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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Jeremias 5:1-31 - OS PECADOS DE JERUSALÉM E DE JUDÁ OS DESTRUIAM.



Estamos trabalhando na quarta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG. Estamos no capítulo 5.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) - continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – já vimos; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – já vimos; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13 – veremos agora; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19 - veremos agora; E. Os pecados de Judá - 5.20-31 - veremos agora; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13.
Até ao verso 13, veremos Jeremias falando dessa cidade pecaminosa de Jerusalém. O profeta volta ao tema do pecado, concentrando-se especialmente na perversidade em Jerusalém.
No verso primeiro a busca por um homem, um único representante dos homens que pratique a justiça e busque a verdade e se houvesse esse homem, provavelmente uma alusão à oração de Abraão em favor de Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à petição de Jeremias em favor da cidade (recusada posteriormente em 7.16). a situação de Jerusalém era tão deplorável que não foi possível encontrar uma única pessoa honesta.
Com engano serviam e juravam ao Senhor dizendo “vive o Senhor!”.  Eles endureceram o rosto mais do que uma rocha. A maior frustração do profeta é a determinação do povo de não se arrepender (cf. Ez 3.7-9).
O Senhor os feriu e até os consumiu, mas eles resistiram e preferiram o pecado, a mentira e a ilusão.
O Senhor depois de tanto provar o povo, voltou-se para os grandes, os líderes que provavelmente saberiam os caminhos do Senhor e a justiça do seu Deus, mas de comum acordo quebraram o jugo e romperam as ataduras.
A maldição então é decorrente. Essa violação da aliança com o Senhor traria suas maldições sobre o povo (lv 26.22).
No verso 7, uma pergunta muito interessante: como poderia Deus perdoá-los? Essa pergunta dá continuidade ao assunto do vs. 1. depois de eu os ter fartado, adulteraram. O povo buscava os falsos deuses na ilusão de que estes tinham poder de tornar a terra fértil. O Senhor afirma que também é soberano nesse âmbito (Os 2.8-9). Eles haviam se prostituido nessas casas de meretrizes, nessas casas que eram usadas especificamente para a prostituição religiosa.
A prostituição religiosa se transforma em adultério explícito. Como os cavalos e éguas no cio, totalmente absortos em seus desejos, eles se envolviam de forma profunda maculando ainda mais sua alma e se comprometendo com a mentira.
O Senhor jamais os deixaria desse jeito. A metáfora do tribunal volta a ser usada mediante um apelo implícito a testemunhas. O Senhor executaria a sua justiça contra povos que se corrompiam.
Essa indicação de que o castigo não seria definitivo é uma dentre várias desse tipo no início do livro (cf. 12.14-17; 16.14-15; 23.3). As gravinhas, e não toda a vinha, é que não são do SENHOR – como na parábola do joio e do trigo – Mt 13:25. Ao mesmo tempo, a situação pactual de Judá é revogada (Os 1.9). Fica clara aqui a necessidade aparentemente irreconciliável de julgamento e salvação.
Aleivosamente, talvez por causa das gravinhas/joio, se houveram contra o Senhor e o negaram – vs 12 - ou, "Mentiram a respeito do SENHOR". A crença equivocada acerca de Deus estava relacionada à falsidade em todas as partes da sociedade (cf. 9.3-6). Não é ele. Ou, "Ele não vai fazer nada!", ou seja, Deus não se importa, não é imanente, mas tão somente transcendente. Essa era a mensagem dos falsos profetas (cf. 28.2-4).
Havia, com exceção de alguns, entre eles Jeremias, muitos dos falsos profetas que predominavam nessa época – vs. 13.
D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19.
Até ao verso 19, estaremos vendo o julgamento por meio da destruição de Jerusalém. Em resposta à corrupção de Jerusalém, Deus trairia invasores que atacariam a cidade e a destruiriam.
Deus promete dar ao profeta Jeremias uma palavra que sairia de sua boca como fogo sendo eles os gravetos que se inflamariam com as chamas.
Uma nação de longe traria o Senhor. Essa nação seriam os babilônios. Um povo diferente, de longe, antigo, de linguagem diferente, onde os seus guerreiros são valentes e trazem flechas certeiras de morte, que comerão toda a colheita e todo pão que seriam destinados par ao povo e ainda comerão dos rebanhos e do gado, dos frutos da vide e da figueira e as cidades fortificadas em que Jerusalém se fiava seriam abatidas à espada.
O exército invasor seria absolutamente cruel. Suas atrocidades seriam a antítese das bênçãos da aliança. Para a promessa das coisas que nesse momento eram consumidas, veja Dt 7.13.
Essa destruição terrível, no entanto, não seria final, mas seria certa. Não adiantaria focos de resistência ou levantes patrióticos. Jeremias explicou por que enfatizava o anúncio do julgamento contra Judá: ele queria que os exilados lessem o seu livro e discernissem como deveriam reagir. Eles tinham de entender que Deus havia mandado esse terrível castigo a eles por causa da idolatria.
E. Os pecados de Judá - 5.20-31.
Até ao verso 31, novamente são demonstrados os pecados de Judá. Jeremias volta a citar os pecados do povo de Deus em Judá para explicar por que o exílio aconteceria.
O apelo profético era para os que tinham olhos, mas não viam e ouvidos, mas não ouviam, daí o serem chamados de insensatos. Não temereis a mim? Jeremias argumenta com base no poder de Deus na criação (cf. Jó 38 - 41; Rm 1.18-20).
Apesar dos argumentos, o verso 23 esclarece a razão de eles verem, mas não verem e ouvirem, mas não ouvirem. Os seus corações estavam sobrecarregados. Por isso que eram obstinados e rebeldes, por isso rebelaram-se e se foram.
O profeta relembra a eles as bênçãos da aliança com seu Deus ("para o nosso perpétuo bem" [Dt 6.24). e foram as suas iniquidades que desviaram o bem e os seus pecados que os destruíram – vs. 25.
E inerente à perversidade seduzir até mesmo os inocentes com seus ardis. Assim, os ímpios, no meio do povo, o joio maldito, as gravinhas terríveis, com as suas palavras lisonjeiras em Pv 2.12-19 estavam desviando todo o povo e os conduzindo a um desfecho terrível.
Jeremias passa da discussão do pecado de caráter especificamente religioso para o âmbito ético (ainda que ambos sejam intimamente relacionados). Engordam, tornam-se nédios, numa ilustração da prosperidade egoísta (SI 73.7) e maldita. Esquecem-se de praticarem a justiça, o amor, a verdade e a misericórdia.
Deus não gosta, não aprova que os homens vivam tão terrivelmente distantes a ponto de se tornarem monstros egoístas e gananciosos, cujo Deus é o ventre e o fim o lago de fogo e enxofre para todo o sempre.
Jr 5:1 Dai voltas às ruas de Jerusalém,
e vede agora, e informai-vos, e buscai pelas suas praças
a ver se podeis achar um homem,
se há alguém que pratique a justiça, que busque a verdade;
e eu lhe perdoarei a ela.
Jr 5:2 E ainda que digam:
Vive o Senhor; de certo falsamente juram.
Jr 5:3 Ó Senhor, acaso não atentam os teus olhos para a verdade?
feriste-os, porém não lhes doeu;
consumiste-os, porém recusaram receber a correção;
endureceram as suas faces mais do que uma rocha;
recusaram-se a voltar.
Jr 5:4 Então disse eu:
Deveras eles são uns pobres; são insensatos,
pois não sabem o caminho do Senhor,
nem a justiça do seu Deus.
Jr 5:5 Irei aos grandes, e falarei com eles;
porque eles sabem o caminho do Senhor,
e a justiça do seu Deus;
mas aqueles de comum acordo quebraram o jugo,
e romperam as ataduras.
Jr 5:6 Por isso um leão do bosque os matará,
um lobo dos desertos os destruirá;
um leopardo vigia contra as suas cidades;
todo aquele que delas sair será despedaçado;
porque são muitas as suas transgressões,
 e multiplicadas as suas apostasias.
Jr 5:7 Como poderei perdoar-te?
pois teus filhos me abandonaram a mim,
e juraram pelos que não são deuses;
quando eu os tinha fartado, adulteraram,
e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.
Jr 5:8 Como cavalos de lançamento bem nutridos,
andavam rinchando cada um à mulher do seu próximo.
Jr 5:9 Acaso não hei de castigá-los por causa destas coisas?
diz o Senhor; ou não hei de vingar-me
de uma nação como esta?
Jr 5:10 Subi aos seus muros, e destruí-os;
não façais, porém, uma destruição final;
tirai os seus ramos; porque não são do Senhor.
Jr 5:11 Porque aleivosissimamente se houveram contra mim
a casa de Israel e a casa de Judá, diz o Senhor.
Jr 5:12 Negaram ao Senhor, e disseram:
Não é ele; nenhum mal nos sobrevirá;
nem veremos espada nem fome.
Jr 5:13 E até os profetas se farão como vento,
e a palavra não está com eles; assim se lhes fará.
Jr 5:14 Portanto assim diz o Senhor, o Deus dos exércitos:
Porquanto proferis tal palavra,
eis que converterei em fogo as minhas palavras
na tua boca, e este povo em lenha,
de modo que o fogo o consumirá.
Jr 5:15 Eis que trago sobre vós uma nação de longe,
ó casa de Israel, diz o Senhor;
é uma nação durável, uma nação antiga,
uma nação cuja língua ignoras,
e não entenderás o que ela falar.
Jr 5:16 A sua aljava é como uma sepultura aberta;
todos eles são valentes.
Jr 5:17 E comerão a tua sega e o teu pão,
que teus filhos e tuas filhas haviam de comer;
comerão os teus rebanhos e o teu gado;
comerão a tua vide e a tua figueira;
as tuas cidades fortificadas, em que confias,
abatê-las-ão à espada.
Jr 5:18 Contudo, ainda naqueles dias, diz o Senhor,
não farei de vós uma destruição final.
Jr 5:19 E quando disserdes:
Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas?
então lhes dirás:
Como vós me deixastes, e servistes deuses estranhos
na vossa terra, assim servireis estrangeiros,
em terra que não e vossa.
Jr 5:20 Anunciai isto na casa de Jacó,
e proclamai-o em Judá, dizendo:
Jr 5:21 Ouvi agora isto, ó povo insensato e sem entendimento,
que tendes olhos e não vedes,
que tendes ouvidos e não ouvis:
Jr 5:22 Não me temeis a mim? diz o Senhor;
não tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar,
por ordenança eterna, que ele não pode passar?
Ainda que se levantem as suas ondas,
não podem prevalecer;
ainda que bramem,
não a podem traspassar.
Jr 5:23 Mas este povo é de coração obstinado e rebelde;
rebelaram-se e foram-se.
Jr 5:24 E não dizem no seu coração:
Temamos agora ao Senhor nosso Deus,
que dá chuva, tanto a temporã como a tardia,
a seu tempo, e nos conserva as semanas
determinadas da sega.
Jr 5:25 As vossas iniquidades desviaram estas coisas,
e os vossos pecados apartaram de vos o bem.
Jr 5:26 Porque ímpios se acham entre o meu povo;
andam espiando, como espreitam os passarinheiros.
Armam laços, apanham os homens.
Jr 5:27 Qual gaiola cheia de pássaros,
assim as suas casas estão cheias de dolo;
por isso se engrandeceram, e enriqueceram.
Jr 5:28 Engordaram-se, estão nédios;
também excedem o limite da maldade;
não julgam com justiça a causa dos órfãos,
para que prospere, nem defendem
o direito dos necessitados.
Jr 5:29 Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas?
diz o senhor;
ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?
30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra:
31 os profetas profetizam falsamente,
e os sacerdotes dominam por intermédio deles;
e o meu povo assim o deseja.
Mas que fareis no fim disso?
Não é à toa que o profeta exclama o quão espantoso e horrendo é o terem feito na terra tais coisas – vs. 30.
Esse mal também era o desejo do próprio povo – vs. 31. É o que deseja o meu povo: não apenas os ofícios de profeta e sacerdote se encontravam corrompidos, como também o povo de Judá se agradava disso e não desejava que a situação mudasse.
Parece até algo semelhante com nosso país, o Brasil, aqui nos idos de 2015. Temo por isso as consequências que poderão advir, como veio a eles naqueles tempos. O confortável é que o Senhor os amou e ainda os orientou como deveriam viver no cativeiro até que o juízo se concluísse (70 anos, uma geração!) e somente sobrassem depois os remanescentes.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
http://www.jamaisdesista.com.br
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

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Jeremias 4:1-31 - JEREMIAS ADVERTE QUE JUDÁ SERÁ INVADIDA E DESTRUÍDA.

Estamos trabalhando na quarta parte, de nossa divisão proposta de dezoito delas, nos baseando na estruturação apresentada pela BEG.
IV. OS PECADOS E JULGAMENTOS DE JUDÁ (3.6-6.30) – continuação.
Como já dissemos, nós já vimos os pecados repetidos de Judá (2.1-3.5) que levaram aos julgamentos divinos e, agora, em consequência os pecados que os levaram à invasão estrangeira (3.6-6.30).
Também havíamos dividido essa parte “4” como segue:: A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 – estaremos em continuação; B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31 – veremos agora; C. A cidade pecaminosa de Jerusalém - 5.1-13; D. O julgamento por meio da destruição de Jerusalém - 5.14-19; E. Os pecados de Judá - 5.20-31; F. O julgamento por meio do exílio – 6:1-30.
A. Judá é pior do que Israel - 3.6-4.4 - continuação.
Estamos vendo nessa parte “A” que Judá é pior do que Israel. Jeremias compara os habitantes de Judá com os de Israel. Apesar de Israel ter ido para o exílio, Deus estava ainda mais descontente com Judá.
O capitulo começa com uma promessa condicional da parte de Deus apesar da situação pecaminosa de Judá. A condicional é se voltares, ou seja, tem de haver arrependimento da parte de Judá para que bênçãos possam vir sobre a nação e a glória ser lançada ao Senhor.
·         Se voltares para mim.
·         Se tirares as tuas abominações de diante de mim.
·         Se não andares mais vagueando.
·         Se jurares: como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão.
Deus está a pedir que ela se volte para ele e busque a verdade, a justiça e a retidão e somente assim, poderá ele também se voltar para eles. Aos homens de Judá e de Jerusalém, o Senhor queria um terreno alqueivado, algo novo e bom onde pudesse semear e não ser desperdiçado, como lamentavelmente acontece quando se semeia entre espinhos.
Jeremias insiste - vs. 4 - que os ideais da aliança mosaica se cumpririam naqueles que desejassem voltar do exílio. Os sinais exteriores de que o povo pertencia ao Senhor só tinham valor quando correspondiam a uma realidade interior (31.31-34; cf. Dt 10.16; 30.6).
A circuncisão não poderia ser apenas exterior e na aparência, mas teria de ser verdadeira, real e profunda, de dentro para fora – vs. 4.
B. O julgamento por meio da invasão - 4.5-31.
Neste capítulo, veremos o julgamento por meio da invasão. Jeremias anuncia mais uma vez que Judá será invadida e destruída.
A trombeta é tocada no vs. 5, um aviso antecipado é proclamado (cf. JI 2.1; Am 3.6), um convite para se ajuntar e entrar nas cidades fortificadas! Jeremias anuncia que a destruição se dará pelas mãos de um inimigo do norte. Seu clamor nessa passagem evidencia o pânico que levaria a população do campo a buscar segurança das cidades.
O conselho seria para arvorarem um estandarte no caminho para Sião e buscarem refúgio imediato, sem demora porque o mal já vinha ligeiro do norte e com ele uma grande destruição. Era como um feroz leão que caça implacavelmente a sua presa e a abate. Quando um leão resolve atacar é porque já se encontra próximo à sua vítima e seu alvo é o pescoço e a coluna de sua caça. Compare com 2.15; 6.26.
No verso 8, é solicitado a eles para se cingirem e uivarem, ou seja, exercerem atos de lamentação (cf. Jo 3.5) porque o ardor da ira do Senhor não se desviará deles.
Assim, naquele dia, um dia de acerto de contas, quando os acontecimentos profetizados acontecerem (cf. Is 2.11-12), o coração do rei e dos príncipes se desfalecerão, os sacerdotes pasmarão e os profetas se maravilharão – vs. 9.
Jeremias reconhece que eles foram enganados pelo engano de seus próprios corações enganosos quando se dizia que haveria paz, mas na verdade a espada já estava atravessada na garganta de cada um deles.
Vento mais forte do que este virá. Esse vento não teria nenhum efeito benéfico (como aquele que serve para peneirar os cereais). Seria um vento abrasador. O siroco, um vento quente e seco do deserto, um vento forte demais estaria se aproximando e com ele os terríveis juízos da parte de Deus. Quando Deus nos adverte, o melhor a fazer é atendê-lo rápido antes que ele se enfade de nós e conceda o que deseja nosso coração enganoso e endurecido pelo pecado. Eles queriam a paz sem o arrependimento e a mensagem da paz veio a eles porque o juízo já tinha sido determinado e a paz era apenas uma ilusão.
Aprender a lidar com Deus é importante, pois ele não nos tem por inocentes. Não há como enganar a Deus e sair disso ileso.
No verso 13, as imagens extraídas da natureza que indicam a força e a velocidade do inimigo são usadas para advertir os que têm ouvidos para ouvir e coração para atender a tempo.
Deus solicita a ela que lave os seus corações da maldade de forma a largar os seus maus pensamentos decorrentes porque já se anuncia e desde Dã e de Efraim se proclama a calamidade que está por vir e assolar seus moradores.
Os maus pensamentos nos corações são decorrentes de um coração corrompido, acostumado e decidido a se entregar ao mal pela rejeição clara ao Senhor e aos seus princípios de justiça, retidão e verdade.
A razão de todo juízo e de toda calamidade que estava vindo era a rejeição dela ao Senhor. Rebelaram-se contra Deus e agora colhiam do fruto de suas ações.
Nos versos de 19 a 26, esses versículos formam um interlúdio breve no qual o profeta expressa o seu próprio desespero diante do futuro de Jerusalém e Judá.
Destruição sobre destruição era a mensagem a ser apregoada e o profeta pergunta até quando...? (um clamor comum nos salmos de lamento (p. ex., SI 13.1)). O profeta clama porque vê a sucessão de calamidades reservadas para Judá.
O povo nessa condição é mesmo insensato. O profeta se identifica fortemente não apenas com o povo, mas também com Deus. A sabedoria do povo estava direcionada para o mal. Sua perversidade é um hábito adquirido e profundamente arraigado (cf. 9.5), como aquela mente acostumada a imaginar coisas malignas e a criar, contar, cantar piadas indecentes.
No verso 23, a observação de Deus era de que a terra estava sem forma, vazia e não tinham luz. Compare com Gn 1.2,14-15. A ordem da criação seria desfeita por esse julgamento. As suas forças e seus montes e outeiros estariam abalados. Ao observar a condição dela, não havia homem nenhum. A mesma expressão é usada em Gn 2.5. A criação voltaria ao seu caos original.
Até a terra fértil era um deserto. As bênçãos da aliança seriam invertidas (Dt 8.7-16) por causa do furor de sua ira.
O Senhor volta a falar no verso 27 e a anunciar que apesar de destruir boa parte da terra com seu juízo por causa de seu furor, ainda não a consumiria de todo. Um fio de esperança foi deixado para os remanescentes que serão purificados pelo fogo e ardor da ira divina.
O que Deus determinou, isso executará e não se arrependerá, nem se moverá ainda que oremos a respeito disso. A terra se lamentará, os céus se enegrecerão. Com Deus não se brinca, não se zomba, não se cutuca para verificar sua reação.
O maior perigo da humanidade é a prosperidade do mal por que ai sim, o juízo já está determinado e a taça de sua ira está apenas se enchendo para no tempo oportuno ser derramada sem piedade.
Jr 4:1 Se voltares, ó Israel, diz o Senhor,
                se voltares para mim e tirares as tuas abominações de diante de mim,
                               e não andares mais vagueando;
                2 e se jurares:
                               Como vive o Senhor, na verdade, na justiça e na retidão;
                                               então nele se bendirão as nações,
                                                               e nele se gloriarão.
                Jr 4:3 Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém:
                               Lavrai o vosso terreno alqueivado,
                                               e não semeeis entre espinhos.
                               Jr 4:4 Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios
                                               do vosso coração, ó homens de Judá e habitadores
                                                               de Jerusalém,
                                               para que a minha indignação não venha a sair
                                                               como fogo, e arda de modo que ninguém
                                                               o possa apagar, por causa da maldade
                                                                              das vossas obras.
                Jr 4:5 Anunciai em Judá, e publicai em Jerusalém; e dizei:
                               Tocai a trombeta na terra; gritai em alta voz, dizendo:
                                               Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortificadas.
                Jr 4:6 Arvorai um estandarte no caminho para Sião;
                               buscai refúgio, não demoreis; porque eu trago do norte
                                               um mal, sim, uma grande destruição.
                Jr 4:7 Subiu um leão da sua ramada, um destruidor de nações;
                               ele já partiu, saiu do seu lugar para fazer da tua terra
                                               uma desolação,
                               a fim de que as tuas cidades sejam assoladas,
                                               e ninguém habite nelas.
                Jr 4:8 Por isso cingi-vos de saco, lamentai, e uivai,
                               porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
                Jr 4:9 Naquele dia, diz o Senhor,
                               desfalecerá o coração do rei e o coração dos príncipes;
                                               os sacerdotes pasmarão, e os profetas
                                                               se maravilharão.
                Jr 4:10 Então disse eu:
                                Ah, Senhor Deus!
                                                verdadeiramente trouxeste grande ilusão
                                                               a este povo e a Jerusalém, dizendo:
                               Tereis paz; entretanto a espada penetra-lhe até a alma.
                Jr 4:11 Naquele tempo se dirá a este povo e a Jerusalém:
                               Um vento abrasador, vindo dos altos escalvados no deserto,
                                               aproxima-se da filha do meu povo,
                                                               não para cirandar, nem para alimpar,
                Jr 4:12 mas um vento forte demais para isto virá da minha parte;
                               agora também pronunciarei eu juízos contra eles.
                Jr 4:13 Eis que vem subindo como nuvens, como o redemoinho
                               são os seus carros; os seus cavalos são mais ligeiros
                                               do que as águias.
                               Ai de nós! pois estamos arruinados!
                Jr 4:14 Lava o teu coração da maldade, ó Jerusalém,
                               para que sejas salva;
                                               até quando permanecerão em ti
                                                               os teus maus pensamentos?
                Jr 4:15 Porque uma voz anuncia desde Dã, e proclama
                               a calamidade desde o monte de Efraim.
                Jr 4:16 Anunciai isto às nações; eis, proclamai contra Jerusalém
                               que vigias vêm de uma terra remota;
                                               eles levantam a voz contra as cidades de Judá.
                Jr 4:17 Como guardas de campo estão contra ela ao redor;
                               porquanto ela se rebelou contra mim, diz o Senhor.
                Jr 4:18 O teu caminho e as tuas obras te trouxeram essas coisas;
                               essa e a tua iniquidade, e amargosa é,
                                               chegando até o coração.
                Jr 4:19 Ah, entranhas minhas, entranhas minhas!
                               Eu me torço em dores! Paredes do meu coração!
                                               O meu coração se aflige em mim. Não posso calar;
                               porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta
                                               e o alarido da guerra.
                Jr 4:20 Destruição sobre destruição se apregoa;
                               porque já toda a terra está assolada;
                                               de repente são destruídas as minhas tendas,
                                                               e as minhas cortinas num momento.
                Jr 4:21 Até quando verei o estandarte, e ouvirei a voz da trombeta?
                Jr 4:22 Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece;
                               são filhos obtusos, e não entendidos;
                               são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem.
                Jr 4:23 Observei a terra, e eis que era sem forma e vazia;
                               também os céus, e não tinham a sua luz.
                Jr 4:24 Observei os montes, e eis que estavam tremendo;
                               e todos os outeiros estremeciam.
                Jr 4:25 Observei e eis que não havia homem algum,
                               e todas as aves do céu tinham fugido.
                Jr 4:26 Vi também que a terra fértil era um deserto,
                               e todas as suas cidades estavam derrubadas
                                               diante do Senhor, diante do furor da sua ira.
                Jr 4:27 Pois assim diz o Senhor:
                               Toda a terra ficará assolada; de todo,
                                               porém, não a consumirei.
                Jr 4:28 Por isso lamentará a terra, e os céus em cima se enegrecerão;
                               porquanto assim o disse eu, assim o propus,
                                               e não me arrependi, nem me desviarei disso.
                Jr 4:29 Ao clamor dos cavaleiros e dos flecheiros
                               fogem todas as cidades; entram pelas matas,
                                               e trepam pelos penhascos;
                                                               todas as cidades ficam desamparadas,
                                                                              e já ninguém habita nelas.
                Jr 4:30 Agora, pois, ó assolada, que farás?
                               Embora te vistas de escarlate, e te adornes
                                               com enfeites de ouro, embora te pintes em volta
                                                               dos olhos com antimônio,
                                                                              debalde te farias bela;
                               os teus amantes te desprezam, e procuram tirar-te a vida.
                Jr 4:31 Pois ouvi uma voz, como a de mulher que está de parto,
                               a angústia como a de quem dá à luz o seu primeiro filho;
                                               a voz da filha de Sião, ofegante,
                                                               que estende as mãos, dizendo:
                                                                              Ai de mim agora!
                               porque a minha alma desfalece por causa dos assassinos.
A pergunta do verso 30 é muito importante. “E agora, assolada, o que se fará?”. Ao invés de se arrepender e buscar o Altíssimo, ela continua a querer se adornar e a se vestir e se enfeitar com adornos e pinturas para parecer-se bela, como uma meretriz aos olhos de seus amantes. No entanto, os seus próprios amantes a desprezam e procuram tirar-lhe a vida. Uma expressão do fato irônico de que o povo de Judá estava enganando a si mesmo.
Chegada é a hora de se dar a luz e vêm as contrações e as dores. Não eram filhos que viria, mas a calamidade e a sua ruína, e ela podia sentir já suas dores e agonia. Ela exclama: ai de mim agora! Os assassinos! Jeremias ouve os últimos suspiros patéticos da filha de Sião.
A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete
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