sábado, 17 de janeiro de 2015
sábado, janeiro 17, 2015
Jamais Desista
Isaías 51:1-22 - A COMPAIXÃO E A RETIDÃO DE DEUS APESAR DO POVO INGRATO.
Para você não se perder na leitura,
capítulo por capítulo, nós nos encontramos aqui no capítulo 51 e nas seguintes
partes:
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – já vista; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3
– já vista; c. O salmo de confiança
do servo – 50:4 – 11 – já vista; d.
Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8 – veremos agora; e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12 – veremos agora; f. O servo sofredor e
exaltado – 52:13 – 53:12; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O
convite para ir – 55:1-13.
d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8.
Neste capítulo 51, nos primeiros oito
versículos, veremos um debate sobre a compaixão e a retidão de Deus que irão
resultar em palavras de conforto para Sião.
Isaías aborda o problema da descrença em
relação à disposição de Deus de mostrar compaixão (vs. 3) e justiça (vs. 5). Os
motivos do temor e da reprovação sugerem que essa passagem estava abordando
discussões que estavam acontecendo entre o fiel e o infiel a respeito desses
assuntos (vs. 7).
Começa o capítulo com um chamado para ouvir
(veja também o vs. 4), para dar atenção ao que fala, um apelo destinado àqueles
que seguem a justiça e aos que buscam ao Senhor, deixando implícita que se
seguirá uma controvérsia ou uma discussão. Isaías garantiu ao remanescente
daqueles que estavam procurando ser fiéis que Deus não deixaria de
restaurá-los.
A rocha de onde foram cortados e a caverna
do poço de onde foram cavados representa respectivamente, Abraão e Sara, como
se explica no versículo 2, em seguida. A menção do amor de Deus por esses
antigos ancestrais tinha o propósito de assegurar aos israelitas no exílio de
que ele continuava a amá-los.
A argumentação do profeta vai do menor para
o maior. Se Deus abençoou Abraão quando ele era uma única pessoa, quanto mais
não abençoaria a incontável descendência de Abraão que vivia nos dias do
profeta.
Deus escolheu Abraão, como escolhera a Noé,
de uma multidão incontável de pessoas no planeta todo. Noé, por exemplo, foi
uma escolha entre milhões ou bilhões de pessoas no mundo dele, em sua época.
Calcula-se – o professor Adauto Lourenço[1]
nos explica – que Noé foi uma escolha de Deus entre 700 milhões a 4,5 bilhões
de pessoas no mundo!
E quanto a Abraão, quantas pessoas existiam
no mundo, em sua época que Deus apenas escolheu ele de todos os habitantes do
planeta? Se fizermos comparações, deveremos chegar perto desse número. Vejamos
de Adão a Noé, inclusive, são no total dez gerações. De Noé até Abraão, inclusive,
seguindo os mesmos parâmetros, são 12 gerações.
Então, muito provavelmente, o número de
habitantes era algo próximo do que foi com Noé, ou seja, foi uma escolha entre
milhões senão bilhões de pessoas.
Deus o chamou, o abençoou e o multiplicou –
vs 2.
Ouvi-me e olhai são os verbos empregados
aqui destinados aos que seguem a justiça e aos que o buscam, porque o Senhor
consolará a Sião – vs 3. Ele terá piedade ou consolará todos os seus lugares
assolados fazendo o seu deserto como o Éden e a sua solidão como o jardim do
Senhor. Essa imagem representa a mudança da maldição em bênção. Haveria regozijo
e alegria em lugar de tristeza, ação de graças e voz de cântico (vs. 11) e o
povo de Deus conquistaria de novo o paraíso perdido de Deus (9:3,4; 12:3).
Escutai-me ou atentai-me povo meu, nação
minha, ele começa o vs 4, inclinai os ouvidos para mim e ele explica o porquê.
Dele sairia a lei, o estabelecimento de sua justiça como a luz dos povos. Isso
seria realizado por meio do Servo nos últimos dias (2:2-4; 42:1-4,6; 49:6).
Para aqueles que estão no exílio, o Senhor
anunciou que a restauração estava perto. Nesse tempo, a justiça e a retidão de
Deus seriam demonstradas a todos.
No verso 6, vemos que toda a criação que é
transitória (50:9; Sl 68:2; 102:3,26; Os 13:3; Is 24:4; 34:4; Hb 1:10-11; II Pe
3:10) está a serviço da redenção de Deus! Somos convidados por ele para
levantarmos os nossos olhos para os céus e olharmos para a terra embaixo e tudo
o que é transitório passará, mas a sua salvação e a sua justiça jamais
passarão, serão eternas!
Os que conhecem a seu Deus e em seu coração
está a sua lei são convidados a ouvirem o consolo do Senhor com sua palavra de
fortaleza para eles de que não deveriam temer, nem se turbarem – vs 7. A
realidade espiritual da aliança (Sl 40:8; Jr 31:31; Ez 36:27) onde a lei está
nos corações entra em contraste com 29:13, onde o povo se aproxima de Deus
apenas de aparência, mas o seu coração está bem distante e desinteressado das
coisas do reino de Deus e de sua justiça.
Os fiéis enfrentariam desafios à sua crença
de que Deus cumpriria a sua promessa de restaurar a nação, mas deveriam
permanecer firmes uma vez que a traça e o bicho os devorará, mas a justiça do
Senhor e sua salvação seriam eternas entre as gerações.
e. Lamento e respostas – 51:9 – 52:12.
Dos versos 9, deste, ao 12, do próximo capítulo, estaremos vendo o profeta
relatando primeiramente o lamento de Israel a Deus: -“Desperta, desperta” – vs.
9. Então, depois, com um toque de ironia,
Deus irá responder a Israel em duas ocasiões diferentes, com as palavras “Desperta,
desperta” – vs. 17; 52:1 -, deixando claro que Israel e não Deus, era quem estava
dormindo.
Dos vs. 9 ao 16, deste, Isaías antecipa que
alguns dos exilados acusariam Deus de deixar de agir em seu favor por estar ele
dormindo. Isaías usa a forma de um lamento e de resposta divina.
Estaria Deus dormindo? “Eis que não dormitará nem dormirá aquele que
guarda a Israel” – Sl 121:4. No entanto, Israel continua lamentando em um
imperativo duplo, como no vs. 17, 40:1; 52:1,11: 57:14: 62:10; 65:1. A ordem
deixa implícita a acusação de que o Senhor estava dormindo – 40:27; Sl 44:23.
A maneira como se dirigem a Deus revela o
quanto estava Israel desrespeitando o Senhor. Em forma de zombaria o interrogam
como se querendo acoá-lo e mostrar que deveria Deus agir logo, uma vez que era Deus.
Não és tu o que abateu o Egito e feriu o
monstro marinho? Trata-se isso de uma metáfora de oposição a Deus (Jó 7:12; Sl
74:13-14; Ez 29:3-5; 32:2-6). Essa imagem emprestada representa a conquista do
Egito pelo Senhor, que resistiu ao nascimento de Israel.
Ela liga o primeiro êxodo (do Egito) e o
segundo êxodo (da Babilônia) com o ato criativo de Deus de criar o cosmos a
partir "do grande abismo" (vs. 10), as caóticas águas primevas da
época da criação (Gn 1:2). O êxodo de Israel é retratado no escopo maior da
vitória de Deus sobre todo o mal.
Também enfático, como no v. 15, a ideia dessa
ênfase corresponde à ordem dupla de "desperta" (vs. 9). Ele é o
Senhor quem os consola, como pois temeriam os homens que são mortais ou os
filhos do homem que se tornarão feno (a vida humana é passageira como a
"erva" – vs. 12; 40:6; Sl 90:5) e que se esquecem do Senhor, o Criador, que
estendeu os céus e fundou a terra e temem continuamente o furor do opressor –
vs 13? Onde estaria o furor do opressor?
Uma metáfora para o exílio e para todos
aqueles que experimentariam as trevas da alienação e a tristeza do Dia do
Senhor (cf. 42.7,22; 49.9,24-25; 52.2; 61.1).
Como já dissemos, no verso 12, há uma outra
proclamação enfática – vs. 15 - de que Deus não é outro senão o Senhor que
agita o mar de modo que as ondas bramem, ou seja, o seu poder sobre o mar é uma
representação do poder de Deus sobre toda a sua criação – Jr 31:35; Jó 26:12;
Sl 107:25).
Deus abençoara ricamente o seu povo no
passado e agora ele se dirigia a Jerusalém: "Tu és o meu povo" – vs.
16. A nação estava sendo renovada na aliança com Deus (Os 1:10-2.3).
Deus responde à acusação implícita de que
estivera dormindo ao lançar de volta para Jerusalém a acusação de Israel. Era
ela quem estava adormecida e precisava seguir adiante na direção da restauração
à Terra Prometida.
“Desperta, desperta.” - novamente o imperativo
duplo, como nos vs. 1,9, assim como em 52:1,11; Ef 5.14. Sendo que aqui é Deus que
fala para Israel despertar-se e se levantar, pois das mãos do Senhor beberam o
cálice da sua ira (uma imagem do julgamento de Deus - 29:9; 63:6; SI 75:8; Jr 25:15-31; Ez 23:31-34;
Zc 12:2; Jo 18:11; Ap 14:10; 16:19), o cálice de atordoamento e o esgotaram.
olhai para a
rocha donde fostes cortados,
e
para a caverna do poço donde fostes cavados.
Is 51:2.
Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz;
porque
ainda quando ele era um só,
eu
o chamei, e o abençoei e o multipliquei.
Is 51:3.
Porque o Senhor consolará a Sião;
consolará
a todos os seus lugares assolados,
e
fará o seu deserto como o Edem e a sua solidão
como
o jardim do Senhor;
gozo
e alegria se acharão nela,
ação de graças, e
voz de cântico.
Is 51:4.
Atendei-me, povo meu, e nação minha,
inclinai
os ouvidos para mim;
porque
de mim sairá a lei,
e estabelecerei
a minha justiça como luz dos povos.
Is 51:5.
Perto está a minha justiça, vem saindo a minha salvação,
e
os meus braços governarão os povos;
as
ilhas me aguardam, e no meu braço esperam.
Is
51:6. Levantai os vossos olhos para os céus e olhai para
a
terra em baixo;
porque
os céus desaparecerão como a fumaça,
e
a terra se envelhecerá como um vestido;
e
os seus moradores morrerão como mosquitos
mas
a minha salvação, porém,
durará
para sempre,
e
a minha justiça não será abolida.
Is
51:7. Ouvi-me, vós que conheceis a justiça,
vós,
povo, em cujo coração está a minha lei;
não
temais o opróbrio dos homens,
nem
vos turbeis pelas suas injúrias.
Is
51:8. Pois a traça os roerá como a um vestido,
e
o bicho os comerá como à lã;
a
minha justiça, porém, durará para sempre,
e
a minha salvação para todas as gerações.
Is
51:9. Desperta, desperta, veste-te de força,
ó
braço do Senhor; desperta como nos dias da antiguidade,
como
nas gerações antigas.
Porventura
não és tu aquele que cortou em pedaços a Raabe,
e
traspassou ao dragão,
Is
51:10. Não és tu aquele que secou o mar,
as
águas do grande abismo?
o
que fez do fundo do mar um caminho,
para
que por ele passassem os remidos?
Is
51:11. Assim voltarão os resgatados do Senhor,
e
virão com júbilo a Sião; e haverá perpétua alegria
sobre
as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão,
a
tristeza e o gemido fugirão.
Is
51:12. Eu, eu sou aquele que vos consola;
quem,
pois, és tu, para teres medo dum homem, que é mortal,
ou
do filho do homem que se tornará como feno;
Is
51:13. e te esqueces do Senhor, o teu Criador,
que
estendeu os céus, e fundou a terra,
e
temes continuamente o dia todo
por
causa do furor do opressor,
quando
se prepara para destruir?
Onde
está o furor do opressor?
Is
51:14. O exilado cativo depressa será solto,
e
não morrerá para ir à sepultura, nem lhe faltará o pão.
Is
51:15. Pois eu sou o Senhor teu Deus, que agita o mar,
de
modo que bramem as suas ondas.
O
Senhor dos exércitos é o seu nome.
Is
51:16. E pus as minhas palavras na tua boca,
e
te cubro com a sombra da minha mão;
para
plantar os céus, e para fundar a terra,
e
para dizer a Sião: Tu és o meu povo.
Is
51:17. Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém,
que
bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor;
que
bebeste da taça do atordoamento, e a esgotaste.
Is
51:18. De todos os filhos que ela teve, nenhum há que a guie;
e
de todos os filhos que criou, nenhum há
que
a tome pela mão.
Is
51:19. Estas duas coisas te aconteceram;
quem
terá compaixão de ti?
a
assolação e a ruína, a fome e a espada; quem te consolará?
Is
51:20. Os teus filhos já desmaiaram,
jazem
nas esquinas de todas as ruas,
como
o antílope tomado na rede;
cheios
estão do furor do Senhor,
e
da repreensão do teu Deus.
Is
51:21. Pelo que agora ouve isto, ó aflita, e embriagada,
mas
não de vinho.
Is
51:22. Assim diz o Senhor Deus e o teu Deus,
que
pleiteia a causa do seu povo:
Eis
que eu tiro da tua mão a taça de atordoamento
e
o cálice do meu furor;
nunca
mais dele beberás;
Is
51:23. mas pô-lo-ei nas mãos dos que te afligem,
os
quais te diziam:
Abaixa-te,
para que passemos sobre ti;
e
tu puseste as tuas costas como o chão,
e
como a rua para os que passavam.
Jerusalém é personificada como uma mãe –
vs. 18; 50:1 -, mas que não guiou os seus filhos. De todos os que criou, nenhum
deles ela tomou pela sua mão.
Estas duas coisas, a saber, a desolação da
terra e a morte do povo (cf. "perda de filhos e viuvez" em 47.9) –
vs. 19 – aconteceram a Jerusalém e quem dela terá compaixão? Ah, se não fora o Senhor há muito teria sido
varrida do mapa para sempre. Ela estava embriagada, mas não do vinho, mas do
furor do Senhor.
Ainda lhe diz como Senhor, como o Senhor
seu Deus, o Deus dela, que ainda pleiteia a sua causa e que tira da sua mão a
taça do seu atordoamento, para nunca mais beber dele. Agora o cálice que era de
Jerusalém caí sobre os seus opressores (os babilônios - Lm 1:4-5,12; 3:32 - e
todos aqueles que perseguiram e oprimiram os filhos de Deus ) os quais diziam a
ela que se abaixasse para que por sobre ela passassem como passam pela rua.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
sexta-feira, janeiro 16, 2015
Jamais Desista
Isaías 50:1-11 - UM SALMO DE CONFIANÇA DO SERVO EM ISAÍAS 50.
Parte IV – ISAÍAS E O JULGAMENTO
BABILÔNICO – 40:1 – 66:24.
C. Os dois instrumentos de Deus
para a restauração (44:24 – 55:13).
2. O plano de Deus para o seu
servo – 49:1 a 55:13.
Como já dissemos, estamos vendo os planos
de Deus para o seu Servo, depois de termos visto os seus planos para Ciro.
Foi também dividida essa parte, seguindo a
estrutura já composta da BEG, em oito partes, para melhor estudo e compreensão
da temática: a. Oráculo real acerca do servo – 49:1-13 – veremos agora; b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 –
50:3 – concluiremos agora; c. O salmo
de confiança do servo – 50:4 – 11 –
veremos agora; d. Debate sobre a compaixão e a retidão de Deus – 51:1-8; e.
Lamento e respostas – 51:9 – 52:12; f. O servo sofredor e exaltado – 52:13 –
53:12; g. Chamado a que Jerusalém louve – 54:1-17; g. O convite para ir – 55:1-13.
b. Debate contra a incredulidade de Israel – 49:14 – 50:3 - continuação.
Como havíamos dito, a partir dos vs 49:24
até o 50:3, Isaías estava respondendo à ideia de que os guerreiros babilônicos
eram poderosos demais para serem vencidos.
Isaías tinha proclamado que Deus resgataria
o seu povo daqueles que o haviam conquistado. Dúvidas permaneceriam na mente de
muitos israelitas, uma vez que eles duvidavam que os terríveis exércitos
babilônicos pudessem ser vencidos.
O Senhor assumiria a causa dos necessitados
e seria justo na retribuição – vs 26; Ap 16:6; 18:20. O próprio Deus lutaria
pelo seu povo e o redimiria da adversidade.
Referindo-se Isaías sobre a legislação sobre
o divórcio (Dt 24:1-41), ele interroga os filhos de Israel a respeito da carta
de divórcio da mãe deles, Jerusalém, casada com o Senhor. A figura marido e
mulher escolhida pelo Senhor mostra o quão profundo é esse relacionamento e o
quão sérios eram os compromissos e responsabilidades de cada um diante dessa
aliança, na qual Jerusalém se mostrava adúltera, preferindo outros relacionamentos.
Deus havia se divorciado do Reino do Norte
(Jr 3:1,8) e havia repudiado Judá (Is 54:6,7). Talvez Deus aqui tenha negado
que ele tivesse sido a causa do divórcio, por causa da escolha dela pelo
pecado.
Seja qual for o caso, Deus nunca rejeitou
totalmente todas as pessoas de Israel ou de Judá; sempre houve um remanescente
de quem Deus nunca se esquecera; e, foi por causa das suas próprias transgressões
– vs 1 – é que ela foi se embora, ou seja, rejeitou livremente à aliança com o
Senhor, representado aqui pelo seu casamento - preferindo outros
relacionamentos, como já salientamos.
Se o Senhor tivesse vendido Israel porque
devia dinheiro, ele teria perdido a autoridade sobre o destino do seu povo (Ex
21:7; II Re 4:1; Ne 5:51). Também, se Israel fosse vendido como pagamento pelo
débito de seus pecados, o seu Redentor teria a responsabilidade de comprar o
seu povo de volta (41:14; 52:3).
Os versos 2 e 3, versam sobre o fato de que
Judá foi mandado para o exílio por causa do seu pecado. Antes do exílio, o
Senhor havia falado com Israel por intermédio dos seus profetas e já havia
redimido anteriormente Israel do Egito, mas o seu povo se recusou a voltar-se
para ele. Por essa razão, a nação foi enviada para o exílio.
c. O salmo de confiança do servo – 50:4–11.
Chegamos aqui no salmo de confiança do
Servo, dos vs 4 ao 11. É também o terceiro dos quatro cânticos que já
mencionamos, no capítulo anterior, sobre o Servo, neste cântico ultrajado, mas
fiel.
A reprovação aos homens por não terem
acreditado que Israel iria para o exílio (51:7) foi um prenúncio da rejeição a
Jesus Cristo. Ele também seria rejeitado e desacreditado por causa da
expectativa deles voltada para as coisas dessa vida de forma egoísta e
gananciosa.
No entanto, Deus deu ao seu servo uma língua
de erudito para que falasse e ouvisse como os eruditos. O Senhor ensinou ao seu
Servo como falar por meio do sofrimento, mas não pelo sofrimento em si, mas por
obediência ao seu Pai celestial que escolhera o caminho pelo qual seria
necessário passar pelo vale do sofrimento para permanência de sua fidelidade
diante do Pai.
Toda a sua essência estava a serviço e
comprometida com seu Pai em prol de seu plano e propósitos. Apesar de tudo pelo
que teve de passar e enfrentar, ele não foi rebelde.
Entendia o Servo do Senhor que Deus não
somente era soberano sobre os céus e a terra, mas, em especial, sobre a sua
vida, quer ela fosse de seu agrado, quer não fosse.
A noção de soberania – vs. 9 - presente no
Servo e depois confirmada em Jesus é de tirar o fôlego de qualquer um que
estude as Escrituras buscando nela o mel da pregação para alimentar o povo de Deus.
O soberano deu-lhe língua erudita – vs. 4; o soberano abriu os seus ouvidos – vs.
5; o soberano o ajudou - vs. 7; o soberano defendeu o seu nome – vs. 8; o
soberano o ajudou novamente – vs. 9.
No verso 6, por conta desse entendimento de
que todas as coisas estão no absoluto controle de seu Pai, que é soberano,
inclusive sobre a sua vida, é que ele oferece as suas costas, o seu rosto e não
esconde a sua face da zombaria e dos cuspes – vs. 6; Pv 10:13; 19:29; 26:3. Ao
ser espancado e desprezado, Jesus Cristo cumpriu essa profecia de injustiça (42:2;
49:4; 53:12; Mt 27:26; Jo 19:1).
Assim, como o Senhor o fez firme e o ajuda,
ele não será constrangido. Também se oporá com firmeza, como uma dura rocha, ou
seja, com resoluta determinação diante de qualquer oposição à vontade de seu
Pai - Jr 1:8; Ez 3:8-9; Lc 9:51. Ele sabe que não será envergonhado, pelo
contrário, será honrado- 42:3; 49:7; 52:13.
Onde
está a certidão de divórcio de sua mãe com a qual
eu
a mandei embora?
A
qual de meus credores eu vendi vocês?
Por
causa de seus pecados vocês foram vendidos;
por
causa das transgressões de vocês sua mãe
foi
mandada embora.
Is
50: 2 Quando eu vim, por que não encontrei ninguém?
Quando
eu chamei, por que ninguém respondeu?
Será
que meu braço era curto demais para resgatá-los?
Será
que me falta a força para redimi-los?
Com
uma simples repreensão eu seco o mar,
transformo
rios em deserto;
seus
peixes apodrecem por falta de água
e
morrem de sede.
Is
50: 3 Visto de trevas os céus e faço da veste de lamento
a
sua coberta.
Is
50: 4 O Soberano, o Senhor, deu-me uma língua instruída,
para
conhecer a palavra que sustém o exausto.
Ele
me acorda manhã após manhã,
desperta
meu ouvido para escutar como alguém
que
está sendo ensinado.
Is
50: 5 O Soberano, o Senhor, abriu os meus ouvidos,
e
eu não tenho sido rebelde;
eu
não me afastei.
Is
50: 6 Ofereci minhas costas àqueles que me batiam,
meu
rosto àqueles que arrancavam minha barba;
não
escondi a face da zombaria e dos cuspes.
Is
50: 7 Porque o Senhor, o Soberano, me ajuda,
não
serei constrangido. Por isso eu me opus firme
como
uma dura rocha,
e
sei que não ficarei decepcionado.
Is
50: 8 Aquele que defende o meu nome está perto.
Quem
poderá trazer acusações contra mim?
Encaremo-nos
um ao outro! Quem é meu acusador?
Que
ele me enfrente!
Is
50: 9 É o Soberano, o Senhor, que me ajuda.
Quem
irá me condenar? Todos eles se desgastam
como
uma roupa; as traças os consumirão.
Is
50: 10 Quem entre vocês teme o Senhor
e
obedece à palavra de seu servo?
Que aquele que anda no escuro,
que
não tem luz alguma,
confie
no nome do Senhor
e
se apóie em seu Deus.
Is
50: 11 Mas agora, todos vocês que acendem fogo
e
fornecem a si mesmos tochas acesas,
vão,
andem na luz de seus fogos
e
das tochas que vocês acenderam.
Vejam
o que receberão da minha mão:
vocês
se deitarão atormentados.
Nos versos 10 e 11, a certeza de que mesmo
andando no escuro, sem luz alguma, ou seja, sem aparente direção e sem entender
mesmo muitas das coisas que acontecem, aquele que teme ao Senhor estará seguro
e obedecerá ao Senhor. Este é convidado a confiar no nome do Senhor e se apoiar
em seu Deus.
Ao contrário, haverá outros que buscarão
para si e fornecerão a si mesmo, luzes ou tochas acesas – vs. 11 - para evitar
o escuro, mas estes, apesar das luzes, não terão paz e serão atormentados
porque resolveram não confiar em Deus, mas em seus próprios caminhos.
Eu entendo que não é o ver e o entender os
caminhos que nos colocam em posição de segurança, mas nossa fé, apesar do não ver,
ou do não entender.
...