos e de vitórias para Judá e Jerusalém e também Israel. Todas elas
vinculadas ao término do cativeiro, o qual estariam todas obrigadas a passar e
ter paciência. A alma cansada será saciada e a faminta e a sedenta encontrariam
o refrigério e o cuidado.
Também se poria fim a um velho ditado muito
falado também em Ezequiel de que os pais comeram as uvas verdes, mas foram os
dentes dos filhos que se embotaram. Esse provérbio foi usado pelos exilados
para culpar as gerações anteriores pela calamidade do exílio, possivelmente com
base numa compreensão equivocada de Êx 20.5 e Nm 14.18; Ez 18.2.
Não era como se pensava, mas cada um seria
ou deveria ser morto pela sua própria iniquidade. Durante o período de
restauração, as pessoas seriam julgadas individualmente. Veja a discussão
detalhada em Ez 18.4-32 (veja também Dt 24.16). Embora as várias gerações
anteriores também fossem culpadas (7.13;11.7-8), fica claro que essa geração
merecia plenamente o castigo que lhe estava reservado.
Dos versos de 31 aos 34, temos a retomada
de temas apresentados inicialmente por Moisés (Dt 30.1-10). Jeremias profetiza
que Deus faria uma nova aliança com o seu povo. Como na antiga aliança (Êx
19-24) firmada depois da redenção do Egito (Êx 12 15), a nova aliança
permitiria a redenção do exílio (v. 34). Essa passagem é citada em Hb 8.8-12.
O profeta, ao se expressar – vs. 31 - que
viram dias de novo pacto, ele está se referindo ao período de restauração
depois do exílio, quando Deus abençoaria o seu povo ricamente.
A ideia da nova aliança não era algo que
fosse novo nesse sentido de surgimento, mas de renovação. O conceito claro aqui
é de uma aliança renovada em vez de uma substituição de aliança - a BEG propõe e
achamos interessante essa pausa, que se veja o seu artigo teológico "A aliança das obras e a aliança da graça",
em Gn 6, e o quadro "As principais
alianças na Bíblia", em Gn 9.
Algumas passagens do Novo Testamento (p.
ex., 1Co 11.25; 2Co 3.6; Hb 9.15; 12.24) revelam que a nova aliança se cumpriu
em Cristo, que realizou o desejo do Senhor de ter um relacionamento pactual
renovado com o seu povo.
Ainda assim, na sua primeira vinda, Cristo
apenas deu início à nova aliança. Ele continua a estabelecê-la neste período
entre a sua primeira e a segunda vinda e a instituirá plenamente quando voltar
em glória.
Essa aliança seria com a casa de Israel e
com a casa de Judá, enfatizando a continuidade da aliança de Deus; porém, veja
também 23.3 (E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas de todas as terras para
onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão,
e se multiplicarão).
A Israel da nova aliança seria a
descendência de Abraão, mas como os profetas do Antigo Testamento e o Novo Testamento
indicam, os gentios crentes também seriam incluídos (GI 3.16,26-29). Essa foi a
maior bênção de Deus a todos os povos da terra as quais alguns judeus mais
zelosos acharam difícil de suportar tal compartilhamento dessas bênçãos de
Deus, pois queriam mesmo a exclusividade delas.
A nova aliança a ser sancionada estaria em
contraste com a antiga aliança no sentido de que, de modo algum, ela seria
quebrada como a antiga o foi (v. 32; Hb 8.7-8).
Em outras passagens, esse contraste é
associado à graça mediada pelo Servo justo que, pelo seu sacrifício definitivo,
garantiria as bênçãos da aliança para o seu povo (p. ex., Is 53.4-5,8,10-12;
cf. Hb 9.12-15; 10.1-4,10-18).
Apesar de Cristo já ter realizado muita
coisa (isto é, antes de voltar em glória para estabelecer plenamente a nova
aliança), a nossa situação como indivíduos e grupos é bastante semelhante à do
povo na antiga aliança (1Co 10.1-11).
Nos dias de hoje, ainda é possível um
cristão fazer parte da igreja visível (uma comunidade da nova aliança) e romper
a aliança de modo tão severo a ponto de receber o julgamento ou a disciplina de
Deus (veja Hb 10.29). Seria interessante também nesse momento uma boa reflexão
no texto recomendado pela BEG, em seu artigo teológico "A perseverança e a preservação dos
santos", em Fp 1. Essa possibilidade só será eliminada quando Cristo
voltar.
Ao se referir ao pacto que fará depois
daqueles dias, o profeta está falando de um tempo depois do exílio, mas não o
especifica. O Novo Testamento mostra que esse período foi iniciado por Cristo.
O novo pacto seria inculcado diretamente na
mente e no coração do crente. Os judaítas incrédulos do tempo de Jeremias
reduziram a lei a um padrão externo, numa atitude bastante parecida com a dos
judeus do tempo de Jesus e da igreja primitiva, cheia de regras e preceitos a
serem observados – há cerca de 617 deles!
A ideia da lei impressa na mente e no
coração não é nova. Era o ideal da antiga aliança que se realizou parcialmente
nos homens e mulheres do Antigo Testamento que demonstraram ter uma fé
verdadeira (Dt 6.5; 26.16; 32.46; 30.1,14).
Quando a nova aliança for plenamente
instituída com a volta de Cristo, a lei de Deus será gravada no coração de cada
participante da aliança de tal modo que se tornará impossível desobedecer a ela.
Enquanto esse dia não chega, os cristãos experimentam o cumprimento parcial
dessa promessa. Assim, nossas tentativas de interiorizar e amar a lei de Deus
nunca são inteiramente bem-sucedidas.
O fato é que como não temos o livre-arbítrio
(diga-se de passagem como o fato de não conseguirmos agir de modo contrário à
nossa natureza) hoje e é impossível não pecar, depois, continuará sendo
impossível, pela ausência do livre-arbítrio, pecarmos.
Essa é a fórmula da antiga aliança (1v
26.12; cf. 7.23): eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. A nova aliança
não abolirá a antiga; antes, renovará e cumprirá os seus ideais – vs. 31.
Por conta dessa novidade de vida não será
mais necessário o ensinamento para conhecer ao Senhor, pois todos o conhecerão.
Essa exortação resume a obrigação da lei (p. ex., 22.16-17; 1 Cr 28.9).
A antiga aliança exigia que o povo de Deus
o conhecesse, mas durante o exílio, o conhecimento de Deus em Israel quase se
extinguiu.
Na plenitude da nova aliança, quando Jesus
voltar, todos os seus participantes conhecerão a Deus que realizará, na nova
aliança, aquilo que ordenou na antiga.
De acordo com a sua promessa, ele dará ao
seu povo um coração para conhecê-lo (24.7). Por certo, apesar de Cristo ter
dado início à nova aliança com sua morte e ressurreição, nem todos os participantes
da nova aliança (a igreja visível) têm um conhecimento salvador do Senhor.
Os cristãos de hoje ainda precisam ensinar
uns aos outros a conhecerem o Senhor. As palavras de Jeremias só se realizarão
completamente quando Cristo voltar.
A base da promessa do perdão nos vs. 32-33
é identificada aqui como uma nova obra de redenção que se iniciou em Cristo em
sua primeira vinda e se completará na volta de Cristo (veja Hb 10.1-17) onde
jamais se lembraria novamente dos nossos pecados.
A palavra "jamais" ressalta que a
expiação futura pelos pecados seria definitiva e perfeita, eliminando a
necessidade de outros sacrifícios pelo pecado. O fato é que Deus não iria
esquecer no sentido de perder a sua memória – impossível! – mas no sentido de
que não tomaria mais decisões a partir daquele contexto ruim de pecado.
Jr 31:1 Naquele tempo, diz o Senhor,
serei o Deus
de todas as famílias de Israel, e elas serão o meu povo.
Jr 31:2 Assim diz o Senhor:
O povo que
escapou da espada achou graça no deserto.
Eu
irei e darei descanso a Israel.
Jr 31:3 De longe o Senhor me apareceu,
dizendo:
Pois que com
amor eterno te amei,
também
com benignidade te atraí.
Jr 31:4 De
novo te edificarei, e serás edificada ó virgem de Israel!
ainda
serás adornada com os teus adufes,
e
sairás nas danças dos que se alegram.
Jr 31:5 Ainda
plantarás vinhas nos montes de Samária;
os
plantadores plantarão e gozarão dos frutos.
Jr 31:6 Pois
haverá um dia em que gritarão os vigias
sobre
o monte de Efraim:
Levantai-vos,
e subamos a Sião, ao Senhor nosso Deus.
Jr 31:7 Pois assim diz o Senhor:
Cantai sobre
Jacó com alegria, e exultai por causa
da
principal das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei:
Salva,
Senhor, o teu povo, o resto de Israel.
Jr 31:8 Eis
que os trarei da terra do norte
e
os congregarei das extremidades da terra;
e
com eles os cegos e aleijados,
as
mulheres grávidas e as de parto juntamente;
em
grande companhia voltarão para cá.
Jr 31:9 Virão
com choro, e com súplicas os levarei;
guiá-los-ei
aos ribeiros de águas,
por
caminho direito em que não tropeçarão;
porque
sou um pai para Israel,
e
Efraim é o meu primogênito.
Jr 31:10 Ouvi a palavra do Senhor, ó
nações, e anunciai-a
nas
longínquas terras marítimas, e dizei:
Aquele
que espalhou a Israel o congregará e o guardará,
como
o pastor ao seu rebanho.
Jr 31:11 Pois
o Senhor resgatou a Jacó,
e
o livrou da mão do que era mais forte do que ele.
Jr 31:12 E
virão, e cantarão de júbilo nos altos de Sião,
e
ficarão radiantes pelos bens do Senhor,
pelo
trigo, o mosto, e o azeite,
pelos
cordeiros e os bezerros;
e a sua vida
será como um jardim regado,
e
nunca mais desfalecerão.
Jr 31:13
Então a virgem se alegrará na dança,
como
também os mancebos e os velhos juntamente;
porque
tornarei o seu pranto em gozo,
e
os consolarei,
e
lhes darei alegria em lugar de tristeza.
Jr 31:14 E
saciarei de gordura a alma dos sacerdotes,
e
o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor.
Jr 31:15 Assim diz o Senhor:
Ouviu-se um
clamor em Ramá, lamentação e choro amargo.
Raquel chora
a seus filhos, e não se deixa consolar a respeito deles,
porque
já não existem.
Jr 31:16 Assim diz o Senhor:
Reprime a tua
voz do choro, e das lágrimas os teus olhos;
porque
há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor,
e
eles voltarão da terra do inimigo.
Jr 31:17 E há
esperança para o teu futuro, diz o Senhor;
pois
teus filhos voltarão para os seus termos.
Jr 31:18 Bem
ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo:
Castigaste-me
e fui castigado,
como
novilho ainda não domado;
restaura-me,
para que eu seja restaurado,
pois
tu és o Senhor meu Deus.
Jr 31:19 Na
verdade depois que me desviei, arrependi-me;
e
depois que fui instruído, bati na minha coxa;
fiquei
confundido e envergonhado,
porque
suportei o opróbrio da minha mocidade.
Jr 31:20 Não
é Efraim meu filho querido?
filhinho
em quem me deleito?
Pois
quantas vezes falo contra ele,
tantas
vezes me lembro dele solicitamente;
por
isso se comovem por ele as minhas entranhas;
deveras me
compadecerei dele, diz o Senhor.
Jr 31:21
Põe-te marcos, faze postes que te guiem;
dirige
a tua atenção à estrada, ao caminho pelo qual foste;
regressa,
ó virgem de Israel,
regressa
a estas tuas cidades.
Jr 31:22 Até
quando andarás errante, ó filha rebelde?
pois
o senhor criou uma coisa nova na terra:
uma
mulher protege a um varão.
Jr 31:23 Assim diz o Senhor dos
exércitos, o Deus de Israel:
Ainda dirão
esta palavra na terra de Judá, e nas suas cidades,
quando
eu acabar o seu cativeiro:
O Senhor te
abençoe, ó morada de justiça, ó monte de santidade!
Jr 31:24 E
nela habitarão Judá, e todas as suas cidades juntamente;
como
também os lavradores e os que pastoreiam os rebanhos.
Jr 31:25 Pois
saciarei a alma cansada,
e
fartarei toda alma desfalecida.
Jr 31:26
Nisto acordei, e olhei; e o meu sono foi doce para mim.
Jr 31:27 Eis
que os dias vêm, diz o Senhor,
em
que semearei de homens e de animais a casa de Israel
e
a casa de Judá.
Jr 31:28 E
será que, como vigiei sobre eles
para
arrancar e derribar,
para
transtornar, destruir, e afligir,
assim
vigiarei sobre eles
para
edificar e para plantar, diz o Senhor.
Jr 31:29
Naqueles dias não dirão mais:
Os
pais comeram uvas verdes,
e
os dentes dos filhos se embotaram.
Jr 31:30 Pelo
contrário, cada um morrerá
pela
sua própria iniqüidade;
de
todo homem que comer uvas verdes,
é
que os dentes se embotarão.
Jr 31:31 Eis
que os dias vêm, diz o Senhor,
em
que farei um pacto novo com a casa de Israel
e
com a casa de Judá,
Jr
31:32 não conforme o pacto que fiz com seus pais,
no
dia em que os tomei pela mão,
para
os tirar da terra do Egito,
esse
meu pacto que eles invalidaram,
apesar
de eu os haver desposado, diz o Senhor.
Jr 31:33 Mas
este é o pacto que farei com a casa de Israel
depois
daqueles dias, diz o Senhor:
Porei
a minha lei no seu interior,
e
a escreverei no seu coração;
e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo.
Jr 31:34 E
não ensinarão mais cada um
a seu
próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo:
Conhecei
ao Senhor; porque todos me
conhecerão,
desde o menor deles
até
o maior, diz o Senhor;
pois
lhes perdoarei a sua iniqüidade,
e
não me lembrarei mais dos seus pecados.
Jr 31:35 Assim diz o Senhor,
que dá o sol
para luz do dia,
e a ordem
estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite,
que agita o
mar, de modo que bramem as suas ondas;
o
Senhor dos exércitos é o seu nome:
Jr 31:36 Se
esta ordem estabelecida falhar diante de mim,
diz
o Senhor, deixará também a linhagem de Israel
de
ser uma nação diante de mim para sempre.
Jr 31:37 Assim diz o Senhor:
Se puderem
ser medidos os céus lá em cima,
e
sondados os fundamentos da terra cá em baixo,
também
eu rejeitarei toda a linhagem de Israel,
por
tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor.
Jr 31:38 Eis
que vêm os dias, diz o Senhor,
em
que esta cidade será reedificada para o Senhor,
desde
a torre de Hananel até a porta da esquina.
Jr 31:39 E a
linha de medir estender-se-á para diante,
até
o outeiro de Garebe, e dará volta até Goa.
Jr 31:40 E o
vale inteiro dos cadáveres e da cinza,
e
todos os campos até o ribeiro de Cedrom,
até
a esquina da porta dos cavalos para o oriente,
tudo
será santo ao Senhor;
nunca
mais será arrancado nem derribado.
Dos versos de 35 aos 37, vemos Deus falando
da sua criação e que ela fora afetada pela queda do homem. Em outros tempos, a
infidelidade pactual de Israel trouxe julgamento sobre a própria criação (4.23-26).
Agora, a durabilidade da criação de Deus é definida como medida do seu
compromisso com o seu povo na nova aliança.
Jerusalém foi reconstruída sob a liderança
de Zorobabel e Neemias (Ed 1; Ne 1-12), mas esse programa de restauração fracassou
devido ao pecado contínuo do povo. Para o Novo Testamento, essa promessa se
cumprirá na nova Jerusalém que surgirá quando Cristo voltar (Ap 21.2,10).
A Torre de Hananel e a Porta da Esquina –
vs. 38 – são os extremos opostos da cidade, indicando a sua totalidade (veja
2Cr 26.9; Zc 14.10-11).
Tudo agora seria santo ao Senhor e nunca mais
seriam arrancados, nem derribados. A vitória esperada será demasiadamente
grande, por isso convém ter paciência com a presente era e esperar nossa
redenção final a qualquer momento.
...